Buscar

TRABALHO - PSICOLOGIA HUMANISTA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2
CENTRO UNIVERSITÁRIO – A TEORIA E A PRÁTICA JUNTAS 
ÁREA DO CONHECIMENTO EM HUMANIDADES
CURSO DE PSICOLOGIA 
Adriana Ribeiro de Andrade Barbosa – 18211120070 
Camila Mourão dos Santos - 18211120028
Ivonilda Machado de Oliveira – 18211120009
Jonathan Yuri de Melo Nicoli – 18211120006
PSICOLOGIA HUMANISTA: UM NOVO OLHAR SOBRE A PESSOA
Brasília-DF, 15 de junho de 2020.
Sumário
Resumo	2
Introdução	2
Fundamentos Epistemológicos	3
Henri-Louis Bergson (1859-1941)	3
Edmund Husserl (1859-1938)	4
Franz Brentano (1838-1917)	4
A Terceira Força	5
Carl Rogers e a Terapia Centrada na Pessoa	6
O Processo Terapêutico de Rogers	7
O Papel do Facilitador e suas Habilidades	8
A Fenomenologia	10
O Existencialismo de Sartre	11
Rollo May	13
Considerações Finais	14
Referências	16
Resumo
A psicologia humanista surge em meio em um contexto histórico de lutas e protestos que marcaram a metade do século XX. Ideais de uma juventude que desejava se livrar de uma sociedade opressora e tecnocrata. Não se trata de uma escola ou teoria em Psicologia, mas de uma terceira força, pois rompe com o comportamentalismo e com a psicanálise, a fim de favorecer ao indivíduo um desenvolvimento pautado no próprio potencial. Seus principais precursores foram Maslow e Carl Rogers, influenciados pelas ideias filosóficas de Bergson, Husserl e Brentano. Em Maslow tem-se a autorrealização e em Carl Rogers um novo processo terapêutico: a terapia centrada na pessoa. Além desses ícones, a Psicologia Humanista também traz a fenomenologia de Husserl, o existencialismo de Sartre e a psicologia humanista-existencial de Rollo May.
Palavras-chave: psicologia humanista, psicoterapia, fenomenologia, existencialismo.
Introdução
	A década de 1960 foi marcada, historicamente, por protestos políticos e estudantis, principalmente no meio da juventude, que contestava a sociedade e seu poder repressor. Os jovens estavam unidos por uma afinidade: o combate a uma sociedade tecnocrata onde tudo é justificado por olhares de especialistas e referendado pelos dogmas da ciência (Campos, 2006). Os jovens dessa época estavam lutando contra a desumanização do homem promovida de forma silenciosa por essa visão implantada pela tecnocracia. O objetivo dessa juventude era mudar o mundo. Trata-se de uma época que, segundo historiadores, aconteceram coisas demais, haja vista que a sociedade em que viviam já tinha nada atraente para lhes oferecer (Campos, 2006).
	Em meio a tantas lutas e insatisfações, surge, então, o Movimento do Potencial Humano, na Califórnia, a fim de descobrir meios de melhorar o potencial humano. Tal Movimento tinha como proposta uma revolução a partir de práticas existenciais, a fim de que houvesse uma libertação das repressões sociais vigentes à época. E é nesse contexto que o projeto de uma psicologia humanista surge como mais uma resposta às insatisfações que ecoavam contra o mecanicismo, materialismo e autoritarismo presente na cultura ocidental daquele período (Campos, 2006). Nasce, então, com esse projeto uma psicologia cujo foco era contribuir para a construção de um “novo homem”, que fizesse surgir um novo modelo social: menos de controle e mais voltado às necessidades latentes dos seres humanos, como autorrealização, criatividade, com relações pessoais autênticas, abertas e muito mais prazerosas.
	Para os psicoterapeutas adeptos a esse novo modelo, o homem deveria ser visto como um ser permeado de liberdade e intencionalidade, o qual deve ser compreendido pela sua capacidade consciente e também pela suas experiências presentes. Esse homem, para os psicólogos humanistas, está constantemente em busca de si, dentro de um processo de “vir a ser” e com uma tendência própria para o desenvolvimento (Campos, 2006). 
	Dentro da Psicologia Humanista, o principal objetivo da intervenção terapêutica pode ser resumido na seguinte frase: “Levar a pessoa a ser ela mesma” (Boainain Jr., 1996, p.20). E, assim, propiciar ao indivíduo a possibilidade de uma existência autêntica, com autoconsciência, transparência, congruente, sem máscaras, jogos, couraças ou divisões (Boainain Jr., 1996). Percebe-se, portanto, que a Psicologia Humanista nasce com o intuito de favorecer ao indivíduo um desenvolvimento e uma aprendizagem fundamentados no próprio potencial e não de oferecer apenas tratamento terapêutico para doenças psíquicas.
Fundamentos Epistemológicos
	A Psicologia Humanista pode ser dividida em duas grandes bases: 1) a americana, com a psicoterapia humanista existencial, tendo como principal representante Carl Rogers, e a psicoterapia fenomenológico-existencial, de Rollo May; 2) a europeia, com as principais ideias fenomenológicas e existenciais, além das psicoterapias antropológicas e a psicoterapia antropológico-fenomenológica (Rosa & Kahhale, 2002).
Henri-Louis Bergson (1859-1941) 
	Em meio a um contexto de tantas mudanças, o filósofo Henri-Louis Bergson se destaca como principal precursor das ideias humanistas, o qual influenciou os dois principais nomes da vertente humanista americana: Abraham Maslow e Carl Rogers. (Rosa & Kahhale, 2002). 
	Bergson (1859-1941) critica os modelos mecanicista e finalista, dizendo que a realidade se define pelo movimento, o qual é impulsionado pelo élan vital, impulso de vida que age sobre a matéria, portanto, vida e matéria são indivisíveis, ou seja, nada é predeterminado e o homem tem a faculdade do livre-arbítrio, decidir o que quer ser. Outro ponto importante é a diferença e complementariedade entre instinto e inteligência. O instinto tende à inconsciência (o que é inato), já a inteligência é orientada no sentido da consciência. O conhecimento inato recai sobre coisas, já a inteligência está ligada às relações, a possibilidade de sua exteriorização, lugar em que o homem encontra uma saída para libertar-se (Rosa & Kahhale, 2002). 
	A partir do que é proposto por Bergson, passa-se à ideia de evolução criadora e não mecanicista, como foi antes colocado. Bergson também traz a concepção de “eu profundo” x “eu de superfície”. O eu de superfície diz respeito ao eu social – estático, mecanizado, restrito – por meio do qual o homem jamais conseguirá chegar à liberdade; já o eu profundo é o eu pessoal, em permanente mudança qualitativa e irrepetição contínua, mantendo a identidade por meio da memória, que é responsável pela manutenção de uma identidade em contínua transformação. A maioria dos homens nem chega a alcançar o livre-arbítrio do eu profundo, vivendo apenas no eu superficial (Rosa e Kahhale, 2002).
Edmund Husserl (1859-1938)
	Outro nome a ser destacado dentro dos fundamentos epistemológicos da Psicologia Humanista é Edmund Husserl, criador da Fenomenologia. Husserl critica o materialismo das ciências humanas e o determinismo da Psicologia pelo fato de os fenômenos serem determinados como materiais e toda realidade como sendo física. 
	O segundo ponto criticado por Husserl foi o “psicologismo” que reinada à época, a tendência de reduzir tudo a processos mentais. Para ele, não há verdade além dos processos psíquicos, portanto o conhecimento deve vir por meio de uma redução fenomenológica por parte do sujeito que conhece, havendo um despojamento das preconcepções, é preciso chegar à essência e não somente à aparência do objeto. O fenômeno possui uma essência que o designa, portanto, o conhecimento deve ter a finalidade de apreender a “coisa mesma” ou “coisa em si” (Rosa & Kahhale, 2002).
Franz Brentano (1838-1917) 
	Franz Brentano é outro nome que deve ser apontado dentro dessa bases filosóficas. Brentano traz como contribuição a noção de intencionalidade. Uma relação sujeito-objeto em que o sujeito constitui o objeto, sendo a consciência sempre consciência de alguma coisa, e o objeto é sempre o objeto para uma consciência, ou seja, a mente deve ser incluída em qualquer fenômeno caracteristicamente humano: pressupostos mentais irredutíveis e caracterizados pela intencionalidade. Segundo Brentano, a experiência não tem facilidade em apreender a questão da intencionalidade do atohumano, pois é como se o objeto existisse com base na percepção do sujeito que o percebe (Rosa & Kahhale, 2002).
A Terceira Força
	A psicologia humanista não se refere a uma teoria específica nem a uma escola, mas a um lugar comum onde se colocaram, embora com pensamentos diferentes, todos os psicólogos que se achavam insatisfeitos com a visão de homem implícita nas ideias das teorias então vigentes: Behaviorismo e Psicanálise (Amatuzzi, 1989). 
	Há, pelo menos, três razões para as teorias humanistas não terem chegado ao status de escola: i) a maioria dos psicólogos adeptos à teoria humanista trabalhava em clínicas particulares e não em universidades, o que fez com que produzissem uma menor quantidade de materiais à época, bem como que formassem menos alunos para seguirem essa tradição; ii) os psicólogos humanistas estariam se opondo a movimentos que, na década de 1960, já não dominavam tanto e não exerciam tamanha influência sobre a Psicologia; iii) já havia indícios de um movimento de mudança do Behaviorismo e da Psicanálise em direção ao que estava sendo proposto pelas teorias humanistas: a interferência do sujeito na construção de si e do conhecimento (Rosa & Kahhale, 2002).
	As teorias humanistas são consideradas a Terceira Força na Psicologia, o que sintetiza o rompimento que os humanistas pretendiam estabelecer em relação às tendências das escolas dominantes: Behaviorismo e Psicanálise. Os pressupostos mecanicistas, reducionistas e deterministas dessas escolas eram os principais alvos de ataques dos psicólogos da vertente humanista, além de que as linhas de pensamento que surgiram por parte dos behavioristas e psicanalistas com relação à consciência resultaram em teorias diferentes, porém, ambas eram insatisfatórias para as ideias que os humanistas estavam trazendo (Rosa & Kahhale, 2002).
A Pirâmide de Maslow
	Abraham Maslow (1908-1970) foi considerado o “pai espiritual da psicologia humanista” (Rosa & Kahhale, 2002, p. 250). Durante a Segunda Grande Guerra, percebeu o quanto a psicologia estava contribuindo pouco para a solução de significativos problemas mundiais, então dedicou-se a procurar uma psicologia para conferência de paz, preocupando-se em desenvolver uma abordagem que promovesse bem-estar psicológico e social. Ele considerou as capacidades das pessoas em alcançar grandes realizações (Rosa & Kahhale, 2002). 
	O ponto central de sua teoria é a autoatualização, exploração plena de capacidades e potencialidades que levam a uma grande realização. Maslow mostra, então, um compromisso imenso com o crescimento e desenvolvimento das potencialidades internas e individuais de cada pessoa. Para ele, sociedade e cultura não são capazes de criar o indivíduo, apenas pode auxiliá-lo a alcançar o que já existe em si, pois a capacidade autorrealizadora da pessoa é uma tendência inata (Rosa & Kahhale, 2002). 
	Sendo assim, trouxe uma hierarquia de necessidades a serem satisfeitas pela pessoa a fim de se alcançar a autorrealização, pois, segundo ele, neuroses e desajustes psicológicos seriam causados pela não satisfação de alguma destas necessidades básicas: fisiológicas, de segurança, de amor e pertinência, estima dos outros e de si e autorrealização (Rosa & Kahhale, 2002).
	A pirâmide de Maslow apresenta a hierarquia das necessidades que ele intitula como primordiais para o alcance da autorrealização de cada pessoa. Esta está formada da base até o topo pelas seguintes necessidades: fisiológicas – alimentação, moradia, sexo, conforto físico, descanso, lazer etc.; segurança – amparo legal, remuneração, orientação precisa, estabilidade, segurança no trabalho...; afetivo-social – respeito, aceitação, interação com colegas, superiores, clientes...; autoestima – reconhecimento, ser gostado, promovido, responsabilidade por resultados; autorrealização – desafios mais complexos, autonomia, participação em decisões, trabalho criativo (Rosa & Kahhale, 2002). Para Maslow, a satisfação dessas necessidades em nível de preponderância leva a pessoa à autorrealização, pois à medida que as necessidades mais da base vão sendo satisfeitas, emergem outras maiores e, sendo estas satisfeitas, emergem necessidades ainda mais nobres. 
Carl Rogers e a Terapia Centrada na Pessoa
	
	A abordagem centrada na pessoa se desenvolveu a partir do anos de 1940, nos Estados Unidos da América. Reagindo contra os modelos de psicoterapias vigentes à época (comportamentalismo e psicanálise), e com base em sua experiência clínica, Carl Rogers (1902-1987) propõe para a intervenção terapêutica uma nova perspectiva do Homem, um novo olhar sobre aquele que pede ajuda e sobre a relação terapeuta/cliente (Santos, 2004). 
	Segundo Rogers (2009), a ideia de paciente mostra um ser passivo, propício a ser manipulado dentro do processo terapêutico, já a noção de cliente mostra um ser ativo, autônomo, que assume a direção necessária, capaz de modificar as metas da terapia e iniciar mudanças que deseja que ocorram, tendo o terapeuta apenas como o facilitador do processo de aceitação e compreensão de forma autêntica.
	Para a abordagem rogeriana, cada indivíduo tem dentro de si a capacidade, ao menos latente, de compreender os fatores de sua vida que lhe causam sofrimento e de se reorganizar a fim de superar tais fatores, portanto questiona a autoridade do terapeuta e a suposta falta de consciência do cliente no processo terapêutico, pois, para ele , quem deve conduzir a terapia é o cliente, assim como conduz a sua vida, haja vista que a força da relação está nele e não no terapeuta (Rogers, 2009). 
O Processo Terapêutico de Rogers
	A visão de Rogers (2009) do ser humano é bastante otimista e positiva, pois vê o comportamento humano como racional, capaz de evoluir em direção aos objetivos que o seu organismo se esforça para alcançar. Para ele, então, a pessoa é o único responsável pelas mudanças que deseja para sua vida, sendo plenamente capaz de alterar pensamentos e comportamentos indesejáveis, a fim de torná-los desejáveis, por ser inerentemente dotado de liberdade e capacidade de escolha (Santos, 2004).
	Pondo de lado a crença no valor do julgamento, dos conceitos e da teorias acerca do outro, o foco da teoria centrada na pessoa é a experiência subjetiva e pré-reflexiva que traz o conhecimento. Desse modo, o papel do terapeuta deve ser procurar a compreensão da consciência vivencial da experiência de si e do mundo (Santos, 2004). 
Para tal, propõe C. Rogers, o terapeuta tentará ver através dos olhos da outra pessoa, perceber o mundo da forma como lhe parece, aceder, pelo menos parcialmente, ao quadro de referência interna da outra pessoa. A empatia é, assim o meio através do qual o terapeuta se pode aproximar de um tipo particular de compreensão distinto de outros tipos de compreensão resultantes de enquadramentos exteriores, tais como diagnósticos, ou julgamentos, ou esclarecimento de suposições (Santos, 2004, p. 2).
	Percebe-se, portanto, que o foco do terapeuta na terapia centrada no cliente está na experiência global do indivíduo. Tudo gira em torno de permitir ao cliente o exercício de seu poder de autodireção, pois, como postula a vertente rogeriana, o poder curativo encontra-se na tendência natural ao crescimento e à socialização (Santos, 2004).
	Dentro da visão terapêutica rogeriana, além do sistema motivacional – tendência humana de atualização de suas capacidades e potencialidades – a pessoa tem o poder de se autorregular, ou seja, ao avaliar a sua própria experiência, torna-se capaz de modificar sua estrutura interna (o self) a fim de alcançar os seus objetivos (Santos, 2004).
 	O processo terapêutico rogeriano tem como fundamentos alguns aspectos básicos: 1) foco no cliente e na sua força: o indivíduo é capaz de compreender o que lhe traz sofrimento e de reorganizar-se, pois possui um impulso individual em direção ao crescimento, à saúde e ao ajustamento; 2) a mudança é responsabilidade do cliente: o indivíduo não é um ser manipulável, passivo, mas ativo em seu processo de crescimento e desenvolvimento, pois é o único capaz deperceber o seu modo próprio e deve, portanto, fazê-lo sozinho, sendo o psicoterapeuta apenas o facilitador de crescimento; 3) o organismo é capaz de funcionar com autopreservação e autovalorização: o organismo tem uma tendência geral e inata para se preservar e se valorizar, pois toda pessoa guarda dentro de si o impulso de ser capaz, competente, completa e autoatualizada, e, nesse ponto, Rogers e Maslow estão de acordo; 4) trabalho desenvolvido com pessoas emocionalmente perturbadas e não com pessoas saudáveis, como o fez Maslow, pois, para Rogers, o indivíduo perturbado é aquele que de algum modo perdeu o equilíbrio de sua vida, e o psicoterapeuta, por um viés facilitador, vai auxiliá-lo a reencontrar a sua autopreservação, sua autovalorização; 5) preocupação com percepção, tomada de consciência e experiência: Rogers acreditava ser a personalidade moldada pelo presente e pela forma como este é percebido conscientemente.
	Nota-se, portanto, que a prática terapêutica rogeriana está fundamentada em uma vertente facilitadora e não controladora. O psicoterapeuta não é a figura que detém o conhecimento ou a direção, é apenas aquele que caminha junto com o cliente, a fim de facilitar o seu autoconhecimento, suas tomadas de decisão e possíveis escolhas. Um ponto a se destacar dentro desses fundamentos é o fato de a terapia centrada na pessoa conseguir olhar para o indivíduo perturbado não como mais um “doente psíquico”, mas sim como alguém que pode reencontrar o equilíbrio que perdeu e, para tanto, é imprescindível o papel facilitador do terapeuta.
 O Papel do Facilitador e suas Habilidades
	Segundo Rogers (2009), o psicoterapeuta, para se tornar facilitador de crescimento, deve tirar a “capa de Deus”, pois o objetivo a ser alcançado deve ser do cliente e não do psicoterapeuta, cabendo a este a função de lutar por uma relação de aceitação e compreensão, mantendo-se autêntico, expressando-se verdadeiramente, preocupando-se com o conhecimento dos próprios sentimentos, a fim de ser facilitador de uma autorregulação que o cliente já possui dentro dele.
	Vejamos a principais habilidades que o facilitador precisa desenvolver para que o seu cliente possa chegar ao crescimento (Rogers, 2009):
· Autenticidade/sinceridade: o facilitador precisa ser o que é no mais íntimo de si mesmo, aceitar o que é, passar verdade para o outro de forma que esta possa ser apreendida como merecedora de confiança, não sendo coerente de uma forma rígida, mas sim inspirando confiança pelo que de fato é, por ser autêntico. Sinceridade fala de uma comunicação sem ambiguidades. Ao estabelecer uma relação de ajuda o facilitador precisa ser capaz de se mostrar tal como é, transparente.
· Congruência: é quando a razão se aproxima da emoção, é ter a ação e o pensamento parecidos, pois dizer algo e agir de outra forma é incongruência. O facilitador precisa estar congruente com ele mesmo: conhecer-se e aceitar-se, mas isso só acontece quando se faz psicoterapia, quando se faz um mergulho profundo em si mesmo. Se o facilitador é suficientemente congruente, como nos ensina Rogers, não escondendo nenhum sentimento referente à relação, quer de si mesmo quer do outro, pode-se estar quase seguro de que se tratará de uma relação de ajuda. 
· Aceitação própria: para que o facilitador aceite o outro, é necessário que ele esteja sensivelmente consciente dos seus próprios sentimentos e seja capaz de se aceitar, pois só assim conseguirá ajudar o seu cliente. 
· Atitudes positivas: aceitação, interesse, consideração – o facilitador deve se permitir, com segurança, mostrar interesse pelo outro e aceitar estar ligado a ele como uma pessoa por quem ele tem sentimentos positivos, a fim de evitar a distância tão comumente estabelecida no domínio clínico, onde na maioria das vezes as pessoas são tratadas como objeto.
· Segurança interior: desenvolver a capacidade de não ser absorvido pelo sentimento do outro. O facilitador precisa reconhecer o que é de si para separar o que é do outro. Sentir livremente a força de ser independente, a fim de se dedicar à compreensão e aceitação do outro sem o receio de perder a si mesmo. O facilitador deve estar suficientemente seguro para permitir que o outro seja independente.
· Compreensão empática: entrar no mundo interior do cliente e ser capaz de vê-lo como ele mesmo o vê, com base no que ele acredita e não no que o facilitador acredita.
· Aceitação do outro: o facilitador precisa se questionar se é capaz de aceitar todas as facetas que o cliente apresenta, pois, se não houver aceitação em certos pontos, o cliente não poderá se desenvolver nesses mesmos pontos que o facilitador não é capaz de aceitar totalmente.
· Libertar-se do julgamento: o facilitador deve estabelecer uma relação livre de qualquer julgamento, a fim de levar o cliente ao ponto de reconhecer que o lugar do julgamento, o centro da responsabilidade, reside em si mesmo e não no outro.
· Ver o outro como uma pessoa em processo de se tornar ela mesma: se o facilitador aceita o cliente dentro do processo de tornar-se quem é, então, confirmará e tornará reais as potencialidades do cliente; caso contrário, estará apenas limitando o que o cliente poderia ser na relação.
Diante de tal conjunto de premissas que devem nortear a relação terapeuta/cliente, observa-se uma redefinição do papel do terapeuta pela abordagem centrada na pessoa. Com base nisso, pode-se ver que o terapeuta é definido pelas atitudes que leva para a relação e que permeiam o verdadeiro fator impulsionador de crescimento e desenvolvimento. O que se percebe aqui é uma relação terapeuta/cliente baseada na confiança, na autenticidade, não reduzida a fórmulas prontas aplicadas de forma mecânica e impessoal, pois a relação estabelecida com base na vertente rogeriana é sobretudo humana (Santos, 2004).
A Fenomenologia
	A Fenomenologia surgiu na Alemanha entre o final do século XIX e o início do século XX, tendo como precursor e fundador Edmund Husserl. Husserl sofreu fortes influências de pensadores como Platão, Descartes e Brentano no que tange à formulação de suas ideias e pensamentos (Silva, Lopes & Diniz, 2008). A princípio, ele foi um divisor de águas para a filosofia contemporânea quando assumiu a fenomenologia como novo entendimento acerca dos fenômenos evidenciados por meio da experiência do sujeito (Costa, 2014). 
	Em meados da década de 1880, ocorreu uma crise entre as ciências humanas, o que acarretou uma constante categorização dos comportamentos dos sujeitos sob condições psicológicas, sociais ou históricas, e consequentemente, nesse contexto, a psicologia começou a tender ao psicologismo (Kahhale, 2002). Todavia, Husserl inicia uma crítica ao psicologismo e continua a defender a existência de condições necessárias para que a consciência produzisse conhecimento teórico (Husserl, 1995, em Borba, 2010), as quais não devem ser deduzidas, mas descritas pelo próprio indivíduo em relação às suas vivências (Toledo, 2017). 
	A intencionalidade, a exploração da consciência e sua relação com os objetos, tão perseguida por Brentano, tornou-se o ponto focal da Fenomenologia de Husserl, porém, sua análise ultrapassou a mera descrição de fenômenos psíquicos proposta por Brentano (Kahhale, 2002). 
	A ideia proposta por Husserl diz que os pensamentos e as formas de identificação do sujeito em relação aos objetos que o cercam são adquiridos através da consciência que o concebe (Costa, 2014). Por isso, ele afirma que “a consciência é sempre consciência de alguma coisa ou fenômeno” (Kahhale, 2002, p.180), ou seja, o objeto só terá sentido se houver uma consciência intencional interpretada pelo sujeito em relação ao objeto. Nesse sentido, o puro fenômeno possui caráter subjetivo, sendo tudo aquilo de que se consegue ter consciência (Costa, 2014). A consciência é vista como “[...] o entrelaçamento das vivências psíquicas empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de vivência; como a percepção interna dessas próprias vivências e como a designação que resume todas as vivências intencionais” (Stegmüller,1997, em Silva, 2009, p. 47).
	A Fenomenologia seria, portanto, uma “busca empática que estabelece ligações entre sujeito e objeto através dos atos intencionais, das possibilidades de comunicação e da expressividade de forma geral” (Kahhale, 2002, p.188). Para a Fenomenologia husserliana, um ente tem várias possibilidade de ser percebido, sendo dividido em regiões, as quais podem ser vistas conforme focadas pela consciência. Dentro da Fenomenologia um ser é sempre um ser de relação, ou seja, a compreensão do outro parte da compreensão de si próprio. (Kahhale, 2002).	 
O Existencialismo de Sartre
	Jean-Paul Sartre (1905-1980) inicia seu pensamento filosófico a partir de sua principal obra O ser e o nada, em 1943, no entanto, a “moda existencialista” já havia repercutido na sua obra anterior, o romance A Náusea, de 1938. Fortemente influenciado pelos eventos da Segunda Guerra Mundial e ocupação Nazista na França, Sartre afirmava que houvera um “Sartre anterior e outro posterior à guerra”, devido ao impacto que a Resistência Francesa propusera à sua concepção política (Aranha, 1993).
	Para compreender o Existencialismo de Sartre, se faz necessário remeter a sua fundamental frase: “A existência precede a essência”, isso significa que o homem existe primeiro, se descobre, surge no mundo e somente depois disso se define. O homem, tal como existencialismo o concebe, inicialmente não é nada, pois só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer, haja vista que não há natureza humana, já que não há Deus para a conceber (Aranha, 1993). “O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz” (Aranha, 1993, p.290).
	A contribuição antológica de Sartre começa pela definição radical entre consciência e personalidade. A consciência é indescartável da realidade, o lugar da subjetividade e definida pela intencionalidade, sendo assim a consciência é isenta de conteúdo ainda que seja com essa consciência que o sujeito se relaciona com o mundo. Já a personalidade é a dimensão do indivíduo, a união entre corpo e consciência em direção a um objetivo, sendo, portanto, a totalização das ações do sujeito em relação ao mundo e aos outros. Portanto, a personalidade se constitui no mundo e não na consciência (Spohr & Schneider, 2009). 
	De acordo com Sartre, questões psicológicas na vida de um indivíduo é algo concreto que o leva a experimentar a contradição de ser. Sendo assim, faz-se necessário considerar que tal contradição se formou a partir de uma história de relações do sujeito e é para esta que se devemos olhar ao tentarmos compreender o que está acontecendo. A ênfase da filosofia sartriana é o futuro, pois o sofrimento está relacionado com aquilo que o sujeito ainda não é, mas que pode vir a ser (Sartre, 1966, em Spohr & Schneider, 2009).
	Percebendo-se aberto à possibilidade de construir a própria existência e não havendo essência que o oriente, o futuro do Homem se encontra aberto e disponível, portanto, ele é “condenado a ser livre”. E, ao experimentar a angústia da dita “liberdade”, muitos indivíduos fogem dela aninhando-se à má fé. Age fingindo escolher alguma atitude, quando na verdade não a escolhe. Aceita o destino traçado, os valores atribuídos, mente para si mesmo, atuando como pertencente dos seus próprios atos sem quaisquer críticas (Aranha, 1993).
	 Nota-se, portanto, que, de acordo com a visão sartriana, o ser humano é um ser livre, com um campo de possibilidades abertas à sua frente. Por isso, ele precisa agir e fazer, e, na proporção em que age no mundo, ele é mediado pela materialidade que o cerca e também pelas relações sociais do contexto histórico em que vive, o qual irá compor sua estrutura de escolha (Spohr & Schneider, 2009). 	E por mais que seja adverso fazer uma escolha, o sujeito é livre para decidir ser o que querem que ele seja ou fazer algo daquilo que fizeram dele (Spohr & Schneider, 2009). “O sujeito se faz este aquele na medida em que sua ação se faz presente no mundo e, a partir dela, ele visa um futuro, algo ainda não alcançado, mas possível (Schneider, 2006, em Spohr & Schneider, 2009, p.122), ou seja, ele escolhe o ser que é e o que será. Segundo Sartre (1995, em Spohr & Schneider, 2009, p.123), “o essencial não é aquilo que se fez do homem, mas sim aquilo que ele fez daquilo que fizeram dele”. Não somos seres passivos, pois sempre usamos da nossa liberdade para fazer algo daquilo que fazem conosco, ou usamos dessa mesma liberdade para decidir não fazer nada.
 
Rollo May
	Rollo May, mesmo sendo visto como um dos fundadores da Psicologia Humanista, é um teórico diferenciado dentro da terceira força. Apesar de existir, em suas ideias, uma valorização do humano como potencialmente capaz de crescer e se desenvolver e também uma existência responsável pelas próprias mudanças, May não se encaixaria totalmente dentro dos requisitos que fariam dele um psicólogo humanista, sendo visto mais como um participante histórico do movimento. Ele, então, deve ser identificado mais como um psicólogo existencial-humanista, como mostra Barrocas (s/d, em Ponte & Souza, 2011), haja vista o seu diálogo tão aprofundado com a fenomenologia-existencial.
	O que afasta Rollo May dos caminhos psicanalíticos tradicionais, do cientificismo behaviorista da época, e o diferencia da visão do humano, proposta por Maslow e Rogers, é a sua base existencialista que o faz ver o homem em dimensões trágicas e, simultaneamente, padecendo de um dilema: ser sujeito e ser objeto, polos presentes em uma mesma situação irresolvível de perene tensão (May, 1977, em Ponte & Souza, 2011).
	Existe algo de singular em Rollo May: ele ousa, em suas ideias, convergir pensadores difíceis de se aproximar, como Nietzsche, Schopenhauer, James ou Husserl. Sendo assim, o mais importante em May, conforme seu pensamento existencialista, é a vivência da experiência imediata, isto é, aquilo que é vivido com sentido. Outro ponto que precisa ser destacado em Rollo May é sua proximidade com a psicanálise de Freud, a quem se refere muito em suas obras, tanto elogiando como criticando a postura e os pensamentos.
	Segundo Ponte & Souza (2011, p.53), Rollo May não deve ser considerado um psicanalista ou existencialista no sentido profundo da questão, pois “o que fez foi uma leitura superficial da Psicanálise, do Existencialismo e da Fenomenologia [...], releituras e reconstruções em novas perspectivas [...], as quais serviram de suporte para a construção de sua própria Psicologia Existencial”, um psicólogo existencial-humanista.
	Rollo May vê como base da experiência humana a dimensão consciente, ao contrário da psicanálise, cujo foco é o inconsciente. Para May, a conscientização ascendida pelo humano, ou seja, a percepção do que está entre o sujeito e o mundo, dá ao indivíduo a capacidade de se dar conta das “potencialidades existenciais” em curso no momento. O papel do terapeuta, então, é tornar consciente esse contexto vivenciado pelo sujeito e seus possíveis significados (Ponte & Souza, 2011). Para May (1977, em Ponte & Souza, 2011, p.54), “Experiência inconsciente são as potencialidades de ação e percepção que a pessoa não pode ou não quer tornar concretas”. Ele tem uma visão humanista muito particular: otimista e positivista. 
	Além da dimensão consciente, para Rollo May, o homem deve ser considerado para além da junção de suas partes ou funções e também como um ser capaz de conduzir a sua existência, cuja natureza se mostra nas relações com outros humanos. A psicologia de Rollo May trata da vivência plenamente consciente do homem, um ser capaz de fazer escolhas, de ser atuante em suas experiências e não apenas um mero espectador, e que constrói a sua identidade com base na intencionalidade. 
	A experiência de quase-morte de May durante uma enfermidade, suas reflexões sobre angústia e tragédias que remetem ao humano levaram May a desenvolver uma psicologia que se interessa por essemundo sem sentido para o humano: um mundo da técnica que se sobrepõe sobre o existencial. Isso faz dele e de sua psicologia algo raro (Ponte & Souza, 2011).
Considerações Finais
	
	Somando-se aos anseios de liberdade e autenticidade que reinavam nos pensamentos da geração do final do século XIX e início do século XX, a visão do humano proposta pelos psicólogos humanistas trouxe uma nova proposta de intervenção para a Psicologia, a qual tinha por objetivo o nascimento de um novo ser social, um novo homem. No lugar de tratar as questões mentais apenas como resultado de contingências ambientais ou como doenças psíquicas, a terceira força surge como uma possibilidade de olhar sobre as potencialidades humanas, sobre um ser humano livre e intencionalmente capaz de ser ele mesmo.
	Além das contribuições relevantes de Maslow sobre a busca humana por autorrealização, a terapia centrada na pessoa de Rogers é o grande marco dessa vertente psicológico. Percebe-se que, para Carl Rogers, a psicologia deve olhar para a pessoa como potencialmente capaz de construir um outro caminho a ser seguido e não como um ser preso a soluções propostas por um terapeuta vestido com “capa de Deus”. Sendo assim, quem conduz a terapia é o próprio cliente, não um paciente, pois não se trata de um ser passivo, mas ativo. O mais interessante na visão de Rogers é justamente a liberdade e capacidade que o cliente tem de conduzir a sua própria vida, de edificar passo a passo uma nova trajetória apenas sendo auxiliado por uma relação terapêutica facilitadora.
	Trata-se de uma visão fascinante do humano, uma proposta arrebatadora, pois mostra que terapeuta e cliente são capazes de construir uma relação de confiança, respeito, autenticidade, sinceridade e, acima de tudo, uma relação de humanidade. Nessa abordagem, o terapeuta é aquele que dá suporte para que o cliente caminhe rumo ao desenvolvimento e ao crescimento como pessoa. O grande ponto que vemos aqui é o respeito à medida de cada um, não se aplica algo de forma mecânica, constrói-se um caminho que leve ao alcance do objetivo proposto pelo cliente. Afinal, em psicoterapia humanista, não é o desejo/objetivo do terapeuta que importa, e sim aquilo que o cliente pretende alcançar.
Outra abordagem humanista muito significante e extraordinária também é a Fenomenologia. Enquanto outras vertentes focam a categorização dos comportamentos dos indivíduos, a Fenomenologia valoriza a autonomia do sujeito, o qual é capaz de descrever os próprios sentimentos e ações frente às adversidades cotidianas. 
Enquanto os filósofos emergentes no século XX acreditavam somente na objetividade, Edmund Husserl, pai da Fenomenologia, considerava as intencionalidades das ações do indivíduo, a subjetividade e a consciência enlaçada com as experiências. Sendo essa uma das principais ideias discorridas pelo autor. 
A Fenomenologia, além de trazer uma nova concepção de pensamento, se tornou uma das principais abordagens teórico-metodológicas, a qual, inclusive, passou a ser bastante utilizada pelos psicólogos que se identificam com essa visão de mundo, visão de homem. E ainda poderíamos citar o Existencialismo de Sartre e a psicologia existencial-humanista de Rollo May, duas vertentes que trazem luz sobre a capacidade consciente do homem e sobre as construções de sentido existencial humano na relação pessoa-contexto.
	De modo geral, percebemos que a maioria das temáticas apresentadas neste trabalho estão ligadas a um contexto filosófico de décadas passadas, o qual trouxe inúmeros contribuições. Isso fica bastante evidente nas concepções humanistas a respeito da “psique humana”, na associação psíquica que o indivíduo faz de si com o seu contexto, a fim de responder às suas demandas ou dar significância a elas. Com base nisso, surgem alguns questionamentos: Como reconhecer o próximo como uma extensão de nós mesmos? Será que somos aptos a compreender o outro? E mais: Até onde somos capazes de ir em relação às nossas questões e às do outro? Tudo isso exige muita reflexão, um mergulho interno profundo e por vezes doloroso, mas necessário; um autoconhecimento e uma busca por um desenvolvimento baseado nas próprias potencialidades, como bem nos mostra a terceira força da Psicologia.
	 Nota-se, nas teorias humanistas, que o desenvolver e crescer enquanto pessoa é um processo contínuo, sendo importante que o psicoterapeuta saiba reconhecer as limitações de seu cliente, ao mesmo tempo em que seja capaz de reconhecer a suas próprias. Estamos tratando aqui de uma experiência terapêutica bivalente, dentro da qual cliente e psicoterapeuta, no setting, trilham juntos o caminho fascinante da compreensão existencial humana.
Referências
Amatuzzi, M. M. (1989). O significado da psicologia humanista, posicionamentos filosóficos implícitos. Arquivos Brasileiros de Psicologia 41 (4), 88-95. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abp/article/view/21723 
Aranha, M. L. (1993). O Existencialismo. Em M. L. Aranha, Filosofando: uma introdução à filosofia (2ª ed., pp. 304-309). Editora Moderna.
Boainain Jr., E. (1996). O Contexto. Em E. Boainain Jr., Psicologia Humanista (pp. 1-15). https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/1176/files/A%20psicologia%20Humanista%20-%20Boainain%20Jr_%20(1)%20(1).pdf
Borba, J. M. P. (2010). A fenomenologia em Husserl. Revista do Nufen, 1(2), 90-111. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnufen/v2n2/a07.pdf
Campos, R. F. (2006). Ética contemporânea: os anos 60 e o projeto de psicologia humanista. Epistemo-somática, 3(2), 242-260. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-20052006000200009&lng=pt&tlng=pt
Costa, M. H. N. da. Leituras e Releituras: a ideia da Fenomenologia. INCONΦIDENTIA: Revista Eletrônica de Filosofia, 2(2), 97-99. http://inconfidentia.famariana.edu.br/wp-content/uploads/2014/08/A-ideia-de-fenomenologia.pdf
Ponte, C. R. S. da, & Souza, H. L. de. (2011). Reflexões críticas acerca da psicologia
	existencial de Rollo May. Revista da Abordagem Gestáltica, 17 (1), 47-58. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672011000100008&lng=pt&tlng=pt
Rogers, C. R. (2009). Tornar-se pessoa (6ª ed.). Editora WMF Martins Fontes.
Rosa, E.Z., & Kahhale, E. M. P. (2002). Psicologia humanista: uma tentativa de sistematização da denominada terceira força em psicologia. Em E. M. P. Kahhale (Org.), A Diversidade da Psicologia: uma construção teórica (pp.235-257). Cortez Editora.
Santos, C. B. (2004). Abordagem centrada na pessoa: relação terapêutica e processo de mudança. Psi Logos, 1(2), 18-23. https://revistas.rcaap.pt/psilogos/article/view/6071/4769
Silva, J. M. de O., Lopes, R. L. M., & Diniz, N. M. (2008). Fenomenologia. Revista Brasileira de Enfermagem, 61(2), 254-257. https://www.scielo.br/pdf/reben/v61n2/a18v61n2.pdf
Silva, M. de L. A intencionalidade da consciência em Husserl. Argumentos – Revista de Filosofia, 1(1), 45-53. http://www.periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/18920/29641
Spohr, B., & Schneider, D. R. (2009). Bases epistemológicas da antipsiquiatria: a influência do existencialismo de Sartre. Revista da Abordagem Gestáltica, 15(2), 115-125. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672009000200007&lng=pt&tlng=pt
Toledo, S. P. P. (2017). Psicologismo e Psicologia em Edmund Husserl. Aoristo International Journal of Phenomenology, Hermeneutics and Metaphysics, 1(2), 63-84. http://e-revista.unioeste.br/index.php/aoristo/article/viewFile/18209/11915

Outros materiais