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Formação de 
Mediadores de Educação 
para Patrimônio
Rosilene Alves de Melo
Saberes 
e formas 
de expressão
patrimônios de todos nós
para Patrimônio
SUMÁRIO
1. Todos nós somos e temos um patrimônio ............................... 67
2. Humanos: seres culturais .......................................................... 68
3. As culturas estão sempre em transformação ........................... 70
4. A proteção ao patrimônio cultural imaterial: 
defi nições e políticas ................................................................. 72
5. Reconhecendo e identifi cando 
nossos saberes e formas de expressão ..................................... 76
Referências bibliográfi cas ............................................................. 79
1.
TODOS NÓS 
SOMOS E TEMOS 
UM PATRIMÔNIO
Você sabia que além dos 
bens de natureza material, 
como os conjuntos arqui-
tetônicos e monumentos 
tombados como patrimô-
nio, existem outros bens que 
também são importantes 
para comunidades e países, 
porém não são edificados?
Fazem parte do patrimônio 
de uma sociedade as práticas, os saberes, 
as formas de expressão, as crenças, as 
técnicas e as celebrações que formam a sua 
identidade cultural e que nos são transmitidos 
através das gerações. Pois é, este conheci-
mento que não está nas paredes dos monu-
mentos, nem nas bibliotecas ou nas escolas, 
mas no saber transmitido pelos nossos ante-
passados e pelos mestres, é o que denomi-
namos de patrimônio cultural imaterial.
Sabia que mesmo que não tenha ne-
nhuma leitura anterior sobre o conceito de 
patrimônio imaterial, você participa de sua 
transmissão e preservação? É sim. Quando 
prepara uma tapioca no café da manhã, 
quando lê um folheto de cordel, quando faz 
aquela receita de doce que sua avó ensinou, 
quando participa de uma cerimônia religio-
sa ou de uma festa na comunidade em que 
vive, você está usufruindo e preservando 
o patrimônio cultural imaterial da sua loca-
lidade e, porque não dizer, da humanidade.
Ao manter o costume, mesmo sem refl e-
tir sobre essas práticas no dia a dia, as pes-
soas estão preservando o patrimônio cultural 
imaterial. Através da vida familiar e da vida em 
sociedade, aprendemos a degustar os alimen-
tos e nos acostumamos com os sabores das 
refeições. Aprendemos a cultivar os alimentos 
e a cozinhar, a rezar e a crer nos deuses, a ence-
nar brincadeiras e a fazer brinquedos, a cantar 
e fazer instrumentos para o canto, a dançar e 
fazer tambores, a ler poesia, a ouvir histórias e 
a imaginar, entre outras tantas coisas. 
O patrimônio cultural é uma riqueza e, 
por isso, precisa ser reconhecido como um 
bem a ser preservado. Por isso, em nosso 
módulo, vamos discutir o que é patrimônio 
cultural imaterial, procurando entender de 
que maneira os seres humanos adquiriram 
a capacidade de produzir bens culturais, 
compreender o acesso ao patrimônio cultu-
ral como um direito humano e acompanhar 
passo a passo como um bem cultural é regis-
trado como patrimônio imaterial no Brasil. 
Vamos agora recuar no tempo e analisar 
o sentido histórico da formação da diversi-
dade cultural do planeta Terra, para com-
preender como adquirimos a capacidade 
de produzir bens culturais. Vamos lá?
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 67
2. 
HUMANOS: 
SERES 
CULTURAIS
esquisas arqueológicas mos-
tram que os hominídeos 
tiveram que enfrentar mui-
tas adversidades, como as 
mudanças climáticas, o des-
locamento de continentes, 
os predadores e a escassez 
de alimentos. Um exemplo 
disto ocorreu após o desa-
parecimento das florestas na 
África em razão da glaciação, há cerca de 
5 milhões de anos. As mudanças no meio 
ambiente obrigaram esses grupos a buscar 
alimentos em outros ecossistemas. 
Esses desafios exigiram a adaptação dos 
nossos ancestrais e o desenvolvimento de 
outras habilidades. O andar bípede e a capa-
cidade de utilizar e manejar as coisas com as 
mãos foram adaptações que trouxeram no-
vas habilidades, como: lascar pedras, ossos 
e galhos para coletar alimentos; confeccionar 
instrumentos para a caça e para construir 
abrigos contra o frio, a chuva e os predadores. 
Hominídeos
Pertencentes à família 
dos primatas, da qual 
descende o homem 
atual (Homo sapiens) e 
seus ancestrais.
Glaciação
Também conhecida 
como “era do gelo”. 
É um fenômeno 
climático que ocorreu 
ao longo da história  
do planeta Terra. 
68 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Para cada tipo de material e para cada 
finalidade foram produzidas ferramentas e 
técnicas diferentes. A confecção de potes 
para guardar água e transportar alimentos 
significou a sobrevivência em ambientes 
adversos. O controle do fogo foi, sem dúvi-
da, um enorme passo na evolução huma-
na. O controle do processo de produção de 
alimentos, que chamamos de agricultura, 
desenvolvida há cerca de 12 mil anos atrás, 
foi a descoberta mais importante para a 
autonomia dos grupos humanos.
Por serem conhecimentos vitais para 
a perpetuação da espécie, passaram a ser 
aperfeiçoados e transmitidos de geração 
a geração. A necessidade de comunicação 
em grupo estimulou o desenvolvimento 
da linguagem. Tudo isto representou uma 
enorme capacidade de adaptação ao am-
biente e de sobrevivência.
Escavações arqueológicas comprova-
ram que nossos antepassados desenvolve-
ram o sentido de proteção ritual dos mortos 
através do cuidado e da ornamentação dos 
corpos. A ritualização da morte tem um sig-
nificado muito importante. O luto demons-
tra o respeito com os entes próximos, a no-
ção de família e a crença na transcendência 
da morte, matriz do pensamento religioso. 
A confecção de colares, braceletes, a 
pintura de conchas e as pinturas rupes-
tres revelam a capacidade de atribuição 
de um valor estético aos objetos, ao próprio 
corpo e aos lugares em que habitavam. A 
percepção da beleza, a atribuição de uma 
qualidade estética ao mundo que nos cerca 
é a matriz da criação artística. 
Os momentos mais importantes da vida, 
como o nascimento, a alimentação em gru-
po, a sexualidade, as relações familiares ou 
a morte passaram a ser revestidos de um 
significado mais amplo e ritualizado. 
A apreciação da beleza, a ideia de trans-
cendência, a capacidade de representar a 
si mesmos e aos outros – como atestam as 
pinturas rupestres – significam o desen-
volvimento de um traço distintivo da nos-
sa espécie. Ao enfrentarmos adversidades 
e nos adaptando ao meio ambiente, de-
senvolvemos a capacidade de representar 
figuras, de comunicação, de atribuir valor 
simbólico a pessoas, aos animais e aos ob-
jetos. Esta capacidade intelectual, exclusiva 
da espécie humana, é chamada de cultura.
Ao longo dos milhares de anos da pre-
sença humana na Terra, os grupos desen-
volveram saberes os mais diversos. As ferra-
mentas para o trabalho, formas de exprimir 
as emoções, a religiosidade, as práticas agrí-
colas, os modos de como produzir, transpor-
tar e conservar os alimentos, as brincadeiras, 
a musicalidade, as danças e os jogos com as 
palavras que deram origem à literatura.
A oralidade, a culinária, a dança, a reli-
giosidade, a literatura, a música, o teatro, 
o artesanato, os ofícios relacionados ao 
trabalho e ao lazer são algumas dessas lin-
guagens e formas de expressão. A ação dos 
mestres – pessoas que preservam o saber 
coletivo e se tornaram guardiões das tradi-
ções – tem sido fundamental para a trans-
missão deste legado cultural ao longo do 
tempo. É no convívio entre as pessoas mais 
experientes, em geral idosas, com as crian-
ças e jovens, que acontece o modo mais 
eficiente de transmissão das culturas.
Pinturas 
Rupestres
Representações 
artísticas pré-
históricas, estudadas 
por arqueólogos, 
realizadas em 
paredes, tetos e outras 
superfícies de cavernas 
e abrigos rochosos 
ou mesmo sobre 
superfícies rochosas
ao ar livre.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 69
SE
LIGA!
Indústria cultural é um conceito 
criado pelos filósofos alemães 
Theodor Adorno e Max Horkheimer 
no livro Dialéticado esclarecimento, 
publicado em 1944. Para os autores, 
a produção artística difundida 
através dos meios de comunicação 
de massa representava a 
decadência das culturas e a 
utilização desses veículos como 
instrumentos de manipulação 
e alienação da população. Você 
concorda com essas afirmativas? Por 
quê? Fundamente seus argumentos 
com exemplos do seu cotidiano.
3. 
AS CULTURAS ESTÃO 
SEMPRE EM TRANSFORMAÇÃO 
o longo da história, a vida 
social se tornou complexa 
e gerou conflitos em razão 
das diferenciações sociais, 
políticas, econômicas e reli-
giosas. As hierarquias, as di-
ferenças de classe social, as 
desigualdades e conflitos 
se traduziram em guerras, 
massacres, genocídios e es-
cravização. Inúmeras formas de opressão, 
discriminação e exploração acarretaram a 
destruição e o desaparecimento de povos, 
línguas, costumes e tradições. 
É importante destacar os efeitos do co-
lonialismo na Idade Moderna. Nações eu-
ropeias ocuparam e exploraram territórios 
alheios, subjugando populações economi-
camente e impondo as suas crenças e prá-
ticas culturais sobre os povos dominados. 
As missões católicas e protestantes no con-
tinente americano, por exemplo, introduzi-
ram crenças desconhecidas até então das 
populações nativas. O colonialismo euro-
peu no continente americano, a partir do sé-
culo XVI, trouxe consequências terríveis para 
as populações indígenas que habitavam 
este território há pelo menos 12 mil anos. 
Inúmeras tribos e alguns impérios foram di-
zimados e suas culturas desapareceram. 
A destruição do império Inca na região 
dos Andes, com uma população de 12 mi-
lhões de pessoas, ocorreu através do uso da 
violência pelos colonizadores espanhóis. A 
morte do líder inca Tupac Amaru, assassina-
do pelos espanhóis em 1572, representou o 
fim de uma civilização riquíssima cultural-
mente. O mesmo ocorreu com o império 
Asteca, localizado no atual México, com a 
ocupação da capital Tenochtitlan em 1521.
A escravidão de milhões de africanos re-
presentou a criação de um sistema brutal 
de exploração da força de trabalho humana 
baseada no racismo. Os africanos trazidos à 
força como escravos para as Américas trouxe-
ram consigo suas culturas e formaram nesse 
território sociedades marcadas pelas trocas 
culturais e por diversas formas de resistência 
cultural, como o sincretismo religioso. 
70 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
A partir do século XX assistimos também 
ao surgimento de um fenômeno novo na hu-
manidade: a indústria cultural. Nos países 
industrializados, especialmente a partir da 
década de 1930, teve início a produção in-
dustrial de bens e produtos em larga escala. 
Daí o surgimento da fotografia, do cinema e 
da arte pop. Surgem os veículos de comuni-
cação de massa, como o rádio, o jornal, a te-
levisão e, mais recentemente, a internet. Este 
fenômeno produziu o aparecimento da cha-
mada cultura de massa, ou seja, o desen-
volvimento de bens culturais que são trans-
formados em mercadorias para dar lucro a 
empresas, indústrias e aos países capitalistas. 
O aparecimento da indústria cultural pro-
moveu transformações nas práticas cul-
turais do mundo contemporâneo. Em muitos 
países, a chegada da cultura de massa inter-
feriu drasticamente na cultura das comuni-
dades. O fenômeno da globalização, que se 
aprofundou com a queda do Muro de Ber-
lim em 1989, promoveu o comércio de bens 
culturais em uma escala sem precedentes. 
Produtos culturais industrializados, como fil-
mes, discos e programas de televisão invadem 
comunidades, povos e nações, ameaçando 
uma padronização cultural do mundo. 
As regiões menos industrializadas e os 
países em desenvolvimento foram os espa-
ços mais atingidos pela invasão de produ-
tos culturais industrializados. Fenômenos 
como o êxodo rural, urbanização, a forma-
ção de grandes cidades e a concentração 
de populações pobres em áreas periféricas 
produziram inúmeras mudanças culturais. 
No entanto, as populações atingidas por 
esses problemas desenvolveram inúmeras 
estratégias de resistência cultural aos efei-
tos do colonialismo, da escravidão e da glo-
balização sobre as culturas tradicionais. 
Pressões para a construção de políticas 
de proteção às comunidades tradicionais ob-
tiveram algumas conquistas, especialmente 
através da Unesco, órgão das Nações Unidas, 
responsável pela proteção ao patrimônio 
histórico, artístico e cultural da humanidade.
Arte pop
Do inglês Popular
Art  (Arte Popular), 
trata-se de um 
movimento artístico 
dos anos 1950, com 
o objetivo de “abraçar” 
e desconstruir imagens 
pertencentes às 
culturas de massa, 
a chamada 
“cultura pop”, feita para 
as grandes multidões.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 71
4. 
A PROTEÇÃO 
AO PATRIMÔNIO 
CULTURAL 
IMATERIAL: 
DEFINIÇÕES 
E POLÍTICAS 
Declaração Universal dos Di-
reitos Humanos, proclama-
da pelas Nações Unidas em 
1948, no seu art. 27 afirma 
que “todo ser humano tem o 
direito de participar da vida 
cultural da comunidade, de 
fruir das artes e de participar 
do progresso científico e de 
seus benefícios”. 
A introdução de um artigo específico acer-
ca do direito dos povos à proteção de sua 
vida cultural foi consequência do horror pro-
movido pelo nazismo na Alemanha, sistema 
político liderado por Adolf Hitler, que motivou 
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 
Importante entender que o nacional-
-socialismo era uma ideologia de extrema-
-direita baseada na perseguição e extermínio 
daquelas pessoas e de culturas diferentes 
dos padrões culturais alemães (germânicos), 
considerados pelos nazistas como “seres 
superiores”. Ao assumir o poder, o Partido 
Nazista executou cerca de 11 milhões de 
pessoas entre judeus, ciganos, maçons, 
homossexuais, comunistas, testemunhas 
de Jeová, poloneses, soviéticos, pessoas 
com deficiências físicas ou mentais. 
PARA OS
CURIOSOS
Confira a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos na íntegra em: 
www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/
Language.aspx?LangID=porAO PATRIMÔNIO 
Declaração Universal dos Di-
proclama-
da pelas Nações Unidas em 
1948, no seu art. 27 afirma 
que “todo ser humano tem o 
direito de participar da vida 
cultural da comunidade, de 
fruir das artes e de participar 
do progresso científico e de 
A introdução de um artigo específico acer-
ca do direito dos povos à proteção de sua 
vida cultural foi consequência do horror pro-
movido pelo nazismo na Alemanha, sistema 
político liderado por Adolf Hitler, que motivou 
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 
Importante entender que o nacional-
-socialismo era uma ideologia de extrema-
-direita baseada na perseguição e extermínio 
daquelas pessoas e de culturas diferentes 
dos padrões culturais alemães (germânicos), 
considerados pelos nazistas como “seres 
o Partido 
Nazista executou cerca de 11 milhões de 
pessoas entre judeus, ciganos, maçons, 
homossexuais, comunistas, testemunhas 
de Jeová, poloneses, soviéticos, pessoas 
com deficiências físicas ou mentais. 
PARA OS
CURIOSOSCURIOSOS
Confira a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos na íntegra em: 
www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/
Language.aspx?LangID=por
72 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Para cumprir essa determinação da De-
claração Universal dos Direitos Humanos, a 
Unesco aprovou, em 2003, a Convenção 
para a Salvaguarda do Patrimônio Cultu-
ral Imaterial. Este documento foi ratificado 
por 175 países e se tornou a principal re-
ferência na criação de políticas públicas 
para garantir a proteção a diversidade 
cultural como um direito de povos e na-
ções, assim definindo o patrimônio imaterial: 
Entende-se por ‘patrimônio cultural imate-
rial’ as práticas, representações, expressões, 
conhecimentos e competências – bem 
como os instrumentos, objetos, artefatos e 
espaços culturais que lhes são associados 
– que as comunidades, grupos e, eventual-
mente, indivíduos reconhecem como parte 
de seu patrimônio cultural. Este patrimônio 
cultural imaterial, transmitido de geração 
em geração,é constantemente recriado 
pelas comunidades e grupos em função do 
meio em que vivem, de sua interação com 
a natureza e da sua história e, confere-lhes 
um sentido de identidade e de continuida-
de, promovendo assim, o respeito pela di-
versidade cultural e a criatividade humana. 
Para fins da presente Convenção, será leva-
do em conta apenas o patrimônio cultural 
imaterial que seja compatível com os instru-
mentos internacionais de direitos humanos 
existentes e com os imperativos de respeito 
mútuo entre comunidades, grupos, indiví-
duos e do desenvolvimento sustentável. 
No Brasil, antes mesmo desse documento 
da Unesco, a Constituição de 1988, no seu ar-
tigo 216, conceituou o patrimônio cultural 
brasileiro como os “bens de natureza ma-
terial e imaterial, tomados individualmente 
ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, ação e a memória dos diferentes 
grupos que formam a sociedade brasileira”.
claração Universal dos Direitos Humanos
Unesco aprovou, em 2003, a 
para a Salvaguarda do Patrimônio Cultu-
ral Imaterial. 
por 175 países e
ferência na criação de políticas públicas 
para garantir a proteção a diversidade 
cultural como um direito de povos e na-
ções
da Unesco, a Constituição de 1988, no seu ar-
tigo 216, conceituou o 
brasileiro
terial e imaterial, tomados individualmente 
ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, ação e a memória dos diferentes 
grupos que formam a sociedade brasileira”.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 73
O referido artigo define que o patrimô-
nio cultural contempla as formas de expres-
são, a criação artística e tecnológica, os mo-
dos de viver, as obras, objetos, documentos 
e espaços destinados às manifestações 
artístico-culturais. Estabelece que cabe ao 
Estado, em colaboração com a sociedade, 
proteger o patrimônio cultural através dos 
mecanismos de inventários, registros, de-
sapropriação e vigilância, bem como atra-
vés da adoção de ações de cautela.
Em 1997, a proteção ao patrimônio cul-
tural no Brasil ganhou uma direção mais 
efetiva durante a realização do Seminário 
Patrimônio Imaterial: estratégias e formas 
de proteção, realizado no Ceará durante 
as comemorações os 60 anos do Iphan. 
Durante o Seminário foi divulgado o docu-
mento que ficou conhecido como a Carta 
de Fortaleza, que defendeu a adoção de 
uma política nacional de preservação 
do patrimônio cultural, implementada 
no Decreto nº 3.551/2000 que criou o Pro-
grama Nacional de Patrimônio Imate-
rial. Esta lei define que o modo como o 
patrimônio cultural deve ser identificado é 
através do registro e não do tombamen-
to, como ocorre com o patrimônio mate-
rial, pois os bens de natureza cultural são 
definidos como bens intangíveis.
Para receber o reconhecimento como 
patrimônio, as práticas culturais devem 
ser consideradas referências culturais, 
ou seja, transmitidas há várias gerações 
por meio da memória, marcando a iden-
tidade de grupos sociais e favorecendo 
o sentido de pertencimento dos indiví-
duos às suas comunidades de origem. 
Além de ser uma referência cultural, um 
saber-fazer para receber o título de patri-
mônio cultural imaterial brasileiro de-
verá ser aprovado no Conselho Consultivo 
do Patrimônio Cultural. 
O Iphan é o órgão responsável por re-
ceber os pedidos de registro, que devem 
ser encaminhados por representantes da 
sociedade civil, instituições públicas 
ligadas aos poderes públicos de estados, 
municípios ou da União. 
Após acolher o pedido de registro, o Iphan 
realiza uma pesquisa documental junto aos 
locais e comunidades, recolhendo depoi-
mentos de mestres, fotografias, registros so-
noros, filmes, trabalhos acadêmicos, a fim de 
reunir o maior número de informações possí-
veis acerca do bem a ser registrado. Esta fase 
do processo de registro também é conhecida 
como inventário. A partir da documentação 
reunida é redigido um Dossiê de Registro 
que indicará em qual dos Livros de Registro 
o bem cultural deverá ser registrado:
• Livro de Registro dos Saberes: onde 
são inseridos os conhecimentos e os 
modos de fazer que fazem parte da 
identidade cultural da sociedade. São 
técnicas de produção, habilidades 
próprias na produção de objetos que 
identificam grupos e comunidades.
• Livro de Registro das Formas de 
Expressão: se referem às artes e lin-
guagens através das quais as comu-
nidades, grupos e etnias transmitem 
seus saberes, como a música, artes 
cênicas, literatura, pintura, dança.
• Livro de Registro das Celebrações: 
são cerimônias que marcam a vida 
social de uma comunidade, como 
festas, procissões, romarias e cele-
brações rituais do calendário. 
No site do Iphan (portal.iphan.
gov.br/) você encontra a relação de 
todos os bens declarados como 
patrimônio cultural imaterial 
do Brasil. Além disto, é possível 
baixar o dossiê de registro 
(que traz o inventário dos bens 
registrados) e documentários.
No site do Centro Nacional de 
Folclore e Cultura Popular (www.
cnfcp.gov.br/) você terá acesso 
aos documentos da Comissão 
Nacional de Folclore, que também 
produziu um inventário minucioso 
de diversas formas de expressão 
da cultura brasileira. 
No site da Unesco (nacoesunidas.
org/agencia/unesco/) você 
terá acesso à relação de bens 
registrados como patrimônio 
cultural da humanidade.
PARA OS
CURIOSOS
74 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
PARA OS
CURIOSOS
Quer conhecer a Convenção para 
a Salvaguarda do Patrimônio 
Cultural Imaterial na íntegra? 
Acesse: ich.unesco.org/doc/
src/00009-PT-Portugal-PDF.pdf
O estado do Ceará foi um dos 
primeiros do país a criar uma lei 
específica de reconhecimento do 
saber dos mestres. A Lei nº 13.842/06 
criou o Livro de Registro dos 
“Tesouros Vivos da Cultura”. Este 
livro reconhece o saber e as técnicas 
de pessoas, grupos e coletividades 
considerados relevantes para 
o fortalecimento da identidade 
cultural de comunidades no Ceará. O 
reconhecimento é dado por meio de 
um diploma. Aos mestres e grupos 
que comprovem estar em situação 
de vulnerabilidade econômica, o 
estado concede um auxílio financeiro. 
Esta Lei foi considerada um marco 
no reconhecimento do papel dos 
mestres na transmissão da cultura.
SE
LIGA!
• Livro de Registro dos Lugares: são 
incluídos os espaços que marcam a 
identidade coletiva, tais como feiras, 
mercados, lugares de devoção, san-
tuários, praças, referência naturais. 
Para ser reconhecido como patrimô-
nio, um bem cultural precisa ser pratica-
do há várias gerações. É necessário haver 
uma continuidade histórica, quando a 
comunidade possui um papel de manter 
o bem cultural vivo ao longo do tempo. 
Após ser reconhecido, o bem registrado 
passa a receber a proteção do Estado 
contra a apropriação indevida. O Estado 
também passa a ter a obrigação de pro-
mover políticas públicas que garantam a 
sua salvaguarda e divulgação, destinan-
do recursos para esse fim.
Para que as ações de salvaguarda pos-
sam ser realmente implantadas é funda-
mental a participação dos detentores, 
ou seja, das pessoas que fazem parte da 
comunidade onde aquele bem cultural é 
vivido no cotidiano. Esta participação deve 
se dar por meio da atuação da comuni-
dade e dos mestres. A população precisa 
ter vez e voz na gestão de seu patrimônio. 
A salvaguarda do patrimônio cultural deve 
ser democrática e compartilhada entre os 
poderes públicos e a sociedade. 
No Brasil, instituições como o Iphan e o 
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popu-
lar, além de diversas associações culturais, 
organizações da sociedade civil (OSCs), gru-
pos culturais, universidades contribuíram 
com ações, pesquisas e diversas formas de 
atuação para o reconhecimento e a prote-
ção do patrimônio cultural brasileiro. E, ali-
ás, no seu bairro ou cidade, você conhece 
um grupo ou alguém que poderia ser consi-
derado um Tesouro Vivo?
Salvaguarda
Proteção concedida 
por instituições ou 
autoridades.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 75
pintura, chamada Kusiva, que se caracteri-
za por padrõesgráficos específicos. Os de-
senhos e formas geométricas pintados nos 
objetos e nos corpos dos habitantes das 
aldeias representam animais, objetos, par-
tes do corpo e crenças a respeito da origem 
desse povo. A técnica de pintura e padrões 
gráficos representam um sistema de comu-
nicação, uma linguagem própria daquele 
grupo e uma forma de expressão. 
Em 2002. A arte Kusiva foi registrada 
como patrimônio cultural imaterial pelo 
Iphan. No ano seguinte, foi reconhecida 
pela Unesco como Patrimônio da Huma-
nidade. Você sabia disso? Havia ouvido fa-
lar desses índios e/ou da arte Kusiva?
Pois além da arte Kusiva, herdamos dos 
antepassados indígenas a cestaria, a ola-
ria, diversas técnicas agrícolas, o uso da 
farinha de mandioca, o hábito de dormir 
em redes, a sabedoria do uso das plantas 
medicinais. Todos esses saberes resistiram 
à destruição da maior parte das comuni-
dades nativas e são preservadas principal-
mente pelos povos residentes na Amazô-
nia, onde se encontra o maior número 
de terras tradicionalmente ocupadas e 
reservas indígenas. Esses grupos, ainda 
hoje, preservam o saber dos primeiros ha-
bitantes do território brasileiro.
Além da herança cultural indígena, a cul-
tura brasileira é formada pela presença de 
manifestações culturais vindas da África du-
rante a escravidão. Uma diversidade cultural 
que já existia há milhares de anos no conti-
nente africano, o berço da humanidade. Os 
povos bantos, angola, jejês e yorubás, além 
dos malês e hauçás (convertidos ao islamis-
mo) trouxeram diversas crenças, costumes, 
religiões e formas de expressão para o Brasil. 
5.
RECONHECENDO 
E IDENTIFICANDO 
NOSSOS SABERES 
E FORMAS DE 
EXPRESSÃO
odos os brasileiros são herdei-
ros dos costumes e técnicas 
desenvolvidas pelas comuni-
dades indígenas que ocupa-
ram o continente americano 
há pelo menos 12 mil anos. 
Na Amazônia, assim 
como nos territórios co-
nhecidos atualmente como 
Nordeste, Sudeste e Sul, achados arqueo-
lógicos de diversos povos mostram como 
os primeiros grupos que habitaram esses 
lugares desenvolveram técnicas de caça e 
a produção de artefatos, como esculturas, 
urnas funerárias e pinturas rupestres. 
Além da relação com a sobrevivência, 
a produção de artefatos possui a função 
ritual, demonstrando as crenças partilha-
das coletivamente. 
Os Wajãpi são índios que vivem atu-
almente nas regiões banhadas pelos rios 
Oiapoque, Jari e Araguari, no oeste do Ama-
pá, e pertencem à tradição e língua tupi-
-guarani. Esses povos desenvolveram um 
complexo sistema artístico através da pin-
tura corporal, confecção de cestos, armas 
de caça, tecelagem e objetos de madeira. 
Esses materiais recebem uma técnica de 
76 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Durante o processo da diáspora negra 
(imigração forçada de africanos na condição 
de escravizados), os africanos que vieram 
para o Brasil conseguiram preservar muitos 
seus costumes como um modo de resistir à 
escravidão. Enfrentando as diferentes for-
mas de racismo e o preconceito racial, a 
identidade africana se afirmou na socieda-
de brasileira. A diversidade cultural do Bra-
sil é marcada pela cultura afro-brasileira da 
qual somos todos herdeiros e guardiões. 
O candomblé e a umbanda são as mais 
importantes expressões da religiosidade 
afro-brasileira. O samba de roda do Recôn-
cavo baiano, o tambor de crioula do Mara-
nhão (mistura de canto, dança circular, per-
cussão, coreografia e umbigada) e o jongo 
(dança coletiva com tambores e saudações 
praticadas pelos escravos nas fazendas de 
café e de cana-de-açúcar do Rio de Janeiro, 
São Paulo e Espírito Santo) são formas de ex-
pressão que reúnem diversas linguagens, sa-
beres e crenças. Através do preparo do aca-
rajé (bolinho consumido na África Ocidental 
e que veio para o Brasil por meio dos escra-
vizados), as baianas de Salvador perpetuam 
um modo de fazer uma iguaria que surgiu 
como oferenda aos orixás e possui um sig-
nificado simbólico na cultura afro-brasileira. 
Na Bahia, no final dos anos 1970, mili-
tantes do movimento negro, pesquisadores, 
estudantes, carnavalescos e políticos come-
çaram a denunciar a decadência e a descarac-
terização da capoeira. Naquele momento, as 
academias tradicionais de capoeira estavam 
desaparecendo e a prática estava perdendo 
suas características como forma de expres-
são de matriz africana, sendo introduzida nas 
escolas apenas como uma arte marcial, um 
esporte. A capoeira havia perdido seu sentido 
cultural e isso seria uma perda de re-
ferências não só para os milhões de 
brasileiros de descendência africa-
na, para os descendentes de escra-
vizados que mantiveram a capoeira 
como uma prática de resistência cultu-
ral, mas para todos os cidadãos brasilei-
ros que deixariam de ter acesso à diversidade 
cultural da nossa sociedade. 
Assim, em 2008, a roda de capoeira foi 
reconhecida como patrimônio cultural ima-
terial do Brasil. No Iphan, a roda de capoeira 
foi inscrita em dois livros de registro: por se 
expressar através do jogo, da dança e da mú-
sica, dos elementos das religiosidades afro-
-brasileiras, a capoeira foi inscrita como uma 
forma de expressão. Mas a roda de capoeira 
tem um outro aspecto muito importante: a 
transmissão deste saber através dos seus mes-
tres. Por este motivo, o ofício dos mestres 
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 77
PARA OS
CURIOSOS
Na sua cidade ou estado, quais 
as expressões culturais imateriais 
que você considera reveladoras 
da identidade da sua sociedade? 
Elas já foram registradas pelo 
Iphan ou por outros órgãos de 
preservação do patrimônio?
Iphan ou por outros órgãos de 
preservação do patrimônio?
A literatura de cordel tem uma relação 
muito próxima com a poesia cantada de 
improviso, conhecida como repente. É um 
gênero literário que possui três caracterís-
ticas essenciais: métrica, rima e narrati-
va. A poesia em versos chegou ao Brasil 
através dos colonizadores portugueses. 
Ao final do século XIX, a cantoria se tornou 
uma prática cultural muito difundida, es-
pecialmente na Paraíba, Pernambuco, Rio 
Grande do Norte e Ceará. 
No início do século XX surgiram as primei-
ras tipografias destinadas exclusivamente a 
impressão dos folhetos de cordel, como vi-
mos no módulo 4 de nosso curso. Os poetas 
de cordel se tornaram artistas muito popu-
lares nas feiras e em mercados públicos e o 
cordel ganhou o apelido de “jornal do sertão”. 
As histórias de príncipes e princesas, as 
narrativas sobre o cangaço, sobre padre Cí-
cero, sobre as secas e sobre o cotidiano da 
população contribuíram para tornar o cor-
del um gênero literário extremamente po-
pular, passando a ter seus folhetos ilustra-
dos com xilogravuras. Os cangaceiros, João 
Grilo e o Pavão Misterioso passaram a fazer 
parte do imaginário social dos brasileiros. 
Os cearenses tiveram o privilégio de usu-
fruir do saber de inúmeros cordelistas, re-
pentistas e xilógrafos. Da mesma forma que 
muitos sertanejos no passado aprenderam a 
ler por meio dos cordéis, atualmente, a lite-
ratura de cordel tem sido bastante difundida 
nas escolas e contribui para a formação da 
aprendizagem de crianças e jovens. Em al-
guns municípios, como Mauriti, no sul do Ce-
ará, a literatura de cordel e o repente fazem 
parte do currículo das escolas municipais.
que produzem os instrumentos, que fazem a 
roda de capoeira acontecer, que ensinam as 
músicas, os golpes, o ritmo e as danças aos 
mais jovens foi inscrito no Livro dos Saberes. 
Depois, em 2014, a roda de capoeira se-
ria reconhecida como Patrimônio Cultural 
Imaterial da Humanidade. Atualmente é 
praticada em 115 países. No Brasil é pre-
senciada em todos os estados, sendo mais 
presente na Bahia, Rio de Janeiro, Pernam-
buco, Maranhão e no Ceará, onde é pratica-
da a partir da década de 1970 por meio de 
mestres pioneiros, como Zé Renato, Zé Ivan, 
João Baiano, Everaldo Ema, Rafael Magnata, 
Armando, Jorge Negão e mestra Vanda Dias. 
Em 2018, a literatura de cordel e a xi-
logravura foram reconhecidaspelo Iphan 
como patrimônio cultural do Brasil. Foi 
em forma de versos que os poetas redigiram 
o pedido de registro ao Iphan, em 2010:
Aqui eu peço clemência
A quem manda no poder
É só uma questão de querer
E de tomar providência
Não se trata de exigência
Só falta encaminhamento
Deste projeto atento
Dizendo claro e fiel
Queremos para o cordel
Seu registro e tombamento. 
(João Batista Melo) 
78 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
REFERÊNCIAS 
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Constituem Patrimônio Cultural Brasileiro; 
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TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: 
a questão do outro. São Paulo: Martins 
Fontes, 1982
AUTORA
Rosilene Alves de Melo é 
professora da Universidade Federal 
de Campina Grande (UFCG). Tem 
formação em História (graduação 
e mestrado) e em Antropologia 
(doutorado). Atualmente realiza 
estágio pós-doutoral no Instituto de 
Estudos Brasileiros da Universidade 
de São Paulo. Participou como 
consultora da Unesco na pesquisa 
de campo e redigiu o dossiê de 
registro que reconheceu a Literatura 
de Cordel como Patrimônio Cultural 
do Brasil pelo Iphan.
ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista 
gráfico, com extensa produção em 
projetos editoriais, sendo a maior 
parte destinada ao público infantil 
e infantojuvenil. Seu trabalho tem 
como base a pesquisa de materiais e 
estilos, envolvendo estudo de técnicas 
tradicionais de pintura, desenho, 
fotografia e colorização digital.
legislacao. Acesso em: 03 out. 2018.legislacao. Acesso em: 03 out. 2018.
________. Instituto do Patrimônio ________. Instituto do Patrimônio ________. Instituto do Patrimônio ________. Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional. Histórico e Artístico Nacional. Histórico e Artístico Nacional. Histórico e Artístico Nacional. Dossiê de Dossiê de Dossiê de 
Registro Arte Kusiwa:Registro Arte Kusiwa:Registro Arte Kusiwa:Registro Arte Kusiwa: pintura corporal e pintura corporal e pintura corporal e pintura corporal e 
arte gráfica Wajãpi. 2. ed. Brasília, Ministério arte gráfica Wajãpi. 2. ed. Brasília, Ministério arte gráfica Wajãpi. 2. ed. Brasília, Ministério arte gráfica Wajãpi. 2. ed. Brasília, Ministério arte gráfica Wajãpi. 2. ed. Brasília, Ministério arte gráfica Wajãpi. 2. ed. Brasília, Ministério 
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Horizonte: Editora UFMG/MinC/Iphan , 2005.
GUGLIELMO, Antonio Roberto. 
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Paulo: Brasiliense, 2008.Paulo: Brasiliense, 2008.
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acesso: 16 jan. 2020.acesso: 16 jan. 2020.
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Andaluza de Antropología,
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Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 79
Este fascículo é parte integrante do projeto 
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Patrimonial, em decorrência do Termo de 
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito 
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de 
Fortaleza, sob o nº 02/2019.
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fdr.org.br 
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