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Teoria e Métodos em Geografia – O pensamento geográfico Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Vivian Fiori Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco 5 Nesta unidade vamos tratar de duas concepções, redes ou correntes geográficas: a Geografia da Diferenciação de Áreas, mediante discussão das obras de Alfred Hettner e Richard Hartshorne e também da Geografia chamada de Pragmática ou Nova Geografia, principalmente discutindo a abordagem teórico-quantitativa. Entremeando estas concepções, vamos abordar sobre a concepção chamada de Geografia Tradicional. Analisar a produção geográfica de Hettner e Hartshorne e da Geografia de Diferenciação de Áreas. Evidenciar as características da Geografia Pragmática, dando ênfase à Geografia Teórico-Quantitativa. Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática · A Geografia da Diferenciação de Áreas · A Geografia Tradicional · Nova Geografia, Geografia Teorética, Geografia Pragmática 6 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Contextualização A Geografia Tradicional produzida por autores como Ratzel e Vidal La Blache era significativamente empirista e de cunho positivista, numa perspectiva de estudos da relação do homem com o meio. Ou seja, produziam conhecimento geográfico, sempre enfatizando esta relação ao longo da história. Contudo, no começo do século XX outros autores produziram obras que tinham outras perspectivas do que seria a Geografia e como se deveria estudá-la. Um desses autores e o norte- americano Richard Hartshorne. Leia atentamente o texto a seguir: Hartshorne argumentou que os fenômenos variam de lugar a lugar, que as suas inter-relações também variam, e que os elementos possuem relações internas e externas à área. O caráter de cada área seria dado pela integração de fenômenos inter-relacionados. Assim, a análise deveria buscar a integração do maior número possível de fenômenos inter-relacionados. Exemplificando: o pesquisador seleciona dois ou mais fenômenos (p. ex. clima, produção agrícola, tecnologia disponível), observa-os na área escolhida, relaciona-os. Seleciona outros (p. ex. topografia, estrutura fundiária, relações de trabalho), observa-os, relaciona-os; repete várias vezes este procedimento, tentando abarcar o maior número de fenômenos (tipo de solo, destinação da produção, número de cidades, tamanho do mercado consumidor, hidrografia etc.); uma vez de posse de vários conjuntos de fenômenos agrupados e inter- relacionados, integra-os inter-relacionando os conjuntos; repete todo este procedimento, com novos fenômenos, ou novos agrupamentos dos mesmos fenômenos,em conjuntos diferentes; afinal, integram-se, entre si, os conjuntos já integrados separadamente. Este processo pode ser repetido inúmeras vezes, até o pesquisador julgar suficiente para se compreender o caráter da área enfocada. A esta forma de estudo Hartshorne denominou a Geografia Idiográfica. Seria uma análise singular (de um só lugar) e unitária (tentando apreender vários elementos), que levaria a um conhecimento bastante profundo de determinado local (MORAES, 2003). Como se observa na citação de Antonio Carlos Robert Moraes (2003), Hartshorne propunha estudos de uma “área” e a partir dessa relacionar os fenômenos dessa área. Sua perspectiva é corográfica (estudo das áreas), regional, mas difere de outras obras consideradas tradicionais, pois não parte da história e nem da relação do homem com o meio, e sim relacionar e integrar os fenômenos de uma determinada área, escolhida a critério do pesquisador. Logo, na segunda metade do século XX este discurso, esta concepção geográfica foi considerada mais uma corrente da Geografia e uma transição para a Nova Geografia. 7 A Geografia da Diferenciação de Áreas Se no final do século XIX e início do século XX a Geografia desenvolvida na Europa, difundida pelo mundo, era principalmente produzida pelos alemães e franceses, geralmente numa perspectiva da relação do homem com o meio, houve também autores cujas propostas eram distintas em relação aos famosos autores Ratzel e Vidal de La Blache, por exemplo. Este foi o caso de Alfred Hettner (1859-1941), alemão, considerado de matriz teórica diferente, pois trouxe à Geografia a concepção de estudo de diferenciação de áreas, numa perspectiva regional. Hettner produziu trabalhos entre 1890 e 1910, sendo suas obras consideradas uma terceira via aos estudos geográficos da época, conforme concepção de Moraes (2003), além do determinismo e possibilismo geográficos. Alfred Hettner propôs a Geografia como a Ciência que estuda a diferenciação das áreas, ou seja, o estudo das formas da inter-relação dos elementos, no espaço terrestre numa determinada área. Neste sentido, a obra do autor não atribuía à Geografia estudar a relação do homem com o meio, mas sim a partir de uma determinada área estudar os seus elementos de forma integrada. A tentativa de Hettner era buscar uma nova concepção para estudar Geografia que não tivesse base na história, na ocupação e relação do homem com a natureza. Já Richard Hartshorne (1899-1992), americano, baseando-se inicialmente na proposta de Hettner, propôs novas formas de conceber Geografia. Publicou em 1939 o livro A natureza da Geografia e, em 1959, Propósitos e natureza da Geografia. Segundo sua concepção, as Ciências não teriam suas existências relacionadas ao objeto de estudo, pois para ele o que diferenciaria a Geografia das demais Ciências seria seu método peculiar: de compreender a integração dos fenômenos numa dada área. Enquanto outras Ciências estudavam fenômenos específicos sem integrá-los, caberia à Geografia fazer a integração. O autor propõe um estudo geográfico que não isolaria os fenômenos, mas sim trataria de suas inter-relações. Ou autor critica a concepção clássica de autores como Vidal de La Blache e Ratzel pela perspectiva da relação homem-meio. Desse modo, para o autor o que diferencia a Geografia de outras Ciências é o seu método. Assim explica Hartshorne (1978, p. 78) sobre o método de Geografia: Geografia não reivindica qualquer fenômeno particular como claramente o seu próprio, mas sim estudos de todos os fenômenos que são significativamente integrados nas áreas de estudos que, independentemente do fato de que esses fenômenos podem ser de interesse para os outros alunos a partir de um ponto de vista diferente. Cabe ao pesquisador definir sua área de pesquisa e posteriormente selecionar os elementos a serem relacionados. Conforme aponta o próprio Richard Hartshorne (1939, p. 462) sobre o que é Geografia, segundo sua concepção: Nate Realce Nate Realce Nate Realce 8 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática uma Ciência que interpreta as realidades da diferenciação de áreas do mundo, tais como elas são encontradas, não somente em termos das diferenças de certos elementos de lugar para lugar, mas também em termos da combinação total dos fenômenos em cada lugar, diferente daquelas que se verificam em cada um dos outros lugares. Na medida em que esta relação estabelece menos profundidade e propõe leis gerais é chamada de Geografia Nomotética (proposição de leis). Por exemplo, se ao definir uma área (core) para ser pesquisada, caso de uma área urbanizada o pesquisador fizer a relação, por exemplo, de padrão de moradia, renda dos moradores, nível de escolaridade, tipo de consumo etc., relacionando estes elementos ou fatores estabelecerá leis gerais. Neste caso quanto maior o nível de escolaridade e maior renda, maior o padrão de consumo e o alto padrão de moradia. Isto é uma lei geral que serve para vários lugares do mundo. Contudo, se formos aprofundando estas relações com mais e mais fatores, sempre os relacionando, teremos informações mais aprofundadas, específicas, peculiares de uma determinada área, que se denomina Geografia Idiográfica. SegundoAntonio Carlos Robert Moraes (2003) o método proposto de Hettner e Hartshorne é mais dedutivo 1, baseando-se em concepções neokantistas. Desse modo afirma Moraes (2003, p. 85): A outra grande corrente do pensamento geográfico que se poderia denominar com certa impropriedade Geografia racionalista, vinculou-se aos nomes de A. Hettner e R. Hartshorne. O fato de se denominar racionalista esta corrente advém de sua menor carga empirista, em relação às anteriores. Esta perspectiva, a terceira grande orientação dentro da Geografia Tradicional, privilegiou um pouco mais o raciocínio dedutivo, antecipando um dos móveis da renovação geográfica nos anos sessenta. Isto decorreu da diferenciada fundamentação filosófica destes autores. A Geografia de Ratzel e a de Vidal tiveram sua raiz filosófica no positivismo de Augusto Comte, a qual foi passada acriticamente para seus seguidores. A geografia de Hettner e Hartshorne fundamentava-se no neokantismo de Rickert e Windelband. O fato de ter sido menos empirista não quer dizer que esta proposta tenha rompido com este traço marcante de toda a Geografia; apenas ela não se negou também ao uso da dedução. Assim, a Geografia proposta por Hartshorne busca romper com o positivismo da Geografia Clássica, mas ao mesmo tempo, ainda é considerada tradicional, pois não rompe com o fato dos elementos sociais e políticos não serem analisados como processos que geram desigualdades. E também por igualmente ser bastante descritivo. 1 Dedução é uma forma de argumento no qual partindo de premissas verdadeiras chega-se por meio da lógica à validade da informação ou da afirmação. Um exemplo clássico para explicar isso é: sentença 1: “Todo ser humano é mortal”; sentença 2: “Epaminondas é homem”; Conclusão: Epaminondas é homem, logo é mortal, daí a sentença conclusiva é uma dedução. Ou seja, deduz-se que Epaminondas é mortal porque é homem, isto segue uma lógica dedutiva a partir da afirmação inicial que todo ser humano é mortal. 9 Alfred Hettner Conforme Ruy Moreira, Alfred Hettner tinha uma concepção geográfica, neokantiana, tanto idiográfica quanto nomotética, sempre na perspectiva regional. Conforme explica o autor: O texto que o leitor vai ler é a solução encontrada pelo neokantiano Hettner. Hettner põe a geografia no plano de encontro do nomotetismo e do ideografismo, centrando a referência unitária no conceito de região. A região é a categoria universal da Geografia, o conceito portador da capacidade de oferecer uma visão unidade de espaço (Hettner diz corológica) à pluralidade dos aspectos físicos e humanos, e de assim forjar a síntese de mundo, o que é a identidade metodológica e científica da Geografia. Chega- se a síntese regional por intermédio da interação entre a Geografia sistemática, parte da Geografia encarregada de realizar a análise dos fenômenos no seu plano tópico, e a Geografia regional, a verdadeira Geografia, e que serve da primeira, ao tempo que impõem-lhe a necessária unidade sintética (MOREIRA, [20--]). A partir destes estudos de áreas, numa perspectiva regional ou corológica (estudo das áreas), surgiram estudos tópicos em Geografia: Geografia do Petróleo, do Cacau, da Pesca, do Transporte etc., como conhecimentos sobre temáticas especificas. Um dos problemas desta perspectiva é que ao estudar uma área, acaba-se perdendo o sentido de totalidade do espaço, já que sobretudo com o processo de globalização, algumas relações são globais e não explicam apenas e tão somente numa determinada área. Além disso, apesar das diferenças entre esta perspectiva geográfica e autores como Vidal de La Blache, ambas abordagens são consideradas tradicionais. A seguir vamos evidenciar as características da Geografia Tradicional. A Geografia Tradicional A chamada Geografia Tradicional é uma denominação a um conjunto de autores e obras que privilegiaram a descrição dos fenômenos geográficos, sobretudo pós-século XIX, cujos métodos usados são principalmente o empirismo e o positivismo. Nesta perspectiva tradicional é comum nomear, situar e localizar fatos e fenômenos geográficos e classificá-los, sem muito entender a importância disso ou mesmo sem pouco se importar com os processos de formação de fenômenos e situações a serem estudadas pela Geografia. 10 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Neste sentido, trata-se da perspectiva tradicional de ensino, no qual saber nomear, localizar e classificar é o mais importante. Contudo, é fundamental entender que Geografia não é somente a localização de fenômenos, tampouco se trata apenas de nomear formas de relevo, climas e vegetações, entre outros fenômenos. Geografia Tradicional Uma primeira manifestação dessa filiação positivista está na redução da realidade ao mundo dos sentidos, isto é, em circunscrever todo trabalho científico ao domínio da aparência dos fenômenos. Assim, para o positivismo, os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis, palpáveis. Como se os fenômenos se demonstrassem diretamente ao cientista, o qual seria mero observador. Daí a limitação de todos os procedimentos de análise à introdução, posta como a única via de qualquer explicação científica. Tal postura aparece na Geografia através da desgastada máxima – “A Geografia é uma Ciência empírica, pautada na observação” – presente em todas as correntes dessa disciplina. Em primeiro lugar, coloca-se algo que é comum a todas as Ciências – o referir-se ao real – como um elemento de especificidade da Geografia. E mais, numa visão empobrecedora da realidade, reduz-se esta a mero empirismo. A descrição, a enumeração e classificação dos fatos referentes ao espaço são momentos de sua apreensão, mas a Geografia Tradicional se limitou a eles; como se eles cumprissem toda a tarefa de um trabalho científico. E, desta forma, comprometeu estes próprios procedimentos, ora fazendo relações entre elementos de qualidade distinta, ora ignorando mediações e grandezas entre processos, ora formulando juízos genéricos apressados. E sempre concluindo com a elaboração de tipos formais, a-históricos e, enquanto tais, abstratos (sem correspondência com os fatos concretos). Esta concepção, presente em todas as definições apresentadas, emperrou a possibilidade de chegar a Geografia a um conhecimento mais generalizador, que não fosse à custa do formalismo tipológico. Enfim, de que ele ultrapassasse a descrição e a classificação dos fenômenos. Por esta razão, a Geografia Geral, tão almejada pelos geógrafos, na prática sempre se restringiu aos compêndios enumerativos e exaustivos, de triste memória para os estudantes do secundário (MORAES, 2003, p. 29-30). Como afirma a geógrafa Clarice Cassab (2009, p. 48) sobre a Geografia Tradicional: No ensino, essa Geografia se traduziu pelo estudo descritivo das paisagens naturais e humanizadas e por procedimentos didáticos marcados pela descrição e a memorização dos elementos que compõem as paisagens. Assim, cabia ao aluno “descrever, relacionar os fatos naturais e sociais, fazer analogias entre eles e elaborar suas generalizações ou sínteses”. Apesar das críticas que possam ser feitas aos autores tradicionais da Geografia, produziram conhecimento empírico e um acervo de informações geográficas, constituindo-se em possibilidades de novas pesquisas a partir daí. 11 Depois é importante perceber que apesar de Ritter, Ratzel, Vidal de La Blache serem autores clássicos considerados tradicionais, não significam que sejam autores com propostas similares. Há diferenças nas propostas destes autores, mas o que há de comum é a perspectiva histórica ao tratar do conhecimento geográfico e por não terem discutido o espaço ou a paisagem pelo viés das diferenças das classes sociais. Baseando-se no empirismo e no positivismo tornaram a Geografia uma Ciência mais da aparência do que da essência. Além disso, há nesta proposta, uma naturalização do homem, visto como grupos humanos e não socialmentedividido em classes. No ensino de Geografia, a “Geografia Tradicional” é sinônima de memorização de nomenclaturas e nomes, da Geografia vista como “Ciência dos lugares”, da fragmentação do conhecimento (quadro natural, humano e econômico), de classificações, entre outras condições que geralmente são associadas à ideia de “Geografia Tradicional”. Entre outros, Milton Santos (2004), Antonio Carlos Robert Moraes (2003) e Ruy Moreira (2009) afirmam que a Geografia Tradicional não vinha mais conseguindo explicar o mundo no pós-Segunda Guerra Mundial, pois este torna-se cada vez mais complexo, mais global, o que faz com que a forma de entender o mundo da Geografia Tradicional e suas categorias não seja mais adequada para compreendê-la. Segundo Moraes (2003, p. 96): “O desenvolvimento das Ciências e do pensamento filosófico ultrapassara em muito os postulados positivistas, que apareciam agora como por demais simplistas e pueris”. De fato, o mundo foi se tornando cada vez mais global, mais integrado do ponto de vista da economia, das técnicas e de alguns padrões socioculturais. Desse modo, fazer uma divisão de continentes, por exemplo, e ir explicando suas diferenças torna-se um procedimento equivocado, porque há redes e grupos de países que comandam outros, ou mesmo territórios que são mais globais do que outros e a simples divisão continental é uma visão muito tradicional do espaço. Se na explicação de Vidal de La Blache, considerado um geógrafo clássico tradicional, cada grupo humano em sua relação com o meio produzia diferentes regiões-paisagens, mediante técnicas locais; com a globalização as técnicas vão se tornando cada vez mais universais e, portanto, não podem ser explicadas mais apenas na mediação homem-meio, pois não são mais somente locais e regionais. Contudo, as transformações teórico-metodológicas na Geografia não se deram somente pelas mudanças do mundo, pois há outras mediações – como a questão ideológica – que perpassam as Ciências, bem como as forças que as engendram, que são providas de poder, além da tradição do que seja Geografia. Escolher uma ou outra proposta de discurso ou “escola” geográfica também passa pelo conjunto de ideias que o adepto tem em relação ao conhecimento científico e sobre o mundo, assim a conhecimento científico nunca é neutro. A partir dos anos 1950 e, sobretudo pós-1970, houve publicações que se contrapuseram a esta forma tradicional de compreender Geografia, entre elas destacamos a Nova Geografia, a Geografia Crítica e a Geografia Humanista. A seguir vamos expor outra concepção geográfica: A Nova Geografia. 12 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Nova Geografia, Geografia Teorética, Geografia Pragmática Termos como a Geografia Teórico-Quantitativa, Pragmática, Teorética Nova Geografia normalmente são vistas como concepções similares do conhecimento geográfico. O termo Nova Geografia refere-se ao fato desta abordagem buscar romper com a chamada Geografia Tradicional. Neste sentido, esta concepção ou matriz teórico-metodológica critica a Geografia Tradicional, pois afirma que esta não conseguia mais explicar as transformações no espaço. No período pós-Segunda Guerra Mundial houve várias mudanças espaciais e no rearranjo dos países, caso das classificações que passaram a ser usadas: países desenvolvidos versus subdesenvolvidos, assim como capitalistas versus socialistas. Nesse período ocorreram revoluções técnicas, caso da cibernética e da informática, o que também transformou algumas Ciências. Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1948 e posteriormente à sua criação começaram a lançar dados socioeconômicos sobre os países, comparando-os. A Estatística ganhou força em algumas Ciências, caso da Economia, da Geografia, entre outras, de forma que passaram a usar dados cada vez mais complexos para a comparação entre os países. Antonio Carlos Robert Moraes (2003) denomina de Geografia Pragmática esta Geografia que se utiliza de métodos matemáticos e é mais comum em atividades de planejamento urbano, regional e/ou territorial. Ou seja, para planejar o território passam a usar cálculos matemáticos, índices, fórmulas, estatística complexa na definição de indicadores e informações para planejar o espaço. Autores dessa nova concepção buscam através do método neopositivista explicar o mundo, segundo eles, de uma forma neutra, já que buscam se distanciar das abordagens tradicionais e também da Geografia Crítica. A Geografia teórico-quantitativa usa principalmente modelos matemáticos como procedimento de análise da realidade. Uso da matemática e estatística como método de análise dos fenômenos. Exemplo: ao estudar uma região, a análise começaria pela contagem (população, estabelecimentos agrícolas etc.), depois deveria dar um tratamento estatístico, cujos resultados finais dariam os resultados sobre o local. Como explica Milton Santos (2004, p. 60): Por isso se ouvia falar freqüentemente em uma “Nova Geografia” (New Geography) “que se queria caracterizar por ser não apenas diferente, mas também em oposição e até mesmo em contradição com a geografia “tradicional”. A escolha da denominação não foi inocente. Os defensores dessa nova linha buscavam deixar clara sua distância em relação a uma Geografia que, para muitos deles, não seria somente uma Geografia ultrapassada, mas, sobretudo uma “não Geografia”. A Geografia Teórico-Quantitativa utiliza-se de procedimentos metodológicos estatísticos e modelos matemáticos nas análises geográficas, com uma preocupação da medida, da análise de modelos e da classificação. 13 Alguns autores, caso de Ceron e Diniz (1970, p. 44), afirmam a importância da quantificação para o conhecimento geográfico: Sem dúvida nenhuma, métodos quantitativos devem ser empregados, tanto quanto possível, a fim de que os resultados possam ser medidos e comparados. Cada dia se tornam mais contestadas conclusões calcadas exclusivamente em observações de campo e análise de exemplos, em virtude do alto grau de subjetivismo, da impossibilidade de medir o grau de generalização dos exemplos tomados. Não é suficiente a descrição de um fato ou a comprovação de sua ocorrência em alguma área. Fundamental se torna que o mesmo seja quantificado, delimitado segundo critérios precisos e perfeitamente caracterizado. Essa concepção de que com o uso de métodos quantitativos poderia se comparar os países e outros níveis de escala espacial é discutível. Desse modo, tal abordagem ou “corrente” geográfica foi criticada por inúmeros geógrafos, entre eles Milton Santos (2004, p. 74-75), que diz: O maior pecado, entretanto, da intitulada Geografia quantitativa é que ela desconhece totalmente a existência do tempo e de suas qualidades essenciais [...] Em outras palavras, trabalha-se com os resultados, mas os processos são omitidos [...] O espaço que a Geografia matemática pretende reproduzir não é o espaço das sociedades em movimento e sim a fotografia de alguns de seus momentos. Para Milton Santos o fato de se “matematizar” ou “geometrizar” o espaço, esquecendo-se do processo histórico de sua formação é um dos equívocos da Geografia Teórico-Quantitativa. Já Antonio Carlos Robert Moraes (2003, p. 108) critica seu uso: “Em si mesma é apenas um acervo de técnicas, que se transforma em ideologia, ao tentar dissimular seu componente e sua eficácia política, ao se propor como processo neutro e puramente ‘objetivo’”. A concepção de que pelo uso de fórmulas, modelagens estatísticas a pesquisa seria neutra, desprovida de interesse político, pois como diz uma velha máxima: “os números falam por si”, é muito discutível, porque a escolha do método e dos procedimentos de uma pesquisa não se faz sem um caráter ideológico e/ou político. No Brasil, pós-anos 1960, a Geografia Teórico-Quantitativa ganhou adeptos, num primeiro momento devido ao fato de ser uma novidade, uma inovação do ponto de vista metodológico, depoispor conta do incentivo dos governos militares (1964-1985), já que esta pretensa neutralidade da Ciência geográfica se coadunava aos interesses dos governos ditatoriais. As transformações na política brasileira, sobretudo nos governos militares, conduziram a mudanças na Geografia brasileira. Em 1967, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge)2 foi transformado em fundação e incorporado ao Ministério de Planejamento, levando-o a um maior distanciamento da produção geográfica das Instituições de Ensino Superior (IES). Por outro lado, o planejamento ganhava destaque, com a estatística tornando-se fundamental na produção do Ibge e, principalmente, nos cursos que formavam bacharéis havia esta aproximação com a leitura geográfica mediante técnicas estatísticas e por modelos matemáticos, conhecida como Geografia Teórico-Quantitativa ou Teorética. 2 O Ibge foi criado pelo governo Vargas em 1937. Sua produção estava vinculada ao interesse nacional em elaborar pesquisas sobre o Brasil. 14 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Ainda em 1967, a Revista Brasileira de Geografia (RBG), publicada pelo Ibge, passou a tratar de temas relativos a outros países do mundo, mantendo-se, assim, até 1976, situação que aponta o controle dos governos militares em relação às publicações geográficas da RBG para que não aparecessem discussões sobre o território brasileiro. Além disso, no final dos anos 1960, os cursos de Geografia das Instituições de Ensino Superior federais passaram a ser parte dos institutos de geociências ou similares e não mais das Faculdades de Filosofia. Isto mostra o interesse do governo em torná-los mais técnicos e mais distantes de discussões políticas. Alguns autores afirmam que o método usado nesta perspectiva de Geografia é neopositivista ou o positivismo lógico. Conforme explica Roberto Lobato Corrêa (2006, p. 19-20): Calcada no positivismo lógico a revolução teorético-quantitativa da década de 1950 introduziu profundas modificações na Geografia, como apontam, entre outros, James (1972), Claval (1974), Christofoletti (1976), Santos (1978) e Capel (1982). Adotou-se a visão da unidade epistemológica da Ciência, unidade calcada nas Ciências da Natureza, mormente a Física. O raciocínio hipotético- dedutivo foi, em tese, consagrado como aquele mais pertinente e a teoria foi erigida em culminância intelectual. Modelos, entre eles os matemáticos com sua correspondente quantificação, foram elaborados e, em muitos casos, análogos aos das Ciências naturais. No plano prático as vinculações com o sistema de planejamento público e privado foram intensas. Como comenta Corrêa (2006), esta concepção da Geografia Teórico-Quantitativa baseia-se no positivismo lógico, no raciocínio hipotético-dedutivo. No uso de modelos matemáticos no planejamento. Autores como Shaefer, Bunge, Watson e Haggett trazem o conceito de espaço e abandonam o de paisagem, mas o espaço analisado a partir de um modelo matemático, de fórmulas e variáveis. É o caso, de esquemas centro-periferia, calculando-se as distâncias métricas entre o que seria o centro e a periferia espacial. Portanto, a partir do cálculo, da medida, se define o que é centro do que é periferia, por meio de uma fórmula ou de tecnologias computacionais afirma-se a distância. Sobre isso afirma Corrêa (2006, p. 22-23): Trata-se de uma visão limitada de espaço, pois, de um lado privilegia-se em excesso a distância, vista como variável independente. Nesta concepção, de outro lado, as contradições, os agentes sociais, o tempo e as transformações são inexistentes ou relegadas a um plano secundário. Alguns estudos de Geografia Urbana, de planejamento territorial, usam estas abordagens quantitativas e, em muitos casos, esquecem-se da dimensão política e cultural do espaço. Neste sentido, embora se autoproclamem neutra, escondem o interesse capitalista de, por meio da matemática, encobrir as questões sociopolíticas do espaço. Milton Santos (2004, p. 105) comenta sobre esta questão: Também do ponto de vista social, o espaço tem rugosidades e não é indiferente às desigualdades de poder efetivamente existentes entre instituições, firmas e homens. Todavia, o próprio fato de que as teorias espaciais e os seus derivados 15 – Economia Regional, Economia Urbana, Geografia Urbana, Análise Regional, Planificação Regional, Planificação Urbana etc. – em geral ignoram as estruturas sociais leva a que não se preocupem com os processos sociais nem com as desigualdades sociais. Acabam, simplesmente, por ignorar o homem. Por isso tais proposições não chegam a ser teorias, não passando de ideologias impostas ao homem com o objetivo de abrir caminho à difusão do capital. Quando Milton Santos usa o termo “rugosidades” está se referindo ao fato de que existe uma história que vem do passado e está presente até hoje (isto é a rugosidade espacial). Então não basta fazermos cálculos matemáticos para descobrimos a essência do espaço ou do território. Por que como vamos calcular a política? A cultura? A história? Como afirma Milton Santos (2004, p. 108): A New Geography representa uma involução. Baseada na economia neoclássica terminou por suprimir o homem, despersonalizando o homo sapiens, substituindo-o pelo homo economicus, que é nada mais que uma média: e o homem médio não existe. Desse modo, o procedimento mais comum nas análises da Geografia Teorética é a definição de um modelo matemático, fórmula ou estatística e sua posterior classificação conforme a quantificação definida. Importante ressaltar que o uso de dados estatísticos não torna necessariamente o estudo numa perspectiva da Geografia Teórico-Quantitativa ou Teorética, mas sim o uso de fórmulas, modelos matemáticos e computacionais como finalidade principal da análise. Outra proposta da Geografia Teorética é a chamada proposta Sistêmica, que usa modelos, como o geossistema, por exemplo, ou baseia-se na hierarquia das cidades, na Geografia de Walter Christaller, sobre Geografia Urbana, entre outras. Em alguns casos dessa proposta só se utiliza da concepção sistêmica, em outros, aliam o sistema a cálculos matemáticos. Quando tratamos de um sistema estamos nos referindo a um conjunto de elementos integrados entre si, formando um sistema, que pode ser fechado ou aberto. À medida que uma parte deste sistema é modificada o todo do sistema também se transforma. Esta teoria acabou sendo usada na Geografia, na Economia, na Biologia, na Administração, entre outras áreas do conhecimento. Baseando-se em parte na Teoria Geral do Sistema, teoria do biólogo Ludwig Von Bertalanffy (1975, p. 53) que diz sobre seu método: É necessário estudar não somente partes e processos isoladamente, mas também resolver os decisivos problemas encontrados na organização e na ordem que os unifica, tornando o comportamento das partes diferente quando estudado isoladamente e quando tratado no todo. Assim, uma cidade, por exemplo, pode ser considerada um sistema aberto, pois recebe de fora elementos que interagem e alteram a cidade. São comuns nesta perspectiva, estudos mais atrelados à Geografia Física, às questões ambientais ou às temáticas que busquem relacionar a ação humana e os elementos naturais. 16 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Como exemplo, destacamos um sistema de vertentes (também conhecidas como encostas), cujo modelo é de um sistema no qual há fatores externos (exógenos) que interferem na vertente (clima e vegetação) e fatores internos (endógenos) – caso do tipo de rocha e da estrutura rochosa. Todos estes fatores juntos formam um sistema que interferirá na encosta. Nesse sentido, à medida que um destes fatores é alterado, altera e transforma todo o sistema da vertente. Fatores exógenos Clima Vegetação Percolação Solo e Regolho Pr od uç ão da m as sa In�ltraçãoPrecipitação Intemperismo Intemperismo Composição química Juntas e acamamentoPermeabilidade e porosidade Tipo de rocha e estrutura Fatores endógenosIn�ltração de água no subsolo Concav idade Flu xo de su pe rfí cie Re til in id ad e Pr od uç ão d e r eg ol ito Vege tação Escoamento Temperatura Flu xo de sub -sup erfíci e Fonte: Adaptado de Casseti, 2005 (Baseado no sistema elaborado por Clark & Small, 1982) O geógrafo Manuel Correia de Andrade (1977, p. 15) aponta alguns aspectos que considera nesta perspectiva sistêmica: A visão sistêmica, a aplicação da Teoria Geral dos Sistemas à geografia, apresenta alguns aspectos positivos ao lado de outros negativos. Primeiramente, não há uma certa uniformidade nesta teoria; em segundo lugar, ela tem uma base organicista, tendendo a confundir o sistema social com um organismo, e em terceiro lugar ela procura fazer um diagnóstico do existente e estabelecer a meta do desejado, procurando estabelecer o caminho para atingir esta meta. [...] A teoria dos sistemas leva um raciocínio dentro de uma lógica formal, que encara os fatos como estáticos e não como um resultado de um processo que está permanentemente em evolução, em transformação. Do ponto de vista teórico, nas abordagens sistêmicas mais recentes, busca-se integrar o homem e a natureza, nos quais interagem os sistemas sociais, naturais e econômicos. A ação do homem sobre a natureza é considerada antrópica e esta interage com os elementos e fenômenos físicos (geomorfológicos, climáticos etc.) e bióticos (fauna, flora e solo), criando paisagens. A maior crítica às teorias sistêmicas é a de que estas consideram o homem como mais um elemento do sistema, e que sua análise desconsidera os processos históricos. 17 Teorias Sistêmicas As abordagens sistêmicas na Geografia baseiam-se, entre outras, nas seguintes teorias: na “Teoria geral dos sistemas”, do biólogo Ludwig Von Bertalanffy (1975), segundo a qual as sociedades são sistêmicas, assim como a natureza deve ser entendida como um sistema; a ordem e organização encontrada na natureza são resultantes da interação dos elementos e de suas partes integradas com o todo. Outra teoria é do geossistema, proposta por Sotchava, em 1962, segundo a qual há inter-relação dos fatores geomorfológicos, climáticos, hidrológicos, da vegetação e engloba ainda fatores sociais e econômicos e sua análise também se dá pela paisagem. Já na proposta de Bertrand, considera-se que há um potencial ecológico (geomorfologia, clima e hidrologia), a exploração biológica (vegetação, solo e fauna) e a ação antrópica, que interagem e criam os geossistemas. (MENDONÇA, 1989; RODRIGUES, 2001). Cleide Rodrigues (2001) chama a atenção para o fato de que mesmo só se considerando os conhecimentos da chamada Geografia Física, numa perspectiva mais tradicional, havia duas disposições, sempre dicotômicas: uma da busca da gênese dos fenômenos naturais; outra que procura apontar as relações entre variáveis dinâmicas, caso da relação, por exemplo, entre vegetação e clima. Sintetizando, leia atentamente o Quadro 1: Quadro 1 – Algumas perspectivas geográficas e métodos. Perspectiva Geográfica Estudo Categorias mais comuns Método mais comum Geografia Clássica Tradicional (Ratzel; Vidal de La Blache) Relação do homem-meio numa perspectiva histórica Território (Raztel) Paisagem-região (Vidal de La Blache) Empirismo Positivismo Geografia de Diferenciação de Áreas Inter-relação dos elementos numa dada área Área (região) Dedutivo (Neokantista) Geografia Teórico- Quantitativa Estudo do espaço ou região a partir de fórmulas, modelos estatísticos e matemáticos Espaço e região Neopositivista Positivismo lógico Geografia sistemática Relação entre os elementos num sistema Sistema Geossistema Teoria geral dos sistemas Fonte: Vivian Fiori, 2014. Nele, de forma sintética, expõem-se algumas características da Geografia Clássica, exemplificadas nas obras de Ratzel e Vidal de La Blache; a Geografia de Diferenciação de Áreas de Hettner e Hartshorne; a Geografia Teórico-Quantitativa e, por fim, a Sistêmica. 18 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Observe que os estudos nestas concepções partem de princípios diferentes e se utilizam de métodos também variados. Não que a realidade em si mude, mas o que se altera é o método, a forma como cada perspectiva analisa esta realidade. Na Geografia de Ratzel, por exemplo, há estudos que relacionam o homem ao meio, evidenciando a partir da observação dos fenômenos na superfície terrestre. Já na Geografia de Diferenciação de Áreas, estudam-se os fenômenos numa determinada área de forma integrada, sempre relacionando os vários fatores e elementos dessa área. Já na Geografia Teórico-Quantitativa, por meio de dados, fórmulas e modelagens matemáticas, discute-se o fenômeno no espaço ou numa região. Este método é chamado de neopositivismo porque considera que tal método proveniente das Ciências Exatas serve também para as Ciências Humanas e Sociais. Desse modo, é fundamental perceber que cada matriz teórico-metodológica tem diferentes concepções de como se deve estudar Geografia. 19 Material Complementar Explore · CAMARGO, José Carlos Godoy; REIS JÚNIOR, Dante Flávio da Costa. Considerações a respeito da Geografia neopositivista no Brasil. Geografia, Rio Claro, SP, v. 29, n. 3, p. 355-382, set./dez. 2004. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/5917/1/ARTIGO_ConsideracoesGeografiaNeopositivista.pdf. Acesso em: 10 nov. 2014. · RODRIGUES, Cleide. A teoria geossistêmica e sua contribuição aos estudos geográficos e ambientais. Revista do Departamento de Geografia. São Paulo, v. 14, p. 69-77, 2001. · SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova: da crítica da Geografia a uma Geografia crítica. São Paulo: Edusp, 2004. 20 Unidade: Da Geografia de Diferenciação de Áreas à Geografia Pragmática Referências ANDRADE, Manuel Correia de. O pensamento geográfico e a realidade brasileira. Boletim Paulista de Geografia. AGB, São Paulo, n. 54, p. 5-28, jun. 1977. BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1975. CASSAB, Clarice. Reflexões sobre o ensino de Geografia. Geografia: Ensino & Pesquisa, Santa Maria, RS, v. 13, n. 1, p. 43-50, 2009. CASSETI, Valter. Geomorfologia. [S.l.: s.n.], 2005. Disponível em: <http://www.funape.org. br/geomorfologia>. Acesso em: 10 out. 2014. CERON, Antônio Olívio; DINIZ, José Alexandre Felizola. Tipologia da agricultura – questões metodológicas e problemas de aplicação no Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p. 41-72, 1970. ______. O uso de fotografias aéreas na identificação das formas de utilização agrícola da terra. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p.161-173, 1966. CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço: um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, Iná Elias de et al. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006. p. 15-47. HARTSHORNE, Richard. Propósitos e natureza da Geografia. São Paulo: Hucitec; Edusp, 1978. ______. The nature of Geography: a critical survey of current thought in the light of the past. Annals of the Association of American Geographers, v. 29, n. 3-4, 1939. MENDONÇA, Francisco. Geografia Física: Ciência Humana? São Paulo: Contexto, 1989. MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Annablume, 2003. MOREIRA, Ruy. O pensamento geográfico brasileiro: as matrizes da renovação. v. 2. São Paulo: Contexto, 2009. MOREIRA, Ruy. Nossos clássicos – Alfred Hettner (1859-1941). Rio de Janeiro, [20--]. 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