Jean Piaget: Biografia e Teoria da Equilibração

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JEAN PIAGET
 
 
 
Nasceu Neuchâtel na Suíça 9 de agosto de 1896
Bacharelou-se em Biologia pela Universidade de Neuchâtel em 1915.
Doutorou-se em Ciências Naturais na mesma universidade em 1918. 
Zurik (Biologia/Psicologia)
Paris (Filosofia, psicopatologia, 
	psicanálise e a lógica)
Foi biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e psicólogo.
Piaget foi considerado por muitos autores de psicologia como o "Einstein da Psicologia".
Obras: mais de 70 livros e cerca de 300 artigos.
Família de Piaget
Pai - Arthur Piaget era Professor universitário de Literatura e diretor do Arquivo Público. 
Mãe - Rebeca Suzanne descendia de família de ascendência inglesa, estabelecida na França. 
Jovem Pesquisador
	Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por história natural ainda em sua infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre a observação de um pardal albino. 
 	E ainda adolescente, tornou-se internacionalmente conhecido através da publicação de vários artigos sobre espécies de moluscos. 
Sua trajetória...
1919 - Mudou-se para a França onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. 
1921 – Piaget voltou a Suíça e tornou-se diretor de estudos do Instituto J. J. Rousseau da Universidade de Genebra. 
1924 - casou-se com sua assistente Valentine Châtenay.
Com a qual teve três filhos, Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931), crianças cujo desenvolvimento mental Piaget acompanhou e descreveu detalhadamente.
As teorias de Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. 
1936 - Nova York Harvard - título de “Doutor Honoris Causa”
1949 – Brasil, título de Doutor “Honoris Causa” pela UFRJ
1952 a 1963 - Foi professor na Sorbonne. 
1956 – Piaget fundou e dirigiu na Faculdade de Ciências de Genebra, o Centro Internacional para Epistemologia Genética.
1980 - faleceu em Genebra no dia 17 de setembro.
 
Suas raízes epistemológicas
Pensamento predominante à época
  	Até o início do século XX assumia-se que as crianças pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos. A crença da maior parte das sociedades era a de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau.
	Ao analisar as respostas das crianças de um teste, Piaget começou a se interessar pelas respostas erradas das crianças, salientando que estas só “erravam” porque as respostas eram analisadas a partir do ponto de vista do adulto. 
	
	Então, ficou claro que as crianças não raciocinavam como adultos e apenas gradualmente se inseriam nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dava mediante aos mecanismos de assimilação, acomodação e equilíbrio.
	
 A Teoria da Equilibração
	Segundo Piaget (WADSWORTH, 1996), a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio-ambiente. 
	Uma vez que a função dos esquemas do sistema cognitivo é assimilar partes da realidade circundante, e que essa assimilação pode não ser perfeita em muitos casos, Piaget formulou os seguintes postulados (Piaget , 1976) 
Primeiro postulado: "Todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com sua natureza". 
Segundo postulado: "Todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas sem com isso, perder sua continuidade (...), nem seus poderes anteriores de assimilação". 
	O postulado da acomodação apresenta a base da teoria da equilibração: o agente precisa alterar suas próprias estruturas cognitivas para poder assimilar os elementos do meio ambiente. Este processo de alteração faz com que o agente construa novos conhecimentos. 
Equilibração - Processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio, após cada desequilíbrio sofrido. 
	A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. 
 
 
O Método 
		
	Técnica clínico-descritiva que envolvia, essencialmente, perguntas individuais às crianças, sobre questões cuidadosamente selecionadas, e o registro de suas respostas e dos seus raciocínios para as respostas.
Para ele só há ciência quando:
Elaboração dos fatos
Formalização lógico-matemática
Controle experimental
 
	Podemos dizer que o trabalho de Piaget foi de observação e suas análises foram extremamente detalhadas, destinando-se a detectar as mudanças no desenvolvimento cognitivo.
 Seu grande interesse foi...
	Capacidade do conhecimento humano e pelo seu desenvolvimento. Fez pesquisa científica rigorosa sobre o processo de aquisição de conhecimento, utilizando métodos próprios das ciências naturais. 
	Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou de Epistemologia Genética.
	
	
Epistemologia Genética
	
	Um dos pressupostos básicos desta teoria é a afirmação de que o conhecimento não é algo pré-determinado nas estruturas internas do indivíduo e nem dos caracteres existentes nos objetos, pois eles só serão conhecidos mediados pelas estruturas internas.
Difere da epistemologia tradicional, por duas razões:
Porque se afasta de toda esquema de especulação, estudando a gênese das estruturas e dos conceitos científicos.
Porque procura desvendar através da experimentação, os processos fundamentais de formação do conhecimento na criança.
	
		
A formação dos conhecimentos
(Psicogênese)
	Cada etapa define um momento de desenvolvimento ao longo do qual a criança constrói certas estruturas cognitivas. Segundo Piaget, o desenvolvimento passa por quatro etapas distintas:
Sensório-motor (0- 2 anos) - O desenvolvimento cognitivo se inicia a partir dos reflexos que gradativamente se transformam em esquemas de ação. 
Pré-operatório (2 a 7 anos) - Os objetos da percepção ganham a representação por palavras, as quais o indivíduo, ainda criança, maneja experimentalmente em sua mente assim como havia previamente experimentado com objetos concretos.
Operações-concretas (7 – 11/12 anos) – Nesse período é desenvolvida a capacidade de aplicar o pensamento lógico.
Operações-formais (11- 15 anos ou mais) – Tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. O indivíduo realiza normalmente as operações lógicas próprias do raciocínio.
“Que tais níveis se sucedem numa sequência constante nos sujeitos da experiência, que cada uma pode ser caracterizada por uma estrutura de conjunto (e não apenas por propriedade dominante) e que as estruturas, de acordo com a sua sequência de desenvolvimento, reciprocamente se integram”.
Seus “Discípulos”
Emilia Ferreiro: Depois de se formar em psicologia pela Universidade de Buenos Aires, estuda na Universidade de Genebra, onde trabalha como pesquisadora-assistente de Jean Piaget e obtém o seu PhD a orientação do psicopedagogo suíço.
Constance Kazuko Kamii: Mestre em Educação e Doutora em Educação e Psicologia, pela Universidade de Michigan, EUA. Foi aluna e colaboradora de Jean Piaget, tendo feito diversos cursos de Pós-Doutorado relacionados com a epistemologia genética. 
Contribuições de Piaget
	
	Além do mais, Piaget desenvolveu excelentes trabalhos sobre as seguintes questões:
- da formação do número pela criança
- do desenvolvimento da inteligência
- da aquisição da linguagem
- da formação do juízo moral
Jean Piaget e a EducaçãoFoi o nome mais influente no campo da Educação durante a segunda metade do século XX, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia.
	Entretanto, a obra de Piaget não é um tratado sobre educação. Mas vale ressaltar que as suas pesquisas e a sua construção teórica, de mais de 70 anos, principalmente, no diz respeito às questões epistemológicas, não poderiam estar ausentes da reflexão sobre os temas educativos contemporâneos. 
Referências 
WADSWORTH, Barry. Inteligência e Afetividade da Criança. 4. Ed. São Paulo : Enio Matheus Guazzelli, 1996.
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro : Zahar, 1976.
PIAGET, Jean. A epistemologia genética. 2º edição. Editora Vozes: Tradutor Natanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro, 1973.
BATTRO, Antônio M. O pensamento de Jean Piaget. 1º edição. Editora Forense. Tradução Lino Macedo. Rio de Janeiro, 1976.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget