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Endodontia: Substancias químicas auxiliares e Medicação intracanal Substâncias Químicas Auxiliares As substâncias químicas auxiliares são substâncias empregadas durante o processo de esvaziamento e instrumentação dos canais radiculares a fim de atingir regiões onde os instrumentos não são capazes de chegar e garantir a eficácia do tratamento endodôntico. Sua participação começa a partir do momento em que se remove o teto da câmara pulpar, ajudando no esvaziamento e sanificação do conduto radicular, e remoção do magma dentinário. Propriedades ideais das SQA: Molhabilidade (baixa tensão superficial) Ação antimicrobiana Solvente de matéria orgânica (polpa) e inorgânica (magma dentinário) Prevenir a formação do magma dentinário ou eliminá-lo promovendo a permeabilidade dentinária Ação lubrificação a fim de facilitar a ação dos instrumentos Biocompatibilidade tecidual Substancias mais utilizadas na endodontia: Hipoclorito de Sódio 1% Propriedades: Baixa tensão superficial Atividade antimicrobiana Solvente da matéria orgânica Desodorante Clareador Lubrificante Detergente Atividade antimicrobiana Biocompatibilidade Limpeza e desinfecção dos canais (principal e acessórios) Substancias mais utilizadas na endodontia: EDTA 17% ( agente desmineralizante quelante) Remoção da smear layer, melhorando a adesividade do material obturador e da MIC nas paredes do canal radicular. Remove a matéria inorgânica IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO São fenômenos físicos realizados simultaneamente, representada pela corrente líquida no interior da cavidade pulpar e pela sucção de fluídos e partículas sólidas OBJETIVOS: • Redução do número de microrganismos. • Remoção de detritos. • Manter em suspensão as partículas presentes no interior dos canais radiculares, facilitando sua remoção através da aspiração. • Manter umedecidas e lubrificadas as paredes dos canais radiculares facilitando ação dos instrumentos. Fatores que influenciam a eficiência da irrigação e aspiração: • Anatomia do canal radicular • Calibre das cânulas de irrigação • Volume da solução utilizada • Renovação constante da solução KIT IRRIGAÇÃO/ ASPIRAÇÃO • Pontas p/ irrigação Navi Tip , autoclaváveis • Seringa plástica de 5 cc com êmbolo de silicone autoclavável • Luer Vaccum, intermediário plástico autoclavável • Cânulas de Aspiração Protocolo de irrigação final Antes da MIC Antes da Obturação MIC – O que é e para que serve? A função da medicação intracanal na endodontia é basicamente combater microrganismos que resistiram à sanificação do sistema de canais radiculares proporcionada pelo preparo químico-cirúrgico, modular a reação inflamatória que ocorre após o preparo do canal radicular, ocupando fisicamente o espaço do canal, pois sabemos que o conduto vazio funciona como um tubo de ensaio para a recontaminação microbiana do mesmo. Hidrocortisona – Otosporin® Seringa com Hidróxido de Cálcio PA e veículo aquoso (UltraCal®) Portanto, os objetivos do uso da medicação intracanal são: Reduzir o número de microrganismos que sobreviveram ao PQC Manter a sanificação conseguida no PQC Controlar a reação inflamatória Estimular a reparação periapical POLPA VIVA (PULPOTOMIA) MIC: PQC INCOMPLETO- Polpa viva 1. Irrigação (hípoclorito 1% - 5mL) e Aspiração; 2. Pulpotomia: remoção da polpa coronária; 3. Irrigação (hípoclorito 1% - 5mL) e Aspiração 4. Hemostasia com uma bolinha de algodão estéril; 5. Com o auxilio de uma seringa, aplicar o OTOSPORIN na câmara pulpar; 6. Bolinha de algodão estéril umedecida em Paramono; 7. Selamento provisório : OZn + CIV; 8. Ajuste Oclusal. Polpa viva – PQC Completo A medicação intracanal atualmente utilizada em Polpa Viva constitui-se na associação de um antiinflamatório do grupo dos corticosteróides com um antimicrobiano. 1-Protocolo de irrigação (hípoclorito 1% - 5mL/ EDTA 17% - 5mL/ hipoclorito 1% - 5mL); 2. Aspiração com cânula grossa (câmara pulpar) e fina (canal radicular); 3. Secar o canal com cones de papel calibrados no CT; 4. Com o auxilio de uma seringa, aplicar o OTOSPORIN 2-3mm aquém do CT; 5. Bolinha de algodão umedecida em Paramono; 6. Selamento provisório : OZn + CIV; 7. Ajuste Oclusal. PQC Completo em polpa morta No caso de PQP completo, utilizaremos como MIC a pasta de hidróxido de cálcio em veículo aquoso, comercialmente conhecida como Ultracal. A sequência clinica correta para o uso desse medicamento consiste nos seguintes passos a seguir : selecionar o diâmetro da agulha mais compatível com o comprimento de trabalho (CT) e calibra-la 3mm aquém do comprimento de trabalho, respeitando assim a segurança e a referência clínica, inserindo dentro do canal até está calibração. O Ultracal deverá ser injetado no canal de forma que a agulha retroceda ate que o material flua na câmera pulpar. O excesso que permanecer na câmera do pulpar deverá ser retirado com uma bolinha de algodão estéril seca. Realizar o selamento provisório, que deverá ser utilizado uma bolinha de algodão estéril umedecida em PMCC e coloca-la na entrada do canal, cobrir esta mesma bolinha com cimento restaurador provisório a base de oxido de zinco conhecido como Cotosol aproximadamente 1mm de altura e finalizando o selamento com restauração de ionômero de vidro, não se esquecendo de realizar o alívio articular da restauração. Ultracal é um medicamento vendido comercialmente preparado para o uso imediato acompanhado com 3 tipos de agulhas com diâmetros diferentes. PQC incompleto de polpa morta Urgência – tempo insuficiente; Irrigação NaOCl 1% e aspiração; Penetração desinfetante até CI/CT; Irrigação NaOCl 1% e aspiração; Seringa, MIC – NaOCl 1%; Bolinha de algodão estéril; Selamento provisório – Ozn + CIV Ajuste oclusal sessão única + mic Tradicionalmente, o tratamento endodôntico é realizado em várias sessões, utilizando uma medicação intracanal entre o preparo químico-mecânico e a obturação, que visa, principalmente, reduzir ou eliminar micro-organismos e seus subprodutos do sistema de canais radiculares antes da obturação. Atualmente, com os avanços tecnológicos e o aperfeiçoamento do preparo químico-mecânico durante a limpeza e modelagem do canal radicular, o tempo para concretização desse procedimento foi reduzido, possibilitando a realização do tratamento em sessão única, o tratamento endodôntico em sessão única pode ser realizado nos casos diagnosticados como pulpite irreversível. No entanto, em casos de necrose pulpar, com ou sem periodontite apical, a literatura é controversa e as opiniões variam quanto aos riscos e benefícios da sessão única e da múltipla. Aliando-se a outras vantagens, como economia de tempo, custo-benefício, melhor aceitação do paciente e redução dos riscos de infecção entre as sessões, a sessão única pode ser indicada, com exceção de alguns casos, como na presença de exsudato. As vantagens em realizar o tratamento em sessão única são: Redução no número de idas ao consultório; Redução de infiltração e/ou contaminação entre as sessões; Redução dos custos em relação ao tempo clínico; Evita repetidas anestesias e a colocação do isolamento absoluto; Minimiza possíveis iatrogenias (perfuração, desvio, rasgo, e extrusão de debris/irrigantes devido a exposições mais longas durante a instrumentação); Permite a retomada da função do dente de maneira eficiente e imediata após o tratamento. Lembrando que o uso de otosporin (2 gotas) com remoção dos excessos, após o PQC se faz necessário.