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Fasciculo 1 TRIBUNAIS

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Prévia do material em texto

1FASCÍCULO
JUSTIÇACURSO
JUSTIÇA E CIDADANIA
CONHECENDO O 
FUNCIONAMENTO 
DO JUDICIÁRIO 
GUSTAVO RAPOSO P. FEITOSA
NA SALA DE AULA
Copyright © 2018 by Fundação Demócrito Rocha
Todos os direitos desta edição reservados a:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fundacaodemocritorocha.com.br 
fundacao@fdr.com.br
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência: João Dummar Neto
Direção Geral: Marcos Tardin
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerência pedagógica: Viviane Pereira
Coordenação geral: Ana Paula Costa Salmin
CURSO JUSTIÇA NA SALA DE AULA
Concepção e coordenação geral: Cliff Villar
Coordenação pedagógica: Ana Cristina Pacheco de Araújo Barros
Gerência de marketing e projetos: Ricardo Pinheiro
Coordenação adjunta: Rebeca Sabóia
Direção de marketing: Cliff Villar
Analista de marketing: Sarah Dummar
Estratégia e relacionamento: Adryana Joca e Alexandre Medina
Direção administrativa: Cecília Eurides
Gerência de produção: Gilvana Marques
Produção: Ana Luisa Duavy 
Coordenação de conteúdo: Gustavo Brígido 
Edição de design e projeto gráfico: Amaurício Cortez
Editoração eletrônica: Marisa Marques de Melo
Ilustrações: Rafael Limaverde
Revisão de texto: Jonas Viana
Catalogação na fonte: Edvander Pires
Este fascículo é parte integrante do “Curso Justiça na Sala de Aula – 
Ferramentas Pedagógicas para Difusão e Promoção de Temas e Conteúdos 
Sobre o Papel da Justiça no Ambiente Escolar, composto por 12 fascículos 
oferecido pela Universidade Aberta do Nordeste (UANE), em decorrência do 
contrato celebrado entre Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ/CE) e a 
Fundação Demócrito Rocha (FDR), sob o nº 40/2017.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Fundação Demócrito Rocha
Ficha catalográfica elaborada por:
Francisco Edvander Pires Santos (CRB-3/1212)
C984
Curso Justiça na Sala de Aula: ferramentas pedagógicas para difusão e promoção de temas e 
conteúdos sobre o papel da justiça no ambiente escolar / Gerência pedagógica: Viviane Pereira; 
coordenação de conteúdo: Gustavo Brígido; ilustrações: Rafael Limaverde. – Fortaleza: Fundação 
Demócrito Rocha/Universidade Aberta do Nordeste, 2018.
192 p. : il. color.
Dividido em 12 fascículos.
ISBN 978-85-7529-868-8
ISBN 978-85-7529-872-5
Concepção, coordenação geral e direção de marketing: Cliff Villar.
Coordenação pedagógica: Ana Cristina Pacheco de Araújo Barros.
Gerência de marketing e projetos: Ricardo Pinheiro.
Coordenação adjunta: Rebeca Sabóia.
 
1. Direito. 2. Poder Judiciário. 3. Organização judiciária. 4. Tribunais. 5. Ministérios públicos. 
6. Defensorias públicas. I. Pereira, Viviane. II. Brígido, Gustavo. III. Limaverde, Rafael. IV. Fundação 
Demócrito Rocha. V. Universidade Aberta do Nordeste. VI. Título.
CDD 340
SUMÁRIO
1- Introdução ............................................................................................................................................... 4
2- Supremo Tribunal Federal ............................................................................................................6
3- Superior Tribunal de Justiça ........................................................................................................8
4- Tribunais de Justiça ..........................................................................................................................9
5- Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais ............................................................... 10
6- Tribunais Superior do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais 
Regionais do Trabalho e Vara do Trabalho ............................................................................. 10
7- Tribunais Militares............................................................................................................................. 11
8- Justiça Estadual de Primeiro Grau, Juizados Especiais e Turmas Recursais ...12
9- Ministério Público e Defensoria Pública ...............................................................................13
10- Procuradorias Estaduais e Municipais e Advocacia da União ................................14
Síntese do Fascículo ........................................................................................................................... 15
Referências .............................................................................................................................................. 15
Perfi l do Autor ........................................................................................................................................ 15
OBJETIVO DO FASCÍCULO
 
 Apresentar a estrutura de funcionamento do Sistema de Justiça, de modo a 
auxiliar na compreensão sobre as funções e a importância do Judiciário. Este 
fascículo preparará o estudo para os demais textos.
1
INTRODUÇÃO
Se perguntassem quantos tribu-
nais o Brasil possui, qual seria sua 
resposta? Numa realidade de gran-
de exposição pública das decisões 
judiciais e da crescente importân-
cia política daquilo que se julga nas 
cortes, parece muito claro que o Ju-
diciário possui uma grande dimen-
são. Mas você acreditaria que o Bra-
sil possui 91 tribunais. Não estamos 
falando de tipos de justiça ou de 
número de juízes. Mas de Tribunais 
com magistrados com poder de 
decidir recursos, de reformar sen-
tenças de juízes de primeiro grau e 
de impactar diretamente na vida de 
milhões de pessoas.
Sem dúvida, não se pode asso-
ciar a força atual do Judiciário ao nú-
mero de tribunais e juízes. Mas para 
compreender melhor como ela fun-
ciona, os limites das suas decisões e 
o percurso dos processos judiciais 
precisamos estudar um pouco sobre 
o grande quadro organizacional do 
Judiciário brasileiro. Entender toda 
essa rede de atribuições e competên-
cias não consiste em tarefa fácil. Por 
esta razão, o presente fascículo inicial 
destina-se a auxiliar o leitor a se situ-
ar neste mar de informações legais e 
institucionais que cercam as análises 
e notícias sobre a Justiça no Brasil.
E para entender a estrutura judiciária nacional precisamos saber como se 
dá a organização política do Estado brasileiro. O Brasil organiza-se na forma 
de uma República Federativa, o que signifi ca contar com uma distribuição 
descentralizada de poder. Ao invés de atribuir todo o poder para um único 
conjunto de instituições nacionais centralizadas, optamos por assegurar aos 
entes federados (estados e municípios) uma parcela maior deste poder. As-
sim, os estados como Ceará, Piauí, São Paulo ou Rio Grande do Sul possuem 
uma divisão poderes parecida com a divisão da União Federal, com capaci-
dade de legislar, administrar e julgar. Enquanto em Brasília temos uma praça 
dos três poderes que representa de maneira signifi cativa esta organização 
(Executivo, Legislativo e Judiciário), nos estados membros também mante-
mos esta estrutura espelhada
A forma federativa adotada pelo Brasil implica em assegurar a existência das 
Assembleias Legislativas estaduais, dos Tribunas de Justiça e do Poder Execu-
tivo (exercido por um governador). Logo, cada estado brasileiro contará obriga-
toriamente com um Tribunal de Justiça (TJ), como órgão de cúpula do Poder 
Judiciário dos estados. Como existem 27 estados, encontram-se em atuação 27 
tribunais estaduais (falaremos mais adiante sobre suas funções e organização). 
STF
STJ
TRF
VARAS
FEDERAIS
VARAS
ESTADUAIS
VARAS DO
TRABALHO
JUÍZES
ELEITORAIS
CONSELHO 
DE JUSTIÇA
TRETRETRTTJ
TST TSE STM
QUADRO RESUMIDO DA ESTRUTURA 
JUDICIÁRIA NACIONAL
4 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Todavia, a organização judiciária 
nacional não se explica unicamen-
te pelo princípio federativo.Existem 
também divisões relacionadas às es-
pecifi cidades de matérias e pessoas. 
A mais conhecida destas divisões é a 
Justiça do Trabalho. Com atribuições 
muito específi cas relacionas às rela-
ções de emprego (trataremos melhor 
deste assunto adiante) possui 24 tribu-
nais e centenas de varas do trabalho 
espalhadas por todo o país. O número 
não reproduz exatamente a quanti-
dade de estados, pois a criação destas 
cortes relaciona-se mais diretamente 
à dinâmica econômica regional e ao 
volume de ações. Estados como Acre 
e Rondônia ou Roraima e Amazonas 
possuem um tribunal para cobrir o 
território de dois estados, enquanto 
São Paulo apresenta dois tribunais 
que cobre separadamente a capital e 
o interior. 
Outra divisão interessante decor-
re da criação uma justiça especiali-
zada, para as ações contra ao União 
Federal, suas fundações, empresas e 
autarquias, entre outras competên-
cias. Trata-se da Justiça Federal, or-
ganizada na forma de cinco regiões 
judiciais, cada uma com um Tribu-
nal Regional Federal. Não se segue 
exatamente o modelo político das 
regiões brasileiras, como se pode ob-
servar. Estados como Alagoas, Ceará, 
Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do 
Norte e Sergipe submetem-se ao 
Tribunal Regional Federal da 
5ª Região (TRF5), enquanto 
Bahia, Piauí e Maranhão 
vinculam-se ao Tribu-
nal Regional Federal 
da 1ª Região (TRF1).
Quando o assunto 
envolve o processo eleitoral, 
também temos tribunais espe-
cializados para a matéria. Existem 
no Brasil 27 Tribunais Regionais Elei-
torais (TRE), ou seja, uma para cada 
estado. Um nível acima destes tribu-
nais encontra-se o Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE) estabelecido em Bra-
sília e com poder para julgar, entre 
outras questões, os recursos oriun-
dos dos TREs. 
As matérias envolvendo os crimes 
militares, por sua vez, seguem para 
a Justiça Militar. Quando a questão 
se relaciona, de maneira sintética, às 
Forças Armadas (Marinha, Exército 
e Aeronáutica), competem ao braço 
federal da justiça militar. Quando se 
tratam de militares dos estados (poli-
cias militares e bombeiros militares), 
há órgãos específi cos ou varas da jus-
tiça estadual com competência so-
bre tais temas. Por razões históricas, 
existem apenas três tribunais de Jus-
tiça Militar dos estados (Rio de Janei-
ro, São Paulo e Minas Gerais). 
No topo do sistema judicial bra-
sileiro estão os tribunais superiores 
e o Supremo Tribunal Federal (STF). 
São eles: Superior Tribunal de Justiça 
(STJ); Superior Tribunal Militar (STM) 
e Superior Tribunal Eleitoral (TSE). 
Essa grande rede de tribunais atua 
e se organiza na forma de níveis co-
nhecidos como instâncias. Os juízes 
que lidam diariamente com os pro-
blemas das pessoas, realizam audi-
ências e julgam a grande maioria das 
causas atuam na primeira instância, 
também chamado de primeiro grau 
de jurisdição. Com frequência se fala 
de decisões de um “juiz de primeiro 
grau”. Ao se usar esta expressão, indi-
ca-se que a decisão não foi proferida 
diretamente por tribunal, mas por 
um magistrado nos primeiros níveis 
da carreira. Eles compõem a imensa 
maioria dos magistrados brasileiros e 
somavam aproximadamente 18 mil 
membros até o começo de 2017. 
Os órgãos judiciários de primeiro 
grau recebem, em geral, o nome de 
“vara”, por esta razão ouvimos falar 
das “varas de família”, “varas do traba-
lho” ou “varas federais”. Sempre que 
essa palavra vier associada ao traba-
lho de um juiz, sabemos que se trata 
de um magistrado atuando no pri-
meiro grau de jurisdição. Quando al-
guém tem um direito violado, como 
regra geral, terá seu pedido julgado 
por um juiz atuando numa vara com 
atribuições específi cas sobre aquele 
tipo de caso.
As decisões proferidas no chama-
do “segundo grau de jurisdição” ou 
CURSO JUSTIÇA NA SALA DE AULA 5
na segunda instância decorrem do 
trabalho direto dos tribunais, como o 
Tribunal de Justiça do Estado do Ce-
ará ou Tribunal Regional Federal. Os 
membros destes tribunais de segun-
da instância são chamados de “de-
sembargadores” e se encontram em 
níveis mais avançados da carreira. A 
maior parte do seu trabalho é julgar 
recursos apresentados por pessoas 
que não aceitaram ou consideraram 
incorretas as sentenças proferidas 
em primeiro grau. 
2
SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL
O Supremo Tribunal Federal é 
a corte mais importante do Brasil. 
Sua função principal consiste em 
assegurar o respeito à Constituição 
Federal brasileira. A criação do STF 
decorreu diretamente do fi m da 
monarquia e da adoção do mode-
lo Republicado, sob forte infl uência 
do constitucionalismo norte-ame-
ricano. Tratava-se de uma inovação 
importante no cenário de criação 
de uma federação, organização es-
tatal que precisa de uma institui-
ção responsável pelo arbitramento 
dos confl itos entre os diversos esta-
dos federados. Ao mesmo tempo, 
este modelo de corte contemplava 
a possibilidade do cidadão recorrer 
ao Judiciário para evitar algumas 
formas de abuso de poder governa-
mental em face dos direitos funda-
mentais previstos na constituição.
A previsão formal do STF ocor-
reu por meio do Decreto no. 510 de 
1890, mas a verdadeira criação do 
tribunal se deu após a 
promulgação da Consti-
tuição Federal de 1891. Em 
28 de fevereiro de 1891 a cor-
te foi instalada. Na sua forma-
ção original contava com quinze 
juízes indicados pelo Presidente da 
República e avaliados pelo Senado.
Durante a Era Vargas, em 1931 
teve o número de membros reduzi-
do para 11 juízes, composição que se 
manteve até 1965, quando o Regime 
Militar ampliou para 16 o número de 
magistrados. Esta mudança ocorreu 
por meio do Ato Institucional no. 2 e 
visava ampliar o controle dos milita-
res sobre o Judiciário, a fi m de evitar 
que o tribunal interviesse e criasse 
obstáculos aos atos arbitrários da 
repressão política. Em 1969, o Ato 
Institucional no. 6 
restaurou o nú-
mero de onze 
m i n i s t r o s , 
A palavra “vara” muito 
utilizada na justiça parece 
estranha para quem não está 
acostumado com o mundo 
do direito, mas seu uso tem 
uma origem bem antiga 
e curiosa. Os magistrados 
romanos da antiguidade 
utilizavam uma espécie 
de feixe de varas quando 
circulavam pelas ruas e em 
meio à população. O bastão 
simbolizava o poder daquela 
autoridade e também 
poderia servir de arma. 
Com o passar dos séculos, 
essa “vara” continuou sendo 
utilizada no direito português, 
contudo como insígnia da 
autoridade. Hoje os juízes não 
portam mais bastões, mas 
atuam em divisões judiciais 
conhecidas como “varas”. 
E aqueles cidadãos que se 
recusam a comparecer a uma 
convocação da justiça podem 
ser conduzidos mediante 
ordem da autoridade judicial 
ou “debaixo de vara”.
VOCÊ SABIA?
6 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
mudança que veio em conjun-
to com a saída forçada de vários 
membros considerados contrários 
ao regime militar. 
Com a nova ordem democrática e 
a Constituição Federal de 1988, o STF 
passou a contar com sua atual forma 
de organização e competências. Na 
transição para a democracia foram 
mantidos os mesmos magistrados 
anteriormente escolhidos durante o 
regime militar. Os membros do STF 
são chamados de ministros e ocu-
pam seus cargos até completar 75 
anos, quando alcançam o tempo da 
aposentadoria compulsória. 
A escolha dos ministros é feita 
pelo Presidente da República entre 
os brasileiros “com mais de trinta e 
cinco e menos de sessenta e cinco 
anos de idade, de notável saber ju-
rídico e reputação ilibada.” (art. 101, 
Constituição Federal de 1988). Pode 
parecer estranho, mas não se exige 
especifi camente a graduação em 
Direito para ser ministro do STF. O 
constituinte estabelece como um 
dos requisitos o chamado “notável 
saber jurídico” e não o bacharela-
do em Direito.Os nomes indicados 
pelo Presidente seguem para o Se-
nado Federal, onde se sujeitam a 
uma longa sessão de perguntas e a 
uma votação que exige a chamada 
“maioria absoluta”. Com a aposenta-
doria de um ministro, cabe ao Pre-
sidente no exercício do mandato 
naquele momento indicar para o 
Senado um substituto. Há muitas 
críticas em torno deste modelo de 
escolha e avaliação, contudo sua 
organização decorre do sistema de 
Separação de Poderes. Como se 
pode perceber, os mais importan-
tes membros do Poder Judiciário 
nacional são escolhidos e avaliados 
num processo que envolve o Poder 
Executivo e o Poder Legislativo.
avaliar se uma lei ou um ato norma-
tivo em sentido amplo viola a Cons-
tituição Federal. São as chamadas 
ações diretas de inconstitucionalida-
de e ação declaratória de constitucio-
nalidade. Se uma Assembleia Legisla-
tiva do Estado, por exemplo, aprovar 
uma lei que entra em choque com 
o texto constitucional, caberá ao STF 
assegurar que isso não ocorra. 
Outra atribuição de crescente im-
portância no cenário político brasi-
leiro consiste na competência para 
julgar os crimes comuns cometidos 
pelo Presidente da República, Vice-
-Presidente, membros do Congresso 
Nacional, Ministros de Estado, den-
tre diversas autoridades nos postos 
mais altos da República. Entregou-
-se, assim, nas mãos dos ministros do 
Supremo Tribunal Federal a respon-
sabilidade para defi nir, em muitos 
momentos, os destinos do país, com 
grande potencial para intervir, por 
meio de suas decisões, nos processos 
políticos nacionais. 
A lista de competência é muito 
grande como se pode ver no artigo 
102 da Constituição. Porém, esse 
enorme feixe de atribuições acaba 
por sobrecarregar o Tribunal e gerar 
um volume monumental de ações e 
recursos nas mãos dos 11 ministros.
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988
Art. 101. O Supremo Tribunal 
Federal compõe-se de onze Mi-
nistros, escolhidos dentre cida-
dãos com mais de trinta e cinco 
e menos de sessenta e cinco 
anos de idade, de notável saber 
jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros 
do Supremo Tribunal Federal 
serão nomeados pelo Presi-
dente da República, depois de 
aprovada a escolha pela maio-
ria absoluta do Senado Federal.
O STF possui uma longa lista 
de atribuições. A mais importante, 
certamente, consiste em proteger 
a Constituição. Como decorrência 
desta função, o Supremo acaba por 
receber dezenas de milhares de re-
cursos todo ano em que as pessoas 
alegam que seus direitos constitu-
cionais foram violados. Estes recursos 
originam-se de processos que trami-
taram em todo o país e tratam de 
questões pequenas envolvendo jui-
zados especiais até grandes causas 
com impacto de bilhões de reais. 
Com este mesmo objetivo, diri-
gem-se ao STF ações cujo objetivo é 
Art. 102. Compete ao Supremo 
Tribunal Federal, precipuamen-
te, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originaria-
mente:
a) a ação direta de inconstitu-
cionalidade de lei ou ato nor-
mativo federal ou estadual e a 
ação declaratória de constitu-
cionalidade de lei ou ato nor-
mativo federal; 
CONTINUA >>
CURSO JUSTIÇA NA SALA DE AULA 7
centrava as questões constitucionais 
no STF, atribuía ao STJ a competên-
cia para as matérias relacionadas à 
legislação federal e criava tribunais 
regionais federais (TRFs).
3 
SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA
O Superior Tribunal de Justiça cui-
da da uniformização da aplicação 
das leis federais no território brasilei-
ro. O núcleo da sua atribuição con-
siste em evitar que uma mesma lei 
produzida no Congresso Nacional 
receba aplicações completamente 
diferentes (ou não seja aplicada) nos 
diversos estados da federação. Sua 
origem guarda, assim, estreita liga-
ção com a criação da forma federa-
tiva de estado e com a existência de 
uma Justiça Federal. 
Durante a Monarquia, o Brasil pos-
suía uma única Justiça nacional, com 
juízes integrando uma mesma carrei-
ra e tendo como tribunal de cúpula o 
Supremo Tribunal de Justiça (substi-
tuído pelo STF em 1891). Com a Re-
pública, criou-se uma Justiça Fede-
ral distinta da Justiça Estadual. Esta 
Justiça Federal deveria julgar causas 
envolvendo a administração pública 
federal, a Fazenda Nacional ou os lití-
gios que confrontassem mais de um 
estado. Com o Estado Novo (1937), a 
Justiça Federal foi extinta e as cau-
sas de sua competência transferidas 
para as varas da Justiça Estadual. So-
mente durante o Regime Militar a 
Justiça Federal foi recriada. Todavia, 
já em 1946, a nova Constituição pre-
viu a criação de um Tribunal Federal 
de Recursos (TFR).
O TFR continuou em funciona-
mento até a instauração da nova or-
dem constitucional de 1988, sendo 
sucedido pelo Superior Tribunal de 
Justiça (STJ). O modelo pensado ao 
longo dos debates constituintes con-
b) nas infrações penais comuns, 
o Presidente da República, o Vi-
ce-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus pró-
prios Ministros e o Procurador-
-Geral da República;
[...]
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso ex-
traordinário, as causas decidi-
das em única ou última instân-
cia, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta 
Constituição; 
b) declarar a inconstitucionali-
dade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de go-
verno local contestado em face 
desta Constituição.
d) julgar válida lei local contes-
tada em face de lei federal.
COMPOSIÇÃO DO STJ – 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
DE 1988
Art. 104. O Superior Tribunal 
de Justiça compõe-se de, no 
mínimo, trinta e três Ministros. 
Parágrafo único. Os Ministros do 
Superior Tribunal de Justiça se-
rão nomeados pelo Presidente 
da República, dentre brasileiros 
com mais de trinta e cinco e me-
nos de sessenta e cinco anos, de 
notável saber jurídico e reputa-
ção ilibada, depois de aprovada 
a escolha pela maioria absoluta 
do Senado Federal, sendo: 
I - um terço dentre juízes dos Tri-
bunais Regionais Federais e um 
terço dentre desembargadores 
dos Tribunais de Justiça, indica-
dos em lista tríplice elaborada 
pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, 
dentre advogados e membros 
do Ministério Público Federal, 
Estadual, do Distrito Federal e 
Territórios, alternadamente, indi-
cados na forma do art. 94.
A palavra competência 
utilizada no campo do 
Direito pode confundir 
muitas vezes um leitor não 
especializado. Não se trata 
de afi rmar que alguém é 
hábil ou inábil para realizar 
certas tarefas. A competência 
diz respeito à distribuição 
de poderes e atribuições 
feitas pela legislação e pela 
constituição entre os diversos 
segmentos da Justiça. Um 
juiz que atua numa “vara de 
família” tem competência 
para julgar divórcios e 
arbitrar pensões alimentícias, 
contudo é “incompetente” 
para julgar crimes.
VOCÊ SABIA?
8 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
mente às necessidades da Coroa em 
administrar, vigiar e disciplinar regi-
ões de maior importância econômi-
ca e política. 
O deslocamento do eixo de po-
der e riqueza no Brasil levou à cria-
ção do Tribunal da Relação do Rio 
de Janeiro em 1751. Na esteira da 
transferência da Corte para o Brasil, 
surgiu um novo Tribunal da Relação 
no Maranhão em 1813 e outro em 
Recife em 1821. Com a Independên-
cia e a Constituição de 1824, abriu-se 
a possibilidade de criação de novos 
tribunais em outras regiões do país, 
dentre eles, o Tribunal da Relação de 
Porto Alegre, instalado em 1874, e o 
Tribunal da Relação da Província do 
Ceará, estabelecido no mesmo ano. 
Apesar de representarem o ponto 
de partida para a criação das cortes 
estaduais, esses tribunais vincula-
vam-se ainda ao modelo de organi-
zação da justiça do Império. Somen-
te com a República e a criação da 
Justiça Estadual tornou-se necessá-
riocriar um tribunal para cada um 
dos estados membros. Desde então 
houve grande variação de nomes, 
tamanhos e competências, sempre 
em compasso com as alterações po-
líticas e constitucionais do país. Em 
1934, a Constituição nomeou as cor-
tes estaduais de Corte de Apelação; 
em 1937, a Constituição adotou a de-
signação: Tribunal de Apelação; e so-
mente em 1946, assumiu-se a atual 
nomenclatura: Tribunal de Justiça.
Os tribunais de Justiça correspon-
dem ao segundo grau de jurisdição 
ou segunda instância do Judiciário 
estadual. As decisões proferidas pe-
los juízes de primeiro grau (nas va-
ras de família, varas criminais, varas 
da fazenda pública, entre outras) 
podem ser rediscutidas por meio 
de recursos dirigidos ao Tribunal de 
Justiça. Os principais recursos utiliza-
dos chamam-se apelação e agravo. 
Contudo, também é possível buscar 
nos tribunais de justiça proteção por 
meio de habeas corpus ou, ainda, de 
ações como o mandado de seguran-
ça, a depender do tipo de direito ata-
cado ou ainda de quem é responsá-
vel pela ilegalidade. 
No modelo constitucional bra-
sileiro, cabe à Justiça Estadual a 
maior parte das competências 
(maioria das questões patrimoniais, 
familiares, grande parte dos crimes 
etc.). Todas as competências dos 
demais ramos da Justiça precisam 
estar detalhadamente previstas na 
Constituição e funcionam como ex-
ceção, como veremos a seguir. Tudo 
que não contar com expressa previ-
são constitucional segue para julga-
mento no Judiciário Estadual.
5 
TRIBUNAIS 
REGIONAIS FEDERAIS 
E JUÍZES FEDERAIS
A Justiça Federal como nós co-
nhecemos hoje ganhou sua forma 
fi nal na Constituição de 1988. Após 
4 
TRIBUNAIS DE 
JUSTIÇA
O Tribunal de Justiça (TJ) constitui 
o órgão máximo do Poder Judiciá-
rio estadual. Cada um dos estados 
possui organização judiciária própria 
como expressão típica da autono-
mia inerente aos entes federados. 
Não obstante a adoção do modelo 
federativo ter ocorrido somente com 
a República, verifi ca-se que vários tri-
bunais estaduais apresentam datas 
de surgimento anteriores ao fi m da 
Monarquia. Isso se deve aos desdo-
bramentos da história que deu ori-
gem ao sistema judicial brasileiro e 
encontra raízes mais longínquas na 
estrutura colonial portuguesa.
Em 1609, Portugal estabeleceu 
em Salvador o Tribunal da Relação 
com competência para julgar recur-
sos e apelações, além de múltiplas 
funções não tipicamente judiciais. 
Dentro dos domínios portugueses, 
foram criados outros tribunais seme-
lhantes que se relacionavam direta-
CURSO JUSTIÇA NA SALA DE AULA 9
ORGANIZAÇÃO DOS TRFs
Tribunal Regional Federal da 1ª 
Região: AC, AM, AP, BA, DF, GO, 
MA, MG, MT, PA, PI, RO, RR
Tribunal Regional Federal da 2ª 
Região: ES, RJ
Tribunal Regional Federal da 3ª 
Região: MS, SP
Tribunal Regional Federal da 4ª 
Região: PR, RS, SC
Tribunal Regional Federal da 5ª 
Região: AL, CE, PB, PE, RN, SE
ser extinta durante o Estado Novo 
(1937), foi gradualmente reconstruí-
da depois da redemocratização de 
1946, com o estabelecimento do 
TFR. Todavia, somente no Regime 
Militar ressurgiu a Justiça Federal 
de primeiro grau. Seu reestabele-
cimento derivou, em grande medi-
da, de um esforço para aprimorar a 
gestão das questões relacionadas à 
arrecadação de tributos federais e 
auxiliar a União no tratamento dos 
litígios em que fi gurava como parte.
O Judiciário Federal organiza-se 
na forma de Tribunais Regionais Fe-
derais, com jurisdição sobre vários 
estados. Os juízes de primeira ins-
tância ou de primeiro grau que atu-
am nestas varas têm como principal 
competência o julgamento de cau-
sas em que a União Federal, autar-
quias federais ou empresas públicas 
federais forem interessadas. A essa 
competência se juntam questões 
envolvendo indígenas, tráfi co inter-
nacional, estrangeiros, ilegalidades 
cometidas por autoridades federais, 
entre outras.
Getúlio Vargas, e se inser ia 
muito diretamente n o 
ambiente conturbado 
de reformas sociais e po-
líticas que deveriam prepa-
rar o país para um cenário de 
maior desenvolvimento econô-
mico, crescimento das cidades e 
expansão do trabalho livre industrial 
nos centros urbanos.
Na sua concepção inicial, a Justi-
ça do Trabalho vinculava-se ao Poder 
Executivo, ou seja, não fazia parte da 
estrutura do Poder Judiciário bra-
sileiro. A primeira instância era for-
mada pelas Juntas de Conciliação e 
Julgamento, a segunda instância pe-
los Conselhos Regionais do Trabalho 
e a terceira instância pelo Conselho 
Nacional do Trabalho. O modelo pre-
via uma composição paritária, com 
a presença de representantes dos 
trabalhadores e dos empregado-
res, bem como de juízes togados ou 
alheios aos interesses das partes.
Somente com o fi m do Esta-
do Novo e com o advento da nova 
Constituição em 1946, a Justiça do 
Trabalho passou a integrar os qua-
dros do Poder Judiciário. Os Conse-
lhos regionais foram transformados 
em Tribunais Regionais do Trabalho 
e o Conselho Nacional converteu-se 
em Tribunal Superior do Trabalho. 
No primeiro grau, as causas eram 
julgadas nas Juntas de Conciliação 
e Julgamento composta por um re-
presentante dos trabalhadores, um 
representante patronal e por um juiz 
togado. Em 1999, por meio da Emen-
da Constitucional nº 24, extinguiu-se 
a fi gura do juiz classista, que repre-
sentava patrões ou empregados, e 
Os recursos contra as decisões pro-
feridas por juízes federais de primei-
ro grau seguem para o TRF. O Ceará 
submete-se à jurisdição do Tribunal 
Regional Federal da 5ª Região, situ-
ado em Recife. Esses tribunais têm 
competência para analisar recursos, 
mas também analisam ações em pri-
meiro grau, como nos casos de crime 
cometido por juiz federal, de manda-
do de segurança contra atos de juízes 
federais, dentre outras competências. 
A maioria das pessoas somente 
conhece a Justiça Federal quando 
precisa ingressar com ações contra 
o Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS), contra a Caixa Econômica Fe-
deral (CEF) ou contra alguma outra 
instituição federal. Nesses casos, as 
ações serão ajuizadas na justiça fede-
ral de primeiro grau, tendo em vista 
que são, em linhas gerais, entidades 
vinculadas ou pertencentes à União.
6 
TRIBUNAL SUPERIOR 
DO TRABALHO, 
TRIBUNAIS REGIONAIS 
DO TRABALHO E VARA 
DO TRABALHO
A primeira metade do século XX 
foi marcada por grandes confl itos ar-
mados internacionais e pela rápida 
transformação no mundo do traba-
lho. O Brasil não passou ao largo des-
sas agitações e mudanças, na medi-
da em que avançavam os processos 
de urbanização e industrialização. A 
criação da Justiça do Trabalho ocor-
reu em 1941, durante o governo de 
10 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
as Juntas foram 
convertidas em 
Varas do Trabalho, 
comandadas por um 
Juiz do Trabalho. 
As Varas do Trabalho 
possuem como principal 
competência o julgamento dos 
confl itos envolvendo relações de 
trabalho, como disputas sobre paga-
mento de hora extra, férias, décimo 
terceiro salário, entre outras verbas 
(para conhecer as competências da 
Justiça do Trabalho, recomenda-se 
a leitura do artigo 114 e seguintes da 
Constituição Federal de 1988). Trata-
-se de uma justiça bem próxima do 
cotidiano das pessoas, especialmen-
te dos mais pobres.
Os recursos relacionados às deci-
sões de primeiro grau da Justiça do 
Trabalho seguem para os Tribunais 
Regionais do Trabalho (TRT). O Brasil 
conta com 24 tribunais regionais do 
trabalho. A maioria dos estados pos-
sui um TRT com competência sobre 
todo o seu território, todavia alguns 
estados menores ou com menos mo-
vimentação processual são abrangi-
dos em conjunto por um único TRT, 
como Acre e Rondônia (TRT14), Pará 
e Amapá (TRT8). O caso de São Pau-
lo segue em sentido oposto. No mes-
mo estado,existem dois tribunais, 
um na cidade de Campinas (TRT15), 
com competência para o interior, e 
outro na cidade de São Paulo (TRT2), 
com competência para a capital.
Em Brasília, por sua vez, situa-se o 
Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
cuja atribuição mais importante con-
siste em manter a uniformidade da 
aplicação da legislação trabalhista 
no território brasileiro. Evita-se, assim, 
que o direito do trabalho receba apli-
cações completamente divergentes 
em diferentes cidades ou estados.
7
TRIBUNAIS MILITARES
Um dos ramos menos conheci-
dos do Judiciário é a Justiça Militar. 
Esta justiça especializada dedica-se, 
principalmente, ao julgamento dos 
crimes militares previstos no Código 
Penal Militar. As características pe-
culiares das organizações militares, 
como o Exército e a Marinha, sempre 
exigiram um tratamento diferencia-
do, especialmente quando se está 
diante de questões que podem re-
percutir futuramente na hierarquia e 
disciplina das corporações. 
O Brasil possui uma Justiça Militar 
da União, com competência para tra-
tar, em linhas gerais, dos casos envol-
vendo militares da Marinha, Exército 
e Aeronáutica, e uma Justiça Militar 
Estadual dedicada aos casos envol-
vendo policiais e bombeiros milita-
res. A chamada “Justiça Castrense” de 
primeiro grau é exercida no âmbito 
da União por meio dos Conselhos de 
Justiça compostos por quatro ofi ciais 
(militares) e um juiz (de direito) audi-
tor. Estes conselhos são distribuídos 
dentro do território brasileiro em di-
visões chamadas de Auditorias. E as 
Auditorias, por sua vez, agrupam-se 
em Circunscrições Judiciárias Milita-
res (CJM). As decisões proferidas em 
primeira instância podem ser reava-
liadas por meio de recursos remetidos 
ao Superior Tribunal Militar (STM).
No âmbito estadual, a Justiça 
Militar apresenta forma assemelha-
da, com a atuação e o julgamento 
por meio dos Conselhos de Justiça 
(compostos por militares e um juiz) 
ou por meio de um juiz civil isola-
damente, dependendo da natureza 
do caso. Os recursos contra as suas 
decisões seguem para o Tribunal de 
Justiça Militar nos estados em que 
eles existem (Rio de Janeiro, São 
Paulo e Minas Gerais) ou para os Tri-
bunais de Justiça Estaduais.
8 
JUSTIÇA ESTADUAL 
DE PRIMEIRO GRAU, 
JUIZADOS ESPECIAIS 
E TURMAS RECURSAIS
Quando vivenciamos problemas 
cotidianos que exigem a busca pela 
Justiça, precisamos, na maioria das 
vezes, de uma decisão ou da media-
ção feita no âmbito do primeiro grau 
CURSO JUSTIÇA NA SALA DE AULA 11
de jurisdição. Juizados especiais (an-
tigos juizados de pequenas causas), 
varas de família ou varas cíveis são 
divisões judiciais que tratam de pro-
blemas como relações de consumo, 
pensões e divórcios ou indenizações 
e reparações. Para entender melhor 
como esta organização funciona, 
precisamos em primeiro lugar apren-
der um pouco sobre a nomenclatura.
A primeira coisa que precisa-
mos aprender é o signifi cado do 
termo“comarca”. A comarca corres-
ponde aos limites territoriais sobre 
os quais incidem o poder de deci-
são dos juízes de primeiro grau. A 
área de um pequeno município, 
normalmente, corresponde ao limi-
te da comarca, seja a cidade gran-
de ou pequena. Fortaleza inteira 
corresponde a uma única comarca 
e a cidade de Guaramiranga, muito 
menor, também. Por razões de ra-
cionalização administrativa relacio-
nada ao movimento processual e à 
disponibilidade de recursos fi nan-
ceiros, também é possível encontrar 
mais de uma cidade agrupada na 
forma de uma só comarca.
A dimensão da cidade e a quan-
tidade de processos pode fazer com 
que a comarca tenha apenas um 
juiz, com competência para julgar 
quase todo tipo de matéria. Por sua 
vez, em comarcas maiores, ocorre 
a divisão do trabalho em múltiplas 
varas. Em comarcas grandes, como 
Fortaleza, há várias dezenas de va-
ras especializadas em que o juiz 
trata apenas de um conjunto deter-
minado de matérias ou pessoas. As 
chamadas Varas da Fazenda Públi-
ca, por exemplo, lidam, entre outros 
temas, com ações movidas contra 
o estado do Ceará. Se alguém pre-
tende litigar contra a administração 
pública estadual, precisa se utilizar 
de uma dessas varas especializadas. 
E como saber a quem procurar? 
A resposta sobre onde e a quem re-
correr depende de conhecimentos 
técnicos especializados. Somente os 
advogados saberão corretamente in-
dicar aos interessados qual caminho 
seguir. Conhecer essa subdivisão aju-
da, contudo, a entender como os lití-
gios são encaminhados e resolvidos 
dentro da estrutura judiciária.
Todavia, existe um espaço na justi-
ça dedicado e aberto ao público em 
geral: os juizados especiais. A Lei nº 
9.099/95 criou os Juizados Especiais 
Cíveis e Criminais (JECC), como um 
aprimoramento dos antigos juizados 
especiais de pequenas causas, cria-
dos em 1984. Com um modelo guia-
do por princípios como oralidade, 
simplicidade e informalidade, per-
mitiu o acesso à justiça sem o auxílio 
de advogados (em causas de até 20 
salários-mínimos).
Criou-se, assim, um espaço para 
o tratamento de todo um conjunto 
de litígios que possivelmente jamais 
chegariam ao Judiciário. Brigas de 
vizinhos, problemas com produtos, 
reclamações contra prestadoras de 
serviços diversos, colisões de veícu-
los, dentre outros casos, passaram a 
chegar aos milhões nestes juizados. 
Aos poucos, eles se tornaram muito 
populares e, em alguma medida, so-
freram com seu próprio sucesso. 
De todo modo, verifi ca-se a exis-
tência de uma ampla rede de Juiza-
dos Especiais em todo o país, atuan-
do especialmente em questões de 
menor valor, cuja solução 
não demandaria instrumen-
tos jurídicos e probatórios mais 
complexos, e em infrações pe-
nais de menor potencial ofensivo. 
A possibilidade de ir diretamente ao 
juizado para apresentar de pronto a 
sua demanda se mostra um instru-
mento bastante interessante para a 
maioria das pessoas que não pode 
pagar um advogado ou, pelo valor, 
não teria vantagens no litígio.
LEI 9.099/95
Art. 61.  Consideram-se infra-
ções penais de menor potencial 
ofensivo, para os efeitos desta 
Lei, as contravenções penais e 
os crimes a que a lei comine 
pena máxima não superior a 2 
(dois) anos, cumulada ou não 
com multa.
Por suas características, o legis-
lador optou por manter os juizados 
num sistema relativamente distin-
to das varas tradicionais da Justiça. 
Os recursos dentro dos juizados são 
muito limitados e são julgados por 
uma Turma Recursal composta por 
magistrados de primeiro grau. Essas 
turmas funcionam como um equiva-
lente dos Tribunais de Justiça, contu-
do não possuem desembargadores 
em seus quadros e se organizam de 
maneira mais simples.
12 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
que não conseguiriam arcar com os 
custos do processo sem grave prejuí-
zo para seu próprio sustento, ou ainda 
grupos mais vulneráveis como idosos, 
pessoas com defi ciência, entre outros. 
As questões que envolvem a com-
petência da Justiça Estadual devem 
ser encaminhadas por meio da De-
fensoria Pública do Estado, enquan-
to os problemas e litígios sujeitos à 
competência da Justiça Federal con-
tam com a assistência da Defensoria 
Pública da União.9
MINISTÉRIO PÚBLICO E 
DEFENSORIA PÚBLICA
O Sistema de Justiça brasileiro con-
ta com um grande grupo de institui-
ções e agentes públicos que atuam, 
direta ou indiretamente, na garantia 
dos direitos dos cidadãos e na preser-
vação do interesse público. Uma das 
mais importantes instituições dedica-
das à defesa dos direitos dos cidadãos 
é a Defensoria Pública. O seu atual de-
senho nasceu com a Constituição Fe-
deral de 1988, passando a contar com 
estrutura e corpo próprio permanente 
dedicado à defesa dos necessitados. 
Num passado não muito distante, 
quem precisasse ingressarna justiça 
para defesa dos seus direitos e não ti-
vesse recursos fi nanceiros difi cilmente 
encontraria assistência jurídica gratui-
ta. Por força da previsão constitucio-
nal, considera-se um dever do Estado 
oferecer assistência gratuita a todos 
aqueles que precisem de amparo 
jurídico e comprovem que não dis-
põem de recursos para tal. Não se tra-
ta somente de uma assistência para 
os muito pobres, pois o conceito mais 
amplo de necessitado inclui pessoas 
Outra instituição que ganhou 
grande dimensão com a Constitui-
ção de 1988 foi o Ministério Público 
(MP). O constituinte decidiu atribuir 
ao MP a reponsabilidade pela garan-
tia, em sentido amplo, dos interesses 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
DE 1988
Art. 5º. [...] LXXIV - o Estado 
prestará assistência jurídica in-
tegral e gratuita aos que com-
provarem insufi ciência de re-
cursos;
Art. 134. A Defensoria Pública 
é instituição permanente, es-
sencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe, 
como expressão e instrumento 
do regime democrático, funda-
mentalmente, a orientação ju-
rídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa, em todos 
os graus, judicial e extrajudicial, 
dos direitos individuais e coleti-
vos, de forma integral e gratui-
ta, aos necessitados, na forma 
do inciso LXXIV do art. 5º desta 
Constituição Federal.
dos cidadãos e dos valores básicos 
do regime democrático. Ao longo 
da história brasileira, sua função se 
encontrava associada ao papel de 
acusador nos processos criminais ou 
de um guardião da lei no curso das 
demandas judiciais (função chama-
da de “custos legis”, na linguagem 
jurídica). Essa posição relativamente 
modesta se manteve, mas foi acres-
cida de enormes responsabilidades. 
A nova posição do MP dentro do 
Sistema de Justiça pode ser clara-
mente percebida na sua constante 
presença em ações e investigações 
envolvendo o mau uso de recursos 
públicos ou na defesa de direitos 
coletivos de grande impacto para a 
população. 
No âmbito estadual, a carreira dos 
Membros do Ministério Público se 
inicia com a função de Promotor de 
Justiça, com atuação em comarcas 
pequenas, normalmente no interior 
do país. Após vários anos de traba-
lho, depois de circular por diversas 
comarcas, setores do MP e varas es-
pecializadas, é possível chegar à po-
sição de Procurador de Justiça. Este 
cargo equivale em termos profi ssio-
nais à posição de Desembargador 
dentro do Judiciário Estadual.
Já na esfera da União, a carreira 
dos membros do MP se iniciar como 
Procurador da República, normal-
mente com atuação nas varas fede-
rais (primeiro grau de jurisdição). Com 
o avanço na carreira, podem se tornar 
Procurador Regional da República e 
Subprocurador-Geral da República.
O MP também é composto pelo 
Ministério Público do Trabalho, com 
procuradores que atuam no âmbito 
da Justiça do Trabalho, e pelo Minis-
tério Público de Contas, com mem-
bros que atuam nos diversos tribu-
nais de contas do país (TCU, TCE etc.).
CURSO JUSTIÇA NA SALA DE AULA 13
10
PROCURADORIAS 
ESTADUAIS E 
MUNICIPAIS E 
ADVOCACIA DA UNIÃO
A representação judicial da 
União, dos estados, dos municípios 
e de toda uma cadeia de entidades 
relacionadas a estes é realizada, na 
maioria dos casos, por procuradores 
que atuam na chamada “advocacia 
pública”. Apesar de muitas dessas 
funções serem ocupadas por “pro-
curadores”, os advogados não fazem 
parte do Ministério Público. Quan-
do alguém ingressa com uma ação 
contra o estado do Ceará ou contra 
o município de Fortaleza, no lado 
oposto, haverá um procurador do 
estado ou um procurador do mu-
nicípio realizando a defesa judicial 
destes entes. Na esfera federal, a 
defesa judicial da administração di-
reita e indireta é realizada por car-
reiras como a da Advocacia Geral da 
União, Procuradoria da Fazenda Na-
cional e Procuradoria Federal.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
DE 1988
Art. 127. O Ministério Público é 
instituição permanente, essen-
cial à função jurisdicional do Es-
tado, incumbindo-lhe a defesa 
da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses so-
ciais e individuais indisponíveis.
O Tribunal de Contas da 
União e os tribunais de 
contas dos estados, apesar 
do nome, não fazem parte 
do Poder Judiciário. Outra 
confusão acontece com 
o Ministério do Trabalho. 
Muitas pessoas falam 
que “vão ao Ministério 
do Trabalho”, quando, 
na realidade, se referem 
à Justiça do Trabalho. 
Também não integra o 
Judiciário a chamada 
“polícia judiciária” que é a 
Polícia Civil.
CONSELHO NACIONAL 
DE JUSTIÇA
A Ementa Constitucional nº 45 
de 2004, que tratava da Reforma 
do Judiciário, trouxe como uma 
das suas principais mudanças a 
criação do Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ). Coube a este Conse-
lho a tarefa de criar, implementar 
e acompanhar políticas públicas 
para o Sistema de Justiça brasilei-
ro, além de realizar o controle ad-
ministrativo e disciplinar dos atos 
da Justiça em todo o país. Desde 
sua criação, o CNJ vem realizando 
iniciativas destinadas a compre-
ender melhor o funcionamento 
da máquina judiciária e elaboran-
do planos destinados a solucionar 
problemas. 
Esse conjunto de políticas trou-
xe para o Judiciário iniciativas 
como a expansão do uso de novas 
tecnologias novas tecnologias, os 
processos judiciais eletrônicos (sem 
papel), o fortalecimento da me-
diação e da conciliação, o fi m do 
nepotismo (prática de empregar 
familiares), entre outras inovações. 
Outro lado importante da atuação 
do CNJ relaciona-se à punição de 
juízes que cometem desvios. Se os 
magistrados falham e se os tribu-
nais não forem efi cazes na punição, 
caberá ao CNJ a punição discipli-
nar. A competência do CNJ na cor-
reção de equívocos e ilegalidades 
estende-se inclusive para os atos 
administrativos dos tribunais, o que 
gera um efeito potencialmente 
transformador. Sobre o CNJ falare-
mos adiante em outro fascículo.
VOCÊ SABIA?
14 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
SÍNTESE DO FASCÍCULO
O Brasil possui 91 tribunais. A organização federa-
tiva implica na existência de um Poder Judiciário es-
tadual em cada um dos estados da federação, com 
competência geral. O Tribunal de Justiça é a mais alta 
instância da Justiça estadual. No âmbito das ações 
contra a União, suas autarquias e fundações, em al-
guns crimes específi cos e em outros casos previstos na 
Constituição, existe a Justiça Federal. O Tribunal Regio-
nal Federal atua na segunda instância da Justiça Fe-
deral. A relações de emprego seguem para a Justiça 
do Trabalho, composta de varas do trabalho, Tribunal 
Regional do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho. 
Os crimes militares são julgados na Justiça Militar, que 
tem como tribunal máximo o Superior Tribunal Militar. 
A uniformização da aplicação da lei federal é feita pelo 
Superior Tribunal de Justiça e a garantia da aplicação 
da Constituição Federal é realizada, em última instân-
cia, pelo Supremo Tribunal Federal.
PERFIL DO AUTOR
Gustavo Raposo 
Pereira Feitosa
Graduado em Direito pela UFC, mestrado em So-
ciologia e doutorado em Ciências Sociais pela UFC. 
Atualmente é professor Titular do Programa de Pós-
-Graduação em Direito Constitucional - Mestrado e 
Doutorado - e do Centro de Ciências Jurídicas da Uni-
for. É professor adjunto de Direito Processual Civil na 
UFC. Coordena o Mestrado Profi ssional em Direito e 
Gestão de Confl itos da Unifor. Atuou como “Professeur 
Invité na Université du Havre” (França). Foi Coordena-
dor de Pesquisa do Centro de Ciências Jurídicas da 
Unifor. É editor do periódico Pensar - Revista de Ciên-
cias Jurídica, qualifi cado como B1 no sistema Qualis-
-Capes. Lidera o grupo de Pesquisa “JET - Justiça em 
Transformação”. Atua desde 2004 como mediador 
profi ssional e como instrutor e formador de novos me-
diadores. Tem experiênciana área de Direito, com ên-
fase em Reforma e Transformação do Sistema de Jus-
tiça, Gestão de Confl itos, Magistratura e Democracia, 
Direitos Humanos, Política e Segurança Internacional, 
Ciência Política, Políticas Públicas e Sociologia Jurídi-
ca, atuando principalmente nos seguintes temas: di-
reitos humanos, “democratização, reforma do Judici-
ário e do processo”, magistratura, segurança nacional 
e internacional, governo eletrônico e novas metodolo-
gias para Direito e para a Justiça.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Disponí-
vel em: <http://www.cnj.jus.br>. Acesso em: 15 de abril de 
2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Bra-
sil de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 15 de 
abril de 2018.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça – STJ. Disponível 
em: <http://www.stj.jus.br/portal/site/STJ>. Acesso em: 15 
de abril de 2018.
BRASIL. Superior Tribunal Militar – STM. Disponível 
em: <https://www.stm.jus.br/>. Acesso em: 15 de abril de 
2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal – STF. Disponível 
em: <http://portal.stf.jus.br/>. Acesso em: 15 de abril de 2018.
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho – 2ª Região – 
TRT2. Disponível em: < http://www.trtsp.jus.br/>. Acesso em: 
15 de abril de 2018.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho – TST. Disponível 
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BRASIL. LEI Nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe 
sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm>. 
Acesso em: 15 de abril de 2018.
CEARÁ. Tribunal de Justiça do Estado do Ceará – TJCE. 
Disponível em: <http://www.tjce.jus.br/>. Acesso em: 15 de 
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KOERNER, Andrei. Judiciário e cidadania na construção 
da República Brasileira. São Paulo: Hucitec; Departamento 
de Ciência Política, USP, 1998. 
SCHWARTZ, Stuart B. Burocracia e Sociedade no Brasil 
Colonial – A Suprema Corte da Bahia e seus Juízes: 1609- 
1751. São Paulo: Perspectiva, 1979.
Apoio
Realização
Promoção

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