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EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO 
NO NOVO CPC
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Sumário
Conceito dos Embargos de Declaração ........................ 5
Obscuridade ...............................................................................10
Efeitos dos embargos ...........................................................20Contradição ................................................................................10
Omissão .......................................................................................11
Erro Material ...............................................................................13
Embargos de Declaração na Justiça do Trabalho...............16
8Hipóteses dos embargos de declaração ...................... 17Prazo para interposição do recurso ...................................
20Efeito suspensivo .....................................................................
19Prazo para julgamento ...........................................................
22Embargos manifestamente protelatórios .........................
24Efeitos infringentes .................................................................
Prazos .................................................................................17
Conclusão ......................................................................... 26
3
A máxima já diz que “errar é humano”. E não 
poderia ser diferente em se tratando do Direito. 
Afinal, os operadores jurídicos também podem 
cometer alguns deslizes próprios da espécie. 
Contudo, é importante ter em mente os impactos 
que os atos jurídicos podem ter na vida das 
pessoas. Um erro, ainda que insignificante pode 
decidir uma causa. E para garantir a efetividade 
da justiça em face dessas possíveis ocorrências, o 
ordenamento jurídico apresenta uma espécie de 
recurso: os embargos de declaração. 
 
Apesar da discussão acerca de sua natureza - se 
são ou não recursos -, o Novo CPC introduz os 
embargos de declaração no rol de possibilidade 
recursais. Por outro lado, também, traz algumas 
modificações significativas em relação às suas 
hipóteses e disposições. Além de incluir duas novas 
possibilidades, define prazo diferente do prazo 
genérico para recursos. 
No tocante aos efeitos, é importante analisar 
a questão do efeito suspensivo, que sofreu 
grandes alterações com o advento do Novo 
Código. E, do mesmo modo, é essencial que 
se compreenda a questão dos embargos 
declaratórios com efeitos infringentes. Ainda 
que  o recurso vise apenas sanar algum vício 
da decisão, sem modificar suas conclusões, 
é reconhecido que, em alguns casos, isto 
pode vir a ocorrer. 
 
Na prática da advocacia, os embargos 
de declaração são um meio de garantir 
que o juízo ofereça respostas adequadas 
às demandas. Mas, por óbvio, não deve 
ser uma ferramenta de protelação do 
advogado. Portanto, é imprescindível 
ter conhecimento não apenas dos 
embargos de declaração como um recurso 
condicionado por prazos e requisitos, mas 
também das possíveis punições.
4
5
Conceito dos 
Embargos de 
Declaração
Os embargos de declaração são um 
instrumento jurídico por meio do qual uma 
das partes pode pedir esclarecimentos 
ao juiz ou tribunal sobre a decisão judicial 
proferida. Também conhecidos como 
embargos declaratórios, por meio deles 
é possível resolver dúvidas causadas por 
contradições ou obscuridades. Do mesmo 
modo, pode-se suprir omissões; ou, ainda, 
apontar erros materiais.
Ocorre que merece esclarecimento uma das 
principais dúvidas sobre os embargos de declaração. 
Afinal, eles são ou não uma forma de recurso?
Segundo o Novo Código de Processo Civil, sim, uma 
vez que estão incluídos no rol de recursos no Novo 
CPC, em seu artigo 994. Apesar disso, esta não é 
uma inovação. De fato, os embargos de declaração já 
estavam incluídos entre os recursos desde o Código 
anterior, em seu art. 496, inciso IV.Art. 994.  São 
cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial 
.aaaou extraordinário; 
IX - embargos de divergência.
66
O recurso reforça o princípio disposto no 
inciso IX do art. 93, CF. É o texto:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa 
do Supremo Tribunal Federal, disporá 
sobre o Estatuto da Magistratura, 
observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos 
do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob 
pena de nulidade, podendo a lei limitar 
a presença, em determinados atos, às 
próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a 
preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação;
O Novo CPC, então, inclui também os 
embargos de declaração no título sobre 
os recursos. E dispõe um capítulo para 
sua análise, qual seja:
• PARTE ESPECIAL
• LIVRO III (Dos Processos nos 
Tribunais e dos Meios de 
Impugnação das Decisões Judiciais)
• TÍTULO II (Dos Recursos)
• CAPÍTULO V (Dos Embargos 
de Declaração)
Ainda que seja abordado nos arts. 1.022 
a 1.026, NCPC, o recurso é explorado 
em dispositivos esparsos e pode ter 
particularidades em função da área 
processual. É, por exemplo, o que ocorre 
com os embargos de declaração no 
processo de trabalho.
Portanto, os embargos de declaração 
garantem às partes meios de pleitear que 
o princípio da devida fundamentação das 
decisões seja seguido, requerendo:
• esclarecimento de obscuridade;
• eliminação de contradição;
• preenchimento de omissão
• correção erro material;
Cabe ressaltar, ainda, que os embargos de 
declaração são uma das hipóteses em que o 
magistrado pode alterar a sentença após a sua 
publicação, conforme o art. 494, NCPC.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só 
poderá alterá-la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a 
requerimento da parte, inexatidões materiais 
ou erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração.
7
8
Hipóteses dos 
embargos de 
declaração
Como vislumbrado, a principal 
função dos embargos de 
declaração é a garantia 
do princípio da devida 
fundamentação das decisões 
judiciais. As hipóteses de 
cabimento, já mencionadas, 
estão dispostas nos incisos do 
art. 1.022, Novo CPC. Assim, é o 
texto do artigo:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração 
contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar 
contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão 
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de 
ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material. 
 
Parágrafo único. Considera-se omissa a 
decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada 
em julgamento de casos repetitivos ou em 
incidente de assunção de competência 
aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas 
descritas no art. 489, § 1º.
9
É importante observar que o art. 1.022, 
CPC/2015, apresenta inovações em relação ao 
art. 535, CPC/1973. Era a redação do artigo:
Art. 535. Cabem embargos de declaração 
quando:
I - houver, na sentença ou no acórdão, 
obscuridade ou contradição;
II - for omitido ponto sobre o qual devia 
pronunciar-se o juiz ou tribunal.
O art. 1.022, NCPC, portanto, insere duas 
novas hipóteses: a correção de erro material 
e a abrangência de toda decisão judicial. O 
artigo 523, CPC/1973, restringia a aplicação do 
recurso, como se observa, à sentença ou ao 
acórdão. Em função disso, Didier1 afirma que o 
Novo Código de Processo Civil adota “a ampla 
embargabilidade, na medida em que permite 
a apresentação de embargos de declaração 
contra qualquer decisão”.
Apesar de sua aplicabilidade ser ampla no 
que se refere às decisões, as hipóteses são 
restritas àquelas vislumbradas nos incisos 
do art. 1.022, Novo CPC. Isto significa que 
possuem fundamentação vinculada. A ausência 
de fundamentação ou a alegação distinta das 
previstas pode implicar no não conhecimento 
do recurso, sob o risco de os embargos serem 
consideradosprotelatórios.
10
Obscuridade
A obscuridade da decisão judicial 
remete ao prejuízo de entendimento 
em razão da forma da própria decisão. 
Logo, uma decisão obscura é uma 
decisão sem clareza, ininteligível. É 
importante que a decisão se faça clara 
para as partes. Do contrário, pode levá-
las à alienação e ocasionar prejuízos.
Assim, ao incluir a obscuridade entre as 
hipóteses de cabimento de embargos 
de declaração, a legislação zela por 
princípios constitucionais fundamentais, 
como o devido processo legal, e está 
em conformidade com suas normas 
processuais fundamentais, como 
o dever de cooperação das partes 
disposto no art. 6º, Novo CPC.
Contradição
Toda decisão deve ser coerente. Do contrário, 
não restará bem fundamentada. Isto 
significa dizer que os argumentos do juízo 
não podem ser incongruentes. Tampouco 
pode a conclusão ser ilógica em relação à 
fundamentação.
Contudo, é preciso ter atenção ao limite da 
contradição. O artigo 1.022, NCPC, dispõe 
as hipóteses de embargos de declaração 
para eliminar contradição. Esta contradição, 
porém, deve ser interna. Ou seja, entre 
elementos da mesma decisão - o objeto 
dos embargos. Não se considera, desse 
modo, as possíveis contradições externas, 
aquelas existentes entre a decisão e outros 
documentos ou peças dos autos.
11
Omissão
Diferentemente do Antigo CPC, o Novo 
CPC define o que seria a omissão de que 
trata o art. 1.022, inciso II. De acordo com 
o parágrafo único do artigo 1.022, NCPC, 
incorre em omissão a decisão que:
• não se manifeste sobre entendimento 
firmado em julgamento de casos 
repetitivos ou em incidente de assunção 
de competência aplicável ao caso;
• ou se trate de uma das condutas do art. 
489, § 1º.
O inciso I do parágrafo único se refere 
à necessidade de uniformização da 
jurisprudência já prevista no art. 926, 
Novo CPC.
Acerca das condutas prescritas no art. 489, § 1º, NCPC, 
é o texto do dispositivo:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a 
identificação do caso, com a suma do pedido e da 
contestação, e o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões 
principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer 
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença 
ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de 
ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou 
a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem 
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no 
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão 
adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de 
súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes 
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência 
ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar 
a existência de distinção no caso em julgamento ou a 
superação do entendimento.
Como se vislumbra, o artigo 489, NCPC, 
dispõe sobre os elementos essenciais 
da sentença, e seu parágrafo primeiro 
aborda seis hipóteses de não 
fundamentação.
Como menciona Didier2: “ao órgão 
julgador não se franqueia escolher 
o que deve ou não apreciar em sua 
decisão’°. Cabe-lhe examinar os pontos 
controvertidos de fato e os de direito. 
Se não o fizer, haverá omissão, sanável 
por embargos de declaração”.
12
13
Erro Material
O que seriam os erros materiais a que se 
refere o art. 1.022? São erros causados 
por equívoco ou inexatidão, referentes, 
sobretudo, a aspectos objetivos, como 
inexatidão material ou erro de cálculo. 
Não envolvem, portanto, defeito de juízo.
Como Didier3 aborda:
A alteração da decisão para corrigir 
erros de cálculo ou inexatidões materiais 
não implica a possibilidade de o juiz 
proferir nova decisão ou proceder a um 
rejulgamento da causa. O que se permite 
é que o juiz possa corrigir evidentes e 
inequívocos enganos involuntários ou 
inconscientes, retratados em discrepâncias 
entre o que se quis afirmar e o que restou 
consignado no texto da decisão.
No entanto, o autor menciona haver outra 
hipótese de erro material: a premissa 
equivocada. Segundo Didier4, então:
Tradicionalmente, o Superior Tribunal de 
Justiça entende que se considera erro material 
a adoção de premissa equivocada na decisão 
judicial. Nesse caso, cabem embargos de 
declaração para corrigir a decisão e, até 
mesmo, modificá-la, eliminando a premissa 
equivocada. Quando, enfim, a decisão parte 
de premissa equivocada, decorrente de erro 
de fato, são cabíveis embargos de declaração 
para correção de tal equívoco. Com efeito, 
cabem embargos de declaração, “quando 
o julgado embargado decida a demanda 
orientado por premissa fática equivocada.
14
Nesse sentido, é a decisão do STJ:
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
ERRO MATERIAL. CARACTERIZAÇÃO. ATRIBUIÇÃO DE 
EXCEPCIONAIS EFEITOS INFRINGENTES. POSSIBILIDADE 
NO CASO CONCRETO.
1. Nos termos do que dispõe o artigo 1.022 do 
CPC/2015, cabem embargos de declaração contra 
qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade, 
eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou 
questão sobre a qual devia se pronunciar o juiz de 
ofício ou a requerimento, bem como para corrigir erro 
material.
2. Em documento idôneo trazido pela parte, a fl. 389 
e-STJ - Aviso 84/2015, da Presidência do Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro - constata-se que os 
prazos processuais ficaram suspensos de 20/12/2015 
a 20/1/2016, e não de 20/12/2015 a 6/1/2016, período 
este considerado no acórdão ora embargado, razão 
pela qual se entendeu pela intempestividade do agravo 
em recurso especial.
3. Evidenciado o erro material ante a premissa 
equivocada adotada no julgamento, faz-se 
mister refazer o cômputo do prazo processual 
para averiguação da tempestividade do recurso.
4. No caso, verifica-se na Certidão à fl. 346 e-STJ 
que a decisão que inadmitiu o recurso especial 
foi publicada em 17 de dezembro de 2015. O 
termo inicial para o prazo de dez dias (vigência do 
CPC/1973) para a interposição do agravo conta-se 
a partir de 18 de dezembro de 2015. A suspensão 
dos prazos processuais no tribunal de origem se 
iniciou em 20 de dezembro de 2015, tendo até essa 
data escoado dois dos dez dias de prazo para a 
interposição do agravo em recurso especial. Findo o 
recesso em 20 de janeiro de 2016, o prazo restante 
de 8 dias voltou a ser contado em 21 de janeiro de 
2016, findando em 28 de janeiro de 2016. O recurso 
de agravo em recurso especial foi peticionado 
eletronicamente em 25 de janeiro de 2016 (e-STJ, fl. 
349), comprovando a tempestividade do recurso de 
agravo de fls. 349-361 e-STJ. 
15
 5. Em virtude da própria natureza integrativa dos embargos 
de declaração, eventual produção de efeitos infringentes é 
excepcionalmente admitida na hipótese em que, corrigida 
premissa equivocada ou sanada omissão, contradição, 
obscuridade ou ocorrência de erro material, a alteração da 
decisão surja como consequência necessária. Nesse sentido, 
da Corte Especial, cite-se: EDcl no ARE no AgInt no RE nos 
EDcl nos EDcl no AREsp 176.496/SP, Rel. Ministro Humberto 
Martins, Corte Especial, DJe 28/11/2017. 
6. Nesse passo, faz-se mister acolher os presentes embargos 
de declaração, com efeitos infringentes, a fim de, em 
reconhecendo a tempestividade do recurso de agravo de 
fls. 349-361 e-STJ, dar provimento ao agravo interno, para 
reconsiderar a decisão de fls. 378/379 e-STJ, e determinar o 
retorno dos autos ao Gabinete para novo julgamento.
7. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos 
infringentes. (EDcl no AgInt no AREsp 890102/ RJ, 1ª TURMA, 
STJ, rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, julgado em 03/04/2018, 
publicada em 13/04/2018)
Nos casos de erro material por 
premissa equívoca, o STJ tem entendido 
o cabimento de embargos de 
declaração com efeitos infringentes, 
isto é, modificativos dos resultados 
finais da decisão. 
16
Embargos de Declaração na 
Justiça do Trabalho
É imprescindível observar que há uma importante 
diferença dos embargos de declaração na Justiça do 
Trabalho. Enquanto o artigo 1.022, NCPC, dispõe que 
cabem embargos de declaração contra qualquer decisão, 
expandindo as previsões do Antigo Código de Processo 
Civil, a CLT limita também às sentenças ou acórdãos.
Segundo o artigo 897-A da CLT, cabem embargos de 
declaração da sentença ou acórdão. Essa limitação 
espelha-se no Código de Processo Civil de 1973, pois era a 
redação do art. 535 e seu inciso I, como já observado.
A questão dos embargos de declaração no processo do 
trabalho também é regulada por súmula do Tribunal 
Superior do Trabalho. É o conteúdo da Súmula 214 do TST:
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova 
redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, 
da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso 
imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal 
Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação 
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) 
suscetível de impugnação mediante recurso para o 
mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência 
territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional 
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, 
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Acerca dos erros materiais, a CLT determina que os 
erros materiais também poderão ser corrigidos de 
ofício ou mediante requerimento de qualquer das 
partes, conforme artigo 897-A, §1º.
17
Prazos
Uma das principais mudanças 
do Novo CPC refere-se aos 
prazos processuais. O art. 
1.003, NCPC, veio regular 
o tempo genérico para 
interposição de recursos. No 
entanto, o próprio parágrafo 
5º, ao mesmo tempo em que 
estipula o prazo de 15 para 
interposição e para resposta de 
recurso, prevê uma exceção: os 
embargos de declaração.
Prazo para interposição 
do recurso
Conforme o caput do artigo 1.003, NCPC, o prazo conta-se 
da data em que a parte for intimada da decisão. Contudo, 
é o artigo 1.023 do Novo CPC que determinará o prazo dos 
embargos de declaração. 
 
Dispõe o artigo:
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 
(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação 
do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se 
sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, 
manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os 
embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique 
a modificação da decisão embargada.
18
O artigo 229, Novo CPC, mencionado no § 1º, refere-
se à hipótese de litisconsórcio em que as partes são 
representadas por advogados de diferentes escritórios. 
Contudo, é uma previsão exclusiva de processos físicos.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes 
procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
terão prazos contados em dobro para todas as 
suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo 
apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em 
autos eletrônicos.
ATENÇÃO! 
Como observado, diferentemente dos demais 
recurso, o prazo para apresentação de 
embargos de declaração será de 5 (cinco) dias! 
19
Prazo para julgamento
O art. 1.024, Novo CPC, prevê o dever do juízo de 
julgar os embargos de declaração em até 5 (cinco) 
dias. É o dispositivo:
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos 
em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, 
não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso 
incluído em pauta automaticamente.
§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos 
contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal 
proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão 
embargada decidi-los-á monocraticamente.
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de 
declaração como agravo interno se entender ser este 
o recurso cabível, desde que determine previamente a 
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, 
complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las 
às exigências do art. 1.021, § 1o. 
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de 
declaração implique modificação da decisão 
embargada, o embargado que já tiver interposto 
outro recurso contra a decisão originária tem o 
direito de complementar ou alterar suas razões, 
nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos 
embargos de declaração.
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados 
ou não alterarem a conclusão do julgamento 
anterior, o recurso interposto pela outra parte 
antes da publicação do julgamento dos embargos 
de declaração será processado e julgado 
independentemente de ratificação.
Ainda, de acordo com o art. 12, § 2º, inciso V, 
do Novo CPC, os embargos de declaração estão 
excluídos da necessidade de julgamento em 
ordem cronológica. É um modo de garantir que a 
oposição de embargos de declaração não atrasem 
o andamento processual. 
 
20
Efeitos dos 
embargos
O Novo CPC trouxe algumas 
modificações no que se refere 
aos efeitos dos recursos. 
Confira, então, o que foi 
modificado em relação aos 
embargos de declaração. 
 
Efeito suspensivo
Enquanto no CPC/1973, a regra geral era do efeito 
suspensivo, e não do efeito devolutivo, a previsão se 
inverteu com o CPC/2015. O efeito suspensivo, então, 
tornou-se exceção, restrito às hipóteses previstas em lei.
E não foi diferente no caso dos embargos de declaração. 
O art. 1.026, caput, Novo CPC, dispõe que os embargos 
de declaração não possuem efeito suspensivo. É a 
redação do artigo:
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 
(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação 
do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se 
sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, 
manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os 
embargos opostos, caso seu eventual acolhimento 
implique a modificação da decisão embargada.
http://blog.sajadv.com.br/efeito-suspensivo-no-novo-cpc/
http://blog.sajadv.com.br/efeito-suspensivo-no-novo-cpc/
Todavia, o § 1º destaca que o efeito suspensivo pode ser 
concedido pelo juiz ou relator, desde que preenchidos 
os requisitos de existência de dano grave ou de difícil 
reparação. Pode-se falar, portanto, que o efeito suspensivo 
a que se refere o parágrafo é denominado impróprio e 
segue o critério ope judicis. Isto é, depende de decisão 
judicial neste sentido e de requerimento das partes. 
 
Em relação ao tema, Daniel Amorim Assumpção Neves5 
comenta:
Uma interpretação simplista levaria à conclusão de que 
qualquer decisão, mesmo impugnada por embargos de 
declaração, geraria efeitos imediatos, mas tal conclusão é 
equivocada. A decisão só pode gerar efeitos na pendência 
dos embargos de declaração se já era capaz de provocá-
los antes de sua interposição, até porque não ter efeito 
suspensivo é diferente de ter efeito ativo, na falta de 
melhor nome. Significa que, se a decisão impugnada pelos 
embargos de declaração já é ineficaz, assim continuará 
até o julgamento do recurso. Conforme analisado 
anteriormente, é o que ocorre com as decisões impugnáveis 
por recurso com efeito suspensivo próprio.
No mesmo sentido do parágrafo, é o 
Enunciado 218 do Fórum Permanente 
de Processualistas Civis, o qual dispõe:
218. (art. 1.026) A inexistência de 
efeito suspensivo dos embargos 
de declaração não autorizao 
cumprimento provisório da sentença 
nos casos em que a apelação tenha 
efeito suspensivo.
21
22
Embargos manifestamente 
protelatórios
O artigo 1.026, Novo CPC, como vislumbrado, prevê 
a possibilidade de concessão de efeito suspensivo, 
ainda que a regra para o recurso seja a não 
concessão. Todavia, prevê também punição àqueles 
que apresentarem embargos apenas para fins de 
protelação.
Desse modo, é o que dispõem os parágrafos 2º, 3º 
e 4º do dispositivo:
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos 
em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, 
não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso 
incluído em pauta automaticamente.
§ 2º Quando os embargos de declaração 
forem opostos contra decisão de relator 
ou outra decisão unipessoal proferida 
em tribunal, o órgão prolator da decisão 
embargada decidi-los-á monocraticamente.
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos 
embargos de declaração como agravo 
interno se entender ser este o recurso 
cabível, desde que determine previamente 
a intimação do recorrente para, no 
prazo de 5 (cinco) dias, complementar as 
razões recursais, de modo a ajustá-las às 
exigências do art. 1.021, § 1o. 
Nesse sentido, é o acórdão do STJ:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
REQUISITOS DO ART. 1.022 E INCISOS DO CPC DE 2015. OMISSÃO NÃO CONSTATADA. 
EMBARGOS PROTELATÓRIOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS COM APLICAÇÃO 
DE MULTA.
1. Depreende-se do artigo 1.022, e seus incisos, do novo Código de Processo Civil que os 
embargos de declaração são cabíveis quando constar, na decisão recorrida, obscuridade, 
contradição, omissão em ponto sobre o qual deveria ter se pronunciado o julgador, 
ou até mesmo as condutas descritas no artigo 489, parágrafo 1º, que configurariam a 
carência de fundamentação válida. Não se prestam os aclaratórios ao simples reexame 
de questões já analisadas, com o intuito de meramente dar efeito modificativo ao recurso. 
2. A parte embargante, na verdade, deseja a rediscussão da matéria, já julgada de 
maneira inequívoca. Essa pretensão não está em harmonia com a natureza e a função 
dos embargos declaratórios prevista no art. 1022 do CPC.
3. Decidida a questão em sede de decisão monocrática e agravo interno, o segundo 
recurso manejado com o propósito de rediscutir a matéria ostenta nítido caráter 
protelatório, circunstância apta a ensejar a multa de 1% sobre o valor corrigido da causa 
(1.026, § 2º, do Código de Processo Civil). 
4. Embargos declaratórios rejeitados com aplicação de multa. 
(EDcl nos EDcl nos EDcl no AgInt no AREsp 1197459/SP, rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, 
4ª TURMA, STJ, julgado em 11/09/2018, publicado em 17/09/2018)
ATENÇÃO! 
O embargante que interpuser 
recurso manifestamente 
protelatório estará, portanto, 
sujeito:
• ao pagamento de multa não 
excedente a 2% sobre o valor da 
causa atualizado;
• ao pagamento de multa de 
até 10% do valor da causa 
atualizado e ao condicionamento 
de interposição de qualquer 
recurso ao depósito do valor, 
caso reiterados embargos 
manifestamente protelatórios;
• à não admissão de novos 
embargos de declaração, caso 
os dois anteriores tenham sido 
assim considerados.
23
24
Efeitos infringentes
Os efeitos infringentes referem-se à capacidade modificativa 
do resultado. Ou seja, dos efeitos da sentença. Em via de 
regra, os embargos de declaração não visam modificar 
os efeitos da decisão, mas sanar alguns de seus vícios. 
Todavia, há casos em que a alteração de algum vício da 
decisão acarreta em modificações de suas conclusões.
É o caso, por exemplo, de acolhimento de embargos de 
declaração que acabam por afastar a intempestividade de 
outros recursos, como se observa no acórdão do Superior 
Tribunal de Justiça:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO 
NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL. 
INTEMPESTIVIDADE. RECURSO ESPECIAL. ART. 508 DO 
CPC/1973. INTERPOSIÇÃO. FAC-SÍMILE. COMPROVAÇÃO. 
CERTIDÃO. SECRETARIA DO TRIBUNAL. FALHA. 
ACOLHIMENTO. EFEITOS INFRINGENTES.
1. O art. 1.022 do Código de Processo Civil de 2015 dispõe 
que os embargos de declaração somente são cabíveis para 
(a) esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, (b) 
suprir omissão de ponto ou questão sobre a qual devia se 
pronunciar o juiz, de ofício ou a requerimento, incluindo-se 
as condutas descritas no artigo 489, §1º, do CPC/2015, que 
configurariam a carência de fundamentação válida, e (c) 
corrigir o erro material.
2. O erro da secretaria do tribunal local, para o qual 
não concorreu a parte, não pode prejudicá-la, devendo 
ser afastada a intempestividade do recurso especial. 
Precedentes.
3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos 
infringentes, para afastar o óbice da intempestividade do 
recurso especial. 
(EDcl no AgInt no AREsp 1222214/SC, min. Rel. RICARDO 
VILLAS BÔAS CUEVA, 3ª TURMA, STJ, julgado em 
08/10/2018, publicado em 15/10/2018)
O parágrafo 4º do artigo 1.024, 
Novo CPC, analisado no prazo 
para julgamento, já prevê essa 
possibilidade ao dispor que:
§ 4º Caso o acolhimento dos 
embargos de declaração 
implique modificação da decisão 
embargada, o embargado que 
já tiver interposto outro recurso 
contra a decisão originária tem 
o direito de complementar ou 
alterar suas razões, nos exatos 
limites da modificação, no prazo 
de 15 (quinze) dias, contado 
da intimação da decisão dos 
embargos de declaração.
ATENÇÃO! 
Quando for a hipótese de concessão de efeitos infringentes aos embargos 
declaratórios, o embargado que já tiver interposto outro recurso terá 15 
(quinze) dias para complementar ou alterar as suas razões.
Embargos Infringentes na Justiça Trabalhista 
Os embargos de declaração também podem gerar modificações na 
decisão embargada em processo do trabalho. Todavia, a legislação 
trabalhista é taxativa ao dizer que qualquer modificação apenas 
poderá ocorrer para a correção de vício.
Assim, é a previsão do art. 897-A, caput, CLT:
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença 
ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu 
julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão 
subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, 
admitido efeito modificativo da decisão nos casos de 
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco 
no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
 
 
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Conclusão
Como vários institutos, os embargos de declaração também sofreram modificações 
com o advento do Novo CPC. O Novo Código de Processo Civil não apenas ampliou 
a possibilidade de oposição de embargos de declaração a qualquer decisão - o 
Código de 1973 previa apenas ser cabível em face de sentença ou acórdão - 
como incluiu a correção de erro material no rol de hipóteses.
Agora, então, embargos de declaração são cabíveis para: esclarecer obscuridade, 
eliminar contradição, suprir omissão e corrigir erro material. Diante dessas 
ocorrências, as partes terão, em via de regra, 5 (cinco) dias para recorrer, sendo 
que os embargos poderão ter efeito suspensivo ope judicis, desde que requerido 
pelas partes e preenchidos os requisitos, e, até mesmo, efeitos infringentes.
Os embargos de declaração, como vislumbrado, visam garantir que a resposta 
do juízo seja adequada, clara e coerente com a demanda. Acima de tudo, que a 
decisão seja bem fundamentada. 
 
Analisar a lei, a doutrina e a jurisprudência, portanto, é essencial para que o 
advogado utilize esse instrumento de modo a buscar os interesses de seu cliente. 
Assim, estará ciente não apenas dos prazos processuais a que está condicionado, 
mas também das possibilidades facultadas pelo ordenamento jurídico. 
 
Referências
1 DIDIER JR, Fredie, CUNHA, Leonardo 
Carneiro da. Curso de direito 
processual civil: o processo civil 
nos tribunais, recursos, ações de 
competência originária de tribunal 
e querela nulitattis, incidents de 
competência originária de tribunal. 
13. ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 
2016, p. 248. 
 
2 Ibid., p. 252. 
 
3 Ibid., p. 249.4 Ibid., p. 250. 
 
5 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. 
Manual de direito processual civil. 8. 
ed. Salvador: JusPodivm, 2016.
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