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Introdução ao Processamento Digital de Sinais Soluções dos Exerćıcios Propostos — Caṕıtulo 2 José Alexandre Nalon 1. Verifique se os sinais abaixo têm ou não transformada de Fourier. Em caso positivo, calcule a transformada correspondente: a) x[n] = −2δ[n+ 2] + 3δ[n]− δ[n− 3] Solução: O sinal tem transformada, pois é um sinal finito. X(ω) = −2e2jω + 3− e−3jω b) x[n] = 3δ[n+ 2] + 2δ[n]− δ[n− 1] + 2δ[n− 2] Solução: O sinal tem transformada, pois é um sinal finito. X(ω) = 3e2jω + 2− e−jω + 2e2jω c) x[n] = anu[n], para |a| < 1 Solução: O sinal tem transformada, pois ∞ ∑ n=−∞ |x[n]| = ∞ ∑ n=−∞ |anu[n]| = ∞ ∑ n=0 an = 1 1− a Assim, X(ω) = ∞ ∑ n=−∞ anu[n]e−jωn = ∞ ∑ n=0 ane−jωn = ∞ ∑ n=0 (ae−jω)n = 1 1− ae−jω d) x[n] = anu[−n], para |a| > 1 Solução: O sinal tem transformada, pois ∞ ∑ n=−∞ |x[n]| = ∞ ∑ n=−∞ |anu[−n]| = 0 ∑ n=−∞ an = ∞ ∑ n=0 a−n = ∞ ∑ n=0 (a−1)n = 1 1− a−1 1 2 Assim, X(ω) = ∞ ∑ n=−∞ anu[−n]e−jωn = 0 ∑ n=−∞ ane−jωn = ∞ ∑ n=0 a−nejωn = ∞ ∑ n=0 (a−1ejω)−n = 1 1− a−1ejω e) x[n] = an(u[n]− u[n−N ]) Solução: O sinal tem transformada pois é um sinal finito no tempo. X(ω) = ∞ ∑ n=−∞ an(u[n]− u[n−N ])e−jωn = N−1 ∑ n=0 ane−jωn = N−1 ∑ n=0 (ae−jω)n = 1− (ae−jω)N 1− ae−jω f) x[n] = e−n Solução: O sinal não tem transformada, pois não é absolutamente somável. Em particular, −1 ∑ n=−∞ e−n = ∞ ∑ n=1 en → ∞ g) x[n] = 1 3n−2 u[n+ 2] Solução: O sinal tem transformada, pois ∞ ∑ n=−∞ |x[n]| = ∞ ∑ n=−2 1 3n−2 = ∞ ∑ n=0 1 3n−4 = 1 3−4 ∞ ∑ n=0 1 3n = 81 1 1− 1/3 = 243 2 Sua transformada de Fourier é X(ω) = ∞ ∑ n=−2 1 3n−2 e−jωn = ∞ ∑ n=0 1 3n−4 e−jω(n+2) = 1 3−4 e−2jω ∞ ∑ n=0 1 3n e−jωn = 81e−2jω 1− 1/3ejω José Alexandre Nalon Processamento Digital de Sinais 3 h) x[n] = 1 n+ 1 u[n] Solução: O sinal não tem somatório finito, portanto, não tem transformada de Fourier. Este sinal é a conhecida série harmônica. A demonstração da divergência de seu somatório pode ser feita por comparação: ∞ ∑ n=−∞ |x[n]| = ∞ ∑ n=−∞ ∣ ∣ ∣ ∣ 1 n+ 1 u[n] ∣ ∣ ∣ ∣ = ∞ ∑ n=0 1 n+ 1 = 1 + 1 2 + 1 3 + 1 4 + . . . Essa série pode ser comparada termo a termo conforme abaixo. Pode-se notar que cada termo da série harmônia é maior ou igual à série na linha abaixo: 1 + 1 2 + 1 3 + 1 4 + 1 5 + 1 6 + 1 7 + 1 8 + 1 9 + 1 10 + 1 11 + 1 12 + 1 13 + 1 14 + 1 15 + 1 16 + . . . > 1 + 1 2 + 1 4 + 1 4 + 1 8 + 1 8 + 1 8 + 1 8 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + . . . Agrupando-se os termos da segunda série, temos 1 + 1 2 + ( 1 4 + 1 4 ) + ( 1 8 + 1 8 + 1 8 + 1 8 ) + ( 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 + 1 16 ) + . . . = 1 + 1 2 + 1 2 + 1 2 + 1 2 + . . . Essa soma claramente diverge, portanto, a série harmônica também divergirá. Portanto, o sinal não tem transformada de Fourier. i) x[n] = { 1− |n| N , se |n| < N 0, fora do intervalo Solução: Esta é uma sequência triangular de largura 2N . Sua transformada de Fourier pode ser calculada facilmente, se levarmos em consideração que um pulso triangular de largura 2N é a convolução entre dois pulsos retangulares de largura N . O pulso retangular tem transformada de Fourier dada por RectN (ω) = 1− e−jωN 1− e−jω então, pelo teorema da convolução, X(ω) = Rect2N (ω) = ( 1− e−jωN 1− e−jω )2 Esse resultado pode ser melhorado desenvolvendo-se os quadrados: X(ω) = 1− 2e−jωN + e−2jωN 1− 2e−jω + e−2jω Multiplicando-se essa fração no numerador por ejωNe−jωN e no denominador por ejωe−jω , obtemos X(ω) = ejωN − 2 + e−jωNe−jωN ejω − 2 + e−jωe−jω e utilizando a definição exponencial do cosseno, X(ω) = 2e−jωN (cos(ωN) − 1) 2e−jω(cos(ω) − 1) = e −jω(N−1) cos(ωN)−1 cos(ω)−1 j) x[n] = cos ( 2π N n ) , para 0 ≤ n < N Solução: Este sinal tem transformada de Fourier pois é um sinal finito. Para calcular sua transformada, notamos que x[n] = cos ( 2π N n ) (u[n]− u[n−N ]) Processamento Digital de Sinais José Alexandre Nalon 4 ou seja, um janelamento, cuja resposta pode ser dada na forma de uma convolução no domı́nio da frequência. Pela Tabela 2.1, a transformada de Fourier do cosseno é dada por F { cos ( 2π N n )} = ∞ ∑ k=−∞ δ ( ω − 2π N + 2kπ ) Para simplificar, consideremos apenas o valor principal de ω. Assim, F { cos ( 2π N n )} = δ ( ω + 2π N ) + δ ( ω − 2π N ) A transformada de Fourier do pulso retangular é dada por F {u[n]− u[n−N ]} = 1− e−jωN 1− e−jω Com alguma manipulação (veja a Seção 6.6), podemos escrever como Φ(ω) = e−jω N−1 2 sen(ωN/2) N sen(ω/2) Assim, F {x[n]} = ( δ ( ω + 2π N ) + δ ( ω − 2π N )) ⊛ Φ(ω) = Φ ( ω + 2π N ) + Φ ( ω − 2π N ) k) x[n] = senπn πn Solução: Ver Exemplo 2.8 2. Sejam X1(ω) a transformada de Fourier do sinal discreto x1[n], e X2(ω) a transformada do sinal x2[n]. Calcule, em função dessas duas transformadas, as transformadas abaixo: a) y[n] = 3x1[n]− 2x2[n] Solução: Y (ω) = 3X1(ω) − 2X2(ω) b) y[n] = x1[n− 2] + x2[n+ 2] Solução: Y (ω) = e−2jωX1(ω) + e 2jωX2(ω) c) y[n] = x1[n]− x1[n− 1] Solução: Y (ω) = (1 − e−jω)X1(ω) d) y[n] = n ∑ k=−∞ x1[k] Solução: Basta notar que x1[n] = y[n]− y[n− 1], assim, (1 − e−jω)Y (ω) = X1(ω) Portanto Y (ω) = 1 1− e−jω X1(ω) e) y[n] = x2 [n 2 ] Solução: Veja a Seção 5.1 f) y[n] = x1[1− n]− x2[1 + n] Solução: Veja que y[n] = x1[−(n− 1)]− x2[n+ 1] Assim, aplicando-se primeiro o deslocamento, e depois a reversão, temos Y (ω) = e−jωX1(ω) − e jωX2(ω) José Alexandre Nalon Processamento Digital de Sinais 5 g) y[n] = x1[n] + (−1) nx1[n] Solução: Veja que y[n] = x1[n] + e jπnx2[n] Assim, Y (ω) = X1(ω) +X2(ω − π) h) y[n] = x2[n] ∗ x2 ∗[−n] Y (ω) = X2(ω)X2 ∗ω = |X2(ω)| 2 3. Calcule a transformada de Fourier inversa das expressões abaixo: a) X(ω) = 1 1− aejω Solução: Utilizando os resultados do exerćıcio 1d), obtemos x[n] = a−nu[−n], para |a| < 1 b) X(ω) = 1 (1− ae−jω)2 Solução: Seja x1[n] = anu[n], com |a| < 1. Portanto X1(ω) = 1 1− ae−jω A derivada de X1(ω) pode ser obtida facilmente como sendo d dω X1(ω) = − jae−jω (1− aejω)2 Portanto j d dω X1(ω) = ae−jω (1 − aejω)2 Como, por inspeção, X(ω) = 1 a ejωX1(ω) então, pela propriedade da diferenciação em frequência, combinada ao deslocamento no tempo, temos x[n] = 1 a (n+ 1)an+1u[n+ 1] = an(n+ 1)u[n+ 1] c) X(ω) = 1− 1 4 ejω 1− 1 8 ejω Solução: A transformada X(ω) pode ser decomposta em duas partes: X(ω) = 1 1− 1 8 ejω − 1 4 ejω 1− 1 8 ejω A primeira fração pode ser obtida por inspeção, conforme exerćıcio 1d), e a segunda fração é a mesma transformada com um deslocamento aplicado no tempo. Assim, x[n] = 8nu[−n]− 1 4 8n+1u[−(n+ 1)] = 8nu[−n]− 1 4 8n+1u[−n− 1] d) X(ω) = { 1, se |ω| < ω0 0, se ω0 ≤ |ω| < π Solução: Veja Exemplo 2.8 e) X(ω) = { 0, se |ω| < ω0 1, se ω0 ≤ |ω| < π Processamento Digital de Sinais José Alexandre Nalon 6 Solução: Seja X1(ω) definido conforme no exerćıcio anterior. Assim, para este exerćıcio, X(ω) = 1−X1(ω) Aplicando-se os teoremas da transformada inversa de Fourier, temos x[n] = δ[n]− senω0n πn f) X(ω) = senωN senω Solução: Veja Seção 6.6 g) X(ω) = cos2 ω Solução: Desenvolvendo X(ω), temos X(ω) = cos2 ω = 1 4 ( e2jω + 2 + e−2jω ) Pode-se aplicar a linearidade da transformada, além do deslocamento no tempo. Assim, F−1 { e2jω } = δ[n+ 2] e F−1 { e−2jω } = δ[n− 2] Assim, x[n] = 1 4 δ[n+ 2] + 1 2 + 1 4 δ[n− 2] 4. Calcule a convolução entre as sequências abaixo utilizando o teorema da convolução para as transformadas de Fourier a) x[n] = 2δ[n+ 2] + δ[n+ 1] + 3δ[n] + δ[n− 1] + 2δ[n− 2] h[n] = δ[n] + 0, 5δ[n− 1]− 0, 25δ[n− 2] Solução: X(ω) = 2e2jω + ejω + 3 + e−jω + 2e−2jω H(ω) = 1 + 0, 5ejω − 0, 25e−2jω X(ω)H(ω) = 2e2jω + 2ejω + 4 +2, 75e−jω + 3, 25e−2jω + 1, 25e−3jω + 0, 5e−4jω Calculando a transformada inversa: x[n] ∗ h[n] = 2δ[n+ 2] + 2δ[n + 1] + 4δ[n] + 2, 75δ[n − 1] + 3, 25δ[n− 2] + 1, 25δ[n− 3] + 0, 5δ[n − 4] b) x[n] = u[n]− u[n−N ] h[n] = δ[n]− δ[n− 1] Solução: X(ω) = 1− ejωN 1− e−jω H(ω) = 1− e−jω X(ω)H(ω) = (1− e−jω) 1− ejωN 1− e−jω = 1− ejωN Calculando a transformada inversa: x[n] ∗ h[n] = δ[n]− δ[n−N ] c) x[n] = 1− n N , se 0 ≤ n < N h[n] = δ[n− 4] Solução: Neste exerćıcio em particular, não existe a necessidade de calcular a transformada de x[n]. Assim, H(ω) = e−4jω X(ω)H(ω) = e−4jωX(ω) Calculando a transformada inversa: x[n] ∗ h[n] = x[n− 4] = 1− n− 4 N , se 4 ≤ n < N + 4 José Alexandre Nalon Processamento Digital de Sinais 7 d) x[n] = αnu[n] h[n] = βnu[n] para |α| < 1 e |β| < 1. Solução: Pela tabela das transformadas de Fourier, X(ω) = 1 1− αejω H(ω) = 1 1− βejω X(ω)H(ω) = 1 1− αejω × 1 1− βejω = 1 (1− αejω)(1 − βejω) Para encontrarmos a resposta no domı́nio do tempo, precisamos calcular a transformada inversa. Para isso, fazemos a decomposição da expressão acima em frações parciais (veja a Seção 3.5.3). Escrevemos X(ω)H(ω) = A 1− αejω + B 1− βejω As constantes A e B podem ser encontradas realizando a soma entre as duas frações e igualando o resultado à expressão anterior. Disso, tiramos duas equações: { A+ B = 1 βA+ αB = 0 Resolvendo essa equação, temos A = α α− β e B = − β α− β Assim, X(ω)H(ω) = α α− β 1 1− αejω − β α− β 1 1− βejω Calculando a transformada inversa, x[n] ∗ h[n] = α α− β αnu[n]− β α− β βnu[n] = αn+1 − βn+1 α− β u[n] 5. O sinal de entrada x[n] de um sistema é dado por x[n] = 2 cos (π 4 n ) + 3 sen ( 3π 4 n+ π 8 ) Encontre a resposta do sistema a esse sinal, se a resposta ao impulso é dada por h[n] = 2 senπn/2 πn Solução: O problema pode ser resolvido facilmente, desde que se perceba que h[n] é, na verdade, a resposta ao impulso de um filtro ideal com frequência de corte π/2. Assim, as componentes abaixo dessa frequência serão mantidas sem alteração, enquanto as componentes acima dessa frequência serão cortadas. O sinal x[n] possui duas componentes, uma em ω = π/4, e outra em ω = 3π/4. A primeira componente possui frequência abaixo de π/2, e portanto será mantida; a segunda componente possui frequência acima de π/2, portanto, será eliminada. Assim, x[n] ∗ h[n] = 2 cos (π 4 n ) 6. Se x[n] é dado como na Figura 2.9, calcule, sem avaliar explicitamente a transformada de Fourier: a) X(0) Processamento Digital de Sinais José Alexandre Nalon 8 Solução: X(0) pode ser calculado diretamente pela substituição de ω na equação de análise de transformada de Fourier: X(0) = ∞ ∑ n=−∞ x[n]e−j0n = ∞ ∑ n=−∞ x[n] Pela inspeção direta dos valores de x[n] no gráfico, X(0) = 0, 2. b) Θ(ω) Solução: x[n] é uma função par. Como toda função par gera uma transformada de Fourier real, o espectro de fase terá valores iguais a 0 ou π para todos os valores de ω. c) X(π) Solução: Pela substituição direta de ω por π, temos X(0) = ∞ ∑ n=−∞ x[n]e−jπn = ∞ ∑ n=−∞ (−1)nx[n] Ou seja, alternam-se os sinais das amostras sobre n ı́mpar. Aplicando esse resultado ao x[n] da figura, temos X(π) = 3, 4. d) ∫ π −π X(ω) dω Solução: Substituindo n = 0 na definição da transformada inversa de Fourier, temos x[0] = 1 2π ∫ π −π X(ω)ejω0 dω = 1 2π ∫ π −π X(ω) dω Portanto, 1 2π ∫ π −π X(ω) dω = 2πx[0] = 2π e) ∫ π −π |X(ω)|2 dω Solução: Pela relação de Parseval (veja a Seção 2.2.12): 1 2π ∫ π −π |X(ω)|2 dω = ∞ ∑ n=−∞ |x[n]|2 Portanto, ∫ π −π |X(ω)|2 dω = 2π ∞ ∑ n=−∞ |x[n]|2 = 2π × 2, 12 = 4, 24π f) ∫ π −π ∣ ∣ ∣ ∣ d dω X(ω) ∣ ∣ ∣ ∣ 2 dω Solução: Aplicando-se a propriedade da diferenciação em frequência, e tomando-se o valor absoluto, conclúımos que para realizar essa integral basta fazermos: ∫ π −π ∣ ∣ ∣ ∣ d dω X(ω) ∣ ∣ ∣ ∣ 2 dω = 2π ∞ ∑ n=−∞ |nx[n]|2 Portanto, ∫ π −π ∣ ∣ ∣ ∣ d dω X(ω) ∣ ∣ ∣ ∣ 2 dω = 2, 72× 2π = 5, 44π 7. Um sinal x[n] é alimentado a um sistema com resposta ao impulso h1[n] = 0, 5 nu[n], e a resposta desse sistema é alimentada a um outro sistema com resposta ao impulso h2[n] = 0, 2 n(u[n] − u[n − 3]). Encontre a resposta em frequência dos dois sistemas encadeados e sua resposta ao impulso. Solução: Podemos encontrar facilmente: H1(ω) = 1 1− 0, 5e−jω e H2(ω) = 1− 0, 008e−3jω 1− 0, 2e−jω José Alexandre Nalon Processamento Digital de Sinais 9 A resposta em frequência do sistema encadeado é dada pelo produto entre essas duas transformadas de Fourier, ou seja: H(ω) = H1(ω)H2(ω) = 1− 0, 008e−3jω (1 − 0, 5e−jω)(1 − 0, 2e−jω) Para encontrarmos a resposta ao impulso do sistema, podemos calcular a transformada inversa de H(ω). Para isso, reescrevemos como H(ω) = 1 (1− 0, 5e−jω)(1 − 0, 2e−jω) − 0, 008e−3jω (1− 0, 5e−jω)(1 − 0, 2e−jω) A segunda fração nessa expressão corresponde simplesmente ao mesmo sinal da primeira fração, com um atraso de 3 amostras. Calculamos, portanto, a transformada inversa da primeira fração, que chamaremos de Hs(ω). Para isso, realizamos a decom- posição em frações parciais (veja a Seção 3.5.3). Uma maneira simples de realizar essa decomposição é separar cada fator em uma fração e calcular as constantes correspondentes: Hs(ω) = A 1− 0, 5e−jω + B 1− 0, 2e−jω Para calcular as constantes A e B, somamos as duas frações e resolvemos o sistema linear formado pela igualdade que resulta no numerador (pois a expressão obtida no numerador de Hs(ω) deve ser igual a 1. Assim, descobrimos que Hs(ω) = 5/3 1− 0, 5e−jω − 2/3 1− 0, 2e−jω Por inspeção direta à tabela de transformadas, encontramos hs[n] = 5 3 0, 5nu[n]− 2 3 0, 2nu[n] A resposta ao impulso é encontrada fazendo: h[n] = hs[n]− 0, 008hs[n− 3] 8. Um sinal x[n] é alimentado simultaneamente a dois sistemas cujas respostas ao impulso são respectivamente h1[n] = 0.5 nu[n] e h2[n] = 0.2 n(u[n] − u[n − 2]). As sáıdas dos sistemas são combinadas. Encontre a resposta em frequência dos dois sistemas combinados e sua resposta ao impulso. Solução: Podemos encontrar facilmente: H1(ω) = 1 1− 0, 5e−jω e H2(ω) = 1− 0, 008e−3jω 1− 0, 2e−jω A resposta em frequência do sistema encadeado é dada pela soma entre essas duas transformadas de Fourier, ou seja: H(ω) = H1(ω) +H2(ω) = 1 1− 0, 5e−jω + 1− 0, 008e−3jω 1− 0, 2e−jω Realizando a soma, obtemos H(ω) = 2− 0, 7e−jω − 0, 008e−3jω + 0, 004e−4jω (1 − 0, 5e−jω)(1 − 0, 2e−jω) Para encontrarmos a resposta ao impulso do sistema, podemos calcular a transformada inversa de H(ω). Uma vez, no entanto, que a resposta em frequência é obtida por uma combinação, e a transformada de Fourier é linear, a resposta ao impulso é dada simplesmente por h[n] = 0, 5nu[n] + 0, 2n(u[n]− u[n− 3]) 9. Por meio da transformada de Fourier, mostre que, se mx é o valor médio de x[n] e my é o valor médio de y[n], então mx +my é o valor médio de x[n] + y[n]. Solução: Consideremos o valor médio do sinal em um intervalo que vai de −N a N . Esse valor pode ser calculado pela expressão: mx = 1 2N + 1 N ∑ n=−N x[n] Esse resultado pode ser mapeado sobre a transformada de Fourier, fazendo ω = 0, e dividindo-se o resultado por 2N + 1: mx = 1 2N + 1 N ∑ n=−N x[n]ejω0 = 1 2N + 1 X(0) Processamento Digital de Sinais José Alexandre Nalon 10 O mesmo racioćınio pode ser feito para my , e o valor médio do sinal pode ser calculado em todo o intervalo fazendo N → ∞. Seja agora o sinal w[n] dado pela soma de x[n] e y[n]. Seu valor médio no intervalo que vai de −N a N é calculado de maneira semelhante: mw = 1 2N + 1 W (0) No entanto, como W (ω) = X(ω) + Y (ω), mw = 1 2N + 1 (X(0) + Y (0)) = 1 2N + 1 X(0) + 1 2N + 1 Y (0) = mx +my 10. Demonstre que a energia de um sinal discreto x[n] pode ser encontrado pela expressão E = ∞ ∑ n=−∞ x[n]x∗[−n] Solução: Seja y[n] = x[n] ∗ x∗[−n]= ∞ ∑ n=−∞ x[k]x∗[−n− k] O domı́nio em x∗[k − n] se justifica pela reversão do sinal. A transformada de Fourier de y[n] é dada por Y (ω) = X(ω)X∗(ω) = |X(ω)|2 A energia do sinal x[n], portanto, é calculada por E = 1 2π ∫ π −π Y (ω) dω Esse valor pode ser calculado fazendo n = 0 na definição da transformada de Fourier de y[n], ou seja E = 1 2π ∫ π −π Y (ω) dω = 1 2π ∫ π −π Y (ω)ejω0 dω = y[0] Substituindo n = 0 em y[n], obtemos E = ∞ ∑ k=−∞ x[k]x∗[−k] Basta agora trocar k por n para obter a expressão original. 11. Mostre que, se y[n] é a sáıda de um sistema linear invariante com o tempo com resposta ao impulso h[n] quando a entrada é x[n], então |Y (ω)| 2 = (X2R(ω) +X 2 I (ω))(H 2 R(ω) +H 2 I (ω)) em que X(ω) = XR(ω) + jXI(ω) e H(ω) = HR(ω) + jHI(ω) Solução: O espectro de y[n] é dado pelo produto de x[n] e h[n], ou seja, Y (ω) = X(ω)H(ω) e portanto |Y (ω)|2 = |X(ω)|2 |H(ω)|2 O espectro de magnitude de X(ω) pode ser encontrado por |X(ω)|2 = X2R(ω) +X 2 I (ω) em que X(ω) = XR(ω) + jXI(ω). O mesmo racioćınio pode ser feito para H(ω). Assim, |Y (ω)|2 = (X2R(ω) +X 2 I (ω))(H 2 R(ω) +H 2 I (ω)) José Alexandre Nalon Processamento Digital de Sinais 11 12. Demonstre que, se x[n] é um sinal par, então X(ω) = x[0] + 2 ∞ ∑ n=1 x[n] cosωn Solução: Pela definição da transformada de Fourier: X(ω) = ∞ ∑ n=−∞ x[n]e−jωn = −1 ∑ n=−∞ x[n]e−jωn + x[0]ejω0 + ∞ ∑ n=1 x[n]e−jωn Mudando o sinal de n no primeiro somatório, temos X(ω) = x[0] + ∞ ∑ n=1 x[−n]ejωn + ∞ ∑ n=1 x[n]e−jωn Como x[−n] = x[n], pois o sinal é par X(ω) = x[0] + ∞ ∑ n=1 x[n]ejωn + ∞ ∑ n=1 x[n]e−jωn = x[0] + ∞ ∑ n=1 x[n](ejωn + e−jωn) = x[0] + 2 ∞ ∑ n=1 x[n] cosωn 13. Demonstre que, se x[n] é um sinal ı́mpar, então X(ω) = −2j ∞ ∑ n=1 x[n] senωn Solução: Pela definição da transformada de Fourier: X(ω) = ∞ ∑ n=−∞ x[n]e−jωn = −1 ∑ n=−∞ x[n]e−jωn + x[0]ejω0 + ∞ ∑ n=1 x[n]e−jωn Mudando o sinal de n no primeiro somatório, temos X(ω) = x[0] + ∞ ∑ n=1 x[−n]ejωn + ∞ ∑ n=1 x[n]e−jωn Como x[0] = 0 e x[−n] = −x[n], pois o sinal é ı́mpar X(ω) = − ∞ ∑ n=1 x[n]ejωn + ∞ ∑ n=1 x[n]e−jωn = − ∞ ∑ n=1 x[n](ejωn − e−jωn) = −2j ∞ ∑ n=1 x[n] senωn Processamento Digital de Sinais José Alexandre Nalon
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