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Slides de Aula Unidade I (1)

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Profa. Dra. Solimar Garcia
UNIDADE I
Comunicação 
Empresarial
 Unidade I
1. A comunicação e seus principais elementos
2. Para escrever melhor
 Unidade II
3. Tipos de texto
4. Funções da linguagem aplicadas à comunicação empresarial
 Unidade III
5. A comunicação empresarial
6. A importância da comunicação interna
 Unidade IV
7. A comunicação mercadológica
8. Comunicação oral
Comunicação Empresarial
 A comunicação é, provavelmente, uma das necessidades humanas mais antigas, quando 
ainda não era possível a fala. Entretanto, em algum momento, algumas pessoas resolveram 
trocar uma ideia e, nesse sentido, a comunicação começou a ser desenvolvida.
 Com a linguagem, foi possível a perpetuação da história dos homens que passaram de 
geração a geração os conhecimentos atribuídos em sua época. 
 A invenção da escrita há cerca de 5 mil anos alterou de forma 
significativa a relação entre os homens e foi graças a ela que 
eles registraram e transportaram informações, conseguindo 
mantê-las mesmo após a morte das pessoas.
Introdução
 No modelo adaptado dos elementos do processo de 
comunicação, para se transmitir mensagens, um receptor 
precisa de um código (conjunto organizado de signos) para 
transformar o que pretende comunicar em um código, ou 
seja, codificar a mensagem: 
Adaptação dos elementos do processo de comunicação
Emissor Codificação
Mensagem
Meio
Decodificação Receptor
Feedback
Ruído
Resposta
Fonte: livro-texto
 Em uma mensagem escrita utiliza-se um suporte para escrever o texto (um papel, 
uma tela de computador etc.) com a linguagem escolhida, ou seja, o código é a 
língua portuguesa no Brasil.
Exemplo
 Fonte: iniciadora do ciclo da comunicação (máquina, pessoa, organização, instituição).
 Emissor: protagonista do ato da comunicação, codifica e emite uma mensagem para 
um receptor.
 Receptor: outro protagonista, para quem a mensagem é dirigida, recebe 
a informação e a decodifica.
 Mensagem: objeto da comunicação, é uma estrutura 
organizada de sinais que servem para comunicar.
Os elementos que compõem o processo de comunicação
 Contexto: situação a que a mensagem se refere, chamado também de referente.
 Canal: meios de comunicação.
 Código: conjunto de signos, escrita.
 Signos: combinação de um significado com um significante (ideia mais objeto).
Os elementos que compõem o processo de comunicação
Há muitas formas de linguagem: 
 oral;
 escrita;
 científica;
 musical, entre outras. 
 Os meios de combinação dos elementos, bem como as 
regras e as convenções sobre os usos adequados de 
cada um deles determinam que outras pessoas possam 
entender a linguagem.
Signo linguístico e ruído na comunicação 
 A linguagem é um conjunto de signos com regras para serem combinadas. 
 O signo é qualquer coisa que faz referência a outra coisa ou ideia e possui significado, 
ou seja, o signo é a maneira pela qual as pessoas o compreendem. Também faz parte 
do signo o significante, que é a forma concreta do que ele representa, como a palavra, 
o gesto, o som etc.
Signos
Entre os vários tipos de significados para os signos, podemos citar:
 significado gramatical, que depende da relação com os outros signos;
 significado contextual, que varia conforme o contexto em que está inserido. 
O que as flores significam em um casamento, em um velório ou em nosso quintal?
 significado referencial, o sentido atribuído às palavras pelo dicionário, ou seja, 
o conceito referente;
 significado denotativo, quando o signo indica um objeto ou 
suas qualidades, como quando se conta um sonho;
 significado conotativo, quando se enriquece a palavra com 
outros significados, como os metafóricos, em “nuvens de 
algodão”, “pérolas da língua portuguesa”.
Significados para os signos
 Você deve estar pensando na relevância da comunicação e na dificuldade de nos 
comunicarmos com clareza, condição fundamental para que a comunicação seja 
completa e cause o efeito esperado, ou seja, o resultado (feedback).
Dificuldades na comunicação
 Há muitos tipos de interferência que podem ocorrer quando nos comunicamos. Nesse 
processo, deve-se prestar atenção ao conteúdo da informação não verbal presente na 
comunicação. Importa mais o que se faz ou o que se deixa de fazer enquanto falamos do 
que o conteúdo propriamente dito da mensagem.
 Após falarmos sobre a comunicação verbal, vamos falar sobre a comunicação não verbal 
porque a leitura do não verbal muitas vezes complementa a compreensão da 
comunicação verbal.
Comunicações verbal e não verbal
 O ser humano faz uso de muitos signos universais da comunicação. A palavra 
é essencial, mas é apenas um desses signos.
 Outras formas que expressam a comunicação são os gestos, os movimentos com a cabeça, 
a expressão dos olhos e da face, a postura, a aparência e outros símbolos.
 Expressão facial.
 Movimento dos olhos.
 Movimentos da cabeça.
 Postura e movimentos do corpo.
 Comportamentos não verbais da voz.
 A aparência.
Comunicação não verbal
 Você já deve ter ouvido a expressão “o corpo fala”. Muitas vezes falamos algo, mas 
nosso corpo comunica outra coisa. Esses sinais não verbais servem para facilitar e 
encadear as interações sociais e para expressar emoções e atitudes entre os envolvidos. 
 A junção entre a comunicação verbal e a não verbal possibilitará o sucesso da 
comunicação empresarial.
Comunicação não verbal
Entre os significados dos signos, é correto o que se afirma em: 
a) Significado gramatical: varia conforme o contexto em que está inserido.
b) Significado contextual: depende da relação com os outros signos.
c) Significado referencial: indica um objeto ou suas qualidades, como quando 
se conta um sonho.
d) Significado denotativo: sentido atribuído às palavras pelo dicionário, ou seja, o conceito 
referente. 
e) Significado conotativo: quando se enriquece a palavra com outros significados.
Interatividade
Resposta
Entre os significados dos signos, é correto o que se afirma em: 
a) Significado gramatical: varia conforme o contexto em que está inserido.
b) Significado contextual: depende da relação com os outros signos.
c) Significado referencial: indica um objeto ou suas qualidades, como quando 
se conta um sonho.
d) Significado denotativo: sentido atribuído às palavras pelo dicionário, ou seja, o conceito 
referente. 
e) Significado conotativo: quando se enriquece a palavra com outros significados.
 Falar é muito diferente de escrever. Ao falarmos, nós nos permitimos erros e formas 
gramaticais e de tratamento impensáveis ao escrevermos. Isso se dá porque as duas formas 
não têm o mesmo vocabulário nem a mesma gramática, a não ser que estejamos falando 
oralmente um texto escrito. 
 O texto escrito, no entanto, como supera os limites do espaço e do tempo, tem a tendência 
de ser mais bem elaborado e sempre é feito de maneira formal, conforme os elementos 
envolvidos e sua finalidade.
Linguagens escrita e falada
 É ideal que todo falante domine todos os níveis de linguagem para empregá-los de acordo 
com as exigências do contexto. 
Veja que a mesma mensagem pode ser transmitida usando-se diferentes níveis de linguagem:
 Que odor desagradável!
 Que mau cheiro!
 Que fedor!
 Que catinga!
Níveis de linguagem
Na língua falada, a oposição uniformidade/diversidade é percebida por não obedecer a 
padrões tão rígidos impostos pela norma culta da gramática. Os fatores que influenciam a 
língua falada são:
 Diferenças regionais: a pronúncia é o primeiro sinal de regionalismo que se nota. 
O vocabulário e o uso de normas gramaticais também apresentam diferenças.
 Diferenças socioculturais: idade, sexo, cultura, profissão, posição social, nível de estudos.
 Diferenças contextuais: assunto, tema, lugar, momento, relações entre os interlocutores.
Níveis de linguagem
Na fala das pessoas, encontramos o reflexo desses fatores e isso gera o que pode ser 
classificadoem:
Nível formal (culto): são obedecidas as regras prescritas pela gramática normativa, que 
normalmente são encontradas em: 
 discursos acadêmicos;
 trabalhos científicos;
 língua escrita em textos literários e didáticos.
Diferentes níveis de fala ou de linguagem: nível formal
É oposto ao formal, não segue estritamente a norma gramatical, apresentando gírias e formas 
contraídas. É a linguagem familiar ou espontânea, usada no dia a dia e que a maioria das 
pessoas utiliza no cotidiano. Exemplos:
 bilhetes;
 cartas pessoais;
 diários íntimos;
 conversas com amigos.
Diferentes níveis de fala ou de linguagem: nível informal (coloquial 
ou popular)
Alguns autores ainda fazem outra divisão, criando os níveis:
 Técnico ou profissional: trata-se do jargão, da linguagem específica de alguns grupos 
profissionais, como: economistas, advogados, analistas de sistemas, médicos, entre outros.
 Norma vulgar: fala de quem tem instrução rudimentar.
Diferentes níveis de fala ou de linguagem: níveis técnico e vulgar
 É a introdução do parágrafo e deve ser seguido de desenvolvimento e conclusão. Veja, 
então, que um parágrafo é um minitexto completo. Deve ter início, meio e fim. Introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 Exemplo: figurando frequentemente na mídia, o tema da sustentabilidade passou a 
fazer parte da vida das pessoas nos últimos anos. As propagandas dessa e de outras 
empresas têm disseminado os temas da sustentabilidade e da responsabilidade social, 
alterando o entendimento e a relação que as pessoas estabelecem com essas temáticas 
(GARCIA, 2019).
Tópico frasal
 O tópico frasal está na primeira e na segunda linha do texto. 
 E é nesse trecho que se entende do que o texto vai tratar, apresenta-se a ideia central do 
parágrafo, ou seja, o tópico frasal. A partir dele é que o parágrafo vai se desenvolver.
Tópico frasal
 O parágrafo é um segmento que constitui uma unidade da redação. Nele se 
desenvolve, por meio de um ou mais períodos, uma ideia principal que pode ser 
ampliada por ideias secundárias.
 Iniciar um parágrafo por meio de uma definição faz com que o autor tenha que depois 
prová-la. A partir daí precisa exemplificar, analisar para completar sua ideia ou, ainda, 
apontar opiniões pessoais ou de outras pessoas para escrever um bom parágrafo.
Parágrafo
 Pode-se começar um parágrafo também por uma declaração: “Pesquisas atuais indicam 
que mais de 80% das decisões de compra das famílias brasileiras são feitas por mulheres”. 
Depois disso, deve-se tentar explicar os contrastes existentes nessa declaração ou colocar 
ideias secundárias como exemplos e concluir com argumentos. 
 Exemplo: Pesquisas atuais indicam que mais de 80% das decisões de compra das famílias 
brasileiras são feitas por mulheres. A sociedade atual é caracterizada por um alto consumo 
de todo tipo de produto por parte das pessoas. Prova disso é que as vendas de automóveis 
batem recordes todos os meses, as vendas nos supermercados crescem à ordem de 7% 
todos os meses. Dessa forma, consumir parece ser a tônica da população atual.
Declaração
 O parágrafo apresenta algumas ideias no tópico frasal, que devem ser desenvolvidas 
seguindo a ordem que tiveram na apresentação.
 Exemplo: No setor bancário, os projetos primordiais se referem ao atendimento ao cliente, à 
eliminação das filas e à redução de perdas causadas por golpes. Atendimento ao cliente já é 
um assunto recorrente no setor desde o início do Código do Consumidor, há mais de vinte 
anos. Eliminar filas também faz parte desse tópico, mas é tratado de forma diferenciada, pois 
há legislações que punem os bancos quando as filas se perpetuam. A prevenção de perdas 
causadas por golpes é estudada por grupos de trabalho em todos os bancos, pois sempre há 
uma especialização maior dos bandidos em detrimento das soluções apresentadas pelo
setor. Parece um problema sem fim.
Divisão de conteúdo
 Pode-se construir tópicos frasais por alusão a uma opinião alheia, um autor, uma referência 
a um fato histórico ou a uma obra de arte, e geralmente apela para a capacidade de 
associação de ideias do leitor.
 Exemplo: “Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas”, escreveu Machado de 
Assis, em Quincas Borba. Seria essa a postura esperada de um vencedor num cargo eletivo 
qualquer. Vencida a etapa de luta e disputa eleitoral, urnas apuradas, a raiva pela derrota 
aos vencidos, e ao vencedor, o melhor dos tempos possíveis, doravante.
Citação
 Também se pode iniciar um parágrafo por meio de uma pergunta, um questionamento que 
deverá ser respondido pelo próprio autor no decorrer do texto. 
 Exemplo: O que esperar dessa geração de meninos e meninas que vivem nas ruas? Que 
tenham algum tipo de assistência do governo ou da sociedade para que não debandem para 
a violência, para as drogas nem para a bandidagem. Espera-se que tenham o direito a um 
futuro digno.
Interrogação
 Uma exclamação pode ser o início de um parágrafo.
 Exemplo: Ora! O que se discute aqui é o que vai ter de sobremesa ou a independência do 
Brasil? Claro que é uma discussão ampla e que não deve deixar de fora nenhum dos 
sabores apropriados para a data. Discute-se a independência moral de um povo que sofre.
Exclamação
 O parágrafo tem um início, marcado pelo tópico frasal, um desenvolvimento, e deverá ter um 
fim. E para encerrar o parágrafo, temos que ter o cuidado de não encerrar o texto se ainda 
não for esse o momento mais adequado. 
 O parágrafo deve ter sua conclusão, encerrando o assunto dele e dando a ideia de que um 
novo assunto virá na próxima linha.
Conclusão de parágrafo
Parágrafo narrativo
 É utilizado para narrar fatos.
Parágrafo descritivo
 Já que a matéria-prima da descrição é a caracterização de um objeto ou pessoa, ou animal, 
esse parágrafo é atemporal; o autor deverá transmitir a imagem mais próxima da realidade 
daquilo que foi descrito.
Parágrafo dissertativo
 Como a argumentação é a matéria-prima da dissertação, esse 
parágrafo deverá apresentar o assunto a ser discutido, seu 
desenvolvimento, com as ideias secundárias, e a conclusão.
Tipos de parágrafos
 Leia atentamente o texto a seguir:
“Pesquisas atuais indicam que mais de 80% das decisões de compra das famílias brasileiras 
são feitas por mulheres. A sociedade atual é caracterizada por um alto consumo de todo tipo 
de produto por parte das pessoas. Prova disso é que as vendas de automóveis batem recordes 
todos os meses, as vendas nos supermercados crescem à ordem de 7% todos os meses. 
Dessa forma, consumir parece ser a tônica da população atual.”
Estamos falando de:
a) Divisão de conteúdo.
b) Declaração.
c) Interrogação.
d) Exclamação.
e) Citação.
Interatividade
Resposta
 Leia atentamente o texto a seguir:
“Pesquisas atuais indicam que mais de 80% das decisões de compra das famílias brasileiras 
são feitas por mulheres. A sociedade atual é caracterizada por um alto consumo de todo tipo 
de produto por parte das pessoas. Prova disso é que as vendas de automóveis batem recordes 
todos os meses, as vendas nos supermercados crescem à ordem de 7% todos os meses. 
Dessa forma, consumir parece ser a tônica da população atual.”
Estamos falando de:
a) Divisão de conteúdo.
b) Declaração.
c) Interrogação.
d) Exclamação.
e) Citação.
 Do ponto de vista prático, todos podem escrever, apresentar fatos e disseminar conteúdos 
como bem entenderem, se souberem ou não escrever, isso é apenas um detalhe que quase 
não é levado em consideração. 
 Entretanto, a comunicação precisa ser adequada ao público, ao ambiente, e todos os 
elementos que a constituem devem estar em sintonia para que o processo de comunicação 
se cumpra adequadamente. Nos textos escritos, isso é mais importante ainda, pois não 
temos elementos de contato visual e interpessoal para ajudar.
Para escrever melhor
 Ilustramos algumas ideias bem gerais para a montagem de um texto que,se observadas, 
ajudam a construir textos corretamente.
 Sempre inicie um texto na afirmativa.
 Use os termos técnicos essenciais, ou seja, aquelas estruturas que não podem ser 
substituídas (significado entre parênteses).
 Não escreva o que você não diria.
 Cuidado com expressões de valor absoluto e muito enfático, 
tais como certos adjetivos, superlativos e verbos.
Montagem do texto
 Deve-se ter uma especial atenção também com os termos coloquiais ou gírias, estes 
apenas podendo ser usados em casos muito especiais.
 Cuidado com os gerúndios.
 Faça o encadeamento dos leads de maneira harmoniosa com os parágrafos seguintes. 
 Quando um parágrafo não está conectado com o seguinte, ele torna o texto difícil de 
acompanhar e chato de ler. 
 Após terminar a redação do texto, faça uma leitura 
silenciosa de todo o conteúdo, corrigindo-o e fazendo as 
alterações necessárias.
Montagem do texto
Algumas definições que o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa confere à palavra 
coerência são: 
 ligação, nexo ou harmonia entre dois fatos ou duas ideias; 
 conexão, harmonia de uma coisa com o fim a que se destina. 
Podemos perceber que a coerência está ligada à organização de todo o texto, além disso, é 
por meio da coerência textual que podemos observar se o texto é delimitado adequadamente 
em suas três partes principais: 
 o início, o meio e o fim. 
 Além disso, um texto coerente guarda adequação entre a 
linguagem e o tipo de texto de que se trata. Nos textos 
informativos, a qualidade primeira exigida é a objetividade, a 
linguagem simples, que facilita a compreensão. 
A linguagem objetiva é eminentemente denotativa (que tem 
sentido claro). 
Coerência textual
 Alguns tipos de textos que não precisam ser coerentes, ou pelo menos não tão coerentes, 
são os poéticos, que utilizam a linguagem figurada, livres associações de ideias e palavras 
conotativas, ou seja, nem sempre o significado das palavras é o real significado.
 Agora que vimos como deve ser um texto coerente, vamos observar como é um texto que 
não tem coerência. Que acontece quando não há concatenação, ou seja, as palavras não se 
juntam em uma sequência lógica nem tem argumentação que leve a provas e comprovação 
do que se está escrevendo.
Coerência textual
 Para ter clareza do que se vai escrever, é preciso refletir sobre o assunto que será tratado. 
Em geral, consegue-se isso na fase de planejamento do texto. 
 Um texto claro é aquele que evita a ambiguidade, a obscuridade de sentido das palavras ou 
formas de expressão etc.
 Também devem ser evitados o pedantismo e o esnobismo, que geralmente são conseguidos 
com palavras fora de uso corrente ou que ninguém domina ou que apenas uma categoria 
profissional as conhece. 
Clareza e ambiguidade
A ambiguidade é um fenômeno comum da linguagem verbal. No texto escrito, por alguma 
razão sintática, semântica, sonora ou ligada ao contexto; pode haver duas ou mais 
significações. Quando usada com criatividade, enriquece o texto. A publicidade dá muitos 
exemplos disso. Quando não, pode comprometer a clareza do texto. Observe o exemplo: 
Fato ocorrido em 2005, anunciado pela marca de cremes dentais Sensodyne: 
Uma atriz reclama de dentes sensíveis e aparece um dentista que explica que ela deve usar 
essa marca para resolver o problema. No fim, aparece a atriz dizendo: Hoje, além do dentista, 
eu uso e recomendo Sensodyne! 
Ficou bastante duvidoso que uso ela faz do dentista, não acha?
Clareza e ambiguidade
Para manter a coerência e a clareza, observe as dicas de Andrade e Henriques (2010):
 A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Palavras cujo significado não 
seja familiar devem ser evitadas.
 Ana Clara é uma excelente quiropedista (pedicuro).
 Participamos de um jantar opíparo (farto, esplêndido).
Coerência e clareza 
Evitar palavras ou expressões vagas, como negócio, coisa, cara, veja bem, 
até porque etc.:
 A vida é um negócio sério.
 Tacha é uma coisa pontuda.
 “Essa coisa faz uma coisa...” (Clodovil)
Coerência e clareza 
Evitar o uso de palavras ou expressões ambíguas:
 A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro.
 Despediram-se os empregados.
 É proibido dirigir um carro ébrio.
Coerência e clareza 
Evitar pleonasmos (tautologia), repetição da mesma ideia:
 Isto acontece com os velhos já idosos.
 Família patriarcal em que o pai é o centro.
 Parasita que vive às custas dos outros.
Coerência e clareza 
Na língua falada, algumas expressões nunca devem ser usadas, porque repetem as ideias. 
Conheça uma lista de expressões que devem ser evitadas: 
 Infraestrutura básica; machismo masculino; poder aquisitivo de adquirir bens; elo de ligação; 
certeza absoluta; acabamento final; quantia exata; juntamente com; expressamente proibido; 
fato real; encarar de frente; multidão de pessoas; amanhecer o dia; criação nova; retornar de 
novo; empréstimo temporário; sintomas indicativos; há anos atrás; outra alternativa; a razão 
é porque; anexo junto à carta; de sua livre escolha; todos foram unânimes; conviver junto; 
escolha opcional; planejar antecipadamente; a seu critério pessoal.
Coerência e clareza 
 Coesão: um texto coeso é o que está bem concatenado em suas partes. Um texto coerente é 
o que se apresenta adequado e verossímil em suas informações. Toda redação deve primar 
pela clareza, pela objetividade, pela coerência e pela coesão.
 Concisão: a concisão diz respeito a escrever mais com menos palavras, transmitir muito 
dizendo o mínimo. O famoso “enrolar” não cabe nos bons textos. Os que estão escritos de 
forma correta não precisam de elementos para encher linhas apenas. Devem estar cravados 
de conteúdo correto e interessante, sem partes que não sejam estritamente necessárias. A 
concisão dispensa clichês, lugares-comuns e chavões.
Coesão versus concisão
A correção que se busca em um texto diz respeito ao uso correto das normas gramaticais, 
ortografia e pontuação adequadas para atingirmos um texto bem escrito e sem erros. É 
importante observar alguns pontos: 
 evitar gírias, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem;
 evitar abreviaturas;
 grafar números por extenso;
 pontuação adequada – cuidado com os parênteses;
 ordem direta da frase – sujeito + predicado + complementos;
 frases curtas, uma ideia de cada vez;
 evitar períodos longos;
 evitar repetição de ideias;
 muito cuidado com gerúndio, principalmente 
no início dos períodos;
 separar. 
Correção de um texto
Quando temos um texto que possui lógica em sua organização, com as ideias bem 
concatenadas e explícitas.
Esse texto faz referência à: 
a) Clareza.
b) Coesão.
c) Ambiguidade.
d) Concisão.
e) Declaração.
Interatividade
Resposta
Quando temos um texto que possui lógica em sua organização, com as ideias bem 
concatenadas e explícitas.
Esse texto faz referência à: 
a) Clareza.
b) Coesão.
c) Ambiguidade.
d) Concisão.
e) Declaração.
 Para ser criativo ao escrever, deve-se tentar ser diferente de tudo o que as outras pessoas 
escrevem, evitando-se o clichê (frase frequentemente rebuscada que se banaliza por ser 
muito repetida, transformando-se em unidade linguística estereotipada). 
Vamos ver algumas dicas de Andrade e Henriques (2010):
Evitar o uso de chavões, lugares-comuns, como:
 Desde os tempos mais remotos.
 Hoje em dia, esse assunto é muito debatido. 
 A cada dia que passa. 
 Eu não tenho palavras. 
 Fazer das tripas coração.
 A nível de (nunca usar, essa construção é errada).
Criatividade
 “Frase frequentemente rebuscada que se banaliza por ser muito repetida, transformando-se 
em unidade linguística estereotipada, de fácil emprego pelo emissor e fácil compreensão 
pelo receptor; lugar-comum, chavão” (HOUAISS, 2009). Quem utiliza esses chavões 
demonstra falta de criatividade.
Evitar os “clichês estilísticos”:
 Era uma cena dantesca. 
 Nesta radiantemanhã de sol. 
 Neste momento solene.
 O acontecimento memorável.
Clichês
Temos o prazer de informar a todos os trabalhadores desta 
empresa que, em virtude das sucessivas defasagens 
salariais causadas por oscilações inflacionárias e por 
mudanças constantes nos rumos da economia nacional, a 
presidência oferece um substancial aumento salarial de 8% 
nos quadros de todo o funcionalismo, que entrará em vigor 
a partir do próximo mês.
Eu cheguei no local, aí, quando a moça me viu, me chamou,
aí eu olhei pra ela, aí eu respondi, mas ela não me entendeu 
bem, aí eu pedi desculpas e repeti, aí foi quando ela me 
explicou tudo.
O diabo foge da cruz.
Dar a volta por cima.
Em alto e bom som.
Deixou a desejar.
Exemplos de clichês, lugar comum e chavões
Fonte: adaptado de: livro-texto.
Substituir os possessivos pelos pronomes pessoais correspondentes é elegante:
 O frio percorreu sua espinha. 
 O frio percorreu-lhe a espinha.
 Enchia minha alma aquela maravilha da criação. 
 Enchia-me a alma aquela maravilha da criação.
Substituição de possessivos por pronomes pessoais
 Tinha um comportamento que tendia à depressão. 
 Tinha um comportamento tendente à depressão.
Troca de palavra por oração reduzida
Escrever com propriedade é utilizar palavras e expressões adequadas ao assunto, evitando a 
impropriedade vocabular:
 “A cachorra também é um ser humano” (A. R. Magri).
 O paralítico andava sobre a cadeira de rodas. 
 A exuberante alta dos preços. 
 O ser humano nasce cru. 
 Vamos ordenhar os nossos pensamentos. 
 O prazo dado para Saddam evacuar a área.
Propriedade
Uma redação comporta três partes: 
1. Introdução: serve para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido, não 
apresentando fatos ou razões, pois sua finalidade é predispor o espírito do leitor para o que 
vier a seguir.
2. Desenvolvimento: é o corpo do trabalho propriamente dito. Nele são apresentados os fatos, 
as ideias e as razões exigidos pelo que foi anunciado na introdução.
3. Conclusão (ou fecho): é o conjunto que encerra a redação, de 
tal modo que seja desnecessário aduzir-se algo mais.
Componentes de um texto
 Ao escrevermos textos, a grande dificuldade consiste em sabermos o que e como destacar 
qualquer assunto nele. Para resolver isso, é preciso ter um plano que remete à organização 
de seu trabalho.
Vejamos perguntas fundamentais a serem respondidas:
 O que eu vou tratar?
 Sob qual ponto de vista?
 Tenho informações a respeito?
 Para quem é esse texto? Quem é meu leitor?
Planejamento
 No caso da organização, isso diz respeito a que o texto tenha uma introdução ao assunto, o
desenvolvimento de suas ideias e um desfecho ou a conclusão. É importante também que 
seja claro, direto, objetivo e conciso. A princípio, anote as ideias que forem aparecendo e 
depois faça uma seleção das que serão aproveitadas.
Organização
 Agora, você pode fazer um pequeno esquema dizendo o que será tratado em cada um dos 
parágrafos da sua redação. 
1) Início: defender a ideia (a favor ou contra o uso de agrotóxicos).
2) Desenvolvimento: questões de saúde, dados, números, informações a respeito de pessoas 
que ficaram doentes, funcionários da lavoura que adoeceram, número de mortes etc.
3) Desenvolvimento: argumentar sobre seu posicionamento.
4) Desenvolvimento: dificuldades em manter as plantações 
saudáveis sem usar os agrotóxicos, ou a importância para a 
saúde de se evitar o uso desse produto – argumentar sobre 
seu posicionamento.
5) Conclusão: finalizar o texto, retomando a ideia 
inicial, a defesa da ideia.
Esquema de uma redação
 A estrutura de um texto é observada quando tem unidade, organicidade e forma. 
O texto deve ter: 
 Unidade: tratar de um só assunto, ordenando-se e seguindo um só núcleo temático.
 Organicidade: as partes (começo, meio e fim) devem ser dispostas como um todo coerente e 
lógico.
 Forma: é como se apresenta o conteúdo – descrição, narração 
ou dissertação.
Estrutura, conteúdo e expressão
 Um bom conteúdo requer coerência textual e clareza. 
 As ideias vitais devem ser pertinentes ao tema proposto. A clareza é consequência da 
coerência. Abordagem superficial e falta de contato com o tema levam a um conteúdo 
diluído e frágil. 
 Frases mal estruturadas comprometem a clareza e podem incorrer em ambiguidade, o que 
dificulta a compreensão e muda o sentido do que se quer expressar.
Conteúdo
 As formas de expressão utilizadas nos textos geralmente se enquadram em descrição, 
narração e dissertação.
Expressão
Referente ao planejamento, quando escrevemos textos, temos dificuldade de saber 
o que e como destacar qualquer assunto nele. Para resolver isso, é preciso ter um plano de 
trabalho, e para tal, nós fazemos algumas perguntas fundamentais que necessitam ser 
respondidas. Qual das questões não se encaixa nas perguntas padrões?
a) O que eu vou tratar?
b) Qual é o tamanho do texto?
c) Sob qual ponto de vista?
d) Tenho informações a respeito?
e) Para quem é esse texto? Quem é meu leitor?
Interatividade
Resposta
Referente ao planejamento, quando escrevemos textos, temos dificuldade de saber 
o que e como destacar qualquer assunto nele. Para resolver isso, é preciso ter um plano de 
trabalho, e para tal, nós fazemos algumas perguntas fundamentais que necessitam ser 
respondidas. Qual das questões não se encaixa nas perguntas padrões?
a) O que eu vou tratar?
b) Qual é o tamanho do texto?
c) Sob qual ponto de vista?
d) Tenho informações a respeito?
e) Para quem é esse texto? Quem é meu leitor?
 ANDRADE, M. M.; HENRIQUES, A. Língua portuguesa: noções básicas para cursos 
superiores. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
 GARCIA, Solimar. A propaganda e a sua relação com a sustentabilidade. São Paulo: 
Blucher, 2019.
 HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Moderna, 2009.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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