Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FUNDAMENTOS NEUROFISIOLOGIA E NEUROPSICOLOGIA Me. Denise Marques Alexandre GUIA DA DISCIPLINA 2020 1 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. INTRODUÇÃO À NEUROFISIOLOGIA Objetivo Propiciar conhecimentos básicos sobre a neurofisiologia, promovendo a compreensão do funcionamento do sistema nervoso como estrutura responsável pelo controle dos diferentes sistemas. Introdução Iniciaremos nesta unidade, uma ampla jornada do estudo do corpo humano, teremos a oportunidade de desvendar suas funções, sua estrutura e compreender que cada detalhe está designado a desempenhar uma função específica e muitas vezes complementar no organismo. Certamente, muitos de vocês devem estar se perguntando por que estamos estudando um assunto tão distante do campo de conhecimento da educação, mas é sabido que cada dia mais, a interdisciplinaridade exige dos profissionais amplo conhecimento para transitar em territórios que antes eram exclusivos de profissionais especialistas. Para os profissionais que atuam com educação se torna imprescindível conhecer as funções do sistema nervoso central, bem como, questões relacionadas ao comportamento humano. Vale lembrar que o processo de aprendizagem nada mais é do que uma mudança de comportamento resultante de uma prática ou experiência anterior. Direcionando o nosso assunto para um olhar multidisciplinar, podemos dizer que a aprendizagem é uma mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos. Agora que já compreendemos a importância do estudo da neurofisiologia e da neuropsicologia, daremos início às descobertas relacionadas aos conceitos e uso dessas ferramentas tão importantes para nossas práticas. Para compreender as definições de neurofisiologia e neuropsicologia, precisaremos “dissecar” de maneira metódica os conceitos, para desvendar suas ações e estruturas. 2 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A fisiologia é considerada a ciência que estuda o funcionamento dos organismos vivos. Observando a concepção da palavra; physis significa natureza, função ou funcionamento; e logos, palavra ou estudo. De forma geral, a fisiologia aborda assuntos relacionados à nutrição, circulação, respiração, excreção, aos sistemas de integração aos movimentos corporais, suporte e movimentos corporais, controle imunitário e reprodução. Como a maioria das ciências ocidentais, a fisiologia nasceu na Grécia, há mais de 2500 anos e foi descoberta por pensadores pré-socráticos, e que foram considerados os primeiros fisiólogos, pois realizaram um estudo racional e científico da natureza. A primeira concepção de fisiologia foi descrita por Hipócrates (460 e 370 a.C.); em sua obra forma o Corpus Hippocraticus, onde encontramos descrita sua a doutrina dos “quatro humores”, segundo a qual o corpo humano seria constituído por uma mistura de quatro fluidos, ou humores: o sangue, a fleuma, a bile amarela e a bile negra. Porém, foi Cláudio Galeno (129-200 d.C.) a figura fisiológica mais influente da Antiguidade. Foi considerado o pai da fisiologia experimental sendo ainda responsável pelos cuidados do Imperador Marco Aurélio e médico dos gladiadores. Oficialmente, o termo “fisiologia” foi utilizado pelo médico francês Jean François Fernel (Fernelius 1497-1558) para descrever o estudo das funções corporais. O próximo grande passo na investigação anátomo-fisiológica foi realizada por Andreas Vesalius (1514-1564), criador da “A Estrutura do Corpo Humano” uma obra ricamente ilustrada, que se destacou como uma das maiores contribuições da medicina e marca o início da anatomia e fisiologia moderna. A fisiologia como entendemos e praticamos hoje, ainda foi moldada ao longo do século XIX, especialmente na França e Alemanha. Após esse período ainda tivemos grandes contribuições de diversos estudiosos, perpassando pelo século XX e chegando à incrível descoberta do DNA. Fonte da imagem: https://2.bp.blogspot.com/- N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAA F9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7 RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg 3 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Percorrendo esse breve histórico da fisiologia, pudemos perceber como são fascinantes as descobertas em relação ao corpo humano desde os primórdios até os dias atuais. Como vimos no início da nossa unidade, a fisiologia surge como uma ferramenta para desvendarmos algumas características do funcionamento do corpo humano. Segundo Guyton (1988), a fisiologia é o estudo do funcionamento dos órgãos e sistemas que constituem o organismo humano, considerando que o corpo humano tem seis níveis de organização estrutural: Visualizando os seis níveis de organização estrutural do corpo humano, é possível perceber que a Fisiologia estuda o funcionamento dos sistemas celulares e orgânicos (nervoso, muscular, endócrino, cardiovascular, respiratório, digestório e urinário). Fonte: Elaborado pela autora (2018) QUÍMICO - inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. CELULAR - inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. TECIDUAL - Os tecidos são grupos de células (tecido muscular, etc) ORGÂNICO - órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes ( o coração, o cérebro, etc) SISTÊMICO - órgãos relacionados que desempenham uma função comum (sistema disgestório: boca, laringe, estomago) ORGANISMO - os sistemas do corpo, funcionando como um todo compõe o organismo = um ser vivo 4 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A Neurofisiologia, particularmente estuda as funções do sistema nervoso (integradora, sensorial, motora e adaptativa) responsável em nos permitir perceber e interagir com o nosso ambiente. Vale lembrar que é a função cerebral nos torna a pessoa que somos. Para compreender um pouco melhor o funcionamento cerebral, abordaremos brevemente como o sistema nervoso se compõe: suas classes celulares, região, divisões e componentes. O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), e a difundir as modificações que essas variações produzem ao executar as respostas adequadas, para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). O sistema nervoso possui duas classes de células, responsáveis pela recepção dos sinais sensoriais: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia). O neurônio é a célula responsável pela capacitação do estímulo, sendo composto de quatro partes distintas: corpo celular (soma), Centro metabólico da célula (contém o núcleo onde ficam os genes da célula); retículo endoplasmático rugoso e liso (que sintetizam as proteínas da célula) e o corpo celular origina dois importantes prolongamentos que constituem o neurônio: dendritos e axônios. Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. 5 Fundamentos Neurofisiologiae Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama- se sinapse. O sistema nervoso central se divide em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos. 1.1. Conclusão Tivemos aqui nosso primeiro contato com algumas estruturas do nosso sistema nervoso central, em breve exploraremos outras áreas que nos trarão mais subsídios para compreender o funcionamento do cérebro e seus desdobramentos no nosso cotidiano profissional. Já aprendemos que o sistema nervoso central recebe, analisa e integra as informações. Podemos dizer que, é o local onde as tomadas de decisão e o envio de ordens acontece, então se você ficar em dúvida hoje, saberá que é o seu sistema nervoso central que está se mobilizando. Temos em média 86 bilhões de neurônios trabalhando juntos! Fonte: https://www.google.com.br/search?hl=pt- BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=c ereb&gs_l=psy- ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0.. ..0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM: https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=cereb&gs_l=psy-ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=cereb&gs_l=psy-ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=cereb&gs_l=psy-ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=cereb&gs_l=psy-ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=cereb&gs_l=psy-ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM 6 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. BREVE HISTÓRICO DA NEUROPSICOLOGIA Objetivo Apresentar breve do histórico da Neuropsicologia, como intuito de pontuar a evolução dos estudos do cérebro e suas contribuições Introdução O termo Neuropsicologia foi inicialmente utilizado com o intuito de demonstrar, um estudo cientifico, que combinava o interesse comum de neurologistas e psicólogos pelo funcionamento cerebral. O desenvolvimento da Neuropsicologia acompanhou a evolução do estudo do cérebro, partindo da busca pela compreensão sobre a relação entre o organismo e os processos mentais. Atualmente, as pesquisas ainda se desenvolvem com o intuito de compreender como o sistema nervoso modula nossas funções cognitivas, comportamentais, motivacionais e emocionais. (Cosenza, Fuentes e Malloy-Diniz, 2008). 2.1. O Cérebro e a Antiguidade O papiro, que foi chamado de “O papiro cirúrgico de Edwin Smith”, foi adquirido em 1862, na cidade de Luxor, continha as mais antigas descrições anatômicas, fisiológicas e patológicas das mais diversas doenças, incluindo oito estudos de danos cerebrais fazendo correlação entre funções cerebrais e suas localizações. Considerado o primeiro registro em que palavras como “cérebro”, “meninges” e “liquido cefalorraquidiano”, além de conter de 48 casos de observação, incluindo casos de traumatismos cranianos e de pescoço. Segundo Walsh (1994), apenas em 1930 que o papiro foi traduzido e comentado, abrindo assim um caminho em direção à “corticalização” das funções com a descrição dos danos cerebrais. 7 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.2. Linha do Tempo 470 - 360 a.C. Demócrito Considera que o cérebro é a sede do pensamento e localizava as faculdades afetivas em diferentes partes do corpo – o desejo no fígado e a ira no coração. 460 – 355 a.C. Hipócrates Afirma que o cérebro é a parte mais importante do corpo e é onde está localizado o pensamento. Estabelece que o cérebro está envolvido com nossas sensações e emoções e é o sítio da inteligência. 428 – 347 a.C Platão Atribui a idéia de imortalidade ao intelecto situado na cabeça. 348 – 322 a.C Aristóteles Diz que cérebro nada mais resta que a simples tarefa de refrigerar o organismo, uma vez que nada mais é além de um “composto de água e terra”. 200-129 a.C. Galeno Atribui ao cérebro o comando do corpo e das atividades mentais. Idade Média – Renascimento Os estudos sobre neuroanatomia são retomados por Leonardo da Vinci que atuou no Hospital de Santa Maria Nuova – Florença (1504). Fonte da imagem: https://png.pngtree.com/el ement_origin_min_pic/17/ 03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60 d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg 8 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.3. Visão dos Autores No intuito de ampliar nossos conhecimentos, vamos recorrer à visão de alguns autores sobre a Neuropsicologia. 2.4. Fatos Importantes O médico inglês Thomas Willis (1621-1675) escreveu um dos livros mais importantes da história das ciências do cérebro, o Cerebri anatomie (Anatomia cerebral), em 1664 (Lambert e Kinsley, 2006). Os egípcios, por exemplo, acreditavam que o coração era o local onde habitava a alma; eles embalsamavam cuidadosamente o coração dos mortos, enquanto, simplesmente, jogavam o cérebro fora. (Gazzaniga e Heatherton, 2005) Pierre Paul Broca (1881) Demonstra que a perda da fala em alguns indivíduos é proveniente de uma lesão do lóbulo frontal superior esquerdo. “Nós falamos com o hemisfério esquerdo”. Fonte da imagem: https://png.pngtree.com/element_o rigin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4 f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg Fonte da imagem: https://png.pngtree.com/element_origin _min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60 d06f923c24e67e.jpg Santiago Ramon y Cajal (1880) Sistema Nervoso é composto por bilhões de neurônios e que se comunicam entre si através de ligações especializadas chamadas sinapses. (Possível relação com a aprendizagem) https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg https://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpghttps://png.pngtree.com/element_origin_min_pic/17/03/10/8de7b1f1e4f3f8ab60d06f923c24e67e.jpg 9 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.5. Atividade Mental Humana Segundo Luria, “toda atividade mental humana é um sistema funcional complexo efetuado por meio de uma combinação de estruturas cerebrais funcionando em concerto, cada uma das quais dá a sua contribuição particular para o sistema funcional como um todo”. (LURIA, 1981, p. 23). Durante toda a história das neurociências, a investigação do funcionamento cerebral e sua correlação com o comportamento foram analisadas de diversas formas. Vimos nessa unidade de maneira lúdica, algumas contribuições que demonstram pontos no percurso histórico e que serviram de base para o nítido desenvolvimento que a Neuropsicologia encontra na contemporaneidade. 10 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. INTRODUÇÃO A NEUROPSICOLOGIA Objetivo Promover uma concisa introdução da neuropsicologia, destacando seus objetivos. Introdução A Neuropsicologia é uma ciência do século XX, que se desenvolveu inicialmente a partir da convergência da neurologia com a psicologia. Surge com o objetivo comum de estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão cerebral. Podemos situá-la numa área de interface entre as neurociências e as ciências do comportamento, podendo ser entendida também como uma disciplina das neurociências, que está interessada em relacionar os mais diversos comportamentos dos indivíduos com os sistemas cerebrais. (Gil, 2002; Caixeta et al. 2007; Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008; Miotto, 2011) Atualmente, a disciplina de neuropsicologia vive uma grande expansão, principalmente por atuar no campo da multidisciplinaridade, pois é constituída por diversos profissionais dos campos da psicologia, medicina, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional e muitos outros profissionais. (Mendonça, Azambuja & Schlecht, 2008; Haase et al., 2012; Miotto, 2012). 3.1. Neuropsicologia O enfoque central da Neuropsicologia é o estudo da relação sistema nervoso, comportamento, e cognição, ou seja, o estudo das capacidades mentais mais complexas como: Linguagem Memória Consciência 3.2. Profissionais e a Neuropsicologia Como vimos anteriormente, existem muitos profissionais interessados pela Neuropsicologia, mas daremos ênfase nos profissionais de educação, pois atuam com os processos de ensino-aprendizagem, dificuldade de aprendizagem e distúrbios de aprendizagem. 11 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Posteriormente, veremos em uma unidade específica da nossa disciplina que todos os aspectos que envolvem a Neuropsicologia e os processos de aprendizagem. Aproveito para salientar que nesta unidade ainda estamos tateando alguns conceitos que introduzem a disciplina de Neuropsicologia, na próxima semana mecanismos neurais de aprendizagem e memória. 3.3. Relação Cérebro-Mente As investigações científicas da relação cérebro-mente começaram a ocorrer nas últimas décadas do século XIX, e merecem ser destacadas, pois forneceram as bases para as abordagens metodológicas que surgiram posteriormente. Na atualidade, as formas de abordar a análise das funções cerebrais e o desenvolvimento cognitivo estão diretamente relacionados à capacidade de interação social com os outros indivíduos, sendo considerada cognição social. (De Taquaral ET AL, 2009) Pontuamos nesta unidade, que a neuropsicologia é fruto da evolução das neurociências e da psicologia, suas contribuições ressaltam que além das descobertas em relação ao comportamento humano e o cérebro, pode ainda desenvolver ações que possibilitam reabilitar questões ligadas a aprendizagem. Na próxima semana, teremos a oportunidade de conhecer detalhadamente, todos os processos que envolvem o desenvolvimento da neuropsicologia. 12 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. CONCEPÇÕES DA ORGANIZAÇÃO CEREBRAL Objetivo: Parte-se de Vygotsky para analisar o desenvolvimento humano com relação às especificidades da neuropsicologia para com o funcionamento cerebral humano, visto que este teórico é referência nos estudos pedagógicos e sua contribuição ressignificou o fazer pedagógico contemporâneo. Introdução: O local onde nós estamos inseridos, o nosso cotidiano e as relações com as quais nos desenvolvemos influenciam significativamente em nossa formação cerebral onde estes processos estão inseridos em uma ampla rede de neuroconexões bioquímicas, eletroquímicas, dentre outras. Estes impulsos cerebrais e conexões diversas constituem não apenas o nosso cérebro humano – enquanto máquina produtiva – como também a forma com que possamos desenvolver os mais diversos saberes. A influência do saber biológico entrecruza toda a obra de Vygotsky pois, psicólogo como era, debruçou-se nos estudos de que o desenvolvimento intelectual das crianças e dos adolescentes se davam, prioritariamente, a partir das relações interpessoais constituídas ao longo de suas formações dos processos sociais. Crítico a algumas posturas do regime stalinista da extinta União Soviética, teve suas obras censuradas e por muitas décadas invisibilizadas naquele país. O desenvolvimento da neuropsicologia esteve inserido num momento de efervescência dos estudos do comportamento humano e de como não apenas o cérebro em si, mas também as interações e relações interpessoais poderiam influenciar a formação cerebral dos sujeitos. 4.1. Desenvolvimento cerebral e interação social Para Vygotsky, durante suas pesquisas iniciais sobre as questões cerebrais humanas, tudo que se relacionava a surdez, cegueira, deficiência mental, dentre outras, estão entrecruzadas pelo desenvolvimento biológico. Ao fim de sua carreira, “a ênfase na pedologia e nas teorias psicológicas orienta seu trabalho para o estudo do desenvolvimento ontogenético humano, nos critérios de periodização e nas características de cada idade da criança” (Andrade; Smolka, 2012). 13 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Dividia o cérebro em duas categorias principais: o cérebro em funcionamento e o funcionamento do cérebro. Para a primeira, o cérebro funcionava constantemente e justamente por isso as interações e relações interpessoais eram de fundamental importância para o seu desenvolvimento, já para a segunda categoria, afirmava-se que o funcionamento do cérebro era algo que se permanecia. Ou seja, enquanto a primeira necessitava de estímulos para ocorrer, a segunda ocorria naturalmente. Quanto mais um cérebro fosse estimulado, mais ele desenvolveria suas ações cognitivas e, justamente por isso, recomendava-se que as interações pessoais estivessem sempre presentes nos cotidianos infanto-juvenis. A partir do momento que tais interações ocorressem, aquilo que estava posto e presente (o seu funcionamento, em si) faria a sua função naturalmente. Ainda que ele não tenha se debruçado com o objetivo de explorar com exaustão esta sua teoria, acabou por influenciar diretamente os trabalhos de Alexander Romanovich Luria pois, a seu ver, o cérebro não era apenas um órgão presente no corpo humano, sim um órgão capaz de ser influenciado pelo contexto socio-histórico e cultural a qual o sujeito estivesse inserido. Não centrou a sua análise nos fatores biodeterministas, permitiu-se se influenciar pelos estudos históricos, culturais, sociológicos e antropológicos ao compreender que a dinâmica cerebral seria influenciada pela dinâmica local. 4.2. Entre as subjetividades e as necessáriasobjetividades Ao partir do ponto de análise sobre a dialética existente no desenvolvimento cerebral, Vygotsky reconheceu que a sua formação é muito mais complexa do que se imaginava e também trouxe uma ampla subjetividade aos estudos das interações sociais, visto que tal reconhecimento também possibilitou uma série de críticas ao seu trabalho pela falta de 14 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância objetividade e singularidade. Ainda que pudessem afirmar que seus estudos eram sobre tudo e nada ao mesmo tempo, ele afirmou que a dialética presente na sociedade influenciaria significativamente na formação cerebral. Ressalta-se, entretanto, que seus estudos não podem ser usados para pautar discursos discriminatórios sobre uma falsa relação entre periferia, pobreza e baixa escolaridade, como se a baixa formação cerebral influenciasse a baixa escolaridade e pobreza. O que se discute é inversamente ao contrário: como a periferia, a pobreza e a baixa escolaridade estão intimamente relacionadas ao mesmo tempo em que a riqueza e alta escolaridades também estão intimamente relacionadas. Olhar para a dialética social e analisar a sua influência no cotidiano dos sujeitos foi central em seu trabalho. Para exemplificar com maior precisão, Vygotsky usou a evolução humana, sobretudo perante o polegar opositor, como forma de mostrar como o cérebro humano se desenvolveu a partir do momento que pudemos fazer o movimento de pinça com nossos dedos e manusear com maior precisão os alimentos, confeccionar objetos, etc.1 Outro fato que deve ser lembrado é a questão de como o social tinha importância na obra de Vygotsky pois, como estava inserido num contexto da União Soviética, onde o regime socialista da extinta URSS investia fortemente nesta questão, a sua obra foi fortemente influenciada por esta produção do saber. Engels (conjuntamente com Marx) foi responsável pela fundação do socialismo científico, conhecido popularmente como Marxismo, e foi exatamente neste contexto histórico que Vygotsky estava inserido, o que, obviamente, acabou por influenciar significativamente a sua produção do saber. 1 Recomenda -se ass is t i r ao f i lme ILHA DAS FLORES . 15 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5. NOÇÕES DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL Objetivo: Conhecer a estrutura neuroanatômica do corpo humano e suas consequentes funções para o desenvolvimento de tudo o que o corpo necessita para se viver. Haverá diversas explicações com rica exposição imagética, de setores e zonas neurais e corporais, para que o conhecimento possa ser mais facilmente articulado entre a teoria e a prática. Introdução: O sistema nervoso humano é, sem dúvidas, o sistema mais complexo de todo o corpo humano, pois, como somos seres pluricelulares, várias atividades orgânicas são desenvolvidas pelas células que se agrupam em todo o corpo e, consequentemente, nos órgão, organismos e sistema. Para que todo o corpo humano tenha condições de se desenvolver, estas células fazem a condução e alimentação de tudo o que o corpo necessita para sobreviver. Será justamente sobre estas conexões que debateremos neste capítulo. O sistema nervoso é dividido em diversas partes como, por exemplo, I) o neurônio, II) o sistema nervoso central contendo a medula espinhal, o cérebro, o bulbo ou medula obloga, o cerebelo, a ponte, III) o sistema nervoso periférico é dividido em duas partes, o sistema nervoso voluntário e o sistema nervoso autônomo, e o iv) arco reflexo. A seguir, visualizaremos, a partir de imagens, cada uma dessas partes e suas consequentes explicações. Reconhece-se a extrema importância em trazer uma rica iconografia sobre cada uma destas regiões com o objetivo de facilitar o processo de ensino- aprendizagem ao exemplificar visualmente, não apenas suas regiões como também as suas funções em nosso corpo. 5.1. O neurônio São as células nervosas que têm como responsabilidade transmitir os impulsos nervosos para todo o cérebro, esta transmissão ocorrer a partir da sinapse, que é a comunicação entre um neurônio e outro que ocorre por meio do Terminal do Axônio. Os neurônios têm três partes principais, são elas: I) dendrito: que é a parte receptora de cada neurônio; II) corpo celular: responsável pela integração de todas as informações recebidas 16 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância a eles e III) axônios: responsáveis pela comunicação com outro neurônio, formando, assim, a rede neural. 5.2. O sistema nervoso central Formado pelo encéfalo e medula espinhal, é protegido pelas cavidades ósseas do corpo humano onde o encéfalo é protegido pela caixa craniana e a medula espinhal pela coluna vertebral. O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, tendo em torno de 35 bilhões de neurônios. O cérebro é o responsável por comandar nossas ações motoras, sensoriais e tudo o que se relaciona com a nossa aprendizagem (memória, fala, olfato, visão, sensação, etc.), o cerebelo tem como objetivo realizar a manutenção corporal e aprendizagem motora. A medula espinhal tem como função estabelecer a conexão entre o corpo e o sistema nervoso - não por outro motivo que quando alguma pessoa fratura a coluna há toda uma preocupação se ela perderá os movimentos dos membros superiores ou inferiores pois, a partir do momento em que há a interrupção desta conexão, o cérebro deixará de transmitir estímulos para tais membros. 17 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5.3. O sistema nervoso periférico Dividido entre Sistema Nervoso Voluntário e Sistema Nervoso Autônomo, ambos se relacionam diretamente com seus próprios nomes. Enquanto o Sistema Nervoso Voluntário está relacionado aos movimentos voluntários do nosso corpo, o Sistema Nervoso Involuntário está relacionado aos músculos que trabalham de forma involuntária como o sistema circulatório, respiratório, cardíaco, etc. 5.4. O arco reflexo O arco reflexo é o responsável por todas as reações involuntárias que temos em nosso corpo, tendo como exemplo mais conhecido o contato mais forte de alto externo com o joelho que, ao ser "batido por um martelinho", faz com que o joelho "dê um chute no ar", visto que o tendão do joelho funciona enquanto receptor de estímulos diversos que ao ser estimulado (tocado, batido), encaminha aos neurônios, por meio da sinapses, que encaminha aos neurônios motores e que, por fim, resulta no movimento do "chute no ar". 18 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 19 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6. NEUROPSICOLOGIA DA MEMÓRIA E DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS Objetivo: Conhecer a memória sensorial a partir da memória visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa, assim como as memórias de curto prazo e memórias de longo prazo, e também compreender as suas importâncias, como elas são acionadas e/ou mantidas num momento de não usabilidade. Introdução: Tudo o que nós temos em nossa vida é memória: lembramo-nos da nossa infância, de um determinado dia em que vivenciamos algo bom ou ruim, do resultado de um esporte, da conquista de um prêmio ou da conclusão de um objetivo, de um evento, de um acontecimento, de tudo, ou de nada. A memória é isso: é tudo, ou nada. É o que somos, o que vivenciamos e o que vivemos – não obstante, muitos têm medo de padecerem sem as suas memórias. A memória vem sendo estudada por pesquisadores dasCiências Psis (psicologia, psiquiatria, etc.) e atualmente está dividida em duas categorias, são elas: memória declarativa e memória não-declarativa. Enquanto à primeira se remete a memória de curto prazo, à segunda remete a memória de longo prazo. Ou seja, uma é sobre um saber de algo (eu sei de tal coisa) e a outra é como se deu este algo (eu sei que tal coisa ocorreu por conta de x, y, z). Enquanto a memória é uma das formas que nos constituímos enquanto sujeitos, as funções executivas são as nossas habilidades cognitivas para que tenhamos condições suficientes de regular os nossos pensamentos, vivenciarmos as nossas emoções e lidarmos cotidianamente com os conflitos existentes em nossos cotidianos. Uma não existe sem a outra e ambas são necessárias para que possamos viver em sociedade, coletivamente e em concordâncias às regras sociais existentes. 20 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6.1. Memória declarativa (ou memória de curto prazo) Memória que obtemos a partir do processo interno do cérebro por meio de deduções e a criação de ideias com a vivência de situações que nos possibilitam ver imagens como aquela memória que temos de um jardim colorido, ouvir sons como de pássaros em um campo aberto ou buzinas e motores de veículos das metrópoles, sentir cheiros específicos que nos remetem à um determinado tempo-espaço como a comida da vó, etc. Ela também é possibilitada a partir de fatos vivenciados pela pessoa num específico episódio de sua vida, e por isso chamado de memória episódica, ou de informações que obtivemos ao lermos algo em algum lugar, olhamos e ouvimos, mas que não estão inseridas num determinado tempo-espaço e, justamente por isso, são chamadas de memórias semânticas. Como exemplo desta memória de curto prazo, cita-se o teste feito com macacos onde eles veem o compartimento em que o alimento é deixado, os dois compartimentos são fechados, uma cortina encobre a sua gaiola, instantes depois a gaiola é descoberta e eles têm que abrir o compartimento em que está o seu alimento para que possam ter o direito a come-lo. 6.2. Memória não-declarativa (ou memória de longo prazo) Memória que obtemos a partir do processo de realizar uma mesma tarefa inúmeras vezes e que acabamos por executa-la sem nos atentarmos às suas especificidades como o ato de dirigir, ir ao trabalho, ir para um shopping que tem o costume de frequentar, etc. Realizamos inúmeras tarefas em nossos cotidianos sem nem ao menos nos atentarmos e percebermos como que as realizamos, apenas realizamos sem nem nos perguntar o porquê. 21 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Esta memória é a mais utilizada para se trabalhar com pessoas em processos de amnésias pela possibilidade de que, ao realizarem tarefas robotizadas, ou seja, que faziam sistematicamente sem nem perceber como, possam desencadear o processo de retomada da memória e construção de seu passado e seu presente. Afinal de contas, quem nunca ouviu a máxima de que “é que nem andar de bicicleta, nunca esquece” ou a pessoa estar tão habituada a digitar algo no computador e/ou celular/tablet que nem olha mais as teclas, os dedos vão sozinhos às respectivas consoantes e vogais. 6.3. Funções executivas (e as memórias sensoriais) As funções executivas, como o próprio nome já diz, são aquelas que possibilitam que executemos as funções em nosso cotidiano sem que percamos o controle de nossos pensamentos, emoções e sensações. Quem nunca estava morrendo de vontade de fazer algo, comprar algo ou até mesmo não fazer algo e não comprar algo, mas que, pelo autocontrole, foi sensato e fez o que deveria ser feito conforme objetivo traçado inicialmente? Ou então estava vivenciando alguma situação em específica e, por meio de sua memória, trouxe outras formas de resoluções e vivências diversas? Ou, até mesmo, estar de frente a uma dificuldade e criar alguma possibilidade de intervenção e adaptação àquela demanda em específica? A isso se nomeia como autocontrole, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva, respectivamente. Já as memórias sensoriais são aquelas que nos lembramos a partir de seu cheiro, de suas cores, de seus sons, etc. Usemos como exemplo você mesmo, cursista desta disciplina: busque se lembrar de uma comida de algum parente, vizinho ou amigo que você goste muito (com certeza você lembrou do cheiro dela ou de seu sabor!) Ou então de um local em que você esteve e gostou muito (com certeza lembrou das cores, do cheiro ou de alguma característica em específica deste local). A isso se dá o nome de memória sensorial, ou seja, aquela memória que é acionada a partir de 22 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância nossas sensações que vivenciamos em algum momento de nossas vidas e nos marcou profundamente ao ponto que lembramos dela a partir do sensorial. Leitura Complementar 5 frases muito comuns que revelam um trauma de infância que não foi superado http://www.psiconlinews.com/2017/11/5-frases-muito-comuns-que- revelam-um-trauma-de-infancia-que-nao-foi-superado.html Acesso em 17/12/2019. http://www.psiconlinews.com/2017/11/5-frases-muito-comuns-que-revelam-um-trauma-de-infancia-que-nao-foi-superado.html http://www.psiconlinews.com/2017/11/5-frases-muito-comuns-que-revelam-um-trauma-de-infancia-que-nao-foi-superado.html 23 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7. AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA Objetivo: Compreender a importância da avaliação neuropsicológica para compreender a formação, desde o processo embrionário até a concepção da vida após o nascimento do feto e, assim, analisar todos os marcadores aos quais a criança esteve inserida para que se possa realizar um processo de avaliação neuropsicológica objetivo. Introdução: A avaliação neuropsicológica tem como o objetivo avaliar as condições do funcionamento cerebral e possíveis dificuldades psicológicas e/ou neurológicas. Muito utilizado nos exames diagnósticos, revolucionou a maneira como médicos e psicólogos passaram a olhar para os pacientes. Centra-se não apenas nas condições do funcionamento cerebral, mas também se atenta aos aspectos cognitivos e comportamentais. A sua avaliação, ainda que extremamente específica, também é extremamente abrangente. Analisa-se o desempenho, as questões emocionais que estão relacionadas ao paciente perante as suas variáveis comportamentais, e assim possibilita que as intervenções necessárias sejam mais bem direcionadas e com seus objetivos propostos atingidos. A partir de marcadores específicos de análise, pode-se reconhecer as dificuldades de aprendizagens clássicas como a dislexia, discalculia, como também questões mais específicas do desenvolvimento do cérebro como, por exemplo, dificuldades de aprendizagens resultados de uma gravidez conturbada, acesso a drogas lícitas e/ou ilícitas ao longo da gestação, etc. O campo de atuação é extremamente amplo e requer muita atenção nos diversos marcadores as quais o feto e a criança estiveram contato desde o processo embrionário até concepção da vida, após o nascimento do feto. 7.1. Avaliação neuropsicológica infantil Ao se realizar uma avaliação neuropsicológica em uma criança, deve-se centrar a sua atenção inicial ao processo de formação do feto, se houve algum contato com drogas (sejam elas lícitas e/ou ilícitas) para que se possa analisar se houve algum comprometimento cerebral para a criança, suas consequentes gravidades e necessárias intervenções com o intuito de proporcionar melhores condições de saúde e reduções de danos necessárias. Ao se deparar com uma criança com idade escolar, e já inseridano 24 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância processo de escolarização, faz-se necessário analisar se o desenvolvimento da fala, do relacionamento interpessoal, condições intelectuais, clareza nas ideias, domínio das habilidades específicas como letras e cálculo estão condizentes com a sua idade e seu processo de escolarização. Para que possa mapear de forma inicial o contexto sócio histórico daquela criança em específica, recomenda-se a utilização de um questionário semiestruturado a ser aplicado com seus responsáveis e com a unidade escolar a qual a criança está matriculada. Neste questionário, faz-se necessária analisar o contexto socioeconômico da família da criança, como se deu o processo de gestão e seu período de duração, a estrutura familiar quanto acesso a saneamento básico, alimentação rica em nutrientes (e a necessária ausência de açúcares diversos contidos em produtos industrializados), dinâmica familiar, etc. e, sobretudo, atentar-se aos sinais não-verbais expressados ao longo da dinâmica da entrevista. Ressalta-se, expressamente, que não se deve analisar os resultados obtidos com a entrevista num viés hierarquizado e elitizado, ao compreender que família correta deve ser estruturada a partir de uma determinada forma, ou que se deve ter ou não uma determinada religião, etc. Deve-se analisar a partir de como tais marcadores presentes nas respostas influenciam positiva e/ou negativamente na formação daquela criança, nada além disso. Argimon e Lopes (2017) recomendam a utilização do seguinte questionário estruturado com possibilidade de desencadear outras perguntas para melhor averiguar o paciente: 25 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 26 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 27 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 28 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 29 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 30 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 31 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8. NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM Objetivo: Compreender como Vygotsky influenciou significativa e positivamente a compreensão sobre o processo de ensino aprendizagem de crianças e adolescentes enquanto uma necessidade de os conhecimentos cotidianos dialogarem com os conhecimentos científicos existentes na sociedade. Introdução: Como pudemos perceber ao longo dessa disciplina, o processo de aprendizagem está inserido diretamente com as questões neurais. Uma pessoa que teve um bom desenvolvimento intrauterino, estrutura familiar que possibilitasse vivenciar marcadores positivos e apoio para enfrentar os marcadores negativos tem grandes chances de obter sucessos diversos – o que não se torna uma regra e uma obrigatoriedade, visto que muito se influencia subjetivamente os sujeitos e todos têm seus direitos de escolhas ao longo de seus desenvolvimentos. A partir do momento em que a neuropsicologia se debruça sobre o desenvolvimento do cérebro para analisar o processo de aprendizagem dos sujeitos, reconhece-se que para o seu bom funcionamento toda uma estrutura necessita estar muito bem organizada e articulada para que este desenvolvimento seja positivo. Reconhece-se, ainda, que a aprendizagem se dá por um processo contínuo que, enquanto formos vivos, estaremos e continuaremos aprendendo. Portanto, o desenvolvimento psicossocial e cerebral dos sujeitos está em constante processo de aprendizagem, amadurecimento e mudanças. Qualquer que seja o transtorno de aprendizagem que um sujeito vivencie, acaba por influenciar significativamente a sua vida, dificultando em seu relacionamento interpessoal, organização cotidiana e aprendizagem diversa. Sempre que há alguma identificação de dificuldade no processo de aprendizagem de uma criança, nós somos urgentemente acionados para tentar identificar quais patologias estão presentes naquele cotidiano. 8.1. Atenção ao processo de aprendizagem O processo cognitivo é extremamente acionado quando uma pessoa está em aprendizagem, justamente por isso se faz necessário uma integração em toda a rede neural para que esta aprendizagem tenha os efeitos e objetivos desejados. Qualquer informação 32 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância que chega ao nosso cérebro é codificada e transformada em signos por meio dos impulsos neurais. As diversas formas de comunicação, orais ou não, visuais ou táteis, estão inseridas num dos principais meios de formação da aprendizagem dos sujeitos visto que será por meio da troca de saberes e de sensações existentes naquele meio que a aprendizagem se fará presente. Sendo assim, a escola tem que compreender que a todo instante os sujeitos são ensinados e aprendem algo novo – seja numa atividade tradicional, numa atividade lúdica, num debate, num exemplo do professor e o professor como exemplo, etc. O imenso caminho existente entre a vivência sensorial de algo e a interpretação e materialização deste algo dentro do cérebro percorre numa fração de segundo inimaginável. Três são as integridades existentes no processo de aprendizagem, são elas: I) funções psicodinâmicas, II) funções do sistema nervoso periférico e III) funções do sistema nervoso central. As três estão relacionadas entre si e são centrais para o desenvolvimento humano. Quando ocorre um transtorno de aprendizagem numa pessoa, parte-se do entendimento de que há uma disfunção cerebral que pôde ser alterada por fatores externos e internos, genéticos e ambientais. Como se compreende que o processo de aprendizagem está inserido num todo, reconhece-se que apenas a avaliação neuropsicológica tem condições suficientes de diagnosticar com precisão se houve algum comprometimento neste processo. As funções psicológicas e o funcionamento cerebral são descritos, considerando o cérebro como um sistema inter-relacionado a partir de três unidades funcionais: Unidade para regular o tono, a vigília e os estados mentais (área de projeção que abrange a formação reticular); Unidade para receber, analisar e armazenar informações (área de projeção que abrange parietal, occipital e temporal primários; área de associação que abrange parietal, occipital e temporal secundários); Unidade para programar, regular e verificar a atividade (área de sobreposição que abrange as áreas pré-frontais e frontais). Cada unidade funcional compreende, portanto, um conjunto de órgãos ou de áreas corticais que, em termos interdependentes, constituem o grande sistema neuropsicológico da aprendizagem humana (Paula, Beber, Boschi, Petry, 2006: 228) Vygotsky dá especial atenção para o processo de aprendizagem pelo fato de estar inter-relacionado com o desenvolvimento dos sujeitos, justamente por isso ele reconhece que há dois tipos de conhecimentos: i) conceitos cotidianos ou espontâneos e ii) conceitos 33 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância científicos. Ao primeiro, afirma-se que a pessoa obtém durante seu cotidiano em sua prática diária de interação com o meio no qual vive, ao segundo, estão mais inseridos nas práticas da observação da criança. Justamente por isso é extremamente recomendado que as crianças tenham acessos irrestrito aos brinquedos, sem distinções de gêneros ou quaisquer outras discriminações infundadas, pois,será a partir do contato com os brinquedos que as crianças poderão desenvolver um mundo imaginário completamente rico que possibilitará um amplo desenvolvimento psicossocial. A exemplo disso, cita-se as brincadeiras de faz de conta em que as crianças criam histórias, acreditam nela e dão valores morais para seus enredos. Será a partir destas histórias que elas desenvolverão e construirão relações para com a sociedade. O contato com o outro, com o diferente e com o desconhecido possibilitarão que as crianças desenvolvam zonas cerebrais que muito provavelmente não o seriam dentro de suas próprias casas. A isso se justifica o fato de que na escola sempre haverá o novo diariamente por meio de atividades lúdicas diversas propostas pela professora. Já para crianças em processos de alfabetização, que cursam o Ensino Fundamental I, o diferente será proposto por meio dos conteúdos curriculares e dos novos conceitos científicos. No Ensino Fundamental II o aluno terá condições de mudar suas visões de mundo e paradigmas – não obstante será nesta transição do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio que os jovens terão mudanças comportamentais (o que erroneamente é chamado de aborrecência). Os estudos sobre adolescência nos mostram que os comportamentos dos adolescentes não são similares em todas as organizações societárias, não possuem as mesmas influências culturais e históricas. Em alguns casos, enquanto o Homem Aranha é o herói dos meninos que vivem em condomínios fechados, o chefe do tráfico é o herói do menino que vive no morro ou na favela. (P. 12) [...] Segundo Vygotsky (1996), na idade de transição a chave para entender todo o desenvolvimento psicológico é o problema dos interesses. Nega o automatismo e as causalidades das funções psicológicas que, para ele, são determinadas por um sistema de aspirações, atrações e interesses sedimentados na personalidade. (Faria, Leão, s/d 13) 34 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 9. DIFERENTES TRANSTORNOS E A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOLOGIA Objetivo: Conhecer as características dos transtornos de aprendizagens mais presentes em sala de aula Introdução: A mente humana padece dos mais diversos tipos de transtornos que possamos imaginar e aqueles que ainda não podemos imaginar por estarem em estudos, em busca de evidências e resultados comprobatórios. O mesmo ocorre com os transtornos que influenciam diretamente no processo de ensino aprendizagem. Por razões óbvias, não teríamos como nos deter em cada um deles, nem se a disciplina tivesse um ano de duração, pois além de serem muitos, cada transtorno tem a sua especificidade. Com o objetivo de encerrar esta disciplina tratando dos transtornos mais corriqueiros na sala de aula, buscarei evidencia-los, elenca-los e discorrer sobre as suas características para que possa contribuir para a sua formação docente e na possibilidade de se deparar com alguma ocorrência desta em sua sala de aula. Por fim, ressalto que há de se ter uma enorme atenção para a não medicalização do comportamento humano que, contemporaneamente, tem crescido de forma descontrolada na educação brasileira onde, qualquer comportamento de criança tida como bagunceira, acaba sendo encaminhada para acompanhamento psicológico, psiquiátrico e sua consequente medicalização. 35 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Transtorno Característica Sintoma Dislexia Dificuldade na leitura e escrita. Dificuldade no desenvolvimento da fala, da leitura textual e da memorização de regras ortográficas. Disgrafia Dificuldade na escrita. Uso incorreto de letras maiúsculas e minúsculas, dificuldade na formação das letras e palavras e letras sobrepostas. Discalculia Dificuldade na operação matemática. Léxica: dificuldade na leitura de símbolos, números e expressões; Gráfica: dificuldade na escrita de símbolos Verbal: dificuldade em nomear conceitos matemáticos Operacional: dificuldade para concluir cálculos Ideognóstica: dificuldade na realização mental das operações Practognóstica: dificuldade em tornar real um conceito abstrato. Dislalia Dificuldade em articular corretamente as palavras Evolutiva: corrige-se durante o processo de alfabetização. Funcional: troca fonética de letras, escrita espelhada e acréscimo de letras na escrita e na fala. Audiógena: alteração fonética de em deficientes auditivos pela dificuldade em imitar sons. Orgânica: pronúncia incorreta em virtude de lesão cerebral 36 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Disortografia Dificuldade na leitura e escrita associada ao desinteresse na aprendizagem Traçado incorreto no momento da escrita, alteração espacial da letra e letras e formação textual reduzida. TDAH Dificuldade em manter a atenção associada a hiperatividade e impulsividade Inquietação, impulsividade e irritabilidade, dificuldade em concentração, ansiedade e dificuldade de aprendizagem. Atentem-se ao fato de que uma criança em processo de alfabetização evidenciará inúmeras características dos mais diversos transtornos e nem por isso será categorizada como portadora de algum, sim que está num processo de alfabetização. Atentem-se, ainda, a mais um fato: muitas vezes a escola é desinteressante ao aluno, que acaba por se interessar em outras atividades para além da escola, que não tem interesse na escola e que exterioriza sua insatisfação de diferentes maneiras. Lembrem-se: Não patologizem e nem medicalizem as crianças desnecessariamente! Leitura Complementar Como diferenciar Transtorno de Aprendizagem de Dificuldade de Aprendizagem? https://neurosaber.com.br/como-diferenciar-transtorno-de-aprendizagem- de-dificuldade-de-aprendizagem/ Acesso em 17/12/2019. https://neurosaber.com.br/como-diferenciar-transtorno-de-aprendizagem-de-dificuldade-de-aprendizagem/ https://neurosaber.com.br/como-diferenciar-transtorno-de-aprendizagem-de-dificuldade-de-aprendizagem/ 37 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ANDRADE, Joana de Jesus de; SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. Reflexões sobre desenvolvimento humano e neuropsicologia na obra de Vygotsky. In.: Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n. 4 p. 699-709, out/dez 2012 ARGIMON, Irani Iracema de Lima; LOPES, Regina Maria Fernandes. Avaliação Neuropsicológica Infantil: Aspectos Históricos, Teóricos e Técnicos. In.: TISSER, Luciana. Avaliação neuropsicológica infantil. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2017 Balen, S. A. (1997). Processamento auditivo central: Aspectos temporais de audição e percepção acústica da fala. Dissertação de mestrado não publicada, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP. Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (2002). Educação da criança surda: Evolução das abordagens. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 229-256). São Paulo, SP: Scortecci, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (2001). Compreendendo a natureza dos problemas de aquisição de leitura e escrita: Mapeando o envolvimento de distúrbios cognitivos de discriminação fonológica, velocidade de processamento e Capovilla, F. C., Nunes, L. R. O. P., Nogueira, D., Nunes, D., Araújo, I., Bernat, A. B., Capovilla, A. G. S. (1997a). Análise da validade concorrente do Teste de Vocabulário por Imagens Peabody por comparação com o desempenho escolar de pré-escola a 8ª série: Amostra fluminense. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e Aplicação, 1(2), 533-60. FARIA, Simone Menezes de; LEÃO, Inara Barbosa. Adolescência: um conceito deestágio de desenvolvimento psicossocial definido historicamente. In.: Simpósio de Políticas Públicas, UFU, s/d Levy, R., Eagger, S., Griffths, M., Perry, E., Honavar, M., Dean, A., & Santos, P. (1994). Lewy bodies and response to tacrine. Lancet, 343, 176. PAULA, Giovana Romero; BEBER, Bárbara Costa; BAGGIO, Sandra Boschi; PETRY, Tiago. NEUROPSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM In.: Rev. Psicopedagogia 2006; 23(72) Ribeiro do Valle, A. L. (2002). O Estatuto da Criança e do Adolescente. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 275-282). São Paulo, SP: Scortecci, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Santos, T. M. M., & Russo, I. C. P. (1986). A prática da audiologia clínica. São Paulo, SP: Cortez. Santos, L. C. L. F. (2002). O papel da leitura e da escrita na terapia fonoaudiológica com sujeitos jargonafásicos. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 347- 354). Witter, G. P. (1996). Pesquisa em psicologia escolar. In S. M. Wechsler (Org.), Psicologia escolar: Pesquisa, formação e prática (pp. 39- 60). Campinas, SP: Alínea.ANDRADE, Joana de Jesus de; SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. Reflexões sobre desenvolvimento humano e neuropsicologia na obra de 38 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Vygotsky. In.: Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n. 4 p. 699-709, out./dez. 2012 ARGIMON, Irani Iracema de Lima; LOPES, Regina Maria Fernandes. Avaliação Neuropsicológica Infantil: Aspectos Históricos, Teóricos e Técnicos. In.: TISSER, Luciana. Avaliação neuropsicológica infantil. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2017 Balen, S. A. (1997). Processamento auditivo central: Aspectos temporais de audição e percepção acústica da fala. Dissertação de mestrado não publicada, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP. Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (2002). Educação da criança surda: Evolução das abordagens. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 229-256). São Paulo, SP: Scortecci, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (2001). Compreendendo a natureza dos problemas de aquisição de leitura e escrita: Mapeando o envolvimento de distúrbios cognitivos de discriminação fonológica, velocidade de processamento e Capovilla, F. C., Nunes, L. R. O. P., Nogueira, D., Nunes, D., Araújo, I., Bernat, A. B., Capovilla, A. G. S. (1997a). Análise da validade concorrente do Teste de Vocabulário por Imagens Peabody por comparação com o desempenho escolar de pré-escola a 8ª série: Amostra fluminense. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e Aplicação, 1(2), 533-60. FARIA, Simone Menezes de; LEÃO, Inara Barbosa. Adolescência: um conceito de estágio de desenvolvimento psicossocial definido historicamente. In.: Simpósio de Políticas Públicas, UFU, s/d Levy, R., Eagger, S., Griffths, M., Perry, E., Honavar, M., Dean, A., & Santos, P. (1994). Lewy bodies and response to tacrine. Lancet, 343, 176. PAULA, Giovana Romero; BEBER, Bárbara Costa; BAGGIO, Sandra Boschi; PETRY, Tiago. NEUROPSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM In.: Rev. Psicopedagogia 2006; 23(72) Ribeiro do Valle, A. L. (2002). O Estatuto da Criança e do Adolescente. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 275-282). São Paulo, SP: Scortecci, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Santos, T. M. M., & Russo, I. C. P. (1986). A prática da audiologia clínica. São Paulo, SP: Cortez. Santos, L. C. L. F. (2002). O papel da leitura e da escrita na terapia fonoaudiológica com sujeitos jargonafásicos. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 347- 354). Witter, G. P. (1996). Pesquisa em psicologia escolar. In S. M. Wechsler (Org.), Psicologia escolar: Pesquisa, formação e prática (pp. 39- 60). Campinas, SP: Alínea. 1. INTRODUÇÃO À NEUROFISIOLOGIA 1.1. Conclusão 2. BREVE HISTÓRICO DA NEUROPSICOLOGIA 2.1. O Cérebro e a Antiguidade 2.2. Linha do Tempo 2.3. Visão dos Autores 2.4. Fatos Importantes 2.5. Atividade Mental Humana 3. INTRODUÇÃO A NEUROPSICOLOGIA 3.1. Neuropsicologia 3.2. Profissionais e a Neuropsicologia 3.3. Relação Cérebro-Mente 4. CONCEPÇÕES DA ORGANIZAÇÃO CEREBRAL 4.1. Desenvolvimento cerebral e interação social 4.2. Entre as subjetividades e as necessárias objetividades 5. NOÇÕES DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL 5.1. O neurônio 5.2. O sistema nervoso central 5.3. O sistema nervoso periférico 5.4. O arco reflexo 6. NEUROPSICOLOGIA DA MEMÓRIA E DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS 6.1. Memória declarativa (ou memória de curto prazo) 6.2. Memória não-declarativa (ou memória de longo prazo) 6.3. Funções executivas (e as memórias sensoriais) 7. AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 7.1. Avaliação neuropsicológica infantil 8. NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM 8.1. Atenção ao processo de aprendizagem 9. DIFERENTES TRANSTORNOS E A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOLOGIA
Compartilhar