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Aula 02 Direito Administrativo

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Curso Teórico de Direito Administrativo 
Profº Cyonil Borges 
 
 
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Agentes Públicos – Lei 8.112/1990 (parte I) 
E aí Pessoal? Tudo bem? 
Mas é preciso ter raça, é preciso ter força, sempre... 
Não é isso que diz a música? Então... Isso é que concurseiro precisa 
ter: RAÇA, FORÇA! Depois que você vencer essa fase de sua vida, 
não se preocupe – tudo voltará ao normal: sua vida, seus amigos, 
família, enfim, tudo voltará. Só que, então, você será servidor, no 
cargo almejado! 
Bom, hoje, damos início ao trato da Lei 8.112/1990, que será a Lei 
que regerá boa parte dos amigos, não é? Então, tem de gostar dela. 
Abraço no coração de todos, 
Cyonil Borges. 
 
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Sumário 
1. Introdução: Aspectos Preliminares e Campo de Abrangência da Lei 
8.112, de 1990 .......................................................................... 3 
2. Provimento de Cargos Públicos ................................................. 7 
3. Posse X Exercício .................................................................. 16 
4. Remoção, Redistribuição e Substituição ................................... 18 
5. Vacância .............................................................................. 22 
6. Sistema Remuneratório ......................................................... 23 
6.1. Vencimento e remuneração ............................................................. 23 
6.2. Indenizações ................................................................................. 23 
6.3. Gratificações e Adicionais ................................................................ 29 
6.4. Outros direitos e vantagens dos servidores públicos – férias, licenças, 
afastamentos e concessões .................................................................... 33 
6.4.1. Férias (inc. XVIII do art. 7º da Constituição Federal e arts. 77 a 80 
da Lei 8.1112/1990) .......................................................................................................... 33 
6.4.2. Licenças (arts. 81 a 92 da Lei) ......................................................................... 34 
6.4.3. Afastamentos .......................................................................................................... 39 
6.4.4. Concessões .............................................................................................................. 41 
6.5. Limites de Despesa com Pessoal .......................................... 42 
 
 
 
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1. Introdução: Aspectos Preliminares e Campo de Abrangência 
da Lei 8.112, de 1990 
A primeira parte do tópico “agentes públicos” foi reservada ao estudo 
dos aspectos constitucionais. Tais diretrizes serão válidas para 
quaisquer concursos públicos, em âmbito Nacional. Hoje, no entanto, 
teremos contato com os pormenores da Lei 8.112, de 1990, e, 
portanto, regras e princípios restritos aos servidores civis Federais. 
A Lei Federal 8.112/1990 trata do chamado Regime Estatutário dos 
servidores públicos civis da União. Mais especialmente, a Lei é válida 
para as pessoas jurídicas de Direito Público da União. É um sistema 
legal/institucional, e não de natureza contratual (exemplo da 
Consolidação das Leis Trabalhistas), por se tratar de uma Lei, à 
qual os ocupantes de cargos, em nível federal, aderirão. 
Professor, então quer dizer que a Lei 8.112, de 1990, não se 
aplica aos demais entes políticos (E, DF e M)? 
Verdade. O campo de abrangência é restrito à União. Os Estados e 
Municípios detêm competência para editar suas próprias leis 
referentes aos servidores de sua esfera, em razão da autonomia 
concedida pelo art. 18 da CF/1988. E, como decorrência da 
autonomia, não haveria óbice de o ente político, por exemplo, editar 
Lei e recepcionar, facultativamente, a Lei 8.112, de 1990. 
Interessante questão é saber a quem compete o 
encaminhamento do projeto de Lei para se estabelecer o 
regime jurídico dos servidores públicos. 
Na União, ao Presidente da República. Nos demais entes federativos, 
por simetria, a competência para se estabelecer o regime próprio 
aplicável aos servidores públicos, ou mesmo alterar o que já fora 
estabelecido, é do respectivo Chefe do Poder Executivo. Nesse 
contexto, já decidiu o STF (ADI 3167): 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
COMPLEMENTAR N. 792, DO ESTADO DE SÃO PAULO. ATO 
NORMATIVO QUE ALTERA PRECEITO DO ESTATUTO DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS ESTADUAIS. OBSERVÂNCIA DOS 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO PROCESSO LEGISLATIVO 
ESTADUAL. PROJETO DE LEI VETADO PELO GOVERNADOR. 
DERRUBADA DE VETO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
EXCLUSIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AFRONTA AO 
DISPOSTO NO ARTIGO 61, § 1º, II, C, DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL. 
1. A Constituição do Brasil, ao conferir aos Estados-membros a 
capacidade de auto-organização e de autogoverno [artigo 25, 
caput], impõe a observância obrigatória de vários princípios, 
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entre os quais o pertinente ao processo legislativo, de modo 
que o legislador estadual não pode validamente dispor 
sobre as matérias reservadas à iniciativa privativa do 
Chefe do Executivo. Precedentes. 
2. O ato impugnado versa sobre matéria concernente a 
servidores públicos estaduais, modifica o Estatuto dos 
Servidores e fixa prazo máximo para a concessão de 
adicional por tempo de serviço. 
3. A proposição legislativa converteu-se em lei não obstante o 
veto aposto pelo Governador. O acréscimo legislativo 
consubstancia alteração no regime jurídico dos servidores 
estaduais. 
4. Vício formal insanável, eis que configurada manifesta 
usurpação da competência exclusiva do Chefe do Poder 
Executivo [artigo 61, § 1º, inciso II, alínea “c”, da Constituição 
do Brasil]. Precedentes. 
5. Ação direta julgada procedente para declarar inconstitucional 
a Lei Complementar n. 792, do Estado de São Paulo. 
Assim, não cabe a Deputados e Senadores o encaminhamento de 
projetos para alterar o regime jurídico aplicável a servidores públicos, 
ainda que para a melhoria das condições aplicáveis a estes. 
Por oportuno, relembre-se a expressão “Regime Jurídico” constante 
do art. 1o da Lei 8.112/1990. Regime jurídico é um conjunto de 
regras e princípios que regem determinado instituto jurídico. No caso, 
a Lei 8.112/1990 cuida da “vida funcional” do servidor público, de seu 
ingresso originário até o rompimento da relação jurídico-funcional, 
com ou sem extinção definitiva do vínculo. 
Houve a referência de que a abrangência da Lei é restrita aos 
cargos públicos existentes na estrutura das pessoas de Direito 
Público. Então quer dizer que todos os cargos, na esfera 
federal, serão regidos pela Lei 8.112, de 1990? 
Não é bem assim! A Lei 8.112/1990 não abrange a totalidade dos 
agentes públicos, mas somente os servidores públicos ocupantes de 
cargos públicos das pessoas jurídicas de Direito Público 
(Administração Direta e Indireta de Direito Público, inclusive, 
agências especiais). Os cargos públicos estatutários são efetivos ou 
comissionados. O diploma não abrange, por exemplo, os agentes 
políticos (Presidente da República, Deputados, Magistrados), 
tampouco os particulares em colaboração (Leiloeiros e tradutores, por 
exemplo), ou empregados públicos (celetistas). 
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Professor, e a história de quebra de regime jurídico? Há ou não 
a flexibilidade para que, por exemplo, as Agências Reguladoras 
(Autarquias em Regime Especial) contratem servidores sob o regime 
celetista? 
Então, com a cautelar proferida nos autos da ADI-STF 2135, não cabe 
mais a contratação de empregados públicos na Administração Direta, 
Autárquica e Fundacional. Portanto, reforça-se a conclusão de que, 
em âmbito federal, o Regime Jurídico Único dos servidores 
públicos é o estabelecido pela Lei 8.112/1990, a qual, 
contudo, não se aplica às sociedades mistas, empresas 
públicas e demais empresas controladas direta ou 
indiretamente pela União. 
Fixação 
(CESPE-AUDITOR FEDERAL DE C. EXTERNO-AUDITORIA DE 
OBRAS PÚBLICAS-TCU- JUL-2009) 
Acerca da administração pública, julgue os itens que se seguem. 
Atualmente, em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal, a 
União, os estados, o Distrito Federal (DF) e os municípios devem 
instituir, no âmbito de suas competências, regime jurídico único e 
planos de carreira para os servidores da administração pública direta, 
das autarquias e das fundações públicas. 
Comentários: 
O Regime Jurídico deve ser único, porém no âmbito das pessoas jurídicas da 
Federação. O item sugere que TODOS os entes teriam um só regime 
jurídico, para o universo dos servidores. Isso está ERRADO. 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(CESPE-JUIZ-TRT-1aR-2010) Em 2007, o STF deferiu medida 
cautelar, com efeitos retroativos, restabelecendo a eficácia da 
redação original do art. 39, caput, da CF, que previa o regime jurídico 
único. Com essa decisão, não mais se admite a criação de empregos 
públicos no âmbito da administração direta, autárquica e fundacional, 
devendo ser invalidadas as situações constituídas anteriormente a 
2007 que ignorem a existência do regime único. 
Comentários: 
O erro está em dizer que as situações anteriores à prolação da ADI 2135 
deveriam ser desconstituídas. Desnecessário! Em sede de cautelar, os 
efeitos são ex nunc, isto é, efeitos proativos, a não ser que o STF 
modulasse os efeitos. 
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Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(CESPE-TÉCNICO ADM.-TRE-GO-FEV-2009) Tendo em vista o 
regime jurídico aplicável aos servidores públicos federais, assinale a 
opção correta. 
A) O regime estatutário é o regime jurídico aplicável aos servidores 
da administração direta, mas não aos das autarquias e fundações 
públicas, pois estas, como entidades que integram a administração 
indireta, submetem-se ao regime celetista. 
B) Com a Emenda Constitucional n.º 19/1998, não mais se exige, 
para os servidores da administração direta, autárquica e fundacional, 
que seja observado unicamente o regime estatutário, podendo esses 
servidores, além do disposto nos estatutos, ter suas relações laborais 
norteadas também pela CLT. 
C) Os órgãos da administração direta têm de observar unicamente o 
regime estatutário, no qual constam todos os requisitos necessários 
para investidura, remuneração, promoção, aplicação de sanções 
disciplinares, entre outros. 
D) A Lei n.º 8.112/1990 é aplicável tanto aos servidores da 
administração direta quanto aos empregados das empresas públicas. 
Estão sujeitos ao regime geral das empresas privadas apenas os 
servidores das sociedades de economia mista, que têm a natureza de 
pessoa jurídica de direito privado. 
Comentários: 
O interessante dessa questão foi a alteração do gabarito de letra “B” para 
letra “C”. 
A opção “B” está, de fato, errada, pois o STF deferiu medida cautelar na ADI 
2135, para o fim de suspender a eficácia do caput do art. 39 da 
Constituição, fazendo voltar a valer a redação anterior do dispositivo, pelo 
qual havia sido instituído o regime jurídico único. 
E a opção “C” está certa, uma vez que os órgãos da Administração Direta 
têm de observar unicamente o regime estatutário. É bem provável que a 
expressão “TODOS” tenha chamado a atenção. A Lei 8.112/1990 estabelece, 
de modo geral, TODOS os requisitos necessários à investidura, 
remuneração, promoção, etc., o não impede que, de modo mais específico, 
normas cuidem de outros requisitos. 
Gabarito: alternativa “C”. 
 
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Voltando ao quadro acima, nota que APENAS A NOMEAÇÃO é 
chamada de provimento originário. Pois é. As demais são 
DERIVADAS, isto é, dependem que, primeiro, a nomeação 
ocorra. 
Professor, a Lei 8.112, de 1990, previa a transferência e a 
ascensão como formas de provimento. Por que foram 
revogadas? 
Sobre o tema, veja a questão a seguir. 
(2013/CESPE/TRE-MS/Analista Judiciário) De acordo com a 
legislação vigente, a ascensão e a transferência são consideradas 
formas de provimento de cargo público. 
Comentários: 
O item está ERRADO. 
Não há previsão de ascensão ou transferência como formas de provimento. 
Na realidade, essas duas figuras já foram tratadas pela norma como formas 
de provimento. Entretanto, por ofenderem o princípio do concurso público, 
permitindo o ingresso a cargo público diverso do qual se concorreu, foram 
declaradas inconstitucionais pelo STF, e, bem por isso, revogadas da Lei 
8.112/1990. 
Gabarito: ERRADO. 
Vejamos, abaixo, os detalhes das principais formas de provimento. 
A nomeação é a única forma de provimento originário, é com ela 
que se inaugura o vínculo do pretenso servidor com a Administração. 
Há bons concursandos que confundem a nomeação com a posse. Isso 
não pode acontecer, afinal são coisas distintas. NOMEAÇÃO é o 
primeiro provimento. POSSE é o ato formal em que o candidato 
nomeado firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, é o ato 
solene em que o candidato declara “aceitar o cargo”. 
Como sobredito, há nomeação e posse para cargos efetivos e 
comissionados. Sobre o tema, vejamos o teor da Lei 8.112/1990: 
Art. 9o A nomeação far-se-á: 
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de 
provimento efetivo ou de carreira; 
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos 
de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 
10.12.97) 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou 
de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, 
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das 
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atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá 
optar pela remuneração de um deles durante o período da 
interinidade. 
Aproveitando o artigo da Lei, nota a possibilidade de interinidade, 
em que o comissionado responde provisoriamente por outro cargo 
de confiança. 
A promoção é, também, forma de provimento prevista na Lei 
8.112/1990. Trata-se de movimento vertical na estrutura de carreira, 
com a adição de vencimentos e responsabilidades. Nesse caso, depois 
de percorrer padrões dentro de uma determinada classe, o servidor 
muda de classe. A promoção, portanto, só existe nos cargos 
organizados em carreira. Não há promoção em relação a cargos 
isolados. A promoção dá-se por merecimento e por antiguidade 
(tempo de serviço). Chama-se a atenção: 
I) há quem critique a inserção da promoção como forma de 
provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao 
cargo público, sendo discutível, doutrinariamente, ver-se a 
promoção como forma de provimento. Todavia, para fins de 
concursos públicos, a discussão é estéril,uma vez que a Lei 
8.112/1990 prevê, textualmente, a promoção; 
II) não há que se falar de promoção de uma carreira para outra, 
como de Técnico para Auditor, por exemplo. Esse é um caso de 
“ascensão”, o que, na visão do STF, é inadmissível; 
III) a promoção acarreta, simultaneamente, promoção e vacância. 
Atenta para essa informação, uma vez que o examinador adora 
“brincar” com as formas simultâneas de vacância e de provimento. 
Por fim, esclareça-se que os requisitos para a promoção devem estar 
dispostos em Lei. Não há impedimento de a Administração 
regulamente o instituto por meio de atos normativos próprios. 
Vejamos o aproveitamento. 
O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço 
público de servidor estável que estava em disponibilidade (art. 30 
da Lei 8.112/1990). Disponibilidade não é nada mais que estar 
sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo ou da 
declaração da desnecessidade. Há outras hipóteses de 
aproveitamento, como, por exemplo, na hipótese de reintegração do 
titular de um cargo, o qual havia sido demitido anteriormente. Mas 
vamos falar disso mais adiante, ok? 
Nota que foi destacado no parágrafo acima o estável. Pois é. De 
acordo com a Lei, apenas os servidores já estáveis têm direito de 
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serem postos em disponibilidade, e, por conseguinte, de serem 
aproveitados. 
E se o servidor não for estável? 
Para boa parte da doutrina, caberá exoneração do servidor. De toda 
forma, admitida a exoneração, deverão ser observados os critérios 
objetivos para tanto, isto é, o ato, além de motivado, deve contar 
com amparo em razões plausíveis (Recurso Extraordinário 
378041). Durante o período de disponibilidade, o servidor fará jus à 
remuneração proporcional ao tempo de serviço (§ 3º do art. 41 da 
CF, de 1988). 
Duas últimas observações em relação ao aproveitamento: 
- se o servidor, em disponibilidade, não entrar em exercício, para o 
aproveitamento, sem justo motivo (exemplo de doença comprovada 
por junta médica oficial), a disponibilidade será cassada, e 
- o aproveitamento é ato vinculado, ou seja, por mais que o 
servidor esteja recebendo proventos proporcionais, o fato é que 
está “ganhando sem trabalhar”, e, bem por isso, deve retornar ao 
cargo. 
A reintegração, por sua vez, ocorre no caso de desfazimento de 
decisão que levou à demissão de servidor estável. A palavra-chave 
para a reintegração é, portanto, DEMISSÃO. A invalidação da 
decisão pode ser administrativa ou judicial. 
Professor, e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver 
ocupado? Vai ser reintegrado onde? 
É fato que o servidor demitido não pediu para sair do cargo. 
Retiraram-lhe da função. Por isso, se o cargo do reintegrado estiver 
ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao seu 
cargo de origem (se ainda estiver vago), aproveitado em outro cargo, 
ou mesmo posto em disponibilidade, sem direito a qualquer 
indenização. 
Perceba que, na reintegração e recondução, o servidor público deve 
ser estável. Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a 
CF/1988 (§ 2º do art. 41). Duas outras importantes observações: 
- caso o servidor não estável seja injustamente demitido, deve, 
também, retornar ao cargo ocupado. Entretanto, tecnicamente isso 
não pode ser chamado de reintegração, a qual exige, como condição, 
a estabilidade do servidor. O retorno do não estável, portanto, é 
forma inominada de provimento derivado. 
- ao ser reintegrado, o servidor fará jus a todas as vantagens e 
direitos. Enfim, terá direito a tudo que deveria ter recebido durante o 
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Como sobredito, o direito à recondução do servidor retornar ao cargo 
anteriormente ocupado perdura enquanto não transposto o estágio 
probatório no novo cargo. Vejamos o entendimento do STF a respeito: 
“O direito de o servidor, aprovado em concurso público, estável, que presta 
novo concurso e, aprovado, é nomeado para cargo outro, retornar ao cargo 
anterior ocorre enquanto estiver sendo submetido ao estágio probatório no 
novo cargo: Lei 8.112/90, art. 20, § 2º. É que, enquanto não confirmado no 
estágio do novo cargo, não estará extinta a situação anterior.”. 
E mais um detalhe: para que se garanta o direito de recondução, o servidor 
há de ser ESTÁVEL, ok? O item omite tal informação, e se torna, no mínimo, 
dúbio 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(2013/CESPE/TRE-MS/Técnico Judiciário) Ao funcionário público 
federal estável aprovado em novo concurso público, para outro órgão, 
mas não habilitado no estágio probatório desse novo cargo aplica-se, 
para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado, o instituto 
da 
a) reversão. 
b) reintegração. 
c) redistribuição. 
d) recondução. 
e) readaptação.1 
Professor, se o servidor da União passa para o Estado. E, 
durante o estágio, é inabilitado, ou, ainda, desiste. O servidor 
terá direito à recondução? 
Sim! O Tribunal de Contas da União, a Advocacia-Geral da União e a 
jurisprudência dos Tribunais admitem a recondução entre esferas 
federativas distintas. Contudo, a doutrina oscila, pois quando o 
servidor muda de esfera (da federal para estadual, por exemplo), 
haveria o rompimento do regime jurídico aplicável (não será mais a 
Lei 8.112/1990), e, com isso, o elo do servidor com o cargo anterior 
se quebra, não permitindo seu retorno. 
Detalhe doutrinário de relevo é que a recondução é entendida pela 
doutrina como hipótese de vacância. Ou seja, ao tempo em que a 
recondução é provimento, no caso de inabilitação em estágio 
probatório (reprovação ou voluntária), também seria gerada 
vacância. Explica-se. O “sujeito” é Auditor do TCU (estável), passa 
para o concurso de auditor da Receita Federal. É reprovado no 
 
1 Gabarito: Letra D. 
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estágio probatório e é reconduzido para o cargo do TCU. Resultado: 
vacância na Receita; provimento no TCU. Esse é um entendimento 
doutrinário, afinal o art. 33 da Lei 8.112/1990 não lista a recondução 
como forma de vacância. 
Fixação 
(AGU/94) O ato, relativo a servidor, que configura caso simultâneo 
de provimento e vacância do cargo público é a 
a) readmissão 
b) recondução 
c) redistribuição 
d) reintegração 
e) reversão 2 
Vejamos a readaptação. 
A readaptação é a possibilidade de recolocação do servidor que 
tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave para esta forma 
de provimento), física ou sensível (mental), em suas habilidades, 
impeditiva do exercício das atribuições do cargo que ocupava. 
Portanto, pela readaptação, o servidor será remanejado para um 
cargo compatível com sua nova situação laboral. 
Por exemplo: um professor, após anos de magistério, acaba 
ficando com as cordas vocais prejudicadas. Com isso, acaba 
sendo readaptado num cargo administrativo, compatível com o 
novo estado laboral em que encontra. 
A doutrina entende, ainda, que a readaptação é ato vinculado, ou 
seja, sendo possível, deve ser realizada, na ocasião de o servidor ter 
atravessado limitação em sua capacidade laboral. Caso não seja 
possível, o servidor deve ser aposentado por invalidez. 
Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser 
compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de 
escolaridade compatível. Desse modo, não pode, por exemplo, um 
auditor do INSS (cargo de atribuição de nível superior) ser 
readaptado na condiçãode motorista (cargo de nível médio, com 
atribuições nitidamente diferenciadas). 
Ressalta-se que, na hipótese de inexistência de cargo vago, o 
readaptando exercerá suas atribuições na condição de excedente. 
Excedente não se confunde com disponibilidade. O excedente 
trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remuneração. O 
 
2 Gabarito: letra B. 
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servidor em disponibilidade não está trabalhando, e, por isso, recebe 
remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
A readaptação é instituto que atende servidor detentor de cargo 
efetivo. Com outras palavras, os servidores exclusivamente 
comissionados não são amparados pela readaptação. Sobre o tema, 
já decidiu o STJ (Recurso Especial 749852): 
Agravo Regimental. Administrativo. Servidor Público ocupante 
de cargo comissionado sem vínculo efetivo com a Administração 
Pública. Readaptação. Impossibilidade. 
Por fim, destaca-se que, à semelhança da promoção, a readaptação é 
forma de simultânea de vacância e provimento. 
A reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade. Pode 
ser de dois tipos: por insubsistência de motivo de invalidez (de ofício) 
ou no interesse da Administração (a pedido). 
Na insubsistência de motivo de invalidez (reversão DE OFÍCIO), a 
causa que levou à aposentadoria (uma enfermidade) não existe mais. 
Em tal situação, o servidor em processo de reversão deverá ser 
submetido ao exame da junta médica oficial, a qual deverá declarar 
que inexiste o fato motivador da aposentadoria. Estando provido o 
cargo do servidor revertido, este exercerá suas atribuições como 
excedente, até a ocorrência de vaga. 
Nota que o excedente pode surgir em duas circunstâncias: na 
readaptação e na reversão de ofício. Atenta pra isso, pois, a 
princípio, o revertido não ficará na condição de disponível, mas sim 
excedente, trabalhando e recebendo integralmente sua 
remuneração. 
Já na reversão no interesse da Administração (a pedido), os 
seguintes requisitos devem ser satisfeitos (de acordo com o art. 25 
da Lei 8.112, de 1990): 
a) o servidor aposentado requer a reversão e não ter 
completado 70 anos (idade da aposentadoria compulsória); 
b) a aposentadoria tenha sido voluntária, afinal se a 
aposentadoria foi por invalidez, a reversão será de ofício; 
c) o servidor era estável; 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à 
solicitação; 
e) existência de cargo vago (na reversão no interesse da 
Administração não há exercício na condição de excedente). 
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V- para capacitação 
Afastamentos: art. 102 
I- férias 
IV- participação em programa de treinamento regularmente 
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no 
País, conforme dispuser o regulamento; 
VI- júri e outros serviços obrigatórios por lei 
VIII- licença: 
"a" à gestante, à adotante e à paternidade 
"b" para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e 
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público 
prestado à União, em cargo de provimento efetivo 
"d" por motivo de acidente em serviço ou doença profissional 
"e" para capacitação, conforme dispuser o regulamento 
"f" por convocação para o serviço militar 
IX- deslocamento para a nova sede em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em 
exercício provisório 
X participação em competição desportiva nacional ou 
convocação para integrar representação desportiva nacional, no 
País ou no exterior, conforme disposto em lei específica. 
Detalhe – só há de se falar em posse no caso de nomeação para 
cargo público, seja ele efetivo ou em comissão. No caso de funções 
de confiança, há mera designação. 
De toda forma, caso um servidor seja designado para o desempenho 
de função de confiança, aplicam-se as possibilidades de prorrogação 
do exercício dela, em face do que diz a Lei 8.112/1990. Entretanto, 
há algo muito próprio no caso daquele que é designado para o 
desempenho de função de confiança: a licença ou afastamento 
não poderá exceder a trinta dias da publicação, sob pena de 
tal designação ser tornada sem efeito. 
Fixação 
(2012/Anatel/Técnico) Julgue o próximo item com base nos 
dispositivos da Lei n.º 8.112/1990. A posse, por meio da qual se dá 
a investidura em cargo público, dispensa prévia inspeção médica 
oficial. 
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Na remoção de ofício, caso seja necessária a mudança de sede do 
servidor, este fará jus à ajuda de custo (máximo de até três 
remunerações, conforme regulamento), para compensar despesas 
ocorridas. 
Na remoção de ofício, fica garantido, ainda, o direito do servidor e 
de seu cônjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se 
matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer época, 
independente de vaga ou de época. A matrícula é “em instituições 
congêneres”. Não tem o filho do servidor, civil e militar, estudante 
de faculdade particular direito de matricular-se em Universidade 
Pública, em razão da remoção de ofício, a não ser, obviamente, 
que o curso só seja oferecido pela instituição pública. 
A remoção a pedido, por sua vez, ocorre: a critério da 
Administração ou independente do interesse da 
Administração. 
Na primeira hipótese, o servidor faz o pedido e a Administração avalia 
a conveniência (é ato discricionário). Já remoção a pedido, que 
independente do interesse da Administração, ocorre nas seguintes 
hipóteses: 
- Para acompanhamento do cônjuge, que também deve ser 
servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da União, dos 
Estados, dos Municípios, que foi deslocado no interesse da 
administração. 
Detalhe: se o cônjuge passou em concurso ou solicita a remoção, 
ele é quem criou o problema, não tendo a Administração o dever 
de removê-lo, assim entende o STJ. 
Professor, se o empregado da Caixa Econômica Federal (empresa 
pública federal) é removido, há direito de o servidor estatutário 
acompanhar o cônjuge? 
Sim. O conceito de ‘servidor’, para efeito de acompanhamento por 
parte do cônjuge, deve ser visto em sentido amplo, isto é, o 
acompanhado ou acompanhante pode ser empregado público. Sobre 
o tema, decidiu o STF (MS 23.058): 
Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, 
empregado da Caixa Econômica Federal, para a cidade de 
Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no Tribunal de 
Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, 
independentemente da existência de vagas. 
A alínea “a” do inciso III do parágrafo único do art. 36 da Lei 
8.112/1990 não exige que o cônjuge do servidor seja também 
regido pelo Estatuto dos servidores públicos federais. A expressão 
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legal “servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” não é 
outra senão a que se lê na cabeça do art. 37 da Constituição 
Federal para alcançar, justamente, todo e qualquer servidor da 
Administração Pública, tanto a Administração Direta quanto a 
Indireta. 
O entendimento ora perfilhado descansa no regaço do art. 226 
da Constituição Federal, que, sobre fazer da família a base de 
toda a sociedade, a ela garante “especial proteção doEstado”. 
Outra especial proteção à família não se poderia esperar senão 
aquela que garantisse a impetrante o direito de acompanhar seu 
cônjuge, e, assim, manter a integridade dos laços familiares que 
os prendem. 
- Por motivo de doença do servidor, cônjuge, ou dependente 
que viva às suas expensas, sendo que deverá constar do 
assentamento funcional do servidor; 
- Em virtude de concurso de remoção, em que o número de 
interessados é superior ao número de vagas na unidade de 
destino. 
Ainda acerca do instituto da remoção, interessante situação foi 
examinada pelo STJ. Vejamos trecho do julgado (AgRg no REsp 
1.209.391-PB): 
SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO. ACOMPANHAMENTO. 
CÔNJUGE. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA. 
COABITAÇÃO. 
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba 
requereu a sua remoção para a capital do estado ou, 
alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro órgão 
da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para 
acompanhar a esposa, servidora pública federal, removida de 
ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar de a 
esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz 
jus à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não 
residia na mesma localidade antes da remoção da esposa. 
Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a 
unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do 
convívio familiar direto e diário de um dos seus integrantes. 
Nota que, na situação, foi denegada a remoção do homem para 
acompanhar sua esposa, também servidora e removida de ofício, 
uma vez que eles não moravam na mesma localidade antes de 
serem removidos. Não fosse isso, ou seja, se o casal residisse na 
mesma localidade, o servidor teria direito a acompanhar sua esposa, 
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para que fosse preservada a unidade familiar, preceito consagrado 
pela CF/1988 (art. 226). 
Lembre-se, ainda, de que as formas de deslocamento não são 
penalidades disciplinares, apesar de, infelizmente, isso acontecer 
bastante no mundo real (uso da remoção, sobretudo, com caráter 
punitivo). Na realidade, quando a remoção é assim utilizada, padece 
de grave desvio de finalidade, devendo ser invalidada pela 
Administração (princípio da autotutela) ou pelo Poder Judiciário 
(princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional). 
Fixação 
(CESPE-ANA_ADM-STM-JAN-2011) Considere que um servidor 
público tenha sido removido, de ofício, como forma de punição. Nessa 
situação, o ato de remoção é nulo, visto que configura desvio de 
finalidade.3 
Em todas as hipóteses, sempre que a remoção/redistribuição 
implicar o exercício de atribuições do servidor em outro município, 
será concedido um prazo de 10 a 30 dias, contados da publicação 
do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, 
estando incluso, nesse prazo, o tempo de deslocamento para a nova 
sede. Estando o servidor afastado, ou de licença, o prazo aqui 
referenciado deverá ser contado a partir do término do impedimento. 
Por fim, fica o registro de que a remoção pode ocorrer sem 
mudança de sede. Por exemplo: servidor lotado no posto fiscal em 
Recife, em Pernambuco, é removido para a Delegacia da Receita 
Federal, também no Recife. 
Fixação 
(2012/CESPE/MPOG/Analista de Infraestrutura) Considere a 
seguinte situação hipotética. Uma servidora pública em estágio 
probatório solicitou remoção para acompanhar seu cônjuge, também 
servidor público, removido, em decorrência de aprovação em 
concurso de remoção, para unidade de lotação em outro estado da 
Federação. Nessa situação hipotética, a servidora não preenche os 
requisitos legais necessários à obtenção da remoção, visto que ainda 
cumpre estágio probatório, circunstância essa que condiciona sua 
remoção ao interesse da administração pública. 
Comentários: 
Em nenhum momento a Lei 8.112/1990 condiciona à remoção ao 
cumprimento do estágio probatório. Na realidade, há normativos do Poder 
Executivo que condicionam a remoção a pedido ao cumprimento do estágio 
 
3 Gabarito: Certo. 
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probatório (é o exemplo do Policial Federal). Mas não se cuidou disso no 
item! 
Gabarito: ERRADO. 
5. Vacância 
Vacância é a situação (ato ou fato administrativo) em que o cargo 
público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido 
por alguém. 
As formas de vacância previstas na 8.112/1990 são (art. 33): 
exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse 
em outro cargo inacumulável e falecimento. 
De início, pede-se que não confunda exoneração e demissão. Esta é 
uma penalidade, prevista na Lei 8.112/1990, bem como no Código 
Penal. Os casos de exoneração, por sua vez, não decorrem de 
punição. Vejamos: 
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do 
servidor, ou de ofício. 
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: 
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; 
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em 
exercício no prazo estabelecido. 
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de 
função de confiança dar-se-á: 
I - a juízo da autoridade competente; 
II - a pedido do próprio servidor. 
Fixação 
(2012/CESPE/PC-CE/Inspetor) No que se refere a agentes 
públicos, julgue o item seguinte. A exoneração de servidor público 
em consequência de inabilitação em estágio probatório não configura 
punição. 
Comentários: 
Guarda para sua prova: a exoneração não possui natureza punitiva. Na 
realidade, o servidor ocupante exclusivamente de cargo comissionado pode 
ser exonerado a pedido ou a juízo da autoridade competente (art. 35 da Lei 
8.112/1990). No caso de eventual penalidade a ser aplicada ao servidor, a 
Lei prevê punição específica: a destituição do cargo (art. 127 da Lei 
8.112/1990). 
Gabarito: CERTO. 
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direito a este adicional. Nas outras hipóteses de remoção não há 
direito à ajuda de custo, portanto. 
Esta verba de caráter indenizatório também é devida àquele que, não 
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão (com 
mudança de domicílio). Por exemplo: o sujeito mora no Rio de 
Janeiro, não é servidor público, mas é nomeado para um cargo em 
comissão em Brasília. Terá direito à ajuda de custo. 
Na remoção de ofício, correm por conta da Administração, ainda, as 
despesas de transporte do servidor, de sua família, bagagens e bens 
pessoais. A ajuda de custo é, portanto, um ‘plus’. É como se 
fosse uma compensação, decorrente do desgaste da mudança, 
ocorrida no interesse da Administração. 
O valor da ajuda de custo deve ser calculado com base no valor da 
remuneração, não podendo exceder o correspondente a três meses. 
Destaque-se que o servidor será obrigado a restituir o que recebeu 
caso, de maneira injustificada, não se apresente na nova sede em 
30 dias. 
À família do servidor que morrer na nova sede é garantida ajuda de 
custo/transporte para volta à localidade de origem, no prazo de um 
ano contado da data de falecimento. 
Por fim, veda-se o duplo pagamento: ou seja, se o casal é de 
servidores, e houver a remoção, passando, ambos, a ter exercício na 
mesma sede nova, a ajuda de custo será devida apenas a um 
membro do casal. 
b) Diárias: 
Essa, sem dúvida, é a indenização mais conhecida. As diárias 
destinam-se a indenizar as despesas extraordinárias com 
alimentação, pousadae locomoção urbana e deve ser paga ao 
servidor que se afastar de seu local de lotação (sede) em caráter 
eventual/transitório (o deslocamento pode ser para localidades no 
Brasil ou exterior). 
Aqui cabe um aviso para os amigos que vem da iniciativa privada. 
Normalmente, em empresas privadas, quando o sujeito, para fazer 
um trabalho para a empresa, recebe uma “ponta”, enfim, uma 
quantia para as despesas que surjam na viagem, na qual juntam 
comprovantes, e, quando retornam, “prestam contas” desse dinheiro. 
Se sobrar dinheiro, devolve. Se faltar, depois recebe a diferença. No 
caso das diárias dos servidores, é diferente. O sujeito recebe a diária, 
se sobrar, é dele a sobra. Se faltar, tem de se virar... 
Vamos prosseguir. 
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Se o deslocamento for exigência do cargo, não serão devidas diárias. 
Também não serão devidas diárias se o deslocamento ocorrer dentro 
de uma mesma região metropolitana (ou assemelhada) ou em áreas 
de controle integrado, mantidas com países limítrofes. 
A diária é, evidentemente, devida por dia de afastamento, sendo 
paga pela metade quando o pernoite do servidor não for necessário, 
ou quando a União custear, de outro modo, despesas que deveriam 
ser arcadas com diárias. 
Não havendo deslocamento da sede, ou no caso de retorno 
antecipado, o servidor tem cinco dias de prazo para o recolhimento 
proporcional das diárias. 
Professor, os valores das diárias seguem um padrão entre os 
órgãos da Administração Pública? 
Não é bem assim! Há diferença entre os valores das diárias pagas aos 
servidores, conforme o Poder do qual façam parte. Isso decorre do 
que dispõe o art. 52 da Lei 8.112/1990. Vejamos: 
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I 
a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, 
serão estabelecidos em regulamento. 
Os incisos citados são os que falam de ajuda de custo, diárias e 
transporte. Por isso, possível diferenciação de valores entre Poderes. 
c) Transporte: 
Conhecido como "auxílio-transporte", é devido ao servidor que utiliza 
meio de transporte próprio para a execução de serviços externos, em 
decorrência das atribuições próprias do cargo. Não deve ser 
confundido com a diária, cujo fundamento jurídico é outro: o 
afastamento eventual e temporário do servidor com relação ao local 
de sua lotação. E não tem qualquer ligação, ainda, com o “vale 
transporte”. A indenização não é para custear os meios transportes 
urbanos ou rurais (ônibus, trens ou metrôs, por exemplo). 
 d) Auxílio Moradia (arts. 60-A a 60-E e art. 158, da Lei 
8.112/1990): 
Essa é a indenização mais nova na Lei 8.112/1990. 
Conhecida, vulgarmente, como “ressarcimento de moradia 
funcional”, o auxílio moradia consiste no ressarcimento das 
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de 
moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa 
hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo 
servidor. 
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Para concessão do adicional, deverão ser atendidos os seguintes 
requisitos previstos no art. 60-B da Lei 8.112/1990, a saber: 
 I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo 
servidor; 
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel 
funcional; 
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou 
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou 
promitente cessionário de imóvel no Município, onde for exercer o 
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de 
construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; 
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba 
auxílio-moradia; 
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para 
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção 
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza 
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; 
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função 
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em 
relação ao local de residência ou domicílio do servidor; 
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no 
Município, nos últimos doze meses, onde for exercer o cargo em 
comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a 
sessenta dias dentro desse período; e 
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de 
lotação ou nomeação para cargo efetivo. 
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. 
Já o art. 60-C estabelece que “o auxílio-moradia não será concedido 
por prazo superior a oito anos dentro de cada período de doze anos, 
ainda que o servidor mude de cargo ou de Município de exercício do 
cargo”. Assim, a cada doze anos, independente do município de sua 
lotação, o servidor só faz jus ao auxílio-moradia por um período 
máximo de oito anos. Após o transcurso do período citado (doze 
anos), o pagamento do auxílio moradia pode ser retomado, desde 
que cumpridos, reitere-se, os requisitos do art. 60-B da Lei. 
O valor do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em 
comissão ocupado pelo servidor e, em qualquer hipótese, não poderá 
ser superior ao auxílio-moradia recebido por Ministro de Estado. A Lei 
informa, ainda, que, independente do valor da retribuição pelo cargo 
em comissão, o auxílio-moradia não será menor que R$ 1.800,00. 
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Por fim, no caso de caso de falecimento, exoneração, colocação de 
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o 
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. 
Fixação 
(CESPE-TÉCNICO JUD.-TSE-JAN-2007) Na semana passada, 
Fábio, que ocupava cargo em comissão no TRE-RJ, tomou posse em 
cargo comissionado no TSE, motivo pelo qual ele se mudou para 
Brasília, onde aluga um apartamento juntamente com sua 
companheira e um amigo que é servidor federal. Nessa situação, não 
obstaria o direito de Fábio a obter auxílio-moradia o fato de 
A) o amigo que reside com ele receber auxílio-moradia. 
B) a companheira de Fábio ser proprietária de imóvel residencial em 
Brasília. 
C) ele ter recebido auxílio-moradia durante os dois anos em que 
ocupou cargo em comissão no TRE-RJ. 
D) ele recusar-se a residir em imóvel funcional posto à sua 
disposição, por considerar preferível habitar um apartamento mais 
próximo ao local de trabalho. 
Comentários: 
Item bem interessante, pois põe em prática o que vimos acerca do auxílio-
moradia. Vejamos os erros: 
- letra A: o amigo de Fábio já faz jus ao auxílio, o que impede do duplo 
pagamento. Não interessa se é amigo, colega, marido, mulher! Se alguém já 
recebe, o outro não pode receber. 
- Letra B: se o sujeito é casado com alguém que já tem um imóvel na 
localidade, por que se pagar o auxílio moradia? A Lei impede que isso 
aconteça, de modo muito acertado. 
- Letra D: se há um imóvel colocado à disposição do servidor, ou ele mora 
lá, ou não recebe o auxílio moradia, caso se recuse. A lógica é bem diferente 
das dos Deputados, por exemplo, que podem optar – ou recebem o auxílio 
moradia ou habitam no imóvel da Câmara colocado a sua disposição. 
Lembre-se de que para os servidores públicos (agentes administrativos) a 
história é outra. 
A letra C está certa. Ter recebido auxílio moradia por apenas dois anos 
não impede o servidor de receber tal valor. Haveria o impedimento se o 
servidor tivesse recebido por 8 anos no período de 12 anos. 
Gabarito: alternativaC. 
Fixação 
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(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin) Os servidores públicos podem, 
além do vencimento, receber como vantagens indenizações, 
gratificações e adicionais. As indenizações referem se a ajuda de 
custo, diárias e indenização de transporte. O auxílio-moradia é 
categorizado como vantagem adicional. 
Comentários: 
O auxílio-moradia, assim como as demais figuras citadas no item, é uma das 
indenizações citadas no art. 51 da Lei 8.112/1990. ERRADO o item, 
portanto. 
Gabarito ERRADO 
Fixação 
(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) As gratificações e os 
adicionais incorporam-se ao vencimento, nos casos e nas condições 
indicados em lei. 
Comentários: 
Boa! É a literalidade da Lei 8.112/1990, que diz exatamente isso no §2º do 
art. 49 da Lei. Mas serve para reforçar que as indenizações não são 
incorporáveis. 
Gabarito: CERTO. 
Fixação 
(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) O servidor que, a serviço, 
afastar-se da sede, em caráter eventual ou transitório, para outro 
ponto do território nacional fará jus a ajuda de custo destinada a 
indenizar as parcelas de despesas com pousada, alimentação e 
locomoção urbana. 
Comentários: 
Abaixo, o art. 58 da Lei 8.112/1990: 
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em 
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território 
nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias 
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias 
com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme 
dispuser em regulamento. 
Então, no afastamento da sede, com caráter eventual e transitório o servidor 
faz jus a DIÁRIAS e não a ajuda de custo, como diz o item, que, claro, está 
ERRADO. 
Gabarito: ERRADO. 
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6.3. Gratificações e Adicionais 
Tais vantagens pecuniárias estão enumeradas no art. 61 da Lei 
8.112/1990. 
A Lei registra três gratificações: a Retribuição pelo Exercício de 
Função de Direção, Chefia e Assessoramento, a Gratificação Natalina 
(13º salário) e por encargo de curso ou concurso. 
Já os adicionais são os seguintes: Adicional pelo exercício de 
atividades insalubres, perigosas ou penosas, Adicional pela prestação 
de serviço extraordinário, Adicional noturno, Adicional de férias e 
Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. 
Vejamos um a um. 
a) Retribuição Pelo Exercício de Função de Direção, 
Chefia e Assessoramento 
É devida ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função 
de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em 
comissão ou de natureza especial. É a compensação pelo esforço 
maior, decorrente da atribuição. 
b) Gratificação Natalina (13º salário) 
Equivale ao 13º da iniciativa privada, devendo ser paga na proporção 
de 1/12 avos por mês trabalhado no ano. Para efeito de cálculo, a 
fração de mês superior a 15 dias é considerada mês. 
Sua base de cálculo é a remuneração do mês de dezembro, sendo 
que a gratificação natalina deve ser paga até o dia 20 de cada ano. 
Ao servidor exonerado será devida parcela proporcional, ou seja, se 
trabalhou seis meses, receberá 6/12 avos, a metade da gratificação 
natalina. 
c) Adicional de Insalubridade (risco à saúde) 
Periculosidade (risco à vida), ou atividade penosa (em 
decorrência da lotação do servidor). 
Tais adicionais são devidos a servidores que trabalham em condições 
insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas, 
radioativas ou com risco de vida. Sobre o tema, interessante decisão 
do Tribunal de Contas da União (Acórdão 2769/1ª Câmara): 
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade constituem 
vantagens pecuniárias de caráter transitório e condicional, 
devidas apenas a quem presta o serviço em situações 
anormais, cessando o direito a esses benefícios com a 
eliminação das condições ou dos riscos que deram causa à sua 
concessão, razão por que não há justificativa legal para a 
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continuidade do pagamento das referidas vantagens aos 
servidores inativos. 
A razão do julgado é facilmente perceptível: quando o sujeito se 
aposenta, deixa de ter contato com as situações que determinavam o 
pagamento dos adicionais, os quais, em consequência, deixam de ser 
pagos. Não constituem, portanto, vantagens indiscriminadas de uma 
categoria, devendo-se analisar a situação de cada servidor, de modo 
a aferir se os adicionais em questão devem ser pagos ou não. 
Vejamos o que o STF já disse a respeito disso (RE 197915): 
Servidor público: adicional de insalubridade: inaplicação do art. 
40, § 4º, CF. Precedentes. O adicional de insalubridade não 
é vantagem de caráter geral, pressupondo atividade 
insalubre comprovada por laudo pericial. Não pode ser 
estendida indiscriminadamente a todos os servidores da 
categoria, ativos e inativos, não se aplicando o art. 40, § 4º, 
da Constituição. 
Aquele servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade ou 
periculosidade tem que optar por um deles, sendo que se a causa que 
deu razão ao adicional for extinta, também extinto será o adicional. 
A servidora gestante ou lactante deverá ser afastada de locais 
insalubres, perigosos ou penosos enquanto durar o período de 
lactação/gestação. 
Caracteriza-se atividade penosa a situação de servidores em exercício 
em zona de fronteira ou em localidade cujas condições de vida 
justifiquem. 
Detalhe! Servidores que operam com Raio X ou substâncias 
radioativas serão submetidos a exames médicos a cada 6 meses. 
Registra-se que o impedimento de pagamento cumulativo é quanto 
aos dois adicionais (insalubridade e periculosidade). Isso mesmo. A 
vedação não atinge o de penosidade. Abaixo, trecho de decisão 
do STJ (Recurso Especial 951.633): 
É possível a percepção cumulativa do adicional de insalubridade 
e da gratificação de raio X, pois o que o art. 68, § 1º, da Lei 
8.112/90 proíbe é a cumulação dos adicionais de insalubridade 
e periculosidade, nada prevendo quanto à cumulação de 
gratificações e adicionais, vantagens que não podem ser 
confundidas. Precedentes do STJ. 
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: 
É decorrente da atividade laboral exercida além da jornada normal de 
trabalho. Deve ser pago com acréscimo de 50% em relação a hora 
normal de trabalho. 
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Visa ao atendimento de situações excepcionais e temporárias, sendo 
sua duração máxima, de acordo com a Lei 8.112/1990, de duas horas 
por jornada diária de trabalho. 
e) Adicional noturno: 
Devido pelo exercício de atividade compreendida entre 22 horas de 
um dia e 5 horas do dia seguinte, sendo o valor da hora trabalhada 
acrescida de 25%. Observe-se que cada hora é computada com 52 
minutos e 30 segundos 
ATENÇÃO: em se tratando de serviço extraordinário, incide sobre o 
valor da remuneração da hora acrescida daquele adicional. 
Exemplificando: imagina que o valor da hora “normal” de trabalho é 
de 10 reais. Caso ocorra trabalho noturno, o valor da hora será de 
12,50 reais (25% de adicional noturno). Caso o trabalho seja 
noturno e, além disso, extraordinário, valor da hora será de 18,75 
reais. O cálculo é realizado da seguinte forma: valor da hora normal 
(10 reais) + adicional do serviço extraordinário (5 reais) = 15 reais. 
Sobre esse valor, então, incide o adicionalnoturno, alcançando os 
18,75 reais. 
f) Adicional de férias: 
Corresponde a 1/3 da remuneração do período de férias e independe 
de solicitação do servidor. 
 
Observação! No caso do servidor ocupante de cargo em comissão ou 
função de direção, chefia ou assessoramento, deve ser considerada a 
vantagem no cálculo do adicional de férias. 
g) Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso 
Tal benefício pecuniário é devido ao servidor que, em caráter 
eventual: 
I - atuar como instrutor em curso de formação, de 
desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído 
no âmbito da administração pública federal; 
II - participar de banca examinadora ou de comissão para 
exames orais, para análise curricular, para correção de provas 
discursivas, para elaboração de questões de provas ou para 
julgamento de recursos intentados por candidatos; 
III - participar da logística de preparação e de realização 
de concurso público envolvendo atividades de planejamento, 
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, 
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas 
atribuições permanentes; 
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IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de 
exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar 
essas atividades. 
A ideia é retribuir ao servidor que, além de suas atribuições 
decorrentes do cargo, participa desses importantes eventos de 
seleção, treinamento e desenvolvimento. Isso, claro, fora da jornada 
de expediente. Portanto, para que a referida gratificação seja paga, 
não serão computados tais trabalhos na jornada habitual do servidor 
(deve fazer fora da jornada de trabalho habitual). 
Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que ora 
tratamos devem ser fixados em regulamento, observados os 
seguintes parâmetros: 
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a 
natureza e a complexidade da atividade exercida; 
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento 
e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de 
excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada 
pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar 
o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; 
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes 
percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da 
administração pública federal: 
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se 
tratando das situações em que ele atuar como instrutor em 
curso de formação, de desenvolvimento ou de 
treinamento regularmente instituído no âmbito da 
administração pública federal e componente de banca 
examinadora ou de comissão para exames orais, para análise 
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração 
de questões de provas ou para julgamento de recursos 
intentados por candidatos; 
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando 
de participação da logística de preparação e de realização 
de concurso público envolvendo atividades de planejamento, 
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, 
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas 
atribuições permanentes ou participação na aplicação, 
fiscalização ou avaliação de provas de exame vestibular ou 
de concurso público ou supervisionar essas atividades. 
Nota que todas as atividades que podem levar ao pagamento da 
gratificação por Encargo de Curso ou Concurso são eventuais. Por 
conta disso, já decidiu o TCU (Acórdão 3327/2007): 
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Após o período de interrupção, o período restante deve ser gozado de 
uma só vez. 
Em âmbito federal, não é mais possível a conversão de 1/3 das férias 
em abono (diz-se que não é mais possível “vender” as férias). 
Contudo, é permitido o parcelamento em até 3 parcelas, desde que 
requerido pelo servidor e autorizado pela Administração. 
Por fim, mas não menos importante, a situação daqueles que 
operam, habitualmente, com Raio “X”: tem direito a 20 dias de férias 
a cada semestre. Tais férias são inacumuláveis, ok? 
6.4.2. Licenças (arts. 81 a 92 da Lei) 
De modo didático, serão analisadas uma a uma as licenças, em seus 
principais aspectos. Para tanto, optou-se pela abordagem 
“esquemática”, construindo roteiros, que passarão a ser vistos logo a 
seguir. 
Por oportuno, cita-se que o item “tempo de serviço” refere-se à 
forma como este deverá ser contado, bem como os efeitos 
decorrentes dessa contagem. 
São licenças que podem ser concedidas ao servidor: 
a) Por motivo de doença em pessoa da família; 
b) Por motivo de afastamento do cônjuge ou do companheiro; 
c) Para o serviço militar; 
d) Para atividade política; 
e) Para capacitação; 
f) Para tratar de interesses particulares; 
g) Para desempenho de mandato classista; 
h) Licença para tratamento da própria saúde (arts. 202 a 206 da 
Lei); 
i) Licença à gestante, à adotante e à paternidade (arts. 207 a 210 
da Lei); e 
j) Licença por acidente em serviço (arts. 211 a 214 da Lei) 
Nota 
Se uma licença for concedida no prazo de 60 dias do término de outra 
da mesma espécie é considerada prorrogação. 
 
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a) Por motivo de doença em pessoa da família (art. 83): 
- Limite de tempo: máximo de 150 dias 
- Remuneração: primeiros 60 dias, remunerados. 90 dias 
restantes, sem remuneração 
- Tempo de Serviço: período remunerado, contado apenas para 
efeitos de aposentadoria e disponibilidade. Período não 
remunerado, não contado como tempo de serviço. 
- Concessão do Direito: concedida a servidor que comprove 
que é indispensável sua assistência ao ente familiar, desde que 
não haja possibilidade de exercício concomitante do cargo. 
- Prorroga a posse? Sim. 
- Observações Gerais: 
- Veda-se o exercício de atividade remunerada durante a 
licença. 
- Considera-se como pessoa da família: cônjuge ou 
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e 
enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste 
do seu assentamento funcional, mediante comprovação por 
perícia médica oficial. 
Fixação 
CESPE - AUFC/Apoio Técnico e Administrativo/Gestão de 
Pessoas/2008 
Julgue os itens a seguir, de acordo com a Lei n.º 8.112/1990 e suas 
alterações. 
Em caso de doença de padrasto ou madrasta de servidor, esse 
servidor não faz jus à concessão de licença por motivo de doença em 
pessoa da família, ainda que o doente viva sob suas expensas. 
Comentários: 
Confira o que diz a Lei 8.112/1990: 
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do 
cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e 
enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu 
assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. 
Mesmo no caso de Padrasto/Madrasta é possível a concessão por conta de 
doença em pessoa da família. 
Gabarito: ERRADO. 
 
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b) Por motivo de afastamento do cônjuge (art. 84 da Lei): 
- Limite de tempo: Indeterminado. 
- Remuneração: Não há. 
- Tempo de Serviço: não computado. 
- Concessão do Direito: ao servidor para acompanhamento do 
cônjuge que se desloque para outro ponto do territórionacional, do exterior, ou para o exercício de mandato eletivo 
dos poderes Executivo ou Legislativo. 
- Prorroga a posse? Não. 
- Observações Gerais: 
- É concedida a critério da Administração (é ato 
discricionário). Nesse contexto, a lei fala que “poderá” ser 
concedida a licença ora abordada; 
- Poderá ocorrer a lotação provisória do servidor licenciado se 
na localidade houver atividade compatível com o seu cargo. 
c) Licença para o serviço militar (art. 85) 
- Limite de tempo: prazo indeterminado. Perdura enquanto 
durar o serviço militar. 
- Remuneração: Legislação Específica 
- Tempo de Serviço: efetivo exercício (art. 102, VIII, ‘f’, da Lei) 
- Concessão do Direito: Legislação Específica 
- Prorroga a posse? Sim. 
- Observações Gerais: 
- Após o término da licença, o servidor terá 30 dias, sem 
remuneração, para reassumir o exercício do cargo do qual 
estivera licenciado. 
d) Licença Para Atividade Política (art. 86) 
- Limite de tempo: início com a escolha do servidor em 
convenção partidária, com prazo final até o 10º dia depois da 
eleição. Período máximo de três meses. 
- Remuneração: a partir da escolha em convenção partidária 
até o dia anterior ao registro da candidatura: sem 
remuneração. A partir do registro até o 10º dia seguinte ao 
pleito, com remuneração, com o período máximo de 3 meses. 
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- Tempo de Serviço: período sem remuneração não computado 
como tempo de serviço. O restante é contado para efeito de 
aposentadoria e disponibilidade. 
- Concessão do Direito: concessão obrigatória. 
- Prorroga a posse? Não. 
e) Licença para capacitação (art. 87 da Lei): 
- Limite de tempo: até três meses. 
- Remuneração: fará jus. 
- Tempo de Serviço: efetivo exercício. 
- Concessão do Direito: após cinco anos. Não é acumulável. 
- Prorroga a posse? Sim. 
- Observações Gerais: 
- Sua concessão insere-se na competência discricionária da 
Administração. 
- Substituiu, na Administração Federal, a antiga licença 
prêmio. 
 
f) Licença para tratar de interesses particulares (art. 91 da 
Lei): 
- Limite de tempo: até 3 anos, podendo ser interrompida a 
qualquer tempo. 
- Remuneração: Não há. 
- Tempo de Serviço: não é computado como tempo de serviço 
para qualquer efeito. 
- Concessão do Direito: ao servidor estável. 
- Prorroga a posse? Não. 
- Observações Gerais: 
Pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor 
ou no interesse da Administração. 
g) Desempenho de mandato classista (art. 92 da Lei): 
- Limite de tempo: período de duração igual ao do mandato, 
podendo ser prorrogada, uma única vez, no caso de reeleição. 
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- Remuneração: Não há. 
- Tempo de Serviço: contado para todos os efeitos, exceto para 
promoção por merecimento. 
- Concessão do Direito: servidores eleitos para o desempenho 
de mandato em confederação, federação, associação de classe 
de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou 
entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de 
gerência ou administração em sociedade cooperativa 
constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus 
membros. 
- Prorroga a posse? Não. 
- Observações Gerais: 
- Representação de acordo com o número de associados: até 
5.000, um servidor; de 5.000 a 30.000, dois servidores; mais 
de 30.000, três servidores. 
- Não haverá remoção ou redistribuição para localidade diversa 
da qual o servidor exerce o mandato. 
 
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6.4.3. Afastamentos 
A Lei 8.112, de 1990, prevê quatro situações de afastamento: 
a) Servir outro órgão/entidade; 
b) Exercício de mandato eletivo; 
c) Estudo ou missão no exterior; 
d) Participação em programa de pós-graduação stricto sensu no 
País. 
a) Para servir outro órgão/entidade (art. 93 da Lei) 
- Limite de tempo: não há menção na Lei. 
- Remuneração: 
- Sendo para Estados (inclui Distrito Federal), Municípios, o 
ônus é para a cessionária (quem “recebe”). No caso de outro 
órgão/poder da União, para o cedente (quem “emprestou”); 
- No caso de empresas públicas e sociedades de economia 
mista federais: o cedente paga o servidor, e depois obtém o 
ressarcimento da cessionária. 
- Tempo de Serviço: efetivo exercício. O tempo de serviço 
prestado a Estados e DF e Municípios é contado para efeito de 
aposentadoria e disponibilidade (art. 103, inc. I, da Lei). 
- Concessão do Direito: a lei não especifica. 
- Observações Gerais: 
Servidor em estágio probatório faz jus a este tipo de 
afastamento, desde que para o exercício de cargos de DAS no 
mínimo 4, ou cargos equivalente. 
b) Exercício de mandato eletivo (art. 94 da Lei) 
- Limite de tempo: enquanto durar o mandato. Não há limite no 
caso de reeleição. 
- Remuneração: 
- Mandato federal ou estadual: subsídio referente ao cargo 
político, necessariamente; 
- Servidor investido no mandato de Prefeito: pode fazer 
opção. 
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- Servidor investido no mandato de Vereador: se houver 
compatibilidade de horário, pode acumular. Se não, pode 
optar. 
- Tempo de Serviço: efetivo exercício. 
- Concessão do Direito: Servidor público investido em mandato 
eletivo, federal, estadual ou distrital, bem com no mandato de 
Prefeito ou vereador. 
- Observações Gerais: 
- Servidor aposentado pode acumular proventos com subsídios 
do mandato eletivo; 
- Veda-se a remoção e redistribuição do eleito para localidade 
diversa daquela onde exerce o mandato. 
c) Estudo ou missão no exterior (art. 95 da Lei) 
- Limite de tempo: 4 anos. 
- Remuneração: a ser disciplinada em regulamento. No caso de 
afastamento de servidor para servir em Organismo 
Internacional de que o Brasil coopere/participe haverá perda da 
remuneração. 
- Tempo de Serviço: efetivo exercício. 
- Concessão do Direito: a servidor público, sem menção se 
estável ou não. A matéria deve ser disciplinada em 
regulamento. 
- Observações Gerais: 
- Depois do término da licença, somente decorrido igual 
período poderá ser concedida nova licença sob o mesmo 
fundamento; 
- Não será concedida exoneração ou licença para tratar de 
interesse particular antes de decorrer prazo igual ao do 
afastamento, salvo se o servidor ressarcir a despesa ocorrida; 
- Não se aplica aos servidores da carreira diplomática. 
d) Participação em programa de pós-graduação stricto 
sensu no País (art. 96-A da Lei) 
- Limite de tempo: a Lei 8.112/1990 não estabelece de modo 
claro qual limite máximo. Contudo, estatui uma espécie de 
‘pedágio’: os servidores beneficiados por este afastamento 
terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu 
retorno por um período igual ao do afastamento concedido. 
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- Remuneração: recebida normalmente. 
- Tempo de Serviço: efetivo exercício. 
- Concessão do Direito: para realização de programas de 
mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores 
titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há 
pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para 
doutorado, incluído o período de estágioprobatório, que não 
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos 
particulares para gozo de licença capacitação ou com 
fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da 
solicitação de afastamento. 
- Observações Gerais: 
- Os afastamentos para realização de programas de pós-
doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de 
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 
quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não 
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos 
particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos 
anteriores à data da solicitação de afastamento; 
- Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou 
aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência (o 
pedágio, mencionado acima), deverá ressarcir o órgão ou 
entidade, em 60 dias, dos gastos com seu aperfeiçoamento. O 
mesmo ocorrerá, quando o servidor não obtiver o título ou grau 
que justificou seu afastamento no período previsto, salvo na 
hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a 
critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. 
6.4.4. Concessões 
As concessões constituem-se em possibilidades de faltas justificadas 
do servidor, ou seja, o servidor não trabalha, mas tem a falta 
“abonada”, em virtude de previsão legal. A Lei prevê as seguintes 
concessões: 
a) Doação de Sangue – concessão de 1 dia. Não há limite no 
número de vezes que um servidor pode doar sangue em um 
ano; 
b) Alistamento eleitoral – concessão de 2 dias; 
c) Casamento ou Morte em pessoa da família (cônjuge, 
companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, 
menor sob a guarda ou tutela e irmãos) – concessão de 8 dias 
consecutivos. 
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E mais: os limites (e seu cumprimento) devem ser examinados por 
Poder (art. 20 da LRF). 
A ideia de todo esse arcabouço é de que haja responsabilidade, na 
condução dos gastos de pessoal, evitando algo tão comum em nossa 
gestão pública: os excessos! 
Galera! Chega por hoje. Muita informação, não foi? Mas não se 
preocupe. Se é muito pra você, é muito para a concorrência também! 
Consolida o estudado, treinando com as questões, certo? 
 
That’s all! ’ve nice weekend! 
 
Cyonil Borges

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