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Análise de caso - Teorias e Técnicas Psicoterápicas

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PSICOLOGIA
TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS
ANÁLISE DE UM ESTUDO DE CASO
Rio de Janeiro
2020
Esta análise busca refletir sobre um estudo de caso, a partir das premissas e pressupostos de Wilhelm Reich, tendo por objetivo construir um entendimento dinâmico do caso, com perspectivas de intervenção terapêuticas eticamente orientada. 
Segundo Reich (2004), o adoecimento psíquico pode estar intimamente ligado à satisfação sexual e orgástica de uma pessoa.
A gravidade de todas as formas de enfermidade psíquica está diretamente relacionada com a gravidade da perturbação genital [...] As probabilidades de cura e o sucesso da cura dependem diretamente da possibilidade de estabelecer a capacidade para a satisfação genital plena. (REICH, 2004, p.90).
Reich, em sua teoria, defende o princípio básico da indissociabilidade entre corpo e mente, o que nos dará suporte para entendermos a saúde emocional. Ele delineou em sua tese que cada parte do corpo danificada promove um tipo de reação psicoemocional. 
Ao utilizar a anamnese sobre o histórico familiar, histórico afetivo, social, profissional e de saúde, buscou-se articular as representações de seu sofrimento às manifestações de adoecimento, a partir da descrição a seguir: “mulher branca, 27 anos, recém-formada em Licenciatura de Química, atualmente desempregada, mãe de criança com 6 meses, mantém união estável, mas passando por processo de separação. Acaba sempre se envolvendo em mais coisas do que conseguia dar conta, segundo estudo de caso.” 
Para Reich, sentir é perceber um movimento interno, se não há movimento, não há sentimento. Nessas circunstâncias, em situações vividas como amedrontadoras ou dolorosas, inconscientemente, o ser humano se contrai.
Na sequência dos fatos, “a paciente sofreu episódios de surtos recentes envolvendo ansiedade, pânico e modos agressivos. Apresenta medo de perder o filho, paciente em lidar com problemas, dependente da mãe inclusive financeiramente. Passa impressão de ingenuidade e de ser menos inteligente do que realmente é. Sua linguagem é pobre eventualmente, troca termos comuns. Aponta comportamento impulsivo e imprevisível, e sofre de insônia. Demonstra nervosismo o dia inteiro, logo surgiram episódios de violência e agressão ao companheiro, que buscava se defender, segundo estudo de caso.”
Reich assegura que a quantidade de energia que uma pessoa tem e como a usa determinam o modo como responde às situações da vida. Se as circunstâncias ou os outros não permitem que a pessoa descarregue a energia que possui através de atividades saudáveis e prazerosas, ela, através da fúria e da revolta, extravasará essa energia ou a represará em alguns pontos do corpo, ciando nódulos de tensão.
“Depois da separação passou a parar de cuidar de si, sem tomar banho, lavar cabelos ou trocar de roupas. Emagreceu bastante e depois, começou a engordar e se isolou. Mãe manipuladora e sempre tiveram vários conflitos. Vários episódios de ansiedade. Relata sensação de sufocamento, segundo estudo de caso.”
Na teoria de Reich, as emoções de bem-estar estão relacionadas aos fatos que nos proporcionam prazer, que nos é agradável. Por outro lado, as emoções que nos causam mal-estar – o medo, a raiva, e o ódio nascem da experiência e da antecipação da dor.
“Havia noite noites que saia nas ruas apenas com as roupas do corpo, quando alguém a olhava forte, ficava meio paralisada, meio tonta e perdia a noção da memória por momentos, e por segundos sentia tonteira e perdia a noção. Já teve comportamento suicida. Aparentemente para sua mãe não apresentava problemas. A paciente desorientou, segundo estudo de caso.”
Com base nas formulações reichianas do encouraçamento, o endurecimento emocional leva ao bloqueio do livre fluxo de energia corporal, criando tensões decorrentes da estagnação da energia. Dessa forma, são manifestações patológicas, no sentido em que bloqueiam o funcionamento vital, a troca energética do indivíduo com seu meio ambiente, com as pessoas ao seu redor, bem como, entre seus orgãos internos.
Numa análise bem fundamentada dentro dos pressupostos reichianos, que visa salvaguardar a capacidade natural do sujeito, cooperando para que ele busque saciá-la, permitindo-lhe sair em busca da descoberta. Nesse sentido, denota a importância de um diagnóstico fiel aos métodos de avaliação psicológica, bem como a necessidade de um procedimento humanitário considerando o sujeito como algo mutável, dinâmico e multideterminado, imerso num contexto mais amplo além da consulta psicológica. 
É preciso inferir que a incumbência da avaliação não é rotular e simplesmente apontar o que o sujeito é, mas sim descrever suas características considerando o seu desenvolvimento e buscando compreender o contexto de vida desse sujeito.

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