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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 1 G CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA Material didático Disciplina: Contabilidade Geral Profa.: Msc. Marinette Santana Fraga “A Contabilidade é uma ciência social com aplicabilidade para o controle e maximização do patrimônio das pessoas jurídicas e físicas.” UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 2 CONTABILIDADE PARA O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E ECONÔMIA I. HISTORIA CONTÁBIL: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL 1.1. Desenvolvimento e evolução da história contábil A contabilidade tem sua origem nos tempos primórdios das civilizações. Surgiu para atender a necessidade de subsistência dos homens, o qual começou a exercer o controle dos bens essenciais a sua vida. Segundo diversos estudiosos há indícios do nascimento da Contabilidade, a alguns milhares de anos antes de Cristo. A Contabilidade, em seus primeiros momentos, não foi desenvolvida para atender a outros que não fossem os detentores do patrimônio. Não importava que fossem rudimentares os controles existentes, desde que eles atendessem àquele que precisava tomar as decisões. Antes do surgimento da escrita e dos números arábicos, a Contabilidade era realizada através de desenhos para registrar os rebanhos dos pastores, possibilitando o controle das ovelhas, escravos, instrumentos de caça e de pesca. A Contabilidade surgiu como recurso desenvolvido pelo detentor de um rebanho que necessitava controlar, inicialmente, a evolução de seu patrimônio; o usuário interno. Apareceu, na ocasião, o que se pode chamar de primeiro relatório contábil: o inventário. Os primeiros demonstrativos apareceram por meio de desenhos traçados de forma rudimentar em interiores de cavernas onde eram esboçadas as cabeças de rebanhos existentes em invernos distintos. Estes registros, segundo os historiadores e pesquisadores contábeis, datam de mais de 4.000 anos antes de Cristo e teriam sido utilizados para que os pastores pudessem comparar a evolução ou involução de seus rebanhos em diferentes momentos de sua passagem por aquelas cavernas durante rigorosos invernos. Iudícibus (2000) corrobora com o assunto: [...] é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilidade seguramente no quarto milênio antes de Cristo, entre a civilização sumério babilônica. Mas é possível que algumas formas rudimentares de contagem de bens tenham sido realizados bem antes disto, talvez por volta do sexto milênio antes de Cristo. É claro que a contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária. Algumas condições indispensáveis para o surgimento e o desenvolvimento da contabilidade foram a escrita, os algarismos e a moeda. A escrita foi indispensável aos registros contábeis, pois antes dela os homens pré-históricos recorriam aos símbolos e desenhos (aspecto qualitativo). Os algarismos contribuíram para o aspecto quantitativo, como UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 3 expressão gráfica dos números, pois antes deles a noção de aumento de patrimônio era dada pela pratica do entalhe: método mais primitivo. Conforme Silva (2003) este método: Oferece igualmente um sistema de “contabilidade silenciosa” que não exige nenhuma memória nem conhecimento abstrato dos números, fazendo intervir unicamente o princípio de correspondência um a um... Este método desempenhou um papel importante na história da aritmética na medida que foram as pedras que permitiram verdadeiramente ao homem iniciar-se na “arte do cálculo”. Para Ifrah (1996) o método primitivo baseava na equiparação entre os entalhes feitos num pedaço de osso e o numero de ovelhas. Outros materiais utilizados foram as conchas, frutos duros, pauzinhos, dentes de elefante, cocos, bolinhas de argila, e até excrementos secos, organizados em montinhos ou em fileiras correspondentes à quantidade de seres ou objetos que queriam enumerar. Outra maneira era o alinhamento de riscos na areia, nós em pequenas cordas, bem como usavam os dedos das mãos ou os membros das diferentes partes do corpo humano. Antes da criação da moeda, as relações de troca baseavam-se na troca direta e imediata de bens, o chamado escambo, e os primeiros registros contábeis foram feitos com base num padrão de equivalência. Alguns produtos ficaram conhecidos como moedas-mercadorias; veja alguns exemplos: Tabela I – principais mercadorias utilizadas como moeda em diferente época e regiões ÉPOCAS E REGIÕES PRINCIPAIS MOEDAS-MERCADORIAS ANTIGUIDADE Egito Cobre, Anéis de cobre como subdivisão da unidade de peso Índia Animais domésticos, arroz, dentes de elefante e metais preciosos. China Conchas, sedas, metais, instrumentos agrícolas e cereais, cascas de tartarugas, chifres, peles de animais, semente, couro, armas e ferramentas de pedra. IDADE MÉDIA Alemanha Gado, aveia, centeio, mel, moedas cunhadas em ouro e prata. China Arroz (instrumento de troca e unidade de conta), chá, sal e peças metálicas com valor inter-relacionado. Japão Arroz, pérola, ágatas e anéis de cobre cobertos com ouro e prata. IDADE MODERNA Estados Unidos Época Colonial: fumo, cereais, carnes secas, manteiga e gado. Austrália Rum, trigo e carne. França Metais preciosos e cereais. Alemanha, Áustria e Japão Terra com denominador comum de valores e gado com instrumento de troca Wamants emitidos por depósito deste cereal, ocorreram até século XVII. Brasil Açúcar, fumo, escravos, aguardente, peças de ouro, prata e pedras preciosas. Fonte: adaptado pelo autor de Lopes e Rosseti, 1983. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 4 Dessa forma, o nascimento e uso do dinheiro nas operações com mercadorias incentivaram o comércio e as transações financeiras. Assim, surgiu uma economia de muitos mercados, uma economia de dinheiro propiciando uma grande expansão entre os territórios. Sendo assim, o marco para o desenvolvimento da história contábil foi o estabelecimento do padrão monetário. Todas as formas de riqueza material eram convertidas por um denominador comum para uma única forma de riqueza, no caso a forma numerária. Segundo a historia, as monarquias nacionais interessadas na unificação e fortalecimento de seus poderes e, consequentemente, do poder da burguesia que as financiava recorreram a padronização nacional das unidades monetárias com o objetivo de garantir o monopólio na cunhagem e emissão de moedas, de homogeneizar o valor dos impostos, de facilitar as atividades de cambio e de possibilitar o fluxo do comércio. Houve necessidade da criação e manutenção de registros para se estabelecerem controles sobre as riquezas públicas. Em 1494, um pesquisador italiano, frei Luca Paccioli (matemático, filósofo e pensador), emitiu um tratado de escrituração que acabou por instituir mundialmente o método das partidas dobradas – a todo débito (s) corresponde (m) outro crédito (s) de igual valor, deu origem a Escola Italiana de Contabilidade. O referido frade era assessor do papa para assuntos financeiros,e desenvolveu uma forma para que a instituição religiosa controlasse o seu patrimônio. Publicou um tratado de matemática, denominado Summa de Aritmétic, Geometria, proportioni ed proporcionalità (Suma de aritimética, geometria, proporções e proporcionalidades), contendo uma seção de escrituração sobre partidas dobradas; a regra básica contábil: cada débito corresponde a outro crédito de igual valor. Porém, é importante salientar que o método das partidas dobradas não foi criação de Pacioli, pois já era usado pelos comerciantes de Veneza. Coube a ele a sua sistematização (site da Dimer: contabilidade. http:/www.dimer.com.br). Como cita Hendriksen (1999): Não se sabe quem inventou o método das partidas dobradas, marco inicial da Contabilidade Moderna. Sabe-se somente que este sistema de escrituração surgiu gradativamente, ao longo dos séculos XIII e XIV, em diversos centros de comércio no norte da Itália, sendo que o primeiro registro de um sistema completo de escrituração por partidas dobradas encontra-se nos arquivos municipais da cidade de Gênova, na Itália, referente ao ano de 1340. Isso não significa que a contabilidade surgiu apenas no século XIII, mas sim que já vinha sendo praticada há muitos anos de forma mais rudimentar e diferente daquela por nós conhecida na realidade. À medida que os patrimônios foram evoluindo de rebanhos para produções agrícolas e industriais, surgiram novos instrumentos que possibilitaram um jeito mais adequado de registrar os bens, direitos e as obrigações dos novos detentores da riqueza patrimonial. Outras entidades foram surgindo, os homens organizavam-se em grupos de maiores estruturas para conduzir e ampliar os negócios. Vieram as casas bancárias e estas solicitavam dos pretendentes a empréstimos a apresentação formal, e de modo simplificado, do que possuíam. Nesta ocasião, já com a ajuda do papel, da escrita e dos números na forma que temos hoje, surgiram os primeiros Balanços Patrimoniais – relatórios aos quais cabe a UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 5 missão de retratar qualitativa e quantitativamente o patrimônio de uma entidade em uma determinada data. Pode-se dizer, então, que a Contabilidade nasceu com foco gerencial e foi, ao longo de sua trajetória, incorporando avanços como a escrita e os números de modo a impor-se ao mundo exterior à entidade. O respeito e a credibilidade vieram por parte de usuários externos quando perceberam ser a Contabilidade um poderoso instrumento para facilitar os processos de concessão de crédito, de fiscalização e de escolha das alternativas de investimento, por isto, afirma-se, sob este enfoque, que a contabilidade é feita para atender os usuários externos. Dentre estes novos usuários destaca-se aquele com poder de ditar regras para que os relatórios melhor atendam aos seus interesses: o Governo. Este usuário contábil tinha como finalidade maior aumentar e fiscalizar os impostos que lhe são devidos, para isso necessitava de demonstrativos que retratassem a correta apuração dos resultados. Era necessário estabelecer comparações entre contribuintes de mesmas atividades, porém esses demonstravam, de modo diferente, tanto o conjunto patrimonial como o desempenho durante determinado período de tempo. Surgiram, em consequência, regras emanadas do fisco de modo a exigir que as demonstrações elaboradas pela Contabilidade fossem estruturadas dentro de padrões uniformes que possibilitassem a comparabilidade não só da evolução patrimonial, mas também da lucratividade de determinadas atividades. A evolução da história econômica permitiu e exigiu maior necessidade de utilização da contabilidade, que deixou de ser vista com certo descaso pelos que a enxergam apenas de forma pragmática, estática e imposta, para exercer a sua função de informação gerencial e característica dinâmica. Em Paris, no ano de 1836, a contabilidade foi classificada uma ciência social. Ë impossível administrar eficientemente uma empresa sem mergulhar na contabilidade e extrair dela informações suficientes para conhecer profundamente o seu funcionamento, levando a maior eficiência nas tomadas de decisões. Quesitos: 1). Como era realizada a contabilidade nos tempos primórdios? 2) No seu surgimento, a contabilidade era voltada para tender as necessidades do usuário externo. Você concorda? Explique. 3) Quais fatores que foram importantes para o desenvolvimento da contabilidade? Explique os mesmos identificando suas ligações com a contabilidade? 4) Qual é o método básico da contabilidade? Quem inventou este método? Explique o mesmo. 5) Como surgiram os usuários externos da contabilidade? Explique o porquê eles interessam pela contabilidade. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 6 6) A contabilidade é uma ciência exata? Você concorda? Explique. 7) Destaque do texto os fatos referentes ao desenvolvimento econômico e faça uma ligação com a contabilidade. (mínimo de 10 linhas- atividade para entregar – 2 alunos). 1.2. Ambiente da entidade: estratégias e atividades empresariais Este tópico foi baseado no livro Contabilidade Financeira de Stickney e Weil, 12a , Cengage Learning, 2010,pag. 3 a 35. O conteúdo representa uma síntese com ênfase em estratégias e atividades empresarias. O conhecimento destas bases norteia o acadêmico na compreensão da necessidade de utilização da Contabilidade e suas demonstrações contábeis (financeiras) para a tomada de decisões. 1.2.1. Estratégias e atividades empresariais Uma entidade busca atingir seus objetivos de forma favorável por meio de eficiência e eficácia organizacional. Para atender aos seus objetivos, as organizações uma fixam os alvos ou os resultados finais para os quais ela direciona seus esforços. Assim, os meios utilizados para atingir esses objetivos são denominados de estratégias. Ambos são fixados em função do ambiente econômico, institucional e cultural no qual a empresa pretende operar, por exemplo: fixar metas para maximizar o retorno do investimento para os proprietários; proporcionar um ambiente de trabalho estimulante para os empregados de forma estável e para toda a vida; contribuir para a empresa integrar-se com metas e políticas do governo. Para estabelecer metas e estratégias, a entidade deve transcender o ambiente endógeno e considerar fatores exógenos como: quem são os concorrentes e quais objetivos e estratégias adotam? Que barreiras, como patentes ou grandes investimentos em fábricas e equipamentos, poderiam impedir a entrada de novas empresas no setor? As barreiras à entrada são reduzidas? A demanda por produtos no setor está aumentando rapidamente, como para softwares de aplicação na internet ou produtos de biotecnologia, ou é relativamente estável, como a demanda por alimentos? A indústria está sujeita à regulamentação governamental, como no caso dos produtos alimentícios e produtos farmacêuticos, ou não há regulação, conforme ocorre com artigos de vestuário e toalhas de papel? A administração estabelece estratégias para a empresa como um todo. Ela poderia, por exemplo, optar por operar em um único setor ou em vários. Também cria estratégias para cada unidade de negócios ou produto. Uma empresa poderia, por exemplo, tentar encontrar um nicho para cada um de seus produtos. Tal estratégia poderia permitir que ela obtivesse preços de venda favoráveis em relação aos concorrentes, a fim de poder repassar os UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 7 aumentos de custo aos clientes. A terminologia usual das empresas refere-sea isso como estratégia de diferenciação do produto. Alternativamente, a empresa poderia optar, sobretudo, por maximizar o controle de custos e empenhar-se para ser a produtora com menor custo no setor. Tal estratégia poderia permitir- lhe cobrar agressivamente preços baixos e gerar grandes volumes de venda. A terminologia refere-se a isso como estratégia de liderança em baixo custo, que é adotada pelo Walmart. Alguns produtos se adaptam mais naturalmente a uma ou outra estratégia, ao passo que a empresa poderia seguir uma ou ambas para outros produtos. As empresas de capital aberto mantêm um objetivo comum: aumentar o valor da empresa e o patrimônio dos proprietários. Entre diversos objetivos cita-se o de como proporcionar o desenvolvimento e o bem-estar contínuos dos empregados, como contribuir para as necessidades da comunidade; como agregar valor pela redução de custos. Para efetivação dos objetivos empresarias e de suas estratégias competitivas e de gestão organizacional, as empresas possuem duas atividades essenciais ao fluxo de sua continuidade conhecidas como a atividade para obtenção de financiamento e de investimento. Para a entidade realizar as suas estratégias de crescimento e expansão, ela precisa obter financiamento de formas diversas. A essa necessidade foi denominada a terminologia de atividades de financiamento, que envolvem a obtenção de fundos de duas fontes principais: proprietários e credores. Os proprietários proveem fundos para uma empresa e, em retorno, recebem alguma prova do investimento realizado. Para uma sociedade por ações, as ações ordinárias fornecem prova do investimento, e os proprietários são denominados acionistas. O investimento dos acionistas ou sócios da entidade é conhecido como capital investido ou simplesmente de capital social. Juntamente com as reservas, ajustes de avaliação patrimonial e prejuízos acumulados formam o patrimônio líquido, que é conhecido como capital próprio. A empresa não precisa fazer a devolução do investimento aos proprietários em data futura específica. Em vez disso, eles recebem remunerações denominadas dividendos (empresas S/A), que a empresa pagará somente quando decidir fazê-lo. Os proprietários também detêm direitos com relação a todos os aumentos de valor da empresa resultantes de operações lucrativas futuras. A outra fonte de financiamento é proveniente de terceiros, ou seja, os que fornecem créditos para a empresa. Os credores proporcionam fundos, porém, ao contrário dos proprietários, exigem que a empresa os devolva, geralmente acrescidos de juros, em montantes específicos, em datas preestabelecidas. Sendo conhecido como capital de terceiros. Varia o intervalo de tempo que decorre até a liquidação final. Os credores de dívidas de longo prazo podem prover fundos e não exigir pagamento durante 20 anos ou mais. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 8 Como exemplo de capital de terceiros tem-se um título de dívida que, normalmente, constitui prova de empréstimos realizados. Em um contrato de emissão de título de dívida, a companhia financiada promete realizar pagamentos aos credores em datas específicas no futuro, alguns dos quais representam juros sobre as quantias emprestadas e outros pagamentos do montante emprestado. Os bancos, em geral, emprestam para períodos entre alguns meses e vários anos. Um título, pelo qual a companhia financiada se compromete a pagar a quantia emprestada mais juros em alguma data futura, oferece prova de um empréstimo bancário. Os fornecedores de matérias-primas ou de mercadorias nem sempre se consideram provedores de fundos para uma empresa. Quando, no entanto, vendem matérias-primas ou mercadorias, mas não exigem pagamento antes de 30 dias, implicitamente proveem fundos – a empresa as recebe agora, mas somente precisa pagar em data futura. De modo análogo, funcionários que recebem quinzenal ou mensalmente ou órgãos governamentais que exigem somente recolhimentos mensais ou trimestrais de impostos e contribuições proveem fundos ao não requerer pagamento horário ou diário. Cada empresa tomará suas próprias decisões de financiamento, escolhendo a proporção de fundos que obterá de proprietários e credores de fundos de curto e longo prazos. Os cursos de finanças corporativas cobrem tais decisões de financiamento. Sob a ótica contábil, de forma sintética tem-se que quando uma empresa opera como sociedade limitada, seus proprietários são os sócios da entidade. Quando uma empresa opera como firma individual, existe somente um proprietário. Nas sociedades anônimas há um grupo de acionistas. Os recursos aplicados em uma empresa podem ser de origem própria ou de terceiros. A contabilidade distingue essas duas fontes como “Passivo não Circulante” e “Passivo Circulante”, respectivamente. Isto é, os credores externos podem exigir o dinheiro emprestado à empresa por ocasião de seu vencimento, entretanto os acionistas não têm esse direito. Em caso de falência, os acionistas perdem o capital investido, por isso identificado como Passivo não Circulante. Das atividades de financiamento que são as origens de recursos para obtenção de fundos, surgem as atividades de aplicações de recursos. Essas são conhecidas como fontes de investimentos. As atividades de investimento envolvem várias ações e fatos que alteram a mutação patrimonial. Veja, abaixo, alguns exemplos: a) Terreno, edificações e equipamento. Esses investimentos oferecem a uma empresa a capacidade para fabricar e vender seus produtos, em geral, levam anos para proporcionar todos os serviços potenciais para os quais foram adquiridos. b) Patentes, licenças e outros direitos contratuais. Esses investimentos permitem que uma empresa conquiste o direito legal de utilizar certas propriedades ou processos na execução de suas atividades. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 9 c) Ações ordinárias ou títulos de dívida de outras empresas. Uma empresa pode adquirir ações ou títulos de dívida de outra (tornando-se, desse modo, um de seus proprietários ou credores). Ela pode adquirir esses papéis e mantê-los em carteira durante alguns meses, usando um excesso de caixa temporário, ou investir neles, tendo em vista uma finalidade a longo prazo, como assegurar uma fonte de suprimento de matérias- -primas críticas ou obter acesso a uma tecnologia emergente. d) Estoques. Uma empresa precisa manter um estoque de produtos para venda, a fim de satisfazer as necessidades dos clientes à medida que surgirem. Ela, normalmente, não investe em itens de estoque específicos durante muito tempo, pois logo os venderá aos clientes. Em virtude de as empresas necessitarem ter disponível, pelo menos, pequenas quantidades de estoque, sempre precisam investir nele uma parte de seus fundos. e) Contas a receber dos clientes. Quando uma empresa vende seus produtos, mas não exige o pagamento imediato, ela provê fundos a seus clientes, no sentido de poupá- los de precisar obtê-los prontamente para pagar as compras. Ter em aberto certo valor de contas a receber pode ser de grande interesse para a empresa se, atuando desse modo, aumenta as vendas e os lucros. Ao conceder crédito aos clientes, ela abriu mão de receber à vista os valores devidos, porém, caso não tivesse vendido a prazo, poderia não ter realizado as vendas. Ao mesmo tempo em que a empresa posterga o recebimento de fundos necessários devidos por seus clientes, ela precisa obtê-los de outra fonte. Portanto, manter em carteira contas a receber implica que, à medida que a empresa precisar de caixa, deverá conseguir recursos de outras fontes. Manter contas a receberem aberto, nesse sentido, imobiliza recursos. f) Caixa. A maioria das empresas deixará uma parte de seus fundos depositados em contas-correntes bancárias, para poder pagar as contas de curto prazo. Sistemas de gerenciamento de caixa sofisticados conseguem manter esses saldos em um patamar reduzido. 1.2.2. Efetivação das atividades Uma empresa obtém financiamento e investe os fundos em várias atividades para gerar rendimentos. As atividades operacionais incluem uma divisão funcional para realização de diversas tarefas, como: a) Departamento de Compras: numa empresa comercial adquire os produtos necessários para suas lojas varejistas. O de uma empresa industrial adquire matérias-primas necessárias para a fabricação de seus produtos. b) Departamento de Produção: numa indústria combina matérias-primas, mão de obra e outros insumos industriais para fabricar produtos. Uma empresa que provê serviços combina mão de obra com outros insumos para criar seu produto. c) Departamento de Marketing: supervisiona a venda e a distribuição dos produtos aos clientes de uma empresa. d) Departamento de Administração: a atividade administrativa de uma empresa apoia os departamentos de compras, produção, marketing e outros UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 10 departamentos operacionais. As atividades administrativas incluem processamento de dados, assessoria jurídica, pesquisa e desenvolvimento e outros serviços de suporte. 1.3. Conhecendo o papel do contador na organização Este tópico foi desenvolvido baseado no conteúdo do livro Contabilidade de Custos do autor Hongreen (2010), sendo algumas partes adequadas para o administrador de empresas. O ambiente bem mais competitivo, a partir dos anos 80, tem profundas implicações sobre a atual atividades do profissional contabil nas organizaçoes. O contador deve ter um conhecimento sólido, holístico e ao mesmo tempo específico em áreas especializadas de atuação. A visao holística, não somente da ciencia contabil, como das ciencias interligadas, entre elas a “Administração de Empresas” é necessaria para uma gestao da Contabilidade que transceda aos limites de puros registros e apuraçao de impostos. Uma das áreas de atuação do Administrador de Empresas e do Contador é a gestão de custos. Neste contexto se faz necessário o conhecimento “exato” dos custos dos produtos, o perfeito controle dos custos e a coerente medição do desempenho que se tornaram importantes após os anos 80. O contador deve, dentro desta premissa de novas necessidades, entender que nem todas as organizaçoes pretendem competir como produtor de baixo custo, havendo empresas que fazem opçao por uma estratégia diferenciada, através de serviços ou itens especiais valorizados por seus clientes, elas precisam ter certeza de que o adicional de preço dos serviços e itens especiais mais do que cobriu o custo adicional para proporcionar tais itens. A tecnologia para o registro, armazenagem, processamento e distribuição das informações de custos mudou radicalmente, desde os primórdios do século XX. Operações manuais tomaram-se obsoletas e quase inexistentes. A tecnologia digital tomou possível o registro contínuo das operações reais. Nas operações de fabricação controladas por computador, os dados que controlam o processamento das máquinas podem ser retidos como um registro contínuo do seu desempenho e tempo de utilização reais. O etiquetamento de produtos com códigos de barras mecanicamente legíveis torna plausível o acompanhamento automático e contínuo do processamento. Computadores baratos e programas de software poderosos e amistosos tomam bem mais fácil remontar os custos aos produtos, utilizando os custos não agregados, múltiplos índices de avaliação de custos e diferentes indicadores dos impulsionadores de atividades e custos. Obviamente, a partir dos anos 80, a nova organização e tecnologia operacionais, bem como o ambiente mais competitivo decorrente da desregulamentação e emergência de produtores estrangeiros nos EUA, solaparam os pressupostos da época em que os sistemas de custos foram concebidos, no início deste século. Melhoramentos da qualidade, estoques reduzidos, UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 11 processos de produção mais eficientes e a automação aumentada reduziram o conteúdo de mão-de-obra direta e indireta dos produtos e serviços. A mão-de-obra direta representa uma fração decrescente dos custos totais dos produtos: um índice de 10% ou menos é comum em muitos fabricantes. O desafio para o contador e o adminstrador, nos dias de hoje, consiste em aprender abordagens novas e mais flexíveis para o projeto de sistemas de contabilidade de custos, controle gerencial e avaliação do desempenho efetivos. Tal premissa, enquandra-se em todos os ramos da contabilidade,alguns mais tradicionais e outros mais recentes que surgiram conforme as necessidades do mercado. Atualizar-se e manter-se atualizado, fazer o mecanismo das operaçoes coditianas (trabalhos de rotinas) e ser versátil na busca pelas pesquisas e desenvolvimento de métodos contábeis inovadores. Sem conhecimento e certeza de que é necessário uma mudança de atitude, contadores estáticos poderao ficar presos no mundo limitado de velhos conhecimentos. Logo, o contador deve ter um perfil “aberto”, versátil e dinâmico para poder atuar em sistemas organizacionais. Comparando-se este perfil com a terminologia de empresa, que é um dos campos de atuação do contador, tem-se algumas abordagens. Ela é um sistema aberto, social e dinâmico, é uma unidade produtora com objetivo de riquezas, onde temos um mercado consumidor e outro fornecedor. A Resolução nº750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) define: “a empresa é um sistema aberto à medida que é uma unidade identificada”, logo, interage com o meio ambiente, e é afetado por fatores externos e pelas interações de seus elementos internos. Nos sistemas teremos os inputs (recursos materiais, humanos e tecnológicos) que serão processados e transformados em outputs (bens e serviços, riqueza e emprego). Assim a empresa desenvolve várias atividades: compras, estoques, produção, distribuição, vendas, pós-venda, etc. para alcançar seus objetivos. E os contadores devem compreender o fluxo das atividades para possibilitar informações às decisões estratégicas da empresa, interligando conhecimentos de administração, economia, engenharia de produção, meio ambiente e sustentabilidade e por fim questões de legislação. Tendo um perfil inovador e gerencial, o profissional da Contabilidade será o mais indicado para trabalhar e compartilhar com o Administrador de Empresas as decisões que levam aos objetivos de uma sustentabilidade financeira, econômica, ambiental e social. Um Administrador de Empresas deve ter conhecimentos contábeis de forma abrangente para poder definir o perfil do Contador que sua empresa necessita. Através dos conhecimentos norteadores da Ciência Contábil adquiridos em cursos de graduação, pós- graduação e de extensão, o administrador terá todo arcabouço para dissertar questões contábeis com o profissional contábil, assim será um usuário das informações da contabilidade que busca eficiência e eficácia na gestão de sua entidade. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 12 1.4. Sistema de informações: visão sistêmica da empresa 1.4.1. Processo decisório e sistema de informação gerencial Por sistema entende-se o conjunto de elementos (subsistemas) dinamicamente inter- relacionados, desenvolvendo uma atividadeou função para atingir um ou mais objetivos. Conforme Ana Maria Melo (profª da Universidade Federal do Maranhão), a empresa vista sob o enfoque sistêmico possibilita a análise do todo em partes menores e da interação entre elas. Reiterando o capítulo anterior, a empresa é um sistema aberto, social e dinâmico, é uma unidade produtora com objetivo de riquezas, onde temos um mercado consumidor e outro fornecedor. A Resolução nº750/93 do CFC define: “a empresa é um sistema aberto à medida que é uma unidade identificada”, logo, interage com o meio ambiente, e é afetado por fatores externos e pelas interações de seus elementos internos. Nos sistemas teremos os inputs (recursos materiais, humanos e tecnológicos) que serão processados e transformados em outputs (bens e serviços, riqueza e emprego). Assim a empresa desenvolve várias atividades: compras, estoques, produção, distribuição, vendas, pós-venda, etc., para alcançar seu objetivo. Toda empresa tem sua missão, isto é seu objetivo amplo, sua finalidade, seu propósito básico para atender as necessidades dos clientes. Durante a sua existência, não é comum mudar frequentemente essa missão, porém as atividades podem e deve ser flexíveis e mutáveis em sua estrutura, para propiciar melhor análise, para poder atingir a meta. Quando os gerentes através dos controles conseguem que os planos traçados sejam concretizados, estaremos adotando uma visão sistêmica. Assim dentro dessa visão, teremos: 1. Subsistema Institucional: é o conjunto de crenças e valores dos empresários que definem a missão da empresa e as diretrizes que irão orientar os demais subsistemas da empresa. Define a identidade da empresa como instituição, caracterizando as finalidades externas e internas que ela se propõe atender. 2. Subsistema Operacional (físico): abrange todos os elementos que definem quais são as operações da empresa e como estas devem ser executadas. Envolve a definição de processos, métodos, instalações físicas, nível de automação e demais instrumentos necessários à execução das tarefas ou atividades empresariais. 3. Subsistema organizacional: contempla a forma pela qual a empresa subdivide a tarefa empresarial em funções especificas (departamentos), o grau de descentralização, as relações de autoridade e os níveis de responsabilidade de cada uma destas funções. Também chamado de sistema formal ou estrutural. 4. Subsistema social: diz respeito ao conjunto de instrumentos utilizados pela organização para conduzir o esforço do trabalho humano para a consecução dos UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 13 objetivos empresariais, levando-se em conta as características inerentes ao ser humano tais como necessidades físicas, econômicas, psicossociais, que se materializam nas políticas de recursos humanos (contratação, promoção, remuneração) e nos processos de regulação dos conflitos do trabalho. 5. Subsistema de gestão: é o processo que permite aos administradores, através de decisões, atingirem os objetivos da empresa. Este processo é subdividido em planejamento, direção (execução) e controle das ações. Ë o sistema que produz a dinamicidade da empresa. 6. Subsistema de informação: é o sistema que contempla o recebimento de dados da empresa (internos e externos) que, depois de processados serão convertidos em informações que permitam o encaminhamento de determinadas atividades (informação operacional) ou a tomada de decisões (informações gerenciais). Ë o sistema que dá suporte ao processo decisório (gestão) da empresa. Em síntese, alguns termos que podem ser destacados são: 1. Objetivos/meta: situação futura que se pretende alcançar. 2. Eficiência (processos): é a preocupação em se fazer corretamente a coisa. Ë definida pela relação entre volumes produzidos/recursos consumidos. 3. Eficácia (resultados): é a preocupação em se fazer às coisas corretas de forma a atender às necessidades da empresa, trata-se da relação entre resultados pretendidos X resultados obtidos. 4. Planejamento: planejar é decidir, entre alternativas de ação, o que fazer, como fazer, quando fazer, onde fazer e quem deve fazer para se atingir um objetivo. 5. Controle: é o processo de medir e avaliar o resultado e o desempenho de determinadas ações executadas fornecendo informações para se tomar decisões corretivas, quando necessário, com o propósito de se atingir os objetivos. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 14 II. BASE DA CIÊNCIA CONTÁBIL 2.1. Conceito, objeto e objetivo A Contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio das entidades, sob os aspectos qualitativo e quantitativo, com o objetivo de extrair dele informações que contribuam para a tomada de decisões. A Contabilidade Geral é conhecida também como a Contabilidade Financeira. É obrigatória para todas as empresas para fins de comprovação dos registros dos fatos contábeis escriturados em decorrência de exigências fiscais. Recebe nomes diferentes a partir dos segmentos aos quais é aplicada: Contabilidade Pública, Contabilidade Bancária, Contabilidade Comercial, Contabilidade Agro-Pecuária etc. Existem vários conceitos de contabilidade: “O propósito central da contabilidade é tornar possível o confronto periódico dos custos e receitas” (LITTLETON, 1953). “Contabilidade é a arte de registrar, classificar e sumarizar, de forma significativa e em termos monetários, transações e eventos que são, em parte ao menos, de caráter financeiro e interpretar o resultado obtido” (Comitê sobre terminologia do Instituto Americano de Contadores, AICPA, 1961). “Contabilidade é o processo de identificação, mensuração e comunicação de informações econômicas para permitir julgamentos e decisões pelos usuários da informação” (AAA, Associação Americana de Contadores, 1966). “É a ciência que estuda e prática as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica” (Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, 1924). “A contabilidade é objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação a entidade objeto de contabilização “( IBRACON, CVM n.º 29/86 ). “É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico , decorrente da gestão da riqueza patrimonial” (Hilário Franco, Contabilidade Geral, editora Atlas). “A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio à disposição das entidades econômico-administrativa, em seus aspectos estáticos e em suas variações, para enunciar, por meio de fórmulas racionalmente deduzidas, os efeitos da administração sobre a formação e a distribuição dos créditos” (Prof: Frederico Hermann Jr.). UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 15 A função da contabilidade é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar os fenômenos que ocorrem no Patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores. Seu objeto de estudo é, pois, o patrimônio das entidades econômicas-administrativas, que são as que utilizam bens patrimoniais e necessita de um órgão administrativo,que pratica os atos de natureza econômicas e financeiras necessários a obtenção de seus objetivos. O objetivo da contabilidade é permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da gestão do patrimônio, levando à sua finalidade, que é a de assegurar o controle do patrimônio administrado, através do fornecimento, de informações e orientação necessárias a tomada de decisões sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais. 2.2. Técnicas contábeis, campo de aplicação e usuários Para atingir a sua finalidade de orientação e informação, a contabilidade utiliza-se de técnicas próprias, as quais, os administradores e demais gestores, como de Recursos humanos, da produção, da comunicação, devem ter conhecimento, para poderem tomar decisões mais eficientes, que aliadas ao feeling, complementarão as habilidades necessárias a uma boa gestão. As técnicas utilizadas são: - Escrituração contábil: registro dos fatos; - Demonstrações Contábeis: Demonstração expositiva dos fatos; - Auditoria: verificação e confirmação dos registros e das demonstrações; - Análise de Balanços: análise, comparação e interpretação das demonstrações. Os usuários da contabilidade não são apenas sócios/acionistas ou proprietários, outras pessoas também têm interesse em saber como é que a entidade estar, como os investidores, fornecedores, financiadores, autoridades fiscais e demais pessoas ou entidades que mantêm relações econômicas ou financeiras com a entidade administrada. 2.3. Terminologias básicas da contabilidade: ativo e passivo O estudo da contabilidade necessita do conhecimento de duas terminologias básicas para o seu desenvolvimento. São elas: a) Ativo: Conforme Marion (2010) ativo é o conjunto de bens e direitos de propriedade ou posse da empresa. Ativos são itens positivos do patrimônio que proporcionam ganho para a empresa. Exemplos: Contas a Receber, Estoque de Produtos Acabados, Impostos a recuperar, Máquinas e Equipamentos, Prédios próprios. Em relação aos ativos, Stickney e Weil (2010, p. 407) definem que os ativos são recursos econômicos com capacidade ou potencial para oferecer benefícios futuros a uma empresa, então os autores descrevem que: “a empresa adquire ativos porque trazem consigo UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 16 benefícios para ela”. Sobre esta base, pode-se inferir que ativos evidenciados por valor superior aos benefícios que eles podem proporcionar tendem a prejudicar o diagnóstico do analista. Ainda segundo Stickney e Weil (2010, p. 389) quando o ativo é de longo prazo, o consumo se dá ao longo de vários anos; o custo do ativo é então alocado aos diversos períodos que se beneficiam de sua utilização. Esse processo geral é denominado amortização. A depreciação refere-se à amortização de ativos imobilizados – instalações, máquinas, equipamentos e estruturas físicas das empresas. Aplica-se o termo exaustão à amortização de recursos naturais. Em relação à característica do potencial de geração de benefícios dos ativos de caráter permanente, Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p. 202) explicam que “tais benefícios podem ser obtidos, direta ou indiretamente, por entradas de caixa, por redução da saída de caixa, ou ambos”. Assaf Neto (2008, p. 149) corrobora com o assunto: [...] o ativo imobilizado exerce grande influência sobre a atividade da empresa, notadamente sobre seus rendimentos e liquidez esperados. Por se constituir ainda no grupo geralmente mais representativo da estrutura patrimonial de uma empresa, os investimentos em imobilizado requerem, por parte do analista, avaliação mais acurada. Raupp e Beuren (2006) concluíram em sua pesquisa que: [...] a mensuração do ativo imobilizado a valor econômico é importante nas decisões a serem tomadas nas organizações, como decidir na compra ou não de um novo ativo, se é viável realizar a manutenção do mesmo e quais investimentos poderão ser feitos com as futuras entradas de caixa a partir da utilização do ativo. É importante salientar que, embora a normatização sobre impairment (recuperabilidade) seja recente no Brasil, o conceito de verificação do valor recuperável de ativos não é novidade na contabilidade, pois um ativo não deve permanecer registrado por um valor superior aos benefícios que ele proporcionar a entidade que o controla. Analisando o princípio da prudência, ou conservadorismo, por exemplo, verifica-se a lógica do impairment test contida em sua essência, quando, em caso de dúvida, deve-se atribuir o menor valor para o ativo. (Normas e Pronunciamentos Contábeis - NPC 01) b) Passivo: conforme Marion (2004) o passivo é o conjunto de obrigações exigíveis e não exigíveis da empresa As primeiras são as dívidas que serão reclamadas a partir da data do seu vencimento. É conhecido como Passivo exigível, Recursos de Terceiros (dinheiro de credores). Exemplos de capital de terceiros são as contas contábeis: Fornecedores (de mercadorias); Funcionários (salários); Governo (impostos); Bancos (empréstimos) etc. Conforme Stickney e Weil (2010) passivos são direitos dos credores sobre os ativos de uma empresa e indicam algumas das fontes que a entidade usa para adquirir os ativos. Os direitos dos credores, ou passivos, resultam de uma empresa ter recebido previamente UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 17 benefícios (caixa, estoques, trabalho dos empregados) pelos quais precisa pagar quantias específicas em datas específicas. No grupo do passivo encontra-se como passivo não exigível o patrimônio líquido, que no caso das S/A, em que há a figura dos acionistas ordinários, indica os fundos que os proprietários proveram e, paralelamente, seus direitos sobre os ativos de uma empresa. Os proprietários, ao contrário dos credores, têm direito somente sobre o valor dos ativos que excedem àqueles exigidos para atender aos direitos dos credores. O patrimônio líquido, geralmente, inclui duas partes: capital social integralizado e lucros acumulados. Se a empresa tiver feito pode também existir as reservas. O capital social integralizado reflete os fundos investidos pelos acionistas no capital social da empresa. Os lucros acumulados representam uma fonte de recursos que a empresa tem, a partir dos lucros que excedem os dividendos distribuídos aos acionistas desde sua incorporação. Quando uma empresa é lucrativa, gera novos ativos e pode distribuí-los aos proprietários na forma de dividendos. A empresa, na extensão em que mantém os novos ativos, possui lucros acumulados. A designação Lucros Acumulados no patrimônio líquido mostra a fonte dos recursos reinvestidos pelos dirigentes em benefício dos acionistas e seus direitos sobre esses ativos. No Brasil, a Lei 11.638/07, de dezembro de 2007, alterou a estrutura do balanço patrimonial para as sociedades por ações (S/A ou empresas de capital aberto) e a conta “Lucros Acumulados” não pode ficar com saldo positivo. A lei exige que todo resultado positivo seja destinado a dividendos ou transferido para reservas próprias de lucros. Assim, ou fica o valor zero (que não figura no balanço) ou fica valor negativo sob a denominação “Prejuízos Acumulados”. Para as sociedades limitadas, o saldo pode permanecer na conta e figurar no balanço patrimonial. A administração tenta direcionar o uso dos ativos de uma empresa de modo a gerar resultados positivos ao longo do tempo, isto é, gerar mais ativos do que consome nas operações.O aumento do ativo, após o pagamento das dívidas, pertence aos acionistas. De modo geral, empresas de sucesso utilizam grande parte dos lucros obtidos reinvestindo em ativos e no crescimento, em vez de distribuí-los como dividendos aos acionistas. Em síntese, as obrigações não exigíveis são conhecidas como Patrimônio Líquido. Corresponde ao total de aplicações dos proprietários na empresa. Os proprietários (sócios, acionistas) fornecem meios para o início do negócio. A quantia inicial é passivo não exigível, o grupo do patrimônio líquido é conhecido como Recurso próprio ou Capital próprio. Em caso de falência da empresa, o sócio perde o dinheiro investido (Investimento de risco). Suas contas são capital social, reservas e prejuízos acumulados. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 18 ATIVIDADE DE FIXAÇÃO 1) Elabore uma dissertação (no máximo de 30 linhas e mínimo de 20 linhas) enfatizando: conceito de Contabilidade, atividades empresariais, Administração de Empresas, social, tipos de informações e expectativas em relação ao conhecimento da Contabilidade como futuro profissional da administração de empresas. 2) Quais das técnicas contábeis são mais importantes? 3) Você, sendo administrador de empresas como iria analisar as fontes de financiamento e de investimentos da entidade? Justifique. 4) Conceitue ativo e passivo de forma mais técnica e sob a ótica contábil e econômica para fins de continuidade empresarial. 5) Defina os usuários contábeis e as informações de interesse dos mesmos: 1- Governo 2- Administrador 3- Funcionários 4- IBGE 6- Bancos III. PATRIMÔNIO 3.1- Conceito O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. O patrimônio é o objeto da Contabilidade, e é em torno dele que são desenvolvidas as funções contábeis, como meio para atingir a sua finalidade orientadora e informativa, utilizadas pelos gestores para tomada de decisões. Os bens são as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica. Contabilmente, os bens podem ser materiais (corpóreos ou tangíveis), como por exemplo: computadores, máquinas, mercadoria, dinheiro, material de limpeza, embalagem, etc. Temos também os bens imateriais (incorpóreos, intangíveis), como por exemplo: gastos com organização, reorganização, benfeitorias em bens de terceiros (reformas, piscinas em imóveis alugados), uso de marcas, patentes de invenção, etc. Direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros. Exemplo: duplicatas a receber, clientes, impostos a recuperar, promissórias a receber. Obrigações UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 19 abrangem os valores que a empresa tem de pagar a terceiros como: duplicatas a pagar, salários a pagar, fornecedores, impostos a recolher. E também as obrigações da empresa com os sócios. Ao conjunto dos bens, direitos e obrigações, avaliáveis em moeda e pertencente a uma pessoa física ou jurídica, é que denominamos de patrimônio. 3.2. Principais demonstrações financeiras Conforme Stickney e Weil (2010) as empresas comunicam os resultados de suas atividades empresariais por meio do relatorio anual aos acionistas. Este relatório inicia, em geral, com uma mensagem do presidente do conselho de administração e do principal executivo (CEO) da empresa, resumindo as atividades do último exercicio e avaliando as perspectivas para o próximo ano. Descrições e fotografias dos produtos, das instalações e dos empregados, normalmente, também são incluídas no relatório. Uma das partes deste relatório é a Análise Gerencial dos Resultados, pela qual os dirigentes comentam as razões para as mudanças na lucratividade e nos fatores de risco durante o último ano. A parte final do relatório traz as demonstrações financeiras e as informações suplementares da empresa, incluindo: 1. Balanço patrimonial (BP). 2. Demonstração do resultado do exercício (DRE). 3. Demonstração dos fluxos de caixa (DFC). 4. Notas explicativas às demonstrações financeiras, incluindo vários quadros com detalhes. 5. Parecer dos auditores independentes. Um usuário de demonstrações financeiras poderia formular as seguintes perguntas: qual é a posição financeira ou a solidez financeira de uma empresa? O balanço patrimonial tenta responder a essa pergunta apresentando a fotografia instantânea de um momento no tempo dos resultados das atividades de investimento e financiamento da empresa. o balanço patrimonial apresenta uma relação dos ativos, dos passivos e dos itens do patrimônio líquido de uma entidade. As empresas, habitualmente, apresentam o balanço patrimonial correspondente ao início e ao término de seu exercício mais recente. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 20 IV. PRIMEIRA ABORDAGEM EMPÍRICA DA ESTUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL: DISPOSIÇÃO GRÁFICA DOS COMPONENTES PATRIMONIAIS – ATIVO E PASSIVO 4.1. Introdução A contabilidade demonstra o patrimônio da empresa, através de um relatório (demonstração) denominado de Balanço Patrimonial, que sintetiza os bens, direitos e obrigações das pessoas jurídicas ou físicas. O Balanço patrimonial significa equilíbrio, entre os bens, direitos e as obrigações. Está dividido em duas partes: a primeira é a parte positiva chamada de ATIVO, que é formada pelos bens e direitos, podemos dizer que são as aplicações de recursos da empresa, as fontes de investimentos; a segunda é a parte negativa que é denominada de PASSIVO (propriamente dito), formado pelas obrigações; são as origens de recursos, as fontes de financiamentos. Conforme visto nos tópicos anteriores deste material didático, as obrigações (passivo) podem ser de terceiros (exigíveis) ou próprias (não exigíveis). As obrigações com terceiros, são as dívidas contraídas com pessoas externas, e são conhecidas como capital de terceiros, já as obrigações próprias, são obrigações da empresa com seus sócios ou acionistas, e são conhecidas por capital próprio ou patrimônio líquido. A estrutura do balanço patrimonial apresenta como ativo, o lado esquerdo e como passivo o lado direito. ATIVO PASSIVO BENS + DIREITOS OBRIGAÇÒES COM TERCEIROS + OBRIGAÇÒES PRÓPRIAS (PL) UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 21 Pela dinâmica contábil, sabemos que o Ativo tem que ser igual ao Passivo, o que explica o equilíbrio patrimonial, evidenciando assim a terminologia do balanço patrimonial. ATIVO = PASSIVO APLICAÇÕES DE RECURSOS = ORIGENS DE RECURSOS FONTES DE INVESTIMENTOS = FONTES DE FINANCIAMENTOS BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÒES COM TERCEIROS (CT) + OBRIGAÇÕES PRÓPRIAS (PL) Como foi descrito, anteriormente, o ativo é conhecido como aplicações de recursos e opassivo, como origens de recursos, logicamente as origens e as aplicações terão o mesmo valor, pois sem origem não haverá aplicação. Assim, tem-se que há igualdade entre ativo e passivo mais patrimônio líquido sendo determinada pela equação contábil: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido. O termo passivo refere a parte do passivo exigível. Uma empresa investe cada unidade monetária de recurso que obtém de suas fontes de financiamento. O balanço patrimonial encara os mesmos recursos de dois pontos de vista: como uma relação de ativos (bens e direitos) que a empresa possui e como uma relação das partes (credores e proprietários) que proveram os fundos e, portanto, detêm direitos sobre esses ativos, assim: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido ou Investimentos = Financiamentos Recursos = Fontes de Recursos Recursos = Direitos sobre os Recursos O mix de ativo (isto é, a proporção dos ativos totais representada por contas a receber, estoques, equipamentos e outros ativos) reflete as decisões de investimento de uma empresa; o mix de passivo e patrimônio líquido reflete as decisões de financiamento. Ambas são avaliadas e medidas em um momento específico. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 22 4.2. Classificação no balanço patrimonial O balanço patrimonial classifica ativos e passivos em circulantes ou não circulantes. Ativos circulantes incluem caixa e ativos que a empresa espera transformar em caixa, vender ou consumir no intervalo de aproximadamente um ano da data do balanço patrimonial. Exemplos: Caixa, investimentos temporários em títulos, contas a receber de clientes e estoques são os ativos circulantes mais comuns. Passivos circulantes representam obrigações que uma empresa espera pagar no prazo de até um ano. Exemplos: notas promissórias devidas a bancos, contas a pagar a fornecedores e impostos a pagar. Ativos não circulantes, normalmente mantidos durante diversos anos, incluem imobilizados (terrenos, prédios, equipamentos), patentes e investimentos em valores mobiliários de longo prazo. Passivos não circulantes e patrimônio líquido são as fontes de fundos da empresa a prazo mais longo. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O que você entende por Patrimônio, Capital Social e Patrimônio Líquido? 2. Classificar os elementos em Bem, Direito, Obrigação, Ativo ou Passivo ELEMENTOS BEM, DIREITO, OBRIGAÇÃO ATIVO, PASSIVO 1. Aluguéis a Pagar 2. Aluguéis a Receber 3. Clientes 4. Computador 5. Dinheiro em Bancos 6. Dinheiro em caixa 7. Duplicatas a Pagar 8. Duplicatas a Receber 9. Empréstimos Bancários UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 23 10. Fornecedores 11. Imóveis 12. Impostos a Recolher 13. Impostos a Recuperar 14. Instalações 15. Matéria – Prima 16. Mercadorias 17. Móveis 18. Promissórias a Pagar 19. Promissórias a Receber 20. Salários a Pagar 21. Terrenos 22. Veículos 3. Sabendo que o total dos bens de uma empresa é de R$ 850.000 e que os direitos são de R$500.00 e, tendo a informação que as obrigações com terceiros é de 65% das aplicações de recursos, pede-se: qual é a situação líquida e sua análise? (apresentar memória de cálculo e utilizar o gráfico patrimonial) 4. A seguir, são apresentadas, as transações da Empresa Mariyoshi Ltda. cujos valores foram em mil R$: 1/2– Investimento inicial de capital, em dinheiro, no valor de R$ 1.950.000, sendo R$ 1.000.000 em dinheiro e o restante em Imóveis. 5/2 – Aquisição de veículos por R$ 275.000 com pagamento de 60% a vista e o restante a prazo. 3/2- Depósito bancário de 90% do caixa. 15/2 – Compra a vista de mercadorias, por R$ 66.000, pago com cheque. 25/2 – Pagamento de 50% da compra a prazo referente aos veículos. Pede-se : Representar graficamente e cronologicamente, cada transação. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 24 5. Identifique e complete as operações que dão origem às situações patrimoniais apresentadas a seguir: A ) Ativo Passivo Caixa 240.000 Máquinas 100.000 Capital Social 340.000 B) Ativo Passivo Caixa 40.000 Máquinas 100.000 Bancos c/mov. 200.000 Capital Social 340.000 C) Ativo Passivo Caixa 40.000 Máquinas 100.000 Bancos c/mov. 200.000 Mercadorias 80.000 Fornecedores 80.000 Capital Social 340.000 Total do Passivo 6. A empresa Arcordata Ltda apresentou as seguintes operações , valores em Reais no ano de 2012: 2/4 - Investimento inicial de capital, em dinheiro, no valor de R$ 2.375.000. 3/4 - Depósito bancário na CEF de 90% do saldo de caixa 8/4 - Aquisição de mercadorias por R$ 825.000 com pagamento de 30% a vista e o restante a prazo. 15/4- Compra a prazo de equipamento, por R$ 1.0 68.000, com aceite de duplicatas. 23/4 - Venda de mercadorias a prazo por meio de duplicatas no valor de R$ 655.000, sendo o custo de R$ 489.000. 20/4 - Pagamento de 50% das compras realizadas no dia 15/4 com cheque e pagamento de R$200,00 das compras do dia 08. 30/4 - Retirada de dinheiro do banco para reforço de caixa no valor de R$ 100.000. Pede-se: Representar graficamente e cronologicamente, cada transação. Evidenciar qual é o Capital de Terceiros e Próprio do dia 20/4 em percentuais de fontes de financiamento. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 25 4.3- Revisando o Patrimônio líquido (PL) e situações líquidas diversas Conceito: O patrimônio líquido, representado pela sigla PL, é um grupo de contas que faz parte do passivo no balanço patrimonial da empresa. É conhecido como capital próprio, recursos próprios, obrigações próprias, obrigações não exigíveis, passivo não exigível. É formado por várias contas, as quais serão conhecidas futuramente. Equação contábil fundamental: Conhecendo o total do ativo e do passivo exigível, podemos calcular o valor do Patrimônio líquido, e posteriormente o total do passivo da empresa, atingindo assim o equilíbrio patrimonial. Exemplo: ATIVO PASSIVO BENS 90 DIREITOS 70 PASSIVO EXIGÍVEL 100 PL ? TOTAL DO ATIVO 160 TOTAL DO PASSIVO ? Aplicando a equação fundamental, encontraremos o PL: PL= A - PE ; PL= 160-100 ; PL= 60 Logicamente, o total do Passivo será a soma do passivo exigível com o PL, cujo resultado será de 160. P = PE + PL ; P = 100+60 ; P =160 Logo: Ativo = Passivo 160 = 160 PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL PL= A - PE UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 26 SITUAÇOES LÍQUIDAS: é a situação em que o patrimônio da empresa se encontra. A situação líquida é o mesmo que patrimônio líquido, e as empresas geralmente podem apresentar três formas diferentes do seu estado patrimonial: a) O Ativo for maior que o passivo exigível: essa situação é amais real na prática, pois apresenta uma situação de equilíbrio patrimonial na empresa, uma vez que o conjunto de bens e direitos é suficientemente superior para saldar os compromissos da empresa com terceiros. Ë também conhecida como situação líquida ativa, positiva, superavitária ou favorável. ATIVO PASSIVO BENS 90 DIREITOS 70 TOTAL DO ATIVO 160 PASSIVO EXIGÍVEL 100 PL 60 TOTAL DO PASSIVO 160 ATIVO > PASSIVO EXIGÍVEL (PC+ELP) , logo, ATIVO >0, PASSIVO EXIGÍVEL > 0 E PL > 0 b) O Ativo for igual ao passivo exigível: apresenta uma posição muito difícil de acontecer, pois representa que toda a parte do proprietário já foi consumida pelas obrigações. O ativo deverá ser maior que o passivo exigível, no mínimo pela soma dos bens de uso da empresa, pois caso contrário, é bem provável que a empresa tenha que alienar esses bens, para poder solver seus compromissos, logo todo o patrimônio foi absorvido por terceiros. ATIVO PASSIVO BENS 90 DIREITOS 70 TOTAL DO ATIVO 160 PASSIVO EXIGÍVEL 160 PL 0 TOTAL DO PASSIVO 160 ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL (PC+ELP); logo, ATIVO > 0 , PASSIVO EXIGÍVEL > 0 e PL = 0 c) Ativo menor que o passivo exigível: apresenta o patrimônio numa situação muito difícil de ser encontrada, uma vez que sendo as obrigações exigíveis superiores ao ativo, demonstra que a empresa não tem como sobreviver, mesmo transformando todos os seus bens e direitos em numerários, este é insuficiente para cobrir as obrigações exigíveis. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 27 Esta situação é conhecida como Passivo a Descoberto, pelo fato que todo o patrimônio já foi consumido por terceiros, havendo ainda um déficit patrimonial. Por diversos autores é apresentado no lado do passivo como PL negativo, porém, a Resolução CFC 847/99 determina que seja demonstrado no Ativo, após todas as suas contas, com seu valor final denominado de Passivo a Descoberto. ATIVO PASSIVO BENS 90 DIREITOS 70 TOTAL DO ATIVO 160 PASSIVO EXIGÍVEL 170 PL (10) TOTAL DO PASSIVO 160 ATIVO < PASSIVO EXIGÍVEL; logo, PASSIVO EXIGÍVEL > 0, ativo >0 e PL < 0 Ou pela Resolução do CFC 847/99 ATIVO PASSIVO BENS 90 DIREITOS 70 PASSIVO A DESCOBERTO 10 TOTAL DO ATIVO 170 PASSIVO EXIGÍVEL 170 TOTAL DO PASSIVO 170 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – CONTINUIDADE I. Represente graficamente, apure a situação e analise (Vr.: R$): QUADRO 1 Caixa 400.000 Duplicatas a Pagar 230.000 Salários a Pagar 50.000 Móveis e utensílios 300.000 Veículos 70.000 Duplicatas a Receber 300.000 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 28 QUADRO 2 Veículos 85.000 Máquinas 300.000 Promissórias a Pg 50.000 Duplicatas a Pagar 5.000 Aluguéis a receber 3.000 Móveis e Utensílios 90.000 Bancos 130.000 Impostos a Recolher 23.000 Títulos a receber 60.500 QUADRO 3 Imóveis 76.000 Títulos a Pagar 65.000 Aluguéis a pagar 25.320 Veículos 95.000 Títulos a receber 40.000 Empréstimos bancários 190.990 Impostos a Recuperar 30.500 II. Representar graficamente, apurar a situação líquida e analisar (Vr: em Reais) Bancos c/ movimento 220.000 Máquinas e equipamentos 180.000 Fornecedor 920.000 Mercadorias 18.800 Salários a Pagar 65.000 Empréstimos bancários 95.000 Encargos Sociais a recolher 25.000 Duplicatas a Receber 61.400 Veículos 98.800 Móveis e Utensílios 150.000 Promissórias a Pg 35.000 Duplicatas a Pagar 47.000 III. Com base no exercício anterior, informe os valores: Capital de terceiros Capital Próprio Aplicações UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 29 IV. Identifique dentro dos parênteses abaixo, o que é ATIVO (A), PASSIVO EXIGÍVEL (PE) E O QUE É PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL): ( ) reservas ( ) salários a pagar ( ) depósitos em bancos ( ) capital de terceiros ( ) empréstimos bancários ( ) duplicatas a receber ( ) origens de recursos de terceiros ( ) capital próprio ( ) caixa ( ) estoques ( ) capital social ( ) aplicações de recursos ( ) duplicatas a pagar ( ) veículos ( ) fornecedores ( ) origens de recursos próprios ( ) prejuízos acumulados V. PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ÊNFASE NO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1. Embasamento legal: Lei 11.638 /2007, Lei 11.941/2009 e RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.185/09: Aprova a NBC T 19.27 – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Legislações anteriores para estudos comparativos: Lei 6.404/1976, Deliberação da CVM nº 488/2005, NPC nº 27/2005. 5.2. Conceito e legislação Demonstrações ou relatórios contábeis são todas as formas de exposições sintéticas ou analíticas do estado patrimonial e de suas variações, originadas dos livros contábeis. Conforme a Resolução do CFC Nº. 1.185/09 as demonstrações contábeis são definidas como Demonstrações contábeis de propósito geral e conceituadas como: Demonstrações contábeis são aquelas cujo propósito reside no atendimento das necessidades informacionais de usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios especificamente planejados para atender às suas necessidades peculiares. A mesma resolução esclarece que as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial, financeira e do desempenho da entidade. Pela definição, estabelece-se o que o objetivo das mesmas está contido na sua definição, sendo ele: proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. Outro objetivo é apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 30 confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte dos componentes patrimoniais: ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e fluxos de caixa. A Norma brasileira de contabilidade técnica do Conselho Federal de Contabilidade (NBCT 1.1) discorre que: “As demonstrações contábeis, (inclusive as denominadas financeiras na legislação), são as extraídas dos livros, registros e documentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de Entidade”. A Lei 11.638 de dezembro 2007 que alterou a parte contábil da lei 6.404 de 1976 ( Lei das S/A), determinam que as principais demonstrações contábeis que devem ser divulgadas pelas entidadessão as mencionadas no Art. 1o. : 1. Balanço patrimonial: obrigatório e com inclusão de novos subgrupos 2. Demonstração do Resultado do Exercício: continua obrigatória e há algumas novas contas a ser contabilizada diretamente no exercício, como das reservas de incentivos fiscais que devem ser contabilizadas diretamente no resultado do exercício que forem constituídas. Há alteração, também, em relação às participações. 3. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: continua obrigatória. 4. Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC: substitui a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. 5. Inclusão obrigatória da Demonstração de Valor Adicionado – DVA, no que concerne a sua elaboração e divulgação. BP DRE DMPL DFCx DVA + EVIDENCIAÇÕES CONTÁBEIS (NOTAS EXPLICATIVAS) Fonte: autora deste trabalho. Administradores e outros profissionais responsáveis por áreas gerenciais utilizam as demonstrações contábeis na gestão das empresas para avaliarem o desempenho através dos resultados que elas proporcionam. Os relatórios contábeis representam essenciais instrumentos na prestação de contas dos gestores quanto aos recursos utilizados por eles, possibilitando a tomada de decisões dos usuários, como por exemplo: fabricar ou comprar produtos; adquirir, manter ou vender os investimentos, reeleger ou substituir a Administração. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 31 Além das demonstrações citadas anteriormente, as entidades devem publicar ainda as evidenciações contábeis, conhecidas de forma genérica, como notas explicativas. Todavia o termo é mais abrangente que as notas. As notas explicativas são informações complementares as demonstrações contábeis e compreendem um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias. Assim, ao realizar uma análise das empresas não se deve esquecer das informações especificas contidas nas notas. A nova legislação contábil, entre elas a Lei 11.638 de 2007, suas alterações ou complementações e os novos Procedimentos contábeis surgiram das necessidades do mundo globalizado e competitivo. Diante da abertura dos mercados e de expansão dos negócios brasileiros, a Contabilidade Brasileira deve seguir as normas internacionais para melhor transparência de informações econômicas e financeiras das entidades que participam, influenciam e sofrem influência dos mercados externos, buscando assim uma harmonização com as normas contábeis internacionais. A lei de 2007 foi sancionada em 28 de dezembro de 2007 e entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2008. O seu principal objetivo é atualizar as regras contábeis brasileiras para sua conversão ao padrão internacional buscando uma harmonização, em especial aos pronunciamentos feitos pelo International Accouting Standards Board (IASB), por meio do International Financial Reporting Standards (IFRS). A lei prevê que, as entidades devem fazer suas demonstrações contábeis do exercício de 2008 de acordo com as novas determinações. Alguns pontos da lei, discutidos por vários estudiosos e profissionais, são: a segregação entre a escrituração mercantil e a tributária, as reservas de incentivos fiscais e a identificação, avaliação e contabilização a valor de mercado de todos os ativos e passivos das empresas em fusões, aquisições ou venda de controle. O Art. 3o da referida lei menciona que as sociedades de grande porte, mesmo que não sejam constituídas sob a forma de sociedades por ações, devem aplicar as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e suas alterações. Então devem observar as novas normas sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários. O parágrafo único, do referido artigo, evidencia que será considerada de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 32 A Lei 11.638 de 2007 determina, ainda, que as demonstrações contábeis devem ser auditadas por auditores independentes, devidamente registrados na Comissão de valores mobiliários (CVM) e se aplica as Sociedades de capital aberto e sociedades de grande porte, sendo que para as companhias fechadas é facultativo a observação das normas sobre demonstrações contábeis expedidas pela CVM para as companhias abertas. A Lei explica que as companhias fechadas que possuírem patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. Já a demonstração do valor adicionado será obrigatória para as companhias abertas. Conclui-se, que esta lei, além de alterar e revogar a Lei 6.404/76, também, atendeu as inovações da Deliberação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nº 488 com base na NPC nº 27 de 2005 referente a nova estrutura das demonstrações contábeis para as companhias abertas e sociedades de grande porte. Sendo assim, conforme Padoveze (2008) há dois formatos de apresentação das demonstrações contábeis brasileiras, sendo eles: “o formato disposto pela Lei nº6.404/76 para as companhias fechadas, e o formato da Deliberação CVM nº 488/05 (base para lei 11.638 de 2007) para as companhias abertas e de grande porte”. Este trabalho trata-se, em especial, da estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei 11.638 de 2007, cuja finalidade é de adequar a contabilidade brasileira aos dispositivos da Contabilidade Internacional. Veja, abaixo, o conteúdo a respeito do Balanço Patrimonial. 5.3. Balanço patrimonial É o retrato financeiro de uma empresa, em um determinado momento, onde mostra as aplicações (fontes de investimentos) e as origens de recursos (fontes de financiamentos) das entidades. Considerada como uma demonstração estática do patrimônio, que tem por finalidade demonstrar de forma sintética e equacional os componentes patrimoniais, evidenciando a igualdade entre as origens e as aplicações de recursos. Estes lados do balanço patrimonial serão classificados por grupos de contas específicos, não sendo apenas uma questão de ordem e de estética, mais de grande utilidade para a análise econômica - financeira do patrimônio, auxiliando o papel decisório dos gestores. O aspecto econômico-patrimonial do balanço patrimonial mostra a situação de riqueza dos titulares (acionista, quotistas ou sócios) em face do ativo e do passivo do patrimônio. O ativo é a parte positiva e é representada economicamente pelos bens e direitos. O passivo é a parte negativa e é representada pelas obrigações, que devem ser satisfeitas com recursos do ativo, ou com parte deles. O aspecto financeiro mostra as relações de débito e de crédito para com terceiros, assim como os recursos com que podemos contar para liquidação das responsabilidades. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES – MG CURSO: ADMINISTRAÇÃO - DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL 33 Através do aspecto especifico do balanço patrimonial, pode-se saber quanto a entidade possui em um ativo circulante, em um ativo permanente, em um
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