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Pâncreas exócrino Profa. Rafaela Ceron Biomedicina UTP Porção exócrina: 90% (1000 ml/dia suco pancreático e bile Porção endócrina: 1% (insulina e glucagon) Porção exócrina, agrupamento de células secretoras: ácinos. Fases da digestão: Fase luminal: os alimentos são digeridos na luz do tubo digestivo por enzimas presentes em secreções ou na borda em escova do epitélio intestinal; Fase absortiva: há fluxo dos nutrientes da luz do tubo digestivo para o meio interno; Na terceira fase, os nutrientes alcançam a circulação sanguínea Papel fundamental na fase luminal da digestão, pois secreta para a luz intestinal diversas enzimas fundamentais. ENZIMÁTICO: células acinares, digestão de hidratos de carbono, proteínas e lipídios AQUOSO (água e eletrólitos): Na+, K+, Cl-, HCO3- Células epiteliais do ducto pancreático NEUTRALIZA O pH e beneficia a ação enzimática Composição e função: ENZIMAS Células acinares COMPONENTE AQUOSO Células centroacinares e modificadas pelas células ductais Mecanismo de secreção Produção e Secreção pancreática exócrina Estimulada Fase cefálica - (Vago) Fase gástrica - (Vago e gastrina) Fase intestinal - (Secretina e colecistoquinina) Proteases pancreáticas: Secretadas inativas e ativadas no duodeno, evitando auto digestão pancreática Regulação da secreção pancreática : 1) ↓ph pela ação do suco gástrico → liberação de secretina pelo duodeno e jejuno → estimulo para liberação do suco pancreático rico em água e eletrólitos (bicarbonato). 2) Aminoácidos, ácidos graxos e suco gástrico → estimulam a liberação de colecistoquinina pelo duodeno e jejuno →cck estimula a liberação do suco pancreático rico em enzimas. Componente enzimático Enzimas: 1.Amilolíticas – amilase. 2.Lipolíticas – lipase, colesterol esterase. 3.Proteolíticas – tripsina, quimiotripsina, aminopeptidase. Autoproteção pancreática: 1.Compactação das proteases na forma de precursores – zimogênios 2.Síntese de inibidores da protease → inibidor da secreção da tripsina pancreática e anti-proteases inespecíficas como α-1antitripsina. AMILASE e LIPASE são secretadas já na forma ativa Suco pancreático solução isotônica que contêm Na+, K+, Cl-, HCO3- e enzimas Secreção inicial pelas células centroacinares, modificadas pelas células epiteliais ductais Membrana epitelial das células epiteliais ductais Componente aquoso Enzimas que são catalisadoras da hidrólise da amilopectina, da amilose e do glicogênio em maltose e dextrinas. Amilase Amilase alta: Pancreatite aguda e crônica; Obstrução dos ductos pancreáticos; Câncer no pâncreas; Caxumba; Insuficiência renal. É comum os valores referentes à amilase estarem altos em pacientes graves ou internados há muito tempo no hospital, não tendo nenhuma relação direta com a pancreatite, sendo ainda mais frequentes nos pacientes que recebem alimentação por sonda nasogástrica. Amilase baixa Os valores de amilase baixa normalmente são sinal de lesão permanente nas células que produzem amilase e, por isso, estão relacionados a casos de pancreatite crônica. No entanto, a amilase baixa também podem indicar problemas nos rins, sendo recomendado fazer outros exames para identificar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado. 20 a 160 U/l Valor de referência Enzimas que atuam sobre lipídeos, catalisando alguma reação química que essas moléculas possam sofrer. No sistema digestivo humano, ela tem como função de transformar lipídeos em ácidos graxos e glicerol, isto ocorre no intestino. Lipase Níveis elevados de lipase: Pancreatite aguda; Doença Celíaca; Úlcera péptica perfurada ou penetrante; Obstrução do ducto pancreático por pedra; Espasmo induzido por medicamentos como codeína, morfina, metacolina, colinérgicos; Pancreatite crônica; Pseudocisto pancreático; Câncer de pâncreas; Câncer de estômago ou perfuração no estômago; Colecistite aguda; Obstrução do intestino delgado; Doença inflamatória intestinal; Insuficiência renal aguda e crônica; Complicação após transplante de órgãos; Alcoolismo; Cetoacidose diabética; Hemorragia intracraniana; Linfoma; Doença hepática crônica Níveis baixos de lipase geralmente indicam a presença de fibrose cística FIBROSE CÍSTICA: é uma doença genética que compromete o funcionamento das glândulas exócrinas que produzem muco, suor ou enzimas pancreáticas. Fibrose cística, ou mucoviscidose, é uma doença genética que se manifesta em ambos os sexos. Valor de referência Tripsinogênio e tripsina séricas(TLI) Baixa sensibilidade Baixa especificidade Lipase pancreática específica Alta sensibilidade Alta especificidade (cPL Snap test) Lipase pancreática específica Ensaios Grave Aguda Crônica Moderada Envolvimento Sistêmico (Inflamação aguda) Envolvimento sistêmico raro (fibrose e atrofia) Quadros brandos, frequentemente sem diagnóstico Subclínica Pancreatite Classificação das pancreatites Definição – inflamação pancreática aguda caracterizada por dor abdominal súbita e elevação das enzimas pancreáticas. Fatores de risco: • Alcoolismo (acomete 10% dos etilistas); • Litiase biliar (7% dos portadores). • Outros – idade, trauma, farmacos, hipercalcemia, genética, infecção, hipertrigliceridemia, fibrose cística. Pancreatite aguda Patogênese: Parcialmente conhecida - teorias: • Potencialização do CCK; • Ativação prematura dos zimogênios; • Produção de metabolitos tóxicos endógenos; • Refluxo de bile pelos ductos pancreáticos – litíase biliar. • Ativação da lipase nos capilares pancreáticos – hipertrigliceridemia. Ativação da tripsina e de outras enzimas como elastase e fosfolipase, alem da cascata de coagulação, complemento e fibrinólise. • Vasoconstrição e estase sanguínea na microcirculação com aumento da permeabilidade, causando a pancreatite edematosa – motivo para reposição volêmica no tratamento. • Infiltrado de macrófagos e polimorfonucleares no tecido lesado, com liberação de citocinas e substancias oxidativas que causam hemorragia e necrose. Dor abdominal: Localização: difusa, epigástrica, quadrantes superior direito ou esquerdo. Irradiação: para dorso. Intensidade: não tem correlação com a gravidade. Associado a litíase: pós-prandial inicialmente. Relacionada ao alcoolismo ocorre 1 a 3 dias apos libação alcoólica. Náusea e vomito - 90% dos casos Agitação e coma. Manifestações clínicas Enzimas pancreáticas: enzimas ultrapassam a membrana basolateral das células acinares e migram para a circulação sistêmica. • Amilase serica: • ↑ 6-12 hs e ↓ 3 a 5 dias ; geralmente 3 x normal. • Falso positivo – colecistite aguda, doenca intestinal, gestação ectópica, alcoolismo, cetoacidose, alterações nas glândulas Salivares. • Lipase sérica: • Sensibilidade 85 a 100 %, mais especifica que a amilase. • Valor diagnóstico aumenta se aferido a co-lipase ou por radioimunoensaio. Diagnóstico laboratorial Outras enzimas: • Elevação de fosfolipase A, tripsina, carboxipeptidase a, co-lipase, carboxiéster lipase. • Nao ha vantagens quando comparado a amilase e lipase. • Em estudo tripsinogênio – 2 na urina na fase inicial. Processo inflamatório crônico com lesão estrutural pancreatica e alterações na função endócrina e exócrina. Histologicamente apresenta infiltrado de mononucleares com fibrose. Pancreatite crônico Uso abusivo de álcool: Responsavel por 70 % dos casos. 5 % dos etilistas desenvolvem pancreatite cronica (dieta rica em gordura? genética? Tabagismo?) Etanol altera o zimogênio ativador. Causas genéticas – fibrose cística. Pancreatite idiopática: Mutação genética? Hipersensibilidade a ingestão alcoolica? Doença sistêmica – LES, hipertrigliceridemia, hiperparatiroidismo. Pancreatite auto-imune. Obstrução ductal – trauma, pseudocisto, pâncreas divisum. Pancreatite tropical. Causas Pancreatite hereditatia: Autossomico dominante. Sintomas antes dos 20 anos. Aumenta risco de hepatocarcinoma. Ativação prematurada tripsina. Pancreatite tropical: Acomete criancças que morrem na fase adulta. Etiologia desconhecida. Patogênese: Desconhecida – teorias: ↑secrecao proteica sem alteracao na secrecao de bicarbonato intraductal. Rolhas de proteína que se calcificam e ocluem os ductos → hipertensaão ductal causa isquemia tecidual. Outras = redução de selênio ↓ da ação antioxidativa / desordem autoimune. Dor abdominal Epigástrica, irradiada para dorso, com inicio 15 – 30 min após alimentação, com aumento progressivo da frequência e intensidade. Associada a náuseas e vmitos Não esta presente em 20 % dos casos. Insuficiência pancreática: Esteatorreia ↓ atividade lipolítica. Sintomas associados a sindrome disabsortiva. Diabetes pancreática – fase tardia da doença, Geralmente insulinodependente Manifestações clínicas Formação de pseudocistos. Obstrução duodenal ou do ducto biliar. Ascite pancreática. Derrame pleural Trombose da veia esplênica Pseudo-aneurismas Câncer pancreático Períodos de agudização do quadro. Complicações Amilase/lipase – normalmente normal mas podem estar elevadas. Se houver elevação das bilirrubinas e fosfatase alcalina pensar em obstrução ductal. Marcadores da pancreatite auto-imune – anca (auto anticorpos contra o citoplasma de neutrófilos), FR, anticorpo anti músculo liso. Diagnóstico Laboratorial Descrito inicialmente nas vasculites sistêmicas, o anticorpo anticitoplasma de neutrófilos (ANCA) tem sido relatado como um possível marcador de RCU (retocolite ulcerativa). Esses auto-anticorpos se dirigem contra constituintes dos neutrófilos e podem ser pesquisados por imunofluorescência indireta (IFI) e pela técnica imunoenzimática, que permite a observação de três diferentes padrões de fluorescência: Citoplasmático (c-ANCA), dirigido predominantemente contra a proteinase 3 (PR3), apresenta fluorescência citoplásmica granulosa espessa e é considerado marcador específico de granulomatose de Wegener. Perinuclear (p-ANCA), especialmente contra a mieloperoxidase (MPO), com fluorescência ao redor do núcleo, é detectado sobretudo em pacientes com glomerulonefrites crescentes e necrotizantes, poliangiites microscópicas e síndrome de Churg-Strauss. Atípico, direcionado contra outras proteínas citoplasmáticas (catepsina G, lisozima, elastase, BPI, catalase) e nucleares (Lamin B1 e HMG1/HMG2). Tem fluorescência citoplásmica granulosa fina, porém mais intensa ao redor do núcleo, e é encontrado na RCU. ANCA