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Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 1 OSTEOGÊNESE IMPERFEITA Doença de Lobstein • Mais comum • Mutação do gene de colágeno (COL1A1, COL1A2) • Osteopenia e fragilidade óssea • Hipoplasia de maxila (oclusão classe III) • Lesões radiolúcidas, mistas ou radiopacas (Displasia-cemento-óssea florida) Manifestações clínicas: • Esclera azul • Dentina opalescente (nem sempre aparece - uma forma de dentinogênese imperfeita) • Perda da audição • Deformidade na espinha e ossos longos (causa aparência de cansado, postura torta) • Frouxidão ligamentar (pode impossibilitar a criança de andar) • A raiz dental pode ser mais fina, + chance de lesão cáriosa Existem 3 tipos de acordo com a gravidade da doença. TIPO I: Forma mais comum, a fragilidade é de branda a moderada e a perda de audição pode ocorrer antes dos 30 anos TIPO II: Extrema fragilidade, fraturas frequentes, a mortalidade infantil é de 90% antes de 1 mês e ocorre muitos natimortos. Apresentam esclera azulada, pode ter dentina opalescente. TTO e Prognóstico: Não existe tratamento e prognóstico varia de bom a limitado. DISPLASIA CLEIDOCRANIANA Disostose Cleidocraniana, Disostose Mutacional, Doença de Marie e Sainton. • Rara • Defeito no gene que regula osteoblastos (CBFA1 ou RUNK2) • Afeta mais: crânio e clavículas • Ossos são mais densos, dificultando erupção dos dentes (impactação) Manifestações Clínicas: • Baixa estatura. • Cabeça grande. • Nariz largo • Hipertelorismo (olhos afastados) • 1/3 médio hipoplásico (Classe III). • Pescoço parece longo. • Ombros estreitos com grande mobilidade (devido ausência ou hipoplasia de clavículas) Manifestações orais: • Palato ogival ou mais raro fendas. • Retenção prolongada de decíduos, Supranumerários. • Dentes inclusos. • Maxila associada com arco zigomático fino. • Seios maxilares pequenos ou ausentes. TTO e Prognóstico • Não existe tratamento específico. • Geralmente os pacientes tem vida normal. • Maior problema dentário (exposição cirúrgica dos dentes inclusos + ortodontia) Uso de BISFOSFONATOS Devido fechamento tardio das suturas – que podem permanecer abertas Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 2 DOENÇA DE PAGET Osteíte deformante Reabsorção e depósitos anormais do osso, resultando em distorção e enfraquecimento do osso • 2ª doença metabólica mais comum. • Etiologia desconhecida • Fatores associados: inflamatórios, genéticos, endócrino, infecciosos (viral)? • Homens (2:1) com mais de 40 anos • Leucodermas • Geralmente poliostotica Manifestações Clínicas: • Assintomáticos • Queixa mais comum: Dor óssea. • Os ossos afetados tornam-se mais espessos, maiores e mais fracos (mais afetados: vertebras lombares, pélvis, crânio, fêmur e tíbia) • Posição SIMIESCA (ossos não suportam e invergam) Manifestações Orais: • Afeta mais maxila • Aumento da circunferência da cabeça (chapéu não entra) • Aumento do 1/3 médio da face: LEONTINÍASE ÓSSEA RX: • Estágio inicial: Radiodensidade menor do osso. • Estágio avançado: osso esclerótico é formado – FLOCOS DE ALGODÃO. • Barba negra ou sinal de Lincoln – cintilografia, captação do contraste de côndilo a côndilo. • Hipercementose difusa. • DD: Displasia cemento-óssea Histológico: • Linhas reversas – forma mosaico ou quebra – cabeça. Laborátorio: • Cálcio normal. • Fosforo normal. • Aumento da atividade de fosfatase alcalina. • Hidroxiprolina urinária pode estar aumentada. • Peptídeos do colágeno: piridinolina, N-telopeptídeo. Desenvolvimento de outras lesões • Osteossarcoma 1% dos pacientes, na Pelvis e ossos longos. • Tumores de células gigantes no esqueleto craniofacial TTO e Prognóstico: • Dor óssea – analgésicos. • Surdez e distúrbios visuais podem ser encontrados. • Anatagonistas do PTH: calcitonina e bisfosfonatos Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 3 LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES (Granuloma central de células gigantes) Granuloma central de células gigantes. Tumor de células gigantes.Granuloma de células gigantes reparador. Granuloma de células gigantes. Geralmente é descoberta por acaso • Maioria assintomática: Radiografia ou expansão indolor do osso (crescimento lento, pode induzir reabsorção radicular, tendência de recorrer é baixa) • Minoria: Dor, parestesia ou perfuração da cortical óssea (apresenta rápido crescimento e reabsorção radicular, possui alta tendência de haver recorrência) • Acomete ampla faixa etária (+ jovens). • Feminino (65%) • Mandíbula – região cruzando a linha média. RX: • Lesões radiolúcidas (devido a reabsorções causadas pelos osteoblastos) • uni ou multiloculares • Pode chegar ate 10cm. Histopatológico: • Difícil de diferenciar (realizar exame de sangue para fechar o diagnóstico , fazer diagnóstico com Tumor Marrom do hiperparatireoidismo, que é muito parecido TTO e Prognóstico: • Cirúrgico: ✓ Agressivos – Ressecção ✓ Não agressivos – Curetagem • Injeções intralesionais de corticosteroides, calcitonina; subcutâneas de interferon-alfa DD: Lesões periapicais inflamatórias. Ameloblastoma. Lesões radiolúcidas multiloculares. Lesões agressivas Lesões não agressivas Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 4 CISTO ÓSSEO SÍMPLES = Cisto ósseo traumático = Cisto ósseo hemorrágico. = Cisto ósseo solitário. = Cisto ósseo idiopático • Etiologia controversa: Teoria trauma-hemorragia (o trauma é insuficiente para causar fratura óssea que pode resultar em um hematoma intraósseo. Se esse não sofrer organização e reparo, pode se liquefazer e resultar em um defeito pseudocístico) • Pode estar associados a displasia cemento-óssea e a outros tumores. • É uma cavidade vazia Características Clínicas: • Comum em ossos gnáticos • Homens Jovens: 10 a 20 anos. • Mandíbula (Região de pré-molares e molares).Unilaterais. • Assintomáticos (descobertos por achados radiográficos) • 20% aumento de volume indolor da área afetada. • Dor e parestesia: raro. • Alguns casos relato de trauma. RX: • Lesão radiolúcida bem definida • Tamanho: 1 a 10cm, comspecto de “dedos de luva” – sugestivo da lesão • Dentes vitais e sem reabsorção radicular. Diagnóstico: • RX + Cirurgia + Clínica. • 1/3 casos: cavidade vazia com paredes ósseas macias e brilhantes. • 2/3 casos: pequenos quantidade de fluído serosanguinolento. TTO: • Exploração cirúrgica. • Recorrência ou persistência raras. • Prognóstico: excelente CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO • Etiologia desconhecida. Pode ser lesão primária ou secundária. Características clinicas: • Sexo feminino com menos de 20 anos. • Raro em ossos gnáticos (+ ossos longos e coluna) • Mandíbula (região molares). • Aumento de volume e dor. RX: • Lesão radiolúcida uni ou multilocular • expansão e adelgaçamento da cortical • DISTENÇÃO EM FORMA DE BALÃO Histopatológico (diagnóstico): • Espaços cheios de sangue não coagulado • tecido fibroblástico e células gigantes multinucleadas. TTO: • Curetagem – sangramento é comum (aspecto de esponja embebida em sangue • Recidiva: 50 a 90% casos. • Recorrência: Ressecção cirúrgica (PSEUDOCISTOS, devido à ausência de revestimento epitelial) Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 5 • Diversidade Clínica x Histologia semelhante • Substituição do osso considerado normal por um tecido fibroso contendoproduto mineralizado recém – formado • Diagnóstico definitivo obtido por meio das características clinicas e patológica DISPLASIA FIBROSA DD: • Fibroma ossificante (bem delimitado) • Doença de Paget (mais velhos, bilateral, fosftase alcalina). • Osteomielite crônica (dor, drenagem purulenta). • Tumores malinos ósseos (crescimento rápido). Displasia Fibrosa Monostótica Características clínicas: ➢ 1ª e 2ª década de vida, sem predileção sexo. ➢ Aumento UNILATERAL da área afetada – assimetria facial (queixa inicial). ➢ Maxila, com expansão vestibular mais comum Crescimento lento. RX: VIDRO DESPOLIDO: lesão mal definida formada trabéculas ósseas pouco calcificadas superposta de forma desorganizada. ➢ Margens da lesão mistura com o osso normal. 3 estágios radiográficos. Displasia Fibrosa Poliostótica Características Clínicas: ➢ Mulheres. ➢ Acomete vários ossos, especial longos (Porção superior do fêmur pode levar discrepância no comprimento da perna: BASTÃO DE HOCKEY. ➢ Achados comuns: fratura patológica e dor McCune – Albright. Mutação inicial: ➢ hiperfunção glandular (precocidade sexual, mais comum em mulheres, a menstruação pode ocorrer nos primeiros meses de vida, caracteriasticas sexuais secundárias), ➢ manchas café com leite unilaterais em troncos e coxas com margens irregulares semelhantes a Costa do Maine e ➢ displasia fibrosa poliostótica . Jaffe – Lichtenstein. Mutação intermediária: ➢ manchas café com leite ➢ displasia fibrosa poliostótica (grave, afeta todos os sistemas e até ¾ do esqueleto) Mutação tardia: displasia fibrosa poliostótica– quanto mais tardia menor a quantidade de ossos envolvidos. LESÕES FIBRO- ÓSSEAS • Displasia Fibrosa • Displasia Óssea✓ Focal ✓ Periapical ✓ Generalizada (Florida) • Fibroma Ossificante Monostótica ✓ 80 a 85% dos casos. Poliostótica ✓ 15 a 20% dos casos Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 6 OBS:. A mutação celular pode ocorrer na fase inicial, intermediária ou tardia, sendo que quando mais no inicio ocorrer pior será, pois afetará os 3 sistemas. Histológico: ➢ Osso lesional se funde ao osso normal ✓ Biópsia deve conter o osso periférico ➢ Ausência de cápsula ou linha de demarcação. TTO: • Lesões pequenas: cirurgia. Alguns casos lesão estaciona após a maturação esquelética. • Redução cirúrgica: recorrência 25 a 50%. • Transformação maligna: 1% poliostótica. • Radioterapia e CI aumenta o risco de desenvolvimento de osteossarcoma. DISPLASIA ÓSSEA (D. cemento-óssea) • Mais comum. • Acomete áreas dentadas • Dentes vitais. • Variantes Clínicas ✓ Focal ✓ Periapical ✓ Florida • Aspecto cirúrgico: Osso fragmentável e arenoso, facilmente curetado Displasia Óssea Periapical Displasia cementária periapical/cementoma periapical. • Lesões múltiplas na região periapical anterior inferior em dentes vitais. • Mulheres (14:1), melanodermas, 40 anos • Nunca fazer extração, pois a possibilidade de infecção secundária é muito grande. Displasia Óssea Focal • Espectro entre periapical e a florida. • Leucodermas entre 4ª e 5ª décadas de vida • Região posterior de mandíbula. • Começa radiolúcida e passa pelos 3 estágios se tornando calcificada TTO: • Biópsia incisional diagnóstica (fibroma ossificante se separam totalmente do osso). • Proservação. • Associação com cisto ósseo simples (curetagem necessária) Displasia Óssea Florida • Mesmas características da periapical, porém afeta os quatro quadrantes • Mulheres melanodermas, adultas • Várias lesões • Assintomática ou não (dor fraca, fístula) • Sequestro ósseo. RX: • Lesões radiopacas entremeadas com lesões mistas. TTO das Displasias ósseas: • PROSERVAÇÃO • Não pode perder dente na região. ( pode ser realizada secção de coroa e amputação da raiz) Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 7 FIBROMA OSSIFICANTE • Crescimento lento (que não para característica de tumores) lesão bem circunscrita. • Assimetria e inchaço indolor. • Mulheres entre 3ª e 4ª década • Mandíbula (90% molares e pré-molares). RX: • Lesão mista, unilocular, bem delimitada (da para diferenciar osso alterado do normal) Histológico: • Estroma de tecido conjuntivo • Tec. Ósseo (trabéculas ósseas que não se conectam) • Tec. Semelhante ao cemento TTO: ✓ Ressecção em boloco, compete a cirurgião de cabeça e pescoço. Bom prognóstico e baixa recidiva. Benignos – OSTEOMA Malignos – OSTEOSSARCOMA OSTEOMAS • Neoplasia benigna de osso maduro compacto ou esponjoso. Raramente em ossos longos. • Em adultos, lesões únicas e assintomáticas. DD: • com exostoses, mas elas geralmente ocorrem em palato, lingual de anteriores e vestibular de posteriores, e geralmente são múltiplas) TTO: • Osteomas extensos – Cirurgia conservadora • Osteomas pequenos – Acompanhamento periódico • Não há recidiva ou malignização. SÍNDROME DE GARDNER • Rara. • Variantes com traços autossômicos – mutação gene supressor tumoral da polipose coli adenomatosa (APC). Neoplasias ósseas Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 8 • Pólipos intestinais – Adenocarcinoma • Anomalias ósseas – Osteoma. Características Clínicas: • Osteomas: crânio, seios paranasais e mandíbula. • 22 a 30% pacientes tem odontoma, dentes supranumerários e inclusos. TTO: • Colectomia profilática devido a grande possibilidade de ransformação dos pólipos intestinais em Adenocarcinoma • Dentário: exodontia dentes impactados, remoção odontomas, orto ou tratamento protético. OSTEOSARCOMA • Tumores com produção de osso imaturo ou osteóide. • Alterações genéticas ou síndromes associadas. • Comum 3ª e 4ª década, de 5 a 10% nos maxilares. • As células infiltram no espaço do L.P. causando expansão RX: • Aspecto de raios de sol TTO: • Remoção associado com quimioterapia. • Recidiva é comum. • Prognóstico depende do diagnóstico precoce. Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 9 TUMORES METASTÁTICO DE MANDÍBULA E DE MAXILA O câncer metastático é a forma mais comum de tumor maligno envolvendo o osso. • 80% mandíbula. • Origem: Mama, pulmão, tireóide, próstata e rim. • Idoso. • Assintomático ou dor decorrente do aumento de volume, mobilidade dentária, parestesia. • Prognóstico: Desfavorável. Radiografia: • Radiolúcida “comida por traças”. CEMENTOBLASTOMA • • Neoplasia benigna de cementoblastos. • Menos 1% dos tumores odontogênicos. • 80% - Mandíbula (pré – molares e molares), pincipalmente 1ºMI • Sem predileção sexo, por volta da 1 e 2ª décadas de vida. Características clinicas: • Pode ter dor e aumento de volume (2/3 casos). • Dente vital. RX: • Massa radiopaca que está fundida a um ou mais dentes circundados com um halo radiolúcido. • Não pode se visualizar contorno da raiz. Características Histopatológicas: • Tecido mineralizado com cementoblastos volumosos. TTO: • Exodontia do dente com a lesão • Excisão da massa, endo ( amputação e sepultar raiz) • Risco baixo recidiva – exodontia DD: • Hipercementose ( calcificação menor e é possivel ver o contorno da raiz na radiografia) Fase 1: lesão osteolítica – osteoclastos estão reabsorvendo osso Fase 2 : ocorre calcificações Fase 3: toda calcificada Odontologia/Estomatologia LESÕES ÓSSEAS Charlayne Medeiros 10 HEMANGIOMA INTRA- ÓSSEO • Raro • Preferência pelo sexo feminino, entre 10 e 20 anos em região de mandíbula.Características clínicas: • Assintomática ou com dor e aumento de volume. • Mobilidade dentária e sangramento do sulco gengival • Ruído ou pulsação podem ser aparentes na ausculta ou palpação RX: Variável: • radiolúcida multilocular (mais comum) – favo de mel ou bolha de sabão • Radiolúcida maldefinida • Radiolúcida bem definida, lembrando um cisto • Lesões grandes podem causar expansão da cortical e ocasionalmente um padrão de raios de sol (osteossarcoma) TTO: • Risco de hemorragia durante cirurgia • Aspiração antes da biopsia é importante. • Métodos terapêuticos: curetagem, ressecção, crioterapia, injeção de soluções esclerosantes
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