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Nemátodos: Espécies, Transmissão e Tratamento

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Nemátodos
	Espécies
	Morfologia
	Epidemiologia
	Transmissão
	Forma 
Infectante
	Ciclo de Vida e 
Patogénese
	Migração Pulmonar
	Habitat Final
	Manifestações clínicos
	Diagnóstico
	Tratamento
	Prevenção e controlo
	Enterobius vermicularis
	*Parasita sexualmente maduro localiza-se na zona do cego, mas pode ser encontrado noutras localizações do intestino.
*Aderem à mucosa e alimentam-se de células bacterianas e epiteliais
	*Mundial
*Crianças (+ vulnerável)
*Distribuição mundial, mas mais frequente em zonas temperadas
	*Ingestão
*Oral/Fecal
	*Ovos embrionados (larva imatura, que completa o seu desenvolvimento no ovo)
	*Ovos ingeridos geralmente eclodem após alcançar o duodeno e a larva desenvolve-se atingindo a maturidade sexual no cólon
*macho morre após cópula
*fêmea migra para região anal e perianal
*formas de infecção: 
-retroinfecção (larva eclode na região perianal e migra para o intestino grosso [forma mais rara de infecção]); 
-autoinfecção (quando o doente se reinfecta através da ingestão de ovos infectantes); 
-infecção cruzada (ovos infectantes são ingeridos através de alimentos ou mãos contaminados);
-ingestão após inalação de ovos.
	Não
	Cego
	Prurido perianal e perineal
	*Observação microscópica de ovos recolhidos da região perianal
*Ovos raramente são encontrados nas fezes
*Método de Graham (fita adesiva)
	*Mebendazol
*Alternativa: albendazol
	*Higiene pessoal adequada (mãos e unhas)
	Trichuris trichiura
	Fêmea partogénica
	*Mundial
*Regiões de clima húmido e quente
*Crianças
*Condições sanitárias precárias
	Ingestão
	Ovos embrionados
	*Quando ingerido os ovos eclodem no intestino delgado e as larvas permanecem nas vilosidades intestinais
*Parasita migra para a região do cego e atinge a maturidade sexual
*Ovos eliminados não embrionados
*No meio exterior, o ovo eclode, formando-se a larva dependendo das condições ambientais (só depois deste processo são forma infectante)
	Não
	*Cólon
*Cego
	*Diarreia
*Prolapso rectal
*Anemia ferropénica
*Má absorção
*Dores abdominais
	*Observação microscópica de ovos nos fezes
*Métodos de observação directa ou por técnicas de concentração
	*Albendazol
*Alternativa: mebendazol
	*Melhoria das condições de saneamento básico
*Consumo de água fervido
*Evitar consumo de alimentos mal cozinhados
	Ascaris lumbricoides
	*Ovos férteis e inférteis
*Ovos no solo são resistentes à dissecação, mas sensíveis às variações de temperatura
	*Mundial
*Predominan-te em crianças
*Regiões tropicais e subtropicais
	*Ingestão de águas e alimentos contaminados
*Transmissão fecal/oral
	Ovos embrionados
	*Larva liberta-se do ovo, perfurando a mucosa intestinal e entra no sistema circulatório
*Alcança o sistema porta
*Atinge os pulmões, através da artéria pulmonar
*Nos pulmões, a larva sofre duas mudas
*Alcança os alvéolos e movimenta-se através da árvores respiratória até à traqueia e epiglote, de forma a ser deglutida
*Volta TGI e no intestino a larva sofre a última muda, alcançando a maturidade sexual
*Parasitas adultos vivem no lúmen do intestino delgado, alimentando-se de alimentos parcialmente digeridos pelo hospedeiro
*Ovos eliminados pelas fezes
	Sim
	Intestino delgado
	*Pneumonite alérgica
*Má absorção
*Obstrução Intestinal
*Complicações: oclusão intestinal; volvo; invaginações; perfurações; colecistite; colangite; pancreatite; apendicite.
*Síndrome de Löeffler (efeito da migração pulmonar)
	*Observação microscópica de ovos nas fezes
*Identificação de parasitas expelidos pelos ânus, nariz e boca
	*Albendazol
*Alternativa: mebendazol
	*Melhoria das condições de saneamento básico
*Consumo de água fervido
*Evitar consumo de alimentos mal cozinhados
	Ancylostoma duodenale 
ou 
Necator americanus
	*Ovos indistinguíveis entre as espécies
*Distinção feita pela cápsula bocal
*Parasita adulto vive no TGI do hospedeiro
	*Áreas endémicas dependem da espécie
*Afectam todas as idades
	*Penetração cutânea
*Via oral (apenas na A. duodenale e é raro)
	Larva filariforme
	*Larva que eclode do ovo é rabditiforme e após 2 mudas evolui para larva filariforme (infectante)
*Penetração cutânea: alcança os vasos linfáticos, entrando na circulação e atingem os pulmões. Ao chegar à árvore respiratória alcança a faringe e laringe do hospedeiro, migrando para o TGI, onde alcança maturidade.
*Via oral: as larvas são ingeridas com alimentos ou água contaminada, atingindo a maturidade no TGI sem passar pelos pulmões.
	Sim
	Intestino delgado
	*Penetração cutânea: eritema vesicular com prurido
*Migração pulmonar: assintomática (+comum); sintomática (tosse seca, dispneia asmatiforme, febrícula)
*TGI (=úlcera péptica): desconforto epigástrico ou mesmo epigastrialgias.
*Principais complicações: anemia ferropénica; hipoproteinemia.
	Observação microscópica de ovos nas fezes, por exame directo, embora se possa usar técnica de concentração
	*Albendazol
*Alternativa: mebendazol
	*Em áreas de risco de transmissão, o uso de calçado previne a infecção.
*Consumo de água fervido
*Evitar consumo de alimentos mal cozinhados
	Strongyloides stercoralis
	Parasitas adultos vivem no intestino e são fêmeas adultas.
	*Regiões tropicais e subtropicais
*Afecta todas as idades
	*Penetração cutânea
*Auto-infecção
	Larva filariforme
	*Larvas eclodem após as posturas e ainda dentro do intestino, diferenciam-se em larvas rabditiformes (macho e fêmea), saem para o exterior, onde se inicia o ciclo de vida livre.
*Larvas rabditiformes no exterior evoluem directamente para parasitas adultos e originam ovos.
*Destes ovos, libertam-se novas larvas rabditiformes, que se transforma em larva filariforme (infectante), que precisa de um hospedeiro humano para atingir maturidade.
*Auto-infecção dá-se quando a larva rabditiforme evolui para larva filariforme no intestino ou na região perianal do hospedeiro.
	Sim
	Intestino delgado
	*Penetração cutânea: eritema e prurido.
*Pulmões: tosse, expectoração, dispneia asmatiforme.
*Fase intestinal: dor abdominal, diarreia, síndrome de má absorção.
*Imunodeprimi-dos: pode levar à morte por infecção generalizada.
	*Observação microscópicas de larvas móveis em fezes frescas
*Aspirado duodenal
*Técnicas de concentração
	*1ª linha: ivermectina
*alternativa: tiabendazol
	*Em áreas de risco de transmissão, o uso de calçado previne a infecção.
*Consumo de água fervido
*Evitar consumo de alimentos mal cozinhados
· Filárias
	Espécies
	Distribuição
	Vectores
	Localização do Parasita Adulto
	Localização da microfilária
	Sintomas
	Diagnóstico
	Tratamento
	Prevenção e controlo
	Wuchereria bancrofti
	Trópicos
	Mosquito
	Sistema Linfático
	Sangue
	*Linfagite
*Elefangite (aumento dos gânglios linfáticos)
	*Colheita de sangue periférico feita à noite
*Observação microscópica de microfilárias em amostra de sangue (gota espessa)
	*Microfilária: Dietilcarbamazina, ivermectina.
*Adulto: Dietilcarbamazina, doxiciclina.
	Diminuição do contacto com o vector
	Brugia malayi
	Sul e sudeste da Ásia
	Mosquito
	Sistema Linfático
	Sangue
	*Linfagite
*Elefangite
	*Colheita de sangue periférico feita à noite
*Observação microscópica de microfilárias em amostra de sangue (gota espessa)
	*Microfilária: Dietilcarbamazina, ivermectina.
*Adulto: Dietilcarbamazina, doxiciclina.
	Diminuição do contacto com o vector
	Brugia timori
	Este da Indonésia e Timor-Leste
	Mosquito
	Sistema Linfático
	Sangue
	*Linfagite
*Elefangite
	*Colheita de sangue periférico feita à noite
*Observação microscópica de microfilárias em amostra de sangue (gota espessa)
	*Microfilária: Dietilcarbamazina, ivermectina.
*Adulto: Dietilcarbamazina, doxiciclina.
	Diminuição do contacto com o vector
	Loa loa
	Centro e Oeste de África
	Chrysops spp.
	Tecido conjuntivo
	Sangue
	*Angioedema
*Observação do parasita na conjuntiva ocular
	*Observação microscópica de microfilárias em amostra de sangue diurnas
*Quando existe baixa parasitemia de microfilária usa-se técnica de concentração.
	*Microfilária: Dietilcarbamazina, ivermectina.
*Adulto: Dietilcarbamazina.
*Quando é na conjuntiva ocular: remoção cirúrgica.Evitar contacto com o vector.
	Mansonella perstans
	África e América Central e do Sul
	Culicoides spp.
	Membranas serosas das cavidades corporais
	Sangue
	Assintomático
	--
	*Microfilária: dietilcarbamazina.
*Adulto: dixociclina.
	--
	Mansonella streptocerca
	Centro e Este de África
	Culicoides spp.
	Pele
	Pele
	Assintomático
	--
	*Microfilária: dietilcarbamazina, ivermectina.
*Adulto: dietilcarbamazina.
	--
	Mansonella ozzardi
	América Central e do Sul
	Culicoides spp. e Simulium spp.
	Membranas serosas das cavidades corporais
	Sangue e pele
	Assintomático
	--
	Microfilária: ivermectina.
	--
	Onchocerva volvulus
	África, Iemem e América Central e do Sul
	Simulium spp.
	Pele
	Pele
	*Rash, prurido e pápulas cutâneos
*Nódulos
*Cegueira ou Perda parcial da visão
	*Observação de microfilárias de retalho cutâneo, sangue e, por vezes, urina.
*Exame oftalmoscópico.
*Técnicas de detecção de microscópio específico por ensaio imunoenzimático e de identificação de ADN do parasita nas amostras cutâneas por PCR.
	*Microfilária: dietilcarbamazina, ivermectina.
*Adulto: dixociclina, albendazol.
	--
	Dracunculus medinensis
	África
	Copépodes (crustáceos)
	Tecido conjuntivo, incluindo pele
	Não aplicável
	*Dor
*Ulceração cutânea
	*Técnica do pauzinho.
	*Microfilária: dietilcarbamazina.
*Adulto: dixociclina.
	--
· Toxocara spp.
Epidemiologia: Humano é um hospedeiro acidental, pela ingestão de ovos de Toxocara. Mais incidência em regiões quentes e húmidas, onde os ovos conseguem estar viáveis para infecção mesmo estamos no solo. Crianças são mais susceptíveis.
Ciclo de vida e Patogénese: 1) Ovos são expelidos nas fezes dos canídeos. 2) No meio ambiente, os ovos embrionam, tornando-se infecciosos. 3) Podem ser novamente ingeridos pelos cães ou serem ingeridos por outros animais, tais como carneiro e coelho. 4) No carneiro/coelho, os ovos alojam-se nos tecidos, enquistando e, de seguido, desenvolvem-se as larvas. 5) Ingestão de carne crua ou mal cozinhada de coelho ou carneiro contamina o humano. 6)Larvas saem do ovo e penetram na parede intestinal. 7)Passagem da larva para a corrente sanguínea, atingindo outros tecidos como fígado, coração, pulmões, cérebro, músculo e olhos).
Manifestações clínicas: migração larvar visceral; migração larvar ocular.
Diagnóstico: testes serológicos; biopsia para detecção de larvar. 
Tratamento: ocular é remoção cirúrgica; visceral é albendazol ou mebandazol.
Prevenção e controlo: higiene pessoal adequada (principalmente lavagem das mãos); evitar contactar com solo onde defecam canídeos.

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