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1 - Princípios Contratuais

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CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL 
 
 Uma das maiores características do Direito – talvez a mais importante – repousa em 
seu eterno processo de desenvolvimento. Tudo aquilo a que se refere o termo jurídico está 
sempre sujeito a mudar, evoluir, expandir-se. Partindo dessa premissa, não é de causar 
espécie que o contrato, instrumento regulado juridicamente há séculos, também tenha sido 
alvo de significativas transformações.1 
 Em definição sucinta, o termo contrato designa o “acordo de vontades que tem por fim 
criar, modificar ou extinguir direitos”. Entre nós, a partir do Código de 2002, a natureza 
jurídica do contrato transcendeu a vetusta concepção liberal e individualista do pacta sunt 
servanda para elevá-lo à condição de mecanismo realizador da justiça social. 
 Confira-se, a respeito, a pertinente lição de SÍLVIO VENOSA: 
No século XIX, a disciplina do contrato concentrava-se na manifestação 
de vontades, no exame dos vícios do consentimento. O que importava 
era verificar se o consentimento era livre. No contrato de nossa época, a 
lei prende-se mais à contratação coletiva, visando impedir que as 
cláusulas contratuais sejam injustas para uma das partes, assim, a lei 
procurou dar aos mais fracos uma superioridade jurídica para compensar a 
inferioridade econômica.2 
 No mesmo sentido, pontifica ARNOLDO WALD: 
 
1 O século XIX se caracterizou pela mais vampiresca exploração nas relações de 
trabalho, onde os miseráveis viviam sob grotescos e desumanos regimes laborais. 
Alguns chegavam a trabalhar mais de 16 horas por dia, com crianças trucidadas por 
acidentes em máquinas e mulheres trabalhando até mesmo estando prestes a dar à luz. 
Tudo isto se justificava por uma aberrativa concepção de que os trabalhadores o 
faziam por sua “livre escolha”, avalizada pela razão que lhes permitiria, em tese, 
convir o que seria mais justo. Buscando redimir esse passado lamentável, as relações 
contratuais, no rastro da evolução social, têm sofrido crescente intervenção estatal 
para a proteção da parte mais fraca. Há quem tenha chegado a ponto de ver nisto a 
chamada “falência do contrato”, o que é, claro, um exagero, pois o que simplesmente 
ocorre é que o contrato tem se balizado por cautelas legais imprescindíveis na 
prevenção de novos abusos. 
2 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral 
dos contratos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005. p. 405-406. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
Há uma evolução, na qual, após termos abandonado a caracterização do 
contrato como manifestação ilimitada da liberdade individual, demos a ele – 
contrato – uma nova conceituação em que prepondera, ou deve preponderar, 
sobre a intenção e a vontade individual de cada um dos contratantes, o 
consenso que entre eles se formou, sem que seja lícito, a qualquer um 
deles, tirar uma vantagem maior do que a racionalmente aceitável, no 
momento tanto da celebração do contrato como em todo o período da 
sua execução, quando se trata de convenções com efeitos duradouros ou 
diferidos.3 
 A atual normatividade introduzida em nosso sistema abriu espaço para uma nova 
compreensão dos contratos – já a partir dos princípios que os regem. 
Princípio da Autonomia Privada 
 Antes, falava-se em autonomia da vontade, expressão de cunho subjetivo, psicológico, 
que designa o poder privado de cada um regular seus interesses com base apenas nos 
próprios anseios e aspirações. 
 Essa expressão caiu em desuso, substituída por autonomia privada, por várias razões: 
(i) atualmente se entende que a autonomia é da pessoa, não da vontade (saímos da era da 
patrimonialização para a era da personificação); (ii) o dirigismo contratual; (iii) a proliferação 
dos contratos de adesão, decorrentes da massificação das relações de consumo (injunção de 
cláusulas pela parte economicamente mais forte); (iv) condutas socialmente impostas, através 
do marketing e da publicidade de consumo; (v) fatores políticos.4 
 A autonomia privada abrange tanto a liberdade de contratar quanto a liberdade 
contratual. A primeira locução descreve o direito à escolha de com quem negociar; a segunda 
 
3 WALD, Arnoldo. Um Novo Direito para uma Nova Economia: a Evolução dos Contratos e 
o Código Civil. In: Revista Síntese de Direito Civil e Processual Civil. São Paulo: 
Ed. Síntese. Vol. 12. p. 39. 
4 CASSETTARI, Christiano. Elementos de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 
181-182. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
concerne ao conteúdo propriamente dito do contrato. Decerto que nenhuma dessas 
liberdades é plena, ilimitada.5 
 Pode-se definir o princípio em tela como 
Um regramento básico, de ordem particular – mas influenciado por normas de 
ordem pública – pelo qual na formação do contrato, além da vontade das partes, 
entram em cena outros fatores: psicológicos, políticos, econômicos e sociais. 
Trata-se do direito indeclinável da parte de autorregulamentar os seus interesses, 
decorrente da dignidade humana, mas que encontra limitações em normas de 
ordem pública, particularmente nos princípios sociais contratuais.6 
 Na precisa síntese do Min. RUY ROSADO DE AGUIAR: 
Os princípios fundamentais que regem os contratos deslocaram seu eixo do 
dogma da vontade e do seu corolário da obrigatoriedade, para considerar que a 
eficácia dos mesmos decorre da lei, que os sanciona porque são úteis, com a 
condição de serem justos. Nessa ótica, continua-se a visualizar o contrato como 
uma oportunidade para o cidadão, atuando no âmbito da autonomia privada, 
dispor sobre os seus interesses, de acordo com a sua vontade, mas essa 
manifestação de vontade não pode só por isso prevalecer, se dela resulta 
iniqüidade e injustiça. O primado não é da vontade, é da justiça, mesmo porque o 
poder da vontade de uns é maior do que o de outros.7 
Princípio da Força Obrigatória dos Contratos 
 Este é o mais clássico e histórico dos princípios contratuais: os negócios foram feitos 
para ser cumpridos, conforme o brocardo latino pacta sunt servanda. No passado, esse dever 
 
5 Exemplos: no que tange à liberdade de contratar, a lei considera anulável a compra 
e venda entre ascendente e descendente, salvo se os demais descendentes e o cônjuge 
do vendedor a autorizarem (art. 496). Quanto ao conteúdo, é cediço que os negócios 
devem ter objeto lícito, como todo e qualquer ato jurídico. 
6 TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil: volume único. 3. ed. São Paulo: Método, 
2013. p. 539. 
7 Voto vencido no Resp 45.666, Rel. Min. Barros Monteiro, 4ª Turma do STJ, j. 
17.05.1994. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
de a parte contratante honrar aquilo que se comprometera a fazer era quase que absoluto. 
Basta lembrar que, em Roma, o inadimplemento do devedor poderia conduzir à sua 
escravização ou morte. 
 No campo das artes, curioso lembrar que na obra “O Mercador de Veneza”, de 
SHAKESPEARE, o credor estipulou cláusula de que poderia retirar um grama de carne do corpo 
do devedor, caso este não cumprisse o contrato. A situação é repetida em “O Auto da 
Compadecida”, de ARIANO SUASSUNA, em que o credor ficava autorizado a retirar das costas do 
devedor uma “relha de couro”, na hipótese de inadimplemento. São situações que 
demonstram o perigo de se levar este princípio como algo absoluto, sem atinar para suas 
consequências éticas e morais. 
 Atenuando o postulado da força obrigatória, a possibilidade da revisão judicialdos 
contratos obteve recepção em vários dispositivos do Código Civil, tais como os arts. 156, 157, 
317, 478 a 480. Em termos práticos, restaram positivadas no novel diploma situações como: 
(i) revisão por lesão ou estado de perigo;8 (ii) revisão por fatos imprevisíveis (teoria da 
imprevisão);9 (iii) resolução por onerosidade excessiva; (iv) revisão ou resolução em razão da 
função social dos contratos; (v) revisão ou resolução em razão do princípio da boa-fé objetiva. 
 
8 Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, 
assume obrigação excessivamente onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o 
juiz decidirá segundo as circunstâncias. 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta. 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo 
em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2º Não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar 
com a redução do proveito. 
9 A teoria da imprevisão, associada à expressão latina “rebus sic stantibus”,9 
consiste em presumir a existência de uma cláusula contratual geral segundo a qual a 
obrigatoriedade do contrato deve pressupor a inalterabilidade da situação de fato em 
que foi firmado. Assim, na hipótese de ocorrerem fatos anômalos que tornem 
excessivamente oneroso para o devedor o adimplemento do negócio (por exemplo, uma 
guerra), poderá ele requerer ao juiz que reajuste o valor das prestações, 
restabelecendo o equilíbrio contratual. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
 A possibilidade da revisão dos contratos permite aos contratantes recorrer ao 
Judiciário visando obter a alteração da avença para condições mais equilibradas e justas, 
diante de certas hipóteses juridicamente admitidas. 
ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
Enunciado nº 149. “Art. 157: Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão 
deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo 
dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002”. 
Enunciado nº 290. “Art. 157: A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quando verificada, na 
formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas pelas partes, não se presumindo a 
premente necessidade ou a inexperiência do lesado”. 
Enunciado nº 291. “Art. 157: Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código Civil, pode o lesionado 
optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão 
judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço”. 
Enunciado nº 365. “Art. 478: A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como elemento 
acidental da alteração de circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por 
onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração plena”. 
Enunciado nº 366. “Art. 478: O fato extraordinário e imprevisível causador de onerosidade excessiva é 
aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos próprios da contratação”. 
Enunciado nº 367. “Art. 479: Em observância ao princípio da conservação do contrato, nas ações que 
tenham por objeto a resolução do pacto por excessiva onerosidade, pode o juiz modificá-lo equitativamente, 
desde que ouvida a parte autora, respeitada a sua vontade e observado o contraditório”. 
Enunciado nº 410. “Art. 157: A inexperiência a que se refere o art. 157 não deve necessariamente significar 
imaturidade ou desconhecimento em relação à prática de negócios jurídicos em geral, podendo ocorrer 
também quando o lesado, ainda que estipule contratos costumeiramente, não tenha conhecimento 
específico sobre o negócio em causa”. 
Enunciado nº 438. “Art. 477: A exceção de inseguridade, prevista no art. 477, também pode ser oposta à 
parte cuja conduta põe, manifestamente em risco, a execução do programa contratual”. 
Enunciado nº 439. “Art. 478: A revisão do contrato por onerosidade excessiva fundada no Código Civil deve 
levar em conta a natureza do objeto do contrato. Nas relações empresariais, observar-se-á a sofisticação dos 
contratantes e a alocação de riscos por eles assumidas com o contrato”. 
Enunciado nº 440. “Art. 478: É possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em contratos 
aleatórios, desde que o evento superveniente, extraordinário e imprevisível não se relacione com a álea 
assumida no contrato”. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
Princípio da Função Social 
 O princípio em tela, estabelecido no artigo 421 do Código Civil, consubstancia outra 
mitigação ao rigor do preceito pacta sunt servanda.10 
 A função social identifica-se com a causa do contrato, logo limita a liberdade contratual. 
Neste andar, a expressão “em razão” (CC, art. 421) significa precisamente que “a liberdade 
contratual não se dará em razão da vontade privada, como acontecia anteriormente, mas em 
razão da função social que o negócio está destinado a cumprir”.11 Por disso, “os contratos que 
regulam interesses sem utilidade social, fúteis ou improdutivos não merecem proteção 
jurídica. Merecem-na apenas os que têm função econômico-social reconhecidamente útil”.12 
 Ressalte-se, para corroborar a força cogente da diretriz socializante dos negócios 
privados, que o novo diploma Civil estabelece de forma taxativa, no art. 2.035, que “nenhuma 
convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos 
por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”. 
 O princípio em tela atrai para o domínio dos contratos a noção de ordem pública, 
fazendo com que toda e qualquer relação jurídica prenda-se aos valores sociais previstos no 
 
10 Que não se deduza, porém, que o princípio da força obrigatória dos negócios, 
decorrente da autonomia da vontade, estaria eliminado, pois isto faria naufragar 
todo o universo das relações negociais na insegurança jurídica mais absoluta. 
Conforme o Enunciado nº 23 das Jornadas de Direito Civil: “a função social do 
contrato prevista no art. 421 do novo Código Civil não elimina o princípio da 
autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando 
presentes interesses meta-individuais ou interesse individual relativo à dignidade 
da pessoa humana”. 
11 MORAES, Maria Celina Bodin. A Causa nos Contratos. In: Revista Trimestral de 
Direito Civil – RTDC, v. 21, 2005. p. 95-119. Segundo CLÓVIS BEVILAQUA, a função 
social do contrato reside em sua utilidade como instrumento de expansão da atividade 
econômica. Assim, “por meio do contrato, o habitante do extremo da Ásia ou Austrália 
e o que vive sob o céu americano, onde brilha a luz branca da estrela polar, ou onde 
resplandece a constelação do Cruzeiro, reconhecem a congruência dos seus interesses, 
associam-se, ainda que momentaneamente, e, sem que jamais se vejam, entram numa 
cooperação, para o fim de satisfazerem as próprias necessidades”. (BEVILAQUA, 
Clovis. Direito das Obrigações. Campinas: Red Livros, 2000. p. 209-213). 
12 GOMES, Orlando. Contratos. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. p. 20. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
ordenamento – valores que definirão os deveresimpostos aos titulares de interesses jurídicos 
tanto nas situações existenciais como patrimoniais.13 
 Assim sendo, este comando geral caminha lado a lado com outros princípios, como os 
da função social da propriedade, da boa-fé (art. 422), da vedação ao abuso do direito (art. 187) 
e da vedação ao enriquecimento sem causa (art. 884), todos positivados no Novo Código Civil, 
e que espelham os valores éticos e de natureza social que marcam profundamente o novel 
diploma. 
ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
Enunciado nº 21. “Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, constitui 
cláusula geral a impor a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, 
implicando a tutela externa do crédito”. 
Enunciado nº 22. “Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, constitui 
cláusula geral que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas”. 
Enunciado nº 23. “Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não 
elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando 
presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana”. 
Enunciado nº 166. “Arts. 421 e 422 ou 113: A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se 
confunde com a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito 
brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil”. 
Enunciado nº 360. “Art. 421: O princípio da função social dos contratos também pode ter eficácia interna 
entre as partes contratantes”. 
Enunciado nº 361. “Arts. 421, 422 e 475: O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais 
contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, 
balizando a aplicação do art. 475”. 
Enunciado nº 431. “Art. 421: A violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do contrato ou de 
cláusulas contratuais”. 
 
13 PERLINGIERI, Pietro. Manuale di Diritto Civile. 2. ed. Napoli: ESI, 2000. p. 60. 
Resulta violada a função social em toda avença na qual exista vulneração da 
dignidade humana, até porque a Lex Mater, ao consagrar como fundamento da República 
os “valores sociais do trabalho” (art. 1º, IV), promove a livre iniciativa em 
sintonia com os princípios sociais, não somente a busca do lucro. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
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Princípio da Boa-Fé 
 Expressamente disposto no art. 422 da Lei Substantiva Civil, representa “questão que 
atine mais propriamente à interpretação dos contratos”, vez que possui “conteúdo dirigido ao 
juiz, para que este tenha um sentido norteador no trabalho de hermenêutica”.14 Não 
obstante, desempenha também funções de controle e integração do contrato.15 
 O atuar dos contratantes deve ser pautado pela virtude, o que obriga as partes a 
respeitar as expectativas razoáveis do parceiro, agir com ética, lealdade e solidariedade, não 
causar lesão ou desvantagem excessiva e cooperar para a consecução das metas fixadas. 
 Disso decorre relação contratual irradia uma série de efeitos jurídicos não apenas 
durante a vigência do negócio, mas já antes e também depois de sua conclusão (deveres pré e 
pós-contratuais). O princípio da boa-fé faz nascer direitos e deveres que vão além dos 
resultantes da obrigação principal, ou seja: regula não somente a obrigação de prestar o dever 
contratual, mas também outras obrigações correlatas (deveres anexos de conduta).16 
 A doutrina civilística distingue as expressões “boa-fé subjetiva” e “boa-fé objetiva”. A 
boa-fé objetiva cria regras de conduta para os contratantes cuja interpretação se dá não a 
partir da ótica pessoal de cada um, mas a partir de “um padrão de conduta comum, do 
homem médio, naquele caso concreto, levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. 
Desse modo, se traduz como um dever de agir de acordo com determinados padrões sociais 
estabelecidos e reconhecidos”.17 
 A boa-fé, em suma, está na base de nosso sistema civil-contratual – não mais apenas 
no plano subjetivo, mas sim no objetivo, posto que o contrato passa a ser condicionado a 
parâmetros sociais que vão além da autonomia da vontade dos participantes. Impõe-se, deste 
 
14 VENOSA, Op. cit., p. 408 e 409. 
15 TARTUCE, Op. cit., 551. 
16 Como exemplos, poderíamos citar os deveres de esclarecimentos (obrigação de 
prestar todas as informações que se façam necessárias), deveres de proteção 
(obrigação de evitar danos), deveres de lealdade (obrigação de comportar-se com 
lealdade e evitar desequilíbrios), deveres de transparência (obrigação de, na 
publicidade e marketing, prestar boa, clara e correta informação), etc. 
17 VENOSA, Op. cit., p. 409. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
modo, um “padrão de conduta a ambos os contratantes no sentido da recíproca cooperação, 
com consideração aos interesses comuns, em vista de se alcançar o efeito prático que justifica a 
própria existência do contrato”.18 
 Fica estabelecida, como valor fundamental para os negócios privados, a manutenção 
do equilíbrio contratual. Deste modo, 
o contratante mais forte não pode ter vantagens em detrimento do mais fraco, 
em razão de sua melhor condição patrimonial, financeira, econômica, de 
mercado, profissional ou qualquer outra. A ordem jurídica somente deve 
reconhecer validade e eficácia à composição dos interesses pelos próprios titulares 
se eles possuírem iguais meios para defendê-los na mesa de negociação. Caso 
contrário, o mais forte acabará fazendo prevalecer seus interesses.19 
 Da consagração deste princípio resultam o acolhimento jurídico de suas projeções 
práticas, como o supressio/surrectio, o tu quoque, o exceptio doli, o venire contra factum 
proprium e o duty to mitigate the loss.20 
 
18
 TEPEDINO, Gustavo et al. Código Civil Interpretado Conforme a Constituição da 
Republica. Rio de Janeiro: Renovar, 2006, vol. II. p. 16. 
19 COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2005, vol. 3. p. 
28. Em complemento, arremata o autor: “por outro lado, se dois empresários de grande 
porte – um industrial, um banqueiro – estão discutindo um financiamento, ambos têm 
as mesmas condições de negociação. Sentam à mesa como iguais, e seria injusto e 
irracional que um deles pudesse valer-se de institutos destinados à tutela dos 
contratantes vulneráveis para obter qualquer tipo de vantagem” (idem, p. 29). 
20 O supressio é a perda de um direito por seu não-exercício em determinado período 
de tempo. Exemplo: art. 330 do Código Civil (“O pagamento reiteradamente feito em 
outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato”). 
O surrectio é seu correspondente para a outra parte; enquanto a primeira perde um 
direito, nasce outro para a segunda. 
O tu quoque impede que o contratante se valha da própria torpeza, se aproveitando de 
violação a que deu causa. Exemplo: Poder Público contrata trabalhador sem concurso e 
depois, com base nisso, se recusa a pagar-lhe as verbas laborais devidas. 
O exceptio doli equivale à defesa contra o comportamento antijurídico da outra 
parte, e tem sua melhor ilustração na exceção do contrato não cumprido (art. 476). 
O venire contra factum proprium proíbe a conduta contraditória adotada por uma das 
partes, frustrando legítima expectativa gerada na outra. No exemplo mais famoso, o 
“caso dos tomates”: a empresa CICA, após anos distribuindo sementes de tomate entre 
plantadores gaúchos para posterior aquisição da produção, subitamente deixou de 
fazê-lo. Os agricultores,mesmo sem contrato, obtiveram em juízo a condenação da 
empresa a ressarcir seus prejuízos. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
Enunciado nº 24. “Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a 
violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa”. 
Enunciado nº 25. “Art. 422: o art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio 
da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual”. 
Enunciado nº 26. “Art. 422: a cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz 
interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a 
exigência de comportamento leal dos contratantes”. 
Enunciado nº 27. “Art. 422: na interpretação da cláusula geral da boa-fé, deve-se levar em conta o sistema 
do Código Civil e as conexões sistemáticas com outros estatutos normativos e fatores metajurídicos”. 
Enunciado nº 168. “Art. 422: O princípio da boa-fé objetiva importa no reconhecimento de um direito a 
cumprir em favor do titular passivo da obrigação”. 
Enunciado nº 169. “Art. 422: O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do 
próprio prejuízo”. 
Enunciado nº 170. “Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações 
preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato”. 
Enunciado nº 363. “Art. 422: Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a 
parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação”. 
Enunciado nº 371. “A mora do segurado, sendo de escassa importância, não autoriza a resolução do 
contrato, por atentar ao princípio da boa-fé objetiva”. 
Enunciado nº 409. “Art. 113: Os negócios jurídicos devem ser interpretados não só conforme a boa-fé e os 
usos do lugar de sua celebração, mas também de acordo com as práticas habitualmente adotadas entre as 
partes”. 
Enunciado nº 412. “Art. 187: As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma situação jurídica 
subjetiva, tais como supressio, tu quoque, surrectio e venire contra factum proprium, são concreções da 
boa-fé objetiva”. 
Enunciado nº 413. “Art. 187: Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, 
destinada ao controle da moralidade social de determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância da 
violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva”. 
 
O duty to mitigate the loss (dever de mitigar as perdas) proíbe que a parte permita 
o agravamento do próprio prejuízo com o objetivo de obter vantagem. Ilustrando, não 
pode o banco ficar inerte diante do inadimplemento do devedor, para que com isso a 
dívida, em razão dos altíssimos juros, atinja patamares estratosféricos. 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 2016.1 
PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
Enunciado nº 414. “Art. 187: A cláusula geral do art. 187 do Código Civil tem fundamento constitucional nos 
princípios da solidariedade, devido processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a todos os ramos do 
direito”. 
Enunciado nº 432. “Art. 422: Em contratos de financiamento bancário, são abusivas cláusulas contratuais de 
repasse de custos administrativos (como análise do crédito, abertura de cadastro, emissão de fichas de 
compensação bancária, etc.), seja por estarem intrinsecamente vinculadas ao exercício da atividade 
econômica, seja por violarem o princípio da boa-fé objetiva”. 
Princípio do Equilíbrio Econômico do Contrato 
 Este princípio se conecta de modo umbilical à diretriz geral de “justiça contratual”, 
embora esta expressão não deva ser tomada como sinônimo perfeito de “equilíbrio contratual” 
em razão do alcance mais amplo da primeira.21 Tem por substância a busca da equivalência 
entre os ganhos e encargos impostos às partes pelo negócio, de modo a evitar que uma delas 
aufira vantagens desmesuradas em detrimento da outra (dimensão interna da função social 
do contrato). 
 Na moderna concepção de contrato sob a lente constitucional, a justiça contratual “diz 
respeito à proporcionalidade na valoração do conteúdo do negócio jurídico, com ênfase na 
paridade e na distribuição equitativa de riscos”. Manifestação legal do princípio em tela se 
abriga no art. 157 do Código Reale, que viabiliza a revisão ou até mesmo a extinção do 
negócio pela figura da lesão. 
Princípio da Interpretação mais Favorável ao Aderente 
 A partir do novo Código Civil de 2002, “houve forte aproximação principiológica entre 
esse Código e o Código de Defesa do Consumidor, no que respeita à regulação contratual, 
uma vez que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos” (Enunciado 
167 das Jornadas de Direito Civil). 
 
21 FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: contratos. 
2. ed. Salvador: Juspodivm, 2012, vol. 4. p. 228. 
CURSO: DIREITO 
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PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
 Isso fica bastante claro no que tange ao contrato de adesão. Como esclarecido antes, a 
presente massificação das relações negociais construiu um cenário de ampla proliferação 
desta espécie contratual, em que o teor do ajuste é redigido exclusivamente por uma das 
partes (predisponente), enquanto a outra (aderente) apenas decide por sua aceitação. 
Naturalmente, esse quadro favorece a introdução no contrato de cláusulas leoninas, iníquas, 
abusivas em favor do predisponente.22 
 Atento a essa realidade, o Código do Consumidor, em vigor desde 1990, estabeleceu: 
“As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor” (art. 
47). Esta diretriz foi ratificada na Lei Substantiva Civil, ao assinalar que “quando houver no 
contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação 
mais favorável ao aderente” (art. 423). 
ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
Enunciado nº 171. “Art. 423: O contrato de adesão, mencionado nos arts. 423 e 424 do novo Código Civil, 
não se confunde com o contrato de consumo”. 
Enunciado nº 172. “Art. 424: As cláusulas abusivas não ocorrem exclusivamente nas relações jurídicas de 
consumo. Dessa forma, é possível a identificação de cláusulas abusivas em contratos civis comuns, como, 
por exemplo, aquela estampada no art. 424 do Código Civil de 2002”. 
Enunciado nº 364. “Arts. 424 e 828: No contrato de fiança é nula a cláusula de renúncia antecipada ao 
benefício de ordem quando inserida em contrato de adesão”. 
Enunciado nº 370. “Nos contratos de seguro por adesão, os riscos predeterminados indicados no art. 757, 
parte final, devem ser interpretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759 e 799 do Código Civil e 1º, 
inc. III, da Constituição Federal”. 
Enunciado nº 430. “Art. 416, parágrafo único: No contrato de adesão, o prejuízo comprovado do aderente 
que exceder ao previsto na cláusula penal compensatória poderá ser exigido pelo credor 
independentemente de convenção”. 
 
 
22 Exemplos: “É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a 
internação hospitalar do segurado” (Súmula 302 do STJ); “Em contratos de 
financiamento bancário, são abusivas cláusulas contratuais de repasse de custos 
administrativos (como análise do crédito, abertura de cadastro, emissão de fichas de 
compensação bancária, etc.), seja por estarem intrinsecamente vinculadas ao 
exercício da atividade econômica, seja por violarem o princípio da boa-féobjetiva” 
(Enunciado nº 432 das Jornadas de Direito Civil CJF/STJ). 
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PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
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NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
 Contrato: definição e evolução histórica 
 
 Princípios 
- Autonomia Privada 
 A crise da expressão “autonomia da vontade” 
 Personalização do direito privado 
 Dirigismo contratual 
 Contratos de adesão 
 Marketing de consumo 
 Liberdade de contratar e liberdade contratual: limitações 
 
- Força Obrigatória dos Contratos (Pacta sunt Servanda) 
 Evolução histórica 
 Relativização: a revisão judicial dos contratos 
 
- Função Social do Contrato 
 Previsão legal: Art. 421 do CCB 
 Nat. Jur.: cláusula geral de ordem pública (Art. 2035 do CCB) 
 Superação do princípio da relatividade dos efeitos contratuais 
 Eficácia interna e externa 
 Relevância da causa e objeto do contrato  tutela dos interesses 
existenciais > patrimoniais 
 Outros princípios relacionados: 
 Vedação ao abuso de direito (art. 187 do CCB) 
 Vedação ao enriquecimento sem causa (art. 884 do CCB) 
 
 
 
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PROFESSOR: ADRIANO COSTA 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III – CONTRATOS 
 
NOTA 
DE 
AULA 
Nº 1 
 
 
 
- Boa-Fé Objetiva 
 Previsão legal: Art. 422 do CCB  proteção da confiança 
 Boa-fé subjetiva (CC/16) versus Boa-fé objetiva (CC/02) 
 Funções de interpretação/integração do contrato (art. 113 do 
CCB) e controle (art. 187 do CCB) 
 Quebra dos deveres anexos ou laterais  violação positiva do 
contrato 
 Responsabilidade pré e pós-contratual 
 Projeções concretas da boa-fé objetiva 
 Venire contra factum proprium 
 Supressio/Surrectio 
 Tu quoque 
 Exceptio doli 
 Duty do mitigate the loss 
 
- Equilíbrio Econômico do Contrato 
 Justiça contratual  dimensão interna da função social do 
contrato 
 Exemplo de aplicação: art. 157 do CCB (lesão) 
 
- Interpretação mais favorável ao aderente 
 Previsão legal: Arts. 47 do CDC e 423 do CCB 
 Diálogo de fontes entre o CCB e o CDC

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