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Interlocução Entre Brincar e Ensinar

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FACULDADE CORPORATIVA CESPI - FACESPI
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
CURSO DE LUDOPEDAGOGIA E LITERATURA INFANTIL
A CONTRIBUIÇÃO DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO: INTERLOCUÇÃO ENTRE O BRINCAR E O ENSINAR 
CARLA ALESSANDRA NASCIMENTO
ESTÂNCIA TURÍSTICA DE PIRAJU
2018
CARLA ALESSANDRA NASCIMENTO
A CONTRIBUIÇÃO DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO: INTERLOCUÇÃO ENTRE O BRINCAR E O ENSINAR 
ESTÂNCIA TURÍSTICA DE PIRAJU 
2018
A CONTRIBUIÇÃO DA BRINCADEIRA NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO: INTERLOCUÇÃO ENTRE O BRINCAR E O ENSINAR 
CARLA ALESSANDRA NASCIMENTO
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
ORIENTADOR: ........................................................................
__________________________________________________
PROFESSOR: ...........................................................................
__________________________________________________
PROFESSOR: ...........................................................................
RESUMO
Esta pesquisa analisa o ato de brincar, os jogos e brincadeiras como aliados no processo do desenvolvimento cognitivo da criança. As Instituições de Ensino no Brasil, ainda enfrentam muitos desafios e obstáculos a serem superados. A falta de escolas bem estruturadas, de formação e qualificação profissional são consideradas barreiras a serem transpostas. Os jogos e brincadeiras fazem parte da vida das crianças, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde a realidade e faz-de-conta se confundem. O lúdico está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar, de transformar o mundo. Entretanto, dentro do cenário educacional brasileiro observa-se que as escolas não dão o devido valor ao brincar. Nas Instituições Escolares as atividades lúdicas são pouco exploradas, e, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado o valor que elas merecem. O objetivo principal dessa pesquisa é o de promover uma análise crítica sobre a importância das brincadeiras realizadas no ambiente escolar. Discute-se o relevante papel das brincadeiras para proporcionar a inclusão nas salas de aula regulares, além de estabelecer a íntima ligação existente entre o brincar e o aprender.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
06
1. ASPECTOS DESTACADOS DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
08
1.1. Apontamentos sobre o processo educacional
09
1.2. O elo entre a teoria e prática e o ensino-aprendizagem
16
1.3. As Brincadeiras e a Educação
23
2. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO
28
2.1. A prática Ludoeducativa
28
2.2. O Brincar no Desenvolvimento Infantil
35
CONCLUSÃO
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
42
INTRODUÇÃO
As discussões sobre a importância do brincar na educação não são recentes. A preocupação com o jogo, brinquedo e brincadeira é muito antiga. Segundo esta autora, as discussões acerca da importância do brinquedo na escola surgiram, mais precisamente, na antiga Roma e na Grécia, porém não se discutia ainda o jogo como recurso para o ensino de conteúdo, tais como leitura e cálculo.
O nascimento do sentimento de infância, que reconhecia esta como uma fase diferenciada da vida, e o florescimento da Psicologia infantil, possibilitam o entendimento acerca da importância do ato de brincar para o desenvolvimento da criança. Os primeiros estudos neste sentido foram feitos por Piaget (1896-1980) e Vygotsky (1896-1934), cujos estudos contribuíram, então, para o tratamento relativo a preocupação com o brincar na escola e análise sobre quais seriam os benefícios que a brincadeira teria no desenvolvimento da criança.
O sentimento de infância que se tem hoje surgiu devido às várias mudanças no modo de agir e pensar da sociedade. O sentimento de infância não se relaciona apenas com a afeição e sim com a consciência da particularidade infantil. Esse sentimento é resultado de duas ações por parte do adulto: preservar a criança da corrupção e fortalecê-la, ou seja, manter sua inocência e desenvolver seu caráter e sua razão. E, assim, a mudança na forma de se conceber a infância, traz mudanças também em todas as coisas que compõem o universo infantil, entre elas, importância dada à brincadeira. 
A brincadeira, que durante muitos séculos faz parte da vida cotidiana das pessoas, fossem estas adultas ou crianças, passa a ser entendida como uma atividade quase que exclusiva da criança. Estudos são realizados no sentido de demonstrar o valor e benefício destas para o aprendizado e o desenvolvimento infantil. Estando o desenvolvimento humano ligado ao contexto sociocultural, o que significa que não podemos considerá-lo como algo fixo e que se possa prever, pois no decorrer da interação social, o indivíduo estará num processo dialético de desequilíbrios e equilíbrios, visando sua adaptação ao meio. Deve-se também levar em consideração que o meio ambiente social está em constante mudança, daí a importância das escolas e professores estarem sempre atualizados e buscando formações para poder mediar com qualidade a relação de seus alunos com o meio.
Para Vygotsky (1996), os fatores biológicos só têm preponderância sobre os sociais no início da vida, quando o bebê humano passa por um longo período de dependência dos adultos. Aos poucos, a interação com o grupo social proporcionará à criança, contato com objetos e significados de sua cultura, sendo o adulto, o mediador. Brincar é a fase mais importante da infância, como dissemos anteriormente, brincando a criança experimenta, desenvolve, inventa, organiza, constrói normas e regras, resolve problemas e conflitos, etc. Se a escola de Educação Infantil não proporcionar momentos para brincar, ela terá matado essa função vital para o ser humano que é o ato de brincar.
É essencial que a escola proporcione a seus alunos, em especial aos portadores de deficiência, um ambiente físico onde eles se sintam protegidos e acolhidos e, ao mesmo tempo, seguros para se arriscarem e viverem desafios. Quanto mais rico e desafiador é esse ambiente, e quanto melhor for a mediação por parte dos professores (promovendo questões e atividades interessantes), maior será a possibilidade de as crianças ampliarem o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que a cerca. Diante dessas premissas, o quadro que se forma é bem claro: o espaço e o tempo de brincar ultrapassam, em muito, a limitada concepção do recreativo, do lazer. Eles devem entrar de forma decisiva na composição do projeto pedagógico das escolas e, contribuir para que os alunos possam vivenciar, de maneira lúdica e agradável, desafios possíveis de serem vencidos que instiguem a curiosidade e a descoberta e favoreçam a alegria e a autoestima, tão preciosos nessa fase do desenvolvimento infantil. 
O brinquedo oferece à criança, experiências variadas que aliam matéria e representação. Ele faz parte do conjunto de suportes pelos quais uma cultura é transmitida às crianças, diferenciando-se dos outros suportes culturais pela relação ativa introduzida pela criança. Quando Vygotsky fala em brinquedo, ele refere-se especificamente à brincadeira de “faz-de-conta”, também conhecida como brincadeira simbólica, tão presente no mundo infantil.
CAPÍTULO I
1 ASPECTOS DESTACADOS DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM 
Observa-se que para muitos ainda predomina a escola tradicional, que segundo Carraher (1990), a escola ou tendência tradicional é aquela que se utiliza de técnicas para codificar/decodificar a escrita e tende a considerar a criança como diferente do adulto num ponto onde ela assemelha-se a ele.
Outra tendência é a educação liberal renovada não-diretiva, cuja postura se preocupa mais com as questões psicológicas do aluno do que as pedagógicas e sociais, pois a escola atua de forma mais acentuada na formação de atitudes. Segundo Luckesi (1994, p. 59):
Rogers considera que o ensino é uma atividade excessivamente valorizada; para ele os procedimentos didáticos, a competência na matéria as aulas, livros, tudo tem muito pouca importância, face ao propósito de favorecer à pessoa um clima de autodesenvolvimentoe realização pessoal, o que implica estar bem consigo próprio e com seus semelhantes.
Para o aluno é importante conhecer os resultados de seu empenho e esforço, não só pela satisfação da aprendizagem, mas, especialmente, pelo significado que tem o conhecimento de suas capacidades para futuras aprendizagens. As atividades avaliativas contribuem para o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos. Através da análise dos resultados, o aluno tem mais uma oportunidade de aprendizagem. Estes momentos muitas vezes são os mais significativos para o aluno, pois, ao enfrentar o desafio de ter que resolver determinados problemas sozinho e verificar que não consegue, ele sente a necessidade de saber, assim busca soluções. Desse modo proporciona crescimento ao aluno em nível intelectual, também as dimensões sociais e moral do seu desenvolvimento são influenciadas pelos seus sucessos e fracassos.
A discussão sobre resultados propicia um bom relacionamento entre professor e aluno e entre os colegas, favorecendo o desenvolvimento da sociabilidade, da autoconfiança, do respeito mútuo entre todos os participantes do processo. Estas atitudes, por sua vez, favorecem o desenvolvimento da cognição, pois predispõem à aprendizagem. O aprendiz tem necessidade de conhecer suas possibilidades para poder situar-se em relação ao que está sendo proposto e buscar novos caminhos para construir novas estruturas. 
1.1
Apontamentos sobre o processo educacional
O professor é um educador. A avaliação é importante para ele, pois os resultados de seus alunos poderão contribuir para uma análise reflexiva, no sentido de avaliar a eficácia de seu desempenho. A partir desses resultados, o professor tem a possibilidade de melhor compreender as formas de aprendizagem dos alunos e seu processo. As informações que o professor obtém no decorrer do processo auxiliam-no a modificar gradativamente seu parecer sobre o aluno, em relação às suas potencialidades e suas limitações, sem esquecer que cada estágio de desenvolvimento e de conhecimento dos indivíduos é provisório. Com base na análise dessas informações e da conduta do aluno, é possível ao professor formular hipóteses sobre o próprio processo de ensino e aprendizagem e sobre as etapas de desenvolvimento de cada um dos alunos.
Assim, a construção de uma cultura de avaliação que remeta o sujeito á condição de ser pensante, ativo, crítico; e que proporcione o aprimoramento do rendimento escolar; só se tornará possível, se fizer parte do compromisso ético, cultural, social, político, filosófico, afetivo, individual dos sujeitos envolvidos no processo, de tal maneira que a avaliação cumpra o seu papel social e ético na democratização da educação. É função da escola, portanto, desenvolver os mecanismos estruturantes da criança, para que modificando seus sistemas de organização e compreensão da realidade, possa alcançar o equilíbrio superior. A avaliação mediadora possui dinâmica própria não sendo possível a previsão de todos os seus passos e tempos devido aos ritmos e condições diferenciados de aprendizagem. 
As concepções de aprendizagem, atualmente apontam para o professor avaliador capaz de propor ações diferenciadas, além de aprender a investigar o inesperado o inusitado, isso conduz à necessidade do professor fazer leituras constantes e intensas das situações vividas pelos alunos, perceber as diferentes mensagens e fazer provocações adequadas ao momento e a possibilidade de cada um. Portanto torna-se incoerente em um trabalho pedagógico que utiliza a avaliação mediadora, se conferir notas e conceitos às atividades de pesquisa, trabalhos em grupos, ou em qualquer atividade e tarefas propostas, pois nesses momentos de troca, de análises de concepções etc.,
A avaliação é o elemento que perpassa todo o processo, fazendo uma interligação entre os diferentes momentos da ação pedagógica. Para que o professor possa estabelecer seus objetivos e metas, ele tem de conhecer as condições de seus alunos, necessitando de informações anteriores ao processo, que servirão de subsídios para fazer um diagnóstico da real situação do grupo. Um dos grandes problemas da avaliação é que ela é feita desvinculada dos demais elementos. A escola exige um “resultado” e o professor passa a preocupar-se com a avaliação apenas com a função de controle, descaracterizando a finalidade da educação. Avalia-se para atribuir um resultado e o aluno estuda para obter uma nota. A consequência deste ciclo é o temor que os estudantes têm de avaliações e, especialmente, de testes escolares. Através da análise do desempenho dos alunos, o professor faz um diagnóstico de cada um em relação aos conhecimentos já sistematizados e àqueles que necessitam ser retomados. A avaliação cumpre a função pedagógica de possibilitar - ao professor e ao aluno - a identificação do que deve ser feito para redirecionar a caminhada.
De acordo com as afirmações de Oliveira (1996), planejar faz parte do cotidiano de todas as pessoas, pois todas de maneira indistinta planejam suas ações posteriores. Portanto, faz-se necessário também um planejamento acerca da educação infantil, já que lecionar para crianças trata-se de uma função complexa que requer certo grau de preparo e paciência. Planejar pode ser conceituado como uma forma de interferir na realidade para assim modificá-la, de modo que possa ser realizada uma tarefa de forma prática e sistematizada. 
O plano é extremamente necessário para que se possam direcionar as ações do professor, tomando as decisões necessárias apoiadas na realidade da situação, para que assim, o professor não possa ser surpreendido por qualquer imprevisto ocorrido em sala de aula. Através do planejamento o professor tem o desempenho de suas funções facilitadas, sendo por meio desta que o educador pode encontrar questionamentos e soluções cabíveis para as mesmas, traçando assim suas metas, através de estratégias de ensino.
Existem várias formas alternativas de ensinar crianças, pois com formas diferentes os alunos em muitas situações encontram uma maior facilidade para armazenar a matéria, melhorando dessa forma o seu aprendizado e o desempenho do professor em sua profissão. Essas formas de aprendizado podem ser feitas pela observação de brincadeiras das crianças, no conhecimento infantil, na organização do ambiente de aprendizado, na exploração dos meios de comunicação e no registro de dados observados nos alunos. É quando os professores observam as crianças em sua naturalidade, ou seja, em seu mundo expondo suas emoções e fantasias, dessa forma o professor pode mostrar que existem regras que devem ser seguidas, através de brincadeiras de faz de conta, que incentiva as crianças ao desenvolvimento psicológico e crítico. É o próprio interesse e não a professora, o que impulsiona a atividade da criança. (MACIEL, 1999). 
Trata-se de observar sua faixa evolutiva, suas características e necessidades de tarefas livres, metodologia ativa, conteúdos significativos e estudos psicogenéticos sobre a relação e o desenvolvimento das crianças de acordo com a brincadeira. Uma vez que for ensinado tudo a criança, pode ser impedido que ela realize as suas descobertas e as concretize com a sua aprendizagem.
Contudo, é importante ressaltar que isso não exclui a ação do professor, pois segundo Maciel (1999), há tarefas que uma criança não será capaz de fazer sozinha sem a ajuda de alguém, mas tornar-se-á capaz de realizá-la se lhe forem dadas às instruções, demonstrações, pistas e assistências adequadas. A essa capacidade de realizar tarefas com a ajuda de alguém elevou a criança ao nível máximo de seu potencial. 
Portanto, essa opção não exclui os professores, mas sim os integra aos alunos. Deve-se, pois, transformar a sala de aula em um local divertido, fazendo com que tenha a participação das crianças em jogos e brincadeiras, mas essas brincadeiras e jogos devem apresentar alguma forma de dificuldade para que a criança possa sempre estar superando limites e adquirindo conhecimentos. Em um jogo, podem ser desenvolvidas muitas espéciesde questionamentos, expansão de vocabulário, regras de convivência e estimulação de raciocínio. Além de que através desses se pode trabalhar a questão das formas, de cores e sequências numéricas. 
O ambiente é fator sucessivamente presente na vivência humana. Grande parte dos procedimentos dos indivíduos envolve a influência mútua com o espaço e no espaço, desde atividades simples como se alimentar e vestir-se até atividades mais complexas como definir um percurso na cidade. Na discussão do papel do ambiente no desenvolvimento infantil, a literatura dentro da área das relações pessoa-ambiente esclarece que a qualidade de vida da criança exige uma abrangência ecológica de seus comportamentos e a otimização das relações com o ambiente, e uma preocupação com a definição de lugares que contribuam para a formação da identidade pessoal, das aptidões e competências individuais. 
Observa-se ainda que a psicologia educacional trata da análise de assuntos relacionados ao ensino e à aprendizagem e tem por estudo a motivação e os interesses do aprendiz, a aprendizagem e suas formas, a atenção e a memória, a transferência e as medidas usadas para avaliar a aprendizagem. Aborda problemas como a hereditariedade, o ambiente, as diferenças individuais, o desenvolvimento dos interesses, as teorias da aprendizagem, a classificação, compreensão e orientação dos educandos, as técnicas modernas de ensino e conhecimento da personalidade do educando, etc. A experiência educativa também oferece dados importantes, que são analisados e incorporados ao conjunto daqueles recolhidos à psicologia geral e de outros ramos dessa ciência. A preocupação com os problemas voltados para a educação é muito antiga e o interesse pelos problemas psicológicos existentes no processo educativo já existia entre alguns filósofos gregos desde a antiguidade.
De acordo com Gates (1948), por volta de 1920 que a psicologia educacional começou a ganhar uma forma definida, em virtude de novos conceitos e métodos na Psicologia e o surgimento de novos objetivos e necessidades na educação, um exemplo disso é a descoberta feita pelos psicólogos das possibilidades da educação, tanto nas escolas pré-primárias como nas diversas áreas de atividades dos adultos. A Educação junto com a Psicologia, assim como a Psicanálise, Filosofia e Linguística, entre outras ciências, se ligam para compartilhar na resolução de problemas que podem passar a existir dentro do contexto educativo; todas passam a considerar esse contexto, os fins da educação e as dificuldades dos meios para realizá-la, fazendo com que o aluno chegue à categoria de sujeito do conhecimento, implicando na solução das estratégias pedagógicas que sejam adequadas, levando em consideração a liderança, o diálogo, a visão, o pensamento e uma ação como colunas de sustentação de uma organização dinâmica, responsável e humana.
Não é necessário apenas conhecer a ação, mas também orientá-la, associando o trabalho de acompanhamento de método didáticos à resolução de problemas relacionados a adaptação escolar, sendo que estes podem ser caracterizados bem como aqueles que surgem da relação, da influência mútua entre as pessoas e entre elas e o meio que vivem, aparecendo em função de discordância entre a pessoa e as circunstâncias do ambiente. Essas discordâncias podem seguir modalidades patológicas, que solicitam de direções específicas que podem ir além do espaço escolar.
A aprendizagem é um fenômeno da natureza que solicita explicações. Como diz Hilgard (1973), os cientistas caracterizam-se por uma insaciável curiosidade no que diz respeito aos fenômenos naturais. Os da aprendizagem, como todos os demais, requerem explicações, quando se deseja conhecer melhor as relações entre um organismo e o seu ambiente. E os cientistas acham que podem ser dadas explicações a respeito dos fatos de aprendizagem.
A aprendizagem é de extrema importância do ponto de vista prático. Ela é o tema central da Psicologia. É a justificativa prática dessa ciência. É especialmente em função da aprendizagem que se estuda o desenvolvimento do comportamento infantil os tipos de experiências das crianças. No convívio escolar, professores e educadores voltados à uma ação pedagógica deve consistir basicamente na transformação da maneira de comunicar os conhecimentos, de formar personalidades. É necessário que se estude de modo diferente as relações do mestre e do aluno, do responsável e de seu grupo. 
A profissão pedagógica fundamenta-se nas relações existentes entre os indivíduos. Em toda e qualquer profissão social pode ser encontrada esta relação entre as pessoas, assim como existe no meio escolar. No entanto, a relação pedagógica (professor-aluno) fica sendo uma relação privilegiada pelo simples fato de que é fundada mais sobre as funções de quem acompanha, do que nas funções de quem comanda.
A ação psicopedagógica na instituição escolar propõe dar força em sua identidade, assim como procurar o resgate das raízes dessa instituição, no mesmo instante em que busca harmonizá-la com a realidade que está sendo vivida no período atual, procurando adaptar essa escola às reais ações da sociedade, pois é considerado que a escola é grande responsável pela quantia significativa da formação do ser humano. 
A Psicopedagogia tem por estudo um processo de aprendizagem humana e seus enigmas, trazendo com ela um caráter que pode ser chamado de preventivo e terapêutico. Pode atuar de forma preventiva não somente no meio escolar, mas também no meio familiar e social, e tem por objetivo explicar sobre as diferentes fases do desenvolvimento, para que assim possam ter a compreensão e o entendimento de suas características. Tem uma extraordinária função de socializar os conhecimentos que estejam disponíveis e também promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de normas de conduta implantadas num extenso projeto social. De forma terapêutica, a psicopedagogia tem que planejar analisar, identificar e também intervir por meio das etapas de tratamento e diagnóstico.
É de extrema importância ressaltar que a Psicopedagogia em geral é avaliada como uma ciência que presta auxílio às crianças que possuem dificuldades de aprendizagem. É conhecido de todos que o fato de dificuldades ou distúrbios pode ocorrer em qualquer circunstância da vida e, assim sendo, a Psicopedagogia não distingue idade ou sexo para o atendimento.
Observa-se que a Política Educacional Brasileira defendida pela Constituição de 1988, afirma que todas as crianças entre a faixa etária de 7 até 14 anos possuem o direito à educação, sendo esta obrigatória e gratuita. Em contrapeso os dados estatísticos nos apresentam outra realidade bem diferente, nem todas as crianças dessa idade são frequentes nas escolas e não estão aprendendo como se deveria realmente, dessa forma não está sendo aplicado a elas um nível de educação necessário de acordo com as demandas futuras, sejam de forma social ou dentro da adaptação psicossocial implantada dentro da escola.
São inúmeros fatores preocupantes que assombram os registros de avanços na área de educação, dois desses fatores que se destacam são: a evasão e a famosa repetência. Centros de pesquisas indicam que o Brasil possui uma das maiores expectativas de crianças repetentes que ingressam no ensino fundamental, entre os 16 países subdesenvolvidos que foram analisados. Outro fator que há grande preocupação, já citado, é a evasão, o índice de abandono das escolas é cada vez maior, sendo que muitos não chegam nem a concluir o primeiro passo da educação do ensino fundamental, sendo estes os analfabetos que existem em nosso país.
O que o Sistema Educacional Brasileiro realmente precisa é de uma grande mudança, já estão em andamento medidas que diminuem os altos índices de repetência e que corrigem a distorção idade-série nas escolas, criações de projetos com o intuito de oferecer melhorias aos alunos, investimentos do governo para a educação, entre outras modificações que só visam o avanço do país. É de conhecimento de todos que só existe progresso emuma nação se houver uma educação de qualidade para a população, é imprescindível que haja mais investimentos na área da educação para que assim possam surgir profissionais bem qualificados.
Existe uma grande necessidade de o profissional voltado para a área da educação ter um maior aperfeiçoamento para que ele possa ter uma compreensão sobre a aprendizagem baseada no diálogo entre as várias disciplinas que envolvem a escola, isso acontece com a Psicopedagogia, em que o psicopedagogo é outro profissional, que possui outro referencial, tendo outro conhecimento e outro ponto de vista sobre a educação.
Esses problemas que foram citados relacionados à educação envolvem a aprendizagem na escola e reforçam a ideia de que a necessidade da presença do psicopedagogo dentro desta é de total importância, seu papel dentro dela é trabalhar de forma que auxilie os professores dentro da sala de aula e, sobretudo que tenha uma maior atenção em relação às crianças que possuem problemas voltados à aprendizagem, impedindo dessa forma mais uma frustração escolar nesses alunos o que causa mais empecilhos em seus passos em direção ao progresso. Deste modo, a regulamentação da profissão do psicopedagogo colabora infinitamente para a percepção satisfatória dos fins que a Educação possui e da finalidade da escola, permitindo uma ação que revolucione o meio escolar.
Analisando a avaliação escolar como objeto – de natureza estritamente docimológica, pedagógica e a natureza sociológica – de autônoma da sua historicidade e das relações interpessoais que lhe dão origem, seriam perfeitamente absurdas, por que as "disciplinas compõem o universo das ciências sociais que contêm dupla dimensão técnica (sistema de medidas) e moral (sistema de valores), que é extremamente difícil a dissociação completa” (CORCUFF, 1999, p.130). É preciso buscar entender a um conjunto de atores que contribuem para o estudo sucesso ou fracasso do aluno para o mérito ou descrédito do professor, tendo em vista serem estes os principais agentes envolvidos nesta problemática. 
A importância no sistema de ensino da avaliação define todo o conjunto de regras do mesmo ou determina a sua finalidade, ou seja, todos os agentes envolvidos no sistema trabalham e cooperam para que o final de tudo possa haver harmonia entre os mesmos. Desta forma funcionando de certa maneira como forma de legitimar o sistema que é montado sobre um conjunto de regras e normas, de modo a responder os anseios da sociedade que espera da escola cidadãos com qualificação adequada para assumir os papéis que a mesma oferece. 
Mas o que é e para que existe a Escola? As respostas devem considerar aspectos tais como a natureza e o papel da Escola na sociedade, bem como os objetivos maiores do trabalho por ela desenvolvido. Segundo Domingos et al (1986, p. 117), “para Bernestein, a escola é um corpo social delimitado onde existe uma ordem social e que, através de uma ritualização” mais ou menos profunda, “garante a manutenção dessa ordem, assegurando assim a continuidade enquanto distinto (aparente neutralidade e auto reprodução) ”. Assim sendo ela:
- Atua como fonte de alteração social, cultural e profissional;
- Modifica a identidade das crianças e transforma a natureza das suas relações com a família;
- Posição social da família - condiciona o envolvimento inicial na escola - condiciona o sucesso escolar. 
A Escola, em seus diversos níveis, tem sido caracterizada como a instituição encarregada pela sociedade de prover para crianças e jovens a educação formal, sistemática, regulamentada pelo Estado, e à qual todos os cidadãos têm direito. A educação oferecida por ela já foi chamada de instrução e, mais recentemente, tem sido chamada de ensino, em contraposição à expressão educação, definida como um processo mais amplo, que inclui o informal e o assistemático, de construção de comportamentos, para o qual concorre a sociedade como um todo e o conjunto de suas instituições, a Escola entre elas.
1.2
O elo entre a teoria e prática e o ensino-aprendizagem
É preciso garantir a quantidade e qualidade de ensino. A escola é um espaço social na construção de conhecimentos que forma seres capazes de adquirir e desenvolver novas competências, ou pelo menos deveria ser. O que se pode observar é que a prática alfabetizadora vem acontecendo de forma rápida e simples e direcionando-se muitas vezes para o consumismo. O educador precisa ser um pesquisador em sala de aula, observar os avanços e as dificuldades apresentadas pelos seus alunos de forma que os instigue para que também sejam pesquisadores e que descubram fatos por meio da experimentação e os relacione com a vida cotidiana. 
É imprescindível que haja na formação do educador uma base teórica sólida, afinal alfabetizar não é fácil. É preciso organizar propostas didáticas eficazes. Também é preciso considerar que teoria pedagógica é um processo contínuo, o que também descarta a possibilidade de um preparo acabado de professores em educação, ou seja, a formação do educador é uma caminhada ininterrupta. O sistema educacional precisa ser uma oficina permanente de construção do pensamento pedagógico, que se dá na convergência entre a reflexão organizada sobre o dia-a-dia dos professores e o acúmulo dessas reflexões nas ideias já sistematizadas e socializadas das teorias disponíveis. 
A escola é um sistema social que deriva da interação de agentes individuais composta por uma rede de grupos culturais diferentes que se interage de forma sincrônica dentro do espaço e do tempo escolar. A variedade de culturas demanda um trabalho de articulação e integração para que ações individuais auxiliem precisamente no alcance e manutenção dos objetivos pedagógicos da escola. Além desse trabalho é prioritária a integração do aluno - professor, professor - professor, família - comunidade escolar. Acredita-se que estes fatores sejam necessariamente suficientes para definir que compete ao gestor, seja ele o diretor ou o especialista, o papel de mediador de conflitos, de qualquer espécie. Desempenhando atitudes e ou atividades que evidenciem a integração entre as pessoas em dimensões políticas, pedagógicas e administrativas.
É inegável que a escola é a instituição que tem mais responsabilidades de socialização sobre os jovens, a seguir à família. A escola é um agente fundamental na socialização da criança. Com a entrada da criança na escola, entra num contexto social mais amplo e diferenciado. Depois da família é a escola que exerce a influência máxima também na transmissão dos valores, da cultura e das tradições sociais. Contudo, em face de uma fortíssima crise que afeta a família, tem-se vindo a assistir a uma diminuição acentuada de responsabilidade para a qual está vocacionada. Dentro de uma sociedade em mudança, novas funções sociais da família, da escola, do grupo de pares, do trabalho e, de uma forma geral, dos valores inerentes à vida social, apresentam-se. Assim, a tarefa de educar torna-se menos responsabilidade específica da Escola e mais responsabilidade difusa da sociedade. Isso significa que a Escola, como parte da comunidade educativa, que inclui outras instituições e organizações que educam e aprendem, precisa atuar não como detentora do monopólio de educar e sim como parte integrante de uma sociedade educante, na qual deve desempenhar um papel de liderança.
No que concerne ao propósito maior da ação educacional da Escola, tem-se como ideal inconteste a formação do educando. Pretende-se com isso que o educando adquira um repertório básico, fundado em objetivos cognitivos, afetivos e comportamentais referidos a uma perspectiva humanística e crítica. Censura-se irrefletidamente a instrução e o treinamento como formas menores e desumanizantes da atividade educacional e exalta-se a formação como sua vertente superior, mais elaborada e a única que mereceria ser considerada. No entanto, a palavra "formar" sugere algo estático e acabado, tendo, segundo alguns, a conotação de "dar forma" ou "colocar-se em forma", ideia que contraria o dinamismo da sociedadeem mudança, que a educação deve acompanhar, e aliena o sujeito da aprendizagem, rebaixado a categoria de objeto.
De qualquer modo o conceito essencial para a educação é o de desenvolvimento, não o de formação. "Formação" indica um esforço exterior ao sujeito que aprende e limitado a um determinado período. "Desenvolvimento" é ação contínua centrada no sujeito e não limitada no tempo. A "formação" faz sentido no contexto da sociedade industrial, em que as diversas fases da vida são nitidamente separadas em razão de funções e propósitos estanques. A juventude é o período de estudo e formação, a idade adulta é o de trabalho e produção, a velhice, de descanso e aposentadoria. Com o advento da sociedade pós-industrial essas fases começam a se sobrepor e estudo, trabalho e lazer tendem à integração e à interdependência. A educação torna-se contínua, permanente, no trabalho, no lazer, para toda a vida. Educação é movimento e aprendizagem é mudança. No limite, educação é vida. Em ambas é importante o processo de descoberta, a busca por identidade e significado. Nessa perspectiva, a educação escolar não é uma preparação para a vida ou formação, mas a própria vida. A sua peculiaridade é o fato de propiciar vida em situação controlada, protegida, com poucos riscos, em que o aprender é experiência vivenciada, refletida e orientada.
O foco dos serviços educacionais escolares é oferecer condições para que as pessoas aprendam. No entanto, a cultura escolar ainda cultiva, em grande parte, o ensino como tarefa central. “Esse ensino quase nada tem a ver com o processo de aprendizagem ou, na melhor das hipóteses, é apenas parte dele” (CRUZ, 1990, p. 32). De um modo geral, malgrado o empenho dos seus profissionais, a prática pedagógica da escola tem sido fisiológica e burocrática, desconsiderando os avanços das ciências e tecnologias ligadas à Educação, mormente da Psicologia da Aprendizagem e da Teoria do Conhecimento.
É notória a reciprocidade existente entre o sistema educativo e sociedade. A escola desempenha dupla função, que comporta contradição. Por um lado, a formar os cidadãos para o futuro, prepara a transformação da sociedade, mas por outro lado, está mais próximo do sistema produtivo, que se modifica lentamente e no qual devem poder inserir-se a fim de encontrar emprego, os jovens que ele tem a seu cargo. Daí a questão principal: quais as relações entre a formação e o emprego?
Para Lahire (1997) é já, tecnicamente possível construir uma escola que reduza sensivelmente o efeito das desigualdades estruturais. Seria, contudo, uma fantasia utópica e perigosa acreditar que seria possível transformar a escola, sem transformar a sociedade. “Se a cultura da escola se destina a fazer parte da consciência da criança, então a cultura da criança tem primeiro de fazer parte da consciência da escola” (DOMINGOS et al, 1986).
Por dois motivos: a primeira, evidente, reside na condição de vida, de habitação, de trabalho, de lazer das classes desfavorecidas, para que tenham alguma possibilidade de beneficiar de um sistema educativo, que, por uma espécie de "discriminação positiva", destinada a reduzir os "handicaps", fosse verdadeiramente concebida para este fim. A segunda, essencial, consiste na ilusão de pretender aplicar um modelo cultural, visando uma real igualdade de oportunidades, a uma sociedade que permanecesse tão hierarquizada e desigual como a atual. Mas sabe-se que a educação é um problema político, no sentido mais amplo do termo e que o projeto de Sociedade deve tê-la em consideração todo o projeto educativo limitado pelas exigências da Sociedade, sendo assim, se faz necessário a mudança simultânea da sociedade e da escola.
A experiência em sala de aula demonstra que uma das atividades mais difíceis que os profissionais têm de enfrentar é a de avaliar os alunos, conferindo-lhes uma nota, além de conferir ao professor legitimidade ao definir a sua posição de poder na relação pedagógica. Como atribuir a alguém uma nota como se fosse um rótulo, uma etiqueta, sem desconsiderar o efeito dessa nota para sua formação, para sua relação com a aprendizagem e com o mundo? Essa nota realmente representava o que o aluno tinha aprendido? O significado e as formas de julgamento e de ação estão em ligação estreita com a experiência acumulada, com as vivências no cotidiano, com o processo de aprendizagem ao longo de uma trajetória social: um misto de experiência passada e de aprendizagem contínua faz reconhecer que desempenhos esperarem dos outros com quem se interage num mesmo quadro.
É possível perceber também que muitas vezes as questões que não tinham conseguido acerto nas provas, eram respondidas corretamente pelos alunos, em conversas informais na sala de aula a confirmar o equívoco do resultado obtido na prova aplicada, além da incerteza sobre a construção da aprendizagem do conteúdo trabalhado. É possível afirmar que uma maior reflexão do professor quanto ao que pretendia avaliar traria maior compreensão aos processos avaliativos que utilizaria, pois, o que realmente se queria avaliar e consequentemente os resultados esperados na aprendizagem se faria presentes no desempenho dos alunos.
Romão (2002, p.74) lembra um ditado que diz que "esquecemos o que ouvimos, decoramos o que lemos e aprendemos o que fazemos". Ou seja, “a escolha da metodologia a ser aplicada vai estar na dependência do perfil das pessoas envolvidas e dos objetivos da prática pedagógica assumida” e “como em geral os grupos não são homogêneos, a aprendizagem deverá levar em consideração a diversidade de ideias, comportamentos, capacidade de assimilação de cada indivíduo antes de abordar o projeto de ensino”.
Ao analisar a prática pedagógica, Cunha (1995) estabeleceu parâmetros com a finalidade de organizar os dados que foram resultantes dos depoimentos dos professores de sua pesquisa. A autora usou como referência os seguintes pontos:
1. As relações que o professor estabelece com o "ser" e o "sentir" (prazer, entusiasmo, exigência, princípios e valores)
2. As relações que estabelece com o "saber" (matéria de ensino, relação teoria e prática, a linguagem e a produção do conhecimento);
3. As relações que estabelece com o "fazer" (planejamento, métodos objetivos, motivação do aluno e avaliação).
Para a autora, os professores sentem bem em estar na sala de aula quando existe reciprocidade, empatia com os alunos. A sua forma de trabalhar na sala reflete sua posição - assumida - de articuladores do processo de aprendizagem que ocorre nos alunos. Quando o professor se integra com a área em que trabalha, esta satisfação se estende aos alunos, procurando ainda levar para a realidade a teoria, através da prática, seja ela pessoal, seja exemplificando com a vida, pois entendem que isto faz com que os alunos percebam melhor o que precisam aprender. 
Embora os professores trabalhem mais as suas matérias teóricas, colocando-as em situações reais, eles se limitam quando não refletem a sua prática pedagógica, sobre a forma como poderiam acrescentar às suas experiências, outros aspectos também importantes à aquisição do conhecimento pelos alunos. 
A gestão deste conhecimento requer reflexão e análise de uma realidade mais ampla de cada situação que apresenta em classe. O bom professor lapida-se muito além do domínio de conteúdo, do gostar de ensinar, de estar em sala de aula. O bom professor está envolvido com a educação e com o educar, na transformação social. “Eles representam a ideia de melhor que é produzida pelos alunos do nosso tempo. Por isso estudá-los é importante” (CUNHA, 1995, p.16).
Desta forma, o bom professor estabelece um elo entre a teoria e a prática, tornando o ensino mais fluído e consistente, modificando constantemente as relações na escola, transferindo o saber de forma mais democrática. Cunha (1995) revela que, quando o professor propõe uma ação em sala de aula, ele está, ou se sente comprometido com as questões sociais e é competente no transmitir este conhecimento necessário aos alunos, como forma de estabelecer a sua posição "naluta pela melhoria das condições de vida das pessoas".
E neste processo, o professor sente que a instituição se encaixa da seguinte maneira: “Ainda está mais no professor a tomada de decisões sobre o seu fazer docente do que na instituição, ainda que se reconheça que o clima, os objetivos, os valores e preconceitos institucionais pesem no projeto individual do professor” (CUNHA, 1995, p. 21).
Discutir as relações tensionais entre atores com diferentes papéis escolares face à avaliação dos alunos torna-se uma maneira, portanto, importante de compreender o próprio papel da avaliação. Como os professores encaram a avaliação: sucesso do aluno (avaliação positiva) ou fracasso do professor (avaliação negativa)? Quais as consequências no processo de avaliação do professor? Santos (1985, p. 23), afirma que uma avaliação será mais correta e perfeita quanto mais adequados e precisos forem os processos e instrumentos de medida.
Uma das responsabilidades do professor é ajudar as crianças a aprender a pensar por si para resolver problemas reais, alguns educadores confundem a habilidade de dar as respostas esperadas com o pensamento crítico. O pensamento crítico conduz o educando ao desenvolvimento integral do pensamento, pois implica em coligir e interpretar dados, evitar conclusões que ultrapassem os dados coligidos, refletir, aplicar princípios e generalidades a novas situações, avaliar e selecionar argumentos, ideias e conclusões dos outros. A aprendizagem da criança se processa em todo este ambiente e conhecê-lo, através da avaliação, possibilita à escola uma ação inteligente.
A prática escolar predominante hoje está se dando dentro de um modelo teórico de compreensão que vê a educação como um mecanismo de conservação ce reprodução da sociedade. O autoritarismo é elemento necessário para a garantia desse modelo social, daí a prática da avaliação manifestar-se de forma autoritária.
A escola é um sistema social que deriva da interação de agentes individuais composta por uma rede de grupos culturais diferentes que se interage de forma sincrônica dentro do espaço e do tempo escolar. A variedade de culturas demanda um trabalho de articulação e integração para que ações individuais auxiliem precisamente no alcance e manutenção dos objetivos pedagógicos da escola. Além desse trabalho é prioritária a integração do aluno - professor, professor - professor, família - comunidade escolar. Acredita-se que estes fatores sejam necessariamente suficientes para definir que compete ao gestor, seja ele o diretor ou o especialista, o papel de mediador de conflitos, de qualquer espécie. Desempenhando atitudes e ou atividades que evidenciem a integração entre as pessoas em dimensões políticas, pedagógicas e administrativas. 
De acordo com Martins (1999) educar para a cidadania denota educar pessoas capazes de conviver, comunicar e dialogar num mundo interativo, dentro da perspectiva onde as pessoas reconhecem a interdependência dos processos individuais e dos processos coletivos. O reconhecimento da diversidade possibilita a convivência pacífica e enriquecedora entre os indivíduos. E então Araújo (2008) complementa que as pessoas convivem e interagem umas com as outras, desenvolvem simpatia e antipatia, provocam aproximação ou afastamento, conflitem, competem, cooperam, despertam amizades, são sinceras ou dissimuladas em suas relações. Essas particularidades podem formar o conjunto do cotidiano, tanto bloqueando ou facilitando o relacionamento das pessoas em geral.
1.3
As Brincadeiras e a Educação
Nas brincadeiras coordenadas, por exemplo, o professor deve ser o mediador do conhecimento, proporcionando a socialização entre os participantes. Propor a interdisciplinaridade é de grande importância, uma vez que ajuda a criança desenvolver principalmente atividades que tem dificuldades, abordando conteúdos curriculares e extracurriculares como a física, matemática, a língua portuguesa, etc., como relata Almeida (2004, p.22):
Os jogos orientados podem ser feitos com propósitos claros de promover o acesso a aprendizagens de conhecimentos específicos como: matemáticos, linguísticos, científicos, históricos, físicos, estéticos, morais, etc., e outro propósito é ajudar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, físico-motor, linguístico e na construção da moralidade (nos valores). 
O professor deve dar oportunidade para todos mostrarem suas habilidades e suas necessidades. O professor deverá estar atento para o processo de desenvolvimento do seu aluno, observando, anotando e avaliando os seus progressos ou não-progressos, analisar as dificuldades de ensino caso o educando não esteja assimilando bem o conteúdo. O professor pode organizar atividades que sejam significativas para o aluno tais como: trabalhar em grupo, construindo jogos, desenhos, figuras, objetos, etc.; dialogar sobre vários assuntos, principalmente os atuais, buscando em revistas, jornais, televisão, etc.; envolver os alunos em situações que trabalham o imaginário por meio de músicos, teatro, etc.; usufruir de jogos educativos; construir objetos, dentre muitas outras. Assim, o professor conseguirá desenvolver uma aprendizagem significativa, considerando a faixa etária do aluno.
As atividades devem ser claras e objetivas para o entendimento do aluno; o professor deve mencionar a atividade do próximo encontro para despertar curiosidade e interesse; deixar claro o objetivo da atividade para que o aluno não a encare como um simples passatempo; o material da atividade deve ser suficiente para nenhum aluno sentir-se excluído; o espaço físico dever ser escolhido de acordo com a atividade para não ocorrer possíveis transtornos; observar os alunos em relação ao desenrolar da atividade; mudar a linha de raciocínio da atividade e até mesmo o material, para mostrar ao aluno que as coisas podem mudar de acordo com a situação; variar o acervo; trazer novidades; perder ou ganhar é consequência e qualquer um está sujeito a isso; valorizar a atividade mesmo por mais simples que pareça e permitir que os alunos, avaliem tanto a atividade quanto seu comportamento na realização das mesmas.
Na atualidade, grande parte das aulas ocorre de maneira monótona e linear, sendo o processo de ensino-aprendizado comprometido tendo em vista o fato de que os alunos não se sentem estimulados a dialogar com o professor, ficando apenas na posição de serem testados. O professor, por sua vez, ministra o conteúdo do mesmo modo acadêmico que recebeu, sem adaptá-lo à realidade dos seus alunos e ao crescente ritmo das mudanças da realidade atual. Parte-se então da idéia de que um ensino de qualidade deve ter como pressuposto uma participação ativa do aluno no sentido de manter um canal de comunicação contínuo entre professor e aluno, e não somente a transmissão unidirecional de conhecimento do professor para o aluno. (SALDANHA, 1974).
Busca-se então o desenvolvimento de um modelo de ensino-aprendizagem centrado no aluno, organizado por eixos temáticos e interdisciplinares, é o desencadeador de uma série de outras seguidas situações que proporcionarão o debate, a discussão, sendo dinâmico e articulado com as diferentes categorias de conhecimento que se deseja adquirir em um determinado módulo ou ciclo, no qual o professor aparece como tutor e colaborador desse processo de construção de conhecimento. Um processo ensino-aprendizagem eficaz demanda a adoção de métodos e técnicas de ensino adequadas. Atualmente se tem dado muito valor ao emprego de recursos digitais, ou de objetos de aprendizagem.
Segundo Araújo (2003) “um objeto de aprendizagem pode ser uma figura, um gráfico, uma simulação, etc.” e que “atualmente, objetos de aprendizagem estão tornando-se um modelo padronizado de armazenamento e distribuição de informações em sistemas de ensino a distância, estando estruturados para uma integração direta com as novas tecnologias”. Assim, “independentemente do tipo de aplicação educacional, os objetos de aprendizagem apresentam as seguintes características”:
- Reusabilidade: um objeto de aprendizagempode ser usado em diversos materiais de aprendizagem diferentes; 
- Facilidade de pesquisa e atualização: com a utilização dos padrões de metadados existentes é possível torná-lo compreensível para diversas plataformas computacionais; 
- Modularidade: um objeto de aprendizagem pode conter outros objetos de aprendizagem, ou estar contido em um ou mais materiais de aprendizagem;
- Interoperabilidade: um objeto de aprendizagem deve ser capaz de utilizado em diversos tipos de hardware, sistemas operacionais, navegadores ou outros ambientes de aprendizagem. (ARAÚJO, 2003, p. 103)
Assim, para o professor, o papel de agente educativo torna-se cada vez mais relevante como mediador da crítica sobre o mundo e os seus instrumentos, contribuindo para “provocar outras leituras de mundo, reconhecer ações e situações, explorar contextos, estruturar sentidos, avançar a compreensão, reconhecer que a televisão medeia o mundo e nós” (CARNEIRO, 2002, p.8). 
Assim, a escola não pode ficar à margem das experiências cotidianas dos alunos, nas quais os recursos digitais, a informática, a TV, a música e a arte têm papel relevante, cabendo aos profissionais da educação entender o uso integrado das linguagens de comunicação audiovisuais, integrando o seu uso ao processo de ensino e aprendizagem. Diante disso, a escola como instituição social deve implantar ações que ajudem na formação de alunos telespectadores críticos-construtivos, sendo o professor o seu agente de atuação. 
Segundo Mizukami (1986, p.71) “ao aluno deveria ser dada a possibilidade de aprender por si próprio”, sendo que “isso implica diretamente que a motivação não venha de fora, mas seja intrínseca, isto é, da própria capacidade de aprender, para que se torne possível a construção das estruturas mentais”. A teoria sócio interacionista, por sua vez, baseada nos estudos de Vygotsky destaca o trabalho colaborativo como sendo um modo eficiente e eficaz de promover a aprendizagem. 
A teoria de Vygotsky atribui grande importância à dimensão social, que permeia a relação do indivíduo com o mundo e acaba por fornecer uma série de mecanismos psicológicos e formas de agir neste mundo. O aprendizado é considerado um aspecto fundamental do processo de desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que constrói nas diversas comunidades da qual participa, a partir da interação com outros indivíduos do seu grupo cultural.
Nesse sentido, a ação educativa deve ser compreendida “como uma dinâmica comunicacional complexa entre dois indivíduos, formados e formandos, tendo como objeto um determinado corpo de conhecimento”, e neste contexto, “o formador, é continuamente chamado a estabelecer interações de saberes múltiplos, oriundos dos parceiros da relação e do meio social” (MARTINS E POLAK, 2002, p. 14).
Portanto:
Em Educação, é cada vez mais crescente a preocupação com o tema, inclusive, na busca de uma forma própria de conceber o objeto nos processos pedagógicos, uma vez que a linguagem imagética ocupa, hoje, em nossa sociedade contemporânea, um espaço cada vez mais significativo nos processos comunicativos, especialmente naqueles envolvendo meios midiáticos. Não é demais relembrar que certas especificidades dessa forma de linguagem conferem ao texto imagético um caráter plurissignificativo o que o torna de difícil substituição pelo texto verbal. Pela imagem, o simbólico, o imaginário, voltam à cena sendo levados a representar um papel em primeiro plano. É bom esclarecer a este respeito a profusão, o papel e a pregnância da imagem na vida social. (MAFFESOLI, 1995, p.89).
Para Gomes (2004) “a imagem como signo linguístico, uma representação socialmente partilhada se presta a diversos fins e intenções” e que “além de transmitir mensagens e informações, ela cria uma rede de significados sub-reptícios que permeia e afeta o movimento dinâmico da sociedade”, sendo que “seus sentidos escapam a mera tradução verbal” e que “cria espaço próprio do dizer, faz transgressões e transmutações”, forjando “sentidos insuspeitados relacionados ao inconsciente e ao enigmático” ou “uma cadeia flutuante de significados que atravessa e vai além do sentido conotativo e denotativo, simplesmente”. Nesse sentido, “o verbal é apenas aproximativo do texto imagético não podendo ser traduzido um pelo outro, apesar da coexistência pacífica e da relação de complementaridade que se possa estabelecer”.
Gomes (1994) então entende que “estas especificidades da linguagem imagética fazem dela uma forma de comunicação bastante eficiente, em certas circunstâncias, em que se pretende, intencionalmente, promover, criticar, conduzir, induzir etc.” e que seria “importante lembrar que nos processos de comunicação (incluindo aí os processos educativos) imagens diversas são construídas e mobilizadas” como representações “dependentes da identidade e do sentimento de pertencimento dos sujeitos envolvendo aspectos cognitivos, culturais e afetivos”, de tal modo imbricados às experiências pessoais e sociais, que “se configuram como o resultado das sofisticadas relações do “eu” com o “outro” e com o ambiente” e sendo “realidades linguísticas indexadas e por isso, parte indissociável dos processos culturais e comunicativos”. 
A palavra aprender, deriva do latim “apprehendere”, transmitindo a ideia desse processo de colheita, sendo seu oposto o ato de ensinar, que significa deixar uma marca ou sinal naquele que aprende. Assim, segundo Osti (2004) “o ato de aprender envolve um amplo processo que é por um lado individual e particular a cada indivíduo, e por outro, implica o meio social e cultural em que esse mesmo indivíduo está inserido”. Desta forma, é possível ver a aprendizagem no ambiente da sala de aula como uma relação criada entre dois sujeitos, o que ensina e o que aprende, onde o que aprende produz conhecimentos anteriores, os quais serão re-organizados a partir do contato com o mundo a sua volta.
CAPÍTULO II 
2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO
Um processo ensino-aprendizagem eficaz demanda a adoção de métodos e técnicas de ensino adequadas. Observa-se que para a teoria behaviorista o homem constitui uma caixa preta onde não se pode ver o que acontece no seu interior, porém apenas o que nela entra e dela sai. Assim, um estímulo gera uma resposta e isto é o suficiente. Nessa teoria, aceitava-se somente aquilo que podia ser visto de forma concreta e se rejeitava qualquer coisa que não pudesse ser vista ou mensurada. 
Para Mizukami (1986):
Nessa teoria, o papel do professor está diretamente ligado à transmissão automática de dados, que se dá através de aulas expositivas. Ao aluno cabe um papel passivo, devendo imitar estruturas e fazer substituições. A chamada teoria cognitiva, por sua vez, tem como representantes os construtivistas, por meio da aplicação pedagógica dos estudos de Piaget e Ausubel. Piaget preconizava a compreensão do conhecimento como um processo construído pelo indivíduo desde o seu nascimento, e não simplesmente pelo acúmulo de fatos, como defendia a visão behaviorista (MIZUKAMI, 1986, p.59). 
Portanto, o professor como indutor da aprendizagem necessita ir além da simples transmissão de conteúdo, devendo o mesmo traçar estratégias e situações que motivem o aluno na perspectiva de aquisição de conhecimentos relevantes às suas necessidades.
2.1
A prática Ludoeducativa 
As brincadeiras na vida da criança são encaradas pelos educadores como necessidade para o desenvolvimento. No ato de brincar ocorrem trocas, as crianças convivem com suas diferenças, se dá o desenvolvimento da imaginação e da linguagem. Nessa fase, acontece a representação dos objetos e acontecimentos, ou seja, as crianças conseguem evocar objetos e coisas que não estão presentes na forma. Assim:
A criança pode brincar com um cabo de vassoura e imaginar ser seu cavalo ou a menina pode vestir sapatos e roupas e imaginar ser sua mãe, professora. Pode ainda substituir objetos, ações, situações e pessoas por símbolos que podem ser as palavras ou desenhos. (SOUZA, 2009, p.35).
À medidaque se oferece uma série de atividades, a criança forma um repertório. Quando ela vai brincar na rua, quando ela vai ao clube, ao parque, ela vai saber como utilizar aqueles brinquedos, como participar daquela brincadeira, vai ter comportamento social adequado e uma capacidade de abstração de regras para estar interagindo e compartilhando aquele momento com outras crianças. Enfim, ela terá sido também educada para o lazer (brincar). Mas de acordo com Benjamin (1984, p.46), observando-se a redução do espaço físico e a falta de segurança, o ritmo da vida moderna, fez diminuir o tempo reservado para as atividades lúdicas.
É importante mencionar-se ainda que o brinquedo não reproduza apenas objetos, reproduz uma totalidade social, o mundo técnico e científico e o modo da vida atual. Cabe ao adulto a preocupação com o resgate do espaço do tempo e da naturalidade o brincar infantil e se isso não for pensado, as crianças serão cada vez mais privadas desse contato com o universo do brinquedo e se tornarão precocemente adultas. Na verdade, a criança que não brinca poderá apresentar lacunas no seu processo de desenvolvimento, de criatividade, pois, o brincar para a criança é tão sério quanto o trabalho para o adulto. Infelizmente a sociedade de forma geral não valoriza o espaço da criança.
Assim, na verdade brincar faz parte da educação. Sollero (2007, p.01) prossegue no seu entendimento e valiosa contribuição:
O importante na prática ludoeducativa é a transferência da responsabilidade do educador para o educando, onde o foco da ação educativa não é mais ensinar, mas sim o aprender. Neste processo, o papel do educador não passa a ser menos importante; mas, muito pelo contrário, sem a presença preparada do mediador educativo o processo lúdico não acontece. O educador é quem provoca situações que irão desafiar e despertar as crianças diante de objetivos pedagógicos, sendo um agente motivador. O uso das ferramentas lúdicas com habilidades e destreza na sala de aula facilita a transformação do dia-a-dia em uma vivência criativa e rica, diante da qual os alunos serão os primeiros a se interessarem por ir à escola. As principais ferramentas ludoeducativas são: os jogos, as histórias, as dramatizações, as músicas, danças e canções e as artes plásticas. Cada uma dessas ferramentas tem possibilidades particulares de desenvolvimento a serem dominadas e, é o uso combinado de todas elas que gira o processo integrado de um método educacional que, muito além de transmitir conteúdos, forma para a vida e para o mundo. Assim, brincar é um meio natural em que a criança adquire as capacidades para ajustar-se às dimensões espaciais, temporais e sociais do ambiente. 
Para Piaget (1996) aprender é nada mais do que uma parte do desenvolvimento cognitivo que, através da experiência, abre um caminho e, assim, estimula e impele a continuar caminhando” e “aprender está subordinado ao estágio de desenvolvimento da criança.
Para Piaget, juntamente com outros psicólogos, o desenvolvimento da criança se baseia na ação; e a ação que é comum nesta fase é a brincadeira. Segundo Vygotsky, um outro estudioso do desenvolvimento é no brincar que a criança tem o comportamento além do seu habitual diário; e nessa situação que elas podem colocar desafios e questões que impulsionarão o seu desenvolvimento (PALANGANA, 1994). 
Já Freire (1983), nesta faixa etária o pensamento caracteriza-se por centrar-se em determinados aspectos da realidade, sem conseguir abstrair algo que neles está contido. Fundamentalmente, o pensar se encontra estritamente ligado ao concreto. Seu pensamento, já capaz de ações mentais é, entretanto, diferente do pensamento adulto, sendo centrado em si mesmo, ou seja, egocêntrico. É um pensamento rígido (não-flexível), tomando a si mesma como referência, não conseguindo colocar-se no ponto de vista do outro. A criança pensa, agindo concretamente sobre os objetos. Ela opera, pensa a realidade transformando-a, e cada vez mais este pensar vai deixando de se apoiar no concreto. A criança vai interiorizando, abstraindo suas ações sobre a realidade.
A criança quando brinca, não está somente se apropriando de um objeto, ela se transporta para outros lugares que sua imaginação permitir; ela estabelece uma riqueza de movimentos e coordenações ao representar-se na brincadeira; ela utiliza-se também de conhecimentos prévios, da convivência familiar, e da interação com o meio social que a circunda para se desenvolver e assumir de forma pessoal um lugar no grupo. Quando uma criança manipula um brinquedo ela está tendo a possibilidade de ir descobrindo suas características e significados, vai evoluindo paulatinamente da fase mais simples para a mais complexa.
No convívio com as crianças, vê-se claramente o quanto brincar é natural na vida delas, cabe ao educador propiciar espaço para que a criança brinque e que através do brinquedo, ela cresça e desenvolva, cada vez mais, a capacidade simbólica de seu pensamento, contribuindo assim para a formação de crianças felizes e saudáveis.
Segundo Cabral (2009, p.03):
Antes mesmo de se constituir em entretenimento, o jogo ou a brincadeira têm, para qualquer criança, um valor cultural ainda que disso ela não tenha consciência), construído a partir do mundo que a rodeia e do qual retira o conteúdo dessas atividades. Assim compreendidos, o brincar e o jogar infantil não podem ser considerados como um simples passatempo. Representam, antes, uma atitude lúdica criadora e socializante, pois transportam as crianças para diversas experiências, abrindo-lhes as portas para o entendimento da realidade e ajudando-as a construir suas próprias categorias axiológicas. A partir desse ponto de vista sociocultural é possível perceber que, longe do aspecto que poderia caracterizar inocência, desinteresse, os jogos, assim como alguns elementos que lhes servem de suporte e algumas brincadeiras, têm um sentido claro de preparação para a vida adulta. 
Atualmente, já existem vários estudos de natureza histórica e antropológica sobre os jogos e brinquedos infantis, jogos de rua e até sobre os jogos do Renascimento. Mas mesmo sem profundo conhecimento histórico ou antropológico, pode-se afirmar que as áreas de inteligência podem ser estimuladas através da utilização de um jogo de natureza material ou até mesmo verbal. O jogo aplicado na educação é um estímulo ao crescimento em direção ao desenvolvimento cognitivo e aos desafios do viver e não como uma competição entre pessoas, ou grupos e que implica em vitória e derrota. Neste caso o jogo é sempre uma vitória, ou seja, o aprendizado. Para toda habilidade cognitiva certamente existe um jogo para estimulá-la. Assim, entendendo que o jogo é um recurso de grande valia para a aprendizagem da criança e que deve ser experenciada em sua totalidade no dia-a-dia da sala de aula, esse trabalho se propõe através de um levantamento bibliográfico, destacar pontos importantes para reflexão e ação. 
De acordo com Dias (2006, p.18):
A dificuldade em definir o que é jogo aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou não jogo, como por exemplo, a ação de uma criança indígena, que se diverte atirando com arco e a flecha em pequenos animais. Para ela é brincadeira, para a comunidade indígena nada mais é que uma forma de preparo para a arte da criança necessária a subsistência da tribo. Assim atirar arco e flecha para uns é jogo, para outro preparo profissional. Por isso uma mesma conduta pode ser jogo ou não jogo em diferentes culturas dependendo do significado a ela atribuído. Por essas razões fica difícil elaborar uma definição de jogo que englobe a multiplicidade de suas manifestações concretas.
Para Romero (2007, p.115):
Na não literalidade o jogo se caracteriza por um quadro no qual a realidade interna predomina sobre a externa, como por exemplo, um urso de pelúcia servir como filhinho para a criança brincar. O efeito positivo é caracterizado pelo prazer e a alegria exteriorizado pela criança quando brinca livremente e se satisfaz nessa ação. Naflexibilidade está à disposição da criança de ensaiar novas combinações, novas ideias e comportamento, em situação de jogo, que em outras atividades não recreativa. A prioridade do processo de brincar está na atenção concentrada da criança na atividade em si e não em resultados ou efeitos. O jogo só é jogo quando a criança só pensa em criança. É jogo quando é escolhido livremente pela criança, caso contrário é trabalho, ou é ensino. No jogo são os próprios jogadores que determinam o desenvolvimento dos acontecimentos, portanto, o controle interno, é dos próprios jogadores. Quando um professor utiliza um jogo educativo em sala de aula de modo coercitivo, não há liberdade do aluno, predomina o ensino, a direção do professor.
Miranda (2005, p.06) analisa que:
Já existem no Brasil estudos como o de COSTA (1991) que demonstram que as crianças concebem como jogo somente aquelas atividades iniciadas e mantidas por elas. Ainda sobre as características dos jogos temos os estudos de FROMBERG (1987) que inclui as seguintes características: simbolismo ao representar a realidade e atitudes; significação que permite relacionar ou expressar experiências; atividade permite que a criança faça coisas; voluntário ou intrinsecamente motivado incorpora seus motivos e interesses; regrado de modo implícito ou explícito; episódico caracterizado por metas desenvolvidas espontaneamente. Pode-se observar pelo exposto anteriormente que os autores assinalam pontos comuns que interligam a grande família dos jogos: liberdade de ação do jogador; o prazer (ou desprazer) o efeito positivo; as regras (implícitas e explícitas) o caráter improdutivo; a incerteza de seus resultados e muitas já citadas permitem identificar os fenômenos que pertencem à grande família dos jogos.
Já Antunes (1992) lembra que o jogo tornou parte importante no papel educativo quando a ideia de ensino foi despertada para a importância do interesse do aluno. Despertar esse interesse passou a ser um desafio ao professor. O interesse do educando é a força que comanda o aprendizado; suas experiências e descobertas, o motor do seu progresso, ficando ao professor o papel de gerador de situações estimuladoras e eficazes. É neste contexto que o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulos ao interesse do aluno, que adora jogar, e é onde desenvolve níveis diferentes de suas experiências pessoal e social. O jogo ajuda-o a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade, e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem e que pode auxiliar o psicopedagogo no diagnóstico das crianças que acompanhar.
Brinquedoteca é um espaço destinado a estimular a criança a brincar, tendo acesso a uma variedade de brinquedos, em um ambiente preparado ludicamente e cujos objetivos e funções são inúmeros, pois, é ali, naquele lugar que a criança é convidada a conhecer, a sentir e vivenciar momentos especiais. É antes de tudo um espaço alegre, colorido, diferente, criado para que a criança possa brincar livremente, soltar sua imaginação, sem medo de serem punidas e cobradas (SANTOS, 1997). 
Zimer et. al. (2009, p.06) dizem que:
Na brinquedoteca a criança tem a oportunidade de experimentar e conhecer, explorar e manipular objetos, vivendo assim experiências diferentes. Construirá assim seu conhecimento, desenvolvendo sua autonomia, criatividade e iniciativa. Além de resgatar o direito à infância, um dos objetivos da brinquedoteca é fazer com que a criança desenvolva sua criatividade, tão ameaçada pela tecnologia educacional de massa.
Na brinquedoteca a principal implicação educacional é a valorização da atividade lúdica respeitando assim as necessidades afetivas da criança. Nota-se que a brinquedoteca contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas livremente.
Abreu (2009) classifica as brincadeiras infantis em dois brincares. O brincar que se vê e o brincar que não se vê. O brincar que se vê é aquele comum a todas as crianças como queimada, elástico, pega-pega, pular, correr, escolinha, boneca, e outras atividades lúdicas. Esse brincar é observável e pode ser até classificado: - Crianças de tal idade costumam interessar-se por determinados brinquedos ao passo que em outras idades, por outros. Porém, esse é apenas um aspecto do brincar, que é palpável, concreto e visível. O brincar que não se vê, segundo o autor, processa-se na subjetividade da criança, e é nessa dimensão interna do brincar que se processa a aprendizagem. Ali onde os olhos não alcançam ali onde os pensamentos voam livres e se acomodam entre ideias que querem ficar e outras que querem partir. No pega-pega dos pensamentos pelos labirintos internos é que aparece o significado das experiências vividas. E é exatamente por isso que o brinquedo é tão importante para o aprendizado e se constitui no alimento real do sonho e da elaboração fantasiosa da realidade. Através do sonho, a realidade pode vir a ser outra realidade transformada. Isto não significa que sem o brinquedo não ocorra aprendizagem, pois ela ocorre sempre de algum modo. 
O homem é capaz de projetar sua ludicidade no transcendental. Nada é mais lúdico do que os mitos folclóricos; a sedução que emana das lendas do Boto e da Yara; a mágica proteção do Curupira, Boitatá, Mula sem Cabeça; o mítico Saci Pererê que salga e queima a comida, esconde as coisas da dona de casa. Na Semana do Folclore as dramatizações, pesquisas, apresentações de lendas causam alegria e prazer nos alunos. Os escritores infantis são seres alados que povoam a imaginação das crianças e não se esqueceram de como ser criança. Ziraldo, Joel Rufino dos Santos, Maria Clara Machado, Sylvia Orthof, Eva Furnari estabelecem um jogo lúdico com seu leitor através da fantasia, da curiosidade, da sedução. O poeta é um ser encantado que exerce o seu espírito lúdico rimando magia com fantasia. Cecília Meireles, Pedro Bandeira, Sérgio Capareli, Elias José conseguem olhar, cada um à sua maneira, para a realidade com os olhos da imaginação. O professor deve reconhecer essas qualidades lúdicas da poesia e da literatura infantil, e procurar trabalhar com esses temas tantas vezes quanto possível.
Alguns profissionais como artesãos, artistas, cientistas, esportistas têm no próprio trabalho um exercício lúdico. No entanto não significa que estes profissionais não sejam aplicados e perseverantes. Vencer em qualquer campo depende muito mais de transpiração do que inspiração. As formas diferenciadas de enfrentamento das diversas realidades protagonizadas pela literatura, poesia, esporte, e vivenciadas por pessoas de garra como Cecília Meireles e Ayrton Senna, possibilitou-se constatar e reforçar muitas concepções sobre ludicidade, ou seja, tão somente a introdução de jogos, brincadeiras livres ou planejadas não representam uma metodologia salvadora da Pátria. 
Há que haver muito planejamento, competência e criatividade da parte do professor. Quanto à criança muito empenho, concentração, vontade de aprender. Entretanto é bom lembrar que a criança que brinca e joga é a mesma que age, sente, pensa, se desenvolve, aprende, por isso com o mesmo ardor com que a criança se lança ao brincar pode ser direcionada a aprender. Brincando e jogando a criança aplica seus esquemas mentais à realidade que a cerca, apreendendo-a e assimilando-a por meio de brincadeiras e jogos a criança reproduz suas vivências, transformando o real de acordo com suas necessidades intelectuais.
2.2
O Brincar no Desenvolvimento Infantil
Cognitivamente, pode-se evidenciar a importância do brincar e do jogo, como o desenvolvimento da operatividade, a elaboração do pensamento lógico. O ato de separar materiais segundo critérios estabelecidos, como por exemplo, a textura, tamanho ou cor, faz com que as crianças trabalhem brincando com a classificação e seriação. Para Vygotsky (1994) é justamente a imaginação em ação ou brinquedo, a primeirapossibilidade de ação da criança numa esfera cognitiva que lhe permite ultrapassar a dimensão perspectiva motora do comportamento. 
De acordo com Lopes et al (1990), o professor e o aluno devem brincar de descobrir o mundo e nessa interatividade o objetivo e a utilização do jogo é provocar a reflexão e a oportunidade de convivência e integração da criança com as áreas do conhecimento, bem como a sua integração social. No jogo simbólico, as crianças são, ao mesmo tempo, símbolos e criadoras de símbolos, fazem do jogo seu instrumento de leitura e de compreensão significativa desse mundo e, consequentemente, vão construindo seu conhecimento. 
Segundo Gianino (2001, p.45):
A criança tem um processo contínuo de desenvolvimento que se inicia em seu nascimento e que se caracteriza por aquisições sucessivas articuladas entre si, que se efetuam na relação da criança com o seu meio, aqui entendido como o meio físico, humano e sociocultural. As aquisições não são realizadas em idades cronológicas exatas, portanto existem diferenças entre as crianças quanto ao seu ritmo de desenvolvimento.
Os jogos didáticos contribuem, fornecendo à criança recursos para que trabalhe com conteúdo das várias áreas do conhecimento. Partindo de jogos e de brincadeiras tratadas de forma recreativa, o aluno evolui no domínio do seu corpo, desenvolvendo e aperfeiçoando as suas possibilidades de movimento consciente, conquistando novos espaços, superando suas limitações e encarando novos desafios motores, cognitivos, sociais e afetivos. O jogo, por exemplo, é insubstituível como parte integrante da Educação. Não dar oportunidades ao aluno para brincar representa impedi-lo que trabalhe com os seus impulsos, aprendendo, inclusive, a avaliá-los. 
Martins (1986) chegou a afirmar que o jogo é uma forma de adquirir habilidades e conhecimentos. Jogando e brincando, o aluno aprende e apreende as qualidades intrínsecas e extrínsecas dos diversos objetos sobre os quais atua, tais como: sua forma, seu tamanho, sua textura, sua cor, semelhanças e suas diferenças. Desta forma, é jogando e brincando que o aluno descobre e desenvolve a sua criatividade, o seu “eu”, podendo, assim, estruturar e utilizar a sua personalidade integral. O jogo é de grande importância no desenvolvimento físico, afetivo e social do aluno. 
Mas é através do jogo simbólico a criança traz a sua fantasia para o real. Na sua imaginação, a criança pode modificar a realidade à sua vontade (faz-de-conta). No entanto, realizando corporalmente a atividade, precisa de alguma forma, respeitar a realidade concreta. Ou seja, se a sua fantasia é mentalmente livre, na ação psicomotor o jogo simbólico deve respeitar as regras das relações no mundo. O poder de fantasiar sobrepuja o poder de explicar. E, realizando ações, a criança exercita não só sua capacidade de pensar e representar simbolicamente, mas, também, suas habilidades motoras, uma vez que anda, salta, corre, gira, rola, empurra, equilibra, transporta, enfim, mobiliza-se de acordo com as exigências do jogo, de maneira muito participativa e dinâmica. Por essa via, julgamos estimular a aquisição de uma socialização crescente.
Segundo Martins (1986) é nesse faz-de-conta, que os alunos exercerão suas habilidades motoras, andando correndo, girando, saltando, se equilibrando. Na representação de papéis, a afetividade será exercida, quebrando, possivelmente, bloqueios à sua expressão corporal. Assim, nos jogos de construção, os alunos procuram criar, através de suas ações individuais, objetos que lhes são familiares. Utilizando-se de objetos variados, constroem-se edificações, carros, estradas, móveis e outros. Trabalhando em grupo, começam a partilhar com os outros a atividade num início de cooperação, ao contrário do que se observa em fases anteriores em que, mesmo estando em grupo, a criança brinca para si. 
Os tipos de atividades são variados, podem ser em forma de estórias, de teatro e outros. Nesse jogo, os alunos são estimulados a classificar os objetos por cores, formas ou tamanhos que por terem em comum a cor ou a forma, podem ser incluídos num mesmo grupo. O jogo leva a criança a exercitar o mundo tal como ela o compreende, libertando-se de coisas que a incomodam. Nesse sentido o jogo tem uma função catártica.
Conhece-se, pois, a importância das brincadeiras para adquirir habilidades motoras, afetivas, para terapia e catarse. A função dos jogos é importante para exercitar a inteligência a coopera no desenvolvimento do pensamento e outras funções mentais superiores. Os pais, primeiros educadores, deveriam proporcionar aos filhos o tempo para brincadeiras ao invés de estressá-los com judô, natação, futebol, ballet, ginástica rítmica, modelo infantil, inglês, Kumon e outros. Entretanto não é conveniente deixá-los entregues ao ócio da babá eletrônica. O jogo e as brincadeiras exercem grande influência no desenvolvimento das capacidades intelectuais das crianças. Mas afasta-se a ideia que o jogo (brinquedo) seja uma distração sem importância, um divertimento sem consequência afirmando que ele é o meio de a criança conhecer a realidade que a cerca e da qual faz parte: brincando (jogando) a criança manipula a realidade, explora, modifica, recria, interpreta e nesse processo, desenvolve suas estruturas mentais, progride socialmente e realiza experiências de conteúdo emocional.
Além desse objetivo o brinquedo poderá ser utilizado com diversidade e o ritmo em que o professor desejar organizar seus trabalhos em sala de aula, tornando-se um auxiliar do professor em suas aulas, estimulando o desenvolvimento das crianças. Para muitos pedagogos e psicólogos a experiência inicial e a estimulação da criança é a chave do seu de desenvolvimento intelectual. Wajskop (1995), explica que o ingrediente básico no desenvolvimento intelectual é a variedade de estímulos. O professor é responsável pelas primeiras experiências da criança com grupo social estruturado fora do lar, onde o relacionamento dos membros é diferente da qual era acostumada, com regras, hábitos e atitudes convenientes. Portanto, uma das finalidades primordiais é adaptar o aluno com paralisia cerebral à situação escolar. Durante este período devem se trabalhar os pré-requisitos, percepção visual, auditiva, tátil e coordenação. 
A brinquedoteca é importante para que a criança tenha a oportunidade de experimentar e conhecer, explorar e manipular objetos, vivenciar experiências diversas. Pois é esta vivência, estas experiências que irá contribuir para a construção do seu conhecimento irão proporcionar o desenvolvimento de sua autonomia, criatividade e iniciativa. Além de resgatar o direito à infância, um dos objetivos da brinquedoteca é fazer com que a criança também com paralisia desenvolva sua criatividade, tão ameaçada pela tecnologia educacional de massa, pela televisão, jogos eletrônicos, entre outros. É através do lúdico que a criança se socializa melhor no meio onde vive, pois, o mesmo desperta o seu uso crítico e com isso desenvolvendo atitudes de cooperação, respeito, participação e integração e, através desses valores é que a criança terá plena capacidade de conviver com os princípios básicos de uma sociedade.
Portanto, existem muitas funções no ato de brincar, e elas se manifestam nos diferentes tipos de brinquedos e brincadeiras. Por isto, não existe uma maneira certa ou errada de brincar, mas apenas a necessidade de tempo, espaço e materiais adequados para cada faixa etária e deficiência.
Faz-se necessário guiar a criança com cautela, dando-lhe explicações condizentes com sua idade, ajudando-a a descobrir a real utilidade das coisas. As atividades programadas devem basear-se em suas necessidades e interesses: crianças são ávidas para explorar, experimentar, colecionar, perguntar aprende depressa e desejam exibir suas habilidades. Em uma dessas atividades que, se desenvolve com uma criança nesse período é o Jogo que é chamado de Fase Lúdica. A qual se considera que brincando a criança é capaz de satisfazer as suas necessidades e estrutura-se à medida que ocorrem

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