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Alfred Marshall: Vida e Legado

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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABÉIS E ATUARIAIS 
 
 
 
NOME 1 
NOME 2 
 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA BIOGRÁFICA ALFRED MARSHALL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2018 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 Introdução.............................................................................................................................. 3 
2 A vida de Alfred Marshall......................................................................................................4 
3 Contexto Histórico..................................................................................................................5 
4 Influências do autor................................................................................................................6 
5 O legado de Alfred Marshall..................................................................................................7 
6 Debates e obras de Marshall..................................................................................................8 
7 Principais métodos e teorias propostas pelo autor...............................................................9 
8 Críticas destinadas ao autor.................................................................................................10 
9 Conclusão..............................................................................................................................11 
Referências Bibliográficas......................................................................................................12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
1 Introdução 
 Alfred Marshall pertence, legítima e definitivamente, à linha dos grandes pensadores da 
Economia Política Clássica inglesa. Ao lado de Adam Smith, Ricardo e Mill, fundou a corrente 
de pensamento econômico advinda da Revolução Industrial - e depois disseminada até os dias 
de hoje através de ramificações e canais doutrinários. 
 Precursor e revolucionário da Escola Neoclássica - retratando a natureza humana e a 
riqueza -, o economista inglês ocupa posição eminente na história do pensamento econômico, 
consagrando e culminando sua fama e sabedoria em sua principal obra “Princípios de 
Economia”. Por meio de suas análises, inaugurou um novo período teórico da economia: 
representou a transição da antiga para a moderna economia. Ao longo dos anos, aprimorou sua 
precisa e concisa linguagem, seus conceitos e a verossimilhança de suas exemplificações. 
Neste trabalho será evidenciado todo pensamento desenvolvido por Alfred Marshall, 
desde o início de sua construção teórica até as consequências e impactos que seu estudo causou, 
tanto em sua época como na atualidade. Para isso, foi averiguado aspectos da vida pessoal do 
autor, suas influências, o contexto histórico em que viveu, bem como suas principais ideias e 
contradições. 
A grandeza de sua genialidade é apresentada por Strauch: 
Em que pesem suas invenções doutrinárias e metodológicas, Marshall, não obstante, 
era um homem do seu tempo - e quem não o é, senão os visionários e profetas, os 
médiuns do futuro? - e ele não era nem uma coisa nem outra mas, apenas, um magistral 
economista, o que já é muito. Sua obra não poderia, portanto, senão refletir sob todos 
os aspectos, tanto negativos quanto positivos, a época histórica em que foi elaborada 
(MARSHALL, 1982, p. XLVIII). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
2 A vida de Alfred Marshall 
Marshall nasceu em 26 de julho de 1842 em Clapham, Londres. Era filho de um casal 
de classe média, William Marshall e Rebeca Oliver. Seus antepassados pelo lado paterno eram 
clérigos e seguiam a vida religiosa. Seu pai não seguiu o legado familiar, mas queria que seu 
filho o fizesse. A característica anglicana, severa e antifeminista de William Marshall 
transpareceu na formação de seu filho. Alfred Marshall foi criado com conforto, mas seu pai o 
influenciou despoticamente, obrigando-o a estudar assuntos de cunho clérigo e proibindo-o de 
estudar as matérias pelas quais se interessava. 
Em 1851, cursou letras e línguas clássicas, através de uma bolsa de estudos que seu pai 
conseguiu com um diretor do Banco da Inglaterra. Marshall também possuía uma bolsa de 
estudos na Universidade de Oxford para continuar sua carreira na Igreja Anglicana, entretanto, 
ele se opôs ao desígnio paterno e foi fazer um curso superior de matemática na Universidade 
de Cambridge. A matemática era sua principal aptidão, seu primeiro caminho de acesso à 
economia, e, através dela, transformou os materiais de Smith, Mill e Ricardo em “uma máquina 
moderna de pesquisa”. 
Após concluir o curso de matemática em 1865, começou a lecionar sobre o assunto 
como professor titular no Clifton College e depois como preparador para cursos regulares de 
matemática em Cambridge, ao mesmo tempo que estudava filosofia através das obras de Hegel 
e Kant. Marshall começou a se interessar pela questão social e foi levado à “percepção de que 
a pobreza estava na raiz de muitos males sociais”, o que o dirigiu ao estudo da economia. Seu 
começo no campo econômico se deu pela leitura de Mill enquanto era professor em Cambridge 
e depois pelas traduções que realizou das leis de Ricardo através da matemática. 
Em 1868, foi para a Alemanha aprimorar seu entendimento da língua, onde entrou em 
contato com economistas alemães. Na mesma época parou de lecionar matemática e passou a 
ser livre-docente de uma cadeira do St. John’s dando aulas de Economia Política e Lógica. 
Durante os nove anos seguintes elaborou as bases de seus pensamentos econômicos, e, 
posteriormente, desenvolveu teorias sobre comércio interno e exterior. 
Em 1875, Marshall visitou os Estados Unidos para “estudar o problema do 
protecionismo em uma país novo”. Frequentou as universidades de Harvard e Yale, mantendo 
contato com grandes economistas da época. Atentou-se em dar maior autonomia e status ao 
ensino da Economia Política, colaborando com Fawcett e Sidwig. A eles se juntaram Foxwell 
e Keynes, antigos alunos. 
5 
 
 
 
Alfred Marshall casou-se em 1877 com Mary Paley, sua ex-aluna de Economia Política, 
uma das primeiras mulheres inglesas a obter grau universitário. Além disso, foi uma parceira 
extraordinária para Marshall e sua ativa colaboradora intelectual. 
De acordo com as regras universitárias da época, após se casar, Marshall teve de abdicar 
a cadeira que possuía em St. John’s. Dessa maneira, retira-se de Cambridge e vai para Bristol 
como diretor do Colégio Universitário concebido pela Universidade de Oxford. Dava aulas de 
Economia Política para homens, enquanto sua esposa lecionava a mesma matéria, mas para 
mulheres. Em 1879, publicou seu primeiro livro “Economics of Industry” em colaboração com 
sua mulher. Anteriormente, porém, no mesmo ano, Henry Sidwik divulgou com o 
consentimento de Marshall um folheto que ele planejava escrever sobre “Theory of Foreign 
Trade, with some allied problems relating to the theory of laissez-faire” que nunca foi 
publicado, mas as partes mais relevantes foram empregadas em “Princípios de Economia”. 
Em 1881, Marshall teve cálculo renal e se afastou do cargo de diretor em Bristol. Foi se 
recuperar na Itália, onde prosseguiu seus trabalhos de economia. Em 1882, retornou a Bristol 
ainda como professor de Economia Política, mas começou apresentar tendências 
hipocondríacas. Graças a sua amizade com o diretor de Balliol da Universidade de Oxford, em 
1883 tornou-se livre-docente de Economia Política na própria universidade. 
Em janeiro de 1885, retornou a Cambridge como professor titular de Economia Política, 
substituindo Fawcett que havia falecido. Ocupou a cadeira por vinte e três anos até se aposentar 
em 1908, quando decidiu concentrar-se em sua obra econômica. Tinha sessenta e seis anos e 
vivia em Balliol, onde morreu dezessete anos depois. A biblioteca de sua casa foi entreguea 
Universidade de Cambridge como um legado, onde se constatam seus manuscritos e obras 
inéditas. 
 
3 Contexto Histórico 
O período que marcou o início da Grande Depressão na Europa, entre os meados da 
década de 1840 e 1873, observou acelerada expansão econômica por quase todo o continente. 
A industrialização havia penetrado tanto na Europa quanto nos Estados Unidos - apresentada 
como uma potência em formação. Na Inglaterra, em especial, a “epidemia” industrializadora 
atingiu sobretudo as indústrias pesada e de bens de capital, estruturadas de maneira mais 
dinâmica. 
6 
 
 
 
 A análise da gênese do capitalismo concorrencial remete, sobretudo, à Inglaterra. A 
construção ferroviária, iniciada após o esgotamento da indústria têxtil, pode ser identificada 
como o primeiro sinal da mudança, e que depois converteu-se em um surto ferroviário: 
No novo padrão de acumulação que se desenvolvia, os setores produtores de meios de 
produção iam assumindo a liderança na expansão econômica. O processo de 
acumulação na metalurgia, na mecânica, na mineração etc. dinamizava os ramos 
produtores de meios de consumo, que iam sendo relegados a uma posição subordinada 
nas relações intersetoriais do aparelho industrial (OLIVEIRA, 2002, p.178). 
 
Ao passo que a industrialização no Atlântico Norte se intensificava, notava-se, 
simultaneamente, a intensificação na concentração do capital, de riqueza e poder industrial. A 
formação de uma economia monopolista e concorrencial - dita por Hunt como “agressiva e 
destrutiva” bem como “impiedosa” (HUNT, 2005, p. 236) - levou à eliminação dos pequenos 
concorrentes. A estruturação em cartéis, trustes e fusões foi vista, pelos industriais grandes e 
poderosos, como a escapatória da destruição. 
Na esfera dos transportes e comunicações, as novas invenções contribuíram para a 
ampliação dos mercados e para a intensificação do quadro acima. Outro fenômeno de suma 
importância é o surgimento das sociedades anônimas, a qual possibilitou que uma única 
organização detivesse controle de grande volume de capital. O mercado financeiro se 
estruturava gradativamente na Europa e na América do Norte, canalizando pequenos recursos 
de capital de centenas de milhares de indivíduos e de pequenas firmas para o controle das 
poderosas sociedades anônimas. 
Essa nova configuração do capitalismo, observada a partir da década de 70, e que se 
intensifica no século XX, culminando na Primeira Guerra, harmonizava com as teorias 
individualistas e utilitaristas, focadas em exaltar a harmonia social do sistema econômico 
capitalista. 
As diversas modificações ocorridas no período eram refletidas na sociedade, sobretudo 
na classe operária, que sentia os efeitos exorbitantes da concentração da riqueza nas mãos de 
poucos. Despossuídos dos meios de produção, eram forçados a vender sua força de trabalho na 
busca pela sobrevivência. Pouco a pouco, movimentos operários foram surgindo, lutando por 
uma vida mais humana e justa. Grupos anarquistas, comunistas e socialistas, embora divergente 
em suas teorias, buscavam o mesmo fim: a emancipação da classe operária. Diversas revoltas 
tomaram conta do cenário, sendo importante a menção da Comuna de Paris, em 1848: primeira 
e única experiência comunista já vista, - no poder durante setenta e oito dias - conquistou uma 
série de vitórias ao proletariado, tais como a efetivação da jornada de oito horas, a abolição da 
pena de morte e a separação do Estado e da Igreja. 
7 
 
 
 
 
4 Influências do autor 
 Durante a existência de Marshall, seu pensamento foi moldado por diversos autores, 
pensadores, filósofos e correntes ideológicas da época em que viveu. Seu primeiro grande 
influenciador foi Kant, que o guiou na fase metafísica de seu pensamento. O professor Sidwick, 
e seu círculo intelectual de Cambridge, foi responsável por fazer Marshall a refletir sobre a 
questão social: “ainda que eu não fosse seu aluno de fato, eu o fui substancialmente em Ciência 
Moral. Fui modelado por ele. Foi, por assim dizer, meu pai e mãe espirituais: pois ia a ele 
quando perplexo e para ser confortado quando perturbado; e nunca voltei vazio” (MARSHALL, 
1880, p. 18). Entretanto, sua mais intensa influência foi Mill, autor de “Political Economy”, a 
primeira leitura sobre economia feita por Marshall. 
 O filósofo Hegel, também importante para Marshall, apresentou-o à Filosofia da 
História, porém não há vestígios desse pensamento em sua obra. Alfred Marshall, similarmente, 
foi seduzido pelas concepções de economistas alemães como Marx, Lassale, Roscher 
(representante da escola histórica alemã) e socialistas. Embora aprovasse suas ideias, não 
reconhecia a validez em seus estudos. 
 A primeira corrente de pensamento que influenciou Marshall foi o Utilitarismo de 
Bentham, princípio que fundamentou sua concepção econômico-social. As convicções 
evolucionistas de Darwin também inspiraram Marshall, no sentido de que a concorrência seria 
a potência motora do progresso econômica, através da seleção dos mais fortes. 
 Sua situação familiar de pequeno-burguês e o modelo religioso que essa condição lhe 
impôs são elementos consideráveis na avaliação de seus princípios. Bem como sua formação 
intelectual - matemática, letras e línguas clássicas - também foi essencial para a formação de 
seu pensamento. 
 Além disso, presenciou o contexto histórico da Era Vitoriana, de acordo com Guillebaud 
“o principal período formativo de sua vida coincidia com o apogeu da Inglaterra Vitoriana, e 
sob muitos aspectos característicos ele era um eminente vitoriano” (MARSHALL, 1996, p 17). 
Seu intelecto foi frisado pela ideologia dominante ao longo do reinado da Rainha Vitória, que 
compatibilizava com sua visão ético-social e econômica. 
 
5 O legado de Alfred Marshall 
Marshall foi um economista espetacular. Obteve uma enorme e hegemônica influência 
que desempenhou por gerações de economistas, até mesmo por seus seguidores que depois 
8 
 
 
 
adquiriram reconhecimento universal, dentre os dois mais importante Pigou, que tomou seu 
lugar em Cambridge, e Keynes, que inovou o pensamento político econômico a partir das ideias 
de Marshall. 
Marshall exerceu grande influência sobre John Keynes em muitos aspectos. Inspirando-
se em Marshall, Keynes se habituou ao saber econômico da ortodoxia, admitindo a economia 
como uma ciência moral. Como um bom seguidor de Marshall, utilizava a teoria econômica 
ortodoxa aos conflitos da época. 
 Marshall, apoiado em seu acervo teórico, foi capaz de revolucionar a economia até os 
dias de hoje. A criação do aparato analítico-matemático e as novidades metodológicas e 
abstratas contidas em “Princípios de Economia” sobre sua teoria monetária foram uma das 
suas principais contribuições ao pensamento da ciência econômica moderna. 
 Contribuindo com o pensamento econômico posterior, até o momento atual, Marshall 
definiu a economia como o estudo da riqueza e do homem. Segundo o autor, a riqueza é apenas 
um meio para o bem-estar. Dessa maneira, ele deu importância primária ao homem e secundária 
à riqueza. 
 Além disso, a partir de seus conhecimentos matemáticos e a aplicação da matéria no 
âmbito econômico fizeram com que fosse o primeiro a aplicar esse mecanismo analítico de 
forma sistemática, construtiva e exemplar: 
O principal uso da Matemática pura em questões econômicas parece ser o de ajudar 
uma pessoa a anotar rapidamente, de uma forma sucinta e exata, alguns dos seus 
pensamentos para seu próprio uso, além de assegurar-se de que tem suficientes 
premissas, e somente o bastante, para as suas conclusões (isto é, que suas equações 
não sejam em número maior ou menor do que suas incógnitas). Mas quando um 
grande número de sinais tiver que ser usado, isso se torna extremamente penoso para 
qualquer um, exceto para o próprio autor (MARSHALL, 1996, p. 21) 
 
6 Debates e Obras de Marshall 
A Escola Utilitarista, da qual Marshallpode ser considerado como grande nome, 
buscava, com ajuda do pensamento racional, transformar e superar as antigas concepções 
econômicas dos clássicos a fim de moldar o novo pensamento econômico de acordo com a 
conjuntura socioeconômica vigente. Para essa nova linhagem, o valor não estava no trabalho - 
como afirmaram enfaticamente os pensadores até então - e sim na utilidade. Modificando a base 
metodológica, agora identificada no indivíduo, e não mais nas classes sociais, revolucionaram 
a forma de se estudar a economia, dividindo-a nas análises de macro e micro. 
 Enquanto professor, Marshall obteve grande êxito na participação da fundação da 
Associação Econômica Britânica, envolveu-se nos polêmicos debates sobre a Graduação 
9 
 
 
 
Universitária de Mulheres em Cambridge, posicionando-se contra a concessão de grau 
universitário para mulheres, e, por fim, desempenhou papel fundamental na criação da Escola 
de Economia de Cambridge. Sua atuação no desenvolvimento da faculdade fez possível a 
independência gradual do ensino da Economia, antes lecionada em conjunto com Ciências 
Morais e Históricas. 
 Como proeminente economista, publicou oitenta e um itens, dentre os quais apenas 
poucos são tidos como livros: artigos, folhetos e depoimentos a órgãos governamentais foram 
utilizados por ele. São seis livros ao todo publicados por Marshall entre 1879 a 1926. Sua obra 
mestra, “Principles of Economy”, de 1890, consagrou-o como economista de renome. Dita 
como “um moderno instrumento de pesquisa” (MARSHALL, 1982, p. XXVI), traz inusitadas 
inovações metodológicas e conceituais ao lado de um compilado dos postulados da Economia 
Política Clássica e das doutrinas marginalistas. 
 Fruto da maturidade acadêmica e de longos anos de criação e recriação, a construção 
intelectual do livro é engenhosa. Dotado de ampla perspectiva, consciência na elaboração de 
teorias e coesão entre suas partes, a concepção fundamental dos Princípios é a visão neoclássica 
da economia capitalista sob a perspectiva microeconômica. A tendência natural para o 
equilíbrio, tendência de crescimento gradual, consiste a tese central do autor. Segundo Keynes, 
algumas das principais contribuições da obra de Marshall são a introdução clara do elemento 
tempo como essencial fator na análise econômica, a análise dos monopólios, o significado de 
Excedente do Consumidor, a determinação do valor no ponto de equilíbrio entre oferta e 
procura e sobretudo, a criação e ênfase na ideia de elasticidade - “maior serviço prestado por 
Marshall aos economistas na provisão de terminologia e equipamento para apurar o 
pensamento” (MARSHALL, 1982, p. XXXIV). 
 
7 Principais métodos e teorias propostas pelo autor 
Marshall, enquanto professor universitário, via-se na função de estimular seus alunos a 
refletir e concluir, a especular sobre o assunto para que pudessem então chegar às conclusões. 
Desviando de aulas meramente expositivas, dotadas de tom dogmático, buscava, nos alunos, 
estimular a desconfiança frente a causas aparentes. Como melhor afirma Strauch, “seu método 
de ensino era algo maiêutico: pela análise e crítica alcançar a verdade, antes do que pelo 
processo de mera transmissão e assimilação de simples informação” (MARSHALL, 1982, p. 
XVII). 
10 
 
 
 
Como teórico, contribuiu de maneira essencial para a difusão e complementação da 
Teoria da Utilidade e Teoria da Demanda. Marshall, fundador do grupo da tradição econômica 
neoclássica do século XX, é defensor do capitalismo laissez-faire de cunho flexível, o qual 
permite reformas para garantir o bom funcionamento do sistema econômico de forma menos 
enrijecida. Assim como Jevons, Menger e Walras, Marshall elaborou a noção de utilidade 
marginal decrescente e determinou as condições necessárias para que a utilidade do consumidor 
através da troca se maximize. 
Suas contribuições não se limitam a esses aspectos: explicou a determinação de uma 
curva de demanda a partir da curva de utilidade, formulou e definiu a noção de “elasticidade-
preço da demanda” (MARSHALL, 161, p.79). Não satisfeito, foi o principal contribuidor do 
processo de maximização da utilidade pelas famílias e desenvolveu a noção de “excedente do 
consumidor”. 
 O embasamento ideológico de suas teorias está enraizado na incorporação de dinâmicas 
e elementos do darwinismo social evolucionário na base do sistema econômico capitalista. Em 
vista disso, Alfred Marshall afirmava que o progresso humano ocorria de forma lenta, e sua 
progressão se dava através de pequenas mudanças marginais. Desse modo, as tentativas que 
buscavam a rápida mudança na sociedade estavam não só destinadas ao erro, como também 
trariam miséria. De acordo com Hunt, “o progresso social era, em geral, um processo lento de 
aperfeiçoamento da hereditariedade de uma raça ou de uma nação” (HUNT, 2005, p. 285). 
 
8 Críticas destinadas ao autor 
 Durante sua célebre carreira, o autor também foi alvo de diversas críticas. A atitude 
ambígua de Marshall em relação a matemática foi apontada: ele delimitou seu uso na economia 
a comprimidos limites, aprisionando diagramas em notas de rodapé. Contudo, sua atitude é 
devida ao seu demasiado conhecimento de suas potencialidades e limitações e a necessidade de 
comunicação, isto é, queria que as pessoas entendessem seus pensamentos. 
 A teoria monetária marshalliana foi criticada ao mencionarem que Marshall 
desinteressou-se pela estrutura monetária - a agregativa em que sua teoria do valor atua. Porém, 
Keynes o defendeu: 
Em que a originalidade e a prioridade do pensamento de Marshall sejam mais 
marcantes do que aqui, ou onde sua superioridade de penetração e de conhecimento 
sobre seus contemporâneos tenha sido maior. Dificilmente se encontrará algum 
11 
 
 
 
aspecto importante da moderna Teoria da Moeda que não tenha sido conhecido por 
Marshall quarenta anos atrás. (KEYNES, 1996, P. 335) 
Ademais, é árduo comprovar a origem de seus pensamentos e contribuições à teoria 
econômica, pois suas ideias eram expostas em aulas, conferências, depoimentos ou difundidas 
em publicações de circulação restrita. Nenhuma parte de sua obra foi divulgada 
apropriadamente ao público antes de 1890 - e a matéria que concluiu em 1875 foi difundida 
após cinquenta anos. Dessa maneira, algumas de suas ideias posteriormente foram disseminadas 
por outros, fazendo com que Marshall perdesse autoria. Daí muitos economistas creem que é 
exagerada a exaltação que seus contemporâneos e sucessores ingleses atribuem a Marshall. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
9 Conclusão 
Essa pesquisa biográfica possibilita a percepção da grande importância de Alfred 
Marshall, sucessor de David Ricardo, Adam Smith e Karl Marx como influenciador na 
economia. 
 Marshall foi um prestigiado intelectual de seu tempo. A economia marshalliana 
consolidou a análise neoclássica. A cooperação de Marshall à economia, é de importância 
histórica. Beneficiando-se da herança intelectual de pensadores e economistas, Marshall 
ordenou e mensurou os materiais de Adam Smith e Ricardo. Sua alta capacidade em traduzir 
teorias econômicas em matemática tornou-o o maior representante dessa tradição. 
 Em sua principal obra “Princípios de Economia” o autor dedica-se ao estudo do 
funcionamento das leis do mercado, da distribuição de renda entre os indivíduos, do 
funcionamento da economia em geral. O seu rigoroso método crítico e analítico é exposto 
através da elaboração de suas teorias que atuam sobre o sistema econômico capitalista até os 
dias de hoje. 
Dessa maneira, este estudo teve como objetivo abordar os principais acontecimentos da 
carreira do autor, tais como, suas principais teorias, o momento histórico em que viveu, os 
debates nos quais esteve envolvido, as críticas as quais foi sujeito, os pensadores pelos quais 
foi influenciado e seu legado.13 
 
 
 
Referências bibliográficas 
HUNT, E. K. História do Pensamento Econômico: uma perspectiva crítica, 2 ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2008. 
HUNT, E. K. História do Pensamento Econômico: uma perspectiva crítica, 2 ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2005. 
KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, 2 ed. São Paulo: Editora 
Nova Cultural Ltda, 1996. 
MARSHALL, A. Princípios de Economia, 1 ed. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1982. 
MARSHALL, A. Princípios de Economia, 2 ed. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1996. 
OLIVEIRA, C. Processo de industrialização: do capitalismo originário ao atrasado. 1 ed. São 
Paulo: Editora UNESP, 2002. 
OSER, J; BLANCHFIELD, W. História do Pensamento Econômico, 1 ed. São Paulo: Editora 
Atlas, 1983.

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