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Dermeval Saviani Resumo

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A Supervisão Educacional em perspectiva histórica: da função à profissão pela mediação da ideia. (Dermeval Saviani) – Cap. 1
	Supervisor é o profissional que pratica a supervisão.
	A ação supervisora passa da condição de função para a de profissão.
	Supervisão como ação de velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento.
	A função supervisora já estava presente desde as comunidades primitivas. A educação coincide com a origem dos homens. No momento em que o homem surgiu no universo, também surgiu a educação. O que difere o homem dos demais animais é que ele não tem a sua existência garantida pela natureza, precisando produzir constantemente para sua existência.
	O homem vive da produção de sua existência pelo TRABALHO, do processo de transformar a sua natureza para satisfazer suas necessidades.
COMUNIDADES PRIMITIVAS: o tipo de sociedade se caracterizava pelo modo coletivo de produção da existência, ou seja, os homens se apropriavam coletivamente dos meios de vida fornecidos diretamente pela natureza para satisfazer suas necessidades existenciais. 
· Coletavam frutos, caçavam, pescavam, cultivavam a terra, criavam animais e assim se relacionavam uns com os outros, se educavam e educavam as novas gerações.
· A educação coincidia com a própria vida. Os adultos educavam de forma INDIRETA, por meio de uma vigilância discreta, protegendo e orientando as crianças pelo exemplo e por palavras, ou seja, supervisionando-as.
· No modo de produção primitivo, não havia propriedade privada, uma vez que todos os bens e modos de produção eram coletivos.
· A educação existia sem a escola.
O homem aprendia a viver – vivendo.
................ aprendia a trabalhar – trabalhando.
..................a lidar com a natureza - lidando.
A ORIGEM E FINALIDADES DA ESCOLA
Com a fixação do homem à terra surge a propriedade privada e com a propriedade privada surge a divisão dos homens em classes. 
· A ESCOLA surge no momento em que surgem as propriedades privadas.
· A essência humana se define pelo trabalho, o que implica que o homem não possa viver sem trabalhar. A condição de proprietários dá a essa classe a condição de VIVER SEM TRABALHAR.
· Mas, por ser humano, ele continua a depender do trabalho, NÃO do próprio trabalho, mas do trabalho – DO OUTRO. Da classe dos não proprietários – ou seja, dos escravos.
· Logo, a classe dos proprietários passam a dispor do ócio – tempo livre.
Antes, nas comunidades primitivas a educação coincidia com o processo de trabalho. Com a divisão dos homens em classe a educação também é dividida. Diferencia-se então a educação:
· Da classe dominante ( proprietários)
· Da classe dominada ( sem propriedades)
Etimologia da palavra ESCOLA
Lugar do ócio, de lazer, de tempo livre.
Se antes a educação coincidia com o trabalho, agora, uma parcela vive do ócio, desfrutando do lazer, enquanto outra parcela trabalha.
A finalidade desta escola era dar suporte aos filhos daqueles que não precisavam trabalhar.Escola para nobres e proprietários.
Nela eram desenvolvidas habilidades físicas, prática de esportes e música para desenvolver a arte da palavra.
Vemos então que a origem da escola está na divisão entre o trabalho manual e intelectual. A escola ainda se constituía de uma estrutura simples, limitada à relação de um mestre com seus discípulos.
Nesta situação, a função supervisora, diferente das comunidades primitivas, assume a forma de controle, de fiscalização e castigos físicos.
A FIGURA DO PEDAGOGO ( Na Grécia)
É aquele que conduz a criança ao local de aprendizagem.
O Pedagogo era inicialmente, na Grécia Antiga, o escravo que tomava conta da criança e a conduzia até o mestre do qual recebia a lição. Com o tempo, passou a ser o próprio cuidador. Sua função desde a origem era a de tomar conta delas, vigiando, controlando, supervisionando, todos os seus atos.
A função supervisora também se fazia presente na educação dos trabalhadores ( escravos), pelo capataz.
QUANDO A ESCOLA SE GENERALIZA
A situação muda com o surgimento da sociedade burguesa.
· Ocorre o deslocamento de produção do campo para a cidade.
· Da agricultura para a indústria.
A partir deste momento, os próprios conhecimentos, a própria CIÊNCIA é assimilada como meio de produção. 
Passa-se de um saber espontâneo para um saber sistemático, científico.
Essas transformações geram mudanças nas relações sociais, o homem se distancia das relações com a natureza e passa a se reger por relações sociais dominadas pela forma da cidade.
A sociedade passa de uma sociedade estratificada para uma sociedade de classes.
Com a vida centrada na cidade e na indústria, surge a necessidade de alfabetização - condição para integrar a nova sociedade.
ALFABETIZAÇÂO como condição de cidadania. Para ser cidadão era preciso o domínio dos signos. 
ESCOLA: deixa de ser limitada a pequenos grupos e se torna uma exigência generalizada.
Se forma a ideia de uma Escola primária universal, pública, gratuita e leiga.
A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA PROFISSÃO DO SUPERVISOR PEDAGÓGICO NO BRASIL
· 1549- Os Jesuítas chegaram ao Brasil e somente após a morte de Manoel da Nóbrega (1570) passaram a adotar um Plano de estudos chamado Ratio Studiorum. Nesse plano percebe a presença da ideia de supervisão, na figura do Prefeito de Estudos, cujas funções são reguladas por uma série de regras. Vejamos algumas:
· Regra n.º 1 – Estabelece que é dever do Prefeito, organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas:
· Regra n.º 5 – Que o Prefeito se incumba de lembrar os professores que deve explicar todas as matérias de modo a esgotar toda a programação;
· Regra n.º 17 – Se refere a função do Prefeito de estudos em ouvir e observar os professores e, de vez em quando, assistir suas aulas e também ler os apontamentos dos alunos.
A Reforma Pombalina expulsou os Jesuítas do Brasil e extinguiu seu sistema de ensino, diluindo assim a função supervisora.
O Alvará de 1759, que expulsou os jesuítas do Brasil, previa a criação de um cargo de Diretor Geral dos estudos, assim como a designação de comissários, em cada local, para fazer o levantamento do estado das escolas.
A SUPERVISÃO começa a englobar aspectos políticos/ administrativos na figura do Diretor Geral e a direção, fiscalização, coordenação e orientação do ensino aos comissários ou Comissão de Diretores de estudos sob a orientação do Diretor Geral.
1827 – Instituiu as escolas de primeiras letras. De acordo com a legislação, o método que deveria ser adotado, deveria ser o chamado “Ensino Mútuo”, no qual o Professor absorve o papel de docência e também supervisão. (Período histórico: Império)
1834 – ocorre a descentralização da educação, cada província passa a ser responsável por sua própria educação. Cria-se o cargo do Inspetor de estudos. (Período histórico: República Velha)
A reforma de Couto Ferraz estabeleceu como missão do Inspetor supervisionar todas as escolas.
Atribuições do Inspetor:
· Presidir os exames dos professores e lhes conferir os diplomas;
· Autorizar a abertura de escolas particulares;
· Fazer a correção dos livros.
Nesse período, coloca-se a questão da organização de um sistema nacional de educação e, nesse contexto, a ideia de supervisão vai ganhando seus contornos. Passa a existir a necessidade de organização dos serviços educacionais, apontando para dois requisitos:
1. A organização administrativo – pedagógica do sistema. 
2. A organização das escolas na forma de grupos escolares.
1928 – Em Pernambuco, a reforma proposta por Carneiro Leão afirma a prioridade da criação de uma diretoria técnica para a educação. Para ele, estava na hora do Estado romper com os moldes que confundiam a parte técnica com a administrativa.
Essa separação é a condição para o surgimento da figura do supervisor, distinta do diretor e também do inspetor. 
Para o Diretor coube a parte administrativa e ao supervisor a parte técnica da supervisão. E é quando se quer emprestar a figura do Inspetor, um papel de orientação pedagógica – em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar punições,que esse profissional passa a ser chamado de supervisor.
No Estado de São Paulo, se reserva o nome de Supervisor ao agente educativo que desempenha as funções antes atribuídas ao inspetor, denominando-se coordenador pedagógico ao supervisor que atua nas unidades escolares.
Final da década de 50, início da década de 60, foi firmado um acordo entre o Brasil e EUA para a implantação do Programa de Assistência Brasileiro Americana ao Ensino Elementar, o PABAEE, sendo que o Supervisor tem a função de controlar e inspecionar. 
O PABAEE tinha por objetivo “treinar” os educadores brasileiros a fim de que eles garantissem a execução de uma proposta pedagógica. Neste período, a educação brasileira fundamentou-se basicamente no PABAEE e o material elaborado era fonte para especialização e aprimoramento dos docentes na época. Então, os Supervisores desempenhavam um papel de multiplicadores e inspecionavam a execução das idéias impostas pelo PABAEE. Assim, o programa passou a atingir um número maior de professores e alunos.
Agora o seu papel é o de assegurar o sucesso no exercício das atividades docentes por parte dos seus colegas, professores, regentes de classe. O Supervisor possuí agora um poder instituído que determina suas ações frente ao corpo docente e à proposta pedagógica da escola, sendo reconhecido como profissional da educação, passando a ter suas atribuições definidas pelos órgãos superiores.
O Decreto n. º 5.586/75, de acordo com Silva Júnior, define algumas atribuições:
· Zelar pela integração do sistema, especialmente quanto a organização curricular;
· Elaborar os instrumentos adequados para a sistematização das informações;
· Cumprir e fazer cumprir as disposições legais relativas à organização didática, administrativa e disciplinar emanadas das autoridades superiores. Dentre outras
A existência deste profissional continuava, portanto, a serviço do sistema, fazendo com que a ação fosse limitada ao que lhe era determinado, cabendo executar o que era estabelecido e garantir que os docentes reproduzissem em suas aulas, o modelo instituído.
Década de 60 – o Parecer n.º 252/1969 reformulou o curso de Pedagogia e buscou especializar o educador. Por intermédio deste parecer, em lugar de se formar o “técnico em educação” com várias funções, e nenhuma delas claramente definida, pretende-se especializar o educador numa função particular. Tais funções foram denominadas “habilitações. Então, o curso de Pedagogia foi organizado na forma de habilitações. 
 Foram previstas as seguintes habilitações:
· Administração
· Inspeção
· Supervisão
· Orientação
A nova estrutura do curso de Pedagogia abria a perspectiva de profissionalização da Supervisão Pedagógica.
A LDB de 1971 oficializou a profissão do Supervisor Pedagógico. Porém, foram surgindo questionamentos no sentido de desmascarar a neutralidade com que se buscava justificar o caráter técnico da educação, em detrimento de sua dimensão política.
Segundo Saviani (1979:106), a função do supervisor é uma função precisamente política e não principalmente técnica. Ele acrescenta que o supervisor representa os interesses dominantes, os interesses da elite que controla a sociedade e que portanto cumpre uma função política. Mas é possível também eles se colocarem a serviço dos interesses da população, do operariado em geral, assumindo também um papel político.
O desafio que se coloca para a Supervisão Pedagógica, vai além do contexto pedagógico, pois se espera que o trabalho educativo contribua para o desenvolvimento da consciência necessária para a transformação das relações sociais.
A questão da identidade do supervisor pedagógico continua em discussão.
Este é o desafio posto ao Supervisor Pedagógico, que tem a função de acompanhar e orientar o processo ensino-aprendizagem sempre considerando sua perspectiva política.
Se a escola necessitava de um supervisor, era importante a sua formação em educação, no caso , curso de Pedagogia. As chamadas habilitações técnicas, não passavam de uma divisão de tarefas no campo da educação. Portanto, a Profissão seria uma só: a educação. E o profissional apto: o educador ou pedagogo. Administração, orientação, supervisão, etc – seriam tarefas educativas que se integram a lista de atribuições de um mesmo profissional: o educador.
A grande maioria dos supervisores não se dá conta de sua função política e dá ênfase a função técnica, priorizando procedimentos, fragmentando o processo pedagógico e reforçando à dominação da elite. A função do supervisor no contexto histórico brasileiro é fundamentalmente político e não técnico como se difunde.
Antes de qualquer coisa, o supervisor é educador e precisa estar comprometido com a mudança, não somente ter a habilitação em Pedagogia. Ele necessita compreender e ultrapassar a percepção da escola brasileira na sociedade capitalista buscando a transformação.
Paulo Freire (1992), não existe prática pedagógica neutra, todo e qualquer professor trabalha a serviço de uma ideia da transformação ou manutenção das relações sociais que estão estabelecidas.
No final da década de 80 inicia-se um movimento de repensar a educação. Alguns profissionais, insatisfeitos com a educação disseminada nas escolas brasileiras, passam a refletir, discutir e buscar alternativas para uma nova proposta sobre a função social da escola, o papel do educador e o resultado que essas práticas trazem para os educandos. 
Segundo Medina (2002, p.46) O supervisor abdica de exercer uma posição de problematizador do desempenho docente e assume com o professor uma atitude de indagar, comparar, responder, opinar, duvidar, questionar situações de ensino, fazendo com que professores passem a buscar no Supervisor uma ação renovada, apoio, formação, orientação, a fim de qualificar a prática pedagógica.
MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão escolar, da ação exercida à ação repensada. Porto Alegre: AGE, 2002
SILVA, Naura Syria C. F. Supervisão Educacional para uma escola de qualidade. São Paulo: Cortez, 2000.

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