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O Hoje GO (30 03 20)

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| ANO 15 | Nº 4.888 | GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020 | R$ 2,50 | FUNDADO EM 23 DE ABRIL DE 2004 OHOJE.COM 
Paulo Guedes afirma
que, como cidadão,
prefere isolamento
Política 6
Rensga eSports 
é a pioneira 
do Estado 
Jovem de 27 anos
com suspeita de
Covid-19 chega
morto ao HCamp
Um rapaz deu entrada na noi-
te do último sábado (28) já sem
vida no Hospital de Campanha
para o Enfrentamento ao Co-
ronavírus de Goiás (HCamp),
em Goiânia. Ele foi trazido pelo
Serviço de Atendimento Mó-
vel (Samu) de Luziânia, mesma
cidade onde foi confirmado o
primeiro óbito. Cidades 11
PEF deve passar
sem mudança
no saneamento 
O Plano De Equilíbrio Fiscal
(PEF), chamado ‘Plano Mansue-
to’, pode ser aprovado sem as
mudanças na área do sanea-
mento básico que o Governo de
Goiás almeja. A proposta é que
alterasse o termo privatização,
por flexibilização, ou desestati-
zação, por exemplo. Política 2
Planejamento
é a aposta para
superar a crise 
As medidas para conter a pro-
pagação do novo coronavírus
têm impactado diretamente a
economia e os negócios. Espe-
cialistas alertam que o cenário
será de crise, mas passível de so-
luções, desde que o momento
seja de planejamento. Negócios 17
Quarentena pode causar
desabastecimento de água
no período de estiagem
Durante o período de quarentena para evitar a
proliferação do Coronavírus, a tendência é que
haja um grande aumento no consumo de água
em Goiás e em todo país. A situação levantou
uma nova preocupação no Estado, o risco de de-
sabastecimento no período de seca. De acordo
com a secretária de Meio Ambiente e Desenvol-
vimento Sustentável de Goiás, Andreia Vulcanis,
a pasta já busca meios de driblar as baixas nos
rios. “Essa é uma variável que não contávamos e
agora vai estar sendo estruturada para absorver
esta nova dinâmica social”, afirma. Cidades 10
Ainda não chegou
a nossa hora
JOãO PEdRO PORtiNARi LEãO
Opinião 3
�
LEia nas CoLunas
Xadrez: Congresso Nacional
aguarda crise para definir so-
bre as eleições municipais. 
Política 2
Esplanada: Mandetta pode es-
tar sendo balançado do cargo.
Há potenciais substitutos. 
Política 6
Equipe de esportes eletrônicos é
a primeira a ser desenvolvida
em Goiás, dentro das modalida-
des de LoL e CS:GO. Confira a en-
trevista com dois treinadores e
um jogador, de forma exclusiva
para O Hoje. 
Esportes 7
Nesta semana completa exatos 30
anos do lançamento do icônico fil-
me ‘Uma Linda Mulher’. Este foi o fil-
me que transformou Julia Roberts
em uma estrela de Hollywood e
cujo enredo impressiona até hoje. 
Essência 16
‘Uma Linda Mulher’
após três décadas
Um gênio das cores. Assim
era Vincent Van Gogh. O ar-
tista, nascido em 30 de mar-
ço de 1853 é considerado
um dos maiores expoentes
do pós-impressionismo. 
Essência 13
Euforia artística
de Van Gogh
Governo considera ter problemas de redução de evasão de rios e crise hídrica
Empresas tentam evitar demissões Férias coletivas têm sido aposta de
empresários nestas primeiras semanas de paralisação comercial. Cidades 11
Fome ameça famílias durante pandemia A crise desencadeada pela pandemia mundial do
novo Coronavírus começa a deixar famílias goianas em situação de desespero. No Residencial Buena Vista IV,
famílias pedem socorro enquanto aguardam benefícios prometidos pelo governo federal e estadual. Cidades 9
Fale O HOJE
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Classificados: (62) 3281-4300
Leitor: (62) 3095-8772 | editor@ohoje.com.br 
Dólar: (paralelo) R$ 5,10 | Dólar: (comercial) R$ 5,107 | 
Euro: (Comercial) R$ 5,667 | Boi gordo: (Média) R$ 200,50
Poupança: 0,3715% | Ouro: R$ 266,43 | Bovespa: -5,51% 
Tempo em Goiânia
Sol e aumento de nuvens de
manhã. Pancadas de chuva à
tarde. À noite o tempo fica aberto.
s 31º C 
t 21º C
Fernando Sales fala sobre
a situação na Coréia do
Sul, durante Covid-19
Esportes 8
Lindomar Rodrigues
Rubens Salomão | xadrez@ohoje.com.br
Congresso aguarda crise 
para definir sobre eleições
A líder da bancada federal goiana, Flávia
Morais (PDT), admite que o impacto do iso-
lamento social para conter a pandemia de co-
ronavírus segue frequente no debate entre de-
putados e senadores, mas aponta que qual-
quer decisão não será tomada tão cedo. Se-
gundo ela, os líderes optaram por esperar a
amplitude do problema para escolher entre
três opções: manter a data atual em outubro,
prorrogar em até seis meses ou unificar o plei-
to municipal com as eleições gerais, em 2022.
“No final das contas o entendimento hoje, até
porque as mudanças aconte-
cem muito rápido, é que é
preciso esperar mais uns 40
ou 50 dias para que se pos-
sa tomar um posição sobre
isso”, afirma. A deputada
detalha que o avanço da
doença pode resultar em
prazo maior de afastamen-
to social, o que inviabilizaria
as articulações para a vota-
ção. O prazo de filiação de
pré-candidatos termina
neste sábado (4).
Prioridade
Líder do Centrão, o deputado Arthur Lira
(PP/AL) afirma à Xadrez que o assunto das
eleições “ronda” as conversas no Congresso
Nacional, mas que a prioridade por lá “tomar
medidas para combater a pandemia”.
Recursos
“Isso não está na prioridade das discussões.
É prioridade nos municípios, com prefeitos e ve-
readores. Existem vários projetos sobre adia-
mento ou cancelamento do pleito. O mais justo
é utilizar o fundo partidário na saúde”, afirma.
Prazo máximo
Segundo Lira, quem vai definir se vai ou não
haver eleições é a própria pandemia. “Se tiver-
mos um ciclo rápido e cair até julho, teríamos
eleições. Senão fica inviável”.
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) can-
celou a compra emergencial de 300 mil testes rápidos para
o novo coronavírus. O contrato, de R$ 38,7 milhões, havia
sido negociado com a empresa goiana Mawed Comercial
Ltda. Cada teste teria custo de R$ 129,00. 
O cancelamento foi publicado em edição extra do
Diário Oficial do Estado (DOE) no sábado (29), um
dia depois do anúncio da compra, feita por dispensa
de licitação.
O governador Ronaldo Caiado (DEM) disse, numa rede
social, que o cancelamento foi realizado após técnicos
orientarem a análise prévia da eficácia dos insumos.
“Existem alguns testes que o Ministério da Saúde apon-
ta até 30% de erro. Uma compra nesse valor não pode le-
var a esse grau de insegurança. Além disso, a empresa
apresentada para o fornecimento não apresentou con-
dições mínimas exigidas pela Controladoria Geral do Es-
tado.”, complementou. 
Na sexta-feira, o secretário da pasta, Ismael Alexandrino,
afirmou que a expectativa era de que os kits chegassem ao
Estado até esta terça-feira, sendo que parte ficaria em Goiâ-
nia e outra parte no interior. Estes testes são importados
e revelam diagnóstico em até 20 minutos.
Em nota, a SES-GO informou que o Laboratório Estadual
de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO) irá comparar os re-
sultados do produto com os testes que atualmente já são
realizados para definir se a compra será refeita. 
Em sintonia
O governador Ronaldo Caiado (DEM)
postou vídeo em que o ministro da Saú-
de, Luiz Henrique Mandetta, reforçava o
isolamento social e condenava manifes-
tações pela reabertura do comércio, ao
menos por enquanto.
Cutucada
Na legenda, o democrata alfinetou o
presidente Jair Bolsonaro ao escrever
que “não é momento para achismos” e
que é preciso “nortear pelo caminho téc-
nico e científico”.
Conflito
O ministro colocou o cargo à disposi-
ção durante reunião com o presidente.
Perguntou a Bolsonaro se ele está pre-
parado para ver “caminhões do exército
carregando corpos pelas ruas”. Resulta-
do: continua no posto.
Entorno
Já o presidente foi a Ceilândia (DF) e
causou tumulto ao se encontrar com po-
pulares nas ruas. Postou vídeo em que re-
cebe vários pedidos para retomada dos
trabalhos e disse que continua com es-
forço na Justiça.
Cumpra-se
O Tribunal de Justiça proibiu a realização
de protestos de rua que pedem a revogação
de medidas de distanciamento social, decre-
tadas pelo governo estadual no combate ao
novo coronavírus. 
Segundo Caiado, alguns testes rápidos são imprecisos
2 A decisão é do juiz plantonista Adeg-
mar JoséFerreira e atende pedido proto-
colado pelo Ministério Público Estadual. 
2 Para o juiz, as manifestações colocam
em risco a saúde da população, já que rea-
lizam aglomeração de pessoas.
2 A Secretaria de Saúde cancelou com-
pra emergencial de 300 mil testes rápidos
(R$38,7 milhões) para o coronavírus. 
Xadrez
CURTAS
t
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 20202 n POLÍTICA
Governo cancela
compra de
300 mil testes
rápidos em Goiás
Samuel Straioto
O projeto com medidas
para socorrer Estados e mu-
nicípios com dificuldades
fiscais, o Programa de
Acompanhamento e Equilí-
brio Fiscal (PEF), chamado
‘Plano Mansueto’, pode ser
votado pelo plenário da Câ-
mara nesta semana. Origi-
nalmente, o projeto prevê
ajuda aos estados que não
ingressarem no Regime de
Recuperação Fiscal (RRF).
Goiás gostaria de usar o Pla-
no Mansueto para alterar
pontos da lei sobre o RRF,
como a flexibilização na
área do saneamento.
O Programa de Acompa-
nhamento e Equilíbrio Fiscal
ficou mais conhecido como
Plano Mansueto devido ao
seu autor, o secretário do
Tesouro Nacional Mansueto
Almeida. Na última semana,
o relator da medida, deputa-
do Pedro Paulo (DEM-RJ), e a
equipe econômica tentavam
finalizar os últimos detalhes
do texto que ganhou mais ur-
gência com a crise provoca-
da pelo avanço da covid-19
no Brasil. O PEF é voltado
para atender fiscalmente os
13 estados nota C em uma es-
cala do Tesouro Nacional que
vai de A a D no cumprimen-
to de despesas que não con-
seguirem ingressar no RRF.
Em troca os estados se com-
prometem a implementar
medidas de ajuste fiscal
como privatizações, reforma
da Previdência e compro-
metimento de contenção de
despesas obrigatórias. Goiás
está com nota C.
Pedro Paulo estudava
iniciativas adicionais de so-
corro aos Estados para
eventualmente serem ado-
tadas. Um dos pontos era
suspensão do pagamento
de dívidas pelos Estados, o
que precisaria ser aprovado
por lei complementar, jus-
tamente o formato do Plano
Mansueto. A aprovação da
medida tem sido uma das
principais demandas dos
governadores. 
Saneamento
Uma das principais ques-
tões colocadas pelo Governo
de Goiás era a de mudança
na Lei do Plano Mansueto, al-
terando texto da Lei do Regi-
me de Recuperação Fiscal re-
lativa ao Saneamento. A in-
dicação na legislação é rela-
tiva a privatização. O Estado
optou por vendas de ações,
por meio de uma IPO. No
mês passado, a secretária de
Economia, Cristiane Schmidt,
havia relatado durante ida à
Assembleia Legislativa para
prestação de contas que vi-
nha trabalhando junto ao re-
lator do projeto, deputado
Pedro Paulo, para fazer alte-
rações no texto relativo a
este assunto. A proposta de
mudança é para que alteras-
se o termo privatização, por
flexibilização, ou desestati-
zação, por exemplo.
“Dentro da lei federal nú-
mero 159 no artigo 2º no in-
ciso primeiro há a palavra
privatização, o que estamos
fazendo junto ao relator Pe-
dro Paulo, ele é o relator do
PEF, não me ajuda e é indi-
ferente se a gente entrar ou
não, vai ter um mês bom,
mas acabou, mas o PEF é
bom pois nele vai alterar a
redação da lei complementar
159 e a lei 101, que é a Lei de
Responsabilidade Fiscal. Se
está escrito privatização, não
temos o RRF, estou tentando
mudar os termos, como di-
minuir a participação do es-
tado, desestatização, ou qual-
quer coisa do gênero”, disse
a secretária a época.
No entanto, para o líder do
governo Bolsonaro na Câma-
ra dos Deputados, deputado
Major Vitor Hugo (PSL-GO), o
Plano Mansueto tende a ser
aprovado na próxima sema-
na, mas ele destacou que até o
momento não viu nenhuma
movimentação relativa a área
de saneamento no projeto.
“Foi uma preocupação do go-
vernador, ainda não ouvi ne-
nhuma movimentação nesse
sentido. Isso precisa ser tra-
balhado, mas até o momento
não há a perspectiva. Con-
versei com o Mansueto, com a
equipe econômica, com o Pe-
dro Paulo, que é o relator,
existe toda uma vontade apro-
varmos o projeto. Ainda há
uma preocupação do Man-
sueto relativa aos bancos pú-
blicos e aos estados. Ele foi
apresentado no ano passado e
por causa da crise do corona-
vírus, algumas adaptações se-
rão feitas”, disse ao O Hoje.
Fôlego 
Os Estados e os secretários
de Fazenda, por meio do Co-
mitê Nacional de Secretários
de Fazenda, Finanças, Recei-
ta e Tributação dos Estados e
do Distrito Federal (Comse-
faz) reivindicam R$ 15,6 bi-
lhões mensais para cobrir
perdas de receitas e executar
ações emergenciais de saúde,
além de diversas medidas
para aliviar o caixa dos Es-
tados. No início da semana, o
governo federal anunciou
um pacote que prevê R$ 88,2
bilhões para os Estados. Par-
te da implementação dessas
medidas depende da apro-
vação do Plano Mansueto.
(Especial para O Hoje)
Vitor Hugo: “Não ouvi movimentação nesse sentido (...) isso precisa ser trabalhado”
Plano De Equilíbrio Fiscal (PEF), chamado
‘Plano Mansueto’, pode ser aprovado sem
as mudanças na área do saneamento bá-
sico que o Governo de Goiás almeja 
PEF deve passar sem saneamento
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020 OPiniãO n 3
Diretor Executivo
Gean Alaesse Cordeiro
Diretor de Redação
Lucas de Godoi Silva
Bancas: 
R$ 2,50Editora Raízes Ltda
16.880.052.0001-30
Redação: (62) 3095-8737 editor@hojenoticia.com.br | o Hoje.com: (62) 3095-8717 / 42 WhatsApp (62) 99968-8702
Comercial: (62) 3095-8722 / 29 (62) 99224-7064 comercial@ohoje.com.br | Circulação: Capital (62) 3095-8773 e Inte-
rior (62) 3095-8772 circulacao@ohoje.com.br | Endereço: Rua 132-A nº 124, Setor Sul, CEP 74093-220 - Goiânia/GO
Aduana brasileira mantém a rotina
de apreensões em meio à pandemia
João Pedro Portinari Leão
Era 20 de abril de 1997. Acordei como um dia
qualquer. Não tive algum sinal ou pressenti-
mento do que estava por vir. Fiz o meu café da
manhã, conversei com amigos na praia e fui
para o mar cheio de planos para aquele lindo dia
de sol. Tracei uma rota com meu windsurf e se-
gui mar adentro ainda com o cabelo seco. Mal
sabia eu que estava rumando ao encontro de um
dos mais antigos e, por que não assim dizer, te-
midos seres da terra: um tubarão-branco de qua-
se quatro metros.
O que aconteceu comigo naquela manhã tem
muito a ver com o que estamos vivendo hoje. Des-
respeitei a natureza quando me afastei além do
normal e necessário para um velejador; invadi um
território desconhecido e que é dos animais. Pa-
guei um preço alto pela minha ousadia ou falta
de respeito.  
Em algum dia normal, em um mercado de ali-
mentos, onde nós seres humanos estávamos con-
sumindo e tratando os animais sem menor respeito
ou cuidado, surgiu um vírus que “atacou” uma pes-
soa. O inimigo invisível que se espalhou e continua
se espalhando por todo o planeta.
As consequências econômicas ainda estamos
tentando entender, mas as mortes, não. Elas es-
tão servindo de alerta para refletirmos: até onde
vai a nossa capacidade de interferir no planeta
e a nossa suposta superioridade sobre a nature-
za e seus animais?
No momento que o tubarão me puxou para de-
baixo d’água, tive a certeza que iria morrer. Por sor-
te, destino, milagre, ele me soltou. Era a minha
chance. Eu sabia que, se não conseguisse velejar,
essa chance se transformaria na angústia de uma
morte solitária, completamente inesperada. Eu ti-
nha apenas 22 anos de idade.
Dentro da minha poça de sangue, com uma mis-
tura de gelo e pavor, tomando conta do meu cor-
po e da minha mente, pensei:
“Agora não, não vou morrer aqui não, não pode
ter chegado a minha hora!”
E, graças a Deus, eu consegui velejar de volta
à vida, como conto em detalhes no livro “A Isca
– Uma História Real”. Momentos de angústia e, até
mesmo, de desespero podem nos rondar nesse
tempo de crise. Afinal, estamos vivenciando algo
novo, inesperado e assustador, que ameaça nos-
sa sociedade e nossas vidas. E será desses senti-
mentos fortes que tiraremos força para superar
o vírus e suas consequências. 
“Agora não, não vamos morrer, não pode ter
chegado nossa hora!”
Vamos tirar força, paciência, foco e inteligência
para vencer essa etapa da nossa história.  Assim
comoeu aprendi com meu acidente, tenho certe-
za que vamos aprender também. Essa certeza vem
até mesmo pelas similaridades. Enquanto era
atendido no hospital, minha preocupação já não era
mais se ia sobreviver ou não, mas, sim, quando mi-
nha vida voltaria ao normal.
A primeira etapa de volta à vida normal também
foi uma espécie de quarentena. Tive de ficar três
messes sem sair de casa, dois deles deitado na cama.
O tempo parecia que não ia passar, mas hoje pos-
so dizer que nem me lembro direto disso. Depois,
foram mais sete meses até o meu médico me libe-
rar para a tão sonhada “vida normal”.
Iniciamos esse período de espera em prol do nos-
so bem-estar. Vencido isso, também teremos de nos
readaptar a uma nova etapa. Aos poucos, a vida e a
economia vão voltar
ao normal. Vai levar
alguns meses, mas pos-
so garantir que cada
etapa ultrapassada nos
trará uma felicidade
imensa, uma fome de
viver ainda maior do
que aquela que está-
vamos sentindo antes
disso tudo acontecer. 
Moisés Hoyos 
O governo brasileiro fechou as fronteiras ter-
restres com países sul-americanos no dia 19 de mar-
ço, restringindo a entrada de pessoas do Suriname,
Guiana Francesa, Guiana, Colômbia, Bolívia,
Peru, Paraguai e Argentina. A fronteira com a Ve-
nezuela foi fechada no dia 18 e com o Uruguai na
noite de 23 de março. Essas medidas foram reco-
mendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária (Anvisa) em nota técnica elaborada com a
justificativa de risco de contaminação e dissemi-
nação do Coronavírus (COVID-19).
O fechamento das fronteiras terrestres não
restringiu a entrada de brasileiros, de imigrantes
com autorização de residência definitiva no Bra-
sil e de profissionais em missão de organismo in-
ternacional ou autorizados pelo governo brasilei-
ro. Também se manteve o tráfego de caminhões de
carga, ações humanitárias que demandam o cru-
zamento das fronteiras e a circulação nas cidades-
gêmeas, que são municípios cortados pela linha de
fronteira seca, fluvial ou por obras e que têm po-
tencial de integração socioeconômica. Nas fron-
teiras brasileiras existem 33 cidades-gêmeas, 12 de-
las separadas somente por ruas ou alguma exten-
são de terra onde vivem milhares de cidadãos bra-
sileiros. Portos e aeroportos internacionais não fo-
ram fechados. Dessa forma o fluxo de passageiros
e cargas, ainda que reduzido, continua sem inter-
rupção, por ora.
Do isolamento da cidade chinesa de Wuhan, em
23 de janeiro, até o dia em que a Organização Mun-
dial de Saúde (OMS) anunciou a pandemia do Co-
ronavírus, em 11 de março, quando foram relata-
das 118 mil infecções em 114 nações com 4.291 mor-
tos, passaram-se 47 dias. O primeiro caso do Bra-
sil foi registrado um dia após o anúncio da OMS.
Uma pessoa vinda de Wuhan estava com o Coro-
navírus. A partir desse, outros casos começaram a
ser registrados evidenciando que as portas de en-
trada, nesse estágio inicial, eram os portos e aero-
portos internacionais.
Todos já sabem, com mais ou menos detalhes, o
desenrolar da pandemia em nosso país. O que mui-
tos não sabem é que a Receita Federal do Brasil es-
teve e está na linha de frente na luta contra a pro-
pagação da COVID-19. Em portos, aeroportos e pos-
tos de fronteira terrestre, com ou sem barreiras sa-
nitárias, o fluxo do comércio internacional, im-
portações e exportações, foi afetado pelo novo Co-
ronavírus, contudo não cessou. O controle adua-
neiro se faz necessário nessas áreas alfandegadas
e não há como deixar de promover um ambiente
seguro para os intervenientes do comércio exterior,
realizando procedimentos de desembaraço adua-
neiro e controle de cargas e de bagagens. Não exis-
te a mínima possibilidade de a Receita Federal “bai-
xar a guarda” para crimes como contrabando e des-
caminho, pois eles continuam ocorrendo.
Em plena pandemia de COVID-19, a Receita Fe-
deral apreendeu, no dia 23, no Porto de Parana-
guá/PR mais de uma tonelada de cocaína que es-
tava escondida em contêineres destinados à Eu-
ropa. No Porto de Santos/SP outra grande apreen-
são ocorreu no dia 17 de março, quando foram
localizados 700 quilos de cocaína que tinham
como destino à Alemanha.
De janeiro até o dia 23 de março, a Receita Fede-
ral do Brasil já apreendeu mais de nove toneladas de
drogas ilícitas e mais de R$ 250 milhões em merca-
dorias, principalmente cigarros, eletroeletrônicos,
vestuário, relógios e produtos de informáticas em di-
versos portos, aeroportos e postos de fronteira ter-
restre. Essas apreensões comprovam que as restrições
impostas pela pandemia não afetaram as ações do cri-
me organizado internacional e que é fundamental que
a Receita Federal prossiga com sua rotina de contro-
le nas fronteiras, apresentando resultados expressi-
vos na apreensão de drogas e mercadorias, mesmo em
plena guerra contra a COVID-19.
A Receita Federal mantém todos os postos de
controle aduaneiro em operação. Estão sendo rea-
lizadas as atividades de controle de carga, verifi-
cação de mercadorias e verificação de bagagem
para os que cruzam as fronteiras terrestres. Os Ana-
listas-Tributários reforçaram sua atuação para
contribuir com a sociedade nesse momento, rea-
firmando o objetivo de garantir o controle adua-
neiro nas atividades de importação e exportação
e, principalmente, assegurar a realização das ati-
vidades de fiscalização, vigilância e repressão. Os
servidores da RFB estão na linha de frente atuan-
do na facilitação do comércio exterior, mas agin-
do também para garantir o combate ao contra-
bando, descaminho e tráfico internacional de dro-
gas por todo o país. Nosso objetivo é facilitar e man-
ter a segurança do fluxo do comércio internacio-
nal por nossas fronteiras.
Nem todos podem ficar em casa. Os Analis-
tas-Tributários aduaneiros seguem trabalhan-
do e contribuindo para a segurança da socie-
dade. A esses servidores públicos brasileiros,
nosso imenso respeito. Mesmo nessa hora de ex-
trema dificuldade, os Analistas-Tributários e to-
dos os servidores da
Receita Federal do
Brasil que atuam no
controle aduaneiro
em nossas fronteiras,
não estão e nem po-
dem estar em qua-
rentena, pois seu
trabalho e as ativi-
dades que desempe-
nham são essenciais
e consideradas in-
dispensáveis. 
CARTA DO LEITOR
CONTA PONTO
INTERAJA CONOSCO
Moisés Hoyos é diretor de
Assuntos Aduaneiros do
Sindicato Nacional dos
Analistas
João Pedro Portinari Leão, é
escritor e empresário
Quarentena 
A melhor forma de se manter dentro de casa
é assistindo bastante filmes. Nessa quarentena eu
estou aproveitando para colocar as séries também
em dia. É uma ótima forma de passar o tempo. É
importante que os pais, neste momento, auxiliem
os pequenos a assistirem vídeos educativos para
exercitar o cérebro. Além dessas medidas, para
evitar o contágio do coronavírus, torna-se de ex-
trema importância que as pessoas se conscienti-
zem e façam uma higienização constante. Ini-
ciativas como essa vão impossibilitar e reduzir o
risco de transmissão, pois não sabemos a que qua-
dro essa doença pode evoluir. E, por último, de-
vemos praticar o isolamento social. O abraço, bei-
jo e afago devem ficar para depois. Neste mo-
mento vamos nos preocupar com a nossa saúde
para passar por mais esse desafio. 
Felipe Roldão
Goiânia
Preço abusivo
Os preços dos produtos realmente estão mais alto
do que os cobrados antes após esses casos do co-
ronavírus na nossa cidade. Em um supermercado
aqui perto de casa o preço do arroz está pratica-
mente o dobro. Também vi relatos em redes sociais
em que o valor do arroz está em R$16. Por mais que
tenha uma crise, as coisas não serão resolvidas as-
sim. Neste momento os donos dos grandes super-
mercados são os que mais estão ganhando dinhei-
ro. Então, por que cobrar esses valores abusivos
para os consumidores? Os cidadãos também estão
errados em querer estocar grande quantidade de
alimento, sendo que não foi recomendado pelas au-
toridades do Estado. Espero que isso se normalize
o mais rápido possível. 
Janaína da Silva
Goiânia
Lugar de gente é em casa
Porque ninguém está respeitando a quarentena
imposta peloCaiado? Porque essa controversa en-
tre o Caiado e o Bozo? Lembrando que, Bozo, não
é um apelido de carinho, até porque sou totalmente
contra ele e suas atitudes, espero mesmo que ele es-
teja com essa doença, nunca desejei mal a ninguém
mais ele merece, vou torcer para que na próxima
eleição ele não seja eleito.
Camila Gonçalves
Goiânia
{
Ou funciona o isolamento
em dois meses ou vai ter
que liberar, porque a
economia não pode parar
senão desmonta o Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes,
afimou ontem que o País não suporta
iolamento social superior a dois meses,
sob risco da economia colapsar. 
Não chegou a nossa hora
@jornalohoje
“daqui uns dias teremos dois problemas, o
povo passando fome e o vírus que irá conti-
nuar aí”, comentou o internauta sobre medi-
das tomadas para controlar a Pandemia do
Coronavírus. 
Leonardo Lourenço
@ohoje
“deus continue abençoando e as pessoas
colaborando para que não aumente o ín-
dice de infectados”, comentou a inter-
nauta sobre número de infectados pela
Covid-19 em Goiás.
Sueli Camargo 
@jornalohoje
Pedido de demissão da comentarista Ga-
briela Prioli, da CNN Brasil, foi um dos as-
suntos mais discutidos no twitter.
Aos colaboradores do O Hoje: Artigos para este es-
paço devem conter no máximo 4.000 caracteres e
também podem ser divulgados no portal ohoje.com.
São analisados os textos enviados, com foto e assi-
natura, para editor@ohoje.com.br. Cartas não podem
ultrapassar 800 caracteres e o endereço para envio
é o mesmo dos artigos. Mais informações podem ser
obtidas pelo (62) 3095-8742.
4 n ECONOMIA
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
POLÍTICA n 5
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
6 n POLÍTICA
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
“Eu, como cidadão, seguindo o
conhecimento do pessoal da saú-
de, ao contrário, quero ficar em
casa e fazer o isolamento”, afirmou
o ministro da Economia.
O ministro da Economia,
Paulo Guedes, disse ontem (29)
que é preciso “respeitar as opi-
niões dos dois lados” ao falar
sobre o isolamento social feito
pela população, sob recomen-
dação do Ministério da Saúde,
para frear a expansão do con-
tágio pelo covid-19. Ele disse
entender a recomendação dos
médicos embora, como econo-
mista, preferisse a volta de to-
dos à normalidade.
“Vamos conversar sobre isso
de uma forma construtiva. Eu,
como economista, gostaria que
pudéssemos manter a produ-
ção, voltar o mais rápido possí-
vel. Eu, como cidadão, seguindo
o conhecimento do pessoal da
saúde, ao contrário, quero ficar
em casa e fazer o isolamento”,
disse, em videoconferência com
representantes da Confedera-
ção Nacional dos Municípios, no
início da tarde.
Guedes acrescentou que,
apesar da importância do iso-
lamento para a saúde pública,
a economia não suportará mais
que dois meses estagnada.
“Essa linha de equilíbrio é di-
fícil, mas é uma questão de dois
meses para rachar para um
lado ou para outro. Ou funcio-
na o isolamento em dois meses
ou vai ter que liberar, porque
a economia não pode parar
senão desmonta o Brasil todo”.
Para o ministro, um tempo de
isolamento maior que esse
pode provocar um “desastre to-
tal”, com um cenário de desa-
bastecimento, aumento de ju-
ros e da inflação.
Fundeb
O ministro opinou também
sobre o Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educa-
ção Básica (Fundeb), tema de
uma proposta de emenda à
Constituição (PEC) que tramita
no Congresso. Ele contrariou o
relatório, que prevê um au-
mento gradual na complemen-
tação de recursos do feita pela
União para estados e municí-
pios, e sugeriu a manutenção do
valor atual. “Podíamos, excep-
cionalmente, renovar o Fun-
deb como é hoje, por dois, três
anos, para o dinheiro exceden-
te ser mandado para a saúde. Se
for aumentar o Fundeb agora,
vai faltar pra saúde.”
Orçamento “sem carimbo”
Durante uma hora e meia de
videoconferência, Guedes ouviu
as demandas de prefeitos de to-
das as regiões do Brasil e de-
fendeu que a verba liberada
para os estados não tenha uma
destinação definida. Para ele, os
prefeitos deveriam ter liberda-
de de alocar os recursos nas
áreas em que quisessem. “Tudo
que é Orçamento é carimbado,
isso é ruim. O dinheiro devia es-
tar solto. O prefeito, que está na
ponta, é que sabe o que ele está
precisando, se é comprar uni-
forme pras crianças ou comprar
o teste de saúde, comprar ven-
tilador pulmonar. O gestor pre-
cisa ter essa flexibilidade.”
O ministro também apoiou
a aprovação do Projeto de Lei
do Congresso (PLN) nº 2, que
seguia para votação no plená-
rio do Congresso quando a cri-
se do coronavírus e o isola-
mento interromperam o rit-
mo de votações. O PLN 2 alte-
ra a atual Lei de Diretrizes Or-
çamentárias (LDO) e regula-
menta a execução de emendas
parlamentares impositivas e
coloca critérios que podem im-
pedir a obrigatoriedade de
emendas parlamentares indi-
viduais ou de bancada.
Ao defender o PLN e a des-
centralização dos recursos pú-
blicos, Guedes afirmou que, se
o dinheiro “ficar em Brasília”,
irá para “privilégio de aposen-
tadoria” e “para a Venezuela”.
“O que queremos é mais re-
cursos para os municípios. O di-
nheiro tem que ficar na ponta.
Se o dinheiro ficar com Brasília,
vira dinheiro para privilégio
de aposentadoria, vira dinheiro
para a Venezuela, vira estádio
de futebol, em vez de virar hos-
pital. Nós não acreditamos na
centralização dos recursos, acre-
ditamos no dinheiro na ponta,
onde o povo vive.”
O ministro também defen-
deu a aprovação do Marco do
Saneamento e do Plano Man-
sueto, esse último uma deman-
da dos prefeitos. O Projeto de
Lei Complementar 149/2019,
conhecido como Plano Man-
sueto, implementa um novo
programa de auxílio financeiro
a estados e municípios. A pro-
posta prevê a concessão de em-
préstimos com garantia da
União para estados com difi-
culdades financeiras. Em troca,
o governos locais terão de en-
tregar um plano de ajuste ao Te-
souro Nacional, que prevê o
aumento da poupança corren-
te ano a ano. (Agência Brasil)
“Eu, como cida-
dão, quero ficar
em casa e fazer o
isolamento”, afir-
mou o ministro da
Economia
O presidente questionou protocolos da saúde
Esplanada
Leandro Mazzini | reportagem@colunaesplanada.com.br
Guedes ponderou que apesar da importância do isolamento a economia não suportará mais que dois meses estagnada
O presidente Jair Bolsonaro visitou diferentes regiões
administrativas no Distrito Federal ontem (29). Ele foi ao
Hospital das Forças Armadas (HFA) e a supermercados e
comércios abertos em diferentes locais da capital
Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada na parte da manhã.
Ele foi ao HFA, mas não informou a razão. Além disso, passou
pelas regiões administrativas de Sobradinho, Taguatinga e Cei-
lândia. Esses últimos são as áreas mais populosas do DF.
No retorno ao Palácio da Alvorada, o presidente voltou
a reforçar sua posição pela abertura dos comércios. “Te-
mos problema do vírus? Temos. Devemos tomar cuidado
com os mais velhos. Mas temos a questão do desemprego
também. O emprego é essencial. Se o Brasil não rodar, mui-
tos vão perder o seu emprego”, declarou.
O presidente questionou protocolos das autoridades de saú-
de, dizendo que nem sempre devem ser seguidos. “Quantas
vezes o médico não segue o protocolo? Por que não segue? Por-
que tem que tomar decisão. Chefe que sou, tenho que assumir
riscos, tomar decisões. Não posso ficar em cima do muro e agin-
do politicamente correto, a nação afunda. E não vou me fur-
tar de assumir posições”, comentou.
Em entrevista coletiva ontem, o ministro da Saúde,
Luiz Henrique Mandetta, afirmou que é preciso se preo-
cupar com a economia e com atividades como logísti-
ca, mas reforçou a importância de evitar aglomerações
e circulação como forma de evitar que a disseminação
do vírus aumente e haja uma sobrecarga no sistema de
saúde. (Agência Brasil)
Presidente Jair
Bolsonaro visita
localidades 
em Brasília
Guedes diz que prefere isolamento
Mandetta balança
O presidente Jair Bolsonaro não acei-
ta quem lhe faz sombra no cargo. Onyx Lo-
renzoni dançou da Casa Civil porquese
empoderou. O próximo alvo é o ministro
da Saúde, Luiz Mandetta – que vem dan-
do exemplo na crise do coronavírus. Fato
é que Bolsonaro quer expulsar o DEM de
Rodrigo Maia do Governo. Mandetta dei-
xou o cargo à disposição há dias, mas fi-
cou para não piorar a situação. Um subs-
tituto potencial será Antônio Barra, pre-
sidente da (inepta) Anvisa e oficial militar.
Cogita-se também o médico e deputado fe-
deral Osmar Terra, ex-ministro da Cida-
dania. A saída de Bolsonaro às ruas ontem,
e seus atos contrariando as orientações do
ministro, semana passada, conotam que
o chefe o força a se demitir.
Cadê o BB?..
Caixa, BC e BNDES aparecem com o pre-
sidente Jair Bolsonaro em anúncios de pro-
gramas para turbinar a economia. Mas o
Banco do Brasil sumiu desde o início.
.. Sumiu
O BB é de capital misto, com ações na
Bolsa. Mas tem uma carteira gigantes-
ca de programas para rurais e comer-
ciantes. E ainda não adiou cobrança de
empréstimos. 
Justa causa
O PRTB espera ser o destino da
maioria dos 28 deputados federais
bolsonaristas que deixaram o PSL e
alegam perseguição, junto ao TSE,
para justificar a mudança de sigla.
Hackaedos
A Shell, empresa do grupo Cosan, tem
sofrido ataques de hackers localizados
fora do Brasil. O episódio causa transtor-
no na operação e prejudica milhares de
clientes e consumidores. O início dos ata-
ques ocorreu em uma pequena empresa
do grupo, mas rapidamente atingiu outras,
dentre elas a Shell. 
Perda$
O caso é tão grave que a empresa precisou
recorrer a sistema paralelo de faturamento, que
funciona mal, segundo fontes. Há relatos de que
a Shell não consegue saber que clientes efe-
tuaram pagamentos e quais estão em dívida. O
mais preocupante é que ninguém sabe quando
a Shell conseguirá resolver o problema, refém
dos hackers.
Buzina travada
A turma da prefeitura de Belém, aliada
ao deputado Eder Mauro, convocou os alia-
dos para uma mega carreata ontem pró-
abertura do comércio, contrariando deter-
minação do Governo de fechar tudo. O De-
tran interceptou o líder da comitiva (Li-
cenciamento do carro sem pagar desde
2015, e R$ 22 mil em multa). E apreendeu
todos os outros.
Plim x pum!
Na campanha de 2018, Bolsonaro teve reu-
nião com os irmãos Marinho da TV Globo na an-
tiga residência do falecido patriarca, no Cosme
Velho. Paulo Guedes, que intermediara encon-
tro, ficou preso no trânsito em Laranjeiras e não
presenciou. Não revelaram a ele o que houve
lá. Desde então, é uma guerra Jair x Globo. E
vem mais aí.
Turma da maçã 
No município Flores do Piauí, a Coluna
apurou que 11 nativos da mesma família que
voltaram da colheita da maçã de Santa Catarina
foram confinados numa escola. Saíram ontem,
para casa, sem confirmação de infecção por co-
ronavírus. A determinação foi da prefeitura,
acolhendo decisão do Ministério Público. Ou-
tras famílias procedentes de várias regiões são
monitoradas em casa, sem poder sair.
Corte
O líder do Cidadania, deputado Arnaldo
Jardim, articula com Rodrigo Maia, uma pro-
posta para que os Três Poderes cortem 20% dos
gastos. O dinheiro seria destinado a trabalha-
dores, micro e pequenos empresários para su-
portarem os efeitos da crise. 
ESPORTES n 7
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
O cenário dos eSports vem
crescendo ao redor do mun-
do. Aqui no Brasil, já pode-
mos encontrar muitos even-
tos com grande presença
do público e bastante enga-
jamento. Qual é a sensação
de fazer parte dessa moda-
lidade emergente?
Theycallmelouise: A sen-
sação de fazer parte disso é
simplesmente incrível, não
consigo pensar em nenhum
adjetivo mais adequado que
este, nem parece que é ver-
dade. É até clichê eu dizer isto,
mas é definitivamente aque-
le discurso do sonho se tornar
realidade.
“Galileu”: A sensação é
muito boa. É muito bom ver
os campeonatos lotados, sen-
tir a energia extraordinária
da torcida em cada jogada. 
"RNS Kita": Para mim é
bastante gratificante fazer
parte desta comunidade.
Acompanho desde mais novo
quando tudo ainda estava
muito no começo. Então, fazer
parte dessa evolução no ce-
nário é incrível, literalmente
a realização de um sonho.
Em que momento você to-
mou a decisão de trabalhar
com eSports? Games foram
sempre parte da sua vida?
Theycallmelouise: Res-
pondendo primeiramente a
segunda pergunta, sim, ga-
mes sempre fizeram parte da
minha vida, desde a infância,
tanto nos consoles quanto no
computador. Logo, este dese-
jo de trabalhar com algo tão
importante na minha vida
sempre existiu, no entanto, vi-
sualizar o eSport como uma
possibilidade de carreira pro-
fissional só ocorreu, de fato,
quando eu tinha em torno de
16 ou 17 anos.
Galileu: Sempre sonhei em
trabalhar com eSports. O so-
nho começou quando eu fui a
uma loja de games que tinha
uma máquina de taito do
Street Fighter. Nessa loja, ti-
nha campeonatos semanal-
mente e eu marcava presen-
ça em todos. Precisei me afas-
tar porque minha mãe acha-
va o lugar perigoso. Nessa
época, eu não conhecia os
consoles como Playstation e
Super Nintendo. Em 2014, en-
trei na universidade e três
anos depois em 2017 me tor-
nei coach do Sharks UFG e
vencemos competições re-
gionais (Campeão Estadual e
Regional TUES GO 2019/1 -
LoL, vice-campeão dos JUGs
2018 - LoL). Os games sempre
fizeram parte da minha vida!
RNS Kita: Os games sempre
fizeram parte da minha vida,
desde os consoles até começar
com os jogos online. Em rela-
ção ao sonho de ser profis-
sional, desde mais novo - com
11 ou 12 anos - eu assistia ao
meu irmão mais velho que jo-
gava LoL e, para ser bem sin-
cero, ele sempre foi a minha
inspiração para começar a
jogar. Desde quando comecei,
eu sonhava em ser Pro Player,
porém ainda era apenas um
sonho, eu era muito novo e
não tinha habilidade o sufi-
ciente. Mas posso dizer que
sempre quis trabalhar com
eSports e estar onde estou é
muito gratificante.
Como é o incentivo na cate-
goria? É uma área que pode
render muito futuro para
quem pratica?
Theycallmelouise: Quan-
to a esta pauta, eu diria que o
contexto brasileiro que en-
volve o eSport ainda não
apresenta incentivo o sufi-
ciente na categoria. Porém, eu
sou uma pessoa deveras oti-
mista quanto a isso, levando
em consideração o cenário
competitivo no exterior, então
acredito que é somente uma
questão de tempo para que o
incentivo torne-se adequado
ao crescimento dos jogos ele-
trônicos no Brasil. E concer-
nentemente à segunda ques-
tão, eu diria que definitiva-
mente, pois o eSport está se
expandindo de todas as ma-
neiras possíveis em todos os
locais do mundo e hoje em dia
já é possível visualizar uma
carreira duradoura na área e,
como dito previamente, sou
bem otimista nesse aspecto e
acredito que daqui a alguns
anos o eSport, de maneira ge-
ral, será enxergado da mesma
maneira que o esporte con-
vencional.
Galileu: O incentivo é bom,
mas pode ficar melhor. É uma
área que está se valorizando
com profissionalismo a cada
dia que passa. E, sim, pode ren-
der muito no futuro.
RNS Kita: Por ser uma mo-
dalidade relativamente nova
no país, eu vejo que não há
muito incentivo. Porém, mes-
mo no início eu acredito que
possa ser bem promissora
aqui no Brasil, acredito que só
tende a crescer cada vez mais
e ser cada vez mais reconhe-
cida também.
Qual é o tamanho do signi-
ficado de se representar o
estado de Goiás no cenário
nacional? Até onde a Rens-
ga pode chegar?
Theycallmelouise: É gi-
gantesco! É uma grande hon-
ra fazer parte dessa organi-
zação e, honestamente, com a
infraestrutura que a Rensga
tem e a dedicação de todo
mundo envolvido neste time,
não consigo nem imaginar
um limite para a Rensga. Pode
ter certeza que nós vamos
trazer muitos títulos e muita
alegria para o nosso Goiás.
Galileu: O significado é ex-
traordinário! É a realização de
um sonho. A Rensga pode
chegar ao Mundial, só de-
pende de nós agora, do nosso
esforço individual e coletivo.
É ter foco e treinar diaria-
mente que tudo vai dar certo.
RNS Kita: A responsabili-
dade é enorme. Sei que mui-
tas pessoas sonham em es-
tar onde eu estou, então re-
conheço o peso que carrego
ao vestir a camisado time.
Porém, espero dar sempre o
meu melhor e representar
bem não só o time, mas
honrar o sonho de todos
aqueles que também que-
rem chegar aqui e as pes-
soas que torcem por mim. A
Renga em si é uma organi-
zação muito responsável,
oferece todo tipo de apoio
aos jogadores e tem um in-
vestimento enorme. Acre-
dito que se nós continuar-
mos nos esforçando e tra-
balhando duro nos treinos
com toda certeza temos po-
tencial de sermos um dos
maiores times do Brasil.
Em meio a essa pandemia
do coronavírus, a prática
dos games também pode
funcionar como uma vál-
vula de escape em um mo-
mento tão conturbado da
nossa história?
Theycallmelouise: Abso-
lutamente. Isso já é a reali-
dade de inúmeras pessoas
que cotidianamente têm esse
passatempo, mesmo antes
da pandemia. Sem contar o
caráter social presente nos
games, que é uma pauta pou-
co discutida, uma vez que é
uma ferramenta bem efetiva
de socialização e apresenta,
portanto, potencial para sa-
nar algumas necessidades
dos indivíduos.
Galileu: A prática de ga-
mes é de suma importância
neste momento. Ajuda so-
cialmente a passar o tempo
e evitar sair de casa. E por
um lado é muito bom para
que os meus jogadores fo-
quem mais no game e fi-
quem cada vez melhores.
RNS Kita: Com certeza sim.
Acredito que assim como eu,
muitas pessoas usam os games
como uma forma de fugir de
uma realidade conturbada ou
uma forma de lidar com certos
problemas. Então, com certe-
za ajuda muito nesse mo-
mento tão conturbado.
Luiz Felipe Mendes
Especial para O Hoje
No ano passado, a Rens-
gaeSports emergiu no ce-
nário dos esportes eletrôni-
cos. Em 2019, o time adqui-
riu uma vaga no Circuito
Desafiante de LeagueofLe-
gends, a segunda divisão
brasileira. O grupo não con-
seguiu se classificar, mas
ganhou notoriedade e pôde
se estruturar ainda mais
em 2020, incluindo uma
nova equipe para a disputa
de CounterStrike: GO, a
inauguração do complexo
Orbi Gaming e jogadores
de nível elevado em dife-
rentes categorias.
Conversamos com dois
treinadores, ou coaches -
Willian HayatoUmehara,
de 27 anos, com o nick (ape-
lido) de “Theycallmeloui-
se”, e Wesley Borges, de 26
anos, com o nick “Galileu”
-, além de um jogador, ou
player, de CS:GO - Rodrigo
YudiKita, de 20 anos, com o
nick “RNS Kita”.
O objetivo final da
Rensga é representar cada
vez melhor o estado de
Goiás, e cada membro
sabe de sua responsabili-
dade. A tarefa é árdua, so-
bretudo porque os eSports
ainda estão evoluindo no
nosso país, mas aqueles
que participam tentam
dar o máximo de si. Wil-
liam, por exemplo, mora
em São Paulo, é graduado
em Arqueologia e mes-
trando de História. Não é
fácil conciliar as duas ati-
vidades. Contudo, a Rens-
ga dá sinais de que pode
melhorar cada vez mais.
} A Rensga pode chegar ao Mundial, só depende de
nós agora, do nosso esforço individual e coletivo. 
 É ter foco e treinar diariamente. ||
Rensga, a representante goiana
EntrEvista | Rensga espoRts
Fotos: Alan Moreira
Pedro Henrique fala sobre
paralisação em Portugal
CORONAVÍRUS
O número de vítimas mor-
tais do coronavírus em Portu-
gal aumentou em menos de
vinte e quatro horas de seten-
ta e seis para cem. O número de
infectados confirmados cres-
ceu 21,1%, chegando a 5.170.
Com isso a recomendação
do isolamento total em seus la-
res só aumenta. Um dos bra-
sileiros que vive na terra lusa
é o atacante Pedro Henrique,
que atualmente defende as
cores do Feirense. O jogador
de 23 anos já imaginava que
os campeonatos europeus se-
riam afetados e não ficou sur-
preso com a paralisação: “Es-
távamos à espera”. 
“Está uma situação crítica,
onde que nós só podemos
sair de casa para pode fazer
compras. Corremos o risco de
tomar multa ou até mesmo
sermos presos, se for o caso
de ser pego na rua”, ressaltou
o atacante.
Antes da paralisação, o
Feirense vinha fazendo uma
excelente campanha na Li-
gaPro, a segunda divisão
portuguesa. Os fogaceiros,
como são chamados ocupam
a terceira colocação e Pedro
Henrique chegou para aju-
dar a equipe, já tendo feito
três gols em sete partidas. O
atacante falou como foi a
conversa do clube com os de-
mais jogadores.
“Foi uma situação tran-
quila. A direção já vinha nos
alertando sobre a situação
que estava por vir, então já
esperávamos pelo “pior”, dis-
se o brasileiro.
O jogador está desde a
temporada 2018/19 atuando
em Portugal, mas Pedro Hen-
rique sempre dá um jeito de
falar com seus familiares
aqui de Goiás e orientar e
atualizar o que tem passado
longe de casa.
“Conversamos sempre so-
bre a nossa saúde. Infeliz-
mente no momento essa é a
maior preocupação, tanto
com familiares e amigos”, fa-
lou Pedro Henrique.
Apesar de poder somen-
te sair do isolamento para
fazer compras para quando
precisar, Pedro Henrique
disse ainda não faltar ali-
mentos nos comércios, mas
o mais difícil tem sido achar
o álcool em gel.
“Ultimamente nem nas
redes sociais estamos
achando, mais pelo fato de
muitas empresas e até mes-
mo famílias estão compran-
do de grande quantidade
para estocar em casa”, rela-
tou o jogador brasileiro.
Sem futebol por tempo in-
determinado, Pedro Henri-
que busca um jeito de se dis-
trair enquanto a bola não
volta a rolar. O atacante con-
tou o que tem feito nesse
tempo isolado em casa.
“Vejo bastante seriado, fil-
mes. Ainda me aventuro nos
jogos virtuais, além de fazer
sempre chamadas de vídeo
com familiares e amigos. Te-
nho também aproveitado o
tempo e me dedico em trei-
namentos específicos passado
para fazer em casa. Vamos se
se virando na melhor manei-
ra possível para não ficar
“maluco”, concluiu o atleta
do Feirense. (Victor Pimenta,
especial para O Hoje)
8 n ESPORTES
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
Atacante chegou nesta temporada ao Feirense
Assessoria do Feirense
A pandemia mundial
do coronavírus paralisou
quase todos os campeona-
tos do mundo. O esporte e
mais precisamente o fute-
bol foi uma das primeiras
modalidades a sofrerem
com o vírus, primeiro a
decisão foi de atuar com
portões fechados, mas não
mudou e nem afetou a pa-
ralisação que aconteceu
dias depois. Mas a situação
não é diferente a quase 12
mil km de Goiás.
O ex-atacante do Goiás,
Tiago Real, que vestiu as
cores do esmeraldino em
2014, onde fez um gol em
37 jogos, está passando
pela primeira experiên-
cia internacional. O atleta
assinou com o Al-Muhar-
raq, do Bahrein, no ano
passado após ter passado
por tradicionais clubes
brasileiros, como o Cori-
tiba, Palmeiras, Joinville,
Naútico, Bahia, Vitória e
Ponte Preta.
O atacante vive a me-
lhor fase da carreira, com
oito gols marcados e sete
assistências. Os números
são extremamente positi-
vos. Em 21 jogos disputa-
dos, foram 15 vitórias, três
empates e outras três der-
rotas, aproveitamento de
76,19%. A equipe do brasi-
leiro é uma das fortes can-
didatas ao título do cam-
peonato nacional e da
copa. No entanto, assim
como o restante do mundo,
por lá, as competições fo-
ram afetadas por conta do
novo coronavírus. 
“Nós já vínhamos jo-
gando com portões fe-
chados e, como já estáva-
mos mais para o fim da
temporada, foi decidido
por adiar os campeona-
tos. Todos os atletas fo-
ram liberados. Com isso,
os jogos que faltavam fi-
carão para o mês de julho
e, na sequência, em agos-
to, já começaremos a tem-
porada 2020-2021”, reve-
lou o atleta, que está pró-
ximo de completar 400
jogos como profissional.
Sobre o coronavírus, a
situação no país é relativa-
mente segura, é o que ga-
rante o meia. “Aqui come-
çou há um mês, no final de
fevereiro. Por precaução, o
Rei decretou o fechamento
das escolas e orientou a
população sobre os cuida-
dos com o vírus. Na sema-
na passada foi quando fi-
cou mais séria a situação,
por conta da morte de um
casal. A partir desse mo-
mento, o Rei decidiu tomar
medidas mais drásticas
como o fechamento de vá-
rios estabelecimentos co-
merciais e a suspensão dos
campeonatos esportivos.
Pelo o que nos passam
aqui, o vírus está bem con-
trolado, são pouco mais de
250 casos no país. O cuida-
do é bem grande, estamos
em uma ilha, pode ser mui-
to perigoso se a situação
sair do controle”, concluiu.(Felipe André, especial
para O Hoje)
Ex-Goiás, atacante relata
situação segura no Bahrein
CORONAVÍRUS
Victor Pimenta
Antes da pandemia do co-
ronavírus tomar conta da Eu-
ropa e se propagar nos outros
continentes, na Ásia onde
tudo começou, a Coréia do
Sul foi um dos mais países
mais afetados pelo Covid-19.
Por ser próximo a China, o
país chegou a ter mais de sete
mil casos confirmados.
Em pouco tempo, Seul
conseguiu desacelerar as
infecções e diminuir até
mesmo o número de casos.
Tudo isso sem parar co-
mércios, indústrias e a vida
social. Atualmente na Co-
réia do Sul existe “apenas”
nove mil casos e menos de
cento e sessenta mortes.
Atualmente treinador da
equipe Sub-23 do Ulsan Hyun-
dai, o brasileiro Fernando Sa-
les comentou como foi a pa-
ralisação no futebol, quando o
time treinava antes mesmo
do campeonato se iniciar.
“Nós estávamos em pré-
temporada na cidade de Jin-
ju, na Coréia do Sul, e quan-
do retornarmos a Ulsan já
nos impuseram algumas
restrições, porém nada tão
grave. Logo passado isso,
dois a três dias eles cance-
laram todas as atividades”,
comentou o treinador.
Antes de se mudar para a
Coréia do Sul, Fernando Sa-
les, de 40 anos, treinou dois
clubes tailandeses, o Yasot-
hon FC e mais recente, o Ka-
setsartUniversity. A pedido
do clube, ele voltou ao seu
antigo país até que as coisas
se estabilizassem em Ulsan.
“Eu agora estou na Tailân-
dia, pois tive de sair da Coréia
a pedido do clube. Porém, ago-
ra já estamos retornando, pois,
o clube já nos passou tranqui-
lidade e os treinos devem re-
começar em abril”, ressaltou
Fernando Sales
Por conta da pandemia
do coronavírus, a diretoria
do Ulsan Hyundai comunicou
a comissão e seus atletas e
agiu da melhor forma possí-
vel, orientando em uma ma-
neira de ficar longe dos locais
mais afetados, assim Fer-
nando Sales buscando outro
país para ficar até tranquili-
zar os casos na Coréia.
“Eles somente nos pediram
para sair do país, pois, estava
um surto muito grande e que
não haveria o porquê de es-
tarmos lá nesse período”, dis-
se o brasileiro.
O treinador também fa-
lou como tem sido o contato
com seus familiares no Bra-
sil e o que tem passado para
eles nesse momento difícil e
longe de casa.
“Falo com eles todos os dias,
até porque meus pais estão
passando por problemas de
saúde. No caso da minha mãe,
ainda mais complicado, pois
ela tem câncer e requer muito
cuidado”, falou o treinador do
Sub-23, do Ulsan Hyundai.
O treinador que ficou gran-
de parte na Tailândia nesse
período de quarentena, por
conta do coronavírus, não viu
dificuldade na questão da ali-
mentação, na procura por pro-
dutos de limpeza em comér-
cios, que tem sido o mais im-
portante nesse momento, bus-
cando somente o necessário. 
“Aqui na Tailândia não está
faltando nada ainda, mas já dis-
seram que se continuar o país
viverá situação parecida com a
Itália e na Coreia pelo que falo
com todos. Eles também não
têm sentido falta de alimentos
e nada do tipo, até porque são
mais conscientes nesse aspec-
to que o brasileiro, que infe-
lizmente tenho acompanhado
e estão comprando tudo sem
pensar no próximo”, contou
Fernando Sales.
Com a paralisação dos cam-
peonatos por todo mundo, o
treinador não sabe como fica-
rá a situação na Coréia do Sul
e acredita que mesmo que vol-
te, haverá receio caso a doen-
ça não volte a atacar.
“Ainda não tem como ava-
liar, mas com certeza nada
será como antes, pois creio
que haverá um certo receio
por parte de todos. É um vírus
e você nunca sabe onde e quan-
do pode pegar”, declarou. (Es-
pecial para O Hoje)
Vivendo na Coréia
do Sul, Fernando
Sales falou sobre
a situação no país
e sua ida
temporária para a
Tailândia na época
do Covid-19
Mudança nos planos 
Treinador chegou na temporada passada para treinar a equipe Sub-23 do Ulsan Hyundai e estava temporariamente morando na Tailândia
Arquivo pessoal
CIDADES n 9
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
Igor Caldas
A crise desencadeada pela
pandemia do novo Coronaví-
rus começa a deixar famílias
goianas em situação de de-
sespero. Com o emprego in-
formal em alta, principal-
mente na população de baixa
renda, o fechamento do co-
mércio impede que muitos
consigam trabalhar. Nesta si-
tuação, a fome passa a ser
uma ameaça real em muitos
lares da Capital. No Residen-
cial Buena Vista IV, famílias
pedem socorro enquanto
aguardam benefícios prome-
tidos pelo governo federal e
estadual. Existem pouco mais
de 100 mil famílias cadastra-
das no CadÚnico em Goiânia.
O presidente da associação
de moradores do bairro, Lin-
domar Rodrigues Soares, aler-
ta que há pelo menos 4 mil fa-
mílias (3,7mil cadastradas no
CadÚnico) que estão amea-
çadas pela fome no local. “Al-
gumas mães de família cozi-
nharam o último punhado de
arroz no almoço de hoje [on-
tem]”, lamenta. Ele ainda afir-
ma que uma carteira de tra-
balho assinada é raridade no
setor onde a maior parte da
população sobrevive nos em-
pregos informais. O setor foi
duramente atingido pelo fe-
chamento do comércio e iso-
lamento social necessário ao
combate da doença.
“Aqui se instalou um es-
tado desesperador. A maior
parte das famílias está sem
renda e a comida está nas úl-
timas”, expõe Lindomar. Na
casa de Divina Sueli Ribeiro,
61 anos, o pouco de arroz e
óleo que restam deve ser su-
ficiente para apenas mais
um dia. Ela vive com seu fi-
lho, Daniel Ribeiro de 44
anos. O trabalhador autôno-
mo é responsável por 80% da
renda que entra na casa. No
entanto, ele está há duas se-
manas sem trabalhar devido
as restrições aplicadas ao co-
mércio. “Quando ele está tra-
balhando conseguimos uma
renda de R$ 200 por mês”,
afirma Divina. A aposentada
diz que a única renda atual
vem do benefício da Bolsa Fa-
mília de R$ 91.
Há um ano e meio Divina
quebrou o fêmur e passou por
uma cirurgia no Hospital de Ur-
gências de Goiânia (HUGO).
Ela se recuperou, mas ficou
com sequelas que a impedem
de trabalhar. “Eu não consigo
andar de ônibus e nem carre-
gar peso algum. Dependo do
que meu filho traz aqui para
casa”, diz enquanto mostra os
poucos grãos de arroz que res-
tam na dispensa da sua cozi-
nha. Ela viu pela televisão que
o governo federal anunciou
uma ajuda de R$ 600. “Só fala-
ram isso. Não disseram quem
vai se enquadrar e nem como
e quando esse dinheiro vai
aparecer. Isso deixa a gente
preocupado demais”.
Idosos
Lindomar, que também é
presidente da Organização Não
Governamental Projeto Ação
Popular (PROAP), com sede lo-
calizada no Residencial Buena
Vista IV, diz que já agilizou
parte da vacinação no local.
“Eu disponibilizei a sede para
a vacinação de idosos, já que
fica muito longe para eles irem
até o posto de saúde do bairro”.
De acordo com Lindomar, pelo
menos 30% da população aci-
ma de 60 anos já foi vacinada
no setor, elas estão incluídas no
grupo de risco da Covid-19,
doença causada pelo novo Co-
ronavírus. Divina foi vacinada
na sede do PROAP.
Moradora do Residencial
Buena Vista IV, Gelma Lima
Santos, 38 anos, trabalha como
diarista fazendo faxinas. Des-
de que começaram as restri-
ções para combater a epide-
miaela está sem trabalho e
com a maior parte da renda
comprometida. A trabalhado-
ra mora com suas quatro filhas
em uma casa de dois cômodos.
“Estamos tomando todos os
cuidados possíveis para evitar
a proliferação do vírus”, afir-
ma. Ela diz que higieniza as
mãos com frequência, mas
não conseguiu comprar álcool
em gel e máscaras porque o
preço desses produtos estava
elevado nas farmácias.
Gelma tem comida sufi-
ciente para alimentar sua fa-
mília por um dia. Ela ainda
afirma que é impossível ali-
mentar cinco pessoas dentro de
casa sem nenhum trabalho.
“Estou precisando de ajuda. Te-
nho um pouco de arroz e me-
tade de um litro de óleo. Quan-
do estava trabalhando, recebia
e ia ao mercado para garantir
alguma coisa”. As filhas de Gel-
ma têm entre 6 e 19 anos e ne-
nhuma delas trabalha. “A maior
parte das famílias daqui estão
nesta situação, principalmente
as mães solteiras”, lamenta.
A filha mais velha de Gelma
cursa letras no Instituto Federal
de Goiás (IFG) e antes da epide-
mia,começaria a dar aulas par-
ticulares duas vezes por semana.
A renda que poderia ajudar a fa-
mília também foi prejudicada
pela pandemia. “Ela não traba-
lhava antes porque não conse-
guia arrumar emprego”, recor-
da. Somando suas faxinas se-
manais, o trabalho de costura
para facções que fazia em casa
e o benefício do Bolsa Família,
ela consegue R$ 800 para so-
brevivência de sua família.
Toda família de Gelma tem
consciência de que o isola-
mento social é necessário para
o combate da nova doença.
“Não saímos de casa. Até minha
menina de 6 anos fala que não
podemos ficar saindo”. Ela afir-
ma que se preocupa em pegar
a doença e contaminar suas fi-
lhas. “Eu penso nelas, mas ficar
sem trabalhar está muito difí-
cil porque precisamos sobre-
viver”. Gelma concorda que o
isolamento social é necessário,
mas cobra celeridade na ajuda
das autoridades. “Não dá para
viver desse jeito sem ajuda de
ninguém, somos muitas famí-
lias nesta situação”.
Lindomar duvida que os
benefícios do governo chega-
rão a tempo. “Essa ajuda que
o governo está falando que vai
dar parece mais uma chacota.
Esse dinheiro tinha que estar
depositado para ontem”. O lí-
der comunitário ressalta que
se a ajuda não vir com rapi-
dez, as famílias vão começar
a passar fome. “Estou pedindo
ajuda à população porque se
depender do governo, vamos
passar fome”, apela o líder
comunitário.
Auxílio mensal 
Na última quinta-feira (26),
a Câmara dos Deputados
aprovou auxílio mensal de
R$ 600 a trabalhadores infor-
mais por três meses em razão
da pandemia do Coronaví-
rus. A mulher que for mãe e
chefe de família vai poder re-
ceber até R$ 1,2 mil. Ainda
não foi informado a data de
início do pagamento porque o
benefício vai ser criado por
um Projeto de Lei (PL) e pre-
cisa passar pelo Senado antes
de entrar em vigor. A demora
no recebimento do auxílio
vai resultar em fome para
um grande número de famí-
lias de baixa renda.
De acordo com o projeto de
lei, o benefício deverá ser pago
a trabalhadores informais, de-
sempregados e microem-
preendedores individuais
(MEIs). O beneficiário tam-
bém deverá estar inscrito Ca-
dastro Único (CadÚnico) para
Programas Sociais do Governo
Federal até o último dia 20 de
março; cumprir o requisito
de renda média (renda mensal
de até meio salário mínimo
por pessoa, e de até 3 salários
mínimos por família) até 20 de
março de 2020 e ser contri-
buinte individual ou faculta-
tivo do Regime Geral de Pre-
vidência Social.
O auxílio não poderá ser
concedido a quem recebe be-
nefício previdenciário ou as-
sistencial, seguro-desemprego
ou outro programa de transfe-
rência de renda federal que
não seja o Bolsa Família. No
caso do Bolsa Família, o bene-
ficiário deverá optar por subs-
tituir temporariamente o pro-
grama pelo auxílio emergencial,
se esse for mais vantajoso.
Na última sexta-feira (27), o
governo estadual anunciou a
inclusão de 30 mil famílias em
situação de extrema pobreza e
pobreza no programa Bolsa
Família até abril. Goiás tem 46
mil famílias aguardando a in-
clusão e 282 mil famílias já re-
cebem o benefício federal. Au-
xílio alimentação receberá um
acréscimo de R$ 75 por aluno
para famílias que recebem o
Bolsa Família. O valor é refe-
rente a 15 dias. Em Goiás,
103.980 estudantes das escolas
estaduais têm direito ao bene-
fício. (Especial para O Hoje)
Mais de 100 mil famílias de baixa renda podem passar fome por falta de renda e benefícios
Fome vai chegar antes dos benefícios 
No Residencial Buena Vista IV, famílias pedem socorro enquanto aguardam benefícios sociais prometidos pelos governos
Fome ameaça famílias
Há 3,7 mil famílias cadastradas no CadÚnico no local
Quer ajudar?
A Projeto de Ação Popular (PROAP)
está recebendo doações para aju-
dar milhares de famílias do bairro
Residencial Buena Vista IV. Elas
estão precisando de alimentos,
remédios e materiais para pre-
venção de contaminação do
novo Coronavírus. 
� Diretamente no endereço
da sede: Rua Sabará, Quadra 99
Lt1 Residencial Buena Vista IV
� Depósitos na Agência 0679-
3 | Conta Poupança 0039335-5 |
Banco Bradesco. Favorecido:
Weider Cassio da Cruz
Mais informações: Lindomar Ro-
drigues (62) 99290-8765
Fotos: Lindomar Rodrigues
10 n CIDADES
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020
Manoela Messias
Durante o período de qua-
rentena para evitar a proli-
feração do Coronavírus, a
tendência é que haja um
grande aumento no consumo
de água em Goiás e em todo
país. A situação levantou
uma nova preocupação no
Estado, o risco de desabaste-
cimento no período de seca.
De acordo com a secretária
de Meio Ambiente e Desen-
volvimento Sustentável de
Goiás, Andreia Vulcanis, a
pasta já busca meios de dri-
blar as baixas nos rios. 
Especialmente do Rio
Meia Ponte, tendo uma baixa
prevista para o segundo se-
mestre deste ano. “Estamos
fazendo toda uma estrutu-
ração de precisão. Sabemos
que este ano vamos ter pro-
blemas de redução de evasão
de rios e uma provável crise
hibrida, estudos mostram
isso. Toda estruturação que
foi feita ano passado será
feita este ano, com essa di-
nâmica diferenciada de pes-
soas em casa. E com as pes-
soas em casa, o consumo ten-
te a ser maior. Essa é uma va-
riável que não contávamos e
agora vai estar sendo estru-
turada para absorver esta
nova dinâmica social, neste
período mais crítico”, disse.
A secretária ainda falou
da necessidade de atuação de
toda a população para pre-
servação da água, evitando
desperdícios, atuando contra
a poluição, cuidando das ba-
cias hidrográficas com o plan-
tio de árvores. “A necessidade
de um olhar de fato proposi-
tivo para a água. Além de es-
perar que o governo atue. É
importante que cada um de
nós façamosnosso papel, seja
na contenção do desperdício
de água, evitar cumprir qual-
quer tipo de ligação do esgo-
to nas regiões que não são
abrangidas pela coleta, para
evitar o despejo nos rios”. 
Andreia ainda diz que a
poluição é um elemento que
degrada muito as águas.
“Goiás sofre isso muito seve-
ramente também. E por outro
lado a gente precisa traba-
lhar todos unidos para recu-
perar nossas bacias. Isso en-
volve plantar árvores, cercar
as áreas de preservação per-
manentes de nascentes, cui-
dar do nosso planeta para
que possamos ter água, com
qualidade e disponibilidade
para todos”, concluiu.
O projeto juntos pelo Rio
Araguaia que prevê a revita-
lização da bacia do Araguaia
em Goiás e no Mato Grasso já
está em fase de conclusão,
mas apesar disso os recursos
federais que seriam destina-
dos para a execução do pro-
grama acabaram sendo im-
pactados pela pandemia do
Covid-19. Com isso, o início
dos trabalhos de recupera-
ção não tem data prevista.
Crise Hídrica 
Em julho do ano passado
o monitoramento da Secre-
taria de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentá-
vel (SEMED). Identificou que
a vazão do Rio Meia Ponte,
responsável pelo abasteci-
mento de água de Goiânia e
Região Metropolitana, saiu
do nível de alerta e atingiu o
nível crítico 1. O órgão teve
que definir ações para ga-
rantir os usos prioritários e
o abastecimento de água
para as áreas urbanas e ru-
rais atingidas.
Na ocasião a Semad disse
que a definição do nível crí-
tico foi baseada em um mo-
nitoramento das vazões entre
os dias 15 e 21 de julho, e se-
guiu a deliberação do Comitê
da Bacia Hidrográfica do Rio
Meia Ponte, correspondente à
vazão de escoamento menor
ou igual a 4,3 mil litros por se-
gundo. Com esse índice, foi
preciso adotar uma série de
medidas para o gerencia-
mento da crise hídrica na re-
gião. (Pedro Moura é esta-
giário do Jornal O Hoje sob
orientação do editor de Cida-
des Rhudy Crysthian)
Preocupados com
seus quadros de
colaboradores, co-
merciantes e em-
presários buscam
meios de segurar
seus talentos 
Risco de desabastecimento de água
Governo busca meios de tentar driblar as baixas nos rios na próxima seca, especialmente do Rio Meia Ponte
Um estudo técnico sobre o
Coronavírus e seu impacto na
saúde e na economia no Estado
foi realizado pela Universidade
Federal de Goiás (UFG) através
da Secretaria de Planejamento,
Avaliação e Informações Insti-tucionais (Secplan/UFG). O es-
tudo concluiu que o número de
casos de Covidid-19 tende a
crescer de forma exponencial a
partir do 50º caso. De acordo
com a pesquisa, em Goiás, a
taxa de crescimento é de 22%
ao dia. Se essa tendência for
mantida, o 50º caso pode ocor-
rer no dia 31 de março.
O Brasil segue a mesma ten-
dência verificada na França e
apresenta uma taxa média de
29,3% novos casos por dia. Já
em um dos principais epicen-
tros da epidemia no País, São
Paulo, a taxa média é de 28,3%
ao dia. Em comparação com o
cenário paulista, os números
de Goiás não são altos. 
Objetivos da pesquisa
O objetivo da pesquisa é
prever o comportamento fu-
turo da epidemia em Goiás,
em relação ao contexto inter-
nacional e nacional, e os pos-
síveis impactos socioeconômi-
cos das medidas adotadas pelo
governo estadual. No entanto,
os pesquisadores não estão
certos sobre a baixa taxa de
crescimento de casos em Goiás
e alertam que pode haver sub-
notificação da doença. 
Por outro lado, esse nú-
mero também pode refletir
os efeitos da quarentena de-
cretada pelo governo esta-
dual. “Caso sejam efeitos das
restrições à circulação de pes-
soas, a disseminação da covid-
19 pode ser controlada”, afir-
mam os pesquisadores.
Medidas é impactos
A pesquisa verificou que
as medidas adotadas até o
momento pelo governo do
Estado estão alinhadas ao
que foi feito na cidade chi-
nesa de Wuhan, onde não
há mais transmissão comu-
nitária do vírus. O principal
foco dos casos de infecção em
Goiás está localizado em
Goiânia. Segundo os pesqui-
sadores, o Estado deve atuar
para conter o surgimento de
novos focos e evitar uma si-
tuação parecida com a da
Itália, onde a existência de di-
versos focos dificulta a con-
centração de esforços.
As medidas restritivas, no
entanto, geram impactos eco-
nômicos significativos nas
atividades de diversos seto-
res, pois alteram a dinâmica
de funcionamento das es-
truturas de serviços e do co-
mércio no estado de Goiás. A
situação de emergência foi
decretada no estado no dia
13 de março. E posterior-
mente as atividades escola-
res e de empresas foram sus-
pensas. (Pedro Moura é es-
tagiário do Jornal O Hoje sob
orientação do editor de Cida-
des Rhudy Crysthian)
Goiás tem taxa de crescimento de 22% ao dia de infectados 
Estudo mostra crescimento
exponencial a partir de amanhã
COVID-19
Se for para sair de casa,
que seja por uma boa ação:
doar sangue. Esse é o apelo
que a Hemorrede Pública
de Goiás faz diante da re-
dução drástica nas doações
de sangue em março, se
comparado ao mesmo pe-
ríodo do ano passado. A
perspectiva é que essa que-
da no estoque se acentue
nos próximos dias devido
ao aumento do número de
casos de contaminação por
Coronavírus. Apesar do iso-
lamento social determinado
pelo governo como forma
de conter o avanço da Co-
vid-19, as unidades que co-
letam doações de sangue
continuam funcionando
normalmente. 
É preciso reverter o qua-
dro, e só a população mo-
bilizada será capaz disso.
Nesse sentido, a diretora-ge-
ral da Hemorrede Pública
de Goiás, Denyse Goulart,
explica que as pessoas que
não apresentam sintomas
de gripe podem manter as
doações de sangue. “As uni-
dades da Hemorrede se-
guem funcionando, e todos
os colaboradores já foram
orientados sobre os proto-
colos adequados para aten-
der doadores e pacientes
nos hemocentros”, afirma. 
A triagem clínica dos
doadores já incluía a verifi-
cação de dengue, chikungu-
nya e zika. “Após a atualiza-
ção dos critérios do Minis-
tério da Saúde, foi incluída
também a Covid-19 e ou-
tras variações como a Sín-
drome Respiratória Aguda
Grave (Sars) e a Síndrome
Respiratória do Oriente Mé-
dio (Mers)”, explica Denyse.
Ela destaca que a Unidade
Móvel do Hemocentro, em
ações externas na Região
Metropolitana, segue fun-
cionando normalmente. 
As autoridades do Mi-
nistério da Saúde refor-
çam que não existe evi-
dência de transmissão de
Coronavírus por transfu-
são de sangue, porém, a
indicação é que pessoas
que tiveram contato com
pacientes infectados ou
estiveram em uma das re-
giões endêmicas da Co-
vid-19 fiquem impedidas
de doar sangue pelo prazo
de 14 dias. Já para pessoas
que tenham o diagnóstico
de infecção por Corona-
vírus, a recomendação é
que se respeite o prazo de
30 dias para a doação, a
contar após a remissão
dos sintomas.
Os doadores atendidos
pela campanha de vaci-
nação contra a influenza
H1N1 deverão aguardar
48 horas para doar sangue.
Lembrando que não é re-
comendado aos idosos,
grupo mais afetado pelo
Covid-19 em todo o mun-
do, saírem de suas casas
neste momento. 
Hemorrede registra novas
quedas nos estoques de sangue 
COVID-19
Goiás sofre isso muito severamente
também. E por outro lado a gente precisa
trabalhar unidos para recuperar bacias
t
Manoela Messias
Perto de completar os pri-
meiros 15 dias do decreto que
suspendeu toda e qualquer ati-
vidade em feiras, shoppings,
galerias ou polos comerciais de
rua, bares e restaurantes para
diminuir o contágio do Coro-
navírus, comerciantes buscam
formas de minimizar os pre-
juízos. Empresários tentam
agora evitar demissões em
massa. Especialistas e entida-
des classistas dão alternativas
legais que podem ser adotadas
neste momento de crise. 
Há 25 anos trabalhando no
ramo de embalagens, Maria
Inez Espíndula, diretora de
uma empresa deste segmento,
se viu em uma situação difícil.
Ter que fechar as portas da
sua loja, em pleno Centro de
Goiânia. “Tenho 13 funcioná-
rios que trabalham com car-
teira assinada. Num primeiro
momento eu fiquei sem sa-
ber como proceder com to-
dos eles, mesmo já tendo uma
suspeita de que isso acontece-
ria conosco, com base no que
foi feito em outros países, mas
quando a situação bate na
nossa porta o susto é muito
grande”, conta a empresária.
A loja dela não possui um
departamento jurídico, os ad-
vogados do escritório de con-
tabilidade que a empresária
contratou são quem prestam
esse serviço. Maria Inez re-
solveu, então, dar férias cole-
tivas para toda a equipe, se-
guindo o que foi estipulado
em convenção pelo Sindicato
do Comércio Varejista de
Goiás (Sindilojas). 
Diego Alves Aguiar é ge-
rente da loja há 12 anos. Ele
não vai ficar no prejuízo, mas
não esconde que ficou muito
preocupado tanto com o fun-
cionamento do comércio quan-
to com o orçamento em casa.
“A gente tem salário, mas con-
ta muito com a comissão das
vendas. Mesmo não sendo a
maior parte do valor que re-
cebemos, esse dinheiro ajuda
a completar a renda, por isso
vai fazer falta no fim do mês”,
explica o gerente.
Outras possibilidades
O Sindilojas estabeleceu
férias coletivas por meio de
convenção para lojas de vá-
rios segmentos comerciais.
Porém o funcionário só re-
ceberá essas férias quando
for gozar a segunda parte da
licença. Já os funcionários
de bares, restaurantes, etc
foram afastados sem ne-
nhuma remuneração, já que
existe uma convenção cole-
tiva sobre esse assunto. Em
contrapartida, eles não per-
dem o emprego pelo prazo
de 90 dias. Outros sindicatos
ainda estão negociando
cláusulas para ver como li-
dar com essa medida. 
Segundo o advogado tra-
balhista Rafael Lara, além
das férias remuneradas, os
empresários podem optar
pelo trabalho home office,
caso a função do colaborador
permita que isso aconteça.
Para esse tipo de trabalho, o
funcionário será remunerado
normalmente.
Existe, ainda, a possibili-
dade da licença remunerada,
quando o trabalhador fica em
casa, recebendo o salário nor-
malmente, mas depois preci-
sa pagar isso em horas para a
empresa. “Para ser desconta-
da essa licença remunerada, o
empregador pode solicitar
que o funcionário faça até 2
horas extras diariamente por
um período de até 45 dias”, ex-
plica o especialista. 
Caso essa seja a opção da
empresa, os trabalhadores
que ganham comissão por
venda perdem o direito ao
benefício, mas em contra-
partida, o empregador é ob-
rigado a pagar o piso salarial
da categoria. O esquema de
desconto do banco de horas
do trabalhador também
pode ser usado.
Posicionamento Acieg
Diante dos impactos cau-
sados no comércio Estadual, o
presidente da Associação Co-
mercial,Industrial e de Servi-
ços de Goiás, (Acieg), Rubens Fi-
leti, informou, em nota, que so-
licitou aos governos estadual e
municipal que reduzam, pro-
visoriamente, impostos para
os setores da economia goiana
que venham a sofrer com que-
da nas vendas acima de 70%,
já que a situação exige medi-
da de emergência para pre-
servar empregos.
A proposta é que haja con-
versas da Associação com o
governo estadual e as prefei-
turas de Goiânia, Aparecida
de Goiânia, Rio Verde, Anápo-
lis e Itumbiara. Fileti disse ain-
da estar preocupado como a si-
tuação, que pode levar a fe-
chamento de empresas e de-
missões em massa.
“A Acieg tem absoluta cer-
teza que esta redução de im-
postos será de baixíssimo im-
pacto nas contas públicas.
Acredito que a medida colo-
cará Goiás e as principais ci-
dades goianas em um patamar
diferenciado, nacionalmente,
e vai mostrar as reais preocu-
pações com o setor produtivo,
empresários e trabalhadores”,
afirmou o Rubens Fileti. (Es-
pecial para O Hoje)
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020 CIDADES n 11
Rhudy Crysthian
Um rapaz de 27 anos deu
entrada na noite do último sá-
bado (28) já sem vida no Hos-
pital de Campanha para o En-
frentamento ao Coronavírus
de Goiás (HCamp), em Goiânia.
O rapaz foi trazido pelo Servi-
ço de Atendimento Móvel
(Samu) do interior do Estado e,
com a morte, constatada por
volta de 22h, foi feita a coleta de
material para exames. Os ma-
teriais coletadosforam enca-
minhados para o Laboratório
de Saúde Pública Dr. Giovanni
Cysneiros (Lacen Goiás). 
A Secretaria de Estado de
Saúde (SES-GO) informou ape-
nas que a causa da morte não
foi definida e que o caso segue
em investigação. Mas segundo
fontes ouvidas pelo jornal O
Hoje, o rapaz teria vindo de Lu-
ziânia, Região do Entorno do
Distrito Federal. No prontuário
médico do jovem consta que
ele tinha pneumonia. 
Já somam 58 casos de Co-
ronavírus confirmados em
Goiás e uma morte, de uma
mulher de 66 anos, que tam-
bém morava em Luziânia, mas
foi transferida para o Hospital
de Doenças Tropicais Dr. Anua-
rAuad (HDT), na semana pas-
sada. Não se sabe ainda se os
dois teriam tido algum contato
ou alguma relação de paren-
tesco. Mas segundo fontes do O
Hoje, o rapaz de 27 anos teve
contato com outras pessoas no
município durante o período
que deveria ter ficado em iso-
lamento. 
Além deste jovem de 27
anos, o HCamp já atendeu ou-
tras 16 pessoas desde que re-
cebeu o primeiro paciente na
noite da última quinta-feira
(26), um homem de 72 anos, es-
poso da mulher de 66 que foi a
primeira morte confirmada
por Covid-19 no Estado. 
Ele respira de forma espon-
tânea, mas com auxílio de ca-
teter de oxigênio, se alimenta
sozinho, está consciente, con-
versando e estável. As infor-
mações são do boletim de saú-
de divulgado pela unidade des-
te domingo (29). Ele passou por
exames para confirmação do ví-
rus, mas os resultados ainda
não foram divulgados. Por meio
de nota, a assessoria do HCamp
afirmou que ele foi transferido
da Unidade Crítica para uma
unidade Semicrítica.Apesar da
melhora no quadro, não há
ainda previsão de alta.
Mais duas mulheres e um
homem estão internados, em
estado grave, na Unidade Crí-
tica do hospital, outros quatro
pacientes estão internados em
estado estável na Unidade Se-
micrítica.No Estado, há mais de
1.650 casos suspeitos em in-
vestigação. Outros 641 já foram
descartados. A maioria das
confirmações foi registrada em
Goiânia (33).
O HCamp conta com 222
leitos e recebe os pacientes
encaminhados pela Central
de Regulação do Estado. São
70 leitos para pacientes crí-
ticos e 140 em estado semi-
crítico. O atendimento segue
um protocolo direcional e,
durante o período de inter-
nação, os pacientes não te-
rão contato com nenhum de
seus familiares.
Manifestações
Em meio ao aumento no
número de casos de Covid-
19 no Estado, comerciantes e
pequenos empresários orga-
nizaram no fim de semana
protestos por meio de car-
reatas pela cidade para pe-
direm a liberação de funcio-
namento do comércio em
Goiânia, ou de pelo menos
parte dele. Mas ainda no do-
mingo, uma liminar da Jus-
tiça proibiu a realização de
manifestações durante o pe-
ríodo de quarentena em
Goiás. A decisão do juiz Adeg-
mar Jose Ferreira levou em
consideração que os protes-
tos e qualquer outro evento
que possa gerar aglomera-
ções representam “perigo
eminente à saúde pública”.
O magistrado acatou o pe-
dido do Ministério Público
de Goiás (MP-GO) e conce-
deu a liminar com a obriga-
ção da proibição de carreatas
e passeatas até o dia 30 de
abril. O juiz determinou que
o governo use, se preciso, as
forças de segurança para evi-
tar este tipo de evento.
O governador do Estado,
Ronaldo Caiado (DEM), infor-
mou, nas redes sociais, que re-
cebeu o documento. Na publi-
cação, o governador garantiu
que o Estado irá cumprir a de-
terminação e que já alertou os
fiscais para redobrar a aten-
ção.“A decisão do magistrado
diz buscar a preservação da
saúde dos goianos e determina
que o Estado garanta o cum-
primento. Será cumprido con-
forme a Justiça determinou.
Já informei a todos os respon-
sáveis pela fiscalização em
Goiás que a Justiça proibiu
manifestações e aglomera-
ções”, completou o governador. 
O rapaz foi trans-
portado pelo Samu
de Luziânia com
morte constatada
no sábado, quan-
do deu entrada no
hospital
O rapaz teria vindo de Luziânia, mesma cidade do primeiro óbito. No prontuário médico consta que ele tinha pneumonia
Empresa de embalagens deu férias coletivas aos funcionários
Empresas tentam evitar demissões na pandemia
CRISE
Jovem com suspeita de 
Covid-19 chega morto ao HCamp
ohoje.com
GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 202012 n MUNDO
Os casos de coronavírus
em Los Angeles estão au-
mentando, colocando a re-
gião no caminho para ter
tantos casos quanto a cidade
mais atingida nos Estados
Unidos, Nova York, em cinco
dias, disse o prefeito Eric
Garcetti na sexta-feira, fa-
lando de um navio-hospital
no Porto de Los Angeles.
O número de casos no con-
dado de Los Angeles subiu
50% na quinta-feira e outros
20% até meio-dia de sexta-
feira, para um total de 1.465,
afirmou Garcetti em entre-
vista coletiva com o governa-
dor democrata, Gavin New-
som, a bordo do navio.
Se o crescimento seguir no
ritmo de quinta-feira, o con-
dado vai igualar os 25.398 ca-
sos da cidade de Nova York
em cinco dias; se os casos au-
mentarem na taxa de sexta-
feira, levará apenas mais al-
guns dias para alcançar a me-
trópole da Costa Leste.
"Nosso modelo está se mo-
vendo como esperávamos", dis-
se Newsom. "Em Los Angeles,
eles estão vendo números que
os colocam no caminho para fi-
car alinhados, dentro de uma
semana, onde a cidade de Nova
York está atualmente."
Newsom e Garcetti per-
correram o U.S.N.S. Mercy
Hospital Ship, instalado no
Porto de Los Angeles para for-
necer mais 1.000 leitos ao sis-
tema médico da região. O na-
vio será usado para casos que
não sejam de Covid-19, para
que outros hospitais possam
aumentar sua capacidade de
cuidar de vítimas da doença
causada pelo coronavírus.
O aumento da capacidade
na Califórnia ocorre quando
médicos e enfermeiros da li-
nha de frente da crise do co-
ronavírus nos EUA pediram,
na sexta-feira, por mais equi-
pamentos de proteção para
tratar pacientes que devem
sobrecarregar hospitais, já
que o número de infecções co-
nhecidas nos EUA atingiu
mais de 100.000.
Os Estados Unidos ficaram
em sexto lugar no número
de mortos entre os países
mais atingidos, com pelo me-
nos 1.551 vítimas fatais, de
acordo com dados oficiais
compilados pela Reuters. Em
todo o mundo, há mais de
576.000 casos confirmados e
26.455 mortes, informou o
Centro de Recursos de Coro-
navírus Johns Hopkins.
Até sexta-feira, 3.801 pes-
soas testaram positivo para
coronavírus na Califórnia e 78
morreram, disse Newsom.
(Agência Brasil)
O número de casos no condado de Los Angeles chegou a 1.465
Coronavírus: Los Angeles
pode igualar Nova York 
Newsom e Garcetti percorreram o U.S.N.S. Mercy Hospital Ship para fornecer mais 1.000 leitos
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