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Fale O HOJE Negócios: (62) 3095-8722 Classificados: (62) 3281-4300 Leitor: (62) 3095-8772 | editor@ohoje.com.br Dólar: (paralelo) R$ 5,43 | Dólar: (comercial) R$ 5,438 | Euro: (Comercial) R$ 6,015 | Boi gordo: (Média) R$ 197,70 Poupança: 0,3715% | Ouro: R$ 295,07 | Bovespa: -3,20% Tempo em Goiânia Sol com algumas nuvens. Não chove.s 29º C t 16º C | ANO 16 | Nº 4.920 | GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 | R$ 2,50 | FUNDADO EM 23 DE ABRIL DE 2004 OHOJE.COM � LEIa nas CoLunas Xadrez:Relator da Comissão de Gastos cobra ações para recu- peração após a pandemia. Política 2 Econômica: Incluindo quem saiu do mercado, taxa de de- semprego aproxima-se de 14%. Economia 4 Esplanada: Ex-presidentes participam, hoje, de live da festa dos trabalhadores. Política 6 Gilmar recusa pedido contra prorrogação da CPMI das Fake News Política 6 Preservação do emprego no período de calamidade LAís MEnEzEs GArcIA Opinião 3 Sem isolamento, custo econômico seria bem maior Análise de pesquisas pelo mun- do aponta que foram poupados US$ 8 trilhões com a preserva- ção de vidas com a quarentena. Negócios 17 Socorro oferecido por Caiado pode comprometer atendimento aos goianos A ajuda oferecida pelo governo de Goiás a outros estados que estão em pior situação em relação ao enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus pode acabar comprometen- do o atendimento interno, já que o Estado ainda não tem uma quantidade significativa de leitos de UTIs com respiradores. Governo anunciou essa semana que avalia a possibilidade de emprestar os leitos disponíveis em hospitais goianos,para o tratamento de pacientes com Coronavírus de lugares que es- tão com o seu sistema de saúde em colapso. Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás, Flaviane Alves, a oferta pode acabar ge- rando um colapso no sistema de saúde pública goiana, já que o governador Ronaldo Caiado não informou se haverá a con- tratação de mais mão de obra. Cidades 11 O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 43,4 pontos de março para abril deste ano, novo recorde. Economia 4 Na manhã de ontem o prefeito Iris Rezende negou ajuda finan- ceira às empresas de transporte coletivo da Capital alegando que o município não tem condição de ajudar financeiramente as em- presas para que mais ônibus possam rodar. Cidades 10 Prefeito nega bancar ajuda ao transporte coletivo Com as aulas suspensas e sem pre- visão de retomadas, a Universi- dade Estadual de Goiás (UEG) sus- pendeu o vestibular da instituição que ocorreria no segundo semes- tre, por causa da incerteza gerada pela pandemia. Cidades 10 UEG suspende vestibular por causa da Covid-19 Leandro Crispim, que tomou posse ontem como presiden- te do Tribunal Regional Elei- toral (TRE-GO), diz que o ór- gão trabalha para realizar o processo eleitoral municipal ainda neste ano. Política 5 Novo presidente do TRE-GO quer eleições em 2020 O Tribunal de Contas dos Mu- nicípios (TCM-GO) vai contem- plar seus servidores que esti- verem à disposição de outros órgãos com progressão funcio- nal ou promoção. Para tanto, enviou um projeto de lei à As- sembleia Legislativa, alterando o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações. Política 2 TCM muda lei para beneficiar servidores Incerteza recorde sobre a economia pelo segundo mês Wesley Costa Basileu França lança galeria virtual O Departamento de Artes Visuais do ITEGO em Artes Basileu Fran- ça, lança a exposição virtual ‘Oxi- gênio’, que ocorre entre os dias 28 de abril e 21 de maio e pode ser acompanhada pela internet. Essência 13 Carlos Gibaja /Governo do Ceará População se arrisca por auxílio emergencial Trabalhadores e desempregados que buscam o tão prometido auxílio emergencial de R$ 600 do Governo Federal não conseguem receber o dinheiro sem sair de casa e formam filas em frente aos bancos. Beneficiários relatam problemas em aplicativo. Cidades 9 Rubens Salomão | xadrez@ohoje.com.br Relator da Comissão de Gastos cobra ações pós-pandemia O deputado federal Francisco Júnior (PSD) cobrou do ministro da Economia, Paulo Gue- des, ações para a recuperação financeira nos meses seguintes à pandemia de coronavírus no Brasil. Os questionamentos foram feitos du- rante audiência realizada pela Comissão Mis- ta do Congresso Nacional que avalia gastos e medidas do governo federal para o combate à covid-19, da qual o goiano é relator. “Pen- sando no que vai acontecer daqui alguns me- ses, é preciso que haja um pla- no para sair da complexa situação fiscal em que nos encontraremos. Proble- mas estruturais e de gran- de envergadura requerem soluções estruturadas”, afirmou. O deputado ainda criticou a PEC encaminhada pelo governo que acaba com o PPA (Plano Plurianual), que define metas para pe- ríodo de cada quatro anos de gestão. “Acaba com um instrumento de planeja- mento de médio prazo”, disse. Responsabilidade O relator ainda questionou sobre as opções de participação do setor público na recuperação, “com atuação direta ou indireta, por meio de concessões”, e se de fato haverá um plano de in- vestimentos da União. Resposta Sobre quais são as medidas para o pós-pan- demia e quando serão tomadas, Guedes disse que enviaria resposta por email, por não ter tem- po suficiente para detalhar. O ministro teve qua- tro minutos para a réplica. Aliado Depois das perguntas elogiadas por Guedes, Francisco Júnior fez questão de registrar que confia na credibilidade do ministro. As reuniões devem ser mensais. Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve ontem (30) a decisão individual do ministro Ale- xandre de Moraes que impediu a suspensão dos prazos de resposta dos pedidos de acesso à informação nos órgãos pú- blicos durante a pandemia do novo coronavírus. A decisão se trata de dispositivo previsto na Medida Pro- visória 928/2020, que determinou a suspensão de prazos nos casos de órgãos que estejam em regime de teletrabalho e que dependam de acesso presencial para cumprir o prazo. No mês passado, Moraes suspendeu o trecho da medi- da ao atender um pedido liminar feito pela Ordem dos Ad- vogados Brasil (OAB) e pela Rede Sustentabilidade. Ambos alegaram que a suspensão de prazos de resposta com- prometeria a transparência das informações públicas. Ao decidir o caso na sessão desta tarde, o plenário re- ferendou a liminar de Alexandre de Moraes, relator do caso. Para o ministro, o trecho da MP impediu o acesso do ci- dadão a informações públicas. “O artigo transformou a regra constitucional de publi- cidade e transparência em exceção, invertendo a finalidade da proteção constitucional ao livre acesso de informações para toda a sociedade", disse o ministro. O entendimento foi acompanhado pelos ministros Ed- son Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lucia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Mar- co Aurélio e pelo presidente do STF Dias Toffoli. Pelo texto da MP, os pedidos de acesso a informações re- lacionados ao enfrentamento da emergência de saúde pública seriam atendidos com prioridade. Dessa forma, os pedidos não prioritários pendentes de resposta por conta dessa suspensão de prazo deveriam ser renovados em até dez dias, após o en- cerramento do estado de calamidade pública, que vai até 31 de dezembro deste ano. (Agência Brasil) Advocacia Os advogados dativos, que prestam as- sistência jurídica à população carente, rece- beram na conta a parcela referente ao mês de abril. O repasse, confirmado pela Secre- taria de Governo, soma R$ 500 mil. Sem saída O assunto dos dativos entrou na pauta de reunião de advogados de Aparecida de Goiâ- nia com o deputado governista Cairo Salim (PROS). Profissionais cobraram o governo e contaram sobre as dificuldades financeiras dos profissionais. Facilitação Após acordo com o Ministério do Turismo, a GoiásFomento passa a oferecer taxa de ju- ros menor e carência estendida na linha de crédito destinada ao setor turístico. Novas condições O juro caiu de 7% ao ano,para 5%, mais INPC. A carência era de até 6 meses e foi am- pliada para até 12 meses. A instituição dispõe de R$ 15 milhões para esta linha de crédito. O prazo de pagamento continua de 48 meses. Correção As emendas liberadas para o deputado fe- deral Vitor Hugo (PSL), no valor de R$ 1,2 mi- lhão, atendem o INMCEB, em Anápolis, mas também a modernização de unidades de saú- de e enfrentamento da violência contra a mu- lher na cidade. Plenário seguiu decisão individual de Alexandre de Moraes 2 O substitutivo apresentado por Davi Alcolumbre, para socorro a estados ga- rante pelo menos R$ 952 milhões a Goiás. 2 Ainda sem efeitos diretos da pande- mia, o desemprego no Brasil tem número melhor que no primeiro trimestre de 2019. 2 Dados do IBGE mostram que o país so- mava 12,9 milhões de desempregados ao fim de março. Em um ano, queda de 4%. Xadrez CURTAS t ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 20202 n POLÍTICA Supremo mantém prazo normal para acesso à informação Venceslau Pimentel O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) vai con- templar seus servidores que estiverem à disposição de ou- tros órgãos com progressão funcional ou promoção. Para tanto, enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa, alterando o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações, mas o documento não traz o impacto financeiro da medi- da e nem o número de servi- dores que estão trabalhando fora do órgão. O Tribunal de Contas de Pernambuco e o Tribunal de Justiça do Pará, por exemplo, não concedem o benefício o servidor que estiver, na épo- ca da progressão, ou tenha sido durante o interstício, posto à disposição de qual- quer entidade, a não ser para exercer cargo de chefia na Administração Direta ou In- direta do Estado. A Lei nº 16.894/10, que o presidente do TCM, Joaquim de Castro, quer alterar, traz, no artigo 26, que não concor- rerá à progressão funcional ou promoção o servidor em dis- ponibilidade; em exercício de mandato eletivo federal, esta- dual ou municipal; em licença para tratar de interesse parti- cular ou afastado, a qualquer tí- tulo, sem ônus para os cofres públicos; que estiver cumprin- do pena disciplinar, e aquele que estiver à disposição da ad- ministração direta ou indireta, federal, estadual, distrital ou municipal, salvo em virtude de convênios firmados para fins assistenciais ou educacionais. É justamente este último, o inciso V, que a proposta que tramita na Alego quer revogar. Os planos de carreira no serviço público, de qualquer es- fera, preveem a progressão, entendida como passagem do servidor para o padrão ime- diatamente superior dentro da classe ou categoria atual de sua carreira funcional. Já a promoção é a passagem do servidor do último padrão de uma classe ou categoria para o primeiro padrão da classe ou categoria imediatamente su- perior de sua carreira. Em am- bos os casos, ele ganha divi- dendos em seu salário. Ao justificar a alteração da lei, Joaquim de Castro começa explicando que a disposição de servidor público é uma mo- dalidade de afastamento que possibilita que o servidor dis- ponibilizado exerça suas ativi- dades em outro órgão ou enti- dade dos Poderes da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos Municípios. Segundo ele, trata-se de uma disposição voluntária de pessoal e que se justifica em situação de mútua cooperação entre os en- tes, já que modifica tempora- riamente a situação funcional do servidor que se afasta, por determinado tempo, das ativi- dades do cargo para o qual foi nomeado. “Deve ocorrer quan- do estiver presente o interesse público, com o intuito de cola- boração entre órgãos e entida- des públicos”, sublinha. O conselheiro do TCM afir- ma que inexiste norma geral disciplinando critérios ou pa- râmetros para que a disposição de pessoas seja materializada pela administração pública. No entanto, observa que as dire- trizes para a sua execução po- dem ser obtidas a partir do tra- tamento conferido pela Consti- tuição Federal à administração pública, especialmente pelo ar- tigo 37, e também pelos pró- prios princípios que norteiam o direito administrativo. Para ele, o servidor coloca- do à disposição não pode ser penalizado com o impedimen- to de prosseguir em sua pro- gressão de carreira ou ser afas- tado de processos de promo- ções. “É imperioso esclarecer que a disposição de servidor público não configura hipóte- se de vacância de cargo ou emprego público para fins de provimento de novos servido- res em substituição”. Impacto financeiro Os argumentos apresenta- dos na justificativa do projeto de lei, conforme o presidente do TCM, demonstram a neces- sidade da alteração na lei que trata do pleno de cargos e ven- cimentos, porque ela limita a ampliação dos programas de colaboração do órgão com os demais entes. “O desestímulo que este instituto traz em seu bojo é incalculável ao servidor que empreende esforços para desenvolver suas atividades no ente de destino em benefí- cio de toda a administração pública”, sustenta Castro. No entendimento de Joa- quim de Castro, o projeto me- rece aprovação pelos deputa- dos, pois tem o propósito de permitir a implementação de inúmeros projetos de coope- ração e colaboração dos ór- gãos que são extremamente necessários para cumprimen- to se seu papel constitucional. Ao final de sua exposição, ele garante que a aprovação do projeto de lei não vai gerar impacto financeiro, porque os servidores colocados à dispo- sição, em regra, têm suas re- munerações pagas pelos en- tes ou órgãos requisitantes. De acordo com o portal do TCM, são sete os servidores (auditores e técnicos de con- trole externo) cedidos a diver- sos órgãos públicos, como o Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Uberlândia-MG). (Especial para O Hoje) De acordo com o portal do TCM, são sete os servidores cedidos a diversos órgãos públicos Vários órgãos públicos pelo País vedam progressão e promoção de servidores à disposição TCM muda lei para beneficiar servidores ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 OpiniãO n 3 Preservação do emprego no período de calamidade pública André Lima Seja inovador ou morra. A frase é forte, mas re- sume uma realidade. Poucas empresas estão dis- postas a realmente correr o risco da inovação. Pu- lar desse penhasco sem saber se vamos aprender a voar exige coragem e muitas mudanças na cultura corporativa. O mercado já vinha dando sinais sobre a necessidade de uma reinvenção. Mas, agora, tal de- manda tornou-se urgente: uma questão de sobre- vivência e sem opção de escolha. Vivemos um mo- mento crítico, passando por uma pandemia sem pre- cedentes e uma recessão econômica iminente, nas- cida justamente desse período de incertezas e de iso- lamento social. E como ficam as marcas nesse ce- nário? Não basta mais apenas “parecer”, é preciso ser real e transparente em um mundo em que os pró- prios clientes, ultraconectados e cercados de infor- mação, são os vigilantes da verdade no discurso das suas marcas preferidas. A receita é uma só: permitir o erro e criar como se não houvesse nada a perder, mesmo quando se tem tudo a perder. E a grande chave para tal ino- vação está na grande "nova" habilidade do século: a CRIATIVIDADE. Somos acostumados a ouvir que as pessoas que possuem este dom são seres “iluminados” e que a criatividade é restrita a poucos profissio- nais ou áreas de atuação. Um bem inatingível, mais difícil de achar do que Uber em dia de chu- va, o novo “petróleo” do mercado corporativo. E, aí, sorte de quem descobrir onde está essa fon- te. Mas e nós, meros mortais, será que não po- demos ser criativos e inovadores? Essa é real- mente uma característica restrita? Precisamos mudar nossa concepção. A criatividade está, de verdade, muito mais relacionada a processos, re- pertório e com a nossa real capacidade de re- solver problemas. E se tem uma coisa que o ser humano realmente sabe é resolver problemas. De tal forma, a cadeia criativa, então, não es- taria mais relacionada a pessoas“iluminadas” trancadas em uma sala criando coisas. As novas ideias, as quais tanto buscamos e das quais tan- to precisamos, devem nascer da troca entre pessoas, do desapego, da agilidade de testar, do erro. Algo que podemos chamar de “coragem criativa”. Porém, grande parte das empresas ain- da não está disposta a correr esses riscos. Os pro- cessos permanecem engessados, hierarquizados, mesmo quando a necessidade da mudança não é mais só uma opção. E como resolver esta questão e mergulhar de vez em métodos criativos e inovadores? Há três pilares que podem ajudar muito. O repertório: ouvir o que todos têm a dizer, experiências diferentes e uma equipe multicultural garantem muitas visões. O olhar: entender realmente qual é o problema que precisa ser resolvido antes de dar qualquer passo. Uma frase da qual gosto muito é “não são as res- postas que movem o mundo, são as perguntas”. E a conexão: criar um ambiente físico e emocional que proporcione essa ligação entre os repertórios e as reais perguntas que precisam de resposta. E, assim, talvez seja possível supe- rar os nossos pro- blemas, que neste momento parecem tão grandes e in- transponíveis, como aquele chefão dos jogos de videogame, mas que também foi derrotado com a dose certa de estra- tégia, insistência e criatividade! Laís Menezes Garcia No cenário mundial predomina uma grande preocupação com o alastramento do coronavírus e seus desdobramentos econômicos. Passamos a conviver com realidades antes inimagináveis, como o isolamento social, o fechamento temporá- rio de empresas e a desocupação de trabalhadores. As relações de trabalho impactam direta- mente a economia e o bem estar social e por isso, apesar da existência de um conjunto de leis de proteção ao trabalho, é importante considerar que a saída para a crise que se inicia não está na CLT, nem em acordos coletivos e exigirá um au- têntico e verdadeiro pacto nacional. Embora editada sem o necessário e reco- mendável debate com as demais instâncias po- líticas e setores da sociedade civil, a Medida Pro- visória 927, de 22 de março de 2020, trouxe al- ternativas visando a manutenção dos empregos, com destaque para a liberdade de negociação en- tre empregados e empregador. Dentre as medidas previstas estão o teletrabalho, a antecipação de férias individuais, a concessão de férias coletivas, o aproveitamento e antecipação de feriados, o banco de horas, a suspensão de exigên- cias administrativas em segurança e saúde no tra- balho e o diferimento do recolhimento do FGTS. Alternativas como as apresentadas na MP 927 contribuem para minimizar os danos cau- sados pela retração da atividade econômica, protegendo empresas e trabalhadores, mas só poderiam ser consideradas efetivamente efi- cazes se o estado de calamidade pública viesse a durar no máximo um mês. Seguindo a experiência de outros países em que a contaminação pelo Covid-19 se iniciou há mais tempo, não é possível que as atenções este- jam voltadas apenas à medidas emergenciais de curto prazo, sendo imprescindível que o Poder Pú- blico assuma sua responsabilidade, lançando políticas públicas de socorro às empresas e aos trabalhadores, o que pode se efetivar com re- cursos do FGTS, do FAT e do próprio BNDES. Embora elogiáveis e necessárias, medidas como a suspensão das cobranças de tributos e tarifas pú- blicas, já anunciadas por gestores estaduais, devem compor um conjunto muito mais amplo de medi- das públicas emergenciais, como, por exemplo, a abertura de linhas de crédito para micro e peque- nos empresários, com juros subsidiados e prazos dilatados para pagamento. Todas estas medidas condicionadas para que as empresas preservem os contratos de trabalho por períodos razoáveis, como típicas “sanções premiais”. A Medida Provisória 927, apesar de avançar em direção à questionável flexibilização das regras trabalhistas, objetivou certamente viabilizar a ma- nutenção de empregos, mas não será capaz, por si só, de produzir esse resultado. Parece pretencioso ou má-fe supor que a supera- ção de uma crise de escala global como a que assisti- mos ocorra sem que o Estado assuma de forma cla- ra e transparente suas responsabilidades, visando a preservação das empresas, consequentemente das re- lações de trabalho, im- pactando em toda es- trutura econômica e so- cial do país. O momento exige se- renidade e lucidez por parte dos gestores públi- cos, pesando sobre seus ombros a responsabili- dade pela condução do país neste momento de grande insegurança e ex- pectativa com o futuro. CARTA DO LEITOR CONTA PONTO INTERAJA CONOSCO Laís Menezes Garcia é ad- vogada especialista em Direito do Trabalho e Di- reito Previdenciário André Lima é publicitário, cofundador e diretor de criação de uma agência de publicidade Treinos Estou vendo os clubes se manifestarem para vol- tar aos treinamentos no mês que vem. O Goiás adiou o retorno, o Vila e o Atlético ainda não oficializaram. Até hoje não tem nem uma data para as competições retornarem e eles estão pensando em realizar treinos para contar com os atletas. Na Alemanha os clubes da primeira divisão já voltaram, mas na França e na Ho- landa já cancelaram tudo, e deve acontecer na Itália também. Como será realizado com segurança os trei- nos, não falam se vai ter ao menos uma cartilha, al- gum time de recomendação. Qual o intuito de voltar, apenas justificar que precisam continuar pagando os salários? Todo dia tem uma reunião diferente na CBF e que só serve para os dirigentes mudarem de opinião, e não resolve nada. Danilo Nascimento Goiânia Contramão Não é possível que o Brasil vai continuar indo na contramão de outros países e vai continuar com essas regras “afrouxadas”. Caiado mandou bem quando mandou fechar tudo, mas claramente está tentando agradar os eleitores elitistas dele ao “afrouxar”. Não é hora de ter pessoas, que não precisam, estar nas ruas. O governo estadual e federal precisa ajudar os co- merciantes, mas de uma maneira que eles permane- çam em casa. O número de mortos não para de subir e tem especialista dizendo que o “pico” ainda pode ser na próxima semana, mas com essas pessoas na rua, a tendência é que a cada semana tenha um novo “re- corde” de casos registrados e consequentemente mortos. É preciso pensar na população, não tem eco- nomia, se estiver todos mortos. Carla Brandão Goiânia Jogos de Videogame Gostaria de fazer uma sugestão ao jornal. Em meio a uma paralisação tão intensa das atividades, vejo que deve ser difícil construir matérias sem a presença de itens factuais, como costumam dizer no meio jornalístico (sou estudante da área). Algo que sinto falta é a presença de conteúdo destinado aos gamers. Percebi que nas últimas semanas o pessoal do Esporte vem cobrindo os eSports, mas ainda é muito pouco. Se vocês estão dando dicas de lives, filmes e séries, por que não fazer algo parecido em relação aos jogos? Acho que seria uma boa varia- da e chamaria a atenção de um público mais jovem, ligado nessas questões. Fica a dica. Eduardo Silvestre Aparecida de Goiânia { Como o senhor Alexandre de Moraes foi parar o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer, ou não foi? O presidente Jair Bolsonaro questio- nou, ontem, a forma como o ministro Alexandre de Moraes foi indicado para o Supremo Tribunal Federal. Criatividade: o petróleo em época de crise @jornalohoje “Já acabou pra ele, não ganha mais nada.”, co- mentou a internauta sobre fala do deputado Lucas calil, de que o governador ronaldo caiado não deve usar coronavírus como mu- leta de gestão. Claudia O. Silva @ohoje “Dessa boca só sai merda, e ele acha que é intocável, mas uma hora a casa cai”, comen- tou a internauta sobre acusação do presi- dente Jair Bolsonaro, de que estados teriam desviado verba para tratar coronavírus. Anelita Luiza @jornalohoje Agenda do presidente Jair Bolsonaro em Porto Alegre, na posse de um general, foi um dos as- suntos mais comentados na rede social. Aos colaboradores do O Hoje: Artigos para este es- paço devem conter no máximo 4.000 caracteres e também podemser divulgados no portal ohoje.com. são analisados os textos enviados, com foto e assi- natura, para editor@ohoje.com.br. cartas não podem ultrapassar 800 caracteres e o endereço para envio é o mesmo dos artigos. Mais informações podem ser obtidas pelo (62) 3095-8742. Diretor Executivo Gean Alaesse Cordeiro Diretor de Redação Lucas de Godoi Silva Bancas: R$ 2,50Editora Raízes Ltda 16.880.052.0001-30 Redação: (62) 3095-8737 editor@hojenoticia.com.br | o Hoje.com: (62) 3095-8717 / 42 WhatsApp (62) 99968-8702 Comercial: (62) 3095-8722 / 29 (62) 99224-7064 comercial@ohoje.com.br | Circulação: Capital (62) 3095-8773 e Inte- rior (62) 3095-8772 circulacao@ohoje.com.br | Endereço: Rua 132-A nº 124, Setor Sul, CEP 74093-220 - Goiânia/GO t As primeiras vítimas da crise sanitária no mercado de trabalho começaram a tombar e os efeitos, como já se esperava, colhem prin- cipalmente as fatias menos desprotegidas e vulneráveis, atingindo trabalhadores sem carteira assinada e aqueles chamados equi- vocadamente de “empreendedores”, que haviam decidido defender a sobrevivência fa- zendo bicos, montando banquinhas e barraqui- nhas nas calçadas das grandes cidades. Os nú- meros do desemprego anunciados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um salto de 10,5% no total de pes- soas sem ocupação desde o final de 2019, elevando a taxa de desocupação de 11,0% para 12,7% entre o quarto trimestre do ano passado e o primeiro deste ano. Mas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) apresenta nú- meros já preocupantes e antecipa piora nes- ta área, porque capturam os impactos das medidas de isolamento social apenas nas duas semanas finais de março. Deve-se re- gistrar, no entanto, que a pesquisa já mos- trava redução no total de pessoas emprega- das e certo avanço no desemprego nos pri- meiros meses deste ano, situação agravada pelo curto da coronavírus, causada pelo Sars-CoV-2. Os acontecimentos desde então sugerem uma deterioração severa do mer- cado de trabalho, a ser anotado nos próximos levantamentos do IBGE. O aperto decorrente da súbita paralisação da economia já havia levado, até ali,1,851 mi- lhão de pessoas a deixarem o mercado de tra- balho e a desistirem da busca de alguma co- locação na passagem do trimestre final de 2019 para o primeiro deste ano. O total de pessoas fora da força de trabalho, que reú- ne ocupados e desocupados (classificação que inclui, por sua vez, apenas aquelas pessoas que ainda procuravam emprego na semana da pesquisa), aumentou de 65,429 milhões para 67,281 milhões, em alta de 2,8% – número recorde em toda a série da PNADC, iniciada em 2012. A desistência desses tra- balhadores, de todo modo, terminou por mas- carar a real situação do desemprego no País. Fora do mercado Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o número de pessoas fora do merca- do aumentou 3,1%, com acréscimo de 2,031 mi- lhões de trabalhadores. Esses dados sugerem que a taxa de desocupação registrada no pri- meiro trimestre poderia, na verdade, ser mui- to mais elevada, se computadas as pessoas que desistiram de procurar emprego. Na média do ano passado, o total de trabalhadores fora do mercado somou em torno de 65,1 milhões, ou seja, perto de 2,21 milhões a menos do que o dado do primeiro trimestre. Somado esse con- tingente ao número de desocupados encon- trados pela pesquisa no trimestre encerrado em março, o número de pessoas sem colocação su- biria para alguma coisa além de 15,0 milhões, perto de 17% superior ao total registrado pela PNADC para o período, refletindo uma taxa de desemprego levemente acima de 14%. 2 Também como esperado, o emprego vem degringo- lando. O número total de pessoas ocupadas sofreu bai- xa de 2,5% entre dezembro e março (sempre conside- rando os respectivos tri- mestres finalizados naque- les meses), caindo de 94,552 milhões para 92,223 milhões de pessoas. Mais precisa- mente, em torno de 2,329 milhões de trabalhadores perderam o emprego ou a ocupação. 2 Desse total, perto de 1,990 milhão não tinham carteira assinada e nem re- gistro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Quer dizer, eram ambulan- tes trabalhando por conta própria ou “empregadores” sem CNPJ. Esse contingente respondeu por 85,4% da queda no total de ocupa- ções naquele intervalo. 2 Somando o número de empregados sem carteira no setor privado, empregos do- mésticos sem registro e tra- balhadores do setor público igualmente sem carteira, esse número decresceu de 18,938 milhões de pessoas no último trimestre de 2019 para 17,696 milhões no pri- meiro deste ano, em baixa de 6,6% (ou seja, 1,242 mi- lhão de pessoas a menos). 2 Aqueles sem CNPJ, por sua vez, sofreram queda de 3,7% (748,0 mil a menos), saindo de 20,262 milhões para 19,514 milhões. Soma- dos, os “sem carteira” e “sem CNPJ” ainda respondem por 40,35% do total de ocupados, o que ainda supera a fatia dos empregados com car- teira (em torno de 39,0%). 2 A maior parcela dessas “vítimas” estava no comér- cio, no setor de reparação de veículos e motos e nos ser- viços de forma geral. Esses segmentos da economia fo- ram responsáveis por 91,3 a cada 100 ocupações fecha- das desde o final do ano passado. O setor de comér- cio e as oficinas de repara- ção de veículos fecharam 628,0 mil vagas (queda de 3,5% frente a dezembro), que recuaram de 18,009 mi- lhões para 17,381 milhões, em queda de 3,5%. 2 Os serviços em geral, que empregavam 67,210 mi- lhões de pessoas até dezem- bro passado, reduziram esse número em 2,2%, para 65,712 milhões (quer dizer, 1,498 milhão a menos). 2 Em números desagrega- dos por setor de atividade, a indústria demitiu 322,0 mil pessoas no primeiro trimes- tre (queda de 2,6% frente a dezembro) e construção afas- tou 440,0 mil trabalhadores (redução de 6,5%). Entre 10 segmentos pesquisados, ape- nas os serviços de tecnologia da informação, financeiros e imobiliários aumentaram as contratações, ainda assim modestamente (mais 0,5%, com contratação de 55,0 mil pessoas). 2 A queda do emprego em ocupações de remuneração mais baixa ajudou a elevar o rendimento real médio em 1,1% no primeiro trimestre, para R$ 2.398. Mas não “sal- vou” a massa de rendimen- tos, que encolheu 1,3% dian- te do trimestre final de 2019, saindo de R$ 219,172 bilhões para R$ 216,290 bilhões. Des- de o trimestre setembro-no- vembro de 2019, a massa en- colheu 1,4% com perdas de R$ 3,007 bilhões para a ren- da das famílias. Lauro Veiga Filho | economica@ohoje.com.br Incluindo pessoas que saíram do mercado, taxa de desemprego aproxima-se de 14% O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 43,4 pontos de mar- ço para abril deste ano. O resultado veio depois de uma alta de 52 pontos na passagem de fevereiro para março. Com isso, atingiu 210,5 pontos, seu recorde histórico pelo segundo mês consecutivo e ficou 73,7 pontos acima do recorde antes da pandemia da covid-19 (136,8 pontos, em setembro de 2015). Em abril, os dois componentes do indicador subiram fortemente. O componente de mídia, baseado na fre- quência de notícias com menção à incerteza, aumentou 34,3 pontos e foi para 195,3 pontos, maior nível da sé- rie histórica. O componente de expectativa, construído a partir da média dos coeficientes de variação das previsões dos ana- listas econômicos, subiu 62,3 pontos, para 225,8 pontos, segundo maior nível da série ficando atrás apenas de ou- tubro de 2002 (257,5 pontos). “O segundo trimestre de 2020 se inicia com a incerte- za econômica batendo novo recorde, sob influência da pan- demia da covid-19 e seu impacto sem precedentes na ati- vidade econômica e nas finanças de famílias e empresas”, disse a pesquisadora da FGV Anna Carolina Gouveia. Contração da economia Em meio à pandemia de covid-19, a contração da eco- nomia do Centro-Oeste será menos severa do que em ou- tras regiões do Brasil. Isso deve ocorrer devido à maior participação do agronegócio e pela estrutura industrial na região. A conclusão é do Banco Central (BC), quedi- vulgou o Boletim Regional, com análise do desempenho da atividade econômica por região do país. A instituição informou que a pandemia de covid-19 está provocando desaceleração significativa da atividade eco- nômica, queda nos preços das commodities (produtos pri- mários com cotação internacional) e mudanças de com- portamento dos diversos agentes da economia. Nesse ce- nário, diz o BC, a economia mundial, incluindo a brasileira, passa por momento de “elevado grau de incerteza”. No boletim, o BC diz que “todas as regiões do país es- tão tendo impactos econômicos relevantes da pande- mia, mas especificidades regionais tendem a diferen- ciar a intensidade e as características desses efeitos em cada local”. Centro-Oeste O BC informou que a atividade econômica no Centro- Oeste manteve-se em expansão no trimestre encerrado em fevereiro, em parte, pelo comportamento da agri- cultura com o início da colheita de soja, que deve ser re- corde neste ano. “No entanto, a economia da região deverá repercu- tir os efeitos da pandemia de covid-19, que já se fazem perceber em dados do comércio e do setor de serviços com maior frequência e tempestividade. Ressalta-se que, considerando a maior participação do agronegócio e da estrutura industrial no Centro-Oeste, deve-se esperar uma contração da atividade um pouco menos severa do que a média nacional.” De acordo com o boletim, com a pandemia espera-se re- dução na produção industrial nos próximos meses, em fun- ção das medidas de restrição à circulação de pessoas e da queda no consumo. “Entretanto, essa contração deverá ocorrer com menor intensidade no Centro-Oeste, na com- paração com as demais regiões, considerando a concen- tração de 47% da indústria geral da região nos segmentos de alimentos e bebidas (20% nas demais regiões), segmentos que tendem a apresentar menor redução de demanda”, diz o boletim. (Agência Brasil) Resultado surge após alta de 52 pontos entre fevereiro e março O Indicador subiu 43,4 pontos de março para abril O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem (30) que o Brasil não está passando por choque externo por causa da pandemia da covid-19. Gue- des participou de audiência pública virtual na Comissão Mista do Congresso de Acom- panhamento das Medidas Re- lacionadas à Covid-19. Segundo Guedes, as previ- sões iniciais de queda da eco- nomia neste ano eram de 6%, sendo que desse percentual um terço viria de impacto ex- terno, gerado por queda das ex- portações e interrupção de co- mércio, entre outras. “E dois terços seriam da disrupção in- terna, pelo fato de fazermos o isolamento social, interrupção de cadeias de pagamento e de- saquecimento”, explicou. O ministro disse, no entanto, que o choque externo não está acontecendo. “As exportações para os Estados Unidos e para a Argentina, os dois maiores par- ceiros depois da China, caíram acima 30%. Para União Euro- peia caíram 2% [ou] 3%. Mas para a China, [as exportações] subiram 25%, 26%. Como a Chi- na é mais do que a soma de Es- tados Unidos, Argentina e União europeia, as exportações brasi- leiras estão inalteradas". O ministro disse que se a queda da economia previs- ta inicialmente que era de 6% agora está em 4%. (Agência Brasil) Guedes diz que economia brasileira não passa por choque externo BALANÇO Econômica 4 n ECONOMIA ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Incerteza da economia tem recorde histórico pelo segundo mês POLÍTICA n 5 ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Luís Roberto Barroso foi eleito, em abril, o próximo presidente do Tribunal Su- perior Eleitoral (TSE). No final de maio, ele substitui a atual presidente, ministra Rosa We- ber, e terá como uma das missões comandar a Corte durante a realização das elei- ções municipais, com data sob incógnita por causa dos efeitos provocados pela pan- demia da Covid-19. O presidente eleito do TSE, Luís Roberto Barroso, admitiu em entrevista concedida à Rá- dio Gaúcha nesta semana, que há uma possibilidade de adia- mento das eleições 2020 por causa dos efeitos da pandemia do novo Coronavírus. No en- tanto, o ministro defendeu que, se efetivado, o adiamen- to do pleito seja ainda em 2020, evitando prorrogações de mandatos dos atuais pre- feitos e vereadores. “As convenções partidá- rias são no final de julho até o começo de agosto, e a cam- panha eleitoral começa em 15 de agosto. Se não puder ter alguma aglomeração em agosto, temos uma dificul- dade. Porém, é mais grave um pouco ainda. A Justiça Eleitoral tem que fazer teste das urnas e treinos de me- sários e isso teria junho como limite”, disse Barro- so. O ministro justificou que é contrário ao cancelamen- to das eleições 2020 para a unificação em 2022. “O que sou completamen- te contrário é o cancelamen- to da eleição para se fazer em 2022. Em primeiro lugar, por uma questão democrática, porque esses prefeitos e ve- readores atuais foram eleitos para 4 anos. A população tem o direito de, ao final dos 4 anos de mandatos, decidir se quer renovar os mandatos ou alternar o poder. A se- gunda razão é que, se você fi- zer tudo coincidir tudo em 2022, o eleitor terá de votar para 7 cargos distintos. É mui- to nome, fica confuso para o eleitor fazer essas escolhas si- multaneamente”, disse Bar- roso. (Especial para O Hoje) Samuel Straioto Tomou posse nesta quinta- feira (30), o novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, Leandro Crispim e no cargo de Vice-Presidente e Cor- regedor Regional Eleitoral, Luiz Eduardo de Sousa. O mandato da nova Presidência da Justiça Eleitoral goiana é para o biênio 2020/2022. Entre os desafios está o de concluir o processo eleitoral de outubro deste ano, em meio a pandemia do novo coronavírus. O presidente de- fende a realização do processo eleitoral dentro do calendário previsto. O presidente disse que o trabalho que está sendo reali- zado é para dar andamento normal nas eleições 2020. Leo- nardo Crispim explicou que o TRE tem experiência em pro- cessos eletrônicos. Ele ressaltou eu sessões estão sendo realiza- das por videoconferência, in- clusive com sustentações orais. “Nós estamos atentos a to- das as circunstâncias, nós es- tamos fazendo todo um pro- cesso eleitoral normalmente seguindo orientação do calen- dário eleitoral, aguardando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com novas deliberações, apesar das dificuldades que temos”, afirmou. Leonardo Crispim explicou que houve um grupo de tra- balho no TSE e que foi consta- tado que há condições de rea- lizar o processo eleitoral. No entanto, ainda é aguardada a posse do novo presidente do tribunal, Luiz Roberto Barroso para que haja uma definição da data das eleições 2020. “A minha posição pessoal é que a eleição seja realizada. Foi criado um grupo de estudo no TSE e foi destacado que o pro- cesso eleitoral é viável. Estamos aguardando a posse do minis- tro Barroso para que as orien- tações sejam encaminhadas”, destacou. O novo presidente do TRE avaliou que é “extremamente complicada” a possiblidade de alteração na data, pois depende de reforma constitucional. O desembargador Leandro Cris- pim já integrava o TRE/GO como Juiz-Membro substituto. O pai dele também já presidiu o tri- bunal. Já o desembargador Luiz Eduardo de Sousa atuou, tam- bém como substituto, em 2014. De acordo com a Constitui- ção Federal, os Tribunais Elei- torais são compostos de dois juí- zes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Jus- tiça; de um juiz do Tribunal Re- gional Federal com sede na Ca- pital do Estado ou no Distrito Fe- deral, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, pelo Tribunal Regional Federal respectivo e, por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre advogados de notável saber jurídico e idoneidade mo- ral, indicados pelo Tribunal de Justiça. A cerimônia de posse reali- zada nesta quinta-feira (30), tradicionalmente é feita em sessão solene no auditório do TRE/GO, desta vez ocorreu de maneira híbrida, ou seja, de formapresencial e mediante sistema de videoconferência. O evento foi transmitido ao vivo, pelo canal oficial do Tribunal no YouTube. A medida visou evitar aglomeração de pessoas e reduzir a possibilidade de dis- seminação e o contágio do novo Coronavírus. O presidente empossado destacou ter ciência da com- plexidade dos desafios que enfrentará e convocou uni- dade no trabalho da Justiça Eleitoral em Goiás. “Estare- mos atentos ao escopo de ga- rantir a legitimidade do plei- to, coibindo com a rigidez necessária as tentativas de corromper a vontade do elei- tor. Esta Corte, de tradição sempre tão séria e transpa- rente, assim continuará, se aperfeiçoando naquilo que for possível e mantendo o que de melhor já realizamos e cumprimos”, relatou. O presidente empossado destacou ter ciência da complexidade dos desafios que enfrentará e convocou unidade no trabalho Leandro Crispim tomou posse nesta ontem e entende que é possível concluir processo eleitoral neste ano Novo presidente do TRE-GO defende eleições em 2020 Estamos atentos a todas as circunstâncias e fazendo processo eleitoral normalmente t Próximo presidente do TSE criva pleito neste ano Barroso admite adiamento das eleições, mas que ocorra ainda em 2020 Conceito Freemium O mesmo adotado pelos grandes jornais neste conceito em todo o mundo Distribuição dirigida com alto conteúdo editorial 6 n POLÍTICA ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Esplanada Leandro Mazzini | reportagem@colunaesplanada.com.br Comício virtual O ímpeto verbal do presidente Jair Bolsona- ro conseguiu algo histórico neste 1º de Maio: reu- niu contra ele os ex-presidentes Lula da Silva, Dil- ma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso, o presidenciável Ciro Gomes – além do presiden- te da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no pa- cote. Todos confirmaram participação na ‘live’ da festa dos trabalhadores das Centrais Sindicais (CUT, Força, UGT, CGT etc), a partir das 10h de hoje nas redes sociais. É a primeira vez, em décadas da tradicional festa, que as centrais saem das ruas e realiza seu evento virtualmente. Urnas x coronavírus O Brasil está a dois meses do prazo final para convenções e registro de candidaturas. O TSE está em alerta mas ainda não indicou se vai mudar o calendário eleitoral. Desafio Fato é que os partidos não estão preparados para realizar convenções online e votação virtual de delegados para escolher seus candidatos a ve- readores e prefeitos. Parques privados O Governo federal vai conceder a administração dos parques nacionais Aparados da Serra (RS/SC) e Serra Geral (RS/SC). Está no Decreto 10.331, que os incluiu no Programa Nacional de Desestatização. Dossiê O ódio dos bolsonaristas contra o presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), parece não ter fim. Circula na praça dossiê sobre a vida priva- da de Bivar e de seus amigos nos últimos 30 anos. O documento foi parar nas mesas de altos gabine- tes em Brasília. Citam até um envolvimento dele com uma massagista nos anos 80. Ajuda holandesa O Fundo COPPETEC de apoio aos hospitais da UFRJ recebeu ontem doação de 11.350 mil euros (perto de R$ 66 mil) da fundação Brasil- Holanda para aquisição de equipamentos de proteção individual de médicos e enfermeiros. O material será distribuído nas nove unidades de saúde da Federal. Contribuição Até ontem, o fundo já arrecadara R$ 864,3 mil – e R$ 710 mil investidos na aquisição de EPIs. Doações pelo BB, Ag. 2234-9, Conta 55.620-3; CNPJ : 72.060.999/0001-75. Risco total Os garis da Prefeitura do Recife não estão cumprindo as determinações quanto ao uso de máscaras para prote- ção contra o coronavírus. A Coluna fla- grou vários caminhões de lixo com fun- cionários pelas ruas da capital. Per- nambuco é o quarto Estado com conta- minados pela Covid-19. Só perde para São Paulo, Rio de Janeiro e o Ceará. STJ no Nobel O ministro Moura Ribeiro, do STJ, é um dos concorrentes ao Nobel da Paz neste ano pela contribuição para o fortaleci- mento da teoria do Capitalismo Huma- nista. Seu nome foi levado à comissão no- rueguesa pelo advogado Ricardo Sayeg, um dos criadores da teoria. A Associação dos Magistrados Brasileiros, com 14 mil associados, enviou para a Noruega uma moção de apoio ao ministro. Comércio futuro Especialistas em comércio e grandes empresários já citam em palestras vir- tuais as perspectivas do setor pós-pan- demia: As lojas serão mostruário, com e- commerce e entregas mais fortes. Ha- verá migração da mão de obra da Ásia para países de origem das marcas. O ter- mo ‘insalubridade’ entra de vez nos contratos de trabalho. Compra online Desde o início da pandemia o site Mercado Livre conquistou 1,7 milhão de novos compradores. Os produtos cam- peões de buscas na América do Sul foram: Máscaras (10 milhões de buscas); Álcool em gel (8,5 milhões); Antibacterianos (3,5 milhões); e Termômetros (1 milhão). O presidente Jair Bolsonaro disse ontem (30) que a decisão do ministro Alexandre de Mo- raes, do Supremo Tribunal Fe- deral (STF), de suspender a no- meação do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal (PF) foi polí- tica e “quase” criou uma crise institucional entre os poderes. “Tirar numa canetada, de- sautorizar o presidente da Re- pública dizendo em impessoa- lidade. Ontem quase tivemos uma crise institucional, quase, faltou pouco. Eu apelo a todos que respeitem a Constituição”, disse. “Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes, não engoli. Não é essa forma de tratar o chefe do Exe- cutivo”, ressaltou ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira. O presidente informou ain- da que sua assessoria vai pro- curar a equipe de gabinete de Moraes e espera que o ministro do STF se pronuncie sobre a permanência de Ramagem como diretor-geral da Agên- cia Brasileira de Inteligência (Abin), cargo que ocupa desde o começo deste governo. “O senhor vai retirar o Ra- magem da Abin, que é tão im- portante quanto o diretor-geral da PF? Se não pode ter a con- fiança para trabalhar na PF também não pode trabalhar na Abin. É questão de coerên- cia”, disse Bolsonaro. “Quere- mos o respeito de dupla mão en- tre os poderes. Então o senhor Alexandre de Moraes tem que decidir imediatamente se o se- nhor Ramagem pode ou não continuar à frente da Abin.” Horas depois da afirmação do presidente, Barroso enviou uma declaração a jornalistas em que elogia Moraes. “O mi- nistro chegou ao Supremo Tri- bunal Federal após sólida car- reira acadêmica e de haver ocu- pado cargos públicos relevantes, sempre com competência e in- tegridade. No Supremo, sua atuação tem se marcado pelo co- nhecimento técnico e pela in- dependência. Sentimo-nos hon- rados em tê-lo aqui”, disse. Gilmar Mendes, por sua vez, usou as redes sociais para co- mentar o caso. “As decisões ju- diciais podem ser criticadas e são suscetíveis de recurso, en- quanto mecanismo de controle. O que não se aceita — e se re- vela ilegítima — é a censura per- sonalista aos membros do Judi- ciário. Ao lado da independên- cia, a Constituição consagra a harmonia entre poderes”. O ex-presidente Lula (PT) criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de barrar a nomeação feita pelo presidente Jair Bolsona- ro (sem partido) de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal. "Não pode um único juiz da Suprema Corte tomar atitude de evitar. Não podemos per- mitir que as instituições ajam politicamente. [...] Que a pessoa prove que o delegado tem um ilicito, aí sim ele está correto [em barrá-lo]", disse. Amizade Ramagem é próximo da fa- mília do presidente e atuou em sua segurança pessoal, após a vitória no segundo turno das eleições. “A amizade não está prevista como cláusula impe- ditiva para alguém tomar pos- se”, disse. “E é uma pessoa competente, segundo a pró- pria PF, e daí a relação de ami- zade. A minha segurança pes- soal só não dormia comigo. E por que eu não posso prestigiar uma pessoa que eu conheci com essa profundidade? É a re- lação de confiança”, argumen- tou opresidente. Na manhã de anteontem (29), o ministro Alexandre de Moraes decidiu suspender o decreto de nomeação e a pos- se do delegado Alexandre Ra- magem como novo diretor-ge- ral da Polícia Federal (PF). Na decisão, o ministro citou de- clarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que ao deixar o cargo na semana pas- sada acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF. Após a suspensão, o presi- dente tornou sem efeito a no- meação de Ramagem. E ontem, Bolsonaro disse que a Advoca- cia-Geral da União (AGU) vai re- correr da decisão de Moraes. Já a AGU informou que não vai se manifestar sobre o caso por enquanto. (Agência Brasil) Depois de o gover- no federal ter sido proibido de no- mear indicado do presidente, Jair Bol- sonaro apelou a to- dos que respeitem a Constituição Objetivo é apurar a atuação de “milícias digitais” “O senhor vai retirar o Ramagem da Abin, que é tão importante quanto o diretor-geral da PF?”, questionou o presidente O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Fe- deral, rejeitou ontem (30) um pedido do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para que fosse suspensa a prorrogação da Comissão Parlamentar Mista de In- quérito (CPMI) das Fake News. A CPMI investiga a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos contra a democracia e o debate público, in- cluindo atos para influenciar as eleições de 2018. “Essas investigações são de vital importância para o des- vendamento da atuação de verdadeiras quadrilhas organi- zadas que, por meio de mecanismos ocultos de financiamento, impulsionam estratégias de desinformação, atuam como mi- lícias digitais, que manipulam o debate público e violam a or- dem democrática”, destacou Mendes na decisão. No início do mês, os parlamentares decidiram prorro- gar por 180 dias a CPMI, que foi instalada em 4 de setem- bro. Para a prorrogação, foi preciso colher as assinaturas de 209 deputados e 34 senadores. O prazo original dos tra- balhos terminaria em 14 de abril, mas a contagem está sus- pensa devido às medidas de distanciamento social decor- rentes da pandemia do novo coronavírus. Mandado de segurança Ao pedir para o STF suspender a prorrogação, em um mandado de segurança, Eduardo Bolsonaro afir- mou que os trabalhos da CPMI foram desvirtuados de seu propósitto original com o objetivo de atingir par- lamentares aliados ao governo e o próprio presiden- te Jair Bolsonaro, bem como “deslegitimar o processo eleitoral”. (Agência Brasil) Gilmar nega pedido contra prorrogação de investigação Bolsonaro critica ato de Moraes ESPORTES n 7 ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Felipe André No último dia de férias co- letivas, clubes brasileiros anunciaram decisões para re- duzir os gastos durante o pe- ríodo de quarentena. En- quanto órgãos de saúde e os governadores do Brasil dis- cutem a possibilidade de o futebol ser retomado, nem que seja os treinamentos, em maio, a equipes se movimen- tam para não entrar em uma crise financeira durante esse período. Flamengo, Palmei- ras, Coritiba e Vasco anun- ciaram as medidas tomadas. O Flamengo comunicou a demissão de 10 funcionários na manhã de ontem, mas o nú- mero pode subir para 62 até o fim de semana. A saída de pro- fissionais acontece desde a base até a equipe profissional. A direção também vai buscar a redução salarial de outras pes- soas e devem comunicar entre hoje e domingo. A folha salarial do Flamengo sem contar o elenco é de menos de R$ 3 mi- lhões, entre Gávea e funcioná- rios do departamento de fute- bol. Aproximadamente cinco vezes menor do que os custos dos jogadores entre folha "ofi- cial" na carteira de trabalho e direitos de imagem. O Flamengo confirmou a medida tida como drástica, mas garante que as demis- sões não vão chegar a 10% dos cerca de mil funcionários do clube. Não será a única medi- da e envolve todo o clube, não apenas os departamentos de futebol profissional e de base. Palmeiras O Palmeiras anunciou através do site oficial do clu- be, ontem, que vai aplicar 25% de diminuição salarial nos meses de maio e junho no departamento de futebol. Além de jogadores, o treina- dor Vanderlei Luxemburgo, o gerente Cícero Souza e o di- retor Anderson Barros tam- bém estão na lista. “Em meio à paralisação das atividades esportivas no país em decorrência da pan- demia do Covid-19, o Palmei- ras fechou acordo com o de- partamento de futebol pro- fissional para uma redução de 25% nos salários registrados em carteira”,anunciou o clube, em seu site oficial. Segundo a nota, a medida foi acertada em conjunto com elenco, comissão técnica e os departamentos financeiro e jurídico. Os demais funcio- nários farão parte de outro acordo, ainda a ser elaborado pela diretoria. “A proposta prevê também a postergação dos pagamentos referentes a direitos de ima- gem dos atletas, os de abril se- rão divididos entre os meses de agosto e dezembro de 2020, enquanto os de maio serão di- vididos entre janeiro e junho de 2021. Todos os jogadores concordaram com as decisões, que são pontuais e serão ava- liadas de forma recorrente”, diz a nota. Coritiba e Vasco O Vasco comunicou ontem através de uma mensagem enviada a parte de seus cola- boradores, a suspensão do contrato deste grupo de fun- cionários por dois meses, en- tre os dias 1º de maio e 1º de julho. O clube sustentou sua decisão na Medida Provisória 936, publicada em 1º de abril. Esta institui o Programa Emer- gencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas trabalhistas complementares para en- frentamento do estado de ca- lamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde. No comunicado, o Vasco anunciou que seguirá pagan- do 30% do salário bruto como ajuda compensatória mensal. Vale destacar que o Vasco deve salários a jogadores, ain- da não pagou nenhuma folha referente a 2020, e tem pen- dências diferentes com grupos de funcionários. Alguns rece- beram janeiro, outros não. Há colaboradores que ainda não receberam férias. O Coritibapor sua vez rea- lizou cortes em seu corpo de funcionários com demissões, reduções salariais e suspensão de contratos, mas não afetou os jogadores. No entanto, a possibilidade de redução de 25% dos salários dos atletas também não está descartada. Elas atingiram os vencimentos a partir do mês de junho. (Es- pecial para O Hoje) Flamengo, Palmeiras, Coritiba e Vasco anunciam medidas para reduzir gas- tos durante a pandemia, seja com cor- tes nos salários ou com demissões ClubEs anunCiam redução O que tudo indica que a o Calcio Série A deve seguir os passos das ligas holandesa e francesa. Isso é que os repre- sentantes da Liga Italiana anunciaram nesta quinta-feira (30), que irão aceitar qualquer que seja a decisão do governo federal do país sobre a conti- nuidade da competição, até mesmo com o encerramento da competição, em meio a pan- demia do coronavírus. Na manhã desta sexta-feira (1), será realizada uma assem- bleia geral com representantes dos vinte clubes para discutir como ficará o campeonato após a paralisação. “Se for possível (dar conti- nuidade à Série A) seguindo to- dos os padrões de saúde e pro- tocolos, ótimo. Se não for, nós vamos aderir estritamente as decisões do governo, como sempre fizemos”, declarou o presidente da Liga, Paolo Dal Pino, em comunicado oficial. O ministro do Esporte e da Juventude da Itália, Vincenzo Spadafora, afirmou na última quarta-feira (29), que o Cam- peonato Italiano precisava "começar a pensar em um plano B", prevendo a neces- sidade da Série A do campeo- nato em ser encerrado antes da conclusão de todas as ro- dadas. Diferentemente da úl- tima afirmação, nesta quinta- feira ele alegou que o minis- tério italiano está colhendo mais informações sobre pro- tocolos de segurança e que ainda há a possibilidade de a competição ser retomada. Ainda nesta quarta-feira o presidente da Federação Ita- liana de Futebol, Gabriele Gra- vina, demonstrou repúdio quanto à possibilidade de en- cerramento precoce da Série A. O presidente aindagarantiu que não tomará essa decisão por vontade própria, somente se for obrigado. Já nesta quin- ta-feira, o comunicado da liga indica que a federação tam- bém deve estar de acordo com a possível decisão de finaliza- ção antecipada. “Sempre houve um diálogo construtivo por parte da Série A, e certamente o trabalho do Ministério e o nosso devem caminhar no mesmo sentido. É um momento terrível para o país e para o mundo, somente unidos vamos conseguir atra- vessá-lo”, concluiu Paolo Dal Pino. (Victor Pimenta, es- pecial para O Hoje) Vanderlei Luxemburgo, treinador do Palmeiras, sofreu uma redução de 25% no salário Se o campeonato terminasse hoje, Juventus seria campeão com um ponto de vantagem O volante Luiz Fernan- do está desde agosto de 2019 defendendo as cores do Desportivo Aves. Reve- lado nas categorias de base do Fluminense, ele tem 14 jogos oficiais pela equipe que está na pri- meira divisão de Portugal. O jogador brasileiro atuou em 2016 no Vila Nova, em- prestado pela equipe ca- rioca, onde marcou um gol em 15 partidas dispu- tadas. A única vez que ba- lançou as redes pela equi- pe goiana, foi contra o Lu- verdense, nas oitavas de fi- nal da Copa Verde. O atleta Luiz Fernando sofre com a paralisação do futebol português em virtude da pandemia do coronavírus. No entanto, pelo controle que o go- verno português conse- guiu fazer impedindo a propagação da doença, a expectativa do atleta é re- tornar em breve aos trei- namentos com o restante dos companheiros. “Os profissionais do Desportivo Aves têm nos enviado semanalmente um programa de treinos para nós seguirmos em atividade. As coisas aqui em Portugal parecem mais controladas e existe até uma expectativa de voltarmos aos treinamen- tos na próxima semana e essa possibilidade me dei- xa muito feliz. Estou na es- perança também que a competição possa voltar o mais rápido possível”, disse Luiz Fernando. Reconhecido pelo seu profissionalismo, Luiz Fernando vem seguindo à risca todas as recomen- dações do Desportivo Aves. “São pelo menos cinco dias de treinos re- comendados por semana. Sou um jogador que pre- ciso muito da minha for- ça para render bem, por isso não posso deixar cair e neste período teve se- manas que além dos ha- bituais cinco dias tam- bém fiz treinamentos no final de semana”, expli- cou o atleta. Além dos treinos, Luiz Fernando também está aproveitando o período de isolamento social para curtir a família. “Minha esposa e minha filha estão comigo em Portugal e isso ajuda bastante para pas- sar o tempo e ter o cari- nho delas. Tenho brincado muito com a minha filha e assistido muitos filmes com a minha esposa. Es- tamos aproveitando bas- tante esse tempo juntos”, finalizou. (Felipe André, especial para O Hoje) Ex-Vila Nova detalha rotina de treinos durante quarentena PORTUGAL Enquanto segue a especu- lação de uma provável saída de Jorge Jesus do Flamengo, o Newcastle, da Inglaterra, apa- receu como um dos possíveis interessados no treinador por- tuguês.Porém, Jesus seria ape- nas o “plano B” de acordo com o diário esportivo Olé, com a possível venda do clube para um fundo de investimentos do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed Bin Salman, Mauricio Pochettino seria o nome para o comando técnico da equipe inglesa. O valor da compra do clube é estimado em 345 milhões de euros, quase R$ 2 bilhões de reais na cotação atual. Só que o projeto do príncipe árabe é ousado. Segundo a imprensa britânica, a tendência é que o grupo saudita invista 230 mi- lhões de euros na próxima ja- nela de transferência. Durante toda a semana, dis- cutiu-se muito sobre a possibi- lidade de Jorge Jesus ser o nome para comandar o New- castle. Entretanto, de acordo com o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o projeto da equipe não teria seduzido desporti- vamente o português. Assim como o jornal argentino Olé, Paulo Vinícius Coelho ressalta que a prioridade é Mauricio Po- chettino. (Felipe André, es- pecial para O Hoje) Newcastle busca treinador argentino e observa Jesus Liga Italiana aguarda decisão de governo para definir futuro FUTEBOL INTERNACIONAL Cesar Greco/Palmeiras Reuters CBLoL divulga sua seleção oficial da Fase de Pontos ESPORTS O Campeonato Brasileiro de LeagueofLegends (CBLoL) de 2020 está em suas etapas de- cisivas. No último final de se- mana, foram disputadas as ro- dadas finais da Fase de Pontos, definindo os quatro classifica- dos para as semifinais. No final de semana, acontecem as eli- minatórias, mas enquanto isso a organização da liga divul- gou sua seleção oficial da pri- meira fase da competição. As equipes que avançaram para as semis foram, na or- dem, a Vivo Keyd, o Flamengo, a Fúria e a Kabum. Para rea- lizar o chamado “dreamteam”, ou “time dos sonhos”, o CBLoL convidou profissionais da área e da imprensa para eleger os melhores jogadores da Fase de Pontos, com um total de 15 es- colhidos. Nas rotas solo, os principais selecionados foram NOsFerus (Vivo Keyd), o qual joga pelo meio; na selva, o melhor acabou sendo Ranger (Flamengo) e como atirador o prêmio ficou para Absolut (Flamengo); como suporte, Da- mage (Fúria) se destacou, e no Topo Robo (Vivo Keyd) ficou, bem, no topo, pois também acabou sendo considerado o melhor jogador (MVP) da eta- pa inicial. A segunda seleção, como se fossem os segundos melho- res de cada categoria, teve Ti- nowns (paiN) como protago- nista no meio, Grell (Vivo Keyd) na selva e Klaus (Vivo Keyd) como atirador, Parang (Kabum) no topo e Ceos (Ka- bum) como suporte. No ter- ceiro e último “dreamteam”, Goku (Flamengo) foi escolhido no meio, Minerva (Fúria) na selva, Alternative (Fúria) como atirador, Professor (Vivo Keyd) como suporte e FNB (Prodigy), único representan- te de um time não classificado, como topo. Próximos Jogos Durante a Fase de Pontos, ocorriam partidas da elite do CBLoL na sexta-feira, mas as se- mifinais vão acontecer entre sábado e domingo, com Vivo Keyd x Kabum e Flamengo x Fúria. Na edição de amanhã do Jornal O Hoje, faremos um de- talhamento completo dos due- los. Já o Circuitão, a segunda di- visão do CBLoL, ainda não al- cançou a parte de mata-mata, mas está perto. Nos próximos dias 4 e 5, serão jogadas as duas últimas rodadas da primeira fase. No momento, os classifi- cados são Santos Hotforex, Team One, HavanLiberty e Red Kalunga, mas somente o Peixe está garantido nas semis. (Luiz Felipe Mendes é integrante do programa de estágio do Jor- nal O Hoje) 8 n ESPORTES ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Robo, da Vivo Keyd, foi considerado o MVP da etapa inicial Bruno Álvares/Riot Games A intenção do Vila para os próximos dias era reto- mar as atividades em 4 de maio, ou seja, na segunda- feira da semana que vem. Contudo, a diretoria apon- tou que ainda não é o mo- mento para tal devido à pandemia do novo coro- navírus, e adiou a volta para 11 de maio. De acordo com a assessoria de im- prensa do clube, a previsão “vem sofrendo alterações quase semanalmente e pode ser postergada mais uma vez no futuro”. A temporada do Tigre vinha tendo altos e baixos. Na Copa do Brasil, a equipe conseguiu despachar o Gal- vez na primeira fase, mas foi eliminada perante a Ponte Preta na sequência. No Campeonato Goiano, o colorado vinha sofrendo com as últimas posições na tabela, mas conseguiu se recuperar diante do Aná- polis e voltou à faixa de classificação. Logo depois, porém, o estadual foi in- terrompido de vez e o pe- ríodo de indefinição come- çou. O Vila interrompeu oficialmente as suas ativi- dades e desde então vinha planejando quando voltar. A ideia mais recente era retomar os treinos já na próxima semana, mas a diretoria avaliou que a cri- se da Covid-19 ainda está muito em alta para que isso aconteça. O retorno dos treinamentos ocorre- ria, então, na outra sema- na, mas isso ainda pode mudar. Ainda segundo a diretoria, não é aconse- lhável que o Goianão volte neste momento, mas se diz preparada se for o caso. (Luiz Felipe Mendes é in- tegrante do programa de es- tágio do Jornal O Hoje) Vila Nova prorroga retorno de treinamentosdo elenco ADIAMENTO Apesar de já ter acontecido o draft de 2020, a NFL se- gue com o mercado em alta. Um dia depois do Chicago Bears confirmar a chegada de Ledarius Mack para atuar no mesmo time que o irmão, Khalil, o Cincinnati Bengals dispensou o quarterback Andy Dalton. A decisão está di- retamente relacionada com a escolha de Joe Burrow, jo- vem atleta que se destacou nas competições de univer- sidades dos EUA, durante o draft. Com isso, Dalton se jun- ta a Cam Newton e Joe Flacco nas funções de QBs dis- poníveis como agentes livres, os quais podem ser con- tratados por qualquer franquia da liga. O destino mais provável de Andy Dalton é o Jacksonville Jaguars, que busca um quarterback reserva para a próxima tempo- rada. Porém, o New EnglandPatriots, desde a saída de Tom Brady, também está de olho em alguém para a po- sição. (Luiz Felipe Mendes é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje) EXPRESSA Victor pimenta Na manhã desta quinta-fei- ra (30), os membros da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) se reuniu para decidir o que já estava praticamente de- finido, o fim da Campeonato Francês da temporada 2019/20, resultado: Paris Saint-Germain tricampeão francês, o nono tí- tulo da competição em sua his- tória. A última partida aconteceu no dia 8 de março e depois de lá foi paralisado o campeona- to por conta da pandemia do coronavírus. É o terceiro título seguido do time de Neymar, Marquinhos e Thiago Silva, o nono campeonato da história do clube, que agora igualou com seu maior rival, o Olym- pique de Marseille e está so- mente um título atrás de Saint- Étienne, o maior campeão fran- cês, com dez conquistas. O pre- sidente do Paris Saint-Germain, dedicou a conquista aos pro- fissionais da saúde. “Gostaríamos de dedicar este título da Ligue 1 2019/2020 à equipe de saúde e a todos os heróis da linha de frente, cujo compromisso e auto-sacrifício por muitas semanas conquis- taram nossa mais profunda admiração. Entendemos, res- peitamos e apoiamos as deci- sões tomadas pelo governo francês para encerrar o cam- peonato. A saúde, como o go- verno sempre disse, deve ser a prioridade de todos”, disse Nas- ser Al Khelaifi, em comunicado oficial do clube. Decretado o Paris Saint- Germain campeão, assim, o segundo e terceiro colocados como de costume garantiram suas vagas na próxima tem- porada das Liga dos Cam- peões. O Marseille, que ter- minou o campeonato em se- gundo lugar, se classificou au- tomaticamente para a fase de grupos. Já o Rennes, acabou em terceiro e se garantiu na preliminar da competição mais disputada da Europa. Será a primeira vez dos rubro- negros na ChampionsLeague. Em vez de três equipes, so- mente duas foram rebaixa- das: o Amiens e o Toulouse. Se a parte de cima da ta- bela encontrasse a felicidade por conta do título e das va- gas para a Liga dos Cam- peões, não acontece o mes- mo na parte de baixo. Os dois rebaixados Amiens e Toulouse não gostaram da decisão e seus presidentes prometem recorrer. "Qualquer decisão relativa às despromoções com base na classificação será injusta e de- sigual para o Toulouse e des- provida de qualquer funda- mento legal", disse Olivier Sa- dran, presidente do Toulouse. Em sua conta oficial no twit- ter, o Amiens, que terminou a competição na décima nona co- locação, também não gostou da decisão dos membros da LFP e se pronunciou. "Após o recente comunica- do da LFP, o Amiens informa que publicará um comunicado o mais rapidamente possível para informar os seus apoian- tes, parceiros e acionistas sobre os procedimentos atuais", es- creveu o clube. Na segunda divisão fran- cesa, o Lorient foi declarado campeão e vai jogar na elite do Francês na próxima tempora- da. Juntamente com ele, Lens foi vice e também disputará a Ligue 1 2020/21. (Especial para O Hoje) Liga formaliza fim de campeonato nacional e declara Paris Saint-Ger- main como cam- peão da tempora- da 2019/20; Amiens e Toulou- se rebaixados A última partida do Paris Saint-Germain aconteceu ainda em fevereiro, na goleada sobre o Dijon por 4 a 0 Assessoria PSG PsG CamPEão Francês CIDADES n 9 ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Igor Caldas As portas das agências da Caixa Econômica Federal têm sido sinônimo de aglomera- ção de pessoas há dias. Traba- lhadores informais, microem- preendedores individuais (MEI), autônomos e desem- pregados que buscam o tão prometido auxílio emergen- cial de R$ 600 do Governo Fe- deral não conseguem receber o dinheiro sem sair de casa e formam filas quilométricas em frente aos bancos. Beneficiá- rios relatam problemas no apli- cativo da Caixa que deveria ge- rar uma senha necessária para receber o benefício. Já é o terceiro dia que An- dré Francisco da Silva, 26 anos, tenta resgatar o valor do seu auxílioemergencial na agência da Caixa Econômica Federal, localizada na Avenida Man- galô, Setor Morada do Sol, em Goiânia. “Todos os dias que eu vim, o banco fechou antes de chegar o meu lugar na fila”, conta. Ele diz que a culpa da aglomeração é pelo mau fun- cionamento do aplicativo cria- do pela Caixa que não gera a senha necessária para o res- gate do benefício. “O aplicativo dá um rolo muito grande. Quando você faz o procedimento para que o código seja gerado, ele não aparece. Se não vir pessoal- mente, nunca vai receber o di- nheiro”. Quem já tinha conta poupança da Caixa ou é cor- rentista em outros bancos e informou os dados bancários ao se inscrever para receber o benefício não precisa do có- digo que o aplicativo deveria gerar. Dezenas de pessoas aguardavam na porta da agência que teve que estender seu horário de funcionamen- to para atender um número li- mitado de pessoas. Desde o último mês, as ins- tituições bancárias anuncia- ram que iriam atender os clien- tes de suas agências em horá- rio reduzido. De acordo com a Febraban (Federação Brasilei- ra de Bancos) a medida busca evitar a propagação do coro- navírus devido à proximidade das pessoas que frequentam os locais. Ironicamente, nem a distância mínima foi respeita- da pelas dezenas de pessoas que aguardavam na fila para receber o benefício dentro da unidade. Os bancos seguem funcionando com limite de pessoas no interior das agên- cias, das 10h às 14h. Segundo a Federação, os bancos funcionarão com limi- te de pessoas no interior das agências, das 10h às 14h a par- tir desta terça (24), de acordo com orientações estabelecidas pelo Banco Central. No entan- to, diante da enorme fila que se formava em frente à agência da Avenida Mangalô próximo ao horário de fechamento, a unidade estendeu seu horário de funcionamento. Quem aguardava na fila recebeu uma senha para ser atendido. “Eu me pergunto o porquê deles não entregarem essa se- nha antes? Estamos aqui desde as seis da manhã”, relata Gui- lherme Braga, o último da fila a receber a senha pelos fun- cionários do banco. “Eles li- mitaram a quantidade de se- nhas. Todas as pessoas que es- tiveram depois de mim foram embora para casa e devem vol- tar depois”. Guilherme conta que vai diariamente à agência da Caixa da Avenida Mangalô desde que seu benefício foi li- berado, no último dia 19. Alisson Talles finalmente conseguiu receber o dinheiro do benefício. Aliviado, ele saiu da agência com o saque garantido na tarde da última quarta-feira após passar três dias seguidos recebendo a porta fechada do banco. “A gente chega aqui de manhã e já tem uma fila enorme. Fi- camos na esperança de ser- mos atendidos, mas o banco fecha antes de chegar a nossa vez. Graças a Deus hoje foi di- ferente”, comemora. O jo- vem confirma que a aglome- ração é causada pelos defeitos no aplicativo. “Eu nunca vi um aplicativo desse banco que presta”, culpa. Alívio com a senha Depois de cinco dias espe- rando diariamente nas aglo- merações causadas pelas filas, Edmilson Teodoro da Silva se surpreendeu quando conse- guiu uma senha da funcionária do banco. “Se eu não conse- guisse hoje, ia desistir. A gente precisa do dinheiro, mas ficar uma semana na fila para con- seguir um benefício é muita humilhação. Ele culpa o presi-dente. “Eu nunca mais voto em Bolsonaro, nunca vi o Bra- sil tão bagunçado”, afirma. Edmilson diz que presen- ciou aglomerações em frente à agência da Caixa Econômica Federal da Avenida Mangalô nos cinco dias em que ficou aguardando nas filas. “Até bri- ga com polícia deu aqui. Quan- do vai chegando a hora do banco fechar o povo começa a desesperar e brigar com os funcionários, mas eles tam- bém não têm culpa”. O trabalhador relata preo- cupação de contágio da doen- ça nas aglomerações forma- das pelas filas. “Se fosse apenas um dia que a gente viesse aqui, era menos risco. Agora ficar vindo todos os dias no meio desse mundo de gente para receber um não e ainda pegar coronavírus é preocupante. A pandemia não está nos hospi- tais não. Está aqui mesmo”, avalia Edmilson. Por meio de nota, a Caixa alega queem conjunto com o Ministério da Cidadania e a Dataprev, em apenas duas se- manas foi criada toda estrutu- ra para cadastro e pagamento do auxílio emergencial do go- verno federal, que já contabi- liza 44,3 milhões de pessoas be- neficiadas. O banco alega que teve início nesta semana o ca- lendário escalonado de saque em espécie do auxílio emer- gencial nas agências, casas lo- téricas e correspondentes Cai- xa Aqui para os beneficiários da Poupança Social Digital. O escalonamento foi pensado jus- tamente para evitar a busca massiva às agências, no mo- mento em que se recomenda evitar aglomerações. Entretanto, o banco garan- te que as agências que regis- tram grandes filas e aglome- rações são pessoas que não fa- zem parte do público alvo do atendimento presencial, ou seja, clientes em busca de ser- viços essenciais (como saque do seguro desemprego e Bolsa Família sem cartão, desblo- queio de senhas, etc) e o pú- blico beneficiário do saque em espécie escalonado por data de nascimento. As aglomerações causadas por filas de pessoas em busca do auxílio emergencial em frente às agências da Caixa es- tão sendo noticiadas desde o início do mês. Mais uma vez, defeitos no aplicativo de ca- dastro para receber o benefí- cio foram apontados como causador do tumulto na porta dos bancos. Pessoas que não conseguiram se cadastrar para receber o benefício por causa das falhas no software, começaram a buscar as agên- cias para realizar o cadastro pessoalmente. Milhares de trabalhado- res não conseguiram se ca- dastrar para receber o bene- fício porque o aplicativo da Caixa desenvolvido para ins- crição de quem deveria rece- ber o auxílio indicava pro- blemas com o CPF. A Receita Federal informou que o apli- cativo apresentou um volume excessivo de acessos, que pode ter provocado o impe- dimento ao cadastramento. Amenizar os impactos O auxílio criado pelo go- verno federal foi pensado como uma forma de amenizar os impactos econômicos para as famílias brasileiras durante o período de pandemia causa- do pelo Coronavírus. O bene- fício deve ser pago pelo perío- do de três meses no valor de R$ 600 por mês, e cada família pode acumular, no máximo, dois pagamentos do auxílio. Pessoas já tem conta pou- pança da Caixa ou são cor- rentistas em outros bancos com os dados bancários in- formados na inscrição do programa não precisam do aplicativo. Os demais, no en- tanto, que receberam o be- nefício pela nova conta pou- pança digital da instituição, criada para este programa, dependem dele para movi- mentar o dinheiro. Os saques que dependem de um código gerado pelo apli- cativo começaram a ser libe- rados na tarde da última se- gunda-feira (27). O app teve atualização disponível para ser baixada em celulares tam- bém a partir do dia 27. A dis- ponibilidade dos saques deve seguir um cronograma de acordo com a data de aniver- sário do trabalhador. (Espe- cial para O Hoje) Problemas no aplicativo da Caixa que deveria gerar senha são apontados como motivo de aglomerações Aplicativos geram aglomerações desde o início do mês Trabalhadores que buscam o auxílio não conseguem receber o dinheiro sem sair de casa e formam filas quilométricas em frente aos bancos População se arrisca por auxílio André diz que a culpa da aglomeração é pelo mau funcionamento do aplicativo criado pela Caixa Wesley Costa Igor Caldas 10 n CIDADES ohoje.com GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 1º DE MAIO DE 2020 Pedro Moura Na manhã de ontem, o Paço negou ajuda financeira às em- presas de transporte coletivo da Capital alegando que o muni- cípio não tem condição de aju- dar financeiramente as em- presas para que mais ônibus possam rodar. O anúncio foi fei- to pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB). Por conta da pandemia do Coronavírus, as companhias alegam que houve uma queda no número de pas- sageiros, devido aos decretos de isolamento social e que não estão conseguindo arcar com os custos operacionais. No entanto, ao percorrer pelos terminais de Goiânia e Região Metropolitana, é possí- vel ver inúmeros passageiros, aglomerados. O pedido de au- xílio financeiro tem o apoio da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que regula o setor de trans- porte público, em Goiânia. O órgão entende que uma con- tribuição do poder público é es- sencial para manter o sistema operando normalmente. Enquanto inaugurava o início das obras no trânsito do Setor Campinas, Iris foi ques- tionado se haveria condições de a prefeitura auxiliar as empresas financeiramente. O prefeito exaltado, disse que já fez vários cortes e exonera- ções na administração e que não tem condição de fazer qualquer repasse. "Eu estou cortando tudo que você possa imaginar. Por- que com o meu calejamento- político, tenho que entender que estamos vivendo um mo- mento na questão financeira e econômica que nunca se viu neste País. Há mais de dois meses estou assinando decreto cortando despesa, exonerando. Mais de 3 mil pessoas exoneradas. Então, falar em contribuição finan- ceira da prefeitura seria en- ganar os outros. A prefeitura não tem condição", afirmou. Impacto financeiro O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urba- no e Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET) disse que o isolamento social representou um im- pacto forte no serviço público de transporte que teve sua si- tuação econômico-financeira agravada pela pandemia. E ainda destacou que já realizou demissões e parce- laram os salários do mês de março. Informou também que a solução para os pro- blemas no transporte público se dará quando todos se uni- rem para um caminho con- junto e que estão otimistas em relação à interlocução com o poder público. O presidente da CMTC, Ben- jamin Kennedy, fortalece a opinião de que entes públicos devem ajudar nas despesas do setor. Benjamin usou como exemplo a situação do Distri- to Federal, onde o governo ar- cou com valores correspon- dentes ao pagamento de mo- toristas e óleo diesel. "Essa é a busca dos empresários, e a CMTC até entende que seria o mais justo até para o usuário do transporte. Esperamos que essa decisão venha rápido, para que o usuário não sofra mais", afirmou. Briga na Justiça Mesmo com um decreto municipal que recomenda o escalonamento dos horários de abertura do comércio, jus- tamente para evitar aglome- rações no transporte público, os terminais de ônibus se- guem cheios. Isso porque há um enorme imbróglio jurídico sobre a obrigação de as em- presas terem ou não de colo- car todos os veículos na rua. Após o decreto publicado no dia 20 de março, que obri- ga todos os ônibus a circula- rem somente com passageiros sentados, a CMTC determinou que as concessionárias colo- cassem todos os veículos à disposição e operassem de acordo com a demanda para que não houvesse problemas. Porém, as concessionárias conseguiram uma liminar, na qual estavam desobrigadas dessa determinação. A Defen- soria Pública, então, conse- guiu uma nova decisão, a qual determinou que toda a frota voltasse a circular. Segundo a CMTC, uma nova decisão, des- ta vez do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu às em- presas de transporte a obri- gação de cumprir seus con- tratos. Com essa ordem em vigor, elas não precisam colo- car todos os ônibus nas
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