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LIVRO DIREITO EMPRESARIAL ULBRA

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Direito Empresarial
Direito Empresarial
Organizado pela Universidade Luterana do Brasil
Universidade Luterana do Brasil – ULBRA
Canoas, RS
2017
Carlos Alberto Buchholz Feijó
Conselho Editorial EAD
Ana Patricia Barbosa 
Andréa de Azevedo 
Eick Astomiro Romais 
Claudiane Furtado 
Italo Ogliari 
Juliane Maria Puhl Gomes 
Lourdes da Silva Gil 
Luiz Carlos Specht Filho 
Maria Cleidia Klein Oliveira 
Rafael da Silva Valada
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores 
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da 
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
ISBN: 978-85-5639-270-1
Dados técnicos do livro
Diagramação: Marcelo Ferreira
Revisão: Ane Sefrin Arduim
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
Setor Biblioteca EAD ULBRA Canoas 
 
 
 
 
 F297d Feijó, Carlos Alberto Buchholz 
 Direito Empresarial [online] / Carlos Alberto Buchholz 
Feijó..[organizado por] Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). – Canoas: 
[S.n.], 2017. 
 199 p. : il. 
 
 Versão online disponibilizada em 2018. 
 
1. Administração – Direito Administrativo. I. 
Universidade Luterana do Brasil. II.Título. 
 
 
 
 
 CDU 342.9 
 
Prezados alunos,
O presente livro tem por objetivo contextualizar os principais insti-
tutos que regulamentam o Direito Empresarial e a Administração Pública, 
visando sempre à concretização do interesse público e dos bons negócios, 
conforme as previsões da lei. Nesse sentido, foi constituída esta obra para 
tentar compor o conhecimento do gestor e do administrador, quer do setor 
público ou privado, conforme os temas inframencionados.
Os temas propostos estão interligados e formam uma sequência dividi-
da em dez capítulos, como segue: no Capítulo 1, faremos uma abordagem 
introdutória trazendo os conceitos de direito, o direito público e o privado. 
No Capítulo 2, estudaremos as sociedades empresárias quanto as suas 
modalidades, classificações, constituição e dissolução e direitos e obriga-
ções dos sócios. No Capítulo 3, vamos expor alguns aspectos referentes 
às sociedades anônimas, passando por suas definições, características e 
os títulos mobiliários. No Capítulo 4 abordaremos os conceitos de Estado, 
organização, elementos e poderes e aspectos gerais da Administração Pú-
blica. No Capítulo 5, estudaremos a atividade administrativa quanto aos 
conceitos, fins, princípios, poderes e deveres do administrador público. No 
Capítulo 6, estudaremos a administração pública indireta, que é composta 
por órgãos com personalidade jurídica própria nas esferas federal, estadu-
al, distrital e municipal. No Capítulo 7, abordaremos a licitação, o contrato 
administrativo e suas peculiaridades. No Capítulo 8, iremos discorrer sobre 
os contratos administrativos, seus conceitos, peculiaridades, execução e 
rescisão. No Capítulo 9, veremos as prerrogativas que o poder público 
confere aos agentes públicos com enfoque no dever de probidade, seus 
conceitos, objeto, tipos de sujeito, atos e penas. Por fim, no capítulo 10, 
estudaremos as delegações do serviço público, as quais ocorrem por meio 
Apresentação
Apresentação v
da autorização, concessão e permissão de serviço público, bem como os 
controles que podem ser aplicados à Administração pública e os remédios 
constitucionais como medidas cabíveis para correção da conduta adminis-
trativa.
A partir dessas considerações, esclarecemos que o objetivo da nossa 
disciplina é possibilitar que você tenha conhecimentos gerais de direito em-
presarial público e direito privado, com ênfase nos elementos constitutivos 
do estabelecimento de uma empresa e a formação ética e administrativa 
do Estado e suas conexões com a Constituição Federal. Vinculando teoria 
e prática, buscamos contribuir na sua formação, tornando-o profissional 
habilitado em conhecimentos, competências, habilidades e atitudes para 
atuar no mercado brasileiro.
 1 Aspectos Introdutórios ..........................................................1
 2 Sociedade Empresária ........................................................16
 3 Sociedade Anônima ............................................................30
 4 Administração Pública .........................................................47
 5 Atividade Administrativa .....................................................67
 6 Autarquia, Agências Reguladoras e Fundações ....................88
 7 Licitações ..........................................................................110
 8 Contratos Administrativos .................................................133
 9 Improbidade Administrativa ..............................................161
 10 Concessões, autorizações, permissões e os remédios judiciais 
oponíveis à administração ................................................178
Sumário
Carlos Alberto Buchholz Feijó1
Capítulo 1
Aspectos Introdutórios
1 Mestre em Direto Público com concentração em Direito Penal (ULBRA). Atua 
como professor na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia, Direito 
Ambiental, Direito Empresarial, Segurança Pública e Trânsito, nos Cursos de Pós-
-Graduação e Graduação.
2 Direito Empresarial
Introdução
Neste capítulo, iremos abordar os conceitos de direito, o direi-
to público e privado, as fontes do direito, conceitos de empre-
sa e empresário e os atos de registro.
1 Conceito de Direito
Em sua essência, o Direito, no sentido de norma, é um con-
junto de regras que orientam e impõem uma conduta social, 
visando à garantia das necessidades humanas de ordem e jus-
tiça. Como podemos observar, a definição dada por Miguel 
Reale:
Podemos dizer, sem maiores indagações, que o Direito 
corresponde à exigência essencial e indeclinável de uma 
convivência ordenada, pois, nenhuma sociedade pode-
ria subsistir sem um mínimo de ordem, de direção, de 
solidariedade.1
Assim, cabe salientar que o Direito é a norma jurídica dis-
ciplinadora da conduta humana, quer seja nas relações das 
pessoas entre si, ou entre elas e o Estado.
2 Do direito público e do Direito Privado 
No Direito Brasileiro, tradicionalmente, são duas as grandes 
áreas do Direito: o Direito Privado e o Direito Público.
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 3
 Â Direito Privado: disciplina as relações entre os particu-
lares.
 Â Direito Público: sempre um dos sujeitos da relação jurí-
dica será o próprio Estado.
No Direito Privado, pode-se dizer que as relações encon-
tram-se num estado de igualdade, já nas relações de Direito 
Público, não há situação de igualdade, uma vez que o Estado 
pode exercer prerrogativas pelo simples fato de representar os 
interesses da coletividade.
As normas que constituem cada uma dessas grandes áre-
as limitam as possibilidades de um fato a partir de princípios 
diferentes, ou seja, as normas que compõem o direito público 
são elaboradas e interpretadas por regras gerais (princípios) 
diferentes daquelas utilizadas pelas normas de direito privado. 
A seguir, detalharemos essas duas grandes áreas do Direito.
2.1 Direito público
O Direito Público é composto pelas normas que têm por 
matéria interesse do Estado, as quais regulam as relações 
entre o Estado e os particulares, visandosempre à concre-
tização do interesse público, conforme as previsões da lei. 
A concretização do interesse público se dá por meio da atua-
ção da Administração Pública, com a organização e prestação 
dos serviços públicos e utilização de recursos financeiros pú-
blicos.
Destacamos a definição de Celso Ribeiro Bastos para Direi-
to Público: “conjunto de normas e princípios que regem a ati-
4 Direito Empresarial
vidade do Estado, a relação deste com os particulares, assim 
como o atuar recíproco dos cidadãos.” 2
O direito público pode ser dividido em interno e externo, os 
quais se subdividem.
a) INTERNO: direito administrativo; direito constitucio-
nal; direito tributário; direito penal; direito eleitoral; 
direito municipal; direito processual penal e civil.
b) EXTERNO: estados soberanos versus Estados sobera-
nos; Indivíduos versus indivíduos internacionais.
2.2 Direito privado
O Direito Privado é formado por normas que têm por matéria 
as relações existentes entre os particulares, relativas à vida pri-
vada, e as relações patrimoniais ou extrapatrimoniais. Predo-
minando-se os interesses particulares, tem-se o direito privado, 
conforme José Cretella Jr: “[...] direito privado é o ramo do 
direito que disciplina relações jurídicas em que predominam 
imediatamente interesses particulares.”3 
Podemos dizer que o núcleo dessas relações é sempre o 
interesse individual ou, no máximo, o de uma pequena parcela 
da sociedade.
O direito privado apresenta os interesses individuais, que 
também se dividem: Indivíduos versus indivíduos e Indivíduos 
versus Estado.
Os ramos do Direito Privado são: direito Civil e Direito Em-
presarial. O Direito Civil é o ordenamento jurídico que deter-
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 5
mina os direitos e obrigações dos cidadãos enquanto mem-
bros da sociedade e o Direito Empresarial estabelece normas 
para as relações entre empresas.
3 Fontes do direito
Deve-se entender fontes do direito como o seu ponto de parti-
da, o seu início. Elas asseguram à sociedade que os julgamen-
tos de casos concretos, não sejam decididos ou pautados em 
critérios subjetivos ou pessoais.
As fontes do direito estão previstas no artigo 4º da Lei de 
Introdução às normas do Direito Brasileiro que estabelece: 
“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.
O direito administrativo utiliza, via de regra, as mesmas 
fontes das demais áreas do direito. Aqui destacamos as princi-
pais: Lei, Doutrina, Jurisprudência e Costumes.
3.1 A lei
A lei é a principal fonte do Direito Administrativo e tem a Cons-
tituição como norteadora de todas as outras normas jurídicas. 
São aqueles atos com conteúdo normativo e obrigatório. Pode-
-se dizer que a lei é a norma posta pelo Estado. É considerado 
como regra geral, abstrata, impessoal, que tem por conteúdo 
um direito objetivo no seu sentido material. Para dar o devido 
entendimento da relevância da Lei em nossa sociedade, faz-se 
necessário citar o art. 37 da Constituição Federal: “ninguém 
6 Direito Empresarial
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei”.
3.2 A doutrina
É interpretação da teoria de todos os princípios jurídicos apli-
cados ao direito na sistematização e aplicação de normas le-
gais. Influi ela não só na elaboração da lei, mas também nas 
decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, 
o próprio Direito Administrativo, e é importante para melhor 
interpretar as normas postas.
3.3 A jurisprudência
Compreende as decisões dos tribunais e possui caráter prá-
tico e objetivo, não se limitando aos princípios teóricos. As-
sim, influencia fortemente o Direito Administrativo. As decisões 
administrativas não têm o efeito de coisa julgada, já que as 
decisões definitivas só ocorrem no âmbito do poder judiciário. 
Sendo assim, a jurisprudência influencia na construção do Di-
reito Administrativo.
3.4 Os costumes
É a reiteração constante e uniforme de uma conduta, na con-
vicção de ela ser obrigatória e decorrente de uma prática 
constante, longa e repetitiva. Há grande controvérsia acerca 
da aceitação ou não dos costumes como fonte do Direito ad-
ministrativo. Assim, destacamos o posicionamento do doutri-
nador Hely Lopes Meirelles:
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 7
No direito administrativo brasileiro, o costume exerce 
ainda influência em razão da deficiência da legislação. 
A prática administrativa vem suprindo o texto escrito e, 
sedimentada na consciência dos administradores e ad-
ministrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou 
atua como elemento informativo da doutrina.4
4 Empresas
Empresa é um conjunto de atos exercidos profissionalmente, 
destinados a uma finalidade comum que organiza os fatores 
da produção para produzir ou fazer circular os bens ou servi-
ços. Não basta um ato isolado, é necessária uma sequência 
de atos dirigidos a uma mesma finalidade, para configurar a 
empresa.
Segundo Fábio Ulhoa Coelho:
Se empresário é o exercente profissional de uma ativida-
de econômica organizada, então empresa é uma ativi-
dade; a de produção ou circulação de bens ou serviços. 
É importante destacar a questão. A empresa, enquanto 
atividade, não se confunde com o sujeito de direito que 
a explora, o empresário.5
Destacamos que a empresa entendida como a atividade 
econômica organizada não se confunde nem com o sujeito 
praticante da atividade nem com o complexo de bens por meio 
dos quais se exerce a atividade, que representam outras reali-
dades distintas.
8 Direito Empresarial
Assim, o estabelecimento empresarial é o conjunto de bens 
corpóreos (imóveis e móveis) ou incorpóreos (título do esta-
belecimento, ponto comercial e clientela), considerado uma 
universalidade de fato, que possibilitam a atividade empresa-
rial. Abaixo destacamos os bens incorpóreos para melhor en-
tendimento:
Título de Estabelecimento: nome fantasia ou nome de fa-
chada, utilizada por uma organização pública ou privada, 
pelo qual é reconhecida pelo público.
Ponto comercial: é o local onde está estabelecido o comércio 
ou realiza habitualmente sua prática comercial.
Clientela: é o conjunto de pessoas que habitualmente nego-
ciam com o estabelecimento.
Inscrição do Empresário: a obrigatoriedade está prevista no 
art. 967 do C.C. junto ao Registro Público de Empresas Mer-
cantis (RPEM) antes do início da atividade empresarial.
4.1 Atos de Registro
Os atos de registros empresariais são realizados junto ao ór-
gão principal de comércio de cada cidade, ou seja, a Junta 
Comercial. As empresas devidamente registradas são protegi-
das pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis 
(SINREM), composto pelo Departamento Nacional de Registro 
de Comércio (DNRC) – órgão central do SINREM – perten-
cente ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio 
Exterior (MDIC) e pelas Juntas Comerciais, na qualidade de 
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 9
órgãos locais. Nos termos da legislação vigente, art. 32 da Lei 
8.934/94, assim dispõe:
Art. 32. O registro compreende:
I – A matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tra-
dutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e 
administradores de armazéns-gerais;
II – O arquivamento:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, 
dissolução e extinção de firmas mercantis individu-
ais, sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade 
de que trata a Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 
1976;
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estran-
geiras autorizadas a funcionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa;
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, 
sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas 
Mercantise atividades afins ou daqueles que possam 
interessar ao empresário e às empresas mercantis; 
III –a autenticação dos instrumentos de escrituração 
das empresas mercantis registradas e dos agentes 
auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 
Nesse sentido, a Lei 8.934/94, classifica apenas es-
ses três atos de registro, não existindo nenhum ou-
tro ato de registro de forma que algumas leis como 
10 Direito Empresarial
o Código Civil, expõe a existência de atos como a 
averbação junto ao Registro Público das Empresas 
Mercantis, como ocorre no art. 976, 979 e 980, 
porém, trata-se de uma impropriedade técnica do 
legislador, de forma que a figura da averbação, em 
verdade é o ato de arquivamento.
4.2 Matrícula
É o nome do ato de inscrição e cancelamento, assim a matrí-
cula não é o ato de inscrição do empresário individual e da 
sociedade empresária na Junta Comercial.
4.3 Arquivamento
É a inscrição do empresário individual, bem como a constitui-
ção, dissolução e alteração de todo e qualquer tipo e socie-
dade empresarial. O arquivamento é o ato mais importante, 
pois, com esse ato se efetiva a personalidade jurídica da em-
presa. Destacamos que é proibido o arquivamento de contra-
to em idioma estrangeiro, com objeto ilícito, documentos que 
contrariam a moral e a ordem pública, documento que conflite 
com o estatuto ou nome empresarial já existente.
4.4 Autenticação
É o ato de registro ligado à autenticação dos instrumentos de 
escrituração das empresas registradas e dos agentes auxiliares 
do comércio, garantindo sua veracidade e que aquele docu-
mento foi apresentado naquela data à Junta Comercial, sendo 
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 11
condição de regularidade dos documentos (livros empresariais 
e balanços).
Para uma melhor análise da Autenticação, devemos obser-
var o art. 39 da Lei. 8.934/94, que assim dispõe:
Art. 39. As juntas comerciais autenticarão:
I – os instrumentos de escrituração das empresas mer-
cantis e dos agentes auxiliares do comércio;
II – as cópias dos documentos assentados.
Parágrafo único. Os instrumentos autenticados, não reti-
rados no prazo de 30 (trinta) dias, contados da sua apre-
sentação, poderão ser eliminados.
Art. 39-A. A autenticação dos documentos de empresas 
de qualquer porte realizada por meio de sistemas públi-
cos eletrônicos dispensa qualquer outra.
Art. 39-B. A comprovação da autenticação de documen-
tos e da autoria de que trata esta Lei poderá ser realizada 
por meio eletrônico, na forma do regulamento.
Importante destacar que empresas não registradas na Junta 
Comercial não poderão ter seus livros autenticados. Conforme 
se verifica acima, os agentes auxiliares do comércio também 
precisam ter sua escrituração autenticada na Junta Comercial.
12 Direito Empresarial
Recapitulando
Em sua essência, o Direito, no sentido de norma, é um con-
junto de regras que orientam e impõem uma conduta social, 
visando à garantia das necessidades humanas de ordem e jus-
tiça.
São duas as grandes áreas do Direito: o Direito Privado e 
o Direito Público.
Direito Privado: disciplina as relações entre os particulares.
Direito Público: sempre um dos sujeitos da relação jurídica 
será o próprio Estado.
Fontes do direito asseguram à sociedade que os julgamen-
tos de casos concretos não sejam decididos pautados em cri-
térios subjetivos ou pessoais.
Principais fontes do direito administrativo: Lei, Doutrina, Ju-
risprudência e Costumes.
Empresa é um conjunto de atos exercidos profissionalmen-
te, destinados a uma finalidade comum que organiza os fa-
tores da produção para produzir ou fazer circular os bens ou 
serviços.
Os atos de registros empresariais são realizados junto ao 
órgão principal de comércio de cada cidade, ou seja, a Junta 
Comercial.
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 13
Referências
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo, 5. 
ed., São Paulo: Saraiva, 2001.2
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 29. 
ed., São Paulo: Saraiva, 2002.
______. Lei 12.376, de 30 de dezembro de 2010. Lei de In-
trodução às normas do Direito Brasileiro. Diário Oficial 
da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2010.
______. Lei 8.934, de 18 de novembro de 1994) Dispõe so-
bre o Registro Público de Empresas Mercantis e Ativi-
dades Afins e dá outras providências. Diário Oficial da 
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1994.
______. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe 
sobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial da Repú-
blica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1976.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2010.5
CRETELLA JR, José. Direito Administrativo Brasileiro, 2. ed., 
RJ: Forense, 2000.3
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução ao Estudo 
do Direito. 15. ed. São Paulo: Saraiva. 2003.
MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 21. 
ed., São Paulo: Malheiros, 2008.4
14 Direito Empresarial
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresa-
rial. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2010.[2]
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2002.[1]
Atividades
Assinale a alternativa correta:
 1) o direito brasileiro é dividido em duas grandes áreas:
a) Direito Privado e Direito Público
b) externo e interno.
c) Constitucional e Administrativo.
d) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
e) Alternativas “a” e “c” estão corretas.
 2) O Direito Público Interno é subdividido e dele fazem parte:
a) Direito administrativo.
b) Direito constitucional.
c) Estados soberanos.
d) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
e) Alternativas “a” e “c” estão corretas.
 3) O Direito Público externo é subdividido e dele fazem parte:
Capítulo 1 Aspectos Introdutórios 15
a) Direito administrativo.
b) Indivíduos versus indivíduos internacionais.
c) Estados soberanos versus Estados soberanos.
d) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
e) Alternativas “b” e “c” estão corretas.
 4) O direito privado apresenta os interesses individuais, que 
também se dividem em:
a) indivíduos versus indivíduos.
b) indivíduos versus Estado.
c) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
d) Estados soberanos versus Estados soberanos.
e) Alternativas “b” e “c” estão corretas.
 5) As principais fontes do direito são as seguintes:
a) lei e doutrina.
b) jurisprudência.
c) costumes.
d) Apenas a alternativa “a” está correta.
e) Todas as alternativas estão corretas.
Carlos Alberto Buchholz Feijó1
Capítulo 2
Sociedade Empresária
1 Mestre em Direto Público com concentração em Direito Penal (ULBRA). Atua 
como professor na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia, Direito 
Ambiental, Direito Empresarial, Segurança Pública e Trânsito, nos Cursos de Pós-
-Graduação e Graduação.
Capítulo 2 Sociedade Empresária 17
Introdução
Neste capítulo, vamos abordar as Sociedades empresárias 
quanto as suas modalidades, as classificações por responsa-
bilidade dos sócios, constituição e dissolução, requisitos para 
constituição, estrutura econômica, tipos de sociedade e direi-
tos e obrigações dos sócios.
1 Conceito e objeto
É definida pelo Código Civil (Artigos 966 e 982) como so-
ciedade empresária aquela que tem como objetivo social a 
atividade econômica organizada para produção ou circulação 
de bens ou serviços.
A sociedade empresária é regida por contrato celebrado 
entre pessoas físicas ou jurídicas, ou somente entre pessoas 
físicas, conforme estabelece o art.981, do Código Civil, por 
meio do qual se obrigam de forma recíproca a contribuir, com 
bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica or-
ganizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. 
Sendo seu objeto o exercício de atividadeprópria de empresá-
rio sujeito ao registro, devendo inscrever-se na Junta Comer-
cial (art. 982 e § único).
A atividade empresarial pode ser realizada sozinha pelo 
empresário, arcando com todos os riscos inerentes ou asso-
ciando-se a outras pessoas, a fim de viabilizar o seu empreen-
dimento, surgindo a sociedade empresária.
18 Direito Empresarial
2 Modalidades das sociedades 
empresárias
2.1 Sociedades despersonificadas
São aquelas que não possuem personalidade jurídica cons-
tituída por não terem sido levadas a registro perante o ór-
gão competente, sendo, assim, uma sociedade irregular ou de 
fato, em que, apesar de se constituírem da união de pessoas 
que habitualmente realizam uma atividade empresarial, não 
podem ser consideradas como uma pessoa jurídica desvenci-
lhada da figura de seus sócios, conforme estabelece o Código 
Civil artigos 986 a 996.
Essas sociedades serão consideradas uma sociedade em-
presária caso atendam aos requisitos do Código Civil, ca-
bendo-lhe todas as responsabilidades inerentes, porém, sem 
direito à fruição das prerrogativas do empresário. Assim, a 
responsabilidade dos sócios é ilimitada, tendo em vista que 
não possuem responsabilidade jurídica plena e, em caso de 
demandas, podem ser contra a empresa ou contra os próprios 
sócios, pois, eles não possuem a proteção do seu patrimônio 
que ocorre quando a sociedade é regular.
2.2 Sociedades personificadas
As sociedades personificadas são aquelas que tiveram seu ato 
constitutivo registrado junto ao Sistema Nacional de Registro 
de Empresas Mercantis, as quais se subdividem em sociedades 
simples e sociedades empresárias. Toda sociedade personifica-
da que não se enquadrar em uma das espécies de sociedade 
Capítulo 2 Sociedade Empresária 19
empresária será, por conseguinte, uma sociedade simples, co-
nhecida na doutrina também como sociedade civil. A socieda-
de empresária tem personalidade jurídica distinta da de seus 
sócios; são pessoas inconfundíveis, independentes entre si.
A Personalização das sociedades empresariais gera três 
consequências precisas, a saber:
a) Titularidade Negocial – Quando realiza negócios ju-
rídicos, embora exercida por seu representante legal, é 
ela pessoa jurídica, como sujeito de direito autônomo 
personalizado que assume uma das vertentes da rela-
ção negocial. Cabe salientar que sócio que represen-
tou não é parte do negócio jurídico, mas sim a Socie-
dade como um todo.
b) Titularidade Processual – Em juízo, a pessoa jurídi-
ca pode demandar e ser demandada, pois, tem ca-
pacidade para ser parte processual. Quem responde 
a ação referente a negócio é a pessoa jurídica e não 
seus sócios ou seu representante legal. Quem outorga 
mandato judicial, recebe citação, recorre é ela como 
sujeito de direito autônomo.
c) Responsabilidade Patrimonial – A pessoa jurídica 
responderá com o seu patrimônio pelas obrigações da 
sociedade, em consequência de sua personalização.
20 Direito Empresarial
2.3 Classificação das Sociedades quanto à 
responsabilidade dos sócios
Abordaremos a classificação das sociedades empresárias, se-
gundo o critério que considera a responsabilidade dos sócios 
pelas obrigações sociais:
Sociedades de Responsabilidade Ilimitada – Todos os só-
cios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, que 
podem vir a responder pelas dívidas sociais com o patrimônio 
pessoal;
Sociedades de Responsabilidade Mista – Uma parte dos 
sócios tem responsabilidade ilimitada e outra parte tem res-
ponsabilidade limitada;
Sociedade de Responsabilidade Limitada – Todos os sócios 
respondem de forma limitada pelas obrigações sociais.
A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da socie-
dade empresária é sempre subsidiária, pois, conforme dispõe 
o art. 1024 do CC: ”Os bens particulares dos sócios não po-
dem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois 
de executados os bens sociais”. Assim, fica assegurado aos 
sócios o direito de exigir o prévio exaurimento do patrimônio 
social e a subsidiariedade é regra na responsabilização deles 
por obrigações da sociedade.
Capítulo 2 Sociedade Empresária 21
2.4 Classificação das Sociedades quanto ao 
regime de constituição e dissolução
Os instrumentos de constituição e dissolução são aspectos que 
diferenciam as sociedades, disciplinados pelo Código Civil. 
São eles: contrato social e estatuto social.
Contrato social – É o vínculo estabelecido entre os membros 
da pessoa jurídica. Tem natureza contratual e é ato plurilate-
ral, no qual as vontades dos sócios convergem para o mesmo 
objetivo.
Estatuto social – Representa o instrumento que disciplina as 
sociedades institucionais, disciplina as sociedades por ações, 
como a sociedade anônima e a sociedade em comandita por 
ações.
2.5 Requisitos para a constituição de uma 
sociedade
Conforme estabelece o art. 104 do Código Civil, para a cons-
tituição de uma sociedade ter validade deve ter agente capaz, 
objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma 
prescrita ou não defesa em lei.
Noção de ordem pública: há de corresponder ao senso ju-
rídico de uma determinada nação, isto é, aos princípios in-
dispensáveis à vida em sociedade, segundo os princípios do 
direito nela vigente;
Pluralidade de sócios: o direito brasileiro não se admite a 
existência de sociedade unipessoal originária, a sociedade 
22 Direito Empresarial
deve ser formada por mais de uma pessoa. Excepcionalmente, 
o Direito brasileiro admite a sociedade unipessoal.
Quando houver unipessoalidade incidental temporária, ou 
seja, quando, por exemplo, um dos sócios morre, ou quando 
há sucessão intervivos ou mortis causa da cota social de um 
dos sócios ao outro único sócio. Nestes casos, o sócio restante 
deve restabelecer a pluralidade, no prazo de 180 dias, caso 
contrário, a sociedade não poderá continuar existindo e de-
verá ser dissolvida, conforme estabelece o art. 1.033, IV do 
Código Civil.
Constituição de capital social: a constituição de uma socie-
dade inicia-se pela formação do capital social, que é o primei-
ro patrimônio da sociedade;
Capital social é o somatório das parcelas afetadas no patri-
mônio do sócio para ser transferido para a sociedade a fim 
de garantir os credores e numerário necessários ao desenvol-
vimento da atividade. O capital social poderá ser dividido em 
quotas iguais ou desiguais, as quais serão distribuídas entre os 
sócios de acordo com sua participação no mesmo.
2.6 Quanto à estrutura econômica
Sociedade de capital: o que importa nessas sociedades é a 
contribuição financeira do sócio, não tendo nenhum signifi-
cado suas características e aptidões. Se todos os sócios forem 
pessoas jurídicas, a sociedade será de capital, pois, não há 
como ter vínculo pessoal entre pessoas jurídicas.
Capítulo 2 Sociedade Empresária 23
Sociedade de pessoas: a formação da sociedade se dá em 
razões de ordem pessoal que fazem determinadas pessoas se 
reunirem para a criação da sociedade.
2.7 Tipos de sociedade
Os tipos de sociedades empresárias, previstos na legislação 
brasileira, são:
Sociedade em nome coletivo: são formadas unicamente por 
pessoas físicas, sendo que os sócios respondem solidariamen-
te e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Sem pre-
juízo da responsabilidade perante terceiros os sócios podem 
limitar entre si as suas responsabilidades no contrato social. 
Conforme estabelecem os artigos. 1.039 a 1.044 C.C.;
Sociedade em comandita simples: é de responsabilidade 
mista, pois, é formada por dois tipos de sócios: os COMANDI-
TADOS, pessoas físicas, e os COMANDITÁRIOS, que respon-
dem pelo valor da sua Quota. Nesse tipo de contrato, devem 
ser descriminados os sócios Comanditados e os Comanditá-
rios. Os sócios Comanditários não podem praticar atos em 
nome da sociedade e nem ter seusnomes como parte da fir-
ma social, sob pena de ficarem sujeito às responsabilidades 
dos sócios Comanditados, conforme estabelecem os artigos. 
1.045 a 1.051 C.C.;
Sociedade em comandita por ações: tem o capital dividido 
em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anô-
nima, e opera sob firma ou denominação. Somente o acionista 
tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, 
responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da so-
24 Direito Empresarial
ciedade. Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da 
sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser 
destituídos por deliberação de acionistas que representem no 
mínimo dois terços do capital social. Conforme estabelece os 
artigos 1.090 a 1.092 Código Civil e institui a Lei 6.404/76;
Sociedade em conta participação: é a união formada por 
uma empresa que seria o sócio ostensivo e os sócios partici-
pantes que entram com um certo investimento para a realiza-
ção de um negócio. A participação dos sócios deve ser contro-
lada em conta especial e, depois de apurados os resultados, 
o valor será distribuído de acordo com participação de cada 
sócio. Não possui personalidade jurídica;
3 Direitos e obrigações dos sócios
3.1 Direitos dos sócios
Os sócios de uma sociedade têm direitos que não podem ser 
suprimidos. Dessa forma, mesmo que não estejam previstos no 
contrato/estatuto, tais direitos lhe são inerentes:
 Â Direito de participação nos resultados: nos termos do 
art. 1.007 C.C) os sócios têm o direito de participarem 
dos lucros sempre que o exercício social for positivo. Tais 
lucros, via de regra, são distribuídos aos sócios de forma 
proporcional a sua contribuição para o capital social. 
No caso da S.A., os lucros serão divididos conforme pre-
visão estatutária, o que é permitido por lei;
Capítulo 2 Sociedade Empresária 25
 Â Direito de votar nas deliberações sociais: nas socieda-
des de pessoas, o voto é instrumento de manifestação 
da vontade dos sócios, sendo a regra a participação dos 
sócios nas deliberações sociais (art.1.010 C.C.). Já nas 
sociedades de capital, o direito de voto não é essencial, 
sendo inerente aos acionistas ordinários, que sempre te-
rão o direito de participar das deliberações sociais, res-
salvadas aquelas de competência dos administradores;
 Â Direito de fiscalizar a administração da sociedade: é ga-
rantido aos sócios o direito de acompanhar os atos de 
gestão, bem como de examinar a escrituração contábil 
da sociedade;
 Â Direito de recesso (retirada): é garantido ao sócio o di-
reito de sair da sociedade quando não concordar com 
deliberação substancial da Assembleia Geral. Nesse 
caso, o sócio será reembolsado do valor que lhe cabe, 
deixando o quadro acionário da companhia (art. 1.077 
C.C.):
O direito de recesso deve ser exercido dentro dos 30 
(trinta) dias seguintes à realização da Assembleia. Caso 
extrapole esse prazo, o sócio dissidente deverá ceder/
vender sua quota/ação a terceiros, não sendo possível o 
exercício do direito de retirada.
3.1 Obrigações dos sócios
As obrigações dos sócios têm início no momento da celebra-
ção do contrato social. A principal obrigação do sócio é a 
integralização do capital social.
26 Direito Empresarial
No momento da constituição da sociedade, os futuros só-
cios se comprometem a contribuir com determinada quantia 
em dinheiro ou bens para a formação do capital social (subs-
crição).
Comprometem-se também à efetiva integralização de tais 
valores. Caso não cumpra tal obrigação da forma e no prazo 
ajustado, o sócio será considerado remisso (art. 1.004 C.C.) 
podendo a sociedade demandá-lo judicialmente ou exclui-lo 
da sociedade.
Recapitulando
Sociedade empresária – A sociedade empresária é regida por 
contrato celebrado entre pessoas físicas ou jurídicas, ou so-
mente entre pessoas físicas, sendo seu objeto o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito ao registro.
Modalidades das sociedades empresárias dividem-se em: 
sociedades despersonificadas e Sociedades personificadas.
As sociedades empresárias, conforme o critério que consi-
dera a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, 
subdivide-se em: sociedades de Responsabilidade Ilimitada, 
Sociedades de Responsabilidade Mista e Sociedade de Res-
ponsabilidade Limitada.
Classificação das Sociedades quanto ao regime de consti-
tuição e dissolução: Contrato social e Estatuto social.
Capítulo 2 Sociedade Empresária 27
Requisitos para a constituição de uma sociedade: Noção 
de ordem pública, Pluralidade de sócios, Constituição de ca-
pital social e Capital social.
Estrutura econômica das sociedades: sociedade de capital 
e Sociedade de pessoas.
Direitos dos sócios: participação nos resultados, votar nas 
deliberações sociais, fiscalizar a administração da sociedade 
e recesso.
Obrigações dos sócios: integralização do capital social.
Referências
BRASIL, Código Civil. 5. ed., São Paulo: Saraiva, 2002.
______. Código Comercial. 47. ed., São Paulo: Saraiva, 
2002.
______. Constituição da República Federativa do Brasil. 
29. ed., São Paulo: Saraiva, 2002.
_______. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe 
sobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial da Repú-
blica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1976.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. V.2, 3. 
ed., São Paulo: Saraiva, 2002.
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resu-
mo de Direito Civil. São Paulo. Malheiros, 2004. 
28 Direito Empresarial
GUIMARAES, Deocleciano Torrieri, MIRANDA, Sandra Ju-
lien. Dicionário Jurídico. São Paulo. Rideel, 2000.
Atividades
Assinale a alternativa correta:
 1) A Personalização das sociedades empresariais gera três 
consequências precisas, que são:
a) Titularidade Negocial.
b) Titularidade Processual.
c) Responsabilidade Patrimonial.
d) Alternativas “a”, “b” e “c” estão corretas.
e) Somente “a” e “c” estão corretas.
 2) As sociedades empresárias, conforme o critério que con-
sidera a responsabilidade dos sócios pelas obrigações so-
ciais, subdividem-se em:
a) Sociedades de Responsabilidade Ilimitada.
b) Sociedades de Responsabilidade Mista.
c) Sociedade de Responsabilidade Limitada.
d) Alternativas “a”, “b” e “c” estão corretas.
e) Somente “a” e “c” estão corretas.
Capítulo 2 Sociedade Empresária 29
 3) O instrumento de constituição é outro aspecto que diferen-
cia as sociedades. São duas modalidades:
a) Contrato social.
b) Estatuto social.
c) Ditadura.
d) Alternativas “a” e c”” estão corretas.
e) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
 4) Quanto à existência de personalidade jurídica, as socieda-
des podem ser:
a) personificadas.
b) despersonificadas.
c) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
d) Parlamentarista.
e) Alternativas “a”, “b” e “d” estão corretas.
 5) Os sócios de uma sociedade têm direitos que não podem 
ser suprimidos. Dessa forma, mesmo que não estejam pre-
vistos no contrato/estatuto, tais direitos lhes são inerentes:
a) direito de participação nos resultados.
b) direito de votar nas deliberações sociais.
c) direito de fiscalizar a administração da sociedade.
d) direito de recesso (retirada).
e) Todas as alternativas estão corretas.
Carlos Alberto Buchholz Feijó1
Capítulo 3
Sociedade Anônima
1 Mestre em Direto Público com concentração em Direito Penal (ULBRA). Atua 
como professor na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia, Direito 
Ambiental, Direito Empresarial, Segurança Pública e Trânsito, nos Cursos de Pós-
-Graduação e Graduação.
Capítulo 3 Sociedade Anônima 31
Introdução
Este capítulo tem por objetivo expor alguns aspectos referentes 
às sociedades anônimas. Abordaremos sua definição, carac-
terísticas, espécies e uma breve abordagem sobre os títulosmobiliários (as ações) que as compõem.
1 Conceito
Sociedade Anônima é a sociedade empresária, independente-
mente da atividade econômica desenvolvida por ela (art. 13 da 
Lei n. 6.404/76), com capital social dividido em ações, pelas 
quais sócios (acionistas) respondem pelas obrigações sociais 
até o limite do preço de emissão das ações que possuem, con-
forme denominação dada pelo Código Civil, art.1.160: “Art. 
1.160. A sociedade anônima opera sob denominação desig-
nativa do objeto social, integrada pelas expressões ‘sociedade 
anônima’ ou ‘companhia’, por extenso ou abreviadamente”.
2 Características
 Â O capital social é a totalidade dos recursos, em dinheiro 
ou em bens suscetíveis de avaliação, empregados pelos 
sócios para a constituição da sociedade;
 Â É sempre empresária, independentemente de seu objeto 
social;
32 Direito Empresarial
 Â Está sujeita à falência, podendo requerer a recuperação 
judicial;
 Â É uma sociedade de capitais e não de pessoas;
 Â Os seus dirigentes não precisam ser sócios da empresa, 
basta que quem controle a maioria do capital social os 
indique em assembleia.
Exceção: sociedade fechada – art. 36 da Lei 6.404/76
Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor 
limitações à circulação das ações nominativas, contando 
que regule minuciosamente tais limitações e não impe-
ça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio dos 
órgãos de administração da companhia ou da maioria 
dos acionistas.
Parágrafo único. A limitação à circulação criada por al-
teração estatutária somente se aplicará às ações cujos 
titulares com ela expressamente concordarem, mediante 
pedido de averbação no livro de “Registro de Ações No-
minativas”.
Característica em destaque da S.A. é a possibilidade de 
subscrição do capital através do apelo ao público:
a) Subscrição: meio legal admitido para que se obtenha 
a adesão de pessoas interessadas na constituição de 
uma sociedade, em virtude do que assumem o com-
promisso de concorrer com um certo número de ações 
para a formação do seu respectivo capital social;
Capítulo 3 Sociedade Anônima 33
b) Subscrever é assumir a responsabilidade de integrali-
zar a ação naquele ato ou posteriormente para a for-
mação do capital social da sociedade.
Por ser uma sociedade de capital, prevê a obtenção de 
lucros a ser distribuídos aos acionistas.1
3 Nome empresarial da Sociedade 
Anônima
Conforme o art. 3º da Lei 6.404/76, a sociedade anônima 
somente pode constituir seu nome em forma de denominação, 
ou seja, um nome fantasia seguido da expressão S/A ou CIA. 
Pode, a título de exceção utilizar o termo CIA no início, utiliza-
-se também o nome de uma pessoa, um sócio fundador ou 
homenageado seguido das mesmas expressões.
Art. 3º A sociedade será designada por denominação 
acompanhada das expressões “companhia” ou “socieda-
de anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente, 
mas vedada a utilização da primeira ao final.
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por 
qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da 
empresa, poderá figurar na denominação.
§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de 
companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito 
de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 
34 Direito Empresarial
97) ou em juízo, e demandar as perdas e danos resul-
tantes.
4 Tipos de Sociedade Anônima
Companhias abertas: são aquelas cujos valores mobiliários 
são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou merca-
dos de balcão.
Companhia aberta caracteriza-se pelo fato de buscar re-
cursos junto ao público, oferecendo valores mobiliários de sua 
emissão a qualquer pessoa, indistintamente.
A lei determina o controle governamental sobre as socieda-
des anônimas abertas com o objetivo de conferir ao mercado 
acionário uma certa segurança.
Companhia aberta só pode captar recursos, ou seja, só 
pode oferecer ao público valores mobiliários mediante prévia 
autorização do governo, que se materializa com o seu registro 
junto à Comissão de Valores Mobiliários, bem como nos dos 
lançamentos de seus valores na Comissão de Valores Mobiliá-
rios, autarquia federal, ligada ao Ministério da Fazenda.
Ações emitidas pelas sociedades abertas podem ser nego-
ciadas no mercado de capitais, onde há maiores chances de 
encontrarem-se compradores interessados em adquiri-las.
Companhias fechadas: são aquelas cujas ações não são 
negociáveis no mercado de capitais, ou seja, não são oferta-
das ao público em geral.
Capítulo 3 Sociedade Anônima 35
Sociedades anônimas fechadas não precisam de registro 
junto à CVM, pois, não captam recursos junto aos investidores 
em geral.
Companhias fechadas geralmente são empresas de peque-
no e médio porte formadas por grupos fechados que possuem 
mesmo interesse e já se conhecem.
Ações emitidas pelas sociedades fechadas para ser nego-
ciadas precisam aguardar o levantamento de informações so-
bre a empresa para mensurar o valor do investimento.
Companhias mistas: tipo de sociedade anônima, na qual 
aliam capital público e privado para promoção do objeto 
social de maior interesse público. Sua constituição depende 
de um sistema autorizativo e o Estado participa com capital 
e deve obrigatoriamente ter o controle acionário (sócio com 
direito de voto).
5 Tipos de sócios
Há dois tipos de sócios:
Majoritários: são chamados de controladores, pois, de-
têm o controle acionário, possuindo a maioria das ações ordi-
nárias nominativas, com direito a voto e fazendo a gestão da 
empresa;
Minoritários: poderão ter ações ordinárias (de forma mi-
noritária, mesmo com direito a voto) e preferenciais;
36 Direito Empresarial
Nessas sociedades, destacamos quatro grandes órgãos:
Assembleia Geral: ordinária, é obrigatória, deve ocorrer 
ao menos uma vez durante o exercício e durante os quatro pri-
meiros meses do ano; abrange os assuntos relativos à adminis-
tração da sociedade, enquanto a Extraordinária é convocada 
sempre que necessária;
Conselho de Administração: é obrigatório nas S/A de 
capital aberto, pois, trata da direção geral da empresa. Deve 
ser composto por, no mínimo, três membros eleitos em as-
sembleia geral. Os Conselheiros deverão ser acionistas e não 
podem ser pessoas jurídicas;
Diretoria: eleita pelo Conselho de Administração ou pela 
assembleia geral é composta de, no mínimo, dois membros, 
e a permanência é de três anos, permitindo a reeleição. Os 
membros do Conselho de Administração, até o máximo de um 
terço, poderão fazer parte da Diretoria;
Conselho Fiscal: compõe-se de três a cinco membros, 
acionistas ou não, eleitos em assembleia geral, sendo obriga-
tória a sua existência e seu funcionamento é facultativo. Tem o 
objetivo de fiscalizar a administração da empresa.
6 Capital Social
Capital social é o montante, traduzido em moeda corrente 
nacional, dos recursos que são transferidos do patrimônio de 
Capítulo 3 Sociedade Anônima 37
seus sócios para o seu próprio acervo buscando o cumprimen-
to do objetivo econômico da sociedade anônima.
Distinção entre capital social e patrimônio da sociedade:
 Â O capital social é estático, mantêm-se inalterado a me-
nos que se delibere por seu aumento ou diminuição é 
intangível;
 Â O patrimônio da sociedade é dinâmico e sofre mudan-
ças dependendo dos resultados positivos ou negativos 
da sociedade.
7 Formação do capital social
De acordo com o art. 7º da Lei 6.404/76, o capital social po-
derá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qual-
quer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, 
pode se dar por bens corpóreos ou incorpóreos, móveis ou 
imóveis, desde que sejam passíveis de avaliação em dinheiro. 
Se a formação do capital social ocorrer em dinheiro o paga-
mento poderá ser feito integralmente no ato da subscriçãoou 
em parcelas. Se feito em parcelas deverá a entrada correspon-
der a, no mínimo 10%, do preço de emissão das ações.
Quando o capital social for formado por qualquer outra 
espécie de bens que não seja dinheiro, eles deverão necessa-
riamente ser avaliados por três peritos ou por empresas espe-
cializadas, nomeados em Assembleia Geral.
38 Direito Empresarial
8 Ações
Segundo Fabio Ulhoa, “Ações representam unidade de capital 
social de uma sociedade anônima que conferem aos titulares 
um complexo de direitos e deveres”.[1]
Ações são valores mobiliários de uma determinada socie-
dade anônima ou comandita por ações, que particularizadas 
definem como um todo o capital social das sociedades, atri-
buindo aos acionistas, titulares das ações, respectivos direitos 
e deveres.
As ações possuem um tríplice aspecto: é parte do capital 
social; fundamenta a condição de sócio e é título de crédito de 
natureza eventual.
8.1 Valor atribuído à ação
Pode-se atribuir pelo menos cinco valores à ação: valor nomi-
nal, valor de emissão, valor patrimonial, valor de negociação 
e valor econômico.
Valor nominal
É o valor resultante da divisão do capital social da sociedade 
anônima pelo número de ações por ela emitidas (valor nomi-
nal = valor do capital social / número de ações).
Cabe ao estatuto da S.A. decidir e estabelecer se as ações 
terão ou não valor nominal.
Capítulo 3 Sociedade Anônima 39
Ação terá valor nominal quando ele for declarado expres-
samente no estatuto. Quando não houver referência ao valor 
unitário da ação, estaremos diante das ações sem valor nomi-
nal.
O valor nominal deverá ser o mesmo para todas as ações.
O valor nominal das ações das sociedades anônimas aber-
tas não pode ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de 
Valores Imobiliários.
O valor nominal confere aos acionistas uma específica e 
limitada garantia contra a diluição do patrimônio acionário.
Valor de emissão
Preço pelo qual a ação é disponibilizada ao subscritor, seja 
quando da constituição da sociedade, seja quando do possí-
vel aumento do capital social. É o montante despendido pelo 
subscritor, à vista ou a prazo, em favor da sociedade emissora 
em troca da ação.
O preço de emissão é definido, unilateralmente, pela so-
ciedade anônima emissora. No ato da constituição da socie-
dade, o valor de emissão é estipulado pelos fundadores, tendo 
como único parâmetro o valor nominal da ação.
Quando o estatuto conferir valor nominal à ação, o valor 
de emissão não poderá ser inferior a ele, podendo ser igual 
ou superior.
Se as ações não tiverem valor nominal, os fundadores da 
S.A. devem definir se o preço de emissão será todo destinado 
40 Direito Empresarial
à constituição do capital social ou se parte será destinado à 
reserva de capital.
Valor patrimonial
É a parcela do patrimônio líquido da sociedade anônima cor-
respondente a cada ação. É a divisão do patrimônio líquido da 
sociedade pelo número de ações emitidas.
O patrimônio líquido é calculado entre a diferença do ativo 
(patrimônio bruto) menos o passivo (despesas e obrigações) de 
uma sociedade.
Valor de negociação (valor de mercado X valor da 
bolsa)
Montante pago pelo adquirente da ação, por livre manifesta-
ção de vontade. É o preço que a ação adquire no mercado 
secundário de capitais.
Valor de negociação é aquele livremente convencionado 
entre o comprador e o vendedor.
Valor econômico
É o resultado de complexa avaliação, procedida segundo cri-
térios técnicos buscando verificar qual o valor que as ações 
possivelmente alcançariam se fossem negociadas no mercado 
de capitais.
Capítulo 3 Sociedade Anônima 41
8.2 Espécies de ações
Ações ordinárias: são aquelas que conferem ao seu titular 
todos os direitos concedidos a qualquer sócio, sem nenhuma 
vantagem ou restrição específica, a emissão de ações ordiná-
rias é obrigatória em todas as sociedades anônimas e ações 
ordinárias sempre concedem ao seu titular o direito de voto na 
Assembleia.
Ações preferenciais: são aquelas que atribuem aos acio-
nistas vantagens se comparadas com as ações ordinárias. As 
ações preferenciais sem direito de voto não podem ultrapassar 
50% das ações emitidas, as demais ou serão todas ordinárias 
ou preferenciais com direito de voto. A vantagem mais im-
portante conferida aos acionistas preferências é a prioridade 
prevista na distribuição de dividendos.
Ações de fruição: são aquelas atribuídas ao acionista, 
cuja ação ordinária ou preferencial foi inteiramente amortiza-
da, que é a antecipação ao sócio do valor que ele provavel-
mente receberia, na hipótese de liquidação da companhia. A 
amortização é uma operação raramente praticada pelas com-
panhias no Brasil. As ações de fruição possuem restrições, que 
devem ser definidas pelo estatuto. Caso não sejam, devem 
ser especificadas pela Assembleia Geral. Uma das restrições 
é que as ações de fruição somente concorrem para o acer-
vo líquido da sociedade depois de assegurado às ações não 
amortizadas, o valor igual ao da amortização, corrigido mo-
netariamente.
42 Direito Empresarial
Recapitulando
Sociedade Anônima é a sociedade empresária com capital so-
cial dividido em ações, onde os sócios (acionistas) respondem 
pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das 
ações que possuem.
Tipos de Sociedade Anônima
Companhias abertas: são aquelas cujos valores mobiliários 
são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou merca-
dos de balcão.
 Â Companhia aberta caracteriza-se pelo fato de buscar 
recursos junto ao público, oferecendo valores mobiliá-
rios de sua emissão a qualquer pessoa, indistintamente.
 Â A lei determina o controle governamental sobre as so-
ciedades anônimas abertas com o objetivo de conferir 
ao mercado acionário certa segurança.
 Â Companhia aberta só pode captar recursos, ou seja, só 
pode oferecer ao público valores mobiliários mediante 
prévia autorização do governo, que se materializa com 
o seu registro junto à Comissão de Valores Mobiliários, 
bem como nos dos lançamentos de seus valores na Co-
missão de Valores Mobiliários, autarquia federal, ligada 
ao Ministério da Fazenda.
 Â Ações emitidas pelas sociedades abertas podem ser 
negociadas no mercado de capitais, onde há maiores 
Capítulo 3 Sociedade Anônima 43
chances de encontrarem-se compradores interessados 
em adquiri-las.
Companhias fechadas: são aquelas cujas ações não são 
negociáveis no mercado de capitais, ou seja, não são oferta-
das ao público em geral.
 Â Sociedades anônimas fechadas não precisam de regis-
tro junto à CVM, pois não captam recursos junto aos 
investidores em geral.
 Â Companhias fechadas geralmente são empresas de pe-
queno e médio porte formadas por grupos fechados, 
que possuem mesmo interesse e já se conhecem.
 Â Ações emitidas pelas sociedades fechadas para ser ne-
gociadas precisam aguardar o levantamento de infor-
mações sobre a empresa para mensurar o valor do in-
vestimento.
Companhias mistas: tipo de sociedade anônima, na qual 
aliam capital público e privado para promoção do objeto 
social de maior interesse público. Sua constituição depende 
de um sistema autorizativo e o Estado participa com capital 
e deve obrigatoriamente ter o controle acionário (sócio com 
direito de voto).
Ações são valores mobiliários de uma determinada socie-
dade anônima ou comandita por ações, que particularizadas 
definem como um todo o capital social das sociedades, atri-
buindo aos acionistas, titulares das ações, respectivos direitos 
e deveres.
44 Direito Empresarial
Valor atribuído à ação
Pode-se atribuir pelo menos cinco valores à ação: valor nomi-
nal, valor de emissão, valor patrimonial, valor de negociação 
e valor econômico.
Referências
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõesobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial da Repú-
blica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1976.
COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 15. 
ed. Rev. e Atual. São Paulo: Saraiva, 2004.1
MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial: empresa Co-
mercial, empresários individuais, microempresas, socieda-
des comerciais, fundo de comercio. Ed. Rev. e Atual. Rio de 
Janeiro: Forense, 2006.
Atividades
Assinale a alternativa correta:
 1) Sociedade Anônima é a sociedade empresária com capital 
social dividido em:
a) orgânico.
b) material ou funcional.
Capítulo 3 Sociedade Anônima 45
c) ações.
d) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
e) Alternativas “a” e “c” estão corretas.
 2) Companhias abertas são aquelas:
a) cujos valores mobiliários são admitidos à negociação 
nas bolsas de valores ou mercados de balcão.
b) cujas ações não são negociáveis no mercado de capi-
tais, ou seja, não são ofertadas ao público em geral.
c) autarquias.
d) Somente alternativa “c” está correta.
e) Alternativas “a” e “c” estão corretas.
 3) Sociedades anônimas fechadas:
a) não precisam de registro junto à CVM, pois não cap-
tam recursos junto aos investidores em geral.
b) precisam de registro junto à CVM, pois não captam 
recursos junto aos investidores em geral.
c) vitalícia.
d) Alternativas “a” e “b” estão corretas.
e) Somente alternativa “a” está correta.
 4) O patrimônio da sociedade é:
a) valores mobiliários de uma determinada sociedade 
anônima.
46 Direito Empresarial
b) o valor resultante da divisão do capital social da socie-
dade anônima pelo número de ações por ela emitidas.
c) dinâmico, sofre mudanças dependendo dos resultados 
positivos ou negativos da sociedade.
d) estático, mantêm-se inalterado a menos que se delibe-
re por seu aumento ou diminuição é intangível.
e) Apenas a alternativa “a” está correta.
 5) Ações ordinárias são aquelas que:
a) conferem ao seu titular todos os direitos concedidos a 
qualquer sócio.
b) não conferem ao seu titular todos os direitos concedi-
dos a qualquer sócio.
c) possuem dois centros de competência.
d) princípios gerais do direito.
e) Apenas a alternativa “a” está correta.
Carlos Alberto Buchholz Feijó1
Capítulo 4
Administração Pública
1 Mestre em Direto Público com concentração em Direito Penal (ULBRA). Atua 
como professor na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia, Direito 
Ambiental, Direito Empresarial, Segurança Pública e Trânsito, nos Cursos de Pós-
-Graduação e Graduação.
48 Direito Empresarial
Introdução
Neste capítulo, abordaremos os conceitos de Estado, orga-
nização, elementos e poderes. Apresentaremos os aspectos 
gerais da Administração Pública, buscando o melhor entendi-
mento de seus conceitos quanto ao atendimento das necessi-
dades coletivas.
1 Conceito, elementos e poderes do 
Estado
Estado é um sujeito de direitos, que tem como elementos o 
povo, o território e a soberania. Tem personalidade jurídica 
própria, tanto internamente (perante os agentes públicos e os 
cidadãos) quanto no âmbito internacional (perante outros Es-
tados). O povo, assim, legitima a existência do Estado, pois 
é do povo que se origina todo o poder representado pelo Es-
tado, como podemos evidenciar na Constituição Federal, em 
seu art. 1º, parágrafo único, “Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamen-
te, nos termos desta Constituição.”.
O Estado tem como suas principais características a territo-
rialidade e a soberania, cuja organização é de cunho constitu-
cional, especialmente no que tange à divisão política, criação 
dos poderes, forma de governo e o meio de aquisição do po-
der pelos governantes.
Capítulo 4 Administração Pública 49
O Estado administra de forma soberana, ou seja, o Estado 
pode regular o seu funcionamento, as relações privadas de 
seus cidadãos e as funções econômicas e sociais de seu povo. 
Assim, baseado na soberania, o Estado edita as leis que se 
aplicam ao seu território, sem se submeter a qualquer tipo de 
regras de outros Estados. Assim, já verificamos que o conceito 
de Estado e os seus elementos (povo, território e soberania). 
Cabe destacar que os elementos do Estado não podem ser 
confundidos com suas funções. Para melhor entendimento, de-
nominamos as funções estatais como “Poderes do Estado”, as 
quais são divididas em: legislativa, executiva e judiciária, con-
forme define o art. 2º da Constituição Federal: “São Poderes 
da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário.
De forma geral, podemos dizer que o Legislativo edita atos 
gerais, impostos de forma isonômica a todos. Já o Executivo 
atua por meio de atos específicos na gestão da coisa pública, 
visando uma situação concreta, dentro dos limites legais, sem-
pre em prol do interesse público. O terceiro e último, o Judici-
ário, exerce a jurisdição, ou seja, tem a função de resolver os 
conflitos existentes entre os indivíduos, entre eles e o Estado ou 
entre os entes que compõem o Estado, e, ainda, tem a função 
de interpretar a lei para julgar os casos e aplicar o direito. A 
separação das funções estatais não significa uma separação 
rígida entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pois 
os Poderes são partes de um todo.
Até aqui, apresentamos o enfoque constitucional do con-
ceito de Estado e o sentido operacional de governo em prol do 
interesse público, com o objetivo de situarmos a Administração 
50 Direito Empresarial
Pública, uma vez que, no que tange à estratégia política, o 
Estado a desempenha por meio dos instrumentos da Adminis-
tração Pública: órgãos, agentes e entidades administrativas, 
que detalharemos a seguir.
2 Administração Pública
A palavra administração tem origem do latim ad (direção) e 
minister (obediência), ou seja, o administrador dirige obede-
cendo à vontade de quem o contratou. Assim, o administrador 
público deve conduzir seu trabalho visando atender a necessi-
dade da população que o elegeu. A Administração Pública é 
o conjunto das normas, lei e funções desempenhadas para or-
ganizar a administração do Estado em todas as suas instâncias 
e tem como principal objetivo o interesse público, seguindo os 
princípios constitucionais, conforme estabelece a Constituição 
Federal, art. 37:
A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].
A organização da administração pública brasileira divide-
-se em administração direta e indireta devido à complexidade 
para o atendimento das necessidades pátrias, reforçando a 
ideia de que a tarefa administrativa é tão árdua e complexa 
que a incumbência de levar ao público os serviços essenciais 
deveria ser distribuída a outros setores da coletividade, deixan-
Capítulo 4 Administração Pública 51
do de ser monopólio do poder público. Assim, consideramos 
a atividade pública como direta quando efetivada pela própria 
pessoa pública que orienta a sua prestação. Quando, porém, 
o Estado busca outras entidades para desenvolver atividades 
que visem à satisfação de interesses da coletividade, ou mes-
mo para o fornecimento de serviços e atividades necessárias 
ou indispensáveis à população, é a administração indireta que 
surge no cenário público. Nesse sentido, destacamos o posi-
cionamento sobre a divisão da administração pública, segun-
do Di Pietro:
Em sentido objetivo, material ou funcional, administra-
ção pública pode ser definida como a atividade concreta 
e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico 
de direito público, para a consecução dos interesses co-
letivos. Em sentido subjetivo, formal ou orgânico,pode-
-se definir Administração Pública como sendo o conjunto 
de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado.1
Quanto às divisões temos dois sentidos: orgânico e mate-
rial ou funcional.
Orgânico: é constituído pelo conjunto de órgãos, serviços 
e agentes do Estado e demais entidades públicas que asse-
guram, em nome da coletividade, a satisfação disciplinada, 
regular e contínua das necessidades coletivas de segurança, 
cultura e bem-estar.
Material ou funcional: pode-se definir como a atividade tí-
pica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no 
interesse geral da comunidade, com vista à satisfação regular 
52 Direito Empresarial
e contínua das necessidades coletivas de segurança, cultura e 
bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados 
e utilizando as formas mais convenientes.
O Direito Constitucional tem como objeto a organização 
do Estado, a distribuição dos poderes, os órgãos públicos e os 
direitos individuais e coletivos, já o Direito administrativo tem 
como marco conceitual o funcionamento da atividade públi-
ca.. A partir da promulgação da Constituição, estabelece-se o 
esqueleto da estrutura pública e é com a instituição dos órgãos 
públicos que se materializa a prestação dos serviços que são 
efetivamente realizados ou postos à disposição da coletivida-
de, a qual se faz no mundo jurídico através da legislação infra-
constitucional. Assim, a cada poder de Estado correspondem 
determinados e exclusivos aparelhos que servem ao poder pú-
blico e têm no seu respectivo ordenamento a fonte maior de 
sua atuação. Dessa forma, a função administrativa difere da 
legislativa porque tem como objeto formular regras de direito 
por meio de atos jurídicos e realizar a execução dessas regras 
pela prática de atos materiais. Já a função legislativa é exerci-
da, via de regra, sem a manifestação dos interessados. E, por 
conseguinte, a função jurisdicional, que é o poder-dever do 
Estado de proteger a ordem jurídica, difere das demais, pois 
cabe-lhe atuar em prol da guarda da ordem jurídica emanada 
da constituição federal. Com essa orientação, vamos encon-
trar na esfera administrativa estruturas correspondentes a cada 
uma dessas funções indispensáveis e indissolúveis do sistema 
jurídico-político nacional.
Podemos concluir que a administração pública em sentido 
amplo compreende: o governo, o qual toma decisões polí-
Capítulo 4 Administração Pública 53
ticas, a estrutura administrativa e a administração executam 
as decisões. Destacamos o conceito de Administração Pública 
definido por Di Pietro: “a atividade concreta e imediata que o 
Estado desenvolve, sob regime jurídico total ou parcialmente 
público, para a consecução dos interesses coletivos”.1
3 Órgãos públicos
O Estado pode assumir as formas: Unitário ou Simples e Fe-
derativo. No modo Unitário, prevalece uma centralização tan-
to política quanto administrativa. Isso é possível por meio da 
instituição de três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário 
– independentes, porém únicos para toda a extensão territorial 
que compõe determinado Estado. Assim, é definida uma uni-
dade de poder central da qual emanam todos os ordenamen-
tos administrativos, judiciais e legais, sobre os quais Di Pietro 
adota o seguinte conceito: “É uma unidade que congrega atri-
buições exercidas pelos agentes públicos que o integram com 
o objetivo de expressar a vontade do Estado.”1
Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas 
não têm personalidade jurídica, uma vez que são apenas parte 
de uma estru tura maior, essa sim detentora de personalidade. 
Como parte da estrutura superior, o órgão público não tem 
von tade própria, limitando-se a cumprir suas finalidades den-
tro da competência funcional que lhes foi determinada decor-
rente da or ganização estatal.
54 Direito Empresarial
Quanto à criação e extinção, dependem de lei de iniciativa 
do Chefe do Poder Executivo, conforme definido na Constitui-
ção Federal:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do 
Presidente da República, não exigida esta para o especi-
ficado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as ma-
térias de competência da União, especialmente sobre:
[...]
XI –criação e extinção de Ministérios e órgãos da admi-
nistração pública;
Art. 61. [...]
§ 1º –São de iniciativa privativa do Presidente da Repú-
blica as leis que:
[...]
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis-
tração pública, observado o disposto no art. 84, VI.
3.1 Classificação dos Órgãos Públicos
São várias e diversas as classificações adotadas pela doutri-
na brasileira acerca dos órgãos públicos, vamos aprofunda a 
classificação dada por Di Pietro: “vários são os critérios para 
classificar os órgãos públicos: 1. Quanto à esfera de ação [...] 
2. Quanto à posição estatal [...] 3. Quanto à estrutura [...] 4. 
Quanto à composição”.[1]
Capítulo 4 Administração Pública 55
Quanto à esfera de ação
Classificam-se em centrais e locais. Os centrais exercem atri-
buições em todo o território nacional, estadual, distrital e mu-
nicipal. Assim, temos os ministérios e secretarias. E os locais, 
atuam em parte do território, como delegacias de polícia, pos-
tos de saúde etc.
Quanto à posição estatal
Órgãos independentes – São os definidos na Constituição e 
representam os Poderes do Estado. Não possuem qualquer su-
bordinação hierárquica e somente são controlados uns pelos 
outros. Ex.: congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Se-
nado Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes, Minis-
tério Público e Tri bunais de Contas.
Órgãos autônomos – São os subordinados diretamente 
à cúpula da Administração. Têm ampla autonomia adminis-
trativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos 
diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coorde-
nação e controle das atividades que constituem sua área de 
competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos 
nomeados em comissão. São os Ministérios e Secretarias, bem 
como a AGU (Advocacia-Geral da União) e as Procuradorias 
dos Estados e Municípios.
Órgãos superiores – Detêm poder de direção, controle, de-
cisão e comando dos assuntos de sua competência específica. 
Represen tam as primeiras divisões dos órgãos independentes e 
autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, 
Divisões, etc.
56 Direito Empresarial
Órgãos subalternos – São os que se destinam à execu-
ção dos trabalhos de rotina, cumprindo ordens superiores. Ex.: 
portarias, se ções de expediente, etc.
Quanto à estrutura
Órgãos Simples: também denominados de unitários, pois pos-
suem apenas um único centro de compe tência, sua caracterís-
tica fundamental é a ausência de outro órgão em sua estrutura 
para auxiliá-lo no desempenho de suas funções
Órgãos Compostos: detêm estruturas com postas por ou-
tros órgãos menores, para desempenho de função principal ou 
de auxilio nas atividades. As funções são distribuídas em vários 
centros de competência, sob a supervisão do órgão de chefia, 
respeitadas as ordens hierárquicas.
Órgãos Federais: estão ligados à administração públi ca 
central localizada na esfera federal.
Quanto à composição
Órgãos Singulares: decidem e atuam por meio de um único 
agente, o superior hierárquico. Os órgãos singulares possuem 
vários agentes auxiliares, mas sua característica de singula-
ridade é expressa pelo desenvolvimento de sua função por um 
único agente, em geral o titular.
Órgãos Coletivos: decidem pela manifestação de vários 
membros, de forma conjunta e por maioria de votos. A vonta-
de da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatu-
tária.
Capítulo 4 Administração Pública 57
Em resumo, consideram-se órgãos públicos: corporações 
Legislativas – Chefias do Executivo,Tribunais Judiciários e Ju-
ízos Singulares; Cúpula administrativas – Ministério, Secreta-
rias, Advocacia Geral da União; Órgãos Superiores; Órgãos 
Subalternos; Órgãos Simples; Órgãos Singulares e Órgãos 
Coletivos.
4 Agentes públicos
É a definição genérica e indistinta dada aos sujeitos que exer-
cem funções públicas, que servem ao Poder Público como 
instrumentos de sua vontade ou ação, independentemente do 
vínculo jurídico, podendo ser por nomeação, contratação, de-
signação ou convocação. Independentemente, ainda, de ser 
essa função temporária ou permanente, e com ou sem remu-
neração. Assim, quem quer que desempenhe funções estatais, 
enquanto as exercita, é um agente público.
Assim, temos que o Agente Público é a pessoa natural me-
diante a qual a Administração Pública se manifesta e atua. 
São competentes para exteriorizar as vontades do Estado em 
razão de vínculos jurí dicos existentes entre o Poder Público e o 
indivíduo que está exer cendo função pública.
Os agentes públicos devem ser classificados conforme a 
força de suas decisões (agentes políticos ou servidores esta-
tais), as pessoas jurídicas em que atuam (pessoas jurídicas de 
direito público ou direito privado) e o regime jurídico a que se 
58 Direito Empresarial
submetem (regime estatutário ou celetista), considerando ain-
da os particulares que exercem função pública. Assim, temos:
Agentes Políticos: são os integrantes dos mais altos graus 
do Poder Público, tendo a incumbência de elaboração das 
diretrizes de atuação do governo, e das funções de direção, 
orientação e fiscaliza ção da atuação da Administração Públi-
ca. Fazem parte: Políticos: os chefes do Poder Executivo, em 
suas diferentes esferas (Presidente da República, governadores 
e prefei tos), seus auxiliares imediatos (Ministros e secretários 
estaduais ou municipais), bem como os membros do Poder 
Legislativo (senado res, deputados e vereadores), são regidos 
pelos artigos 2º e 14º da Constituição Federal.
Servidor Público: são os servidores estatais que atuam 
na Administração Pública de direito público, ou seja, na Ad-
ministração Direta e na Administração Indireta. Para esses 
servidores, a relação de trabalho é de natureza profissional 
e de caráter não eventual, sob vínculo de dependência com 
as pessoas jurídicas de direito público, integradas em cargos 
ou empregos públicos. Podemos definir servidor público como 
aqueles que gozam da titularidade de cargos públicos de pro-
vimento efetivo ou de provimento de cargo em comissão e são 
agentes admi nistrativos de caráter estatutário. A regulamenta-
ção encontra-se nos artigos 39, 41, 42 e 142 da Constituição 
Federal.
Empregados Públicos: têm vínculo funcional com a admi-
nistração pública, ocupam empregos públicos, sujeitando-se a 
regime jurídico contratual de trabalho, regidos especificamen-
Capítulo 4 Administração Pública 59
te pelas regras e normas previstas na Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT).
Agentes Temporários: são os particulares contratados 
pela Administração Pública para atender necessidades tempo-
rárias de excepcional interesse público, com contrato de traba-
lho regido pelas normas do Direito Público, e não trabalhista 
(CLT), mas também não possui o caráter estatutário. É uma 
forma especial de prestação de serviço público temporário, 
urgente e excepcional.
Agentes Honoríficos: são os indivíduos requisitados ou 
de signados para colaborarem com o Poder Público (de manei-
ra tran sitória) para a prestação de serviços específicos, levado 
em conside ração sua condição cívica, de sua honorabilidade 
ou então pela sua notória capacidade profissional. Via de re-
gra não são remunerados e não possuem qualquer vínculo 
profissional com a Administração Pública. Como exemplos de 
Agentes Honoríficos temos: Jurados, Me sários eleitorais, etc.
Agentes Delegados: são os particulares que recebem a 
atribui ção de exercerem determinada atividade, obra ou ser-
viço público, fazendo-o em nome próprio e por sua conta em 
risco, sob a fiscali zação permanente do poder delegante.
Ressalta-se que não possuem caráter de servidores públi-
cos, nem mesmo atuam em nome da administração pública, 
são colabo radores que se sujeitam, durante a prestação dos 
serviços públicos a responsabilidade civil objetiva. São exem-
plos: Concessio nárias e Permissionárias de serviços públicos, 
leiloeiros, tradutores públicos, entre outros.
60 Direito Empresarial
4.1 Investidura dos agentes públicos
A investidura é um ato ou procedimento que dá início ao vín-
culo entre o Estado e os agentes públicos, podendo ser ad-
ministrativa ou política, originária ou derivada, vitalícia, efe-
tiva ou em comissão, além de outras de caráter temporário. 
Investidura é o próprio ato da posse ou solenidade por meio 
do qual se assegura o exercício do mesmo cargo ou função. 
É o ato de concessão a uma pessoa de benefício, autoridade, 
poder ou direito. É o título do qual se origina o mesmo bene-
fício, poder ou direito, no qual seriam inscritos os limites dos 
direitos, benefícios ou poderes outorgados. Pela investidura, 
obedece fundamentalmente ao princípio da publicidade, é es-
tabelecido o marco inicial da atuação do agente, que se efeti-
vará com seu exercício. Conforme estabelece o art. 73, §1º da 
Lei 9.504/97 (norma eleitoral):
agente público quem exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
ção, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos ór-
gãos ou entidades da administração pública direta, indi-
reta, ou fundacional.
A investidura pode ser administrativa, política, originária ou 
derivada, vitalícia, efetiva ou em comissão, além de outras de 
caráter temporário.
Administrativa: destina-se à composição dos quadros do 
serviço público em geral, abrangendo os integrantes dos três 
poderes e das autarquias de fundações. A investidura acorre 
por nomeação, através de decreto ou portaria, e, em alguns 
Capítulo 4 Administração Pública 61
casos, pela admissão, designação, eleição administrativa e 
contratação, nos termos regulamentares, regimentais ou es-
tatutárias. 
Política: é realizada por meio da eleição, direta ou indi-
reta, através de voto universal ou de votos de determinados 
eleitores, dependendo da representação, se proporcional ou 
majoritária, na Constituição Federal (art. 2º e 14).
Originária: independe de qualquer outra vinculação com 
a administração. Constitui-se na primeira investidura e pode 
ser decorrente de aprovação em concurso público ou de no-
meação em cargo de provimento em comissão.
Derivada: depende de vinculação anterior com a Admi-
nistração. É o caso de promoção, sendo necessária uma in-
vestidura inicial ou anterior. A lei institui para determinadas 
categorias uma gradação de níveis ou classes às quais devem 
observar o atendimento de critérios e requisitos.
Vitalícia: tem caráter perpétuo, conforme a Constituição 
Federal, válida somente para cargos, como magistrados, 
membros dos tribunais de contas e do ministério público, de-
pendendo de processo judicial para sua desconstituição.
Efetiva: concretiza-se por aprovação em concurso públi-
co e tem o caráter permanente, com ares definitivos, embora 
possa ser desfeita por processo administrativo. Normalmente, 
é a utilizada para o preenchimento de cargos de carreira do 
serviço público.
Comissão: utilizada basicamente para o preenchimento 
de cargos de alta confiança do administrador público. É clás-
62 Direito Empresarial
sica a orientação doutrinária de que o detentor de cargo de 
provimento em comissão pode ser demitido sem motivação, 
podendo ser desfeita sem qualquer formalidade.
Temporária: a administração pública utiliza em situações 
anormais, como emergência e calamidade pública. Tem o 
prazo de duração

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