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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO Coordenação Pedagógica – IBRA DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 1 SERVIÇO PÚBLICO ..................................................................................... 05 1.1 Conceitos ................................................................................................... 05 1.2 Serviços privativos, de utilidade pública e prestação mista ........................ 06 2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................... 09 2.1 Conceitos ................................................................................................... 09 2.2 Organização político-administrativa brasileira ............................................ 09 2.3 Estrutura e entidades compositoras ........................................................... 10 2.3.1 Administração Direta ou Centralizada ..................................................... 10 2.3.3 Administração Indireta ou Descentralizada ............................................. 11 2.4 Princípios da Administração Pública .......................................................... 13 3 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................ 17 3.1 Patrimonialismo .......................................................................................... 17 3.2 Burocracia .................................................................................................. 20 3.3 Gerencial .................................................................................................... 23 4 A NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................ 28 5 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SOCIETAL ................................................ 31 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.......................................... 36 AVALIAÇÃO .................................................................................................... 39 3 INTRODUÇÃO Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação daqueles que se candidataram a esta especialização, procuramos referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/ seus alunos. Deste modo, o curso em questão tem como objetivo geral oferecer uma visão ampla e geral da administração pública (organização, planejamento, orçamento, execução e controle) levando o aluno a refletir sobre a ética, transparência e responsabilidade que devem permear o serviço público, o qual tem como foco atender com eficiência, eficácia e qualidade ao cidadão. Como objetivos específicos: Adquirir conhecimentos que contribuam para elevar eficácia, eficiência e qualidade dos serviços oferecidos ao cidadão. 4 Aperfeiçoar gestores públicos, capacitando-os a planejar orçamentos, estabelecer metas e prioridades, enfatizando o orçamento participativo. Desenvolver a capacidade de liderar equipes e recursos humanos, percebendo que o capital humano é o bem mais valioso em todo e qualquer tipo de organização. Esta apostila contempla os seguintes conteúdos: conceito de serviço público, serviços privativos, de utilidade pública e prestação de serviços. Administração pública, organização político-administrativa brasileira, estrutura e entidades compositoras. A evolução da administração pública, passando pelo patrimonialismo, a burocracia e a administração gerencial até chegar à nova administração pública e a administração societal. Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 5 1 SERVIÇO PÚBLICO 1.1 Conceitos Define-se serviço público ao conjunto de atividades e bens que são exercidos ou colocados à disposição da coletividade, visando abranger e proporcionar o maior grau possível de bem-estar social ou da prosperidade pública1 (KOHAMA, 2009). Essa definição nos mostra que o Estado é a organização do poder político da comunidade com fins de harmonizar sua atividade, de forma que atinja o objetivo de promover e satisfazer a bem comum. Para os liberalistas, o bem-estar comum é uma simples soma de bens individuais e para os socialistas seria a absorção dos bens pelo Estado, mas na realidade, o bem-estar comum é a organização de todos os seus bens particulares, residindo no Estado, a missão de organizar e coordenar essas bens. Em sentido amplo, serviços públicos são todos aqueles prestados pelo Estado ou delegados por concessão ou permissão sob condições impostas e fixadas por ele, visando à satisfação das necessidades da comunidade. Daí conclui-se que não se justifica a existência do Estado senão como entidade prestadora de serviços e utilidades aos indivíduos que o compõem (MEIRELLES, 1966). Os serviços públicos podem abranger atividades que competem exclusivamente ao Estado, e por ele são exercidas diretamente, e atividades exercidas por delegações do poder público, atendendo a interesses coletivos ou ao bem-estar geral (KOHAMA, 2009). Os serviços que competem exclusivamente ao Estado são considerados serviços públicos propriamente ditos, pois a sua prestação visa satisfazer 1 Entende-se Prosperidade pública como o conjunto de condições para que todos os membros orgânicos da sociedade possam adquirir diretamente e por si uma felicidade temporal e quanto possível completa e subordinada ao fim último. Aqui encaixa-se a abundância suficiente de bens espirituais e materiais necessários para tornar efetiva a referida felicidade, e que não possam ser alcançados somente pela atividade dos particulares. 6 necessidades gerais da coletividade para que ele possa subsistir e desenvolver-se, enquanto os prestados por delegação consideram-se serviços de utilidade pública, em virtude de tais serviços visarem facilitar a existência do indivíduo na sociedade, pondo à sua disposição utilidades que lhe proporcionam mais comodidade, conforto e bem estar (MEIRELLES, 1966). 1.2 Serviços privativos, de utilidade pública e prestação mista Os serviços privativos são aqueles que a Administração presta porreconhecer sua essencialidade e necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Por isso mesmo tais serviços são considerados privativos do Poder Público, no sentido de que só a Administração deve prestá-los. Significa dizer que não se poderá delegar a terceiros porque exigem atos de império e medidas compulsórias em relação aos administrados. Como exemplos cristalinos desses serviços temos: A segurança interna; A defesa nacional, A preservação da saúde pública. E ainda, as relações diplomáticas, os serviços ligados à emissão da moeda. Os serviços de utilidade pública, a Administração reconhece a sua conveniência para os membros da sociedade e presta esses serviços diretamente ou descentraliza para terceiros (concessionários ou permissionários), conforme regras, regulamentos e controle estatal. Como exemplos temos: Os transportes coletivos; Energia elétrica; Serviços de telefonia, dentre outros. Como dito acima, estes podem ser por concessão ou por permissão. 7 Por concessão entende-se a delegação contratual da execução de um serviço, de forma autorizada e regulamentada. O Estado atribui o exercício de um serviço público a quem interessar, por sua própria conta e risco, nas condições fixadas e que só podem ser alteradas pelo Poder Público. Existe ainda, uma garantia contratual de equilíbrio econômico financeiro, que permite a remuneração da concessionária pela própria exploração do serviço prestado. A Lei n. 8.987/95 e a Lei 9.074/95 ditam as normas do regime de concessão. A concessão não transfere propriedade alguma ao concessionário, nem se despoja de qualquer direito ou prerrogativa pública, ela somente delega a execução dos serviços nos limites estabelecidos em lei ou no contrato. Aqui se encaixam além dos serviços citados acima, a manutenção de rodovias. Os serviços de utilidade pública por permissão obedecem as mesmas normas da concessão e estão regulamentadas pelo mesmo texto legal. A lei 8.987/95 referiu-se à permissão apenas no Art. 2º, inciso IV e no art. 40, onde se verifica que a permissão é definida como um contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente pelo poder concedente. São exemplos de serviço de utilidade pública por Concessão, a colocação de bancas de revistas e jornais em via pública. As diferenças básicas entre permissão e Concessão são: A Permissão depende sempre de licitação, enquanto na Concessão admitem- se outros tipos de contratação; A Permissão tem normas estabelecidas pelo Estado, enquanto a Concessão tem natureza contratual; A Permissão é estabelecida de forma precária, enquanto a Concessão permite lucro; A Permissão não possui prazo definido e a Concessão possui um prazo determinado contratualmente. 8 Desta maneira podemos concluir que os serviços privativos visam a satisfazer as necessidades gerais e essenciais da coletividade, com a finalidade precípua de subsistência e desenvolvimento. Nos serviços de utilidade pública, o objetivo é facilitar a vida dos cidadãos na coletividade, colocando serviços a sua disposição que lhes proporcionarão conforto e bem estar. E a prestação mista? É a forma de prestação de serviço público mais comum e que vem sendo adotada no Brasil. É o serviço prestado pela Administração Pública, por ser dever do Estado, no entanto, também pode ser realizada através de pessoa física ou jurídica de caráter privado, independentemente de delegação para tanto. Esse tipo de serviço ocorre em virtude das exposições constitucionais que atribuem direitos aos cidadãos e deveres ao Estado, sem, entretanto, vedar a execução dos serviços por pessoas de direito privado. A prestação de serviço mista só pode ocorrer quando referir-se a serviços públicos e não a serviços de utilidade pública, uma vez que, neste caso, deveria haver a delegação por concessão ou permissão. Alguns serviços assegurados na Constituição Federal traduzem direitos que visam à melhoria da condição social, dentre os quais destacam-se: Assistência sanitária, hospitalar; Previdência social; Seguro contra acidentes de trabalho; Proteção a maternidade, assistência aos filhos menores de seis anis de idade em creches e pré-escolar. 9 2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.1 Conceitos Por Administração Pública entende-se todo aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas (MEIRELLES, 1984). Mas, o que é administrar? Administrar é gerir os serviços públicos. Não é somente prestar o serviço, executá-lo, mas sim, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil. A administração pública, como todas as organizações administrativas, é baseada numa estrutura hierarquizada com graduação de autoridade, correspondente às diversas categorias funcionais, ordenadas pelo Poder Executivo de forma que distribua e escalone as funções de seus órgãos e agentes, estabelecendo a relação de subordinação (KOHAMA, 2009). 2.2 Organização político-administrativa brasileira A Organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos e com competências próprias (Constituição Federal, art.18). A autonomia das entidades federativas pressupõe repartição de competências e a distribuição constitucional de poderes, a fim de possibilitar o exercício e desenvolvimento de sua atividade normativa. A Constituição Federal de 1988 estruturou o sistema combinando competências exclusivas, privativas e principiológicas, com competências comuns e concorrentes, norteadas pelo princípio geral da predominância do interesse. Desta forma, à União cabe legislar sobre matérias e questões de predominante interesse geral nacional. Aos Estados os assuntos de predominante interesse regional, e aos Municípios os de interesse local. 10 Pois bem, o Estado tem como função fundamental promover o bem-comum. Ele é a organização política do poder, portanto, o Estado é uma Nação politicamente organizada. O Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, garantidos na Constituição: I. A soberania; II. A cidadania; III. A dignidade da pessoa humana; IV. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V. O pluralismo político. Daí podemos deduzir que a União constitui-se em pessoa de direito público interno, autônoma em relação aos Estados, tendo por missão o exercício das prerrogativas da soberania do Estado Brasileiro, pois configura-se com entidade federal resultante da reunião dos Estados-membros, Municípios e o Distrito Federal. 2.3 Estrutura e entidades compositoras O campo de atuação da Administração Pública, conforme delineado pela organização da execução dos serviços, compreende os órgãos da Administração Direta ou centralizada e os da Administração Indireta ou descentralizada. 2.3.1 Administração Direta ou Centralizada A Administração Direta ou Centralizada é a constituída dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios, no âmbito federal, e do Gabinete do Governador e Secretarias de Estado, no âmbito estadual, e, na administração municipal, deve seguir estrutura semelhante (prefeito e secretários). 11 A Administração Direta tem a estrutura de uma pirâmide e no seu ponto mais alto encontra-se a Presidência de República, no âmbito federal, que do topo, dirige todos os serviços.2.3.2 Administração Indireta ou Descentralizada A administração Indireta é aquela atividade administrativa, caracterizada como serviço público ou de interesse público, transferida ou deslocada do Estado, para outra entidade por ele criada ou cuja criação é por ela autorizada (KOHAMA, 2009). Na administração indireta, o desempenho da atividade pública é exercido de forma descentralizada, por outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, que, no caso, proporcionarão ao Estado, a satisfação de seus fins administrativos. A legislação contempla uma série de entidades, quer de direito público (autarquias), quer de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações), através das quais o Estado pode descentralizar os serviços públicos ou de interesse público. Dentre as entidades que compõem a Administração Indireta temos as entidades de personalidade jurídica de direito público também chamadas de paraestatais, por estarem ao lado do Estado e que geralmente podem ser constituídas ou autorizadas para a execução de atividades de interesse público, mas dificilmente, para serviços privativos do Estado, pela sua própria natureza. Aqui encontramos as autarquias (única que não se constitui paraestatal), as empresas públicas, as sociedades de economia mista, as fundações, os serviços sociais autônomos. Autarquias – é um serviço autônomo, criado por lei, com personalidade de direito público interno, com patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas de administração pública, ou seja, atribuições estatais específicas. 12 Sociedade de economia mista – uma sociedade na qual há colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. A sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado e não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado. O Estado poderá ter uma participação majoritária ou minoritária; entretanto, mais da metade das ações com direito a voto devem pertencer ao Estado. A sociedade de economia mista é uma sociedade anônima, e seus funcionários são regidos pela CLT. Normalmente são efetivados na empresa depois de um prazo. Frequentemente têm suas ações negociadas em Bolsa de Valores como, por exemplo, o Banco do Brasil, Petrobrás, e Eletrobrás. Diferem-se das Empresas Públicas, eis que nestas o capital é 100% público. Difere-se também das Sociedades Anônimas em que o governo tem posição acionária minoritária, pois nestas o controle da atividade é privado (BRASIL, DEC-LEI 200/67) Fundações públicas – são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades de interesse público, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de amparo legal. São criadas por lei específica e regulamentadas por decreto, independentemente de qualquer registro (BRASIL/MF, 2002). Serviços sociais autônomos - são entes privados criados por lei, com personalidade de direito privado, para desempenho de determinadas atividades, sem fins lucrativos, mantidos por dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais. Essas entidades não integram a Administração Pública, nem vêm catalogadas, entre os entes indicados pela lei de licitações e contratos, todavia, como fala Meirelles (2004), atuam ao lado do Estado, cooperam com ele, conquanto se rejam por normas de direito privado. Entretanto, embora não se subordinem à lei licitatória, enquanto não dispuserem de regulamentos próprios e adequados às suas finalidades, devidamente publicados, deverão obediência às normas gerais daquele diploma. Aqui encontramos o chamado sistema “S” - SESI, SENAIS, SENAC, SESC, SENAT, SENAR, SEBRAE, dentre outros. 13 2.4 Princípios e Fundamentos da Administração Pública As atividades da Administração Pública Federal deverão obedecer aos seguintes princípios fundamentos que estão no artigo 6º do Decreto-Lei n. 200 de 1967. 2.4.1 Princípio do Planejamento A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual elaborados através dos órgãos de planejamento sob a orientação e a coordenação superiores do Presidente da República. Cabe a cada Ministro de Estado orientar e dirigir a elaboração do programa setorial e regional correspondente a seu ministério. Ao Secretário de Planejamento cabe auxiliar o Presidente da República na coordenação, revisão e consolidação dos programas setoriais e regionais e na elaboração da programação geral do Governo. O planejamento compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos: Plano geral de governo; Programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; Orçamento programa anual; Programação financeira de desembolso. Compete a estrutura central de direção o estabelecimento das normas, critérios, programas e princípios, que os serviços responsáveis pela execução são obrigados a respeitar na solução dos casos individuais e no desempenho de suas atribuições. 14 De acordo com a Constituição Federal (1988), em seu artigo 165, os instrumentos de planejamento são: Plano Plurianual - que visa estabelecer, de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas de Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada; Lei de Diretrizes Orçamentárias - que tem as seguintes funções básicas: 1. Estabelecer as metas e prioridades da Administração Pública Federal para o exercício financeiro seguinte; 2. Orientar a elaboração da lei orçamentária anual; 3. Alteração da legislação tributária; 4. Estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento; e Lei Orçamentária Anual - que discriminará os recursos orçamentários financeiros para se atingir as metas e prioridades estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e compreenderá: 1. O orçamento/fiscal; 2. O orçamento de investimentos das empresas em que a União detenha a maioria do capital social com direito a voto; e, 3. O orçamento de seguridade social abrangendo todos os órgãos e entidades a ela vinculadas. 2.4.2 Princípio da Coordenação As atividades da administração federal e especialmente a execução dos planos e programas serão objeto de permanente coordenação e será exercida em todos os níveis da administração, mediante a atualização das chefias individuais, através da realização sistemática de reuniões com a participação das chefias 15 subordinadas e a instituição e funcionamento de comissões de coordenação em cada nível administrativo (Ver artigos 8 a 9 do Decreto-lei 200/67). 2.4.3 Princípio da Descentralização A descentralização pressupõe a existência de agentes públicos investidos de poderes necessários para exercitar a atividade pública e será posta em prática em três planos principais: 1. Dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; 2. Da Administração Federal para as unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; 3. Da Administração Federal para a esfera privada, mediante contratos e concessões. Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que compõem a estrutura central de direção devem permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalizaçãode atos administrativos, para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle. Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e controle e com objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possível, a execução indireta, mediante contratos. 2.4.4 Princípio da Delegação de Competência O entendimento de delegação de competência pode ser traduzido como uma técnica de descongestionamento administrativo e será utilizada com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando os agentes públicos próximos dos fatos, pessoas ou problemas atender. 16 E facultado ao Presidente da República, aos Ministros de Estado e, em geral, às autoridades da administração federal delegar competência para a prática de atos administrativos, conforme se dispuser em regulamento. O ato de delegação indicará com precisão a autoridade delegante e a autoridade delegada e as atribuições objeto da delegação. 2.4.5 Princípio do Controle O controle das atividades administrativas é um dos meios pelos quais se exercita o poder hierárquico, isto é, os órgãos superiores controlam os inferiores fiscalizando o cumprimento das normas e regras que regem cada sistema. Deve exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente: 1. O controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância das normas que norteiam a atividade específica do órgão controlado; 2. O controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares; 3. O controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria. Os documentos relativos a escrituração dos atos de receita e da despesa ficarão arquivados no órgão de contabilidade analítica e a disposição das autoridades responsáveis pelo acompanhamento administrativo e fiscalização financeira e dos agentes incumbidos do controle externo, de competência do Tribunal de Contas. 17 3 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Perceber como evoluímos em termos de gestão pública requer fazer uma viagem ao passado para conhecer e entender o caminho percorrido. A evolução da administração pública em nosso país passou por três modelos diferentes: a administração patrimonialista, a administração burocrática e a administração gerencial. Essas modalidades surgiram sucessivamente ao longo do tempo, não significando, porém, que alguma delas tenha sido definitivamente abandonada. 3.1 Patrimonialismo Vamos buscar as origens do patrimonialismo nos estudos de Max Weber construindo um arcabouço teórico para transportá-lo até o primeiro “regime” de governo público no Brasil. Na teoria política do jurista e sociólogo alemão Max Weber, o patrimonialismo enquanto doutrina é uma sorte de exercício legítimo de poder político, cujo referencial está ancorado, em seu esquema conceitual, no tipo de dominação tradicional. Existe uma obediência por parte dos súditos e Weber tenta descobrir como se procede essa dominação no seio das relações sociais. Em seus estudos ele dispõe um sistema com três tipos de dominação: dominação carismática, dominação racional- legal e dominação tradicional. Dominação relaciona-se com poder que significa toda a probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessas legitimidades (WEBER, 1999). A dominação tradicional ocorre “[...] quando sua legitimidade repousa na crença na santidade de ordens e poderes senhoriais tradicionais (existentes desde sempre)” (WEBER, 1999, p. 33). Trata-se da crença na legitimidade do poder de quem exerce a dominação pelo fato de que sua “investidura” decorre de longa tradição, de um costume inveterado, a partir de uma autoridade que sempre existiu. 18 É o costume de determinada coletividade que indica quem exerce o poder e que também garante a legitimidade do exercício da dominação. Existem inúmeras sortes de dominação tradicional, e não raro estão misturadas ou de distinção fluidas, dentre as quais as que mais se destacam são: Gerontocracia - governo em que o poder cabe aos mais velhos; Patriarcalismo - casos em que o poder e determinado pelo pertencimento a uma determinada família, normalmente sendo a dominação exercida por um individuo chefe da comunidade domestica – pater famílias ou despótès –, determinado segundo regras de sucessão; Sultanismo - forma de dominação no qual esta calcada no “arbítrio livre” do governante, munido de um aparato administrativo próprio para fazer valer suas ordens; Feudalismo - forma de dominação baseada em um contrato de status, em termos de vassalo-suserano, regidos pelo sentimento de fidelidade pessoal entre ambos – ideia de honra; Patrimonialismo - dominação exercida com base em um direito pessoal, embora decorrente de laços tradicionais, obedecendo-se ao chefe por uma sujeição instável e intima derivada do direito consuetudinário – porque assim sempre ocorreu (SILVEIRA, 2006). O Patrimonialismo é uma forma de exercício da dominação por uma autoridade, a qual esta legitimada pela roupagem da tradição, cujas características principais repousam no poder individual do governante que, amparado por se u aparato administrativo recrutado com base em critérios unicamente pessoais, exerce o poder político sob um determinado território (WEBER, 1999). Seu arquétipo constitutivo cronologicamente possui raízes na ordem familiar, de cariz patriarcal, posto que com o crescimento da esfera de poder do governante sobre seus súditos, abarcando uma ampla parcela de vastas regiões e grandes conjuntos populacionais, a administração pessoal necessitou racionalizar-se, desenvolvendo um aparato administrativo capaz de cobrir em grande parte essa 19 nova dimensão territorial e demográfica. Ao cargo patrimonial é desconhecida a divisão entre a “esfera privada” e a “oficial” (SILVEIRA, 2006). A administração política é tratada pelo senhor como assunto puramente pessoal, bem como o patrimônio adquirido pelo tesouro senhorial em função de emolumentos e tributos não se diferencia dos bens privados do senhor. Por tal razão, o príncipe lida com os assuntos da corte – públicos segundo a acepção moderna – de forma eminentemente privada, posto que o patrimônio pessoal do governante e a coisa publica são amalgamadas em uma esfera apenas, comandadas e livremente dispostas por ordem da autoridade política. Os interesses pessoais da autoridade não distinguiam a sua dimensão intima da administrativa, não havendo separação entre a seara do indivíduo em relação ao mister público que ocupava. Sua forma de administração obedecia unicamente o livre-arbítrio, baseada em “considerações pessoais” como salienta Weber, desde que a santidade da tradição, vigente desde sempre, não lhe imponha limites muito rígidos e diretos (WEBER, 1999, p. 253). O patrimonialismo, enquanto doutrina política herdada dos excertos weberianos, obteve fecunda receptividade na história das doutrinas políticas brasileiras, mormente no que concerne ao estudo da formação de nossas instituições. Tal corrente específica do pensamento nacional tende, precipuamente, ao uso dos conceitos trazidos pela Sociologia Política de Weber para explicar os traços mais marcantes das bases de nossomodelo jurídico-político, buscando elucidar em nossas formações cultural e institucional a Genesis do patrimonialismo estatal e de suas relações com o povo brasileiro. Quem nos conta com propriedade a situação no Brasil é Sergio Buarque de Holanda (1969, p. 105): Não era fácil aos detentores das posições publicas de responsabilidade, formados por tal ambiente, compreenderem a distinção fundamental entre os domínios do privado e do público. Assim, eles se caracterizam justamente pelo que separa o funcionário “patrimonial” do puro burocrata, conforme a definição de Max Weber. Para o funcionário “patrimonial”, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses 20 objetivos, como sucede no verdadeiro Estado burocrático, em que prevalece a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos. A escolha dos homens que irão exercer as funções públicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e muito menos de acordo com as capacidades próprias. Falta a tudo a ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático. [...]. Segundo Faoro (1977), a explicação para as mazelas do Estado e da Nação brasileiras pode ser mais manifestamente encontrada ao nos debruçarmos sobre o caráter específico de nossa formação histórica, em especial sobre nosso passado colonial. Em seus estudos, Faoro analisa a estrutura de poder patrimonialista adquirida do Estado Português por nossos antepassados, tendo sido este inteiramente importado em sua estrutura administrativa para a colônia na época pós- descobrimento, fato que depois foi reforçado pela transmigração da Coroa Lusitana no século XIX. Em sua acepção, tal modelo institucional foi transformado historicamente em padrão a partir do qual se estruturaram a Independênci a, o Império e a República do Brasil. O patrimonialismo seria, para Faoro (1977), a característica mais marcante do desenvolvimento do Estado brasileiro através dos tempos. Para Silveira (2006) a tradição do patrimonialismo brasileiro, que, a partir do estudo da natureza social do brasileiro típico, ou ainda do estudo do funcionamento de nossas instituições políticas, demonstra como a dicotomia clássica de público e privado em nossa tradição não apresenta uma separação muito distinta dessas esferas, havendo em nossa formação histórica e cultural traços que estigmatizam no homem publico brasileiro a prática na demarcatória de tais âmbitos de atuação, o que de certa forma implica em um modelo de governo híbrido ou uma prática político-representativa avessa a tal importante distinção. 3.2 Burocracia A administração burocrática clássica, baseada nos princípios da administração do exército prussiano, foi implantada nos principais países europeus no final do século passado; nos Estados Unidos, no começo deste século e no 21 Brasil, em 1936, com a reforma administrativa promovida por Maurício Nabuco e Luís Simões Lopes. É a burocracia que Max Weber descreveu, baseada no princípio do mérito profissional (BRESSER-PEREIRA, 1996). A administração pública burocrática foi adotada para substituir a administração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. Nesse tipo de administração o Estado era entendido como propriedade do rei. O nepotismo e o empreguismo, senão a corrupção, eram a norma. Esse tipo de administração revelar-se-á incompatível com o capitalismo industrial e as democracias parlamentares, que surgem no século XIX. É essencial para o capitalismo a clara separação entre o Estado e o mercado; a democracia só pode existir quando a sociedade civil, formada por cidadãos, distingue-se do Estado ao mesmo tempo em que o controla. Tornou- se assim necessário desenvolver um tipo de administração que partisse não apenas da clara distinção entre o público e o privado, mas também da separação entre o político e o administrador público. Surge assim a administração burocrática moderna, racional-legal (BRESSER-PEREIRA, 1996). A administração pública burocrática clássica foi adotada porque era uma alternativa muito superior à administração patrimonialista do Estado. Entretanto, o pressuposto de eficiência em que se baseava não se revelou real. No momento em que o pequeno Estado liberal do século XIX deu definitivamente lugar ao grande Estado social e econômico do século XX, verificou-se que não garantia nem rapidez, nem boa qualidade nem custo baixo para os serviços prestados ao público. Na verdade, a administração burocrática é lenta, cara, autoreferida, pouco ou nada orientada para o atendimento das demandas dos cidadãos. Este fato não era grave enquanto prevalecia um Estado pequeno, cuja única função era garantir a propriedade e os contratos. No Estado liberal só eram necessários quatro ministérios - o da Justiça, responsável pela polícia, o da Defesa, incluindo o exército e a marinha, o da Fazenda e o das Relações Exteriores. Nesse tipo de Estado, o serviço público mais importante era o da administração da justiça, que o Poder Judiciário realizava. O problema da eficiência não era, na verdade, essencial. No momento, entretanto, que o Estado se transformou no grande Estado social e econômico do século XX, assumindo um número crescente de serviços sociais - a educação, a saúde, a cultura, a previdência e a assistência social, a 22 pesquisa científica - e de papéis econômicos - regulação do sistema econômico interno e das relações econômicas internacionais, estabilidade da moeda e do sistema financeiro, provisão de serviços públicos e de infraestrutura, - nesse momento, o problema da eficiência tornou-se essencial. Por outro lado a expansão do Estado respondia não só às pressões da sociedade, mas também às estratégias de crescimento da própria burocracia. A necessidade de uma administração pública gerencial, portanto, decorre de problemas não só de crescimento e da decorrente diferenciação de estruturas e complexidade crescente da pauta de problemas a serem enfrentados, mas também de legitimação da burocracia perante as demandas da cidadania. Após a II Guerra Mundial há uma reafirmação dos valores burocráticos, mas, ao mesmo tempo, a influência da administração de empresas começa a se fazer sentir na administração pública. As ideias de descentralização e de flexibilização administrativa ganham espaço em todos os governos. Entretanto a reforma da administração pública só ganhará força a partir dos anos 1970, quando tem início a crise do Estado, que levará à crise também a sua burocracia. Em consequência, nos anos de 1980 inicia-se uma grande revolução na administração pública dos países centrais em direção a uma administração pública gerencial. Os países em que essa revolução foi mais profunda foram o Reino Unido, a Nova Zelândia e a Austrália. Nos Estados Unidos essa revolução irá ocorrer principalmente a nível dos municípios e condados - revolução que o livro de Osborne e Gaebler, Reinventando o Governo (1992) descreverá de forma tão expressiva. É a administração pública gerencial que está surgindo, inspirada nos avanços realizados pela administração de empresas (BRESSER-PEREIRA, 1996). pública: Aos poucos foram-se delineando os contornos da nova administração 1) Descentralização do ponto de vista político, transferindo recursos e atribuições para os níveis políticos regionais e locais; 2) Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para os administradores públicos transformados em gerentes crescentementeautônomos; 23 3) Organizações com poucos níveis hierárquicos ao invés de piramidal, 4) Pressuposto da confiança limitada e não da desconfiança total; 5) Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido, passo a passo, dos processos administrativos; e, 6) Administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de autoreferida (BRESSER-PEREIRA, 1996). 3.3 Gerencial No Brasil a ideia de uma administração pública gerencial é antiga. Começou a ser delineada ainda na primeira reforma administrativa, nos anos 1930, e estava na origem da segunda reforma, ocorrida em 1967. Os princípios da administração burocrática clássica foram introduzidos no país através da criação, em 1936, do DASP – Departamento Administrativo do Serviço Público. A criação do DASP representou não apenas a primeira reforma administrativa do país, com a implantação da administração pública burocrática, mas também a afirmação dos princípios centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica. Entretanto, já em 1938, temos um primeiro sinal de administração pública gerencial, com a criação da primeira autarquia. Surgia então a ideia de que os serviços públicos na “administração indireta” deveriam ser descentralizados e não obedecer a todos os requisitos burocráticos da “administração direta” ou central. A primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública brasileira, entretanto, irá acontecer no final dos anos 1960, através do Decreto-Lei 200, de 1967, sob o comando de Amaral Peixoto e a inspiração de Hélio Beltrão, que iria ser o pioneiro das novas ideias no Brasil. Beltrão participou da reforma administrativa de 1967 e depois, como Ministro da Desburocratização, entre 1979 e 1983, transformou-se em um arauto das novas ideias (BRESSER-PEREIRA, 1996). Definiu seu Programa Nacional de Desburocratização, lançado em 1979, como uma proposta política visando, através da administração pública, “retirar o usuário da condição colonial de súdito para investi-lo na de cidadão, destinatário de toda a atividade do Estado” (BELTRÃO, 1984, p. 11). 24 A reforma iniciada pelo Decreto-Lei 200 foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Toda a ênfase foi dada à descentralização mediante a autonomia da administração indireta, a partir do pressuposto da rigi dez da administração direta e da maior eficiência da administração descentralizada. O decreto-lei promoveu a transferência das atividades de produção de bens e serviços para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, consagrando e racionalizando uma situação que já se delineava na prática. Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa o planejamento e o orçamento, a descentralização e o controle dos resultados. Nas unidades descentralizadas foram utilizados empregados celetistas, submetidos ao regime privado de contratação de trabalho. O momento era de grande expansão das empresas estatais e das fundações. Através da flexibilização de sua administração buscava-se uma maior eficiência nas atividades econômicas do Estado, e se fortalecia a aliança política entre a alta tecnoburocracia estatal, civil e militar, e a classe empresarial (BRESSER-PEREIRA, 1996). O Decreto-Lei 200 teve, entretanto, duas consequências inesperadas e indesejáveis. De um lado, ao permitir a contratação de empregados sem concurso público, facilitou a sobrevivência de práticas patrimonialistas e fisiológicas. De outro lado, ao não se preocupar com mudanças no âmbito da administração direta ou central, que foi vista pejorativamente como “burocrática” ou rígida, deixou de realizar concursos e de desenvolver carreiras de altos administradores. O núcleo estratégico do Estado foi, na verdade, enfraquecido indevidamente através de uma estratégia oportunista do regime militar, que, ao invés de se preocupar com a formação de administradores públicos de alto nível selecionados através de concursos públicos, preferiu contratar os escalões superiores da administração através das empresas estatais (BRESSER-PEREIRA, 1996). 25 VALE LEMBRAR... O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os absolutismos. O monarca gastava as rendas pessoais e as rendas obtidas pelo governo de forma indistinta, ora para assuntos que interessassem apenas a seu uso pessoal (compra de roupas, por exemplo), ora para assuntos de governo (como a construção de uma estrada). Como o termo sugere, o Estado acaba se tornando um patrimônio de seu governante. No Brasil, o patrimonialismo fora implantado pelo Estado colonial português, quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distingue perante as autoridades. Assim, torna-se “natural” desde o período colonial (1500 - 1822), perpassando pelo período Imperial (1822 - 1889) e chegando mesmo à República Velha (1889 - 1930) a confusão entre o público e o privado. Burocracia é um conceito administrativo amplamente usado, caracterizado principalmente por um sistema hierárquico, com alta divisão de responsabilidade, onde seus membros executam invariavelmente regras e procedimentos padrões, como engrenagens de uma máquina. É também usado com sentido pejorativo, significando uma administração com muitas divisões, regras e procedimentos redundantes, desnecessários ao funcionamento do sistema. O comportamento burocrático brasileiro envolve: circulação, carreira e nomeação. A alta circulação enfraquece a organização formal e inibe as lealdades do espaço de atividade burocrática e, portanto, a institucionalização. Embora livres de compromissos com a organização, os funcionários seguem trajetórias identificáveis, que, através da socialização e das exigências para progredir, conformam tipos sociais com conjuntos distintos de preferências. Por último, são as nomeações, no lugar da autoridade formal, que distribuem esses tipos sociais nomeados pela burocracia e estruturam suas relações de poder (VIEIRA, 2007). 26 VALE GUARDAR... Na administração pública patrimonialista, própria dos Estados absolutistas europeus do século XVIII, o aparelho do Estado é a extensão do próprio poder do governante e os seus funcionários são considerados como membros da nobreza. O patrimônio do Estado confunde-se com o patrimônio do soberano e os cargos são tidos como prebendas (ocupações rendosas e de pouco trabalho). A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração (OLIVEIRA, 2007). A administração pública burocrática surge para combater a corrupção e o nepotismo do modelo anterior. São princípios inerentes a este tipo de administração a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia funcional, a ideia de carreira pública e a profissionalização do servidor, consubstanciando a ideia de poder racional legal. Os controles administrativos funcionam previamente, para evitar a corrupção. Existe uma desconfiança prévia dos administradores públicos e dos cidadãos que procuram o Estado com seus pleitos. São sempre necessários, por esta razão, controles rígidos em todos os processos, como na admissão de pessoal, nas contratações do Poder Público e no atendimento às necessidades da população (OLIVEIRA, 2007). A administração burocrática, embora possua o grande mérito de ser efetiva no controle dos abusos, corre o risco de transformaro controle a ela inerente em um verdadeiro fim do Estado, e não um simples meio para atingir seus objetivos. Com isso, a máquina administrativa volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. O seu grande problema, portanto, é a possibilidade de se tornar ineficiente, autoreferente e incapaz de atender adequadamente os anseios dos cidadãos. A administração pública gerencial apresenta-se como solução para estes problemas da burocracia. Prioriza-se a eficiência da Administração, o aumento da qualidade dos serviços e a redução dos custos. Busca-se desenvolver uma cultura gerencial nas organizações, com ênfase nos resultados, e aumentar a governança do Estado, isto é, a sua capacidade de gerenciar com efetividade e eficiência. O cidadão passa a ser visto com outros olhos, tornando-se peça essencial para o 27 correto desempenho da atividade pública, por ser considerado seu principal beneficiário, o cliente dos serviços prestados pelo Estado (OLIVEIRA, 2007). A administração gerencial constitui um avanço, mas sem romper em definitivo com a administração burocrática, pois não nega todos os seus métodos e princípios. Na verdade, o gerencialismo apoia-se na burocracia, conservando seus preceitos básicos, como a admissão de pessoal segundo critérios rígidos, a meritocracia na carreira pública, as avaliações de desempenho, o aperfeiçoamento profissional e um sistema de remuneração estruturado. A diferença reside na maneira como é feito o controle, que passa a concentrar-se nos resultados, não mais nos processos em si, procurando-se, ainda, garantir a autonomia do servidor para atingir tais resultados, que serão verificados posteriormente. Aceita-se também uma maior participação da sociedade civil na prestação de serviços que não sejam exclusivos de Estado. São as chamadas entidades paraestatais, que compõem o terceiro setor, composto por entidades da sociedade civil de fins públicos e não lucrativos, como as organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs). Este setor passa a coexistir com o primeiro setor, que é o Estado, e com o segundo setor, que é o mercado (OLIVEIRA, 2007). Na administração gerencial, a noção de interesse público é diferente da que existe no modelo burocrático. A burocracia vê o interesse público como o interesse do próprio Estado. A administração pública gerencial nega essa visão, identificando este interesse com o dos cidadãos, passando os integrantes da sociedade a ser em vistos como clientes dos serviços públicos. Atualmente, o modelo gerencial na Administração Pública vem cada vez mais se consolidando, com a mudança de estruturas organizacionais, o estabelecimento de metas a alcançar, a redução da máquina estatal, a descentralização dos serviços públicos, a criação das agências reguladoras para zelar pela adequada prestação dos serviços etc. O novo modelo propõe-se a promover o aumento da qualidade e da eficiência dos serviços oferecidos pelo Poder Público aos seus clientes: os cidadãos (OLIVEIRA, 2007). 28 4 A NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O movimento da Nova Gestão Pública (New Public Management) teve início na década de 1970, e os primeiros participantes foram o Reino Unido, com a primeira ministra Margaret Thatcher, e os Estados Unidos, com o governo municipal de Sunnyvale, na Califórnia. A eles juntaram-se depois os governos da Nova Zelândia e Austrália. Segundo Slomski (2008) a Nova Gestão Pública (NGP) é vista como um processo de transposição de conceitos da administração de negócios para a administração pública, procurando introduzir uma mudança cultural que enfatiza os objetivos associados à proteção. Normalmente, a NGP antecede a governança, pois é necessário reformas consistentes, no sentido de construir um Estado que responda às necessidades do cidadão, conjuntamente com a reforma administrativa, que possibilite a implantação de mecanismos de governança. A NGP é uma reforma do Estado que pressupõe mais liberdade na gestão da entidade pública, do mesmo modo que para a NGP ser plena, necessita de boa governança e, desse modo, fortalece a discussão sobre a implantação de governança na gestão pública. Esse processo de administração também pressupõe que o grupo unificado de práticas, com origem no setor privado, possa ser aplicado no setor público (POLLITT, 1990 apud SLOMSKI, 2008). A publicação, em maio de 1995, do primeiro relatório de normas na vida pública, estabeleceu, explicitamente, os sete princípios da vida pública, como sendo: abnegação, integridade, objetividade, responsabilidade em prestar contas, franqueza, honestidade e liderança. A onda de reforma na gestão pública, normalmente definida como a NGP, diz respeito à administração e não à política, para a avaliação de desempenho e eficiência, desagregando a burocracia pública das organizações, com redução de custos e um estilo de administrar que enfatize, entre outras coisas, o objetivo de 29 produção, limites dos termos de contrato, incentivos monetários e a liberdade para administrar. Para Kelly e Vanna (2001), as reformas da NGP procuram introduzir uma mudança cultural que enfatiza os objetivos normalmente associados à proteção, em vez daqueles associados ao gasto. São projetadas para aumentar a concentração da flexibilidade gerencial em dois temas principais: delegar a gestão financeira e introduzir novas formas de prestação de serviços e, ainda, contribuíram na busca de disciplina fiscal e de restrição orçamentária, dando poderes aos guardiões do erário público e procurando enraizar os valores da linha de base. Nesse contexto, a NGP apresenta as seguintes características: a) Contextualizar o cidadão como um cliente em foco; b) Dar o sentido claro da missão da organização pública; c) Delegar autoridades; d) Substituir normas por incentivos; e) Elaborar orçamentos baseados em resultados; f) Expor operações do governo à concorrência; g) Procurar soluções de mercado e não apenas administrativas; h) Medir o sucesso do governo pelo cidadão (REZENDE, 2005). Também tem como princípios: Reestruturação; Reengenharia; Reinvenção; Realinhamento; Reconstituição (SLOMSKI, 2008). Desse modo, temos como objetivo da NGP, segundo Bresser-Pereira (2005) a construção de um Estado que responda às necessidades de seus cidadãos, um 30 Estado democrático, no qual seja possível aos políticos fiscalizar o desempenho dos burocratas e estes sejam obrigados por lei a lhes prestar contas, e onde os eleitores possam fiscalizar o desempenho dos políticos e estes também sejam obrigados por lei a prestar contas. A utilização dos instrumentos mais modernos não deve desviar a atenção da gestão pública dos seus principais objetivos e desafios. As ferramentas deverão ser as mais eficientes, mas convém ressaltar que as mesmas deverão voltar suas atenções para os seguintes pontos fundamentais que constituem a área de concentração da ação do Estado moderno: 1º. Gestão dos conflitos entre o Estado-nação e a economia global, cuja competência é inquestionavelmente do Estado; 2º. Gestão dos conflitos na sociedade civil e, com a mesma, abrir o Estado à participação da cidadania, criando transparência, implantando sistemas que amadureçam a cidadania e favoreçam a expressão da sociedade civil; 3º. Exercer o poder regulador da economia de forma a voltar a atenção para as necessidades da população e supri-la quando indispensável, em vez de apenas buscar viabilizar a rentabilidade das empresas envolvidas na atividade regulada; 4º. Prestaçãode serviços, coletivos e individuais, com qualidade e eficiência, inclusive com a maior participação das regiões e municípios, que por estarem mais próximos dos problemas têm mais condições de contribuir para as soluções de modo efetivo. Em suma, a gestão pública deve conduzir sua ação de forma a efetuar uma transformação fundamental no comportamento da administração em relação a seus usuários, passando-o da condição de súdito para a de cidadão, destinatário de toda atividade do Estado (ALVES, 2002). 31 5 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SOCIETAL A origem da vertente da qual deriva a administração pública societal está ligada à tradição mobilizatória brasileira, que alcançou o seu auge na década de 1960, quando a sociedade se organizou pelas reformas no país. Após o golpe de 1964, essas mobilizações retornaram na década de 1970, período no qual a Igreja Católica catalisou a discussão de problemas coletivos nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), inspirada pelos ideais da teologia da libertação e da educação popular. Promovendo os clubes de mães, os grupos de estudos do Evangelho e os encontros de jovens, as CEBs se consolidaram como um espaço alternativo para a mobilização política ao estimular a participação popular no debate das dificuldades cotidianas, contribuindo para a formação de lideranças populares (PAES, 2005). Esse ambiente estimulou a articulação de alguns grupos em torno de questões que afetavam substancialmente a qualidade de vida individual e coletiva, originando reivindicações populares junto ao poder público. Emergiram então demandas por bens de uso coletivo, como transporte, habitação, abastecimento de água, saneamento básico, saúde e creche. Segundo Gohn (1995), alguns grupos também protagonizaram mobilizações pelos direitos de cidadania, como, por exemplo, os movimentos que protestavam contra o custo de vida, o desemprego, a repressão política e a opressão da mulher. Paralelamente, constituíam-se os primeiros Centros Populares, espaços criados por militantes políticos para facilitar sua atuação nas CEBs e nas bases comunitárias em atividades como as de assessores, educadores e organizadores da mobilização popular. A partir da década de 1980, esses Centros Populares também passaram a ser denominados organizações não governamentais (ONGs). De acordo com Doimo (1995), consolidava-se o campo movimentalista, no qual transitavam os movimentos populares e sociais, o movimento sindical, as pastorais sociais, os partidos políticos de esquerda e centro-esquerda, e as ONGs. Ferreira (1991) aponta que na esteira desses movimentos, no início da década de 1980, surgiram as primeiras experiências que tentaram romper com a forma centralizada e autoritária de exercício do poder público, como, por exemplo, 32 os mutirões de casas populares e hortas comunitárias de Lages, em Santa Catarina, as iniciativas de participação ocorridas no governo Franco Montoro, em São Paulo, e na administração de José Richa, no Paraná. O tema da inserção da participação popular na gestão pública é o cerne dessa mobilização (Grupo de Estudos sobre a Construção Democrática, 1999), e atingiu seu ápice em meados da década de 1980, momento da elaboração da Constituinte, quando diferentes forças políticas ofereciam suas propostas para formular um novo referencial das relações entre Estado e sociedade, cada qual fundamentada na sua visão de como deveria ser a construção da democracia no Brasil. Apesar de sua heterogeneidade, o campo movimentalista se centrava na reivindicação da cidadania e no fortalecimento do papel da sociedade civil na condução da vida política do país, pois questionava o Estado como protagonista da gestão pública, bem como a ideia de público como sinônimo de estatal (MEZZOMO KEINERT, 2000). Uma concepção começou a se tornar predominante no âmbito desse campo, a saber: a implementação de um projeto político que procura ampliar a participação dos atores sociais na definição da agenda política, criando instrumentos para possibilitar um maior controle social sobre as ações estatais e desmonopolizando a formulação e a implementação das ações públicas. Nesse contexto, multiplicaram-se pelo país governos com propostas inovadoras de gestão pública, que abrigavam diferentes experiências de participação social (PAES, 2005). Essas experiências foram construídas principalmente nos governos das Frentes Populares, que começavam a ganhar maior importância no cenário político. Ampliava-se assim a inserção do campo movimentalista, que passou a atuar nos governos municipais e estaduais por meio dos conselhos de gestão tripartite, comissões de planejamento e outras formas específicas de representação (JACOBI, 2000). Durante a década de 1990 foi implementada a reforma gerencial do Estado brasileiro. No entanto, não havia no cenário político uma visão unívoca de reforma, 33 pois também estava em curso um novo paradigma reformista: o estado-novíssimo- movimento-social, que rearticula o Estado e a sociedade, combinando a democracia representativa e a participativa (SOUZA SANTOS, 1999). Essa visão alternativa tenta ir além dos problemas administrativos e gerenciais, pois considera a reforma um projeto político e de desenvolvimento nacional. Essa orientação passou a ser defendida por intelectuais de esquerda e por algumas lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), que se opunham ao projeto gerencial de reforma do Estado. No pensamento de alguns desses intelectuais (Genro, 1997, 1999, 2000; Nogueira, 1998 apud Paes, 2005), isso se manifesta na defesa da esfera pública não estatal, que está intimamente relacionada com a criação de espaços públicos de negociação e espaços deliberativos. Segundo Genro (1997), a esfera pública não estatal não depende necessariamente do suporte da representação política tradicional, sendo constituída por milhares de organizações, locais, regionais, nacionais e internacionais que mediam a ação política direta dos cidadãos. Esse conceito de esfera pública não estatal envolve a elaboração de novos formatos institucionais que possibilitem a cogestão e a participação dos cidadãos nas decisões públicas. Nesse processo, as políticas e ações governamentais conferem identidade aos envolvidos, alteram o cotidiano da cidade e interferem na compreensão política de sua cidadania (PAES, 2005). Nesse ponto se destaca a ação dos governos locais por meio de experiências alternativas de gestão pública, tais como as examinadas pelo programa Gestão Pública e Cidadania (Spink, 2000), promovido pela FGV-EAESP desde 1996, que possui como objetivo identificar, divulgar e premiar iniciativas inovadoras de gestão pública, estimulando o debate e a reflexão das experiências com a articulação entre o governo e a sociedade civil. De um modo geral, os projetos premiados introduzem mudanças qualitativas ou quantitativas em relação às práticas anteriores, obtêm impacto na qualidade de vida dos beneficiários, são reprodutíveis em outras regiões e administrações, ampliam e consolidam a articulação entre a sociedade civil e o Estado, e enfatizam o desenvolvimento autossustentável. É importante adicionar a construção de canais de participação, como os Fóruns Temáticos, voltados à discussão de questões 34 variadas relacionadas com o interesse público, os Conselhos Gestores de Políticas Públicas e o Orçamento Participativo (PAES, 2005). De acordo com a análise de Paes, ao longo dos anos 1990 essas experiências alternativas se manifestaram de forma fragmentada, demandando uma amarração a um projeto político mais abrangente para o Estado e a sociedade, que contemplasse os seguintes elementos: a) um novomodelo de desenvolvimento para o Brasil que enfrentasse a crise do nacional desenvolvimentismo; b) uma proposta de reorganização para o aparelho de Estado; e, c) uma visão de gestão pública alternativa ao gerencialismo. Emergia assim a noção de administração pública societal, mas não havia uma representação política presente no poder central para implementá-la. Após sucessivas derrotas, o PT e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tiveram êxito nas eleições presidenciais de 2002, levando ao poder uma coalizão que agrega setores populares, partidos de esquerda e centro-esquerda, bem como setores do empresariado nacional. Isso reacendeu a esperança de implementar um projeto que se diferenciasse pela sua tentativa de promover e difundir as virtudes políticas do campo movimentalista, reformulando as relações entre o Estado e a sociedade no que se refere aos direitos de cidadania (WAINWRIGHT, 1998). No entanto, esse ainda é um projeto em construção, pois a aliança política que o sustenta se encontra em processo de consolidação, e a expectativa de que essa nova abordagem de gestão pública se tornasse marca do governo federal não se concretizou. Até o momento se observa uma continuidade em relação às práticas gerencialistas. Na realidade, a vertente societal não é monopólio de um partido ou força política, nem apresenta o mesmo consenso da vertente gerencial em relação aos objetivos e características de seu projeto político. Nos dois quadros a seguir temos uma comparação pertinente aos modelos da administração pública gerencial e societal, bem como os limites e pontos positivos de ambas, fechando assim essa primeira apostila do curso de Gestão Pública. 35 36 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ALVES, Evaldo. As mudanças estruturais e a gestão pública. In: FIGUEIREDO, Carlos Maurício; NÓBREGA, Marcos. Administração Pública: direitos administrativos, financeiro e gestão pública: prática, inovações e polêmicas. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002. ANDRADE, Nilton de Aquino (org.) Planejamento governamental para municípios: PP, LDO, LOA. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. BELTRÃO, Hélio. Descentralização e Liberdade. Rio de Janeiro: Record, 1984. BRASIL. Constituição da República Federativa, 1988. 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