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Medicina de Animais Selvagens – Aula Teórica 1 Professor Daniel Balthazar 27.07.2016 Michelle Lussac LEGISLAÇÃO E ÉTICA Obs: Canário belga – coexistiu com o ser humano, “crescendo” dentro de uma gaiola. Ele é amarelo, que não é sua cor natural, ele vai ser presa facilmente se solto na natureza, e além disso não se assusta com qualquer coisa, pois é manso. 42 km² – território de 1 onça. Profissionalismo – trata animais relacionados com criminalização. Vender animais selvagens, seus produtos e/ou subprodutos é ilegal. Recomendar criatórios legais para compra de animais legalizados. A finalidade é tratar o animal e orientar o proprietário, e não denunciar. Animais legalizados são marcados com microchip, tem pessoas querendo transferir microchip, colocar anilhas em aves. Frustrações – centros de resgate tem alta taxa de mortalidade; proprietários de répteis dificilmente percebem alteração no animal; animais selvagens prostrados é porque estão muito prostrados, isso porque na natureza os fracos não sobrevivem. Complicações pós-operatórias principalmente devido a comportamento. Limitações, como onça com insuficiência renal crônica que não tem como fazer fluidoterapia e mudar dieta, como no gato doméstico. Obs: Gato do mato grande e gato do mato pequeno – sendo o grande do tamanho do gato doméstico. Obs: Artrodese do cotovelo – estabilização da fratura de forma a anular a articulação com placa pegando úmero e rádio. Disciplina e atenção – trabalha com animais que podem causar lesões físicas e químicas (venenos), animais extremamente ágeis como gatos selvagens e animais que tem inteligência, além de força e agilidade, como primatas. Pan troglodytes – chimpanzés, primata hominídio. Passa maior parte da vida de cativeiro tentando descobrir como se libertar. Pantera Tigris Bothrops alternatus Obs: Parente mais próximo – livro. Trabalho de psicólogo com um chimpanzé ensinando-o Libras e quando ela teve filhote, ensinou a mesma linguagem a ele. Conhecimentos interdisciplinares – saber um pouco de várias disciplinas, principalmente trabalhando em zoológico, porque não vai ter acesso imediato a especialistas. Exemplo: cirurgia, oftalmo, radiologia, etc. Autodidata e ter interesse científico – Livros: Tratado de Animais Selvagens; Biology, Medicine and Surgery of Elephants; Biology, Medicine, and Surgery of South America Wild Animals (!!!). Interesse científico para publicar relatos, pois o conhecimento é pouco em relação a animais selvagens. Clínica de pequenos x Clínica de silvestres – em um zoológico tem animais, como zebras e búfalos, que serão tratados similarmente ao cavalo e ao bovino. Por que criar um animal silvestre em cativeiro? Introdução Domesticação -> se deu devido ao sedentarismo do ser humano, a partir do momento que se instalou em um local e não era mais nômade, começou a ter a aproximação aos animais domésticos; finalidades da domesticação para alimentação, roupa, adorno em relação a aves (usavam as penas), transporte, isso no caso dos, hoje, considerados domésticos e considerando animais selvagens usavam (usam) também como transporte (dromedários e camelos). Obs: periquito australiano – considerado doméstico. Processo evolutivo grande e por isso tem muitas cores. Evolução biológica e cultural – homem + animais Mito (toda cobra tem peçonha e por isso deve ser eliminada), folclore (quem tem asma deve ter jabuti em casa para passar a asma para o jabuti e tira da criança devido ao sibilo na respiração; ou que jabuti tira energia ruim da casa), lendas, contos e crenças Admirado ou odiado – devido aos mitos, etc. Consequências destes sentimentos Admiração – desejo de posse Ódio – desejo de eliminação Ambos levam à redução de populações. Lei de básica mercado Se há oferta é porque há procura! Obs: Histórico do animal – é bom saber da onde adquiriu para saber se é legalizado ou não. O tráfico de animais selvagens é a 3ª atividade ilegal do mundo – perdendo para tráfico de droga e armas. Movimenta 1 bilhão de dólares por ano – 4 milhões de aves; 640 mil repteis; 350 mil peixes; 40 mil primatas. Justificativa desta procura Empatia, admiração e ternura Traços culturais – em relação aos mitos Ignorância – mesmo sem saber que é ilegal ou que é animal selvagem, não é justificativa para não ser preso Dó Cobiça e ganância Necessidade de afirmação Modismo Isso tudo leva ao desejo de posse. O mercado já existe, porém ele ainda é injusto! O animal legalizado é bem mais caro do que o ilegal. O preço depende muito da oferta e demanda. Justificativa do comércio legalizado Prisão Multas – depende do grau de extinção que o animal estiver Apreensão do bicho Desestimula o comércio ilegal Docilidade da ave – docilidade da ave ilegal é devido a fraturas, intoxicação, cegos, fora má nutrição. O animal criado em cativeiro geralmente é dócil pois faz imprint no ser humano Saúde do animal e da família Obs: informar ao “proprietário” (que leva o animal no veterinário) que mesmo pagando pelo animal selvagem que o verdadeiro proprietário do animal é o Estado (Brasil). Obs: papagaios regurgitam um para o outro na reprodução. O macho faz isso para “dizer” que está pronto para acasalar Fauna silvestre nativa Espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. Animais: papagaio; Tem que ter autorização do IBAMA. Fauna exótica Espécies que não ocorrem em dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. Animais: tigre; cacatua; crocodilo. Tem que ter autorização do IBAMA. Fauna doméstica Está constituída pelas espécies que, ao longo de um lento processo evolutivo e através de processos tradicionais de manejo, passaram a ter características biológicas e comportamentais com estreita dependência do homem. Animais: periquito australiano; calopsita; lhama; dromedário; pavão; algumas espécies de faisão; canário belga. Não tem que ter autorização do IBAMA. Aula Teórica 2 03.08.2016 Águas jurisdicionais – não consideram 200 milhas, mas sim a plataforma continental. Seleção artificial com modificações das características originais Periquito australiano perdeu a reprodução por foto-período, diferente do papagaio verdadeiro, então eles reproduzem o ano inteiro. A coloração natural/selvagem dos periquitos australianos é com corpo verde, face amarela, parte superior do bico azulada. Mas hoje em dia tem 140 colorações diferentes, cada um com seu preço e suas patologias, sendo que os brancos tem mais patologias que os outros porque portam gene recessivo. Canário gloster tem muito cisto de pena. Coloração aposemática (que chama atenção) – cobra coral, pererecas amazônicas, taturana. Animais da Oceania podem ter essa coloração aposemática porque não tem mamífero placentário originário, o maior mamífero predador é o diabo da tasmânia (marsupial – não é placentário). Ex: Loris arco-íris, cacatua, Agapornis fischerii Obs: Marsupiais (mamíferos não placentários) – taxa metabólica basal menor: comem menos, são mais lentos. Tem colorações de papagaio verdadeiro diferentes da verde – amarelo, azul. As diferentes colorações, em relação ao natural, não servem para conservação! Finalidades da criação em cativeiro Curió foi exaustivamente retirado da natureza e por muito tempo foi ameaçado de extinção, e graças à criação em cativeiro e às mudanças feitas pelo ser humano essa espécie conseguiu ser salva. Hoje não são mais ameaçados de extinção. O curió tem uma diversificação de canto grande, graças à seleção artificial, então não há costume de pegar animal selvagem com canto selvagem para colocar em criação, isso porque o canto selvagem vai atrapalhar o canto da criação pois os animais da criação vão ouvir o canto selvagem e vai atrapalhar no canto dacriação. Ou seja, há desinteresse em relação aos curiós selvagens, só se interessam em curiós nascidos em cativeiro. Ou seja, a finalidade é para privar os selvagens da sua captura. Importância na conservação das espécies Calcula-se que de 5 a 6 milhões de pessoas por todo Brasil possuam uma ave nativa em casa. Aves – há muita fraude, porque são usadas anilhas na pata. Anilha só consegue ser colocada nos primeiros dias de vida, caracterizando que nasceu em cativeiro, mas mesmo assim conseguem burlar. Anilha é considerado selo brasileiro – fraudar selo é crime gravíssimo. Decreto n⁰24.645, de 10 de julho de 1934; estabelece medidas de proteção aos animais Artigo 1⁰ Todos os animais existentes no País são tutelados do Estado – tendo ou não nota fiscal, o animal pode ser retirado da pessoa portadora do animal. A ideia é: caso necessário, pensando no modo conservacionista, o Estado vai pegar o animal. Decreto n5.197, de 3 de janeiro de 1967 Artigo 1 os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedade do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. (SLIDE) Principal papel dos zoológicos – educação ambiental. Além disso: pesquisa; residência e estágios; venda de animais e/ou dos seus subprodutos (alguns zoológicos). Criadouro cientifico de fauna silvestre para fins de conservação – criação de branco genético Criadouro cientifico de fauna silvestre para fins de pesquisa – tem que publicar algo Criadouro comercial de fauna silvestre – apreensão de um macho e uma fêmea de espécie não ameaçada de extinção, tem que reproduzir e o filhote é que pode ser vendido. Mas se a espécie for ameaçada de extinção, tem que ter 2 casais e reproduzir (F1), pegar um macho e uma fêmea de cada casal e reproduzi-los (F2), então esse filhote pode ser comercializado. O problema de esperar 2 gerações é o tempo, por exemplo a arara azul demora de 10-15 anos para chegar à maturidade sexual. Estabelecimento comercial de fauna silvestre – para ser responsável técnico. Toda pet shop precisa ter. Mantenedor da fauna silvestre – que mantém animal silvestre legalizado. O que não pode fazer: comercializar, reproduzir (!!!). Como ser: comprar animal legalizado; após apreensão, onde recebe multa e depois o IBAMA disponibiliza o título de mantenedor da fauna; voluntariamente tentar se colocar como mantenedor da fauna, ou seja, tem o animal ilegal e vai no INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e pedir para ser mantenedor da fauna, consegue com maior facilidade quando o animal não é ameaçado de extinção. Obs: meliponários – criação de abelhas. Obs: NÃO PEDE LEGISLAÇÕES EM PROVA! MAS concursos públicos sempre pedem!!! Elaborar prontuário contendo informações indispensáveis à identificação do animal e de seu detentor – se IBAMA for na clínica ele precisará desse prontuário. Informar ao detentor a necessidade de legalização dos animais e a proibição de manutenção em cativeiro de animais que não estão na lista de domésticos!!! Qual o papel do médico veterinário na educação? Conservação das espécies E conservação ambiental!!!
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