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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Avaliação On-Line 2 (AOL 2) - Questionário 01. Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e coerente. Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de importante – é, antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e coerente. Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos não se contradizem. É possível, com rigoroso método, reuni- los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e assim eles nos dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o destino (…º. ”(OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 – p. 11.º Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica, assinale a alternativa correta. A) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão de mundo que o homem grego arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos importantes como harmonia, proporção e questionamentos a respeito dos princípios, das causas e do porquê das coisas. Embora todas essas instâncias apresentavam-se como tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular em que eram narrados. B) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos humanos e, assim, a determinação divina (ananque. se colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe. quem governava, isto é, possuía a função de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento de sua livre ação. C) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o pleno exercício da atividade racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e heleniDstas, não houve uma ruptura na passagem do mito para o logos, mas sim um processo gradual e contínuo de enraizamento histórico que culminou no advento da filosofia. D) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter teórico e abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia grega. E) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma modalidade literária bem singular no ocidente. As ações dos deuses e dos homens, por exemplo, sempre obedeceram a uma ordem pré-estabelecida, a qual sempre revelou uma lógica racional em funcionamento. 02. A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999 O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? A) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. B) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. C) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. D) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. E) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. 03. A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptadoº. De acordo com o excerto acima, a virtude aristotélica consiste: A) no senso de medida universal, ou seja, na boa escolha relativa a nós, que pode ser comparada à produção aritmética em sua capacidade de escolher os meios com medida, ou de escolher a justa medida - nem o excesso, nem a falta de forma sistemática. B) na capacidade de se encontrar a justa medida, a partir da ação própria do agente que reconhece a relatividade das circunstâncias nas quais está inserido. A medida está na capacidade de agir virtuosamente a cada momento e diante de todas as circunstâncias particulares de tempo, de lugar, de relação. C) na repetição do ato virtuoso, pois este já se encontra em estado de perfeição. Diante disso, uma vez encontrada a justa medida, que está compreendida no domínio daquilo que não pode ser de outro modo, esta deve ser repetida em todas as circunstâncias. D) na capacidade de alcançar o fim desejado, isto é, uma vida justa e feliz. Por isso, a ética, na concepção de Aristóteles, é um saber produtivo (poiesis., sendo determinado pelo produto de suas ações, o que equivale a dizer que o agente e os meios ficam em segundo plano em relação ao fim atingido. E) na racionalidade com que o agente escolhe os meios para se atingir os fins desejados, ainda que estes fins não possam ser alcançados, pois, ainda que as escolhas sejam boas (oportunas e medidas., os fins almejados pelo homem virtuoso nem sempre podem ser alcançados. 04. • AMÉRICO, P. Sócrates afastando Alcebíades dos braços dos vícios. 1861. A imagem apresentada, que expressa a ideia de "filiação", mostra o mestre Sócrates cuidando da evolução espiritual do seu discípulo.Na história do desenvolvimento espiritual no Brasil, há uma lacuna a se considerar: a falta de seriação nas ideias, a ausência de uma genética. Por outros termos: entre nós um autor não procede de outro; um sistema não é uma consequência de algum que o precedeu. É uma verdade afirmar que não temos tradições intelectuais no rigoroso sentido. Na história espiritual das nações cultas, cada fenômeno de hoje é um último elo de uma cadeia; a evolução é uma lei. Na evolução filosófica, Kant dá Fitche; este dá Schelling e, por uma razão imanente ao sistema, aparecem, ao mesmo tempo, Hegel e Schopenhauer. Neste país, ao contrário, os fenômenos mentais seguem outra marcha; o espírito público não está ainda criado e muito menos o espírito científico. As ideias dos filósofos, que vou estudando, não descendem umas das outras pela força lógica dos acontecimentos. É que a fonte onde nutriam suas ideias é extranacional. Não é um prejuízo; antes equivale a uma vantagem. ROMERO, S. A filosofia no Brasl. In: Obra filosófica. São Paulo: Edusp, 1969 (adaptadoº. Considerando as ideias do autor no texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. É uma vantagem para a filosofia no Brasil filiar-se a correntes estrangeiras. PORQUE II. Na história da filosofia nas nações cultas, a evolução é uma lei. A respeito das duas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições falsas. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. D) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. E) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 05. A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separadoscomo na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como A) expressão do sucesso individual e reconhecimento. B) busca por bens materiais e títulos de nobreza. C) finalidade das ações e condutas humanas virtuosas. D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. E) plenitude espiritual e ascese pessoal. 06. O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas discussões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio eterno e imutável que se encontra na origem da natureza e de suas transformaçõesº ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto, Leucipo e Demócrito afirmam ser a realidade percebida pelos sentidos ilusória. Eles defendem que os sentidos apenas capturam uma realidade superficial, mutável e transitória que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra. Para Leucipo e Demócrito a physis é composta A) pelo fogo. B) pelo ilimitado. C) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio. D) pela água. E) pelos átomos. 07. Em relação à filosofia, qual é a alternativa correta? A) Da mesma forma da matemática, a filosofia não dispõe de nenhum método formal de verificação. B) Ao contrário da ciência, a filosofia se apoia em experimentos ou na observação, mas apenas na reflexão. C) Tal como a religião, a filosofia se faz pela simples indagação e arguição, ensaiando ideias e imaginando possíveis argumentos contra elas. D) A filosofia usa métodos semelhantes da ciência e da matemática, mas usa as ferramentas do "sensível" para realizar as hipóteses. E) A filosofia se apoia na reflexão e na razão, usando diversos métodos colocados pelos filósofos no decorrer da história da humanidade. 08. O que há em comum entre Tales, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, entre Xenófanes de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses pensadores propõem uma explicação racional do mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na história do pensamento”(Pierre Hadotº. Com base no texto e nos conhecimentos sobre as relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes proposições: I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como filósofos da physis porque as explicações racionais do mundo por eles produzidas apresentam não apenas o início, o princípio, mas também o desenvolvimento e o resultado do processo pelo qual uma coisa se constitui. II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a tratarem da origem e do desenvolvimento do universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas estas eram de tipo mítico, descreviam a história do mundo como uma luta entre entidades personificadas. III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos pré-socráticos seguem o mesmo esquema ternário que estruturava as cosmogonias míticas na medida em que também propõem uma teoria da origem do mundo, do homem e da cidade. IV. O nascimento das explicações racionais do mundo são também o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito; em certos momentos decisivos da história da filosofia as duas ordens de pensamento chegam a coexistir, exemplo disso pode ser encontrado no diálogo platônico Timeu quando, na apresentação do “mito mais verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é introduzida para explicar a produção do mundo. V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de matemático e físico é considerado filósofo – o fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque em sua proposição “A água é a origem e a matriz de todas as coisas” está contida a proposição “Tudo é um”, ou seja, a representação de unidade. Assinale a alternativa correta. A) Todas as proposições estão incorretas. B) Todas as proposições estão corretas. C) As proposições III e IV estão incorretas. D) Apenas a proposição IV está incorreta. E) Somente as proposições I e II estão corretas. 09. As relações entre ciência e senso comum sempre foram polêmicas, seja por que buscou se ver na primeira a evolução do segundo, seja por que foram definidos como formas de conhecimento excludentes entre si. Tendo em vista essas correlações, é correto afirmar que o conhecimento científico A) tem o poder de explicar tudo, face às dúvidas e crendices do senso comum. B) supera o senso comum, quando alcança resultados indubitavelmente provados C) concorda com o senso comum, ao basear suas afirmações no registro direto dos dados sensoriais D) estabelece uma ruptura com o senso comum, ao exigir constante crítica do passado. E) elimina a especulação pela comprovação e transforma o discurso do senso comum em fato observável. 10. O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista. Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo? Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.º É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar A) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos. B) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano. C) a maiêutica, que transita do simples para o elaborando, até gerar ou "parir" respostas mais complexas. D) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus. E) o determinismo, que une numa síntese final as teses dos contendores. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Avaliação On-Line 2 (AOL 2) - Questionário
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