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Aula 08 - Malária - Plasmodium sp. ➝ Introdução e Definições É uma doença tropical e a parasitária que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo. Pode ser conhecida como malária, paludismo, febre palustre e etc. Causada por parasitas do gênero Plasmodium e transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles quando infectado. Foi descoberta em 1890 por Chales Louis Laveram, mas possui relatos datados de 1700 a.C. na China e 1570 a.C. no Egito, nesse conhecida como febre do Nilo. ➝ Epidemiologia Distribui-se pela África como um todo e, principalmente, na África subsaariana, pela Ásia com hotspots e na América, principalmente Brasil, nos estados da Amazônia Legal (99% dos casos no Brasil). No Brasil, a espécie mais prevalente é a Plasmodium vivax e ocorre anualmente cerca de 300 - 500 mil casos por ano. Segundo a OMS, metade da população mundial vive em áreas de risco. Existem mais de 500 milhões de casos de infecção aguda, 50 mil casos com danos neurológicos e 1,5 - 2,7 milhões de morte, as quais, na maioria das vezes, são crianças inferior a 5 anos de idade. ➝ Agentes Etiológicos O parasita causador da maléaria possui diferentes espécies. Ele é do reino protista, filo apicomplexa e gênero Plasmodium. As espécies existentes são: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale (África). ➝ Vetor É o mosquito fêmea do gênero Anopheles, conhecido como mosquito prego ou carapanã. Inseto antropofílico bem adaptado e permanece infectante durante toda a sua existência. Mais abundante em horários crepusculares. No vetor, ocorre a reprodução sexuada, sendo o HD do parasita e o homem é portador de gametócitos do parasita, sendo o HI e o único reservatório. ➝ Morfologia Esporozoíto É a forma em que a fêmea do vetor introduz na picada e vai para a corrente sanguínea. Ela permanece pouco tempo na corrente sanguínea e vai se dirigir ao fígado. As formas que podem ser encontradas no sangue do homem são: trofozoítas, esquizontes e gametócitos. As diferenciações morfológicas acontecem dentro das hemácias. ➝ Ciclo Biológico Ciclo Tissular/Exoeritrocítico/Exoeritrocitário O mosquito fêmea inocula, na forma de esporozoítos, o parasita ao picar o ser humano. Os esporozoítos, da corrente sanguínea, vão para o fígado humano e invadem os hepatócitos. Neles, os esporozoítos se diferenciam em merozoítos (esquizonte - hepatócito com diversos merozoítos no interior). Fazem a lise do esquizonte e os merozoítos são liberados. Esses merozoítos liberados Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Anopheles darlingi Esporozoíto de Malária É uma cé lu la a longada , causadora da malária, surgida no oocisto da fêmea do gênero de mosquito Anopheles. Essas células parasitas vão para as g l â n d u l a s s a l i v a r e s d o "mosquito-prego" (Anopheles), onde podem entrar na via sanguínea do hospedeiro no processo da hematofagia, ou seja, quando o mosquito fémea o pica. chamamos de merozoítos tissular. Esse ciclo não causa a malária. Segundo Ciclo - Eritrocítico/Eritrocitário/das Hemácias Após a liberação dos merozoítos tissulares, vão para a corrente e infectam hemácias. Aqui eles entram em um ciclo, chamado ciclo das hemácias, porque podem infectar quantas hemácias eles quiserem. Entram nelas como merozoítos, transformam-se em trofozoítos jovem, crescem utilizando a hemoglobina e viram trofozoítos maduros. Após isso fazem divisões de núcleos e formam merozoítos. As hemácias cheias de merozoítos são chamadas de esquizonte maduro, meronte ou rosácea. Então ocorre a ruptura da hemácia e a liberação dos merozoítos. Uma parte dos merozoítos que não ficam nesse ciclo da hemácia, se diferencia, dentro da hemácias, em gametócitos (estágio sexual - macro/masculino ou micro/feminino). Até aqui acontece dentro do homem. Isso caracteriza a nomenclatura de HI, já que acontece reprodução somente assexuada. O mosquito consome todas as formas presentes na corrente sanguínea ao realizar hematofagia, porém somente os gametócitos continuarão sofrendo diferenciação no TGI do vetor. Dentro do mosquito, os gametócitos se transformam em gametas masculinos e femininos e, em seguida, ocorre a fecundação e formação do oocineto (essa forma é móvel) e, depois, nas glândulas salivares, em ovócito/oocisto cheio de esporozoítos que se rompe, fechando o ciclo. ➝ Susceptibilidade Os pacientes que podem ter uma infecção prima grave de malária são aqueles que não possuem sua imunidade devidamente formada ou comprometida. Gestantes, pacientes jovens, crianças e viajantes, geralmente são acometidos de maneira mais grave. ➝ Formas Clínicas e Patogênia Apenas o ciclo eritrocítico é responsável pelas manifestações clínicas e patogenia da malária. Os possíveis mecanismos determinantes das diferentes formas clínicas são: destruição do eritrócitos parasitado, toxicidade resultante da liberação de citocina, sequestro de eritrócitos parasitadas na rede capilar - marginação eritrocitária- e lesão capilar por deposição em glomérulos de imunocomplexos (Plasmodium malariae). As formas clínicas se dividem em: não complicada e complicada (não grave e grave). O quadro clínico geralmente é uma crise de icterícia febril, calafrios, sudorese de duração de 6-12h. Após paroxismos (tremor de calafrio) acontece febre intermitente e é mais comum na primonfecção. Pode ser leve, moderado ou grave. O período de incubação pode variar de 7 - 14 dias. A gravidade depende da espécie do parasito, tempo da doença até o diagnóstico, primoinfecção ou outros episódios, crianças e gestantes. Plasmodium falciparum ➝ Malária terçã maligna Plasmodium vivax ➝ Malária terçã Plasmodium ovale ➝ Malária terçã Plasmodium malariae ➝ Malária quartã Forma Grave/Terça Maligna - plasmodium falciparum Parasita hemácia jovens e maduras. Cada ciclo esquizogônico pode ser originados até 36 merozoítos. As formas que mais ficam aderidas nos vasos sanguíneos são: esquizontes, merozoítas e gametócitos. As formas encontradas no sangue: trofozoítos, esquizontes e gametóticos. Quadra clínico com sinais de alerta. Acontece pelo P. falciparum, principalmente por ele conter estruturas de adesão endoltelail (knobs) que favorecer a evolução para malária cerebral. Necessário internação imediata em UTI com administração IV de drogas de ação rápida. O atraso do diagnóstico possui alto índice de morbimortalidade. Critérios para considerar um paciente grave: paresitemia alta, dispneia, oligúria, hemorragia, alteração do nível de consciência, convulsões, icterícia e hipoglicemia. 1 ou + desses fatores o paciente é considerado grave. Malária Terça Benigna - Plasmodium vivax Parasita os reticulóticos que são as hemácias jovens. O número de merozoítos por esquizonte madura varia de 14 -24 merozoítos. As formas encontradas no sangue: merozoítoa, trofozoítos, pré-esquizontes (jovem), esquizontes maduros e gametócitos. Malária Quartã - Plasmodium malariae Parasita hemácias maduras e os esquizontes originam de 6 - 12 merozoeitos cada cilco. As formas encontradas no sangue são: merozoítos, trofozoítos, pré-esquizontes, esquizontes e gametócitos. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Fígado ➝ Recaídas Alguns esquizontes podem ficar latentes, como hipnozoítos, dentro dos hepatócitos por meses e depois podem se transformar em merozoítos tissulares, causando recaídas da doença, mesmo após meses de tratamento. Isso é comum na malária vivax. Recrudescência ➝ acontece quando o tto não é eficiente. Comum e grave Raro e moderado ➝ Malária Não-Complicada O quadro da malária são acompanhados de intensa debilidade física, náuseas e vômito. No exame físico, o baço é palpável. O paciente apresenta anemia em grau variável , proteinúria, hipoalbuminemia e edema Pode ocorrer infecções nos néfrons quando não há doença pelo P. malariae ➝ síndrome nefrótica quartã.➝ Malária Complicada e Grave Ocorre em adultos não imunes, crianças e gestantes. O paciente apresenta: alteração no nível de consciência, insuficiência renal, anemia grave, disfunção hepática, distúrbios de coagulação, dificuldades respiratórias, alterações metabólicas ou desequilíbrio eletrolítico, choque/colapso circulatório, hiperparasitemia e pode evoluir para malária cerebral por conta da adesão do endotélio capilar. ➝ Diagnóstico Clínico Realizado através de uma boa anamnese, observado os sinais e sintomas. Não esquece de questionar se o paciente vem ou passou por alguém região endêmica da doença. ➝ Diagnóstico Laboratorial O principal é o exame de gota espessa para encontro do parasita e chegar ao diagnóstico definitivo. Gota espessa Faz-se a punção digital, coleta o sangue e faz o esfregaço. O exame de gota espessa analisa o nível de parasitima, controla a evolução do tratamento e identifica a espécie parasitária. É feita a leitura de no mínimo 100 campos microscópicos e os resultados são semi-quantitativos em ‘cruzes’. Testes Rápidos de Imunocromatográficos São kits de antígenos rápidos, geralmente, utilizados na África por não haver muitos laboratórios. Não diferenciam a espécie e não medem parasitemia. ➝ Tratamento No tratamento devemos atingir alguns pontos específicos do ciclo de vida do parasita. Temos que interromper as esquizogonias, destruir as formas latentes (Hipnozoítos) para evitar recaídas e interromper a transmisão através da utilização de drogas que cessam seu desenvolvimento. Pro tratamento ser efeitos devemos saber: espécies do parasita infectante, idade do paciente (crianças e idosos tem mais toxicidade), história de expoisção anterior (primoinfecção é mais grave), condições clínicas associadas e gravidade da doença. ➝ Profilaxia e Controle Detecção e tratamento precoce dos infectados; Medidas de proteção individual e coletiva; Telagem de janelas e portas; Inseticidas de ação residual; Impregnação de mosquiteiros com inseticida; Desenvolvimento de novos fármacos; Treinamento de recursos humanos; Estruturação do sistema de saúde; Desenvolvimento de vacina; Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG P. vivax P. falciparum P. malariae Ciclo febril - 48h Ciclo febril - 36 a 48h Ciclo febril - 72h Cruzes Interpretação + 1 parasita/campo ++ 2 - 20 parasitas/campo +++ 21 -200 parasitas/campo ++++ Mais de 200 parasitas/campo Fármacos Utilizados no Tratamento Quinina ➝ Age sobre trofozoítos, esquizonte e merozoítos. Cloroquina ➝ age sobre as formas sanguíneas exceto gametócitos de P. falciparum Primaquina ➝ age sobre os esquizontes hepáticos e sobre gametócitos. Mefloquina ➝ utilizada na profilaxia. Artemesinina ➝ utilizada no tratamento da malária por P. falciparum grave.
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