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O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO NA VIDA DAS PESSOAS
 A Globalização é, basicamente, o processo em que, cada vez mais, a economia mundial vai se interligando, estabelecendo relações e se aproximando. Este fenômeno faz com que pessoas no mundo inteiro estejam diariamente trocando informações, produtos e serviços, 24 horas por dia.
 
Imagine você, em um dia comum, usando sua calça “jeans”, criação estadunidense, de uma marca norte-americana, mas fabricada na China; ouvindo seu aparelho de mp3, com tecnologia japonesa ou estadunidense, mas fabricada na China ou em Taiwan; andando com seu sapato, feito no Brasil e exportado para a Europa; comendo em uma grande rede de lanches rápidos especializada em comida árabe, com filiais no México; trabalhando com seu computador, repleto de peças de Taiwan, Indonésia, China, dentre outros países; lendo na Internet uma chamada do noticiário Le Monde, um dos principais jornais da França, na atualidade, ou da rede “BBC”, que é inglesa; dirigindo seu carro com peças de motor fabricadas na Argentina, pneus brasileiros, parte elétrica japonesa, aparelho de som chinês e penduricalho de origem indiana no retrovisor; assistindo a um seriado americano, um filme espanhol ou uma animação francesa. Pronto, você conviveu com referências, tecnologias, informações e eventos que são partilhados com bilhões de pessoas ao redor do mundo. Provavelmente, você só perceberá isso no momento em que passar a refletir sobre a situação.
 
A Globalização pretende, por meio da derrubada de tarifas alfandegárias, possibilitar a troca de produtos entre os pontos mais distantes do planeta, de acordo com os interesses das empresas em manter seus centros de produção mais próximos de matérias-primas, mão de obra barata e centros de tecnologia, possibilitando, por exemplo, a montagem de um carro ou computador em um país, com peças vindas das mais diferentes regiões do globo.
 
Além de produtos e serviços que são oferecidos a distância, a globalização proporciona trocas de informações, costumes, cultura, hábitos alimentares, modo de vestir, roteiros de férias, línguas, filmes, entre outras coisas, divulgando-se de forma assombrosa. É notória a clara interferência dos costumes americanos sobre a população mundial, com sua mídia, fazendo apologia a um tipo de vida na qual para que uma pessoa esteja integrada ou dentro da tendência, é preciso seguir o modelo americano, com uma imensa indústria cultural, ditando costumes e comportamento às novas gerações.
A Internet tornou-se peça fundamental da globalização. Com ela, milhões de pessoas se comunicam, trocam dados, trabalham, compram, divertem-se e dividem informações em escala global, apesar de alguns países, como a China, ainda insistirem em cercear o direito à informação de suas populações.
Possíveis desvantagens
Se, por um lado, a globalização trouxe inúmeras vantagens, como o barateamento de produtos e o maior acesso à produção cultural mundial, por outro, ela manteve ou ampliou as desigualdades sociais e econômicas entre as regiões do mundo. Isso ocorre porque esse processo não é uniforme no mundo, sendo que cada país se insere nele de uma forma e em intensidade diferente. De certa forma, a globalização não consegue pôr fim também às diferenças entre países ricos e pobres; na verdade, parece aumentar e tornar mais profundas estas diferenças. Para alguns estudiosos, um dos riscos da globalização é a homogeneização cultural, que pode promover a perda da identidade de diversos povos.
 
As empresas transnacionais são importantes agentes da globalização. A partir da segunda metade do século XX, elas buscaram se fixar em países em que a mão de obra é mais barata e os direitos trabalhistas são mais frágeis. Esse é o caso de grandes indústrias estadunidenses que se instalaram em países asiáticos, nos quais os trabalhadores possuem poucos direitos e trabalham em condições sub-humanas. Apesar de gerar grande número de empregos nos países em que se instalam, os benefícios são pequenos, haja vista que os lucros são enviados para as sedes, nos países ricos ou parte é usada para o pagamento de propinas às autoridades locais, a fim de manter as condições de exploração inalteradas.
 
Diante de um endurecimento ou clamor para que sejam melhoradas as condições das empresas, estas simplesmente fecham as portas e migram para um novo lugar, em busca de um novo mercado para explorar. Assim, empresas nacionais comprometidas em manter um bom nível e qualidade de emprego aos seus funcionários não conseguem cortar custos suficientes para se tornarem competitivas, sofrendo uma ação predatória e desleal por parte de empresas sem o menor respeito ao trabalhador.
Outro fator importante apontado por pessoas contrárias ao modo de difusão da globalização consiste na forma como as tradições e culturas locais estão sumindo dentro de um mundo cada vez mais igual. Podemos verificar isso, observando as vestimentas nos encontros de nações. Por exemplo, desde o representante da China, do Brasil e da Tanzânia, todos se apresentam vestidos com o mesmo modelo de terno, com pouquíssimas variações; jovens do mundo inteiro usam os mesmos jeans, inspirados em marcas americanas. Hábitos alimentares milenares, aos poucos, vão sendo substituídos por cadeias de fast food, que vendem o mesmo sanduíche ou porção com pouquíssimas alterações de um ponto a outro do mundo. O que, para muitos parece como coisa simples, tem se tornado um problema mundial por conta do aumento da obesidade, o que gera gastos inacreditáveis com saúde, campanhas de conscientização, morte precoce, além do soterramento de tradições e costumes. Nas regiões mais integradas à globalização, línguas e dialetos podem ser perdidos devido à influência de filmes, televisão ou necessidades de trabalho. Essas regiões podem se tornar extremamente homogeneizadas, perdendo grande parte de suas tradições culturais responsáveis por sua identidade.
 
A globalização é um processo que, no momento, não parece ter indicativo algum de se interromper. Cada vez mais, a economia mundial tem se interligado, com suas consequências positivas e negativas. A troca e presença de produtos de tecnologia como televisões, celulares, dentre outros, faz parte deste processo, assim como a degradação das condições de vida do trabalhador também o faz.
 
Talvez, a grande questão não seja o fim da globalização como dizem seus opositores, mas sim, encontrar novas formas de diminuir as diferenças, a fim de que este processo, que tanto trouxe e enriqueceu o mundo com seu espaço para inovações e transmissão de conhecimento e mercadorias, ocorra de forma a não subjugar ou fomentar a miséria humana.

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