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1) Acerca dos princípios que regem a aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. No enunciado "não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação legal", estão contidos tanto o princípio da legalidade quanto o princípio da anterioridade da lei penal. 2) No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Juliano foi preso em flagrante por ingressar no país portando cloreto de etila, uma substância definida como entorpecente em portaria expedida pelo Ministério da Saúde. O advogado de Juliano impugnou judicialmente a prisão, argumentando que, em respeito ao princípio da legalidade, uma substância somente pode ser definida como entorpecente mediante lei federal. Nessa situação, o argumento do advogado é improcedente. 3) Considera-se crime toda ação ou omissão típica, antijurídica e culpável. 4) Considerando que, no âmbito penal, a Constituição da República abarcou o princípio da legalidade - "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal" e que a Lei das Contravenções Penais foi elaborada sob a forma de decreto-lei, então é correto afirmar que esta lei encontra-se revogada por força do princípio constitucional da reserva legal. 5) Por ter força de lei, não viola o princípio da legalidade a medida provisória que define crimes e comina sanções penais. 6) O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se refere aos crimes e contravenções penais. 7) O princípio da legalidade é parâmetro fixador do conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito. 8) Consoante a legalidade e a anterioridade da lei, a prévia cominação legal da pena situa-se no plano da aplicação concreta da sanção penal. 9) A individualização e a intranscendência ou personalidade da pena são princípios constitucionais de Direito Penal. 10) Em janeiro de 1997, foram cometidos inúmeros crimes hediondos que revoltaram a sociedade brasileira, levando o Congresso Nacional a aprovar uma nova lei que cria novos tipos delitivos, majorando penas e recrudescendo o tratamento penal aos autores de tais condutas. A lei nova foi publicada no Diário Oficial da União em 10 de fevereiro de 1997. Com base nesses dados, julgue o item a seguir. Não poderá a lei nova estabelecer qualquer hipótese de prisão perpétua. 11) Não poderá a lei nova prever sanção penal consistente em receber, antes do início do recolhimento à prisão, uma série de castigos físicos. 12) A lei regulará a individualização da pena, proibidas, em qualquer situação, a pena de morte, a de caráter perpétuo, a de trabalhos forçados, a de banimento e a cruel. 13) O direito penal brasileiro não admite penas de banimento e de trabalhos forçados. 14) De acordo com os principais teóricos do direito penal, a teoria da imputação objetiva se refere especificamente à a. culpabilidade. b. antijuridicidade. c. tipicidade material. d. relação de causalidade. e. punibilidade. 15) O CP permite a aplicação de causa de diminuição de pena quando o arrependimento posterior for voluntário, não exigindo que haja espontaneidade no arrependimento. 16) Haverá isenção de pena se o agente praticar o fato em estrito cumprimento de dever legal. 17) A lei penal somente pode retroagir para que o réu seja beneficiado. 18) O oficial de justiça encontra-se em exercício regular de direito ao cumprir mandado de reintegração de posse de bem imóvel de propriedade de banco público, com ordem de arrombamento, desocupação e imissão de posse. 19) O princípio da legalidade não impede que o juiz apene o acusado criminal com base nos costumes e que o legislador vote norma penal sancionadora de coação direta, impondo desde logo a pena, sem julgamento. 20) A responsabilidade penal do agente nas hipóteses de excesso doloso ou culposo aplica-se a todas as seguintes causas de excludentes de ilicitude previstas no CP: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito. 21) Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da movimentação do agente por agentes de segurança privada. 22) Considere que Lúcio, mediante o uso de faca do tipo peixeira, tenha constrangido Maria a entregar-lhe o valor de R$ 2,50, sob a justificativa de estar desempregado e necessitar do dinheiro para pagar o transporte coletivo. Nesse caso, segundo entendimento do STF quanto ao princípio da insignificância, Lúcio, se processado, deverá ser absolvido por atipicidade da conduta. 23) A superveniência de lei penal mais gravosa que a anterior não impede que a nova lei se aplique aos crimes continuados ou ao crime permanente, caso o início da vigência da referida lei seja anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 24) Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua a pena para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato. 25) Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei. 26) Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta tiver vigência antes da cessação da permanência. 27) Em sete de janeiro de 2017, João praticou conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano, momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de restrição de direitos. João não poderá ser condenado com a pena de prisão em razão da retroatividade da lei mais benéfica. 28) A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz quando da prolação da sentença — em decorrência do fenômeno da ultratividade — mesmo já tendo sido revogada a lei que vigia no momento da consumação do crime. 29) No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade. 30) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y. 1-C 2-C 3-C 4-E 5-E 6-E 7-C 8-E 9-C 10-C 11-C 12-C 13-C 14-D 15-C 16-E 17-C 18-E 19-E 20-C 21-E 22-E 23-C 24-E 25-C 26-C 27-C 28-C 29-C 30-E