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5 - A Crise da Geopolítica Clássica I

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GEOPOLÍTICA REGIONALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO
5
A Crise da Geopolítica Clássica I
BARBOSA, A. F. O mundo globalizado. São Paulo: Contexto, 2003.
BANDEIRA, L. A. M. A segunda Guerra Fria. Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos. Das rebeliões na Eurásia à África do Norte e ao Oriente Médio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
HUNT, E. K.; SHERMAN, Howard J. História do Pensamento Econômico. 25. ed. Trad. Jaime Larry Benchimol.Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
PENA, Rodolfo F. Alves. Geografia Humana. disponível em:
mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/geopolitica.htm
 
www.indexmundi.com/pt/russia/
www.defesa.gov.br programas-sociais programa-calha-norte 
www.defesa.gov.br 
www.sirleipitteri.com/
Prof. Regis Ximenes
A Crise da Geopolítica Clássica
(Extraído e adaptado de NOVAS GEOPOLÍTICAS, J. W. VESENTINI, 2000)
A partir do final da Segunda Guerra Mundial, a geopolítica entrou em crise - uma fase de questionamentos e esgotamentos dos conceitos que fundamentaram essa área do conhecimento, concebida no início do século vinte. 
Até meados da década de 1970, a geopolítica viveu numa espécie de ostracismo, pois os vencedores da Segunda Guerra (Estados Unidos, Reino Unido e Aliados) a identificavam com os vencidos (o fascismo italiano, a política expansionista do Japão de antes da guerra e especialmente com o nazismo alemão). Praticar a geopolítica ou mesmo escrever sobre ela (a não ser que fosse para criticá-la veementemente) passou a ser algo não recomendável (até mesmo banido do mundo acadêmico e científico).
Assim, a geopolítica ficou fora das grandes questões mundiais, justamente porque o mundo vivia em uma "paz relativa" - o período da Guerra Fria. Os cientistas políticos viam a geopolítica muito mais como uma corrida armamentista ou estrategistas militares e raramente mencionavam a expressão geopolítica.
A partir de meados da década de 1970, a geopolítica volta a ser discutida, só que agora renovada:
As ideias não eram mais em torno de um poder marítimo ou poder terrestre ou sobre as condições para um país (Estado-Nação) tornar-se potência mundial.
Esse conceito de potência mundial já estava resolvido com as duas superpotências – Estados Unidos e União Soviética. O que se discutia eram as teorias a respeito do embate entre capitalismo e socialismo, da Guerra Fria e da sua lógica, na perspectiva de uma terceira guerra mundial.
A conjuntura internacional dos anos 1970 e 1980 foi o que impulsionou essa retomada de estudos geopolíticos. Passadas três décadas do final da Segunda Guerra Mundial, "as feridas já estavam cicatrizadas" e retomar a geopolítica não se relacionava mais com a política alemã do período nazista.
Mas se o rótulo geopolítica foi retomado, pelo menos por alguns, os métodos e pressupostos fundamentais dos geopolíticos clássicos foram deixados de lado. Isso porque a realidade mudou e não é mais possível explicá-la, se é que alguma vez foi, pela abordagem clássica.
Veja-se por exemplo, a questão do que seria hoje uma grande potência mundial, justamente o tema privilegiado do pensamento geopolítico. 
De acordo com os autores clássicos, uma grande potência seria um Estado com uma população e um território enormes e uma ótima capacidade militar. Mas os países que seguiram por esse caminho nas últimas décadas apenas desperdiçaram inutilmente recursos, e isso por vários motivos:
Em primeiro lugar, a corrida armamentista do pós-guerra até a década de 1980 (incluindo aqui armas nucleares) chegou a um beco sem saída na medida em que o excesso de gastos militares comprovadamente atrapalha o desenvolvimento da economia civil. 
Além disso, as armas mais caras e pesadas, as bombas nucleares e termonucleares, constituem quase que um elefante branco: calcula-se que o uso de apenas 10% delas ocasionaria uma tal modificação na biosfera que tornaria inviável a vida humana no planeta. 
Além disso, a enorme destruição física e demográfica que esses armamentos ocasionam geraria uma espécie de vitória de Pirro (vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para se referir a uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis) 
Foi por esse motivo que os Estados Unidos retiraram suas tropas do Vietnã em 1974, preferindo admitir a derrota a fazer uso desse tipo de armamentos. O mesmo ocorreu com os soviéticos em 1989, que abandonaram o Afeganistão sem tentar essa "última cartada", ou seja, o uso de bombas nucleares.
E é exatamente por isso que as economias desenvolvidas, a partir do exemplo pioneiro dos Estados Unidos, preocupam-se mais com a tecnologia de ponta e armamentos de precisão, em vez de se preocupar com aqueles de destruição em massa.
Em segundo lugar, a Terceira Revolução Industrial, ou a revolução técnico-científica, vem diminuindo gradativamente a importância de recursos naturais (minérios, solos, espaços físicos) ao utilizar técnicas de biotecnologia para produzir mais alimentos, com bem menos espaço, inclusive em locais antes considerados impróprios para a criação ou o cultivo, ao economizar fontes de energia e matérias-primas (por meio de reciclagem e substituir certos materiais escassos por outros mais abundantes. 
Os avanços da informática e da robótica vêm desvalorizando a mão-de-obra barata e mesmo os soldados pouco qualificados.
5
Assim, desde a década de 1980 - e mais ainda nos anos 1990, após o final do mundo socialista e da guerra fria - ficou claro que uma grande potência mundial é, antes de tudo, um Estado (ou uma confederação, como a União Europeia) que possui tecnologia moderna, com uma força de trabalho qualificada (o que pressupõe um alto nível de escolaridade), e não aquele que possui basicamente um grande território, numerosa população, boa estratégia militar e armamentos pesados.
O Japão foi o país que melhor simbolizou essa mudança de enfoque. Podemos contrapor esse exemplo ao de outros países, como a Índia ou principalmente o Paquistão, que seguiram caminhos opostos ao nipônico. O Japão era considerado subdesenvolvido até a década de 1950 além de ter sido arrasado pela Segunda Guerra Mundial. Ele deixou de lado o militarismo e a expansão territorial e enfatizou a pesquisa tecnológica, a educação pública de boa qualidade para todos e o esforço no sentido de uma industrialização com progressivo controle de qualidade dos produtos, chegando a ser considerado, já nos anos 1980, uma grande potência em ascensão, em condições de participar da disputa pela hegemonia mundial no século XXI.
Já a Índia e o Paquistão, com territórios e populações bem maiores que os do Japão, deixaram de lado todos aqueles setores priorizados pelo Japão e adotaram estratégias mais coerentes com a geopolítica clássica, chegando inclusive a fabricar bombas atômicas. Mas nem a Índia e tampouco o Paquistão foram ou são considerados grandes potências mundiais e tampouco são tidos como sérios candidatos a essa posição.
Apontamentos Pós-Guerras
Durante do período da Guerra Fria, alguns estudiosos produziram teses sobre geopolítica, como por exemplo: 
o geógrafo político Yves Lacoste (1929 - 90 anos), que escreveu o livro "A Geografia, isso serve para fazer a guerra", em 1976; 
Michel Korinman, com sua obra "Quando a Alemanha pensava o mundo. Grandiosidade e decadência de uma geopolítica, em 1990; 
Pierre Maria Gallois (1911-2010) general de brigada francesa, foi o teórico responsável pela força nuclear francesa, criada no governo do General De Gaulle.
Em síntese, o pensamento predominante é que a palavra geopolítica estava associada com os vencidos na Segunda Guerra. Separação da “geopolítica boa” da “geopolítica má”.
O uso da palavra geopolítica foi banido durante três décadas. Contudo, o período de “paz relativa” entre as duas superpotências (EUA e URSS) presenciaram conflitos que não se encaixavam na lógica dominante, como por exemplo o Vietnã.
Por fim, vale mencionar a atuação de Henry Kissinger, diplomata norte americano, de origem judia, que teve um papel importante na políticaexterna norte-americana, entre 1968 e 1976 e a obra de Samuel Huntington - "O choque das civilizações", de 1996, que discute sobre os conflitos pós-guerra.
Livro- Samuel Huntington, um dos grandes especialistas em ciência política do Ocidente, apresenta nesta obra uma fundamentada análise do estado da política mundial após a queda do comunismo. Descrevendo de modo magistral -- e este é um dos aspectos da obra que torna a sua leitura e o seu estudo absolutamente indispensáveis -- o clima actual e o leque de possibilidades da evolução da política mundial, o autor apresenta a sua tese (naturalmente controversa em alguns dos seus aspectos e implicações) do modo como as «civilizações» se substituíram às nações e ideologias como a força condutora da política global.
A teoria de Huntington vem sendo comprovada, especialmente com relação às nações recém independentes do continente africano – Saara Ocidental e Somália – e com nações comunistas do leste europeu. Entretanto, essa nova era da geopolítica mundial, que perdurou de 1947 a 1991, foi marcada por um hiato ou crise da produção e discussão acadêmica referente aos temas geopolíticos. 
Devido à dissolução da União Soviética e à crise do comunismo no mundo, o processo de desenvolvimento, a predominância do capitalismo como modelo econômico e a conjuntura internacional reacenderam o debate entre a década de 1980 e 1990.
GLOBALIZAÇÃO E A NOVA ORDEM MUNDIAL - PARTE I
Muitos acontecimentos de importância histórica a partir da década de 1970, somados aos avanços tecnológicos, transformaram radicalmente o mundo em que vivemos. Várias correntes de pensamento já foram dadas como certas e se comprovaram erradas em menos de uma década e ainda não temos o distanciamento temporal necessário para avaliar as políticas e decisões que os países vêm adotando para se adaptar à nova ordem mundial.
As novas relações de poder envolvem uma infinidade de áreas do conhecimento e precisamos de uma visão multidisciplinar para entender como o mundo vem se organizando (ou desorganizando). 
Por enquanto, sabemos que existem estudos favoráveis à globalização, outros radicalmente contrários a ela e tem aqueles que se situam como críticos da globalização, porém, vislumbram possibilidades de se melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente.
É o caso do geógrafo brasileiro Milton Santos, que apresenta a possibilidade de "uma outra globalização" pelos avanços tecnológicos alcançados e poderiam ser disponíveis para toda a humanidade, dependendo dos arranjos que possamos fazer entre o hemisfério norte (países ricos) e o hemisfério sul (países pobres).
Livro - Nesta obra, o geógrafo Milton Santos defende a ideia de que é preciso uma nova interpretação do mundo contemporâneo, uma análise multidisciplinar, que tenha condições de destacar a ideologia na produção da história, além de mostrar os limites do seu discurso frente à realidade vivida pela maioria dos países do mundo.
Dentre os diversos acontecimentos ocorridos a partir da década de 1970, selecionamos cinco, considerados pela maioria dos estudiosos, como sendo os principais eventos que provocaram as mudanças radicais e profundas que estamos vivendo atualmente e deram origem ao que vem sendo chamado de globalização.
A Ruptura do Acordo de Bretton Woods (1973);
(2) A Internet, o Mundo Virtual e a Sociedade em Rede (1980-2000)
(3) A Queda do Muro de Berlim (1989);
(4) A Crise no Estado do Bem-Estar-Social e o Consenso de Washington (década de 1990).
(5) Nova Economia Mundial (1980-atual)
(1) A Ruptura do Acordo de Bretton Woods (1973)
O acordo de Bretton Woods duraria até 1971, quando foi suplantado pelo curto Acordo
Smithsoniano, intermediado pelo então presidente dos EUA, Richard Nixon.
Acordo Smithsoniano: acordo estabelecido pelo Grupo dos Dez (G10), em dezembro de 1971, para adotar taxas de câmbio flutuantes. A conferência, realizada no Smithsonian Institute, em Washington, foi convocada para resolver o problema do colapso das taxas fixas de câmbio (adjustable peg), que existiam desde a Conferência de Bretton Woods, em 1944, e indiretamente pela decisão dos Estados Unidos de abandonar o padrão câmbio-ouro. A conferência levou a um acordo em 1972, com a Comunidade Econômica Europeia, para limitar os movimentos monetários e cambiais numa faixa estreita de flutuação na CEE, chamada snake (serpente), fixando as taxas de câmbio à moeda mais forte da Comunidade, o marco alemão (http://juris.wiki.br/w/Acordo_Smithsoniano).
No entanto a “era de ouro” do Bretton Woods só durou na verdade até 1968. Até esse momento houve uma melhoria constante na produção e comércio global, e de 1959 em diante todas as moedas que faziam parte do acordo desfrutavam de total convertibilidade.
Mas era a relação do dólar com o ouro que se provaria o real problema que eventualmente viria a desequilibrar o sistema. Isso e o fato de que os Estados Unidos estavam começando a apresentar um grande déficit de pagamentos para ajudar a recuperação europeia e manter o sistema financeiro líquido. 
Economistas previram isso com mais de uma década de antecedência, e realmente a questão de manter o ouro a U$35 por onça era um problema real já a partir do final da década de 1950.
O principal problema com o Bretton Woods foi provavelmente melhor colocado em 1960 por Robert Triffin, um economista que escreveu o que depois ficaria conhecido como O dilema de Triffin. 
De maneira simplificada, o dilema dizia que o déficit dos EUA era vital para o crescimento econômico e para a liquidez do mercado financeiro, mas eventualmente esse mesmo déficit que estava ajudando a Europa pós-guerra a se recuperar estava fadado a minar a confiança no dólar americano como moeda de reserva mundial, e poderia eventualmente levar a uma desestabilização financeira generalizada.
Ele argumentou que, uma vez que o volume de comércio aumentava com o tempo, qualquer sistema de taxas fixas de câmbio necessitava de um aumento do dinheiro internacionalmente aceito, com a finalidade de financiar o comércio e investimentos crescentes. A produção futura de ouro, a um preço fixo, não conseguiria suprir as necessidades existentes, de modo que a fonte de liquidez internacional necessária para lubrificar o crescimento, dentro do sistema de Bretton Woods, teria de ser o dólar. O único caminho para colocar esses dólares nas mãos do restante do mundo era o déficit na balança de pagamentos norte-americana.
O dólar era a única moeda que possuía convertibilidade com o ouro, e ao final da Segunda Guerra os EUA mantinham aproximadamente 65% das reservas de ouro globais. No entanto, a inflação havia levado a um contexto no qual não era economicamente viável produzir muito mais ouro, mais dólares inundavam o sistema financeiro global, e as reservas de ouro americanas dificilmente dariam conta.
A confiança no dólar começou a diminuir na medida em que se tornava aparente que os EUA não seriam capazes de arcar com seus compromissos se todos que possuíssem dólar desejam convertê-los em ouro.
Além disso, o fato de que havia um livre mercado no qual o ouro era negociado (separado das transações conduzidas por bancos centrais sob as taxas do Bretton Woods), levou à situação na qual era mais barato comprar ouro no valor do Bretton Woods do que vendê-lo no mercado aberto.
Em 1971 os EUA só possuíam ouro suficiente para cobrir 22% das reservas estrangeiras de dólares e estava com déficit de U$56 bilhões em suas reservas. Some a isso a crescente dívida pública do país e tornava-se claro que o sistema do Bretton Woods não podia ser mantido.
Em novembro de 1967 o Reino Unido desvalorizou a libra de $2,80 para $2,40. Em novembro de 1968 uma crise de câmbio levou ao fechamento dos mercados na França, Alemanha e Inglaterra. Em agosto de 1968 o franco francês foi desvalorizado de 0,18 gramas de ouro por franco para 0,16 gramas. Em outubro do mesmo ano o marco alemão foi reavaliado de $0,25 para 0,273. Finalmente em maio de 1971 o marco alemãoe a moeda holandesa passaram para câmbio flutuante.
Em agosto de 1971, Nixon removeu a convertibilidade do dólar com ouro, impôs uma taxa de importação de 10% e congelou os preços. Isso ficou conhecido como o “Choque de Nixon” e fez com que as moedas de todas a potências econômicas (à exceção da França) passassem para o câmbio flutuante.
Em dezembro de 1971 o acordo Smithsoniano foi assinado pelos países do G10. Foi uma tentativa de manter o Sistema Bretton Woods vivo ao definir novamente as taxas de câmbio fixas e ajustá-las para valores que refletiam melhor as pressões de mercado do começo da década de 1970. 
O dólar foi "reatrelado“ ao ouro no novo preço do U$38 por onça e foi permitido que esse valor flutuasse dentro de uma margem de 2,25%, ao invés dos 1% permitido pelo Bretton Woods, com outras nações concordando em reajustar suas taxas de câmbio fixas ao recém desvalorizado dólar.
A grande diferença do Acordo Smithsoniano para o Bretton Woods era que o dólar não era mais conversível em ouro. Ainda que o acordo tenha ajustado a relação entre as moedas do mundo, ele não resolveu os desequilíbrios fundamentais que levaram à desvalorização do dólar.
Os EUA continuaram com um déficit gigantesco e aumentando sua oferta monetária numa taxa inflacionária. Isso levou outros bancos centrais a se verem forçados e interferirem no mercado de forma a evitar que suas próprias moedas se valorizassem, mas suas moedas ainda estavam atreladas ao dólar a uma taxa cambial fixa.
Em 1972 a libra esterlina finalmente foi liberada para flutuar em relação ao dólar. Um aumento no valor do ouro fez com que o dólar tivesse que ser revalorizado novamente em fevereiro de 1972 para o valor de U$42,22 por onça (fazendo com que todas as outras principais moedas também mudassem de valor frente ao dólar).
Em março do mesmo ano, depois de gigantescas intervenções de bancos centrais europeus (custando perto de U$3,5 bilhões), o sistema de taxas cambiais fixas entrou em colapso completamente e o valor do dólar americano passou a ser desde então determinado pelo livre mercado.
Assim, outras crises decorrentes desse evento aconteceram no mundo, como por exemplo, a crise do petróleo em 1973. A dependência da economia mundial de petróleo fez com que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se posicionasse contra as negociações por meio do dólar americano, por conta de sua desvalorização. Assim, a OPEP aumentou o preço do petróleo em 70%, desencadeando os conflitos no Oriente Médio que permanecem até hoje.
A crise do petróleo mudou o cenário geopolítico e a economia global de diversas maneiras importantes. O preço inflado nos quais as nações da OPEP passaram a vender seu petróleo fez com que o crescimento econômico desacelerasse no ocidente e causou inflação, uma situação que ficou conhecida como “estagflação”.
Além disso, a quadruplicação no preço do petróleo gerou um grande fluxo de capital do Ocidente para os países produtores de petróleo do Oriente Médio, que em grande parte foi gasto em armas e tecnologia, aumentando as tensões na região e levando a uma crescente presença militar norte americana.
(2) A Internet, o Mundo Virtual e a Sociedade em Rede (1980-2000)
Os avanços tecnológicos das décadas de 1970 e 1980 criaram um ambiente favorável para o surgimento da Internet (1995) que modificou a fisionomia do planeta através do mundo virtual. Essas novas tecnologias foram as catalizadoras dos acontecimentos recentes pelo potencial de conectividade que se desenvolveu em nível global, abrindo possibilidades para novos modelos de negócios, novas profissões e principalmente para as movimentações financeiras que deslocaram a economia industrial do século XX para a economia financeirizada do século XXI.
Na visão do sociólogo catalão, Manuel Castells (1999), a virtualidade criou as condições necessárias para que o mundo se organizasse em uma sociedade em rede, em que a economia global ganhou uma dimensão inédita, pelo fluxo e troca de informação, capital e comunicação cultural quase que instantâneos.
Livro- Edição revista e ampliada, com capa e projeto gráfico novos do primeiro volume da aclamada trilogia A Era da Informação Este tomo busca esclarecer a dinâmica econômica e social da nova era da informação. Baseado em pesquisas feitas nos Estados Unidos, Ásia, América Latina e Europa, este livro procura formular uma teoria que dê conta dos efeitos fundamentais da tecnologia da informação no mundo contemporâneo. Aqui Manuel Castells examina os processos de globalização que marginalizavam e agora ameaçam tornar insignificantes países e povos inteiros – excluídos das redes de informação. Mostra que, nas economias avançadas, a produção se concentra hoje em uma parcela instruída da população com idade entre 25 e 40 anos. Sugere que o resultado dessa tendência progressiva pode não ser o desemprego em massa, mas sim a flexibilização extrema do trabalho, a individualização da mão de obra e, em consequência, uma estrutura social altamente segmentada. Castells conclui examinando os efeitos e as implicações da transformação tecnológica na cultura da mídia (“a cultura da virtualidade real”), na vida urbana, na política global e no tempo. Escrito por um dos maiores cientistas sociais da atualidade, A sociedade em rede é o primeiro volume da trilogia A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, composta ainda de O poder da identidade e de Fim de milênio.
O conceito de espaço de fluxos é detalhadamente explicado por Castells (1999), como sendo um suporte material para os processos e funções dominantes na sociedade da informação em três camadas: 
A primeira é, realmente, um conjunto de circuitos eletrônicos baseados na tecnologia da informação (hardware e software); 
A segunda é constituída por seus nós, ou seja, centros de importantes funções estratégicas e centros de comunicação; 
A terceira camada é a organização espacial das elites gerenciais dominantes (e
não das classes) que exercem as funções em torno das quais esse espaço é articulado.
É no espaço de fluxos que a economia mundial se desenvolve, criando redes que vão se multiplicando pelo planeta, ampliando o espaço para que o consumo e a produção ocorram e se regulem, simultaneamente.
Essas organizações virtuais possibilitam ainda a operação de setores da economia e a difusão de culturas distintas que estão além das regulamentações nacionais ou internacionais, como, por exemplo, o comércio mundial de drogas e armas. 
Castells (1999) escreve:
“A economia global agora é uma rede de segmentos econômicos interconectados que, juntos, têm um papel decisivo na economia de cada país e de muitas pessoas. Depois de constituída tal rede, qualquer nó que se desconecte é simplesmente ignorado e os recursos continuam a fluir no resto da rede. Não há alternativa individual para os países, empresas ou pessoas. Se não houver um colapso total no mercado financeiro ou debandada de pessoas que sigam valores completamente diferentes, o processo de globalização está configurado”.
Assim, as instituições formais dos países, estados e cidades cederam espaço para organizações de poder das elites gerenciais dominantes, que não são, necessariamente, compostas pelos governos formalmente constituídos. A consequência é o enorme poder que essas redes adquirem para controlar sociedades inteiras, em geral dos países emergentes, pelos seus problemas de desigualdades sociais, que, cada vez mais, tornam-se dependentes do capitalismo global. 
Se o poder formal está cedendo espaço para as sociedades em rede, a pergunta que surge é: 
Como ficam as instituições constituídas pelos Estados-Nação, que têm a responsabilidade pela regulação do Estado de Bem-Estar-Social?
Em uma resposta simples, pode-se dizer que o modelo econômico e financeiro concebido por John Maynard Keynes logo após a Segunda Guerra Mundial necessita ser repensado, pois aquele modelo partiu de premissas que não são mais válidas: 
a primeira é que a base de sustentação da economia ocorriapor meio da produção industrial em larga escala dentro dos países; 
a segunda é que os sistemas monetários eram controlados pelos Bancos Centrais dos países.
Como a produção de bens em larga escala se espalhou pelo mundo e os sistemas financeiros não apresentam mecanismos formais de controles, uma vez que não existe um Banco Central Mundial, para regular as transações financeiras, os governos estão em crise, como veremos mais adiante.
1 - "A partir do final da Segunda Guerra Mundial (1945), a geopolítica entrou em crise e, na década de 1970, a geopolítica volta a ser discutida, só que agora renovada: nasce a geopolítica contemporânea e as ideias, agora, não são mais em torno de um poder militar para um país (Estado-Nação) tornar-se potência mundial. De acordo com a geopolítica clássica, uma grande potência seria um Estado com uma população e um território enormes e uma ótima capacidade militar. Mas os países que seguiram por esse caminho nas últimas décadas apenas desperdiçaram inutilmente recursos, e isso por vários motivos....".
Com base no parágrafo apresentado, descreva as características de uma grande potência, na perspectiva da geopolítica contemporânea, e identifique se o Brasil é uma grande potência, nessa definição. 
 _____________________________________________________________________________________________
2 - Qual é o significado da expressão GLOCAL?
______________________________________________________________________________________________
3 - Quais os cinco acontecimentos históricos mais importantes que modificaram as relações entre os países e deram início ao que vem sendo chamado de globalização ou mundialização?
_______________________________________________________________________________________
4 - Explique resumidamente a ruptura do acordo Bretton Woods e suas consequências para a mundialização do capital.
_______________________________________________________________________________________
5 - Explique resumidamente a revolução técnico-científica do início do século XXI e suas consequências na formação da 
Sociedade em Rede.
________________________________________________________________________________________
 
Final da 5

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