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Aula 4 - O setor público e tributação

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AULA 4 - O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO
A atividade financeira do Estado
No sistema capitalista de produção, em que se inclui o modelo brasileiro, o governo se engaja na economia, modificando o perfil da sociedade, através da transferência de renda, impostos, incentivos, subsídios, fornecimento de bens públicos, entre outros.
Chamamos de política fiscal a administração, pelo governo, de seus gastos e receitas.
O desenvolvimento da atividade do governo na área fiscal envolve as seguintes funções:
FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
Quando o governo afeta a distribuição de renda através do sistema tributário ou por meio de programas governamentais. Ajustes distributivos tornam-se necessários ao se observar injustiça na distribuição da renda e da riqueza, e o governo implementa medidas fiscais (impostos e transferências) visando reduzir a desigualdade de renda. No Brasil, o sistema de tributação progressiva do imposto de renda pessoal e de programas sociais se enquadram neste modelo.
Como categoria de função distributiva, observa-se, em primeiro lugar, os programas de assistência pública, em que o governo atua no sentido de prover condições mínimas de subsistência às famílias necessitadas. Em determinadas situações, torna-se imprescindível esta ajuda, em face das consequências negativas que a pobreza poderá causar à economia e ao meio ambiente. Em segundo lugar, observam-se os programas de seguro social, em que o governo assiste aos indivíduos que necessitam deste auxílio em função de alguma fragilidade frente à sociedade. A aposentadoria por idade, do trabalhador agrícola, e o seguro desemprego são exemplos de programas de seguro social.
FUNÇÃO ESTABILIZADORA
Quando o governo interfere na economia procurando alcançar um elevado nível de emprego, estabilidade de preços e um alto nível de crescimento econômico. O sistema de mercado impede que seja alcançado automaticamente o pleno emprego e a estabilidade de preços, tornando-se necessária a atuação do governo no desenvolvimento da função estabilizadora da política fiscal.
A irredutibilidade salarial existente em nossa legislação não permite um rápido ajuste quando se verifica um desequilíbrio no mercado de trabalho. Por outro lado, um desequilíbrio entre os níveis de demanda e oferta na economia, poderá gerar um processo inflacionário, com danos ao sistema de mercado. Em ambos os casos, é necessária a intervenção do governo para restaurar o equilíbrio no mercado.
Para obter um elevado nível de crescimento econômico, o governo poderá atuar no fornecimento de infraestrutura básica (estradas, portos etc.) ou na concessão de incentivos à produção e no financiamento de recursos de longo prazo ao setor privado.
FUNÇÃO ALOCATIVA
Quando o governo fornece bens e serviços públicos que não são oferecidos pelo setor privado ou são oferecidos em quantidade insuficiente. O bem ou serviço público puro tem como característica a impossibilidade de excluir seu acesso por qualquer indivíduo e a ausência de custos pelo acesso de outro indivíduo aos seus benefícios. Portanto, o princípio da exclusão não se aplicaria ao bem ou serviço público puro, pois a participação de outro indivíduo não implicaria em redução do uso pelos demais. Como exemplos, incluem-se as praças públicas e o sistema de iluminação pública das rodovias.
A atribuiu responsabilidade adicional ao governo para fornecer educação e saúde à população, seja porque o setor privado não é capaz de atender toda a população, seja porque, pelo princípio da exclusão, parcela significativa da população poderia ser excluída de seu acesso pela incapacidade de arcar com os custos dos serviços.
A impossibilidade de uma parte da população em financiar o ensino de seus filhos em uma instituição particular, exige a atuação do governo no fornecimento de ensino público. O mesmo processo ocorre no que tange à saúde, em que o setor privado é incapaz de fornecer este serviço a toda população, e parcela da sociedade não dispõe de recursos para usufruir da rede privada de atendimento.
Conceito de dívida pública interna
A dívida pública interna consiste na dívida realizada pelo governo com pessoas da sociedade para financiar seus gastos que não são cobertos pela arrecadação de tributos ou quando o governo tem como objetivo exercer sua função estabilizadora na economia.
Os bancos que desenvolvem atividades no mercado financeiro, mantêm, em suas carteiras, uma parte significativa dessa dívida, ao deterem títulos da Dívida Pública que lastreiam, basicamente, o endividamento do governo federal. Particulares ou empresas podem adquirir estes títulos da Dívida Pública, mas costumam comprar títulos nos bancos (títulos de renda fixa etc.) que dão suporte a estes títulos da dívida interna.
O Orçamento da União, dos estados e dos municípios é formado por:
RECEITAS (arrecadação de tributos) + DESPESAS (gastos do governo)
O Superávit primário surge quando o montante de arrecadação de tributos excede o montante de gastos do governo.
O inverso corresponde ao déficit primário.
Em relação ao déficit, podemos classificá-lo em:
DÉFICIT NOMINAL – também chamado de déficit total, corresponde à necessidade de financiamento do setor público em seus diversos níveis: União, Estado, Município, empresas estatais e Previdência Social.
DÉFICIT OPERACIONAL – corresponde ao resultado primário acrescido dos juros (dívida passada). Se o resultado primário focaliza as receitas e as despesas em um determinado período, no entanto, o resultado operacional leva em consideração também os débitos passados que precisam ser financiados através de juros. O elevado nível da taxa de juros Selic no Brasil, em certos períodos, tem transformado os esforços do governo em gerar um superávit primário (receitas de tributos maiores que os gastos do governo) em déficit operacional ao incluir os juros referentes às dívidas passadas.
Uma política fiscal em que haja déficit tem dois aspectos. Por um lado, pode levar a um estímulo da atividade econômica, pois o governo gasta mais e reduz tributos (política fiscal expansionista). Por outro, como essas duas medidas tendem a elevar a renda de que a população dispõe para consumir, o aumento de gastos do governo pode gerar muita aceleração na economia e acabar resultando em inflação.
A política fiscal para conter a inflação deve ser contracionista (redução dos gastos do governo e elevação dos tributos). 
Classificação dos tributos
Podemos atribuir aos tributos duas classificações. Observe:
Primeira classificação
Os tributos podem ser:
DIRETOS – são aqueles que incidem sobre a renda e a riqueza. Podemos citar como exemplos: 
· O imposto sobre a renda pessoal, que constitui em um tributo que incide sobre a renda;
· O imposto sobre a propriedade (IPTU, ITR, entre outros), que incide sobre a riqueza.
INDIRETOS - são aqueles que incidem sobre a circulação de mercadorias ou prestação de serviços. Podemos citar como exemplos:
· O imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) de competência estadual;
· O imposto sobre serviços (ISS) de competência municipal.
Segunda classificação
Os tributos podem ser:
PROGRESSIVOS – são aqueles em que a alíquota se torna progressiva à medida que aumenta a renda. O imposto de renda pessoa física (IRPF) caracteriza-se pela progressividade, apresentando alíquota maiores à medida que rendas maiores são tributadas.
FIXOS - são aqueles em que a alíquota se mantém fixa, independentemente da variação de renda. Para evitar sonegação, em razão da aplicação de alíquotas elevadas, alguns países desenvolvidos vêm optando por alíquotas fixas, estimulando a contribuição regular pelos indivíduos de renda elevada.
REGRESSIVOS - são aqueles em que o peso do tributo na renda dos indivíduos se torna menor à medida que a renda aumenta. O ICMS é tributo regressivo, em face de sua incidência não acompanhar o crescimento da renda na mesma proporção. O peso de uma cesta básica de alimentos na renda de um indivíduo se torna menor à medida que ocorre o crescimento de sua renda.
Princípios Gerais de Tributação
A tributação deve estarembasada nos seguintes princípios:
Princípio da Equidade
O tributo deve ser justo, ou seja, os indivíduos devem contribuir com uma parcela justa para arcar com o custo do governo.
A dificuldade em definir justiça na questão tributária resultou na coexistência de duas correntes de pensamento que resumem este conceito em:
Princípio do Benefício
Cada indivíduo deve contribuir na proporção dos serviços públicos recebidos do governo. No caso do sistema tributário brasileiro, as taxas poderiam ser aplicadas a este princípio. Como exemplo, o indivíduo contribuiria com a taxa de lixo no montante despendido pelo governo para realizar a coleta de seu lixo.
A má distribuição de renda em determinadas regiões pode comprometer a equidade quando são aplicados valores semelhantes a indivíduos com rendas variadas.
Princípio da Capacidade de Pagamento
Cada indivíduo deve contribuir segundo sua capacidade contributiva. Neste conceito, seria aplicada a progressividade dos tributos, ou seja, aqueles com maiores rendas seriam tributados com alíquotas maiores do que aqueles com menores rendas.
O sistema tributário brasileiro apresenta o Imposto de Renda Pessoa Física, em que as rendas acima de um determinado limite são tributadas com alíquota de imposto progressiva.
Princípio da Neutralidade
O tributo, para ser ideal, não deve afetar os preços relativos praticados no mercado. A decisão de um investidor em alocar seu investimento em determinada região não deve ser baseada em vantagens tributárias e sim por fatores competitivos que venham atrair o capital.
Os incentivos fiscais concedidos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, visando promover o desenvolvimento industrial da região e reduzir a desigualdade de renda, pode resultar no esvaziamento econômico em outras áreas, gerando os problemas sociais e econômicos advindos desse processo.
Saiba Mais
Alguns especialistas consideram também o conceito da Simplicidade, em que o tributo deve ser de fácil operacionalização, simples o suficiente para a população entender o seu funcionamento e conhecer o montante de tributos despendido por cada contribuinte. A vasta gama de tributos existente no sistema tributário brasileiro, seja federal, estadual ou municipal, acaba confundindo o contribuinte que tem dificuldade de perceber o tamanho da carga tributária além de encarecer em demasia o processo de cobrança e fiscalização.
A legislação tributária e orçamentária e o Direito Constitucional
A Constituição Federal de 1988 e a legislação complementar tratam sobre a questão da tributação e do orçamento. Observe:
Dos princípios gerais de tributação
O parágrafo 1º. do art. 145 da Constituição Federal de 1988 enfatiza a importância da progressividade dos tributos como princípio da equidade, privilegiando a capacidade de pagamento. Observe:
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Além disso, a neutralidade e equidade na questão tributária estão presentes na Constituição Federal de 1988 em dois momentos:
No inciso II do art. 150, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontre em situação equivalente.
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
No inciso I do art. 151 que veda à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro.
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
Da natureza dos tributos
A definição de tributo está contida no art. 3º. do Código Tributário Nacional - Lei nº. 5.172/66 como:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Portanto, o tributo é uma prestação de caráter obrigatório, realizada em moeda, deve estar instituído em lei, não se constituindo em sanção de ato ilícito, devendo ser cobrada em atividade vinculada pelo Estado ou por entidades não estatais que tenham como objetivo o interesse público.
Os tributos admitidos em lei na Constituição Federal Brasileira são cinco. Observe:
Impostos
São tributos não vinculados à atuação do Estado. O art. 16 do Código Tributário Nacional define “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
Podemos citar como exemplo, o Imposto estadual sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) que não está vinculado a uma contraprestação ao contribuinte, podendo o Estado utilizar os recursos provenientes deste tributo com o objetivo de realizar pagamentos de salários dos funcionários públicos ou como instrumento de política monetária (redução do meio circulante).
Taxas
São tributos instituídos em razão do exercício do poder de polícia pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
Podemos citar como exemplos:
• A taxa de lixo, que é cobrada mediante a prestação do serviço público de coleta de lixo;
• A taxa de incêndio, que deve estar vinculada ao serviço de combate ao incêndio pelo corpo de bombeiro.
Contribuições de melhoria
São tributos arrecadados dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas. Uma vez concluída a obra pública, é fundamental que esta venha a causar uma valorização dos imóveis beneficiados. O valor a ser cobrado de cada beneficiário não poderá exceder à vantagem que sobreveio para o contribuinte com a obra pública.
Contribuições sociais
São tributos de competência da União, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.
Empréstimos compulsórios
Estão incluídos no sistema tributário nacional, de competência da União e se destinam a atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Atenção
O art. 149-A da Constituição Federal brasileira, incluído pela emenda Constitucional no. 39 de 2002 concedem poder aos Municípios e ao Distrito Federal para instituir contribuição para custeio do serviço de iluminação pública.
Princípios orçamentários
Podemos destacar alguns trechos de legislações que tratam da questão orçamentária. Veja:
Constituição Federal de 1988
 No capítulo referente às finanças públicas, arts. 165 a 169, estão previstas as condições orçamentárias.
 Os incisos I, II e III do art. 165 preveem que “as Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I- o plano plurianual; II- as diretrizes orçamentárias; III- os orçamentos anuais”.
 O parágrafo 4º. do mesmo art. prevê “os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”.
Lei no. 4.320 de 17/03/64 (Lei do Orçamento)
 Estabeleceu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dosMunicípios e do Distrito Federal. A Lei do Orçamento contém a discriminação da receita e da despesa, evidenciando a política econômica financeira do governo.
Os princípios orçamentários previstos na Constituição Federal brasileira, na Lei do Orçamento e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) são os seguintes:
Unidade
Cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento baseado em uma única política orçamentária.
O art. 2º. da Lei no. 4.320/64 diz que “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade”.
Universalidade
A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, sendo que não deve ser excluída nenhuma instituição pública.
O art. 3º. da Lei 4.320/64 determina que “a lei do Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei”.
Anualidade
É determinado um período de tempo para o orçamento, geralmente um ano.
O § 5º. do art. 165 da Constituição Federal brasileira determina que “A lei orçamentária anual compreenderá [...]”.
Legalidade
O orçamento é objeto de uma lei específica.
A base para este princípio encontra-se no art. 166 da Constituição Federal brasileira de 1988 em que “Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum”.
Exclusividade
A lei orçamentária deverá conter apenas questões orçamentárias e financeiras, não sendo incluídas normas pertencentes a outros campos jurídicos.
O § 8º. do art. 165 da Constituição Federal brasileira determina que “A Lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa [...]”.
Especificação
Também chamado de especialização ou discriminação, define que a autorização legislativa se restrinja às despesas específicas e não a autorizações globais.
O art. 5º. da Lei 4.320/64 define “A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras [...]”.
Publicidade
O orçamento deve ser divulgado ao ser aprovado e transformado em lei.
O art. 37 da Constituição Federal brasileira de 1988 diz que “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”.
Equilíbrio
As receitas e despesas que fazem parte do orçamento devem manter uma paridade, sem apresentar déficits ou superávits excessivos.
O inciso III do art. 167 da Constituição Federal brasileira de 1988 veda “a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”.
Orçamento Bruto
As receitas e despesas que fazem parte do orçamento devem aparecer pelo valor bruto sem quaisquer deduções.
O art. 6º. da Lei no. 4.320/64 determina que “todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções”.
Não vinculação das receitas
As receitas não devem estar vinculadas a determinadas despesas, para que possam ser alocadas racionalmente segundo o interesse da sociedade.
O inciso IV do art. 167 da Constituição Federal brasileira de 1988 veda “a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa [...]”.
Saiba Mais
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº. 101 de 04/05/2000) obriga a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a uma ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social entre outras.
O Sistema Tributário Brasileiro
A descentralização tributária que vinha tomando forma desde os finais dos anos 1970, foi consolidada na Constituição Federal brasileira de 1988. A redução dos recursos da União no bolo tributário, mediante um aumento das transferências de tributos, e as restrições ao poder da União em conceder isenções nos impostos estaduais e municipais, promoveram, maior participação e autonomia tributária dos demais entes da federação na esfera tributária.
Entretanto, o Governo Federal incorporou outras funções na sociedade, de natureza social e trabalhista, ao mesmo tempo em que vinha perdendo participação na arrecadação tributária. Com isso, o Governo Federal provocou um aumento dos tributos não transferíveis, como as contribuições sociais, ao mesmo tempo em que os estados e municípios aumentaram o imposto sobre determinados bens e serviços como forma de fazer frente ao aumento de seus gastos.
Atividade
Vamos exercitar os seus conhecimentos!
Leia a matéria jornalística “Nova CPMF reforça sistema tributário que penaliza os mais pobres” e, em seguida, comente sobre os tópicos a seguir:
 O sistema tributário brasileiro e como ele afeta os princípios gerais de tributação;
 A necessidade de uma reforma tributária no país.
Gabarito
A injustiça de nosso sistema tributário faz com que a população mais pobre pague mais tributos proporcionalmente a sua renda em relação aos mais ricos.
Há, portanto, a necessidade de se tributar os mais ricos, fato que somente seria possível com uma reforma tributária.
Nesta aula, você:
· Identificou as formas de atuação na ordem financeira pelo Estado;
· Analisou a legislação tributária e orçamentária e o Direito Constitucional;
· Examinou como funciona o Sistema Tributário no Brasil.
TESTE DE CONHECIMENTO
		1 - Pagamos muito ou pouco imposto no Brasil?
Alguns argumentam que economias em desenvolvimento não podem ter carga tributária equivalente à de economias desenvolvidas, em parte porque a informalidade elevada típica de países mais pobres faz com que o setor formal acabe enfrentando alíquotas proibitivas para sustentar a média alta. Outros defendem que com uma demanda por serviços públicos tão grande, é preciso encontrar meios de financiar mais gastos sociais, especialmente tributando os mais ricos. Seja qual for sua crença, há distorções no sistema tributário cuja correção deveria ser consensual, e a discussão sobre o tamanho do Estado ¿ ainda que importante ¿ acaba eclipsando esse debate.
A pergunta colocada no título deste artigo é mais informativa ao precisarmos o sujeito oculto da frase, e é fácil verificar que alguns pagam muito e outros, pouco. A carga tributária no Brasil é concentrada desproporcionalmente em impostos sobre o consumo, que afetam mais os mais pobres; e a miríade de regras, exceções, categorias, etc. gera desigualdades custosas financeiramente e em termos de crescimento econômico. Ambos esses pontos são extremamente relevantes, mas me concentrarei em um terceiro: uma série de práticas que seletivamente reduzem os tributos de grupos privilegiados, gerando injustiças e bagunçando ainda mais o setor produtivo. Combatê-las reduziria injustiças, elevaria a produtividade da economia e ajudaria no processo de ajuste fiscal.
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2018/Pagamos-muito-ou-pouco-imposto-no-Brasil
 
O assunto tratado na matéria acima é polêmico, diz respeito às condições de vida da população, ao problema das desigualdades sociais e envolve aspectos ligados aos tipos de tributos, que podem ser progressivos, fixos ou regressivos. Assinale a alternativa que define corretamente alguns desses tipos.
	
	
	
	maior cobrança dos que têm mais renda e menor de quem tem menos, no caso do progressivo; maior cobrança de quem ganha menos e menor de quem ganha mais, no caso do regressivo
	
	
	menor cobrança dos que têmmais renda e maior cobrança de quem tem menos, no caso do fixo; maior cobrança de quem ganha menos e menor de quem ganha mais, no caso do regressivo; maior cobrança dos que têm mais renda e menor de quem tem menos, no caso do progressivo.
	
	
	maior cobrança dos que têm menor renda e menor cobrança dos que têm menor renda, no caso do progressivo; maior cobrança dos que têm menor renda e menor cobrança dos que têm maior renda, no caso do fixo
	
	
	menor cobrança dos que têm mais renda e maior de quem tem menos, no caso do regressivo; maior cobrança dos que têm menor renda e menor cobrança dos que têm maior renda, no caso do fixo
	
	
	maior cobrança dos que têm menor renda e menor cobrança dos que têm maior renda, no caso do fixo; maior cobrança de quem ganha menos e menor de quem ganha mais, no caso do regressivo; maior cobrança dos que têm mais renda e menor de quem tem menos, no caso do progressivo
	Explicação: 
Está correta a alternativa ¿maior cobrança dos que têm mais renda e menor de quem tem menos, no caso do progressivo; maior cobrança de quem ganha menos e menor de quem ganha mais, no caso do regressivo¿.
Denomina-se imposto progressivo aquele tipo de imposto que, orientado pelo objetivo de reduzir as desigualdades sociais, cobra mais de quem tem ou ganha mais e cobra menos de que tem ou ganha menos. Por exemplo: a proposta de um imposto sobre grandes fortunas está associada a esta noção de que os ricos devem contribuir com mais recursos para a capacitação do Estado tendo em vista suas despesas.
O imposto regressivo é seu oposto, cobra menos de quem tem ou ganha mais e mais de quem tem ou ganha menos. Por exemplo, na compra de um produto que sofra incidência de, digamos, 10% de impostos, muito embora todos paguem o mesmo valor, este valor terá mais peso na renda de quem ganha menos do que na de quem ganha mais. Pensemos um produto que custe 100 reais e pague 10 reais de impostos, por exemplo. Embora todos paguem o mesmo valor, o que significaria uma condição de igualdade, em verdade seria uma desigualdade, já que 10 reais podem significar um valor reduzido ou insignificante para quem ganha 10.000 reais, mas pode significar um valor expressivo para quem ganha 1.000 reais.
O chamado imposto fixo é aquele que grava de forma semelhante a quem ganha e tem menos e quem ganha e tem mais.
		2 - Consiste em um tributo indireto:
	
	
	
	ICMS
	
	
	ITR
	
	
	Imposto de Renda sobre a Pessoa Física
	
	
	IPTU
	
	
	Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica
	Explicação: 
O ICMS incide sobre a circulação de mercadorias e serviços, portanto, é um tributo indireto.
		3 - A Segurança é um bem público e tem como característica principal:
	
	
	
	a capacidade de avaliar a quantidade de serviços consumida pelos diferentes indivíduos
	
	
	a não necessidade de intervenção do governo para o atendimento das necessidades coletivas
	
	
	a indivisibilidade do consumo
	
	
	a determinação do preço, por meio de mecanismos de mercado 
	
	
	ser menos essencial que a educação e a saúde
	Explicação: 
É um bem público, que têm como característica principal a indivisibilidade do consumo. Como não se pode avaliar a quantidade de serviços consumida pelos diferentes indivíduos, a determinação do preço, por meio de mecanismos de mercado torna-se, senão impossível, pelo menos muito difícil. Por este motivo, a intervenção do governo se faz indispensável para o atendimento das necessidades coletivas, utilizando-se a tributação para a obtenção compulsória de recursos necessários ao financiamento desses serviços.
		4 - O governo brasileiro ao implementar um programa de investimento em educação para pessoal de baixa renda está exercendo sua função:
	
	
	
	Distributiva
	
	
	Estabilizadora
	
	
	Alocativa
	
	
	de Investimento
	
	
	de Curto Prazo
	Explicação: 
O governo ao exercer sua função distributiva está privilegiando as camas mais pobres da população.
		5 - O Déficit Operacional nas contas públicas corresponde:
	
	
	
	ao aumento das receitas
	
	
	ao déficit da Previdência Social
	
	
	ao investimento do governo
	
	
	ao resultado primário acrescido dos juros (dívida passada)
	
	
	a carência de despesas
	Explicação: 
O Déficit Operacional tem por sua definição o resultado primário acrescido dos juros (dívida passada)
		6 - Para realizar seus gastos, o governo arrecada recursos segundo os critérios da política tributária. No entanto, nem sempre o arrecadado é suficiente para fazer frente a todas suas despesas. Esta insuficiência pode ser superada por ações governamentais de
	
	
	
	financiamento das atividades governamentais com outros países, ampliando a dívida interna
	
	
	financiamento do governo com outros governos e sociedades, gerando dívida interna
	
	
	endividamento do governo com empresas privadas, gerando a dívida externa
	
	
	endividamento externo, com a compra de papéis de nações desenvolvidas
	
	
	financiamento do governo junto à sociedade gerando assim o endividamento interno
Explicação: 
Está correta a alternativa “financiamento do governo junto à sociedade, gerando assim o endividamento interno”.
Em situações nas quais a arrecadação tributária não acumula o suficiente para as despesas públicas, uma das alternativas encontradas pela autoridade pública é captar recursos financeiros junto à sociedade, aos indivíduos e ao segmento empresarial privado. Essa ação pode ocorrer sob a forma de venda de títulos do governo, que poderão ser resgatados por seus compradores a partir de prazos fixados no contrato de compra, acrescidos de juros. Para os compradores desses títulos, ou “papéis”, como é de costume chamar-se, a vantagem é poder investir numa compra com dose razoável de segurança e a juros que podem ser muito compensadores, principalmente em conjunturas marcadas por taxas de juros elevadas. Do ponto de vista do governo, esse endividamento significa uma forma de obter os recursos necessários ao cumprimento de despesas obrigatórias e de políticas por ele definidas como importantes.
		7 - Assinale a alternativa que contém, corretamente, os princípios gerais de tributação que descrevem a situação abaixo.
"Quando maior a sua renda, maior será a sua contribuição no pagamento de tributos".
	
	
	
	Princípio do Benefício.
	
	
	Princípio da Simplicidade.
	
	
	Princípio da Neutralidade.
	
	
	Princípio da Capacidade de Pagamento.
	
	
	Princípio da Equidade.
	Explicação: 
a afirmação comenta sobre a contribuição do pagamento de acordo com a renda, então, só podemos considerar o princípio da capacidade de pagamento.
		8 - Os tributos inseridos no cupom fiscal quando o consumidor faz alguma aquisição é um:
	
	
	
	impostos regressivos.
	
	
	impostos fixos.
	
	
	imposto direto.
	
	
	impostos progressivos.
	
	
	imposto indireto.
	Explicação: 
são os impostos indiretos que incidem sobre a circulação de mercadorias e serviços.

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