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Penal 001 2020

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01) Tício restou condenado pela prática do crime previsto no artigo 121, parágrafo 2º, inciso II, do Código Penal brasileiro, cuja pena foi fixada pelo magistrado em 16 anos de reclusão. Assim, caso seja interposto Recurso de Apelação pela defesa, poderá ser concedido efeito suspensivo da decisão? Fundamente.
Conforme a alteração dada pela Lei Nº 13.964/19, no artigo 492 do CPP, em seu parágrafo 4º e 5º:
“Art. 492. §4º - A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso:
I - não tem propósito meramente protelatório; e
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.”
Tendo em vista a condenação fixada em 16 anos de reclusão, em regra, não seria possível a aplicação do efeito suspensivo. Todavia, o recurso poderá ter o efeito suspensivo, desde que se enquadre no parágrafo 5º do artigo 492 do CPP.
02) Caio, em tese, praticou o crime previsto no artigo 168, 1º, inciso III, do Código Penal brasileiro. Ao conversar com seu advogado, Caio foi informado que não é cabível o Acordo de Não Persecução Penal, eis que trata-se de crime contra o patrimônio. Neste caso, acertou o advogado? Fundamente.
O advogado não acertou quando alegou que o Acordo de Não Persecução Penal não seria aplicável devido à natureza do crime contra o patrimônio. O artigo Art. 28-A do Código Processo Penal dispõe que o Ministério Público poderá propor este acordo, quando, dentre outros requisitos destacados no artigo, a prática de infração penal ocorrer sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos. Caio cometeu o crime que possui pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, porém com a agravante do inciso III do parágrafo 1º, que aumenta a pena em um terço. Desse modo, tendo em vista que a pena mínima pode ser superior a 4 anos, o requisito disposto no artigo 28-A não foi cumprido, gerando a impossibilidade da aplicação do acordo.
03) O advogado de Mévio, no bojo do Recurso de Apelação, requereu que o juiz de primeiro grau se retratasse da decisão condenatória. O pedido formulado encontra respaldo legal? Fundamente.
O requerimento não é aplicável no caso elencado, tendo em vista possuir respaldo legal no Recurso em Sentido Estrito. Na apelação o juízo de primeiro grau exercerá apenas o juízo de admissibilidade do recurso de apelação, não se falando em retratação. Sobre o Recurso em Sentido Estrito, o artigo 589 do CPP dispõe que: "Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários." Portanto, nesse caso, é possível requerer no Recurso em Sentido Estrito que o juízo ad quo se retrate da decisão recorrida, porém tal assertiva não encontra respaldo legal na Apelação.
04) Ao final da primeira fase do rito especial do tribunal do júri, o acusado Tício foi impronunciado. Neste caso, qual o Recurso cabível para a defesa impugnar a decisão judicial? Fundamente.
Conforme disposição do artigo 416 do Código de Processo Penal, contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. Portanto, o Recurso cabível para a defesa impugnar a decisão judicial será a Apelação.

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