Buscar

Teses de justiça Platão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CARUARU - FAFICA
LICENCIATURA EM FILOSOFIA
DISCIPLINA: FILOSOFIA ANTIGA I
ALUNO: LEALDO BISPO DOS SANTOS
O CONCEITO DE JUSTIÇA NA REPÚBLICA DE PLATÃO – LIVRO I
Nos dias atuais o conceito de justiça se tornou uma coisa bastante teórica e distanciada da realidade. O mundo fala muito de justiça, mas na prática entende muito pouco. A sociedade que fala demais de justiça, carece muito dela, pois se assim não fosse, não seria um assunto tão falado. quase sempre nos questionamos que as pessoas não são justas, que tal fato foi injusto, que tal pessoa cometei injustiça, o que evidenciamos que a repetição dessa palavra nos mostra que de fato na sociedade existe pouca justiça.
As palavras são muito vazias, e nós não paramos para nos questionarmos o que é justiça e se não a conhecemos, não há como avaliar se ela está presente ou ausente. Por exemplo, se uma pessoa vai passando bem devagar em uma faixa de pedestre e um motorista vem bem apressado, e não quer parar para que o pedestre atravesse então o pedestre que está passando pensa que o motorista é muito injusto, o motorista também vai pensar que o pedestre é injusto, pois ele estar muito apressado e o pedestre estar passando vagarosamente.
Muitas vezes queremos uma justiça muito particular, quando ora podemos ser o pedestre, ora o motorista, assim nos questionamos sobre justiça e procuramos um conceito para ela. O que é bom para uns tem que ser bom para todos, assim o que é justo para uns tem que ser justo para todos. Assim sendo o conceito de justiça atual é muito egoísta.
Dar a cada um o que lhe corresponde segundo a sua natureza e seus atos, ou seja, a injustiça nasce quando nós damos a alguém um lugar que não lhe corresponde, por isso é necessário a harmonia nas coisas para que tudo saia bem e seja justo. 
No diálogo da obra, A República construída por Platão, Sócrates é o personagem principal onde ele narra o que lhe havia acontecido no dia anterior, “desci ontem ao Pireu,” para as festividades de uma deusa, “Ártemis”. Quando Sócrates estava indo embora ele é convidado para ir à casa de Cefalo seu amigo, que é estrangeiro, mais bem estabelecido em Atenas. O fato de Cefalo estar bem estabelecido e ter muito dinheiro, isso faz com que ele repare a injustiça, se é o caso, que ele cometeu ao longo da vida e também oferecer muitos sacrifícios aos deuses.
Então Sócrates pergunta-se se o fato dele ter ganhado muito dinheiro o faz com que ele tenha uma vida boa, uma vida feliz, portanto uma vida justa. E o que é de fato uma vida feliz, ter ganhado dinheiro que torna, portanto, uma vida justa, ou a vida justa antecede qualquer outra forma e a justiça é a finalidade última da vida, e de todas as virtudes. Essa questão vai ser o fio principal de toda a República, que é justamente a idéia de justiça. É necessário, portanto, definir a justiça, e para se definir esse conceito é que vão levar ao desenvolvimento do diálogo.
Então Cefalo responde a Sócrates que “a justiça é dar a cada um o que lhe pertence.” Num primeiro momento Sócrates aceita essa definição, mais depois questiona dizendo: se eu tenho um amigo e eu sei que esse amigo não está bem, e ele mim emprestou uma arma, depois ele mim pede de volta, eu sei que com esta arma ele vai fazer mal a se mesmo ou a outra pessoa, é justo que eu devolva a ele, então Cefalo diz que, nesse caso não, então a justiça não é necessariamente dar a cada um o que lhe é próprio, se nós temos esse tipo de problema essa definição não é totalmente satisfatória, então Cefalo ver a dificuldade e se retira, e diz: “eu vou deixar a discussão com meu herdeiro, seu filho Polemarco.
Polemarco dá a segunda definição de justiça, “fazer bem aos amigos e mal aos inimigos,” Sócrates contesta, dizendo que, fazer o mal nunca é compatível com a ideia de justiça, a ideia de justiça é sempre positiva, e, portanto, prejudicar é incompatível com isto, então essa definição é insuficiente.
Quando Sócrates termina essa contestação com Polemarco, entra em cena outro personagem, também é um personagem fundamental, que se chama Trasímaco, que é um sofista. Ele diz que, “a justiça é a conveniência do mais forte,” assim a justiça seria uma conveniência que o mais forte faz valer e não teria nenhuma utilidade com o bem. 
Sócrates dá o exemplo de alguém que seria um homem muito forte que seria um lutador de Pracácio e diz a lenda que ele devorava um boi por dia. Sócrates conclui o seguinte, se a justiça é a utilidade ou a conveniência do mais forte, então seremos justos se devoramos um boi por dia.
Trasímaco coloca uma segunda posição de que a justiça não é apenas a conveniência do mais forte, mais a máxima conveniência é, “ser injusto, mas parecer justo,” porque a vida do injusto vale mais a pena do que a do justo, porque o justo se da mal e o injusto é bem sucedido. Trasímaco diz que na verdade em todas atividades humanas o que as pessoas buscam é a utilidade, o médico cuida do paciente porque ele quer ganhar, ele não está preocupado com a saúde, assim ele visa sua utilidade, assim também como o pastor que cuida das ovelhas para tosquiar as ovelhas. Sócrates questiona dizendo que cada arte tem uma finalidade própria. 
A medicina visa à saúde e o pastoreio visa o bem das ovelhas. Então o bem é a realização de uma finalidade que já esta escrita na própria noção da arte. A arte de ganhar ou de lucrar é uma outra arte.
REFERÊNCIAS
J.GUINSBURG (Org.). A República de Platão. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2014. J.Guinsburg organização e tradução.

Continue navegando