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Cap 8, 9 e10 Bensaid

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Marx via Bensaid
Cap 8 
- O crime (a criação de excedente a partir de tr vivo/coletivo não pago e apropriado privadamente), a lavagem (como esse excedente tem de circular até ser dividido entre os criminosos) e a divisão do espólio (quando os lucros vão parar nas mãos de financistas, rentistas e industriais)
- Só se reconstitui um crime, partindo-se da cena presente, depois abstraindo dela, e reconstruindo o crime passo a passo. O abstrato tornando-se cada vez mais concreto mas sem chegar à realidade mais complexa (valor → preço, mv → lucro, K em geral → vários Ks concorrendo, possibilidade das crises → as crises reais, possibilidade de autonomização do D → Kismo financeirizado dos nossos dias)
Cap 9
- Foco nas crises, pq de novo há que mostrar o que há de racional nessa coisa tão irracional…(toda crise Marx faz sucesso pq fica explícito o erro de Say/Ricardo), ou em Marx, crises são necessárias !!!!
- Crise resulta do divórcio entre valor de uso do produto e valor de troca no dinheiro. A identidade nunca é recuperada (rigorosamente nunca existiu…) mas se procurará o tempo todo.
"Como todo bom burguês, a mercadoria leva uma vida dupla. Por um lado, é tempo de trabalho abstrato (tempo socialmente necessário à sua produção) materializado; por outro lado, é o resultado de um trabalho determinado. Para ser comparada a outras grandezas do trabalho, “tem de ser convertida primeiro em tempo de trabalho, portanto, em algo qualitativamente dela diferente” [e] . Essa vida dupla carrega em si o risco permanente de cisão: “essa dupla existência distinta tem de continuar até a diferença, a antítese e a contradição [pela] própria contradição entre a natureza particular da mercadoria como produto e sua natureza universal como valor de troca”. "
- K se acumula sempre, mas de maneira errática: tendência à desordem (distanciamento M e D) e retorno à ordem via crise (aproximação M e D). Mas se acumula também a des-harmonia social. Cresce concentração/centralização dos Ks e pobreza relativa (talvez também a absoluta)
- De novo, Livro 1 teoria (Anti-Say) Livro 2 movimento (crises são cíclicas) Livro 3 realidade (crises são mascaradas (desproporção crescente o é) e "administradas" pela divisão dos Ks)
- Pq os lucros deveriam cair? pq a parte c do K aumenta enquanto v diminui. Pra não cair só se:
i) m aumentasse via um aumento de mv em cima dos trabalhadores que restam compensando a m que se perde com a queda de v; 
ii) o valor de c cair mesmo que seu volume aumente e o de v cair com uso de mdo ou matéria prima barata da periferia;
iii) o K rodar mais vezes;
iv) o Estado "socializar perdas".
"A crise atual, a crise do presente, não é uma crise a mais que se acrescentaria à dos mercados asiáticos ou à da bolha da internet. É uma crise histórica – econômica, social, ecológica – da lei do valor" Ben..
Cap 10 
Marx é industrialista, crítico do romantismo rural, mas crítico também do consumismo e da destruição da natureza. O reino da liberdade exige o domínio das necessidades - e da ciência e da técnica - mas o K expande estas não com objetivo humano (uso, qualidade) mas inumano (valor, quantidade).
Baseado no Bottomore
1) Acumular, acumular! —> obrigatório pro capital! Pois se produz, produz meios de produção! Logo amanhã haverá mais que hoje! (Logo ocupar a capacidade de amanhã poderá ser problema…)
2) Concorrência obrigada acumulação e não a moral burguesa, poupadora ou o que seja! (Guedes disse hoje que rico capitaliza e pobre gasta tudo…. SIC!)
3) A acumulação é mais de valor, e capital, que de coisas, mercadorias.
4) No início quanto mais acumulação mais se gera emprego. SE e QUANDO esse aumento de emprego ameaçar subir salários há duas alternativas: substituiç˜o pro máquinas, desaceleração da acumulação!
5) Acumulação não é só "relação entre a produção e a capitalização da mais-valia, mas também uma relação de reprodução", logo tem que ver como os capitais se reproduzem a si mesmos em sua relação de concorrência mas também cooperação. 
6) A reprodução é analisada por Marx primeiro como reprodução simples, na qual o valor e a mais-valia permanecem inalterados, e depois como reprodução ampliada. Nesta, a quantidade de capital fixo cresce, aumentando a Composição Técnica do Capital. Que é máquina por homem em termos quantitativos. Mas pode ser que aumente também a COMPOSIÇÃO ORGÂNICA DO CAPITAL (COK). Que é EM VALOR aquela relação. 
7) No livro 3 d'O Capital, Marx analisa a acumulação do ponto de vista da DISTRIBUIÇÃO (e redistribuição) da mais-valia e do capital. (ISSO NÃO PODEMOS DEIXAR DE VER!) Nas etapas iniciais de desenvolvimento, a base da acumulação está na concentração (dentro de um mesmo K cresce a parte do capital fixo) do capital. Em etapas posteriores, a centralização (#s Ks se unindo) é o método predominante.
8) Se o objetivo da acumulação é o aumento da produtividade, pra ganhar a concorrência, o mecanismo para a sua realização opera por meio do acesso ao crédito. Em consequência disso, cria-se uma divergência entre a acumulação do capital na produção e a acumulação do capital no sistema financeiro. 
9) Essa é a base do capital fictício e pode levar à intensificação das CRISES quando a acumulação deixa de superar os obstáculos à continuidade da expansão da produção de mais-valia. 
10) Além disso, a centralização do capital e o ritmo desigual da própria acumulação associam-se ao DESENVOLVIMENTO DESIGUAL das economias e das sociedades. Assim sendo, o processo de acumulação não é nunca apenas um processo econômico, mas compreende também o desenvolvimento geral das relações sociais, o que inclui, por exemplo, o COLONIALISMO, o IMPERIALISMO, o papel do Estado junto aos capitais nacionais e estrangeiros. 
11) O mais importante, a acumulação não se dá numa expansão contínua, harmoniosa ou simples, mas com crises e recessões. Mas os obstáculos à acumulação de capital nunca são absolutos; dependem da intensificação das contradições do capitalismo, que podem ser resolvidas temporariamente, permitindo uma nova fase de expansão. Marx analisa a intensificação dessas contradições, ao nível econômico, na lei da TENDÊNCIA DECRESCENTE DA TAXA DE LUCRO - que ocorre se aumenta a COK - mas ele mesmo analisa como o Kismo pode anular essa lei. Por exemplo, se cai o preço em valor da maquinaria, não cresce a COK! 
12) Outro efeito importante da acumulação é a criação de uma superpopulação relativa ou de um exército industrial de reserva, aqui e ali utilizado, e uma camada da população inutilizável .
13) Se o K se expande mas há menos trabalhadores e mais empobrecidos os marxistas sub-consumistas enfatizam que haverá uma tendência à estagnação - que ocorre diferente do que acontecia em Ricardo, não porque os lucros caem porque os salários sobem, mas porque os investimentos kistas se reduziriam. Mas outros marxistas dirão que o K pode se manter produzindo e vendendo pra si mesmo. 
São sobre as contradiçÕes do Ksimo o video do Harvey . Na primeira metade ele fala de todas as possíveis explicações pra crise atual, e na segunda o que seria a marxista - por trás da resposta dos britânico a sua rainha ("risco sistêmico"). Tudo começa na crise atual com a freada da acumulação no final dos 70 (que freia os ganhos salariais). Ver do minuto 7:55 pra frente.

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