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FISIOLOGIA III - 17 07 - TROCAS GASOSAS

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FISIOLOGIA III – AULA 17/07 – TROCAS GASOSAS
PARTE 1
Esse concurso teve essa aula aqui que não foi a do candidato classificado, mas foi de um candidato aprovado. Mas como eu tenho a aula no meu computador eu uso. Até para que vocês vejam como é que foi feita essa aula aqui. Você tem que dar uma aula que seja didática e por outro lado você tem que dar uma aula para uma banca de professores da área. Então algumas coisas que a gente sempre repara né. Eu já fui em concurso que o candidato dá aula de costas para banca olhando para o negócio – um cara desse é desclassificado. Tem uns que fingem que estão dando aula para uma turma inteira. Fica assim “né gente, alguém tem alguma dúvida? ” E a banca lá encostada no .. 
Mas essa aula não é uma aula das melhores não, mas tem o que a gente precisa pra gente. 
Aí o cara foi sorteado com esse tema né, trocas gasosas.. e aí o cara começa demostrando a importância do oxigênio, do gas carbônico no metabolismo energético, coisa que para nós não tem a mínima importância e aí ele já começa a falar da composição das misturas gasosas no ar ambiente. 
Então a gente tem no ar ambiente: N2 (79%), O2 (21%), outros gases (< que 1%). Então por exemplo, o gás carbônico (0,04%). 
Existe a Lei de Dalton que mostra que a pressão de um gás independe da existência de outros gases. Então não importa que eu tenho hidrogênio, nitrogênio misturado no ar ambiente. A pressão de oxigênio é individualizada e essa pressão de oxigênio que fará diferença para o meu processo respiratório.. quanto a de oxigênio, quanto a de gas carbônico. Como a gente tem essa pressão individualizada, ou seja, há uma pressão parcial dos gases, se a gente multiplicar isso aqui por 760.. Se a gente multiplicar 21% por 760 dá 160 mmHg - que é a pressão atmosférica do oxigênio a nível do mar. E se eu multiplicar 0,03/0,04% por 760 dá aproximadamente 0,3 mmHg (CO2)no nosso sistema, na nossa atmosfera a nível do mar. Aqui a gente tem muito próximo do nível do mar, então as nossas pressões são parecidas com isso aqui mesmo. 
Mostra-se uma visão geral do sistema de trocas gasosas. Há o oxigênio chegando ao alvéolo indo até os capilares alveolares.. nós vamos ter uma sangue arterial que chega ao coração esquerdo; passa para a circulação sistêmica onde vai haver nos capilares trocas gasosas para respiração celular. Esse O2 deixa o plasma, vai para os tecidos; gas carbônico passa dos tecidos para o plasma, numa situação de circulação capilar.. Vocês viram isso né? Entao vocês tem uma .. 
Pegando uma arteríola aí. Essa arteríola desembocar num capilar e ao final do capilar nós temos uma vênula. Dentro do sangue, há duas pressões. Nós temos a pressão oncótica que são as proteínas existentes no plasma sanguínea, e essas proteínas exercem uma pressão osmótica sobre os líquidos. Então a pressão oncótica é um vetor que atrai água na direção do interior do vaso. Por outro lado, há pressão hidrostática, a própria pressão de coluna de água que vai fazer com que os vetores sejam para saída de agua. Como o capilar é muito permeável a água, a gente pode ter movimentação de água a depender dessa pressão. E aí, a gente vai ter uma relação aí entre forças que provocam a entrada de água para dentro do capilar e as forças que provocam a saída. 
Eu vou dividir esse capilar no meio, em que tenho uma extremidade arteriolar e outra venular. Na extremidade arteriolar a pressão hidrostática é maior que a pressão oncótica de maneira que sai água. Essa agua sai e banha os tecidos que estão ao redor desse capilar. E ela não sai sozinha né. Ela sai levando consigo glicose, aminoácidos e oxigênio, basicamente. Por difusão, esse oxigênio da agua vai sair e vai passar para os tecidos, a glicose sai e passa para os tecidos. E os gás carbônica, ureia, creatinina e outros produtos do metabolismo que estão lá, por diferença de concentração também, deixam os tecidos e vai para a água. 
Chegando a porção venular, como a pressão hidrostática produziu saída de água, essa pressão hidrostática cai, obviamente. A pressão hidrostática intersticial aumenta e a pressão oncótica se mantem – proteína não deixa a coluna de sangue. Então na extremidade venular a pressão oncótica é maior que a pressão hidrostática. 
OBS: os aminoácidos saem também. 
OBS2: A pressão oncótica não varia porque a proteína não sai. A hidrostática .. a medida que vai saindo agua ela irá cair. Tanto cai dentro do vaso, quanto aumenta dentro do interstício – ficando esse cheio de água. E aí você tem uma pressão oncótica que se mantem, mas agora maior que a pressão hidrostática. Significa que entra água.
Vou colocar de uma maneira espartana para ficar mais clara: volta água. Então você tem um looping aqui. A água sai, banha os tecidos e volta para poder fazer a sua.. para que a troca gasosa possa acontecer. Então você vai ter o processo de difusão simples. Inclusive o entendimento disso aqui é que nos explica o que que causa o edema né. Sempre há um saldo de água intersticial. Porque essa água toda que sai aqui não volta. Então sempre sobra água que será drenada pelos vasos linfáticos. 
OBS: A agua vai e volta para que a troca gasosa possa acontecer. O que irá levar oxigênio e nutrientes para os tecidos é essa agua que sai. 
Nathalia: Mas por que que o CO2 volta? R: Porque o tecido está cheio de CO2 e a água tem pouco. 	Aí por diferença de concentração ele passa para a água – que está no líquido intersticial. Você tem difusão tanto de oxigênio, quanto do gas carbônico com grande facilidade pela membrana. O2 e CO2 são apolares né. O gas carbônico por ex tem transito livre de dentro para fora da membrana. 
Algumas observações confusas da Nathalia. Gonzaga repete explicações que ambos os gases serão transportados através da água. Lembre-se que a tendência do sistema é o equilíbrio. Ele não leva o CO2 todo embora.
Então vejam aí ó. Aqui é a zona de difusão. Sempre que houver uma difusão.. por haver diferença de concentração entre dois ambientes, a difusão irá ocorrer, desde que haja permeabilidade para tal. E de fato haverá essa permeabilidade ali do capilar.
PARTE 2
O professor começa a falar que o corpo possui mecanismos que regulam a difusão. Fala da Lei de Fick que trata da velocidade da transferência de uma gás. A difusão será maior ou menor? Como que esse processo acontece? (professor faz perguntas retóricas).
Volta falando que há proporcionalidades e que para que uma gás seja transferido de um lugar para o outro, no caso de um tecido pra outro, do sangue para o alvéolo ou do alvéolo para o tecido ou em qualquer outra situação de difusão. A transferência de um gás é proporcional à área do tecido, ao gradiente de pressão parcial e a constante de difusão que é própria pra cada gás e é inversamente proporcional à espessura do tecido. Quanto mais espesso é um tecido, menor será a velocidade de difusão. 
O sistema respiratório tem fatores que colaboram com uma boa difusão. Primeiramente, pode-se dizer da área do tecido que é de 75 a 100 m2 (deu exemplo da sala que tem cerca de 75 m2), logo, constitui uma área razoável para trocas gasosas. A espessura da membrana alveolocapilar, tanto o alvéolo, quando o capilar possuem uma membrana muitíssimo delgada para permitir a passagem dos gases. Possui uma espessura de 0,5 µm, ou seja, 2 mil vezes mais fino que um milímetro. 
Fazem uma pergunta não compreensível. O professor responde que há um cálculo que depende de temperatura, que irá variar com o raio da molécula e tem-se também a solubilidade dessa molécula na atmosfera (??? Não entendi bulhufas). 
Cada molécula tem sua própria constante. 
Abner faz uma pergunta que não dá pra entender bem e o professor responde que a constante é pra cada temperatura, a constante varia com temperatura.
O sistema mostra a possibilidade da passagem dos gases. O alvéolo, o oxigênio e a membrana alveolocapilar, na verdade as membranas são fundidas pra que a espessura seja menor ainda e mostrou também o lúmen capilar. Por conta da grande área de troca gasosa e a pequena espessura do tecido que essa troca pode acontecer demaneira eficiente. Porém, há situações em que essa eficiência será reduzida. 
Volta a falar que há tanto uma área grande de troca gasosa, como uma pequena espessura da membrana alveolocapilar, permitindo a troca gasosa de maneira eficiente. Eficiente, nessa situação, que dizer que atende às nossas necessidades. Há situações em que isso não irá acontecer. Em um pulmão normal em que há uma área de troca gasosa apropriada e uma espessura da membrana apropriada, tem-se uma pressão de oxigênio alveolar normal e uma pressão de oxigênio sanguínea normal. 
No caso de enfisema pulmonar, tem-se redução da área de troca gasosa por conta de destruição da área de troca. Então uma área de troca que tem 75 metros quadrados, isso pode ir diminuindo para 60, 50, 30 metros quadrados. Nesse caso, a pressão nos alvéolos é normal, mas a área de troca é baixa. A velocidade de transferência é proporcional à área do tecido, ou seja, se a área de troca está pequena, a pressão sanguínea de oxigênio será baixa. Então o indivíduo tem manifestações próprias de pessoas que tem obtenção de oxigênio baixa. Que serão: fadiga (fadiga aos pequenos esforços, cada vez o indivíduo vai ficando mais debilitado, não consegue fazer médios esforços e depois passa a não conseguir fazer pequenos esforços), cianose. Nathália pergunta se é diretamente proporcional a área de troca e professor diz que sim, que no enfisema é a área de troca que está diminuída, ou seja, quanto maior a área de troca, melhor será a troca... fala algumas coisas que não dá pra ouvir por barulhos perto do celular. 
Começa a falar da fibrose cística, na qual ocorre espessamento da membrana alveolar. Tem-se um processo inflamatório, em que há a presença de fibroblastos no local e isso produz fibrose de tecido alveolar. Essa fibrose do tecido alveolar produz espessamento do tecido. Professor volta na Lei de Fick: a velocidade de transferência do gás é inversamente proporcional à espessura, ou seja, quanto mais espesso for o tecido, menor é a capacidade de troca gasosa. No caso da fibrose cística, há uma pressão de oxigênio normal no alvéolo, pois o ar chega, só que não “passa” para o sangue, então, a pressão de oxigênio plasmática será baixa. 
No caso de edema pulmonar (professor ressalta que a figura do slide não representa bem o edema – diz que as figuras são do margarida), há liquido que se interpõe entre o ar e o plasma, de maneira que no fim das conta o que acontece é um aumento da distância para a difusão, pois tem-se uma barreira de água no meio. O indivíduo com edema agudo de pulmão pode morrer por insuficiência respiratória. Geralmente, as pessoas com insuficiência cardíaca congestiva de longa data, que já apresentam uma fração de ejeção muito baixa, podem muito facilmente ir a óbito por edema agudo de pulmão, na verdade, é uma faz causas de morte principais no indivíduo com IC. Nesse caso, o ar pode chegar ao alvéolo, sendo que a superfície de troca está normal, a pressão de oxigênio está normal, mas tem-se uma distância aumentada, pois há água no meio, se interpondo entre o ar e o plasma, por isso a pressão de oxigênio fica baixa (no plasma), pode ser também muito baixa e levar o indivíduo à morte. 
No caso da asma ocorre uma contração dos brônquios e bronquíolos, portanto, o ar terá dificuldade de chegar até os alvéolos. Por isso, a pressão de oxigênio fica baixa, que também está relacionada com a Lei de Fick, pois quanto maior for o gradiente de pressão parcial, melhor é a troca gasosa. Se a pressão do alvéolo está baixa, o gradiente de pressão cai e ocorre dificuldade para que a troca gasosa possa acontecer. Então, tem-se pressão baixa no alvéolo, pressão baixa no capilar e o indivíduo sofre hipóxia. 
Começa a falar de uma figura muito ruim, por conta do tamanho, critica e fala que sempre tem que se pensar que o que se vê na tela do computador não é o que será projetado. 
PARTE 3
Aqui a gente tem uma figura, o resumo disso ai diz respeito as pressões parciais de o2 e co2. Entao a gnt vai ter sempre o seguinte: embora a pressao atm tenha o2 a 160mmHg e co2 a 0,3mmHg, no processo respiratório, qnd vc ta inspirando, o ar q vc inspira se mistura com o volume residual pulmonar, de maneira q nos vamos ter dentro do alveolo, uma pressão de o2 de 104 mmhg e uma pressão de co2 de 40 mmhg. No capilar alveolar, se o sangue estiver nessa direção, nos vamos ter um sangue venoso com pressão de o2 cerca de 40 mmhg e uma pressão de co2 de 46 mmhg. Então passou pelo alvéolo, vai ocorrer a difusão, vc tem sempre transito do mais concentrado pro menos concentrado. Vc tem: o2 sai do alvéolo e vem pro sangue. co2 sai do sangue e vai por alveolo, tendendo ao equilibrio. Ao final, no sangue arterial, vc tem uma pressão de 02 de 100mh e uma pressão de co2 de 40 mmhg. Essas são as pressoes dos gases no sangue arterial e venoso. É bom saber esses valores, são valores de gasometria.
Pra transporte de o2, tem q se levar em consideração q a solubilidade plasmática é muito baixa, é apolar, trafega muito facilmente pela membrana, mas é difícil de ser solubilizada no plasma. Sua fração solubilizada dentro de um liquido vai ser sempre muito pequena. Para que o transporte seja eficiente, é necessário uma molécula transportadora, que é a hemoglobina. 95% de o2 transportado associado a hB (oxihemoglobina) e 5% dissolvido no plasma. Essa ultima fração é importante pq é ela que vai chegar aos tecidos. 
A gente tem aí a molécula de Hb, são 4 cadeias polipeptídicas (2 alfas, 2 betas = humano não feto). Cada cadeia dessa tem um átomo de ferro, que é o local de ligação de o2. Aí a gente tem uma afinidade relativamente baixa do o2 pelo ferro. Essa afinidade tem q ser pequena, embora ela tenha q existir, pq o ferro tem a captar esse o2, mas ele tem deixar esse o2 ir embora qnd ele chegar num tecido com baixa concentração de o2. Essa afinidade é razoável para um transporte mínimo. 
Muito diferente de quando for comparar a finidade desse ferro por CO. Quando o CO vem e se liga a molecula de ferro, liga com altíssima afinidade, e não vai desligar mais. N individuo intoxicado com CO, vc nao consegue fazer com q o o2 remova esse CO da molécula de Hb. Vc vai fazer o2 100%, transfusao, pra tentar criar uma pressão muita alta de o2, mas nem sempre vai acontecer. Vc oferece o2, mas a capacidade desse gas ser transportado no plasma é muito baixa, e o individuo vai a óbito por hipóxia. 
· Formação da oxi-Hb: vc tem uma pressão de 104mmhg, mas embora isso vá variar, pq a nossa referencia é sempre a pressão a nível do mar, o o2 chega na veia com uma pressão de 40 e o que vai acontecer é que há o2 dissolvido no plasma, então vc tem uma relação de proporcionalidade entre o o2 plasmatico e o a oxi-hb. A medida q o o2 plasmatico vai diminuindo, pq ele vai sendo deixado nos tecidos, vc vai fazendo com oq o equilíbrio se refaça (através da oxi-Hb). A hb vai perder o o2 pro plasma, do plasma pro tecido, sempre nessa proporção 95%-5%. No momento da respiração vai acontecer a mesma coisa, embora essa ligação seja muito rápida. Vc tem o sangue passando no alvéolo, o o2 alveolar vai passando pro plasma e vai se ligando a Hb para q tenhamos uma hb completamente saturada. É um processo em 2 etapas, embora essa intermediaria seja muito rápida, mas temos q levar em consideração, pq são aqueles 5% q vão pros tecidos e ai vc vai repondo a partir da oxi-Hb. 
Vc tem uma relaçao de equibilibro entre oxigênio plasmático e oxi-Hb (95%-5%). Sempre q oxigênio plasmático cai, o oxigênio da Hb repõe. 
O2 sai do alvéolo > vai para o plasma > se liga a Hb > vai ser transportado. 
***A velocidade dessa ligação é mostrada nesse gráfico: .... (num fluxo sanguíneo de um individuo em repouso .. JÁ É OUTRA PARTE DA TRANSCRIÇÃO)
PARTE 4
No fluxo sanguíneo de um indivíduo em repouso, em média, o oxigênio irá demorar 0,75 segundos para passar pelo alvéolo. Uma única hemácia gasta 0, 75 segundos para atravessar a membrana no alvéolo pulmonar. No primeiro terço desse tempo ela já está completamente abastecida com oxigênio, e isso diz respeito a eficiênciado sistema. Ou seja, nos primeiros 0,25 segundos já dá tempo da minha hemácia ficar completamente saturada de oxigênio. Isso é bom pois caso um indivíduo queira fazer uma atividade física em que há aumento de fluxo, o tempo de passagem da hemácia para o alvéolo irá diminuir. E mesmo diminuindo 60% eu ainda tenho condições de oxigenar completamente a hemoglobina. 
Aqui mostra a mesma coisa, temos uma hemoglobina ligada ao oxigênio. Essa hemoglobina dissocia do oxigênio, o O2 fica solubilizado no plasma e por difusão vai para a célula tecidual. O o2 é muito solúvel na camada de lipídeos da membrana celular. 
Gonzaga mostra mais uma figura em que o o2 sai do alvéolo, dissolve no plasma, liga-se a hemoglobina, é transportado, se solta da hemoglobina e vai para dentro do tecido, para participar da respiração celular. 
Cada molécula de hemoglobina tem quatro cadeias, e cada cadeia apresenta um átomo de ferro, que é o ponto de ligação do oxigênio. Então 1 molécula de hemoglobina transporta quatro oxigênios. Tem sido estudado com que pressão de o2 eu vou encontrar uma molécula de hemoglobina saturada. É uma questão de saturação da hemoglobina, e esse é um dado clínico muito importante pois irá mostrar se há oxigênio ou não no sangue através do oxímetro. 
Num sangue arterial onde a pressão de o2 está a 100 mmhg, a hemoglobina está com uma saturação acima de 98% de oxigênio. Com pressão de 100 mmhg, quase todas as moléculas de hemoglobina têm oxigênio ligado. A pressão mínima de o2 do nosso sistema em um indivíduo saudável é 40 mmhg. Mesmo com uma pressão de 40 mmhg eu tenho uma saturação de 75% de hemoglobina. Então essa hemoglobina não perde todas as suas moléculas de oxigênio. E ai teremos uma alteração entre sangue arterial e de sangue venoso que vai de próximo de 100 a 75%. Essa relação nos dá uma curva que vocês já conhecem, que é a curva de dissociação da hemoglobina.
Essa curva é mais do que qualquer coisa uma curva de afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Quando a pressão de oxigênio está muito alta, a ligação do oxigênio a hemoglobina é maior e ai temos uma saturação próxima de 100%. A medida que a pressão de o2 vai caindo, a saturação vai diminuindo. Mas essa saturação não é uma função linear. 
A hemoglobina consegue manter sua ligação com o oxigênio em situações em que a pressão de o2 está diminuindo. Com uma pressão de o2 de 40mmHg, ainda há uma saturação de 75%. É por isso que essa curva e a questão de afinidade são tão importantes. 
Com pressões menores, a afinidade da hemoglobina por oxigênio cai drasticamente. Então com uma pressão de oxigênio de 20mmhg, a saturação de hemoglobina é cerca de 30%, enquanto que em uma pressão de o2 de 40mmHg a saturação de hemoglobina é de 75%.
A sacada é: tecidos que estão sofrendo hipóxia arrancam mais oxigênio da hemoglobina. Como a taxa metabólica é variável para cada tecido. Em um determinado momento em que eu estou fazendo uma corrida matinal, os meus músculos da perna estão com uma elevada demanda de o2. Por outro lado, os meus músculos do sistema digestório estão com uma demanda baixa de o2. Eles não estão gastando o2, então há uma demanda baixa nessas células da tripa. No musculo não tem. Quando o sangue passar pela tripa, vamos imaginar que a pressão de o2 esteja 60mmhg. A hemoglobina mantém sua saturação próxima de 90%. Ela não solta o seu o2 no ar, ela segura o oxigênio. Quando chegar no meu musculo, em que eu estou com pressão de o2 de 30, ela perde a afinidade pelo o2 e solta ele todo lá. Então tecidos com maior atividade naturalmente vão remover mais oxigênio da hemoglobina, porque passou lá e a pressão está baixa, solta o o2 todo e o o2 vai para lá. Isso é uma maneira de distribuir oxigênio para tecidos que tenham maior necessidade.
Tecidos pouco ativos gastam pouco oxigênio, logo a pressão de o2 nele vai estar alta e a hemoglobina mantém suas 4 moléculas de o2 ligadas, passa por ele e vai embora. Ela o larga só onde houver necessidade. 
A alteração estrutural que a hemoglobina sofre é por diferença de pressão. Ela tem uma conformação desligada diferente da conformação ligada. Quando a hemoglobina está completamente desligada, a afinidade dela por o2 é baixa. Você tem de ter muita pressão de oxigênio para ligar o primeiro oxigênio nela. Quando você liga o primeiro oxigênio, uma das cadeias se modifica e a afinidade pela segunda molécula aumenta um pouquinho. Quando você liga a segunda molécula, ela abre de novo. A afinidade pela terceira aumenta mais ainda e isso não ocorre linearmente. Quando você liga a terceira molécula, ai ligar a quarta molécula é mais fácil. Então quanto mais desdobrada está a molécula de hemoglobina, mais fácil é a sua ligação. É uma questão de conformação da molécula mesmo.
75% significa que a molécula perdeu um oxigênio. A afinidade dela por o2 caiu não linearmente, ela tem menos afinidade ainda. Quando chega em 50% a afinidade dela já está muito baixa e quando chega em 25% a afinidade dela é baixíssima, pois ela vai se fechando e se dobrando, e o local de ligação para a nova molécula de o2 fica com mais difícil acesso.
Isso dá condição para que vocês tenham a seguinte situação: como a hemoglobina tem várias conformações, você tem uma completamente desligada, uma ligada em um oxigênio 
PARTE 5
Como a hemoglobina possui várias conformações, uma completamente desligada, uma ligada a dois oxigênios, outra ligada a dois, outra a três e outra a quatro oxigênios, há conformações que ela pode assumir em relação a pressão de O2. Dependendo da conformação da molécula de hemoglobina há uma absorbância diferente no espectro luminoso. Se bater uma luz branca na hemoglobina e ela tiver os 4 oxigênios ligados nela, ela irá absorver tudo e refletir vermelho. Se ela tiver completamente desligada, ela absorve tudo e você reflete azul. É por isso que um indivíduo com hipóxia fica azulado. Ciano é uma cor de aspecto azulado, por isso fala-se que a pessoa está cianótica. Logo esse sinal clínico é porque o sangue dele está ficando azul, a hemoglobina está ficando sem oxigênio, está recebendo luz branca e refletindo azul. O oxímetro funciona com base nisso. É um aparato que parece um prendedor de roupa que emite uma luz vermelha que irá atravessar o dedo e ser detectada do outro lado. Quando emite-se luz vermelha em uma hemoglobina vermelha ela reflete e chegará muita luz do outro lado, o que não ocorre no caso de hemoglobina azul, que absorve essa luz. O oxímetro mede literalmente a vermelhidão do sangue e, a partir disso, mede-se a saturação de ligação de oxigênio na hemoglobina.
Há fatores que fazem com que a curva da hemoglobina se desloque para a esquerda ou direita. Se por acaso for para a direita, numa pressão de 60mmHg, a hemoglobina padrão está com cerca de 90% de saturação; a hemoglobina deslocada para a direita está com 80% de saturação, logo o deslocamento para a direita da curva indica queda de afinidade da hemoglobina pelo O2. Por outro lado, se a curva estiver deslocada para a esquerda, no caso de 60mmHg de O2, ela está mostrando uma saturação próxima de 100%. Quanto mais deslocada para a esquerda a curva, maior é a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio (maior a dificuldade de soltá-lo). Entre os fatores que influenciam está a temperatura, a qual aumentada desloca a curva para a direita e diminuída desloca para a esquerda, e isso é útil pois tecidos mais ativos são mais quentes. Há variação de temperatura no nosso corpo, por exemplo, em tecidos de atividade muscular. Efeito Bohr: quanto mais ácido o meio, menor a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, fazendo com que a curva seja deslocada para a direita. No caso de um meio alcalino é o inverso. Tecidos mais ativos produzem mais ácidos, devido o metabolismo anaeróbico e glicolítico, logo é útil. O metabolismo anaeróbico produz difosfoglicerato, que é o 2,3-DPG, que desloca a curva para a direita; funciona como o efeito Bohr, já que tecidos mais ativos produzem mais 2,3-difisfoglicerato, que deslocará a curva de saturação para a direita, recebendo mais O2. A hemoglobinafetal não tem afinidade por DPG, o que significa que a curva de hemoglobina fetal é sempre deslocada para a esquerda. A hemoglobina fetal fica com maior afinidade pelo O2. A justificativa disso é a necessidade de o feto pegar o oxigênio da mãe, que, por sua vez, possui o 2,3-DPG, tendo menos afinidade pelo O2. A oxigenação fetal é muitíssima eficiente e há um metabolismo elevadíssimo.
O CO2 tem a capacidade de solução no plasma até 20x maior do que O2, por isso o gás dos refrigerantes é CO2.
PARTE 6
É um gás que tem uma solubilidade razoável em água. Poderia ser oxigênio né? Pq tem mto mais oxigênio na atmosfera do que gás carbônico. Poderia ser nitrogênio, mais fácil, mas não é solúvel em água. O gás carbônico é mais solúvel, então a gente tem a possibilidade de ter um percentual maior dissolvido no plasma, embora a maior parte do gás carbônico seja transportado na forma de bicarbonato. A gente já citou a fórmula, eu vou colocar ela ali. Há ainda 21% ligado a hemoglobina, mas a afinidade do gás carbônico pela hemoglobina é mto baixa. E tem 5% dissolvido no liquido intracelular na hemácia. Esse transporte via hemoglobina é isso aí, nós já vimos essa situação; gás carbônico é uma molécula pouco solúvel, difícil de ser transportada no plasma, mas na presença da anidrase carbônica, que e um acelerador dessa reação, vc tem condição de transformar o gás carbônico em bicarbonato e H+, que são moléculas polares, solúveis em água. Então vc solubiliza isso, o gás carbônico, pra que possa ser transportado. E essa reação é uma reação espontânea; entretanto ela é acelerada pela anidrase carbônica. 
	O sistema de troca né? Pressão de gás carbônico arterial de 40mmHg, chega no tecido onde a pressão tá 46 mm, vc tem difusão simples, de maneira que a pressão do sangue venoso de gás carbônico é 46mmHg.
	Aqui um esquema né, vejam aqui que o gás carbônico tecidual difunde para o plasma, difunde obviamente na sua forma simples, como CO2; chegou aqui, a maior parte será dissolvida, uma parte vai ser transportada sob a forma de bicarbonato, uma parte é transportada associada com proteínas né?!
Anidrase carbônica é um receptor, não só da hemácia, toda célula tem anidrase carbônica. A enzima é um receptor. Às vezes a gente tem a ideia de que a enzima é alguma coisa que tá dissolvida no plasma, na verdade não é por aí, vc tem um receptor que vem liga, e aí pode acontecer a reação. Seja como for, essa transporte aqui é mto rápido, e essa reação ode acontecer espontaneamente, embora não seja uma coisa esperada não, pq se a gente esperar alguns segundos, isso aí vai ter efeito deletério no organismo. 
Mesma coisa oh, chegou no alvéolo, tbm na presença da anidrase carbônica, o que vai acontecer? A pressão de gás carbônico alveolar é mais baixa, o gás carbônico dissolvido no plasma vai para o alvéolo, e desloca o equilíbrio. Então se a gente colocar aqui... que que vai acontecendo? Vejam que isso aqui é reação de equilíbrio, à medida que o gás carbônico dissolvido no plasma vai caindo pq ta passando pro alvéolo, vc vai tendo desvio do equilíbrio aqui para a esquerda, e aí o bicarbonato e o H+ vão sendo convertidos em CO2 pra que a troca gasosa aconteça de forma eficiente, até que a gente tenha eliminação completa. Completa não que eu falei errado, que vá de 46 a 40.
Aqui a eficiência do sistema oh; é um pouco menos eficiente que troca de oxigênio, exatamente por causa dessa necessidade de conversão desses compostos aí, mas ainda assim oh, a hemácia demora 0,75s para atravessar pelo capilar, mais ou menos na metade do tempo a gente já teve uma queda de 46 para 40 mmHg de gás carbônico. É um sistema relativamente eficiente. 
Aqui a gente tem uma figura da dissociação de gás carbônico em função das pressões, qual é a proporção de gás carbônico associado a proteínas, bicarbonato, e gás carbônico dissolvido. É uma proporcionalidade bem maior, bem mais visível do que a da curva de dissociação do oxigênio e hemoglobina. Então numa pressão aí de 40 até cerca de 46mmHg de gás carbônico, a proporção entre gás carbônico dissolvido, bicarbonato e composto carbamínico vai ser praticamente a mesma, não tem variação de como esse gás carbônico vai ser transportado ao longo do tempo não. A medida que essa pressão de gás carbônico vai aumentando, vc tem principalmente o aumento da formação de bicarbonato em relação a gás carbônico dissolvido e compostos carbamínicos; é uma curva que varia mto pouco qndo comparada a curva de oxigênio. 
Olha a curva de oxigênio. Vc tem uma variabilidade mto grande em relação pressão/saturação. Aqui, embora tbm não seja linear, a variabilidade é bem menor. As proporções entre bicarbonato, composto carbamínico e gás carbônico dissolvido são muito semelhantes, E o que mostra aqui é que a medida que vc vai aumentando a pressão de gás carbônico no organismo, a formação de ácido aumenta mto; tanto bicarbonato como H+. Isso corrobora com o assunto da nossa próxima aula, que é acidose respiratória em situações de hipoventilação.

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