DIREITO PENAL 4 PRIMEIRA PARTE

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DIREITO PENAL IV.
Prof. IGOR DE ANDRADE BARBOSA.
dpuigor@gmail.com
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
CRFB DE 1988 ASSEGURA A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA.
LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS.
GARANTIA DA PROTEÇÃO AOS LOCAIS DE CULTO E AS SUAS LITURGIAS (ART. 5º, VI).
ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTUBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO.
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
CRIME COMUM.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO – A CONDUTA PODE CONFIGURAR ABUSO DE AUTORIDADE.
 ART. 3º LEI 4.898/65.
SUJEITO PASSIVO:
a) PRIMEIRA MODALIDADE: A VÍTIMA SERÁ PESSOA DETERMINADA.
Ex1: se for endereçado aos crentes em geral, não concretiza o delito em exame.
b) DEMAIS MODALIDADES: A VÍTIMA SERÁ A COLETIVIDADE RELIGIOSA.
Ex2: os titulares lesados são os crentes, contidos neste termo tanto os fiéis que assistem à cerimônia como aqueles que celebram ou auxiliam a mesma.
Ex3: na última modalidade, tutela-se a coletividade.
 
CONDUTA – 3 AÇÕES:
1) ESCARNECER DE ALGUÉM PUBLICAMENTE, POR MOTIVO DE CRENÇA OU FUNÇÃO RELIGIOSA;
a) A CONDUTA DEVE SER PÚBLICA – NA PRESENÇA DE VÁRIAS PESSOAS OU POR MEIO CAPAZ DE 
CONDUZIR O ESCÁRNIO AO CONHECIMENTO DE PESSOAS INDETERMINADAS;
b) A PRESENÇA DA VÍTIMA É DISPENSADA (IMPRENSA)
 
2) IMPEDIR OU PERTURBAR CERIMÔNIA OU PRÁTICA DE CULTO RELIGIOSO:
a) UTILIZANDO-SE DE QUALQUER MEIO APTO (VIOLÊNCIA, RUÍDOS, ALGAZARRA)
LUIZ REGIS PRADO:
a) CERIMÔNIA: MISSA, BATISMO, CASAMENTO, PROCISSÃO – 
NÃO PRECISA SER REALIZADA NECESSARIAMENTE DENTRO DE UMA IGREJA OU TEMPLO.
b) CULTO RELIGIOSO: ATIVIDADE MENOS SOLENE, MAS CORRELACIONADA AO CULTO – 
ORAÇÃO COLETIVA, SESSÃO ESPÍRITA, CATECISMO. 
NÃO SE CONFUNDE COM A PRÁTICA DE OUTROS ATOS 
(ORAÇÃO INDIVIDUAL, COLETA DE DONATIVOS, QUERMESSE).
ATENÇÃO! SOMENTE SE TUTELAM AS CERIMÔNIAS OU CULTOS ADMITIDOS – 
QUE NÃO ATENTEM CONTRA A MORAL E OS BONS COSTUMES. 
CUIDADO – TESE DE QUE A RELIGIÃO DEVE SER SEGUIDA POR NÚMERO CONSIDERÁVEL DE PESSOAS.
 2ª CORRENTE: ENTENDE QUE A LIMITAÇÃO ATENTA CONTRA A LIBERDADE RELIGIOSA
PERGUNTA-SE: A MARCHA PARA SATÃ PODE SER CONSIDERADA COMO CULTO OU CERIMÔNIA?
3) VILIPENDIAR (AVILTAR, REBAIXAR, DESPREZAR) PUBLICAMENTE ATO OU OBJETO DE CULTO.
A AÇÃO PODE SE DAR POR MEIO DE QUALQUER ATO CAPAZ DE CONFERIR PUBLICIDADE AO ATO.
OBJETO RELIGIOSO: IMAGENS, TEMPLOS, DOCUMENTOS, CRUCIFIXOS.
É PRECISO QUE TAIS OBJETOS ESTEJAM CONSAGRADOS AO CULTO; 
NÃO SERÃO TUTELADOS QUANDO AINDA EXPOSTOS À VENDA NUMA CASA COMERCIAL.
CRIME DOLOSO (MIRABETE: BASTA O DOLO GENÉRICO).
PIERANGELI – EXIGE ELEMENTOS SUBJETIVOS ESPECÍFICOS (ex: ofender o sentimento religioso).
CONSUMAÇÃO: 
PRIMEIRA PARTE (ESCARNECER DE ALGUÉM PUBLICAMENTE) – NO MOMENTO EM QUE O AGENTE ZOMBA PUBLICAMENTE DE ALGUÉM POR MOTIVO DE CRENÇA OU FUNÇÃO RELIGIOSA
MESMO QUE A VÍTIMA NÃO SE SINTA MENOSPREZADA OU RIDICULARIZADA.
 EVENTUAL CRIME CONTRA A HONRA FICARÁ ABSORVIDO.
 
SEGUNDA PARTE (IMPEDIR OU PERTURBAR CERIMÔNIA OU PRÁTICA DE CULTO RELIGIOSO) – 
NO MOMENTO EM QUE O AGENTE EFETIVAMENTE INTERROMPE OU ATRAPALHA O ATO.
TERCEIRA PARTE (VILIPENDIAR PUBLICAMENTE ATO OU OBJETO DE CULTO RELIGIOSO) – 
COM O VILIPÊNCIA REALIZADO
PODERÁ SER MATERIAL (DESTRUIR, ATIRAR LIXO) – OU DE MERA CONDUTA (OFENSA VERBAL)
CAUSA DE AUMENTO – CRIME PRATICADO COM VIOLÊNCIA 
APLICA-SE O CÚMULO MATERIAL COM A PENA RESPECTIVA DA VIOLÊNCIA.
ADMITE-SE A TENTATIVA. APP INCONDICIONADA.
 
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS.
IMPEDIMENTO OU PERTUBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA.
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
 TUTELA O SENTIMENTO DE RESPEITO AOS MORTOS.
 
É EM OBSÉQUIO AOS VIVOS, E NÃO AOS MORTOS.
CRIME COMUM.
SUJEITO PASSIVO – COLETIVIDADE (NÃO O MORTO).
ATENÇÃO! O CRIME PODE SER PRATICADO POR OMISSÃO 
(ex: quando não se fornecer a viatura para o transporte do morto, ou as chaves do túmulo).
CRIME DOLOSO – NÃO SE EXIGE UM ESPECIAL FIM DE AGIR.
NORONHA DISCORDA (especial fim de transgredir ou violar o sentimento de piedade com os mortos).
CONSUMAÇÃO: COM O EFETIVO IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DO ENTERRO/CERIMÔNIA.
ADMITE-SE A TENTATIVA.
ATENÇÃO! NÃO DEVE SER INCLUÍDA NESSE CONCEITO A CERIMÔNIA RELIGIOSA (MISSA DE CORPO PRESENTE, DE SÉTIMO DIA OU ENCOMENDAÇÃO – MAS SOMENTE A CERIMÔNIA CIVIL.
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA RELIGIOSA: ART. 208 CP.
CAUSA DE AUMENTO – CRIME COMETIDO COM VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA.
CÚMULO MATERIAL DA PENA CORRESPONDENTE À VIOLÊNCIA (HAVERIA BIS IN IDEM?)
APP INCONDICIONADA.
 
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA.
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
CRIME COMUM – INCLUSIVE FAMILIARES DO MORTO E O RESPONSÁVEL PELO TÚMULO OU URNA.
SUJEITO PASSIVO – COLETIVIDADE.
CONDUTAS:
a) remover pedras, danificar ornamentos, colocar objetos grosseiros, escrever palavras de calão;
b) ocorre o crime na alteração chocante, de aviltamento, de grosseria irreverência – derrubada da cruz ou o enfeite religioso, derramamento de bebida alcoólica sobre os símbolos funerários.
CRIME DOLOSO – TRÊS POSIÇÕES:
1) EXIGE-SE FINALIDADE ESPECIAL - SENTIMENTO DE DESRESPEITO (HUNGRIA);
2) SOMENTE A MODALIDADE PROFANAR DEVE SER ACOMPANHADA DE ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL – PROPÓSITO DE VILIPENDIAR OU DESPREZAR (FRAGOSO).
3) O PROPÓSITO É IRRELEVANTE – O RESPEITO AOS MORTOS É INERENTE AO SER HUMANO (MIRABETE).
CONSUMAÇÃO – COM A VIOLAÇÃO OU PRÁTICA DO ATO DE PROFANAÇÃO.
ADMITE-SE A TENTATIVA.
 
 
REGIS PRADO ENTENDE INADMISSÍVEL A TENTATIVA NA HIPÓTESE DE VIOLAÇÃO (A TENTATIVA JÁ CONSTITUI PROFANAÇÃO CONSUMADA) E NO ULTRAGE POR PALAVRAS ORAIS EM PÚBLICO.
CONCURSO DE CRIMES
a) CALÚNIA CONTRA OS MORTOS (CONCURSO FORMAL DE CRIMES);
b) FURTO SE O AGENTE VIOLAR A SUPULTURA NO INTUITO DE SUBTRAIR OBJETOS ENTERRADOS – 
O CRIME EM ANÁLISE É ABSORVIDO (CRIME MEIO).
OUTRO ATO DE DESRESPEITO NÃO SERÁ ABSORVIDO.
NEM MESMO A PROFANAÇÃO, QUE NÃO SE TRATA DE MEIO NECESSÁRIO AO FIM VISADO.
PERGUNTA-SE: SUBTRAÇÃO DE OBJETOS COLOCADOS SOBRE A SEPULTURA SEM VIOLAÇÃO OU PROFANAÇÃO, CONFIGURA QUAL CRIME?
1ª CORRENTE: HAVERÁ CRIME DE FURTO.
2ª CORRENTE: HAVERÁ O CRIME DO ART. 210 DO CP.
c) SUBTRAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CADÁVER – ART. 211 CP.
d) REMOÇÃO DE ÓRGÃOS, TECIDOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE – 
 LEI 9.434/97 (CRIMES ESPECÍFICOS NOS ARTS. 14 A 20).
 APP INCONDICIONADA.
 
 
 
DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER.
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
TUTELA-SE O SENTIMENTO DE RESPEITO AOS MORTOS.
CRIME COMUM (INCLUSIVE FAMILIARES DO MORTO).
Ex1: mãe que oculta o cadáver do filho recém-nascido para encobrir as provas do infanticídio; 
Ex2: a esposa que destrói o cadáver do marido, para afastar as provas do homicídio; 
Ex3: ou o coveiro que subtrai o cadáver para se vingar da família do falecido.
SUJEITO PASSIVO – COLETIVIDADE.
CONDUTA:
a) CADÁVER É TODO O CORPO HUMANO SEM VIDA.
b) PARA SER CONSIDERADO CADÁVER NÃO BASTA QUE O CORPO HUMANO ESTEJA SEM VIDA:
IMPRESCINDÍVEL QUE MANTENHA TRAÇOS MÍNIMOS IDENTIFICADORES DA APARÊNCIA HUMANA;
QUE NÃO TENHA SIDO ATINGIDO PELA DECOMPOSIÇÃOCADAVÉRICA;
NÃO SÃO OBJETOS DO CRIME EM ESTUDO O ESQUELETO, AS CINZAS, AS MÚMIAS E AS PARTES DO CORPO NÃO RECONHECIDAS COMO TAL.
 
 
 
HUNGRIA – ENTENDE QUE: 
A OCULTAÇÃO SOMENTE PODE OCORRER ANTES DO SEPULTAMENTO DO CADÁVER.
A SUBTRAÇÃO PODE DAR-SE ANTES OU DEPOIS DO SEPULTAMENTO.
PERGUNTA-SE: HAVENDO A SUBTRAÇÃO DE UMA MÚMIA, QUAL SERÁ O CRIME?
R: PODERÁ RESPONDER POR FURTO (NÃO É COISA EXCLUÍDA DO COMÉRCIO).
CRIME DOLOSO.
CONCURSO DE CRIMES – É POSSÍVEL E CERTOS CASOS 
Ex1: praticada a conduta com o fim de impedir a apuração de crime de homicídio – haverá concurso com o crime de FRAUDE PROCESSUAL (ART. 347 CP).
CONSUMAÇÃO: 
a) COM A EXTINÇÃO DO CADÁVER OU PARTE DELE.
b) COM A SUBTRAÇÃO – RETIRADA DO CADÁVER DOS FAMILIARES OU DO CEMITÉRIO.
c) OCULTAÇÃO – COM O DESAPARECIMENTO (AINDA QUE TEMPORÁRIO) DO CADÁVER OU PARTES.
 
ATENÇÃO! É CRESCENTE O ENTENDIMENTO DE QUE O CRIME É DA ESPÉCIE PERMANENTE: 
 ADMITE FLAGRANTE A QUALQUER TEMPO.
 
 
 
 
 
ADMITE-SE A TENTATIVA. 
APP INCONDICIONADA.
VILIPÊNCIO A CADÁVER.
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
CRIME COMUM.
SUJEITO PASSIVO – COLETIVIDADE E OS FAMILIARES.
CONDUTA: VILIPENDIAR (DESPREZAR, DESDENHAR, AVILTAR, REBAIXAR) O CADÁVER OU SUAS CINZAS.
CRIME DE EXECUÇÃO LIVRE:
ESCARRO, CONSPURCAÇÃO, DESNUDAMENTO, COLOCAÇÃO DO CADÁVER EM SITUAÇÕES 
GROSSEIRAS, IRREVERENTES, PELA APOSIÇÃO DE MÁSCARAS OU SÍMBOLOS BURLESCOS 
OU POR PALAVRAS.
Ex1: comete crime quem desveste o cadáver, corta-lhe um membro com propósito ultrajante, derrama líquidos imundos sobre ele ou suas cinzas.
 
 
 
LUIZ REGIS PRADO - O OBJETO MATERIAL PODE SER O CADÁVER, AS PARTES DESTE OU SUAS CINZAS.
NÃO SERIA LÓGICO CRIMINALIZAR O ESCÁRNIO DAS CINZAS E CONSIDERAR O VILIPÊNCIA DE PARTES DO CADÁVER FATO ATÍPICO (PERNA, CABEÇA, TRONCO).
NORONHA ENTENDE QUE OS ESQUELETOS TAMBÉM PODEM SER OBJETO MATERIAL.
ATENÇÃO! SE AS PALAVRAS IMPUTAREM AO MORTO, FALSAMENTE, FATO DEFINIDO COMO CRIME:
HAVERÁ CONCURSO FORMAL ENTRE O CRIME EM ESTUDO E O DO ART. 138, § 2º CP.
 
CRIME DOLOSO – ESPECIAL FIM DE DESPREZAR O CORPO SEM VIDA (DEPRECIÁ-LO).
CONSUMAÇÃO: COM A PRÁTICA DOS ATOS AVILTANTES (GESTOS OU PALAVRAS).
ADMITE-SE A TENTATIVA. 
 APP INCONDICIONADA.
 
 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL.
LEI 12.015/2009: Passou a tutelar não mais os costumes, mas a dignidade sexual 
LIBERDADE E DESENVOLVIMENTO SEXUAL DA PESSOA. 
VIOLAÇÃO CONTRA A PESSOA E NÃO MAIS OS COSTUMES.
ESTATUTO DO ÍNDIO (LEI 6001/73 ART. 59) – 
ÍNDIO NÃO INTEGRADO OU COMUNIDADE INDÍGENA – AUMENTO DE 1/3.
DECRETO 7.958/2013: DIRETRIZES PARA O ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL - SUS.
CRIMES CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES – PRESCRIÇÃO: O termo inicial da prescrição punitiva começa a correr na data em que a vítima completar18 anos, salvo se houver sido proposta ação penal
ESTUPRO
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2º Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
	 
 
 
 
 
TUTELA-SE A DIGNIDADE SEXUAL DA VÍTIMA CONSTRANGIDA POR VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA.
NOVA ACEPÇÃO AO VOCÁBULO ESTUPRO (LEI 12.015/2009): Não apenas conjunção carnal violenta, contra homem ou mulher (estupro em sentido estrito), mas também o comportamento de obrigar a vítima, homem ou mulher, a praticar ou permitir que com o agente se pratique outro ato libidinoso.
CRIME HEDIONDO NA FORMA SIMPLES E QUALIFICADA (ART. 1º, V LEI 8.072 DE 1990).
TUTELA A LIVRE ESCOLHA DO PARCEIRO SEXUAL.
CRIME BICOMUM (E NÃO MAIS BIPRÓPRIO): Qualquer pessoa pode praticar ou sofrer a infração penal.
LEI 12.015/2009 – DEIXOU DE FAZER DISTINÇÃO ENTRE OS CRIMES DE ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR – UNINDO-OS NO TIPO ÚNICO DE ESTUPRO. 
NOVA LEI – HEVERÁ ESTUPRO, QUER TENHA HAVIDO CONJUNÇÃO CARNAL (penetração – ainda que parcial, do pênis na vagina), QUER TENHA SIDO PRATICADO QUALQUER OUTRO TIPO DE ATO SEXUAL.
CONDUTA: ATO DE LIBIDINAGEM VIOLENTO, OBRIGADO, FORÇADO.
AGENTE BUSCA CONSTRANGER A VÍTIMA À:
a) CONJUNÇÃO CARNAL;
b) PRATICAR (CONDUTA ATIVA – ex: masturbar o agente ou nele fazer sexo oral); 
OU PERMITIR QUE COM ELE SE PRATIQUE OUTRO ATO LIBIDINOSO (ATITUDE PASSIVA DO OFENDIDO – 
 ex: receber sexo oral, permitir que o agente introduza o dedo ou o pênis em seu ânus ou vagina.
 
 
 
 
 
ATOS LIBIDINOSOS QUE CONFIGURAM ESTUPRO: Passar as mãos nos seios da vítima ou em suas nádegas, esfregar o órgão sexual no corpo dela, beijo LASCIVO (com a introdução da língua na boca da vítima), introduzir objeto em seu ânus ou vagina, etc.
A PROSTITUTA PODE SER VÍTIMA DO DELITO. E SE A VÍTIMA, JÁ NO MOTEL, RECUSA O SEXO?
ESTUPRO DE MARIDO CONTRA A PRÓPRIA ESPOSA:
NO PASSADO JÁ SE ENTENDEU QUE O MARIDO NÃO RESPONDERIA PELO CRIME – 
EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO (TESE ABSOLUTAMENTE ULTRAPASSADA).
a) ESSA HIPÓTESE É – INCLUSIVE - CAUSA DE AUMENTO DA PENA (ART. 226, II DO CP);
b) LEI 11.340/2006 - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER.
MEIOS DE EXECUÇÃO: 
a) VIOLÊNCIA: Deve ser material – emprego de força física capaz de impedir a reação da vítima;
NA ATUAL LEGISLAÇÃO O ESTUPRO É SEMPRE COMETIDO COM VIOLÊNCIA REAL (FÍSICA).
A LEI 12.015/2009: Deixou de prever a presunção de violência como forma de execução do estupro – passando a tratar a relação sexual com menores de 14 anos, deficientes mentais ou pessoas que não possam oferecer resistência com a denominação ESTUPRO DE VULNERÁVEL. 
 
 
 
 
 
b) GRAVE AMEAÇA: violência moral, direta, justa ou injusta – a vítima não vê alternativa a não ser ceder ao ato sexual – NA VÍTIMA OU EM TERCEIRO.
PARA UMA CORRENTE: a gravidade da ameaça deve ser extraída da generalidade (homem médio). 
OUTRA CORRENTE defende que a individualidade da vítima deve ser levada em consideração.
É POSSÍVEL A PUNIÇÃO POR OMISSÃO: Mãe que nada faz para evitar que seu namorado mantenha relações sexuais violentas com a filha de 15 anos.
NÃO HÁ NECESSIDADE DE CONTATO FÍSICO ENTRE AUTOR E VÍTIMA: Há crime quando o agente ordena a automasturbação ou a introdução de um vibrador na vagina pela própria vítima – 
ou se ela é forçada a manter relações com terceiros ou com animais.
PRESSUPOSTO DO CRIME: ENVOLVIMENTO CORPÓREO DA VÍTIMA (E NÃO DO AGENTE) NO ATO SEXUAL (ex: vítima obrigada a assistir um ato sexual envolvendo outras pessoas – o crime é o de constrangimento ilegal)
 A VÍTIMA NÃO PRECISA ESTAR DESNUDA PARA QUE OCORRA O CRIME.
 SIMPLES CONDUTA DE OBRIGAR A VÍTIMA A TIRAR A ROUPA (contemplação lasciva) – 
 CONSTRANGIMENTO ILEGAL (ficar nu não é ato libidinoso).
STJ – 5º TURMA (DECISÃO UNÂNIME) ENTENDEU QUE A CONTEMPLAÇÃO LASCIVA É ATO LIBIDINOSO 
 CAPAZ DE CARACTERIZAR O CRIME DE ESTUPRO (em caso envolvendo uma menor).
 
 
 
 
 
PROPOSTAS INDECOROSAS: EXIGE-SE UM ATO DE NATUREZA SEXUAL – 
NÃO HÁ CRIME COM O MERO USO DE PALAVRAS (importunação ofensiva).
AGENTE QUE SE ENCOSTA NA VÍTIMA APROVEITANDO-SE DA LOTAÇÃO E DO MOVIMENTO DO COLETIVO: LCP – IMPORTUNAÇÃO OFENSIVA (não há violência ou grave ameaça).
DISSENSO SÉRIO DA VÍTIMA: Que indique não ter a vítima aderido à conduta do agente (ex: se embora a mulher diga para parar, mas não o faz de forma enérgica, em tal caso não há violência ou ameaça.
NÃO É NECESSÁRIA A RESISTÊNCIAHERÓICA: 
A vítima luta fisicamente até suas últimas forças (ex: estuprador armado).
ADMITE:
a) COAUTORIA: Coautor é aquele que emprega violência ou grave ameaça contra a vítima (atos de execução), sem, entretanto, realizar o ato sexual – 
ex: quem segura a vítima para que o autor realize a conjunção carnal. 
b) PARTICIPAÇÃO: Haverá participação por parte de quem concorrer para o crime sem realizar ato executório - ex: aquele que estimule verbalmente a vítima.
 SUJEITO PASSIVO: HOMEM OU MULHER.
 ATO SEXUAL APÓS A MORTE DA VÍTIMA: VILIPÊNCIO A CADÁVER (212 CP).	
 
 
 
 
 
RELEVÂNCIA DA PALAVRA DA VÍTIMA NA COMPROVAÇÃO DO ESTUPRO: É possível a condenação de um estuprador com base somente nas palavras e no reconhecimento efetuado pela vítima, desde que não existam razões concretas para que se questione o seu depoimento (PRESUNÇÃO RELATIVA).
CONSUMAÇÃO: COM A PRÁTICA DE QUALQUER ATO DE LIBIDINAGEM.
TENTATIVA: É POSSÍVEL.
ELEMENTO SUJETIVO: DOLO
NÃO EXIGE QUALQUER FINALIDADE ESPECÍFICA (MAJORITÁRIO) – 
CAPEZ: é delito de tendência – assim, também estará consumado o estupro se a intenção do agente era vingar-se da vítima, humilhando-a com o ato sexual – ou em razão de aposta.
MIRABETE ENTENDE QUE DEVE EXISTIR O ESPECIAL FIM DE AGIR (intuito de praticar ato sexual).
NÃO CONFIGURAÇÃO DO ESTUPRO POR SER OUTRA A INTENÇÃO DO AGENTE – ex: marido que, ao saber que havia sido traído pela esposa, a amarrou e introduziu por completo um espeto de churrasco em sua vagina até perfurar seus órgãos internos e provocar sua morte: HOMICÍDIO.
	
 
 
 
 
 
CONJUNÇÃO CARNAL E OUTROS ATOS LIDIBINOSOS CONTRA A MESMA VÍTIMA NO MESMO CONTEXTO
ANTES DA LEI 12.015/09: CONCURSO MATERIAL OU CRIME CONTINUADO.
DEPOIS DA LEI 12.015/09: CRIME ÚNICO – a pluralidade de atos é apreciada na fixação da pena base.
ATOS SEXUAIS FORÇADOS CONTRA A MESMA VÍTIMA EM MOMENTOS DIVERSOS: 
CRIME CONTINUADO OU CONCURSO MATERIAL.
ESTUPRO CONTRA DUAS VÍTIMAS NO MESMO CONTEXTO FÁTICO – 
CRIME CONTINUADO – 
Mas como os crimes são dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça e contra VÍTIMAS 
DIFERENTES, aplicável o parágrafo único do art. 71 do CP:
a) DUAS VÍTIMAS: AS PENAS SERÃO SOMADAS;
b) TRÊS VÍTIMAS: AS PENAS SERÃO TRIPLICADAS.
c) QUATRO OU MAIS VÍTIMAS: AS PENAS SERÃO TAMBÉM TRIPLICADAS.
	
 
 
 
 
 
VÁRIOS PRESOS QUE ESTUPRAM A MESMA VÍTIMA (CURRA): 
a) OS AGENTES RESPONDERÃO PELOS CRIMES EM CONTINUIDADE DELITIVA – 
como autores de uma conduta e coatores de outras condutas. 
b) VÍTIMA ÚNICA: aplicação de uma só pena, aumentada (art. 71 CP)
Com a CAUSA DE AUMENTO DO ART. 225, I CP.
ATENÇÃO: No caso de crime continuado, o art. 71 do CP prevê que o juiz deverá aplicar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. O STJ entende que, em regra, a escolha da quantidade de aumento de pena deve levar em consideração o número de infrações praticadas pelo agente. Porém, nem sempre será fácil trazer para os autos o número exato de crimes que foram praticados, especialmente quando se trata de delitos sexuais. É o caso, por exemplo, de um padrasto que mora há meses ou anos com a sua enteada e contra ela pratica constantemente estupro de vulnerável. Nessas hipóteses, mesmo não havendo a informação do número exato de crimes que foram cometidos, o juiz poderá aumentar a pena acima de 1/6 e, dependendo do período de tempo, até chegar ao patamar máximo. Assim, constatando-se a ocorrência de diversos crimes sexuais durante longo período de tempo, é possível o aumento da pena pela continuidade delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem a quantificação exata do número de eventos criminosos. STJ. 5ª Turma. HC 311.146-SP, Rel. 
 Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 17/3/2015 
(Info 559).
	
 
 
 
 
 
ESTUPRO E PERIGO DE CONTÁGIO DE DOENÇA VENÉREA: O estuprador que sabe ou deve saber que está contaminado com doença venérea e que força a vítima a com ele manter relações sexuais – expondo-o à risco de contrair a moléstia, responde por ESTUPRO EM CONCURSO FORMAL - art. 130.
SE NÃO TRANSMITIR A DOENÇA (CRIME DE PERIGO): CONCURSO FORMAL.
SE TRANSMITIR A DOENÇA: AFASTA-SE O ART. 130 CP E APLICA-SE A CAUSA DE AUMENTO DO ART. 234-A, IV DO CP (LEI 12.015/09).
SE ERA INTENÇÃO DO AGENTE TRANSMITIR A DOENÇA: RESPONDE POR ESTUPRO EM CONCURSO FORMAL COM O ART. 130 §1º (QUALIFICADO) – 
DESDE QUE A DOENÇA NÃO SEJA TRANSMITIDA (CRIME DE PERIGO). 
DESDE QUE O ATO SEXUAL SEJA CAPAZ DE TRANSMITIR A DOENÇA (passar as mãos nos seios da vítima – não caracteriza).
CRIME QUALIFICADO – PRETERDOLO.
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos.
LESÃO GRAVE: ART. 129 §§ 1º E 2º.
LESÕES LEVES E VIAS DE FATO (LCP): SÃO ABSORVIDAS PELO ESTUPRO.
PRETERDOLO: Se houve dolo de provocar lesão corporal, o agente responde por estupro simples em concurso material com a lesão corporal grave.
 A LESÃO GRAVE NÃO PRECISA SER DECORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA 
 ALCANÇA A LESÃO GRAVE CAUSADA PELA GRAVE AMEAÇA (infarto)
	
 
 
 
 
 
VÍTIMA MENOR DE 18 E MAIOR DE 14 ANOS:
a) VÍTIMA MENOR DE 14 ANOS: ESTUPRO DE VULNERÁVEL
b) ESTUPRO COMETIDO NO DIA DO ANIVERSÁRIO DE 14 ANOS DA VÍTIMA 
(estupro de vulnerável – menor de 14 anos; qualificadora: vítima maior de 14 anos). 
APLICA-SE A QUALIFICADORA.
CRIME QUALIFICADO PELA MORTE (oriunda da violência ou grave ameaça)
EXCLUSIVAMENTE PRETERDOLOSO: dolo no estupro e culpa quanto à morte.
a) AGENTE AMORDAÇA A VÍTIMA (PARA NÃO GRITAR) E NÃO PERCEBE QUE ELA ESTÁ SUFOCANDO E ACABA MORRENDO – 
RESPONDE POR ESTUPRO QUALIFICADO (A MORTE FOI DECORRÊNCIA CULPOSA DO ESTUPRO).
b) AGENTE ESTUPRA A VÍTIMA E, EM SEGUIDA, INTENCIONALMENTE, A MATA PARA ASSEGURAR A SUA IMPUNIDADE: RESPONDE POR ESTUPRO SIMPLES EM CONCURSO MATERIAL COM O HOMICÍDIO QUALIFICADO.
ESTUPRO QUALIFICADO É JULGADO PELO TRIBUNAL DO JÚRI? NÃO!
c) AGENTE ARMADO ARRASTA A VÍTIMA PARA O MATO E ESTA, AO VER QUE SERÁ VÍTIMA DE ESTUPRO, ENTRA EM LUTA CORPORAL E ACABA SENDO MORTA – MAS O AGENTE PRATICA ATOS 
 SEXUAIS COM O CADÁVER: RESPONDE POR TENTATIVA DE ESTUPRO, HOMICÍDIO 
 QUALIFICADO (assegurar a impunidade), E VILIPÊNDIO A 
 CADÁVER – EM CONCURSO MATERIAL
	
 
 
 
 
 
d) ESTUPRO É TENTADO, MAS O AGENTE, CULPOSAMENTE, DÁ CAUSA À MORTE DA VÍTIMA: 
O CRIME QUALIFICADO ESTÁ CONSUMADO (para a doutrina clássica, crimes preterdolosos não admitem tentativa e a qualificadora está vinculada ao resultado morte). – 
Há quem entenda possível a tentativa em crimes preterdolosos quando a não consumação ocorre na parte dolosa do tipo. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – ART. 226 CP.
Art. 226. A pena é aumentada:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
COAUTORIA E PARTICIPAÇÃO.
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
ENUMERAÇÃO LEGAL TAXATIVA.
FÓRMULA GENÉRICA (carcereiro sobre o preso, companheiro da mãe da vítima, professor da criança).
 
 AFASTA-SE A INCIDÊNCIA DAS AGRAVANTES GENÉRICAS (ART. 61, II, e, CP).
 
 VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM.
	
 
 
 
 
 
ART. 128, II DO CP PERMITE A REALIZAÇAO DO ABORTO SENTIMENTAL POR MÉDICO QUANDO A GRAVIDEZ FOI RESULTANTE DE ESTUPRO – DESDE QUE HAJA O CONSENTIMENTO DA GESTANTE.A AUTORA DE UM CRIME SEXUAL, ENGRAVIDANDO EM FACE DO ESTUPRO QUE COMETEU PODE ABORTAR LEGALMENTE, NOS TERMOS DO ART. 128, II DO CP?
ROGÉRIO SANCHES ENTENDE QUE NÃO (SOMENTE QUANDO VÍTIMA).
SABENDO QUE A MULHER PODE SER SUJEITO ATIVO, TENDO UM HOMEM COMO VÍTIMA, HAVERÁ O AUMENTO DE PENA PREVISTO NO ART. 234 DO CP QUANDO NESSA CONDIÇÃO, ENGRAVIDAR?
BITENCOURT – ENTENDE INAPLICÁVEL A MAJORANTE.
ROGÉRIO SANCHES – ENTENDE APLICÁVEL (a lei não diferenciou).
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador
NÃO SE REFERE SOMENTE ÀS DOENÇAS VENÉREAS.
ALCANÇA TODAS AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.
HIV/AIDS – INCURÁVEL E FATAL.
1ª CORRENTE: LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA;
2ª CORRENTE: TENTATIVA DE HOMICÍDIO.
 O AGENTE RESPONDE PELO ESTUPRO SIMPLES EM CONCURSO COM 
 LESÃO GRAVÍSSIMA OU TENTATIVA DE HOMICÍDIO.
	
 
 
 
 
 
AÇÃO PENAL – LEI 12.015/09:
REGRA: APP CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO;
EXCEÇÕES: 
MENOR DE 18 ANOS OU PESSOA VULNERÁVEL: APP INCONDICIONADA.
QUAL É A AÇÃO PENAL NOS CASOS EM QUE DA CONDUTA RESULTA NA VÍTIMA LESÃO GRAVE OU MORTE?
ANTES DA LEI 12.015/09: AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
ATUAL REDAÇÃO DO ART. 225 CP: PASSOU A SER CONDICIONADA.
ADI 4.301 DO PGR – REQUER A DECLARAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE DA ALTERAÇÃO PARA QUE A AÇÃO VOLTE A SER INCONDICIONADA
FUNDAMENTOS: ofensa ao princípio da dignidade humana; lesão ao princípio da proteção eficiente; possível extinção da punibilidade em massa porque passariam a exigir a manifestação da vítima, sob pena de decadência; 
 É A POSIÇÃO DE BITENCOURT.
 
 LUIZ FLÁVIO GOMES DISCORDA: Interesse de recato, preservação.
 
 
 
 
 
TRANSIÇÃO – CRIMES COMETIDOS ATÉ 10/08/2009:
a) CRIME COMETIDO ERA DE AÇÃO PRIVADA NO REGIME LEGAL ANTERIOR: 
A AÇÃO CONTINUA SÓ PODENDO SER INTENTADA POR QUEIXA-CRIME – 
A alteração foi no CP e não no CPP e a ação privada se submete a critérios de extinção da punibilidade diferenciados (perdão do ofendido, decadência – perempção).
b) CRIME ERA DE AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA NO REGIME ANTERIOR E PASSOU A DEPENDER DE REPRESENTAÇÃO (CONDICIONADA) – 
A vítima deverá ser intimada para oferecer representação, no prazo de 6 meses, a contar da data da entrada em vigor da lei.
SEGREDO DE JUSTIÇA. LEI 12.239/2015 – DIREITO À CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA PARA MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA.
CASAMENTO DO ESTUPRADOR COM A VÍTIMA - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – REVOGADO.
CASAMENTO DA VÍTIMA COM TERCEIRA PESSOA: DESDE A LEI 11.106/05 NÃO GERA EFEITO.
STF/STJ – A CAUSA DE AUMENTO DO ART. 9º DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS FOI REVOGADA 
 TACITAMENTE PELA LEI 12.015/09 – QUE REVOGOU O ART. 224 DO CP, QUE ERA 
 MENCIONADO PELO REFERIDO ART. 9º.
 
 
 
 
 
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
CRIME COMUM.
NÃO HÁ DISTINÇÃO EM RELAÇÃO AO SUJEITO PASSIVO.
ESTELIONATO SEXUAL.
CONDUTA:
a) AGENTE ATUA SEM O EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA;
b) PRATICA COM A VÍTIMA ATO DE LIBIDINAGEM;
c) USANDO DE FRAUDE OU OUTRO MEIO QUE IMPEÇA OU DIFICULTE A LIVRE MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DA VÍTIMA.
LUIZ REGIS PRADO – EXEMPLO DO BAILE DE MÁSCARAS –
 
OUTROS EXEMPLOS: GÊMEOS; MÉDICO QUE MENTE PARA REALIZAR EXAME GINECOLÓGICO 
 DESNECESSÁRIO – FALSO ENFERMEIRO QUE DÁ BANHO NA PACIENTE – 
 FALSO PAI DE SANTO AO DAR O ‘’PASSE’’.
 
 
 
 
 
FRAUDE: DEVE SER CAPAZ DE ILUDIR ALGUEM (condições da vítima).
FRAUDE: NÃO PODE ANULAR A CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA – 
SENÃO O CRIME SERÁ O ESTUPRO DE VULNERÁVEL.
USO DE DROGAS (BOA NOITE CINDERELA) ESTUPRO DE VULNERÁVEL.
CRIME DOLOSO - INDEPENDENTEMENTE DE FIM ESPECIAL (DIVERGENTE).
CONSUMAÇÃO: COM A PRÁTICA DO ATO LIBIDINOSO. ADMITE-SE A TENTATIVA.
VISA PUNIR O ATO FRAUDULENTO. 
NÃO HAVERÁ CRIME:
a) alguém promete um emprego para que uma mulher a ele se entregue;
b) ou quando oferece dinheiro para obter a relação sexual e não honra a palavra;
c) agente diz reiteradamente que ama uma moça apenas para que ela concorde em manter relação sexual e este, após o ato, termina o namoro.
NÃO SE EXIGE QUE A FRAUDE INDUZA A VÍTIMA A CONSENTIR NA PRÁTICA DO ATO OU A CONCORDAR EM SUBMETER-SE A ELE, BASTA QUE A FRAUDE VIABILIZE QUE O AGENTE O REALIZE (ex: 
 homem que deita no quarto escuro onde a esposa de um amigo está dormindo e 
 começa a passar as mãos nos seios da mulher que não se opõe em razão 
 da sonolência).
 
 
 
 
 
APLICAM-SE AS CAUSAS DE AUMENTO DOS ARTS. 226 E 234-A CP.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
MÉDICO QUE COBRA PELA CONSULTA EM QUE ABUSA DA PACIENTE COM O EMPREGO DE FRAUDE – NÃO INCIDE O PARÁGRAFO ÚNICO.
O PAGAMENTO É INERENTE À CONSULTA.
EXEMPLO: IRMÃO GÊMEO QUE PARTICIPA DE APOSTA.
ASSÉDIO SEXUAL
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
Parágrafo único. (VETADO) 
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
DELITO PLURIOFENSIVO – ATINGE:
a) LIBERDADE DE EXERCÍCIO DO TRABALHO;
b) DIREITO DE NÃO SER DISCRIMINADO.
 
 
 
 
 
 
CRIME PRÓPRIO: 
a) SUPERIOR HIERÁRQUICO;
b) ASCENDENTE EM RELAÇÃO DE EMPREGO, CARGO OU FUNÇÃO.
CAUSA DE AUMENTO DO ART. 226 II CP: NÃO SE APLICA AO:
a) PRECEPTOR;
b) EMPREGADOR DA VÍTIMA – circunstâncias já elementares do tipo.
SUJEITO PASSIVO – PRÓPRIO (SUBALTERNO).
NÃO HAVENDO ESSA RELAÇÃO ESPECIAL – PODERÁ SER OUTRO CRIME
(Constrangimento ilegal ou a contravenção de importunação ofensiva).
ADMITE-SE O ASSÉDIO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO.
CONDUTA: 
a) CONSTRANGER ALGUÉM COM O INTUITO DE OBTER VANTAGEM SEXUAL
(INCOMODAR, IMPORTUNAR, EMBARAÇAR)
b) PREVALECENDO-SE DA SUA CONDIÇÃO DE SUPERIOR (DE MANDO).
 É POSSÍVEL O ASSÉDIO PRATICADO POR PROFESSOR EM FACE DE ALUNA?
 E DE BISPO PARA COM O SARCEDOTE?
 
 
 
 
 
NUCCI – SUPERIORIDADE HIERÁRQUICA: RELAÇÃO LABORAL NO ÂMBITO PÚBLICO; ASCENDÊNCIA: A MESMA RELAÇÃO NO CAMPO PRIVADO – NÃO CONFIGURA CRIME ENTRE DOCENTES E ALUNOS – 
O VÍNCULO DE TRABALHO É ENTRE O PROFESSOR E A FACULDADE.
LUIZ REGIS PRADO DISCORDA: O TIPO NÃO EXIGE UMA ASCENDÊNCIA FUNCIONAL – 
MAS UMA RELAÇÃO DE DOMÍNIO, RESPEITO.
USO DE VIOLÊNCIA E GRAVE AMEAÇA: CONFIGURA ESTUPRO.
BITENCOURT ADMITE O USO DE VIOLÊNCIA E GRAVE AMEAÇA.
EXISTE O CRIME SE O EMPREGADOR ASSEDIA SUA SUBALTERNA PARA FAVORECER SEU FILHO?
R: A VANTAGEM SEXUAL PODE SER PARA OUTREM;
SE O BENEFICIÁRIO TIVER CIÊNCIA E QUISER O FAVOR SEXUAL – HAVERÁ CONCURSO DE AGENTES.
CONSUMAÇÃO: CRIME FORMAL.
1ª CORRENTE (MIRABETE E CAPEZ): COM O CONSTRANGIMENTO - 
INDEPENDENTEMENTE DA VANTAGEM SEXUAL VISADA;
2ª CORRENTE: É NECESSÁRIA A PRÁTICA DE REITERADOS ATOS DE CONSTRANGIMENTO.
 
 TENTATIVA: É POSSÍVEL (PARA QUEM ENTENDE QUE O CRIME NÃO É HABITUAL)
 
 
 
 
 
NÃO BASTA QUE O CHEFE CONTE UMAANEDOTA QUE ENVERGONHE SUA SUBORDINADA.
ELOGIOS OU GRACEJOS EVENTUAIS: NÃO HÁ CRIME.
CONVITE PARA JANTAR – NÃO HAVERÁ CRIME. 
HAVERÁ SE HOUVER RECUSA E O CHEFE COMEÇAR A IMPORTUNÁ-LAS REITERADAMENTE.
CRIME DE AÇÃO LIVRE (patrão beija, apalpa as nádegas, passa a mão em seus cabelos, pede-lhe uma massagem, mostra-lhe o pênis no escritório).
EMPREGO DE AMEAÇA: NÃO É ELEMENTAR DO CRIME.
GRAVE AMEAÇA: ESTUPRO (promessa de demissão, a depender do caso).
É POSSÍVEL O ASSÉDIO SEXUAL ENTRE LÍDERES ESPIRITUAIS E SEGUIDORES?
VITOR EDUARDO RIOS GONÇALVES ENTENDE QUE SIM.
ASSÉDIO PRATICADO PELO SUBALTERNO: ATIPICIDADE.
SOMENTE O ASSÉDIO LABORAL CONSTITUI CRIME 
 (atipicidade do assédio de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade). 
 
 
 
 
 
 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 2º (VETADO) 
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
§ 4º Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
TUTELA A DIGNIDADE SEXUAL DO VULNERÁVEL.
CRIME HEDIONDO.
STJ (3ª SEÇÃO): autorizou a aplicação dos consectários da Lei 8.072/90 para os crimes sexuais com 
 violação presumida, MESMO QUE ANTERIORES À LEI 12.015/09 (ERESP 1225387/RS).
 
 
 
 
 
 
DIVERGÊNCIA 
CARÁTER RELATIVO OU ABSOLUTO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA – ATUAL VULNERABILIDADE.
a) pode-se considerar o menor, com 13 anos, absolutamente vulnerável, ainda que tenha experiência sexual comprovada? POSSO APLICAR A EXCEÇÃO DE ROMEU E JULIETA?
b) ou será possível considerar relativa a vulnerabilidade?
LEI 12.015/09 ABOLIU O SISTEMA DE PRESUNÇÕES E CRIMINALIZOU DE FORMA OBJETIVA A PRÁTICA DESCRITA NO ART. 217-A CP.
(Ainda que a vítima menor com 12 anos seja prostituta, haverá o crime).
CRIME COMUM.
VÍTIMA: 
a) pessoa menor de 14 anos;
E SE A VÍTIMA, NO DIA EM QUE COMPLETOU 14 ANOS, CONSENTIR COM A PRÁTICA SEXUAL?
FATO ATÍPICO (não é mais vulnerável).
b) pessoa que por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência – REQUER PERÍCIA.
 POUCO IMPORTA SE A INCAPACIDADE FOI PROVOCADA PELO AUTOR.
 CRIME DE AÇÃO LIVRE.
 CRIME DOLOSO – CIÊNCIA DA CONDIÇÃO DA VÍTIMA.
 
 
 
 
 
 
ERRO OU DESCONHECIMENTO DA VULNERABILIDADE (ERRO DE TIPO).
CONSUMAÇÃO: COM A PRÁTICA DO ATO DE LIBIDINAGEM.
TENTATIVA: POSSÍVEL.
QUALIFICADORAS – EXCLUSIVAMENTE PRETERDOLOSAS.
NÃO SE EXIGE O EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA.
O CONSENTIMENTO NÃO É VÁLIDO.
CAUSAS DE AUMENTO APLICÁVEIS: ARTS. 226, I e II c/c 234-A III e IV CP.
AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
REGRA NOS CRIMES SEXUAIS (caput): AÇÃO PENAL CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.
EXCEÇÕES (parágrafo único):
1) Vítima menor de 18 anos: INCONDICIONADA.
2) Vítima vulnerável: INCONDICIONADA.
PERGUNTA-SE: O estupro de vulnerável (art. 217-A) é sempre crime de ação penal pública incondicionada por causa do parágrafo único do art. 225 do CP? 
A expressão “pessoa vulnerável” 
 empregada pelo parágrafo único do art. 225 do CP é o mesmo conceito de “vulnerável” do art. 217-A do CP?
 
 
 
 
NÃO. Para a 6ª Turma do STJ, a “pessoa vulnerável” de que trata o parágrafo único é somente aquela que possui uma incapacidade permanente de oferecer resistência à prática dos atos libidinosos (MENOR, DOENTE MENTAL).
Se a pessoa é incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência dos atos libidinosos (VÍTIMA DESMAIADA), ela não pode ser considerada vulnerável para os fins do parágrafo único do art. 225 do CP, de forma que a ação penal permanece sendo condicionada à representação da vítima.
ATENÇÃO! Afasta-se a interpretação no sentido de que qualquer crime de estupro de vulnerável seria de ação penal pública incondicionada VIDE O QUADRO COMPARATIVO NA SEQUÊNCIA.
STJ. 6ª Turma. HC 276.510-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/11/2014 (Info 553).
MEDIAÇÃO DE MENOR VULNERÁVEL PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM.
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Parágrafo único. (VETADO). 
TUTELA A DIGNIDADE SEXUAL DO MENOR DE 14 ANOS.
CRÍTICAS DE NUCCI: ‘’O atual art. 218 criou uma modalidade de exceção pluralística à teoria monista, impedindo a punição de participação de estupro de vulnerável, pela pena prevista para o art. 217-A quando se der na modalidade de induzimento’’
 
 
 
 
 
 
	
SE A VÍTIMA É PESSOA PERMANENTEMENTE VULNERÁVEL (MENOR E DOENTE MENTAL)	
SE A VÍTIMA ESTÁ APENAS TEMPORARIAMENTE VULNERÁVEL (ESTÁ DESMAIADA)
	
ENQUADRA-SE NO CONCEITO DE VULNERÁVEL DO ART. 217-A DO CP.
AMOLDA-SE NA DEFINIÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 225 CP.
O CRIME SERÁ DE APP INCONDICIONADA.
STJ. 6ª Turma. HC 276.510-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/11/2014 (Info 553).
	
ENQUADRA-SE NO CONCEITO DE VULNERÁVEL DO ART. 217-A DO CP.
NÃO SE AMOLDA NA DEFINIÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 225 CP.
O CRIME SERÁ DE APP CONDICIONADA
CUIDADO – ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO.
 5ª TURMA DO STJ EM DECISÃO DE 08/08/2017 HC 389.610/SP REL. MIN. FELIX FISCHER
EM CASO DE VULNERABILIDADE DA VÍTIMA A AÇÃO PENAL É PÚBLICA INCONDICIONADA 
O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 225 CP NÃO FEZ DISTINÇÃOENTRE VULNERABILIDADE TEMPORÁRIA OU PERMANENTE
SE A VULNERABILIDADE FOR PERMANENTE OU TEMPORÁRIA – O ESTUPRO DE VULNERÁVEL SERÁ DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
A DOUTRINA AMPLAMENTE MAJORITÁRIA ENTENDE DA MESMA FORMA (A vulnerabilidade deve ser aferida no momento da conduta criminosa. Se a vítima estava vulnerável no momento do ato (de forma permanente ou transitória), a ação será pública incondicionada.
 
ROGÉRIO SANCHES e BITENCOURT DISCORDAM: 
O art. 218-A está limitado às práticas contemplativas (despir-se com sensualidade) – 
Se o menor é induzido ao cometimento de ato de libidinagem: estupro de vulnerável (art. 217-A).
CRIME DE AÇÃO LIVRE. NÃO NECESSARIAMENTE HABITUAL.
A CONDUTA DEVE RECAIR SOBRE PESSOA DETERMINADA.
INDUÇÃO A NÚMERO INDETERMINADO DE PESSOAS: FAVORECIMENTO À PROSTITUIÇÃO (218-B CP).
CONDUTA DOLOSA (COM CIÊNCIA DA MENORIDADE DA VÍTIMA).
CONSUMAÇÃO: COM A PRÁTICA DO ATO (independe da satisfação lasciva).
TENTATIVA: ADMISSÍVEL.
SATISFAÇÃO DA LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
ANTES DA LEI 12.015/09 A CONDUTA ERA ATÍPICA – 
 A CORRUPÇÃO DE MENORES ALCANÇAVA SOMENTE MAIORES DE 14 E MENORES DE 18 ANOS. 
 A NOVA LEI INTEGROU A LACUNA.
 
 
 
CRIME COMUM.
VÍTIMA – MENOR DE 14 ANOS – NÃO IMPORTANDO O SEXO.
MODALIDADES:
a) praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso.
O AGENTE NÃO INTERFERE NA VONTADE DO MENOR – APROVEITA-SE DA SUA PRESENÇA.
b) ou induzir a vítima a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso.
O AGENTE INFLUENCIA O MENOR.
A VÍTIMA NÃO PARTICIPA DO ATO SEXUAL – CASO CONTRÁRIO: ART. 217-A
NO CRIME DO ART. 218-A DO CP, EXIGE-SE A PRESENÇAFÍSICA (IN LOCO) DO MENOR?
1ª CORRENTE: ENTENDE QUE NÃO, EM RAZÃO DOS AVANÇOS DA TECNOLOGIA;
2ª CORRENTE: BITENCOURT – O MENOR DEVE ESTAR FISICAMENTE NO LOCAL DO ATO SEXUAL.
CRIME DOLOSO – COM ESPECIAL FIM DE AGIR (satisfazer a lascívia própria ou de outrem) – 
 
 CONSUMAÇÃO:
 a) PRIMEIRA FIGURA (PRATICAR): Com a prática do ato de libidinagem;
 b) SEGUNDA FIGURA (INDUZIR): Independe da prática libidinosa.
 NUCCI: CONSUMA-SE COM A VISUALIZAÇÃO PELO MENOR.
 ADMITE TENTATIVA.
 
 
 
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DO VULNERÁVEL.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
§ 2º Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
4 MODALIDADES DE PROSTITUIÇÃO E EXPLORAÇÃO SEXUAL:
a) PROSTITUIÇÃO;
b) TURISMO SEXUAL;
c) PORNOGRAFIA;
d) TRÁFICO PARA FINS SEXUAIS.
 EXPLORAÇÃO SEXUAL DE ADOLESCENTE: ART. 218-B CP.
 
 
 
CRIME HEDIONDO (LEI 12.978/2014)
EXPLORAÇÃO DE ADULTOS: ART. 228 CP.
PORNOGRAFIA ENVOLVENDO CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ECA (arts. 240, 241, 241-A a 241-D).
CRIME COMUM.
VÍTIMA: MULHER OU HOMEM 
MENOR DE 18 ANOS OU ENFERMO (DEFICIENTE MENTAL).
MENOR DE 14 ANOS E DOENTE MENTAL: ESTUPRO DE VULNERÁVEL.
A PROSTITUTA PODE SER VÍTIMA DESTE DELITO?
SIM! QUANDO IMPEDIDA DE DEIXAR A PROSTITUIÇÃO.
PODE OCORRER POR AÇÃO OU OMISSÃO (ex: caso do garantidor – revestido do dever jurídico de impedir que a vítima ingresse na prostituição, que adere subjetivamente à conduta da vítima).
§ 2º Incorre nas mesmas penas: 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
 O CRIME NÃO ALCANÇA O MENOR QUE PROCURA A PROSTITUIÇÃO POR SUA PRÓPRIA CONTA.
 
 
 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
O DISPOSITIVO NÃO DESCREVE A CONDUTA DO AGENTE.
EXISTE VIOLAÇÃO À RESERVA LEGAL? HAVERIA INCONSTITUCIONALIDADE? 
CRIME DOLOSO. A TENTATIVA É POSSÍVEL.
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL. 
MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
 § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
 
 
 
 
CRIME COMUM.
TRIÂNGULO:
a) AGENTE ATIVO (LENÃO);
b) VÍTIMA (pessoa induzida a satisfazer a lascívia de outrem);
c) DESTINATÁRIO DA PRÁTICA CRIMINOSA (consumidor).
O DESTINATÁRIO NÃO PODE SER COAUTOR DO CRIME 
(a norma exige o fim de satisfazer a lascívia de outrem E NÃO A PRÓPRIA).
O DESTINATÁRIO NÃO RESPONDE PELO CRIME (ainda que tenha instigado).
SUJEITO PASSIVO: HOMEM OU MULHER. CRIME DE AÇÃO LIVRE – NÃO NECESSARIAMENTE HABITUAL.
PESSOA INTEIRAMENTE CORROMPIDA PROMÍSCUA: a indução não seria possível (seria inócua).
§ 1º HIPÓTESES TAXATIVAS (PARENTES).
§ 2º A vítima é induzida, mesmo que à força, à satisfação da lascívia de outrem – ela pratica com o seu CONSENTIMENTO. Não se confunde com o estupro, em que a vítima é compelida ao ato sexual, não havendo qualquer consentimento de sua parte.
 § 3º LENOCÍNIO MERCENÁRIO – PENA DE MULTA.
 AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
	 
 
 
 
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL.
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
A VÍTIMA NÃO É CRIANÇA OU ADOLESCENTE.
CRIME COMUM.
SUJEITO PASSIVO: 
a) QUALQUER PESSOA MAIOR DE 18 ANOS;
b) MENTALMENTE CAPAZ.
 A LEI NÃO DIFERENCIA O CORROMPIDO DO MORALMENTE INTACTO.
 A PROSTITUTA PODE SER VÍTIMA DO CRIME? 
 SIM (quando impedida de deixar a prostituição).
 
 
 
 
PODE OCORRER POR AÇÃO OU OMISSÃO.
CRIME DOLOSO – DESNECESSÁRIO O FIM DE LUCRO.
CONSUMAÇÃO:
a) ATRAIR, INDUZIR, FACILITAR: no momento em que a vítima se prostitui.
b) IMPEDIR, DIFICULTAR: no momento em que a prostituta é impedida de deixar a prostituição.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
 
ESTABELECIMENTO PARA EXPLORAÇÃO SEXUAL.
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
NÃO SE CONFUNDE COM O FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO.
ART. 228 CP: previne o fato de o sujeito ativo facilitar a prostituição de pessoa certa e determinada;
X
ART. 229 CP: forma especial de favorecimento à prostituição (mantendo a casa), comportando-se o agente de forma geral e indeterminada.
 
 
 
 
LEI 12.015/09 – NOVA CONFIGURAÇÃO: 
a) EXIGE UM ESTABELECIMENTO ONDE OCORRA EXPLORAÇÃO SEXUAL;
b) NÃO SIMPLESMENTE SEXO.
EXPLORAÇÃO SEXUAL 
a) DOMINAÇÃO, ABUSO DO CORPO
b) POR EXPLORADORES SEXUAIS - PAIS OU RESPONSÁVEIS E CONSUMIDORES DE SERVIÇOS SEXUAIS
c) O QUE ESTÁ REPROVADO NÃO É O SEXO, MAS A EXPLORAÇÃO.
ABRANGE NÃO SÓ OS PROSTÍBULOS, MAS QUALQUER ESPAÇO QUE VENHA A SERVIR DE ABRIGO EVENTUAL PARA A EXPLORAÇÃO SEXUAL:
(Hotéis, motéis, hospedarias, pensões, até restaurantes).
CRIME COMUM (proprietário, locatário, locador, gerente).É NECESSÁRIA A CIÊNCIA DA DESTINAÇÃO DO LOCAL.
VÍTIMA: A PESSOA EXPLORADA (COLETIVIDADE? – Tendência moralizante).
OS CONDENADOS PELO TIPO PENAL ANTERIOR E QUE NÃO TINHAM COMETIDO ATO 
 DE EXPLORAÇÃO SEXUAL ACABARAM SENDO FAVORECIDOS PELA ALTERAÇÃO 
 LEGISLATIVA (RETROATIVIDADE).
 
 
 
E A PROSTITUTA QUE MANTÉM A CASA ONDE EXERCE A PROSTITUIÇÃO?
ATIPICIDADE (PROSTITUIÇÃO NÃO É CRIME). 
SALVO SE UTILIZADO PARA EXPLORAR OUTRAS PROSTITUTAS.
É INDIFERENTE QUE O PROPRIETÁRIO DO LOCAL ALI COMPAREÇA.
O TIPO CRIMINALIZA QUEM MANTÉM E NÃO QUEM PARTICIPA.
CRIME HABITUAL. 
CRIME DOLOSO (SEM ESPECIAL FIM DE AGIR).
CONSUMAÇÃO: MANUTENÇÃO DO ESTABELECIMENTO.
NÃO ADMITE TENTATIVA.
É CRIME PERMANENTE (PRISÃO EM FLAGRANTE)?
SIM! 
NUCCI ENTENDE QUE NÃO.
 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
 
 
 
RUFIANISMO
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
PROTEÇÃO CRIMINAL ESPECIAL AOS QUE SE DEDICAM AO MERETRÍCIO E SÃO EXPLORADOS.
CRIME COMUM – PESSOA QUE VIVE ÀS EXPENSAS DA PROSTITUTA.
A PROSTITUTA PODE COMETER ESSE CRIME? SIM! 
X LENOCÍNIO: depois de servir como intermediário de uma relação sexual, em regra afasta-se da vítima, não buscando necessariamente o lucro.
 
 
 
VÍTIMA:
a) PESSOA QUE SE DEDICA À PROSTITUIÇÃO - TENDO A SUA ATIVIDADE EXPLORADA PELO RUFIÃO.
b) COLETIVIDADE? (Moralização do Direito Penal).
RUFIANISMO ATIVO: O rufião obtém vantagem diretamente dos lucros auferidos pela prostituta. 
NÃO É NECESSÁRIO QUE O RUFIÃO TOME A INICIATIVA DE SOLICITAR A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS – 
A ESPONTANEIDADE DO OFERECIMENTO POR PARTE DA MERETRIZ É INDIFERENTE AO DELITO.
RUFIANISMO PASSIVO: O agente participa indiretamente do proveito da prostituição, vivendo às custas da meretriz, recebendo dinheiro, vestuário, alimentação, moradia etc.
VANTAGEM DIRETA/INDIRETA DEVE SER PROVENIENTE DA PROSTITUIÇÃO.
CRIME HABITUAL E PERMANENTE (NUCCI NÃO CONCORDA).
CRIME DOLOSO. NÃO ADMITE TENTATIVA.
CONSUMAÇÃO: PRÁTICA DE ATOS REITERADOS - OBTENÇÃO DE PROVEITO.
É POSSÍVEL CONCURSO MATERIAL ENTRE CASA DE PROSTITUIÇÃO E O RUFIANISMO? 
SIM! (STJ: o art. 229 não fica absorvido pelo art. 230 CP).
 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONCICIONADA.
	 
 
 
 
TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL.
TRÁFICO INTERNO DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL.
REVOGADOS PELA LEI nº 13.344, de 2016
TRANSFORMADOS NO NOVO CRIME DO ART. 149-A CP.
 
 
 
 
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
ATO OBSCENO
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
TUTELA-SE O PUDOR COLETIVO – A MORALIDADE COLETIVA.
TUTELA-SE TAMBÉM O PUDOR INDIVIDUAL DE QUEM PRESENCIA.
CRIME COMUM. SUJEITO PASSIVO PRIMÁRIO: COLETIVIDADE. ATO QUE PODE OFENDER O PUDOR. 
RELATIVIDADE DO SIGNIFICADO DE ATO OBSCENO (MUTAÇÕES SOCIAIS) – VARIAÇÕES REGIONAIS.
O ATO DEVE OCORRER EM:
a) LOCAL PÚBLICO (plenamente acessível a qualquer pessoa – ex: rua, praça etc.);
b) LOCAL ABERTO AO PÚBLICO (frequentado por número indeterminado de pessoas e sujeito a condições de funcionamento – ex: teatros, restaurantes – 
SE O SHOW FOR DE SEXO EXPLÍCITO NÃO HAVERÁ CRIME.
c) LOCAL EXPOSTO (apesar de não ser aberto, está em uma situação em que o público de algum lugar, pode perceber o que se passa no seu interior) – 
Ex: dentro de automóvel, terraço, varanda, terreno baldio, janela aberta).
 
 
SE O AGENTE PODE SER VISTO APENAS POR SEUS VIZINHOS – HÁ CRIME.
MIRABETE: Se o ato tido como obsceno for praticado em um local privado, visível de outro da mesma natureza (também privado), não ocorre o crime.
MASTURBAÇÃO EM PÚBLICO, ANDAR NU, EXIBIÇÃO DE ÓRGÃOS GENITAIS.
SE O ATO FOR REALIZADO NA PRESENÇA DE MENOR DE 14 ANOS – ART. 218-A (MAIS GRAVE).
MICÇÃO VOLTADA PARA A VIA PÚBLICA COM A EXPOSIÇÃO DO PÊNIS: CARACTERIZA O CRIME.
O CRIME EXIGE A PRÁTICA DE ATO. 
PALAVRAS PODEM TIPIFICAR A CONTRAVENÇÃO PENAL DE IMPORTUNAÇÃO OFENSIVA AO PUDOR.
BEIJO LASCIVO: NÃO É MAIS CONSIDERADO CRIME. 
PUBLICIDADE EXIGIDA: DIZ RESPEITO AO LOCAL ONDE O FATO OCORRE - 
E NÃO À NECESSIDADE DE PRESENÇA DE PESSOAS 
(ex: se uma mulher está fazendo sexo oral em uma praça em momento em que não há outras pessoas passando pelo local, mas policiais flagram a cena, o fato constitui crime, porque existia a possibilidade de pessoas passarem por ali).
 LOCAL AFASTADO E ERMO: NÃO HÁ CRIME.
 SEIOS DESNUDOS NO CARNAVAL: FATOS SOCIAIS ACEITOS.
 
 
E A PRÁTICA DE TOPLESS?
TENTATIVA:
DAMÁSIO E NORONHA NÃO ADMITEM (ex: se um casal está em uma praça conversando e um deles se propõe a realizar sexo oral no outro – se este recusar o fato será atípico).
MIRABETE E BITENCOURT ADMITEM A TENTATIVA.
 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
ESCRITO OU OBJETO OBSCENO
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA.
CRIME COMUM.
 
 
ELEMENTO SUBJETIVO: INTENÇÃO DE COMÉRCIO, DISTRIBUIÇÃO OU EXPOSIÇÃO PÚBLICA.
E NO CASO DOS DONOS DE SEX SHOPS E BANCAS DE JORNAL? 
NÃO COMETEM CRIME - DESDE QUE A VENDA OCORRA EM LOCAL FECHADO E PARA MAIORES.
NOS DIAS ATUAIS NÃO TEM HAVIDO REPRESSÃO A ESSA INFRAÇÃO.
CONSUMAÇÃO: COM A AÇÃO (INDEPENDENTEMENTE DA OFENSA).
 
 
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
BIGAMIA
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
TUTELA O CASAMENTO MONOGÂMICO – ORGANIZAÇÃO DA FAMÍLIA.
CRIME PRÓPRIO – SOMENTE A PESSOA CASADA.
CRIME DE CONCURSO NECESSÁRIO.
POLIGAMIA – ROGÉRIO GRECO: APLICA-SE O CONCURSO DE CRIMES.
NÃO ALCANÇA A UNIÃO ESTÁVEL.
É INDIFERENTE QUE UM DOS AGENTES NÃO SEJA PUNÍVEL.
 
 
SUJEITO PASSIVO PRIMÁRIO: ESTADO (secundários: cônjuges).
A LEI NÃO EXIGE QUE O CASAMENTO ANTERIOR SEJA VÁLIDO – DESDE QUE VIGENTE 
(ex: casamento nulo ou anulável, até que se declare a nulidade ou que seja anulado, servirá para caracterizaro crime).
CONTRAIR NOVO CASAMENTO ESTANDO SEPARADO JUDICIALMENTE: NÃO EXCLUI O CRIME. 
O MESMO OCORRE COM A DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA.
§ 1º EXCEÇÃO PLURALÍSTICA À TEORIA MONISTA.
ANULAÇÃO DO PRIMEIRO CASAMENTO – 
O crime existirá desde que, ao tempo do segundo casamento, estivesse vigente o primeiro; 
Mas, se este, a seguir, é declarado nulo, o crime deixa de existir (a nulidade retroage).
CAUSAS DE NULIDADE: NCC ARTS. 1548, I e II e 1521, I a VII.
CAUSAS DE ANULABILIDADE: NCC ART. 1550, I a VI.
ANULADO O SEGUNDO CASAMENTO (POR MOTIVO QUE NÃO A BIGAMIA): EXCLUI-SE O CRIME.
SABENDO-SE QUE O CRIME DE BIGAMIA É ANTECEDIDO DE DECLARAÇÃO FALSA DO AGENTE A RESPEITO DO SEU ESTADO CIVIL NO PROCESSO DE HABILITAÇÃO, FICA A PERGUNTA: 
 O CRIME DE FALSIDADE FICA ABSORVIDO PELO DE BIGAMIA?
 
 
1ª CORRENTE: HAVERÁ CONCURSO MATERIAL.
LUIZ REGIS PRADO: CONSUNÇÃO - O CRIME FIM (BIGAMIA) ABSORVE O CRIME MEIO (FALSIDADE IDEOLÓGICA), QUE É ETAPA DA SUA REALIZAÇÃO.
INCOERÊNCIA: 
A BIGAMIA TENTADA (MENOS GRAVE) ABSORVERIA CRIME MAIS GRAVE (FALSIDADE IDEOLÓGICA).
SEM O INÍCIO DA EXECUÇÃO DA BIGAMIA: 
FALSIDADE IDEOLÓGICA CONSUMADA SERÁ PUNIDA COMO CRIME AUTÔNOMO.
CRIME DOLOSO – SEM ESPECIAL FIM DE AGIR.
CONSUMAÇÃO: NO MOMENTO EM QUE É DECLARADO PERFEITO O SEGUNDO CASAMENTO – 
QUANDO MANIFESTADA A VONTADE DE AMBOS OS NUBENTES.
DISPENSA A LAVRATURA DO ATO.
TENTATIVA (MIRABETE: é possível; CAPEZ: os atos praticados antes das declarações de vontade são meramente preparatórios. Não cabe tentativa).
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
 PRESCRIÇÃO (ART. 111, IV CP). 
 TERMO INICIAL: DA DATA EM QUE O FATO SE TORNOU CONHECIDO.
 
 
INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE CASAMENTO.
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
CRIME COMUM. É POSSÍVEL QUE OS DOIS O PRATIQUEM AO MESMO TEMPO (DOLO BILATERAL).
SUJEITO PASSIVO: ESTADO. SECUNDARIAMENTE, O ENGANADO.
ERRO ESSENCIAL – NCC ART. 1.557. IMPEDIMENTO – NCC ART. 1521 I A VII 
CRIME DOLOSO SEM ESPECIAL FIM DE AGIR. CONSUMA-SE COM O CASAMENTO.
CONDIÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO – IMPEDE A TENTATIVA:
a) MIRABETE E DAMÁSIO: É condição de procedibilidade;
b) NORONHA, BENTO DE FARIA: É condição objetiva de punibilidade.
MIRABETE, NORONHA E FRAGOSO – PRESCRIÇÃO: Só começa a correr após o trânsito em julgado da sentença que declara a nulidade do casamento (quando surge o ius puniendi estatal).
 AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA (NÃO SE TRANSMITE).
 ÚNICO CASO DO CP.
 
 
CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO.
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano.
SUJEITO ATIVO: QUALQUER PESSOA QUE CONTRAIA CASAMENTO CONHECENDO A EXISTÊNCIA DE IMPEDIMENTO ABSOLUTO – PODE SER COMETIDO POR AMBOS OS NUBENTES.
SUJEITO PASSIVO: ESTADO. NÃO HÁ O EMPREGO DE FRAUDE – BASTA QUE O NUBENTE SAIBA 
CRIME DOLOSO – SEM ESPECIAL FIM DE AGIR.
CONSUMAÇÃO: COM A EFETIVA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO. CABÍVEL A TENTATÍVA.
AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA
SE O AGENTE SABE DO IMPEDIMENTO MAS OMITE O FATO DO NUBENTE: 237CP; 
SE O AGENTE MENTIR PARA ESCONDER O IMPEDIMENTO – COMETE CRIME MAIS GRAVE: 236 CP.
 
SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO 
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento: Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
CRFB – ART. 98, II – JUSTIÇA DE PAZ.
 SOMENTE O ESTADO PODE DETERMINAR A AUTORIDADE COMPETENTE.
 CRIME COMUM (PRATICADO ATÉ POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO).
 SUJEITO PASSIVO: ESTADO.
 
 
CASAMENTO SERÁ ANULÁVEL (NCC ART. 1.550, VI).
CONVALIDAÇÃO DA NULIDADE SE O ATO TIVER SIDO REGISTRADO NO REGISTRO CIVIL.
ART. 1554 NCC: A CONVALIDAÇÃO NÃO AFASTA O CRIME (não é causa extintiva da punibilidade).
FORMA ESPECIAL DE USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA – 
SE O AGENTE AUFERE VANTAGEM - ART. 328 CP (USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA).
CONSUMAÇÃO – NÃO EXIGE A CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO. 
BASTA A PRÁTICA DE UM ATO DE ATRIBUIR-SE A AUTORIDADE. 
A TENTATIVA É POSSÍVEL. AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
SIMULAÇÃO DE CASAMENTO
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa: Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
SUJEITO ATIVO – CRIME COMUM.
MIRABETE – Normalmente sujeito ativo é um dos nubentes. 
Poderá haver um conluio e, portanto, coautoria, entre o magistrado e um dos nubentes. 
 
 
 
É INDISPENSÁVEL QUE A AÇÃO LUDIBRIE DIRETAMENTE UM INTERESSADO NO CASAMENTO.
SE DUAS PESSOAS COMBINAM FAZER UMA BRINCADEIRA COM UM AMIGO, SIMULANDO QUE ESTÃO SE CASANDO, E O CONVIDA PARA UMA FESTA DE MATRIMÔNIO? – R: NÃO HÁ CRIME. 
A PESSOA ENGANADA DEVE SER AQUELA APTA PARA CONSENTIR COM O CASAMENTO. 
CASO DO NUBENTE MENOR DE IDADE QUE ENGANA OS PAIS PARA CONSEGUIR O CONSENTIMENTO– ART. 1517 NCC. 
CRIME DOLOSO. CRIME SUBSIDIÁRIO EXPRESSO (Ex: ART. 171 CP).
CONSUMAÇÃO: COM A CELEBRAÇÃO FRAUDULENTA. TENTATIVA: É POSSÍVEL. APP INCONDICIONADA.
CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO.
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
BEM JURÍDICO TUTELADO: ESTADO DE FILIAÇÃO – FÉ PÚBLICA.
COM A PRÁTICA DELITUOSA TORNA-SE PÚBLICO UM ATO INEXISTENTE.
CRIME COMUM. MÉDICO QUE FORNEÇA ATESTADO DE NASCIMENTO INEXISTENTE E AS TESTEMUNHAS DO SUPOSTO NASCIMENTO (PARTÍCIPES).
PAI E MÃE (COAUTORES). SUJEITO PASSIVO: ESTADO.
ALCANÇA A INSCRIÇÃO DO NATIMORTO.
 MODALIDADE ESPECIAL DE FALSIDADE IDEOLÓGICA.
 
A FALSIDADE IDEOLÓGICA FICA ABSORVIDA POR ESTE CRIME.
CRIME DOLOSO. SEM ESPECIAL FIM DE AGIR. 
CONSUMAÇÃO: COM A INSCRIÇÃO DO NASCIMENTO INEXISTENTE.
TENTATIVA – POSSÍVEL. AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO: DATA EM QUE O FATO SE TORNOU CONHECIDO.
PARTO SUPOSTO. 
SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO.
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem (ADOÇÃO À BRASILEIRA); ocultar recém-nascido (BASTA QUE O AGENTE NÃO APRESENTE O NEONATO) ou substituí-lo (TROCA DE NEONATOS – DISPENSA-SE A INSCRIÇÃO NO REGISTRO CIVIL), suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
SUJEITO ATIVO:
a) PRIMEIRA FIGURA TÍPICA: SÓ A MULHER QUE COMUNICA PARTO ALHEIO COMO PRÓPRIO.
b) NAS DEMAIS: QUALQUER PESSOA.
SUJEITO PASSIVO: ESTADO. 
 
DE FORMA SECUNDÁRIA, HERDEIROS E OUTROS PREJUDICADOS.
A SIMULAÇÃO, POR SI SÓ, DE GRAVIDEZ OU DO PARTO, NÃO É CRIME. CRIME DOLOSO. 
ESPECIAL FIM DE AGIR: Suprimir ou alterar direito inerente ao estado civil.
TENTATIVA – POSSÍVEL. AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO: DATA EM QUE O FATO SE TORNOU CONHECIDO.
FIGURA PRIVILEGIADA – PERDÃO JUDICIAL RECONHECIDA NOBREZA.
SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO.
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhea filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
SUJEITO ATIVO – REGRA: QUALQUER PESSOA.
EXCEÇÃO: FILHO PRÓPRIO – SÓ O PAI OU A MÃE PODEM PRATICAR.
PÓLO PASSIVO: ESTADO E O MENOR (AINDA QUE NÃO REGISTRADO).
SIMPLES ABANDONO: NÃO INCIDE O CRIME.
E QUANDO CONJUNTAMENTE COM A CRIANÇA FORAM DEIXADAS DECLARAÇÕES ESCRITAS SUFICIENTEMENTE INDICATIVAS DA SUA VERDADEIRA FILIAÇÃO?
 R: NÃO HÁ CRIME.
 
DEVE EXISTIR A FINALIDADE DE PREJUDICAR DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL.
O CRIME PODE SER ATIVO OU OMISSIVO,
ABANDONO EM OUTROS LOCAIS: PODE CARACTERIZAR OUTROS CRIMES 
ARTS. 133 (ABANDONO DE INCAPAZ) E 134 (EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM NASCIDO) CP.
CRIME DOLOSO. CONSUMAÇÃO: ABANDONO + OCULTAÇÃO DE FILIAÇÃO OU FALSA ATRIBUIÇÃO. 
TENTATIVA – ADMISSÍVEL. AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR.
ABANDONO MATERIAL.
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o 
 pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
 
ART. 22 DA LEI 5.478/68: ‘’Constitui crime contra a administração da Justiça deixar o empregador ou funcionário público de prestar ao juízo competente as informações necessárias à instrução de processo ou execução de sentença ou acordo que fixe pensão alimentícia’’.
TUTELA A REGULAR MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA – SUBSISTÊNCIA DE SEUS MEMBROS.
CRIME PRÓPRIO: Dever legal de garantir a subsistência da vítima (cônjuge, ascendente e descendente)
COOBRIGADOS: CADA UM RESPONDERÁ POR SUA OMISSÃO.
SUJEITO PASSIVO: AQUELE QUE PODE EXIGIR O AMPARO.
CASO DA DOENÇA NÃO GRAVE, MAS QUE IMPOSSIBILITE PARA O TRABALHO: 
PARTE DA DOUTRINA ENTENDE QUE A MOLÉSTIA SERÁ SUFICIENTE PARA CARACTERIZAR O CRIME.
O MARIDO QUE DEIXA DE PROVER O SUSTENTO DOS FILHOS RESPONDERÁ PELO DELITO? SIM!
DEVE O SUJEITO AGIR DE FORMA INJUSTIFICADA.
OMISSÃO DE ASSISTÊNCIA A NÚMERO PLURAL DE PARENTES (TRÊS FILHOS)– 
NÃO DESNATURA A UNIDADE DE CRIMES. (O BEM JURÍDICO PROTEGIDO É A FAMÍLIA).
 CRIME DOLOSO SEM FINALIDADE ESPECÍFICA.
 
CONSUMAÇÃO:
a) no momento em que o agente deixa de prover a subsistência da vítima;
b) no caso de não pagamento de pensão alimentícia, com a recusa ao pagamento;
c) omissão de socorro, com a mera inação (não cabe tentativa).
AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
ENTREGA DE FILHO A PESSOA INIDÔNEA
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. 
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro.
CRIME PRÓPRIO – SÓ PODE SER PRATICADO PELOS PAIS.
E O TUTOR, O PARENTE OU TERCEIRO QUE TENHA A GUARDA DO MENOR?
PODEM EVENTUALMENTE ATUAR COMO COAUTORES OU PARTÍCIPES.
 SUJEITO PASSIVO: O FILHO MENOR DE 18 ANOS.
 
A LEI NÃO SE CONTENTA COM A MERA ENTREGA DO INFANTE.
É IMPRESCINDÍVEL QUE ESTA PESSOA POSSA ATINGIR O INFANTE MATERIAL OU MORALMENTE.
NÃO SE FAZ NECESSÁRIO QUE OCORRA O EFETIVO DANO AO MENOR – BASTA QUE SEJA EXPOSTO (ainda que de forma descontínua).
EXPRESSÃO: SAIBA OU DEVA SABER(?) MIRABETE ENTENDE QUE O CRIME SERÁ DOLOSO OU CULPOSO.
LUIZ REGIS PRADO E NUCCI ENTENDEM QUE O CRIME NÃO PUNE A CULPA.
CONSUMAÇÃO: COM O PERIGO EFETIVO ADVINDO DA ENTREGA DO MENOR.
INDEPENDE DO TEMPO EM QUE PERMANECEU SOB OS CUIDADOS DO TERCEIRO.
QUALIFICADORA: BASTA O SIMPLES ÂNIMO DE OBTER LUCRO (MESMO QUE NÃO OCORRA).
§ 2º - REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 239 DO ECA.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
ABANDONO INTELECTUAL
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
CRFB – ART. 205 – DIREITO À EDUCAÇÃO.
 NCC – ART. 1.634, I – PODER FAMILIAR E DIREITO À EDUCAÇÃO.
 
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO. EXIGE-SE A INEXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A OMISSÃO.
EDUCAÇÃO MINISTRADA EM CASA: 
REGIS PRADO entende que é dever dos pais providenciar a escolarização do filho, oferecendo-lhe a educação fundamental em estabelecimento de ensino regular – e não fora dele. 
PARTE DA DOUTRINA entende que não haverá abandono intelectual.
CRIME DOLOSO - SEM ESPECIAL FIM DE AGIR.
CONSUMAÇÃO: COM A OMISSÃO POR TEMPO JURIDICAMENTE RELEVANTE.
PARA ROGÉRIO GRECO, CONSUMA-SE APÓS O ÚLTIMO DIA DO PRAZO PARA A MATRÍCULA.
NÃO ADMITE TENTATIVA. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
 
ABANDONO MORAL.
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
(BOATES, CABARÉ, PROSTÍBULOS, CASSINOS)
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza (REVOGADO PELO ART. 240 ECA);
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; 
 IV - mendigue ou sirva a mendigo para exercitar a comiseração pública:
 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
 
SUJEITO ATIVO: 
a) PAIS DOS MENORES; b) aqueles que sobre ele (menor) exerçam poder, guarda ou vigilância.
SUJEITO PASSIVO: MENOR DE 18 ANOS SUBMETIDO A PODER, GUARDA OU VIGILÂNCIA.
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
LAN HOUSES – CASAS DE JOGO DE BILHAR – NÃO HAVERÁ CRIME.
FREQUENTAR/CONVIVER: NÃO BASTA IR UMA VEZ (EXIGE-SE A REITERAÇÃO).
NÃO HÁ CRIME HABITUAL (A REITERAÇÃO É DO MENOR E NÃO DO AGENTE).
PARTÍCIPE: BASTA UMA ÚNICA PARTICIPAÇÃO.
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza.
PRIMEIRA PARTE: DEVERÁ EXISTIR A REITERAÇÃO. SEGUNDA PARTE: BASTA UMA CONDUTA (REVOGADO PELO ECA – ART. 240)
CONSUMAÇÃO:
a) PERMISSÃO ANTERIOR DO RESPONSÁVEL: Com a prática dos verbos do tipo penal;
 b) MENOR JÁ SE ENTREGAVA ÀS ATIVIDADES PROIBIDAS: No momento em que o 
 responsável toma ciência e aquiesce (não admitindo tentativa).
 
LUIZ REGIS PRADO: É CRIME DE PERIGO ABSTRATO; ROGÉRIO GRECO: É CRIME DE PERIGO CONCRETO.
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; 
IV - mendigue ou sirva a mendigo para exercitar a comiseração pública:
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA E CURATELA
INDUZIMENTO A FUGA, ENTREGA ARBITRÁRIA OU SONEGAÇÃO DE INCAPAZES.
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena - detenção, de um mês a um ano, oumulta.
TUTELA-SE A MANUTENÇÃO DO PODER FAMILIAR E OS DIREITOS DOS TUTORES OU CURADORES 
CRIME COMUM (qualquer pessoa, até os pais destituídos do poder familiar).
E SE O CÔNJUGE SEPARADO JUDICIALMENTE RETÉM O FILHO MENOR POR PRAZO SUPERIOR AO ACORDADO?
NÃO RESPONDERÁ POR ESSE CRIME. 
 PODERÁ COMETER O CRIME DE DESOBEDIÊNCIA.
 
NÃO SE CONFUNDE COM A SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES EM QUE O MENOR É TIRADO
E NÃO APENAS INDUZIDO A FUGIR DE QUEM O TEM SOB SUA GUARDA.
NÃO SE INCLUI O PRÓDIGO (A CURATELA É LIMITADA AOS ASPECTOS PATRIMONIAIS).
O ALIENADO MENTAL NÃO INTERDITADO NÃO GOZA (INJUSTIFICADAMENTE), DA PROTEÇÃO LEGAL 
NÃO BASTA A INDUÇÃO. EXIGE-SE O EFETIVO DESAPARECIMENTO.
ENTREGA ARBITRÁRIA: RESPONSÁVEL POR INSTITUIÇÃO DE ENSINO QUE ENTREGA MENOR A PESSOA SEM ORDEM DOS PAIS, TUTORES OU CURADORES.
O RECEBEDOR SERÁ COAUTOR SE TIVER CIÊNCIA DA ENTREGA ARBITRÁRIA.
A POSSE ANTERIOR DO MENOR DEVE SER REGULAR (DO CONTRÁRIO: SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES).
CONSUMAÇÃO:
a) PRIMEIRA FIGURA TÍPICA: É CRIME MATERIAL – CONSUMA-SE COM A EFETIVA FUGA. 
NUCCI DISCORDA – PARA O AUTOR SERIA CRIME FORMAL, BASTANDO O INDUZIMENTO.
 b) CONFIAR O MENOR OU INTERDITO: CONSUMA-SE COM A ENTREGA ARBITRÁRIA.
 c) TERCEIRA AÇÃO DELITUOSA: CONSUMA-SE NO MOMENTO DA 
 RECUSA SEM JUSTA CAUSA.
TENTATIVA – POSSÍVEL. EXCETO NA MODALIDADE OMISSIVA (RECUSA EM ENTREGAR).
AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES.
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
CRIME COMUM.
PODE SER COMETIDO INCLUSIVE PELO PAI, TUTOR E CURADOR, QUANDO DESTITUÍDOS OU TEMPORARIAMENTE PRIVADOS DO PODER FAMILIAR, TUTELA, CURATELA OU GUARDA.
SUJEITO PASSIVO PRIMÁRIO: AQUELE QUE TEM O INCAPAZ SOB SUA GUARDA.
CRIME DE EXECUÇÃO LIVRE E SUBSIDIÁRIO 
 (FICA ABSORVIDO NO CASO DE CRIME MAIS GRAVE).
CONSENTIMENTO DO INCAPAZ – NÃO TEM VALIDADE (NÃO EXCLUI O CRIME).
§1º - TAMBÉM ALCANÇA A MÃE.
CRIME DOLOSO (SEM ESPECIAL FIM DE AGIR).
CONSUMAÇÃO: COM A RETIRADA DO INCAPAZ DA ESFERA DE PROTEÇÃO. É CRIME PERMANENTE?
MIRABETE E LUIZ REGIS PRADO: O CRIME É PERMANENTE.
NUCCI: DISCORDA. 
TENTATIVA – POSSÍVEL.
AÇÃO PENAL: APP INCONDICIONADA.
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
INCITAÇÃO AO CRIME.
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
TUTELA A PAZ PÚBLICA.
CRIME COMUM.
 SUJEITO PASSIVO: COLETIVIDADE – 
 ABALADA NA SUA TRANQUILIDADE.
CONDUTA – INCITAR (INDUZIR, PROVOCAR) PUBLICAMENTE, A PRÁTICA DE DETERMINADO CRIME.
PRÁTICA DE CONTRAVENÇÃO PENAL OU ATO IMORAL: NÃO HÁ CRIME.
A INCITAÇÃO DEVE SER PÚBLICA – ATINGINDO NÚMERO INDETERMINADO DE PESSOAS.
CRIME DE AÇÃO LIVRE (panfleto, cartazes, e-mail, televisão, discursos etc.).
LÍDER SINDICAL QUE, EM DISCURSO, DIZ QUE OS OPERÁRIOS DEVEM DEPREDAR A INDÚSTRIA.
LÍDER COMUNITÁRIO QUE, EM PANFLETO, DIZ QUE OS MORADORES DEVEM FAZER LIGAÇÕES CLANDESTINAS DE ÁGUA E LUZ.
NÃO BASTA QUE O AGENTE INCITE PUBLICAMENTE A PRÁTICA DE CRIMES DE FORMA GENÉRICA.
O AGENTE DEVERÁ APONTAR FATO DETERMINADO.
SE A PESSOA É INCITADA AO SUICÍDIO? ART. 122 CP.
SE A PESSOA É INCITADA A SE PROSTITUIR? ART. 228 CP.
NÃO CARACTERIZA O DELITO A SIMPLES OPINIÃO – NO SENTIDO DE SER LEGALIZADO O ATO.
 A INCITAÇÃO DE PESSOA CERTA E DETERMINADA PARA A PRÁTICA DE CRIME CONSTITUI PARTICIPAÇÃO NO DELITO QUE SERÁ PRATICADO.
LEI DE IMPRENSA – DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO STF (INCIDE O DELITO DO CP).
INCITAÇÃO AO PRECONCEITO RACIAL – ART. 20 LEI 7.716/89.
CRIME DOLOSO – NÃO EXIGE FIM ESPECÍFICO.
CRIME DE PERIGO ABSTRATO – CONSUMAÇÃO, COM A INCITAÇÃO.
E SE O CRIME (ESTIMULADO) FOR PRATICADO? R: RESPONDERÁ POR AMBOS OS CRIMES.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO.
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
CRIME COMUM.
SUJEITO PASSIVO: COLETIVIDADE.
PRÁTICA DE CONTRAVENÇÃO PENAL OU ATO IMORAL: NÃO HÁ CRIME.
EXALTAÇÃO DE FATO CRIMINOSO OU DE AUTOR DE CRIME.
APOLOGIA DE CRIME CULPOSO É CRIME? NÃO! 
NÃO PODE HAVER APOLOGIA DE ATO INVOLUNTÁRIO.
 A APOLOGIA DEVE SER PÚBLICA – ATINGINDO NÚMERO INDETERMINADO DE PESSOAS.
 CRIME DE AÇÃO LIVRE (panfleto, cartazes, e-mail, televisão, discursos etc.).
NÃO SE CONFUNDE COM O CRIME ANTERIOR: 
NO ART. 286 A INSTIGAÇÃO É EXPLÍCITA; AQUI O INDUZIMENTO É IMPLÍCITO – FEITO POR ELOGIOS.
APOLOGIA A FATO CRIMINOSO – ESTÁ LIMITADA AOS DELITOS PASSADOS?
1ª CORRENTE: O DELITO ELOGIADO DEVE SER PASSADO (SE FUTURO HAVERÁ INCITAÇÃO AO CRIME). 
HUNGRIA DISCORDA (A LEI NÃO DISTINGUE).
E SE OCORRE O ELOGIO AO AUTOR DE CRIME SEM QUE O AGENTE VISE EXALTÁ-LO POR TAL PRÁTICA? 
E SE BUSCA ENALTECER QUALIDADES ALHEIAS À AÇÃO DELITUOSA? – NÃO HAVERÁ CRIME.
É NECESSÁRIA SENTENÇA CONDENATÓRIA IRRECORRÍVEL CONTRA O AUTOR DO CRIME ELOGIADO?
DELMANTO: A APOLOGIA AINDA NÃO CONDENADA DEFINITIVAMENTE É ATÍPICA.
HUNGRIA E FRAGOSO: TAL CIRCUNSTÂNCIA NÃO DEVE SER EXIGIDA.
CRIME DOLOSO. SEM ESPECIAL FIM DE AGIR.
STF - ADPF 187 DECIDIU SER LEGAL A MARCHA DA MACONHA.
CONSUMAÇÃO: COM A APOLOGIA (PERIGO ABSTRATO). 
 A TENTATIVA É ADMISSÍVEL.
Ex: QUEM, EM ENTREVISTA, ELOGIA UM EMPRESÁRIO POR TER, COMPROVADAMENTE, SONEGADO MILHÕES EM TRIBUTOS, OU UM ASSASSINO PORQUE MATOU DETERMINADA PESSOA.
ELOGIO INEQUÍCOVO E PERIGOSO (E NÃO A MERA NARRATIVA DE UM FATO).
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
LEI DE IMPRENSA – DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO STF (INCIDE O DELITO DO CP).
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (ANTIGO CRIME DE QUADRILHA OU BANDO).
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
BEM TUTELADO: PAZ PÚBLICA. ALTERAÇÕES DA LEI nº 12.850, de 2013:
a) O NOMEN IURIS PASSOU DE QUADRILHA OU BANDO PARA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA;
b) ≠ ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE EXIGE UM NÚMERO MÍNIMO DE 4 MEMBROS (LEI 12.850/13) – 
 ALTEROU O NÚMERO MÍNIMO DE AGENTES QUE DEVEM SE ASSOCIAR PARA COMETER CRIMES;
c) ALTEROU O PARÁGRAFO ÚNICO (QUE ANTES DOBRAVA A PENA DA QUADRILHA ARMADA) 
ATUALMENTE A PENA SERÁ AUMENTADA ATÉ A METADE SE OS AGENTES ESTIVEREM ARMADOS OU SE HOUVER A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS OU ADOLESCENTES (RETROAGE).
CRIME COMUM E DE CONCURSO NECESSÁRIO.
MÍNIMO DE 3 AGENTES (COMPUTANDO-SE EVENTUAIS INIMPUTÁVEIS OU NÃO IDENTIFICADOS)
SUJEITO PASSIVO: COLETIVIDADE.
CONDUTA: ASSOCIAÇÃO DE 3 OU MAIS PESSOAS PARA COMETER CRIMES 
ASSOCIAÇÃO: VINCULAÇÃO SÓLIDA QUANTO À ESTRUTURA E DURÁVEL QUANTO AO TEMPO.
(NÃO SIGNIFICA PERPETUIDADE). 
É MUITO MAIS QUE UM ENCONTRO TRANSITÓRIO (TIPICO DO CONCURSO DE AGENTES).
É POSSÍVEL UMA PESSOA PERTENCER A MAIS DE UMA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA?
MAGALHÃES NORONHA ENTENDE QUE SIM – CABÍVEL A PLURALIDADE DE CRIMES.
MAGGIORE ENTENDE QUE O DELITO É ÚNICO E IDÊNTICO 
PLURALIDADE DE PESSOAS: 
a) MÍNIMO DE 3 PESSOAS;
 b) É INDIFERENTE A POSIÇÃO OCUPADA POR CADA AGENTE NA ASSOCIAÇÃO;
 c) VÍNCULO ASSOCIATIVO