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UNIVERSIDADE PAULISTA ANGÉLICA APARECIDA LACERDA TAMÍRIS ALICE TEIXEIRA DOS SANTOS INDISCIPLINA ESCOLAR Impondo limites CONSELHEIRO LAFAIETE 2015 ANGÉLICA APARECIDA LACERDA TAMÍRIS ALICE TEIXEIRA DOS SANTOS INDISCIPLINA ESCOLAR Impondo limites Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de em Pedagogia apresentado à universidade Paulista- UNIP Orientador: Prof. Paula Trubbianelli CONSELHEIRO LAFAIETE 2015 ANGÉLICA APARECIDA LACERDA TAMÍRIS ALICE TEIXEIRA DOS SANTOS INDISCIPLINA ESCOLAR Impondo limites Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Pedagogia apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___ Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Universidade Paulista UNIP DEDICATÓRIA Dedicamos nosso trabalho à nossa família pelo apoio e incentivo nesta jornada. RESUMO A indisciplina é um grande obstáculo para a educação na atualidade, e a maneira de agir para acabar com esses casos ainda é desconhecida por muitos dos envolvidos no processo educacional, dentro e fora das escolas. Mesmo na nossa realidade atual, em que os docentes estão cada vez mais sem esperança de êxito no ensino- aprendizagem é preciso conscientizar que hoje estamos formando os futuros gestores do país. No meio educacional como um todo, a indisciplina tem causado debates frequentes e sido grande causadora do insucesso educacional de muitos alunos. Para que este fenômeno escolar tão prejudicial ao processo de ensino aprendizagem seja resolvido, é necessário conhecer seu real significado e suas causas, para que, a partir desses tópicos, sejam pautadas soluções em busca de erradicá- lo do dia a dia escolar. Após o estudo dos significados e as causas, o seguinte trabalho apresenta as soluções, que, em síntese, é a imposição de limites, não só pela escola, mas por todos os envolvidos na vida do discente, e o próprio aluno. Este assunto é de grande importância na sociedade atual, por estar cada vez maior dentro das escolas, pois o mesmo atrasa e/ou impede o progresso do ensino e desenvolvimento do trabalho da escola e afeta toda a sociedade. Assim, o presente estudo, fundamentado em teorias de estudiosos importantes, como Içami Tiba, destaca todos os envolvidos nos casos de indisciplina e suas colaborações para que tal aconteça, desde o lar até o próprio indisciplinado, passando pela escola e seus colaboradores. PALAVRAS- CHAVE: indisciplina, ensino- aprendizagem, soluções. ABSTRACT The indiscipline is a major obstacle to education today, and how to act to end these cases is still unknown by many of those involved in the educational process, both inside and outside schools. Even in our current reality, in that teachers are increasingly without hope of success in teaching and learning is to educate we are today forming the future managers of the country. In the educational environment as a whole, indiscipline has caused frequent debates and been major cause of educational failure of many students. For this school phenomenon as detrimental to the teaching and learning process is resolved, it must know its real meaning and its causes, so that from these topics, are guided solutions in search of eradication it day to day school. After studying the meanings and causes, the following work presents solutions which, in summary, is the imposition of limits, not only for school, but for everyone involved in the life of the student, and the student himself. This matter is of great importance in today's society to be increasing in schools, because it delays and / or prevents the progress of teaching and development of school work and affects the whole society. The present study, based on theories of important scholars such as Içami Tiba, says everyone involved in cases of indiscipline and his collaborations for this to happen, from the household to the undisciplined own, past the school and its employees. Key words: discipline, teaching-learning solutions. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. O QUE É INDISCIPLINA 2. CAUSAS DA INDISCIPLINA 2.1 Violência, bullying e drogas 2.2 Distúrbios 2.3 Família 2.4 Adolescência 2.5 Professor 2.5.1 Falhas 3.SOLUÇÕES 3.1 Regras e limites - Autoridade 3.2 Comunidade escolar 3.2.1 Papel do professor 3.2.2 Família 3.2.3 Aluno REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS INTRODUÇÃO Há um grande causador da indisciplina que precisa ser conhecido pelos envolvidos, que é relacionado às aulas, pois muitos alunos, principalmente os matriculados no Ensino Fundamental e Médio, vêm à escola como mera obrigação ou um modo de agradar aos pais. O professor precisa saber agir de modo a mudar essa ideia dos alunos, usando os conhecimentos que adquiriu em sua formação acadêmica nos conteúdos trabalhados na sala de aula, unindo real ao teórico através de ações que atraiam a atenção dos alunos, e os guiem a compreender a importância dos ensinamentos transmitidos pela escola. Os pais precisam estar conscientes de que sua participação na vida escolar dos filhos é de suma importância, dando o incentivo e apoio necessários. Pois muitos progenitores hoje vão à escola mais pra criticar do que oferecer apoio, delegando à escola e aos professores toda a responsabilidade educacional, sem levar em conta os aprendizados que precisam ser adquiridos em casa. O aluno, por sua vez, precisa reconhecer se como aprendente e valorizar a escola e suas funções como formadora de seu futuro. Afinal, a escola visa não somente a concepção de aptidões, mas é sim, formadora de caráter e transmissora de valores, responsabilidade social dos educandos, buscando formar cidadãos críticos e sujeitos de si. A indisciplina escolar, bem como sua definição, causas e soluções, serão tratadas nos capítulos seguintes, baseada nos conceitos de Içami Tiba e outros autores. Por ser um tema tão atual e que afeta tão diretamente o desenvolvimento do trabalho da escola, a presente pesquisa trata da indisciplina através da imposição de limites em busca de uma educação escolar efetiva e eficiente, com intuito de melhorar a convivência e o dia- a- dia de toda a escola. 1. O QUE É INDISCIPLINA Na atualidade muito se fala em indisciplina, tanto familiar quanto escolar, e se busca o causador desde incômodo que gera grandes problemas na convivência e no processo educativo. Para iniciar uma discussão a respeito desse tema, faz- se necessário conhecer o conceito da palavra indisciplina, que é vasto e impreciso. No dicionário Silveira Bueno, a palavra indisciplina é definida como: desobediência; rebelião; insubordinação. (BUENO, Silveira, 2000, p. 432.) Muitos fatores influenciam na aprendizagem dos alunos e também outros tantos fatores causam a indisciplina. Vários de indisciplina são viabilizados pela família, e em sala de aula, pelo professor a maneira com que o mesmo lida com os alunos. Içami Tiba (1996) fala a respeito da indisciplina: Conjunto de regras éticas para se atingir um objetivo. A ética é entendida, aqui, como o critério qualitativo do comportamento humano envolvendo e preservando o respeito ao bem estar biopsicossocial. (TIBA, 1996, p. 117.) La Taille (2002) tratando do nome indisciplina coloca- o como similar à moral, sendo esta o respeito pelas regras que são ditas obrigatórias. Portanto, se disciplina constitui respeito às leis, pode- se concluir que indisciplina, corresponde justamente à desobediência das leis (ou regras). Estadefinição de indisciplina está em consonância com boa parcela do que discorrem e expõem os docentes. Por fim, em suma, indisciplina é o desrespeito e/ou não cumprimento de leis e regras que visam o bem estar geral. 2. CAUSAS DA INDISCIPLINA A indisciplina tem tornado-se cada vez mais um problema, tanto para a família como para a escola, e ambas não estão conseguindo lidar com a situação. É bom lembrar que para amenizar o problema da indisciplina torna-se imprescindível que a escola primeiramente trabalhe com o projeto político pedagógico, o qual contará com a presença do supervisor, orientador, professores, família até mesmo a comunidade, pois através do acionamento deste o processo educativo fluirão bons resultados. Descobrir os agentes causadores e os motivos que geram a indisciplina na escola é o primeiro passo para agir de modo a encontrar as soluções que melhorarão e aperfeiçoarão o ensino e a convivência no ambiente escolar. Nos capítulos a seguir algumas causas serão explicadas e discutidas. 2.1 Violência, bullying e drogas Os casos de violência e bullying não são fáceis de serem detectados e tratados, pois raramente é possível descobrir quem iniciou uma briga, uma provocação, ou outra atitude que incite a violência e/ou atos de bullying. Confirmando isso, Tiba afirma em seu livro: Raramente uma professora consegue descobrir qual dos alunos começou a briga. Ambos argumentam que foram provocados antes - se não no momento da discussão, então no dia anterior. Muitas vezes, referem- se ate mesmo a fatos ocorridos anos antes. (TIBA, 2006, p. 125) Crianças e adolescentes que não estão acostumados a conviver em grupos diversificados e fora do ambiente familiar, que não sabem dividir a atenção e agem sendo egoístas e egocêntricos enfrentarão problemas na escola sempre que algum colega o contrariar ou agir de maneira com a qual não está adaptado. A violência, geralmente, se inicia dentro de casa, em lares onde os pais permitem que o filho faça o que bem entender, sem regras e limites. Este filho tende a pensar que tudo o que deseja deve ser realizado sempre, e quando contrariado age com agressividade e violência. O mesmo caso acontecerá quando este for para a escola, onde será tratado no grupo, sem preferências e prioridades com relação aos outros. Tiba se refere a esses casos: Não ser atendido nos seus mais íntimos desejos faz com que o mimado se torne na escola inicialmente agressivo, depois violento com colegas e professores. (TIBA, 2006, p. 160) Este aluno quando contrariado poderá perder o controle agindo com violência, se tornando indisciplinado e também praticando bullying. Tal comportamento pode demonstrar que este aluno tem distúrbios comportamentais, podendo necessitar de auxílio externo. Nota-se em todos os âmbitos escolares a prática do bullying que vem crescendo a cada dia e tirando a oportunidade de muitos educandos de se transformarem em pessoas de sucesso e bem sucedidas, tanto para o agressor quanto para a vítima. Muitos alunos tendem a rejeitar e tentar constranger alunos novos na escola, ou que é diferente da maioria, como a cor da pele, a religião, cabelo, estilo de vida, características físicas e sociais, entre vários outros. O indivíduo que pratica ações de humilhação e desprezo pelo seu próximo pode ter algum transtorno psicológico que o leva a tal prática. Tiba afirma: “O bullying só é interrompido pela interferência de pessoas que tenham autoridade sobre seus praticantes.” (TIBA, 2006, p. 158) Os professores e os gestores da escola devem interferir e deixar que todos os alunos da escola saibam que a instituição não tolera esse tipo de agressão, para que fiquem cientes de que caso se repita, mesmo que com alunos diferentes, atitudes serão tomadas e para que se recordem os valores de respeito aos próximos. As drogas também são consideradas causas de indisciplina, além de todos os outros malefícios que a mesma causa. A UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) realizou uma pesquisa à respeito da presença de drogas nas escolas públicas e privadas do Brasil. Ao analisar os resultados a conclusão foi: Com relação à presença de drogas dentro da escola, a comparação dos dados referentes a esses atores mostra que o número de alunos que afirmam ter presenciado o uso de drogas na escola é duas vezes superior ao de membros do corpo técnico-pedagógico: 23,1% (1.070.393) dos alunos dizem existir drogas nas escolas ante a 10,8% (338) dos professores constatam o mesmo. No que toca aos pais, uma média de 3,4% (454) fez tal afirmação. (Pesquisa Drogas nas Escolas - UNESCO) Estes resultados deixam claro que os professores, muitas vezes não notam o uso de drogas dentro da escola, evidenciando o fato de que o educandário precisa intervir, envolvendo os pais, alunos e comunidade. Afinal, os diversos problemas e prejuízos causados pelas drogas não afetam apenas o rendimento e a convivência escolar, mas sim toda a comunidade e a família. Tiba é enfático ao afirmar que: É praticamente impossível para um professor não perceber que há na classe um aluno alterado por estar bêbado, drogado, agitado ou sonado. (TIBA, 2006, p. 167) Geralmente, ao iniciar o uso de substancias ilícitas o usuário não será facilmente percebido. Porem, alguns tentam e conseguem influenciar os demais na classe ou na escola. A droga mais comum entre os jovens é o álcool, e muitos iniciam o uso por influencia dos próprios pais. Muitos fazem o uso de álcool antes mesmo de irem para uma festa para ficarem mais animados e diminuir a timidez, para parecer mais interessante à roda de amigos, etc. Nestes casos, Tiba alerta: “Se não há como evitar o contato dos alunos com bebidas alcoólicas, é melhor ensiná- los a administrá- las.”.(TIBA, 2006, p.170) Tiba evidencia, mais uma vez, o quão fundamental a escola é na intervenção de casos de indisciplina e uso de drogas. Quando o aluno vai à escola drogado, ou faz o uso dentro da instituição escolar, o mesmo já perdeu o controle sobre o uso, e pode vir a ficar agitado e alterado, como também sonolento. O docente que percebe algum aluno que fez uso de drogas deve comunicar o ocorrido aos gestores para que os mesmos tomem as medidas necessárias. Neste caso, não cabe ao professor tomar quaisquer outras atitudes com relação ao aluno. Caberá à escola comunicar a família, acompanhar a evolução das soluções encontradas, orientar toda a escola quando aos prejuízos que tais atitudes podem causar para o usuário e para os que estão à sua volta e deixar claro a todos que o uso de drogas não será permitido de forma alguma. 2.2 Distúrbios O indivíduo ao ingressar na escola já teve experiências relacionadas a diversas situações e irá reagir a esse novo ambiente de acordo com condicionamentos anteriores, sendo, portanto, frequente encontrarmos crianças que não conseguem adaptar-se, sem ter satisfatório rendimento nos estudos por estarem comprometidas por ansiedades e tensões psíquicas. (NOVAES, 1986). Estes casos inicialmente tendem a ser percebidos pelo professor, que é a pessoa que tem maior contato com o aluno. Cabe ao docente que notar a presença de algum distúrbio ou dificuldade de aprendizagem, encaminhar o caso à gestão e aos pais. Um fator muito importante e que precisa muito ser trabalhado é como os pais reagem ao se depararem com seus filhos que trazem consigo seja qual for o distúrbio. Muitas das vezes pais sem instrução e/ou despreparados sentem dificuldade para ajudar seus filhos, outros sentem até vergonha.Isso gera um atraso maior ainda na aprendizagem pois a autoestima da criança pode acabar sendo prejudicada,o que a tornará menos empenhada em aprender. Segundo Piaget: O conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado desde o nascimento (inatismo), nemcomo resultado do simples registro de percepções e informações (empirismo). Resulta das ações e interações do sujeito com o ambiente onde vive. Todo o conhecimento é uma construção que vai sendo elaborada desde a infância, através de interações do sujeito com os objetos que procura conhecer, sejam eles do mundo físico ou cultural. Com base no parágrafo acima concluímos que o ser humano está em continuo processo de aprendizagem e que suas relações com o ambiente a sua volta têm extrema importância neste processo. O educador precisa conhecer seus alunos a fim de descobrir qual a maneira mais adequada de trabalhar seus conteúdos, inclusive com aqueles que têm distúrbios, pois precisaram de atenção especial. É válido lembrar que existem leis de apoio a esses alunos em leis: Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009). Apesar de nem todos terem conhecimento dessas leis, elas são importantes pois ajudam na interação do sujeito na sociedade em que vive.Em contrapartida existem escolas que não passaram por reformas físicas que possibilitem a frequência regular de alunos portadores de necessidades especiais,dificuldades essas que precisam ser superadas para que todos sejam atendidos de maneira igualitária. Segundo Tiba (1996), a respeito dos distúrbios: “a presença de distúrbios psiquiátricos, os comportamentos provêm de uma psicose (maníaco- depressiva, esquizofrenia etc.) e independem do meio”. Existe ainda dificuldade em diagnosticar os portadores de distúrbios psiquiátricos, pois suas características se difundem com crianças normais, porém mais agitadas. O educador que sentir necessidade de um diagnóstico preciso deve entrar em contato com a família e juntos podem encontrar um profissional especializado que lhes dará um diagnóstico final e quais providências devem ser tomadas, bem como seu tratamento e acompanhamento. Os transtornos neurológicos são, por sua vez, diagnosticados com mais facilidade, é possível observa-los em diversas atitudes e situações das quais eles tem características marcantes. Eles podem ser agitados até em seu momento de repouso, ou seja, dormem inquietos, existe também o hiperfoco que nada mais é do que uma fixação em algo que lhes chame a atenção, isso pode manter-lós distraídos por horas sem espaço nem para alimentação. Outros por sua vez ficam viajando no “mundo da lua” e acabam prejudicados, pois nem conhecem o tema ao qual foi trabalhado em determinado momento na aula. A dislexia é um dos fatores dessa falta de atenção muitas vezes. Os portadores desse distúrbio são equivocadamente julgados como preguiçosos por dependerem demasiadamente de outras pessoas para realizarem tarefas simples,tais como:alguém deve ler um texto para que ele o entenda e interprete,lendo sozinho o dislexo não conseguirá fazer uma adequada interpretação.Isso não significa que eles não são inteligentes e acabam sofrendo por suas limitações. Em casos de deficiência mental, os portadores não assimilam bem regras e têm maior dificuldade em controlar suas reações quando se sente frustrado, podendo ser agressivo e impulsivo. Essa possível agressividade deve ser controlada com afeto e calma do educador. Atitudes ríspidas de nada resolvem. Devido às debilidades causadas pelo distúrbio, tendem a ter maior dificuldade de aprendizado e assimilação de conteúdos e precisam de atendimento especializado. Tiba destaca também os transtornos de personalidade, ou personalidade psicopática. Neste caso o portador não se importa com a pessoa do outro para satisfazer suas vontades. Com isso, não respeita aos outros e não segue regras e normas. Nestes casos específicos, não há uma cura e medicamentos, porém, a educação pode ajudar. Há também, transtornos neuróticos, que se tratam de respostas a angústias pessoais. O aluno com este transtorno, segundo Tiba: Quando o professor pede à classe: “Silêncio, por favor”, o aluno neurótico pode reagir: “ Você não é meu pai para mandar em mim”. É como se o aluno só aceitasse que o seu pai mandasse nele; como se ele tivesse identificado que o professor não é seu (TIBA, 2006, p.182) O professor ao lidar com distúrbios neuróticos deve manter a calma e a postura de professor, mas não necessita agir com rispidez e de forma rude, afinal, essas atitudes só contribuem para a piora do estado do aluno. Ao tratarmos sobre os distúrbios, fica claro que, o docente precisa ter conhecimentos sobre os distúrbios que acometem seus alunos e a forma com que vai lidar com os mesmos. 2.3 Família A família é a base principal da formação neuropsicológica de um ser humano, e se esta não se conscientizar de sua importância, obviamente causará danos muitas vezes irreversíveis na vida de seus filhos os quais vão torna-se uns cidadãos inconsequentes, e o mesmo acarretará em sequelas para o meio. Entretanto, pode- se entender que os maiores relatos de indisciplina ocorrem com alunos carentes, que vivem em condições precárias e bairros onde predomina as banalizações e a realidade é complicada, ou seja, onde existem pessoas desempregadas, com fome e sem perspectiva de vida. Nesse contexto familiar a tendência ao desequilíbrio emocional e psicológico é considerada como uma preocupação espantosa em meio ao desequilíbrio e desestruturação das famílias, pois este problema está enraizado nesses lares. Baseado nisto, a probabilidade de brigas e violência em família é inevitável, pois predomina a falta de amor, carinho, compreensão, afetividade e principalmente a falta de diálogo, e então os filhos sofrem os reflexos. Segundo Tiba: O único animal que construiu uma civilização foi o ser humano. A civilização é caminhar evolutivo da sociedade. A sociedade é composta de organização, famílias e indivíduos, assim como o corpo humano é formado por aparelhos, composto por órgãos que por sua vez, são formados por células. (TIBA, 1996, p.110) Com essa passagem em sua obra nota-se que Tiba comparou a organização do ser humano com a organização do corpo, da mente, do estado psicológico, onde se pode entender a importância da união entre estes e que nenhum passa sem o outro; comparando então família e sociedade denota-se que ambas devem se juntar para assim formar um sujeito responsável pelos seus atos. Entretanto não se deve considerar apenas o tipo de consequências de indisciplina citadas acima, sendo que há crianças que o lar contém de tudo e oferece todos os meios para que esta se eduque, mas infelizmente o excesso acaba por contribuir para a indisciplina desta criança, e então teremos um novo problema: a falta de limites e regras. Os pais que não impõem regras nem tão pouco conversam o que é liberdade e libertinagem, deixa- os a vontade. E então Tibanos dizia: Há pais que, que por pagarem uma escola, acham que a mesma é responsável pela educação de seus filhos. Quando a escola reclama de maus comportamentos ou das indisciplinas do aluno, os pais jogam a responsabilidade sobre a própria escola. (TIBA, 1996, p. 168) Lamentavelmente existem estes tipos de pais, que ficam alheios ao processo de aprendizagem de seus filhos, preocupando-se apenas com seus interesses, sem se importar em exercer seu papel. Ainda existem também pais que colocam toda a responsabilidade dos filhos na escola e esta é responsável por educar, ensinar, ser pai, mãe e suportar os desrespeitos desses alunos. Muitos pais, quando a escola envia um comunicado a respeito da insatisfação educacional, os pais se revoltam, classificam a escola como a única culpada deste problema, e então ameaçam tirar, ou transferir seu filho para outra escola intimidando a mesma. Na realidade estas famílias não estão avaliando os fatos e as consequências de seus atos, pois não percebem que tal atitude não ajuda seus filhos e muito menos à escola, e sim, atrapalha o procedimento educativo. De acordo com Oliveira: As crianças passam o dia todo sozinhos, em casa ou na rua. E os pais responsáveis transferem para a escola toda, ou quase toda, a responsabilidade da educação de seus filhos: estabelecer limites e desenvolver hábitos básicos. Fica a cargo do professor ensinar às crianças desde amarrar os sapatos, dar iniciação religiosa até colocar limites que já deveriam vir esclarecidos de casa. (OLIVEIRA, 2005, p. 51). Conforme Oliveira diz, existem também casos que as crianças passam o dia sozinho, a mercê da vida; sem os pais acompanhando sua educação; transferindo para a escola toda a responsabilidade que são da família. Sendo assim, o educador fica totalmente responsável por quase todos os ensinamentos, ou seja, o professor começa assumir o papel dos pais. Segundo José e Coelho (1991, p. 210). Muitas das funções educacionais da família vêm sendo delegadas à escola, devido às alterações que ocorrem em nossa sociedade. O trabalho da mulher fora do lar, deixando a educação dos filhos bem antes dos 7 anos a cargo da escola, foi o fator decisivo de uma sobrecarga de responsabilidade para o professor. Nesta perspectiva, pode-se inferir que a situação em que se encontram algumas famílias; ou seja, devido à situação de alguns lares, onde os pais saem para o trabalho e neste caso precisam praticamente abandonar o processo educacional de seus filhos, deixando-as somente à custódia da escola. E logicamente esses fatores desencadeiam a indisciplina; não só para a escola, mas para o meio social. Existem crianças desobedientes, que chegam à escola e querem quebrar tudo, gritar os educadores e administradores, sem falar na falta de regras e limites que estas não têm. A família começa entrar em choque querendo uma mudança rápida do filho, mais isso não foi cativado gradativamente. Tiba (1996, p. 200). Muitos pais complicam sua vida porque nunca cobram nada e, de repente, porque o filho vai mal na escola, resolvem cobrar tudo de uma vez. “Não vou criar um vagabundo”, dizem eles, desse “grito de guerra” nasce um monte de regras e exigências. Tiba leva-nos a refletir que alguns pais querem concertar um determinado erro, repentinamente, ou seja, descobrem que seu filho não se desenvolve bem na escola, e começam impor graves punições ou regras sem limites; Sabe-se que o processo educativo, ocorre desde a fase de bebê e que educação, regras e disciplina, não é iniciada somente quando a criança ou o jovem chega à escola. 2.4 Adolescência A adolescência é uma fase da conquista de uma personalidade, da formação do “eu”. Tiba define: A adolescência, como processo de desenvolvimento, funciona como um segundo parto, um nascer para o social em busca da autonomia comportamental. É bastante comum a escola lidar muito mal com os adolescentes. Trata- os como se fossem crianças, cada um sentado em sua carteira, em silencio, e que cada um se preocupe com as suas próprias obrigações. Adolescentes não funcionam nem como crianças nem como adultos. Eles funcionam melhor em grupos, com competições e desafios. Eles adoram as escolas. O que lhes atrapalha a vida são as aulas. (TIBA, 2006, p, 148.) Assim, o passar da adolescência não é fácil, por ser uma fase de enormes mudanças físicas e psicológicas, onde as cobranças aumentam e também as dificuldades. Muitos dos adolescentes não se interessam por aprender mais, acham que o pouco que sabem já é o suficiente. Em geral, adolescentes não querem ir à aula para ficar sentados, mudos e apenas ouvindo o que o docente tem a dizer. Isso causa, em alguns, o sentimento de revolta, intolerância e resistência às aulas de professores que prezam estritamente aulas teóricas e maçantes. O ambiente escolar é ótimo para os adolescentes, pois nele eles podem interagir com muitos da mesma faixa etária e ter convivência social. Porém, de nada os agrada aulas em que são obrigados a cumprir com tarefas em que nada os atraem. É de extrema importância que a escola como um todo, saiba lidar com os púberes, os ajudando a lidar com as mudanças e dificuldades dessa fase e também auxiliando- os a se organizarem, e conferindo como estão cumprindo suas tarefas e responsabilidades. 2.5 Professor O professor, peça chave no processo educativo, também esta suscetível a cometer erros. Porém, é preciso sempre buscar não cometê- los, afinal, o erro do educador influencia diretamente na vida escolar do aluno. A forma com que o professor ministra e planeja suas aulas influi no comportamento do aluno em sala de aula, pois, alunos interessados tendem a não ser indisciplinados. Já alunos cansados de apenas ouvir, sentados em suas carteiras, não se preocuparão em manter a ordem e a disciplina. A maioria dos professores não se sente motivada, devido aos baixos salários, indisciplina, pouca valorização, entre outros. Estes tendem a estar mal humorados influenciando muito o desenvolvimento da aula. Há também, professores que usam sempre os mesmos métodos e atividades. Estes fatores faz com que suas aulas se tornem cansativas e ultrapassadas. 2.5.1 Falhas Uma forma de se notar as falhas do professor, é observar as comparações que ocorrem entre educadores que ministram aulas nas mesmas turmas, como relata Tiba: Se “tudo” acontece naquela sala com um único professore é com esse que as outras turmas também “aprontam”, provavelmente esse docente deve ser o problemático (muito bonzinho, não consegue estabelecer a ordem, perde a autoridade inerente à função de professor, incapaz de reagir às provocações dos alunos). Tudo isso pode gerar indisciplina em classe, o suficiente para prejudicar a aula ou o bastante para inviabilizá-la. (TIBA, 2006, p. 138) Pode- se notar que o professor precisa saber o limite entre a calma e o excesso de rigidez, sendo flexível, mas sem deixar de ter o controle e a autoridade na classe. Em síntese, os erros mais comuns em sala de aula, de acordo com Tiba (2006) são: a falta de didática do educador, que usa materiais e procedimentos ultrapassados; professores que tratam assuntos que não são pertinentes à aula; falta de humor e paciência; excessivas atitudes intransigentes, não exercendo autoridade e sim sendo autoritário; docentes que não estabelecem limites; inseguros e tímidos; e por fim, os que têm fanatismo por determinado tema, e quando alguém cita o mesmo, a aula fica esquecida. Nota- se que existem muitas falhas dos professores ao entrarem em sala de aula, muitos por falta de preparação, outros por não terem motivação para dar aulas. Tiba alerta: “É grave quando o professor usa sua autoridade para obter uma compensação pessoal em detrimento de sua função pedagógica.” (TIBA, 2006, p. 140). Muitos professores, que se encontramfrustrados com sua função, usam sua autoridade em desfavor dos alunos, aplicando provas muito difíceis pelo gosto de reprovar os discentes, favorecendo algum aluno que elegeu como predileto, excedendo o número de tarefas extraclasse, entre muitos outros. Tais atitudes variam conforme as ocorrências dentro de sala e podem ser graves, causando maior indisciplina, diminuindo ainda mais o interesse dos alunos pelas aulas e por respeitar as regras da escola. Quando as aulas não são bem ministradas e os conteúdos são passados aos alunos sem preocupação com o seu aprendizado efetivo, os maiores prejudicados são os alunos e a convivência em classe. 3. SOLUÇÕES 3.1 Regras e limites - Autoridade Quando se trata de indisciplina escolar e da busca para que haja disciplina, após considerar suas causas nos deparamos com uma solução simples e objetiva: a criação de regras e limites. Tais regras que precisam iniciar em casa, por iniciativa dos pais e na escola, com o trabalho dos gestores e professores, através de intervenções planejadas para este fim. Muitas vezes se ouve falar que a escola está enfrentando uma crise com relação à autoridade ou à falta de respeito com a mesma e com os professores. Porém, muito dos envolvidos no processo ensino- aprendizagem têm grandes dificuldades quando se trata de exercer autoridade, e como não se tornar autoritário. Para se atuar com autoridade é preciso, em primeiro lugar, saber o que ela significa e como diferenciá- la do autoritarismo. Autoridade se define no Dicionário da Psicologia da Américan Psichological Association (APA): Capacidade de influenciar os outros. A autoridade formal permite ao individuo exercer influencia em resultado de um cargo elevado, legalmente reconhecido (autoridade legitima), ou de uma auta posição em uma hierarquia antiga, mas não legalmente codificada (autoridade tradicional). A autoridade informal baseia- se em atributos do individuo que facilitam a realização dos objetivos de um grupo (autoridade racional ou de especialista) ou em uma personalidade atraente e competente que aumenta a credibilidade da pessoa (autoridade carismática). Independentemente da base especifica da autoridade, o individuo que a exerce recebe, explícita ou implicitamente, o direito de influenciar os outros. (VandeBos, 2010, p.121). É um fato que a escola não pode deixar de exercer certa autoridade com relação aos alunos, mas os alunos, muitas das vezes não estão adaptados a se submeterem aos preceitos das autoridades. Professores e gestores autoritários enfraquecem a relação aluno- escola, pois faz com que se sintam menosprezados. Cabe aos diretores e educadores incentivar uma boa relação com os discentes, baseada no respeito mútuo. A autoridade do professor se dá, basicamente, pelo fato de ser um adulto responsável por transmitir conceitos importantes e com formação para tal. Mas hoje, ao entrar em uma sala de aula, o professor tem que conquistar sua autoridade à medida que ensina, afinal, a maior parte dos alunos não sabem lidar com a autoridade e respeitá- la como se espera. Vale ressaltar que, aquele que exerce autoridade deve ser respeitado sem usar sua força. Pois quem se impõe ameaçadoramente inspira medo e não repeito pelo que fala e solicita. Segundo Nina Rosa Furtado, atualmente, o jovem repeita autoridades que são coerentes e afetivas que saiba dizer “não” e ajudar quando necessário com dialogo e participação na vida. Ultimamente, para exercer a autoridade, deve- se perceber que muito mudou com o passar dos anos, e se faz necessário rever e planejar o que se ensina de modo a reconhecer o que é necessário para a realidade dos alunos. Espera- se esta atitude da gestão e do professor, respeitando as origens e os conhecimentos prévios dos educandos, sempre atuando em prol do que for melhor para eles. Não é uma tarefa fácil, mas necessária para se chegar a um ensino de excelência, cumprindo seus objetivos, principalmente o de formar cidadãos com valores e ética para que saibam viver em sociedade. 3.2 O Ambiente Escolar A escola é um ambiente onde se busca educar, transmitir conhecimentos e valores. Em um lugar tão importante, onde se busca a formação de crianças e adolescentes, é imprescindível a adoção de normas e regras para que se garanta a disciplina e a ordem para a eficácia no ensino e a boa convivência. Uma escola sem regras e limites disciplinadores não funcionaria como deve, afinal, cada um agiria como bem entendesse, gerando um caos. Disciplina escolar é um conjunto de regras com intuito de garantir a realização, de modo adequado, de atividades e ações. Essas normas de conduta, não podem ser vistas de modo negativo, como forma de repressão, e sim como um modo de organizar e padronizar as ações para aperfeiçoar e garantir o funcionamento adequado. A escola deve rever alguns aspectos que possam ajudar, no ensino- aprendizagem dos alunos dispersos. Segundo Filho: Precisamos deixar de ensinar “o que pensar” para começar a ensinar “como pensar” – como trabalhar em equipe. O que não faltam são ideais criativas e inovadoras para uma reforma escolar. Devemos escolher os programas que funcionam; devemos implementar as estratégias que já provaram sua eficácia. (FILHO, 2009, p.274). Nesta concepção podemos refletir que o ensino não pode funcionar com o intuito de impor certo autoritarismo, mais sim, incentivar aos educando não o que pensar mais como pensar, ou seja, deve direcioná-los ao trabalho em equipe, para que estes aprendam e desenvolvam novas ideias. A escola deve sempre estar procurando novos programas e projetos e agir através do Projeto Político Pedagógico, dando assistências aos estudantes, procurando os problemas que ajudem a novas estratégias de ensino. O âmbito educacional deve ser um lugar, que favoreça ao educando o prazer em estudar. Para minimizar a indisciplina na escola será preciso propor aos jovens e as crianças gincanas, campeonatos, onde estes possam sentir e incentivados a estarem em interação com a escola e com os estudos. Para que as regras sejam cumpridas, para que haja disciplina em toda a escola, principalmente dos alunos, é necessário que todos os envolvidos no processo de ensino busquem contribuir. A escola precisa atuar em conjunto buscando soluções para atender o aluno em todas as suas necessidades. E o professor além de ajudar os alunos em seus conflitos pessoais, também deve agir de forma a criar aulas mais atrativas, pois alunos interessados têm melhor rendimento e comportamento. Cabe também à família intervir e ajudar, como afirma Tiba: A educação ativa formal é dada pela a escola. Porém, a educação global é feita a oito mãos: pela a escola, pelo pai, pela mãe e pelo próprio adolescente. Se a escola exige o comprimento de regras, mas o aluno disciplinado tem a condescendia dos pais, acaba funcionando como um casal que não chega a um acordo, quanto a educação da criança. O filho vai tirar o lucro da discordância pais-escola da mesma forma que se aproveitam quando há divergências entre o pai e a mãe. (TIBA, 1996, p. 165) Pode-se inferir dentro dessa perspectiva de Tiba que uma criança indisciplinada no lar, que não reconhece seus pais como figura de autoridade, dificilmente reconhecerá tal autoridade em seu professor. Entretanto há também o problema que muitas crianças ficam a vontade, sem ter compromisso com nada e adquirem novos hábitos; e chegam à escola com princípios errôneos. Isto logicamente trará reflexos negativos para dentro da escola. Em consonância com a citação acima o professor irá preparar- se para lidar com uma formação continuada. A questão é que na maioria das vezes as crianças trazem problemas de casa que precisam ser solucionados. É preciso que os pais auxiliem a escola, incentivando os filhos, e orientando-osem casa, os professores, atuando para que as aulas sejam atrativas e organizadas, os diretores e coordenadores mantendo a ordem e dando o apoio necessário e os alunos, respeitando as regras e reconhecendo a importância da escola. O ambiente físico também deve ser levado em conta, pois também influencia na indisciplina quando não tem espaço suficiente, ventilação, carteiras, etc. A escola, como um todo precisa estar preparada para lidar com casos de indisciplina e também ter em sua organização normas para que funcione bem e atenda às necessidades dos alunos. 3.2.1 Papel do professor O bom relacionamento entre professor e o aluno é muito importante para o bom desenvolvimento do ensino e diminuição da indisciplinam, afinal, na escola, quem mais tem contato com os alunos é o professor. Ele exerce papéis de extrema relevância e que precisam ser bem feitos para que os alunos aprendam. Cabe ao professor: Saber ensinar; Planejar o ensino; Coordenar os alunos conhecendo suas habilidades e dificuldades; Manter sua postura de autoridade; Mediar conflitos; Ajudar os colegas docentes atuando como grupo e admitindo falhas. Segundo um levantamento da Fundação Lemann, que ouviu professores de diversas escolas do Ensino Fundamental, os professores consideram a indisciplina e suas diferentes formas de manifestação o maior problema que têm que enfrentar no dia- a- dia. Fato é que, muitos professores só aprendem a lidar com a indisciplina quando já estão em sala de aula, lidando com os mais variados casos sem preparação especifica para lidar com ela. Pois, além de ensinar, o professor atua como um mediador de conflitos, atuando como psicólogo muitas vezes. E enquanto este professor busca acalmar os alunos, entendê-los e ajudá-los com seus conflitos, acaba sendo forçado a atrasar os conteúdos, e assim vai se formando um ciclo, onde o aluno fica prejudicado com relação ao aprendizado. O docente não pode se esquecer de seu papel como educador, da autoridade que os próprios alunos esperam dele, e agir de maneira irracional ao lidar com os indisciplinados. Nestes casos, faz- se necessária a criação de normas de conduta para todos os professores, padronizando ações para casos mais recorrentes, agindo da mesma forma com todos os alunos. Tiba menciona algumas atitudes essenciais: “O professor deve ter muita criatividade para tornar sua aula apetitosa. Os temperos fundamentais são alegria, bom humor, interação, respeito humano e disciplina.” (TIBA, 2006, p.132) Para ensinar de maneira significativa, o professor precisa ter didática, ou seja, agir baseado em métodos e técnicas. Ela é que norteará o bom andamento do processo ensino- aprendizagem. O professor e a escola como um todo devem pensar no aluno em seu contexto social, emocional e cultural. Partindo daí, caberá aos professores atuar para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social de seus alunos. Através do convívio entre professor e aluno é que o docente conhecerá bem seu aluno, e juntos construirão novos valores e uma boa relação, estimulando assim o interesse dos alunos e a sua participação. As aulas que mais atraem os alunos são fruto de uma ação conjunta do professor e aluno. Também cabe ao professor ter bom humor ao lidar com os alunos, sem timidez dentro de sala, como se estivesse interpretando um personagem dentro de sala, sendo livre e espontâneo. Cada ação do docente requer um planejamento, e este precisa ser desenvolvido através de reflexão e análise. O planejamento das aulas, prevê as ações e os recursos de que o docente precisará para alcançar os objetivos daquela aula. Este planejamento precisa ser coerente com o que se deseja alcançar, objetivo e ordenado de acordo com as necessidades, e flexível para que possa ser mudado de acordo com o transcorrer da aula. O professor que domina a disciplina que leciona e tem consciência do que ensina sabe relacionar a matéria ensinada aos fatos cotidianos e que os alunos vivenciam no seu dia- a- dia. Como citado por Silmara Maria Machado e Ana Cláudia Barreiro Nagy: Para uma atuação profissional de boa qualidade, se faz necessário ter um profissional docente formado com essa mesma boa qualidade. Isso significa dizer que é de fundamental importância o desenvolvimento de competências especificas para professor. (MACHADO, Silmara Maria. NAGY, Ana Cláudia Barreiro, 2011, p. 29) Educadores eficientes e que dominam as competências inerentes ao seu cargo está envolvido e compromissado, sabendo sempre demonstrar ao aluno segurança e que não será um mero transmissor de conteúdos. As avaliações também causam grandes problemas tanto para os professores quanto para os alunos, pois estas muitas das vezes se baseiam em decorebas. Este sistema de avaliações beneficia os alunos que só estudam em dias precedentes às provas. Uma avaliação eficaz e realmente eficiente é aquela em que o aluno precisará pensar e transcrever o que foi aprendido efetivamente nas aulas. Com relação às avaliações Tiba ensina: Uma das características principais da adolescência é a formação da sua turma. Os professores poderiam formar grupos operativos de trabalhos tanto em classe quanto fora dela. Fazê- los procurar as informações instiga mais os jovens que recebê- las prontas. (TIBA, 2006, p. 136) No dia- a- dia escolar se perceber que os jovens se interessam muito mais por teste de inteligência, jogos e desafios, onde estão também, definindo sua personalidade em grupo. Recursos assim faz com que os jovens fiquem animados e ansiosos pelas aulas, deixando o ato de ensinar mais prazeroso para o professor e o dever de estar na escola mais leve e motivador. Em síntese, o papel do professor é unir o bom humor e a vontade de ensinar, com a sua autoridade como docente, buscando aulas atrativas, interessantes, proporcionando aos alunos momentos únicos e que farão parte de sua vida, fazendo com que o processo de ensino aprendizado seja verdadeiramente significativo. 3.2.2 Família Como afirma Tiba (2006) “para a escola, seus alunos são transeuntes curriculares; para os pais, seus filhos são para sempre”. Cabe aos pais exercer a autoridades que lhes compete, sobre os filhos, preparando- os para a vida em sociedade. O excesso de permissividade de nada ajuda no crescimento e amadurecimento, afinal, eles não acatarão regras de quem conseguem manipular. Tiba diz: Pode- se contrariar o filho, mesmo que isso evidencia seu erro e reforce a imagem da escola, pois estar amparado na veracidade dos fatos faz parte da vida. Não há pessoas no mundo que não errem. O erro é não aprender com o próprio erro e perder a chance de aprender o certo, o mais adequado, o mais ético. (TIBA, 2006, p. 190). Os pais precisam apoiar o filho, quando o mesmo comete algum erro, deve ser alertado e ensinado a aprender e não repeti-lo. Não pertence apenas à escola o dever de educar e ensinar. Muito deve ser aprendido em casa, em família, principalmente os valores éticos e morais para a convivência em sociedade. Com a atualidade, e os pais cada vez mais ocupados com o trabalho, se esquece dos valores educacionais importantes. Eles têm que cuidar não só de sanar suas necessidades materiais, mas da transmissão de valores, de conceitos para o bem viver social. Para que o processo de ensino escolar se dê de maneira expressiva, não só a escola tem funções importantes, pois é imprescindível que as famílias apoiem e caminhem com a escola em prol do mesmo objetivo, o de ensinar para a vida. Progenitores podem e devem participar ativamente da vida escolar de seus filhos, indo às reuniões, conferindo os cadernos e tarefas, conversando com os professores e gestores e ajudando o filho nas dificuldades que podem ocorrer durante o ano letivo. 3.2.3 Aluno Os alunos são fundamentais, evidentemente,no sucesso ou não, do processo educativo. Eles se dedicam muito mais quando estão interessados ao assunto, seja ele qual for. Ele precisa estar consciente que os estudos não são para agradar aos pais ou para seguir o que a sociedade determina. Caberá aos pais e à escola como um todo buscar ajudá- los a entender real motivo de terem que frequentar a escola. Mostrando que o beneficio maior será para ele mesmo, e para seu futuro. O aluno precisa saber o valor que a escola tem para seu futuro, e reconhecer que o professor que cumpre seu papel, está visando proporcionar um aprendizado significativo e precisa ter sua autoridade respeitada. CONCLUSÃO A presente pesquisa, baseada principalmente nos conceitos dados por Içami Tiba, buscou analisar as causas da indisciplina escolar, bem como seus causadores. Após esta analise, destacou- se as soluções e os principais agentes que precisam estar envolvidos no processo de aprendizagem. Entre o que foi observado, considerando o dia- a- dia escolar, fica clara a responsabilidade dos docentes e gestores ao lidar com os alunos indisciplinados, partindo desde o Projeto Político Pedagógico até a convivência dentro de sala de aula. A partir do Projeto Político Pedagógico na criação de regras e normas, e também no planejamento de projetos. Nas aulas, o professor, agente muito importante, por estarem em maior contato com os alunos precisa criar técnicas e métodos para lidar com o problema da indisciplina em sala de aula. Os pais, também exercem uma função de extrema importância, pois os primeiros ensinamentos vêm do lar e a transmissão de valores éticos e morais para o bom convívio escolar e em comunidade. A partir do estudo das causas e soluções apresentadas no trabalho espera- se que todos os envolvidos no processo de ensino, desde o lar até a escola, estejam conscientes de seu papel e da importância que exercem para que a indisciplina seja controlada e até mesmo erradicada do dia- a- dia escolar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa: Novos paradigmas. 90. ed. São Paulo: Integrare Editora, 2006. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. 72. ed. São Paulo: Gente, 1996. FANTÁSTICO. Indisciplina é um dos principais problemas em escolas, diz pesquisa. Publicado em: 01/03/2015. Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/03/falta-de-acompanhamento- psicologico-e-maior-problema-na-escola-dizem-professores.html. Acesso em: 20 de setembro de 2015. REVISTA PÁTIO- Ensino Médio, Profissional e Tecnológico. Porto Alegre: Grupo a, 2014. PARRAT- DAYAN, Silvia. Como enfrentar a indisciplina na escola. São Paulo: Contexto, 2008. ANTUNES, C. Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. Petrópoles, RJ: Vozes, 2002. UNESCO. Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about- this-office/unesco-resources-in-brazil/studies-and-evaluations/violence/drugs-in- schools/ . Acesso em 09 de outubro de 2015. PSIQWEB.Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/site/? area=NO/LerNoticia&idNoticia=180.> Acesso em 09 de outubro de 2015 LA TAILLE, Y. de. Desenvolvimento do juízo moral e a afetividade na teoria de Jean Piaget. In: LA MACHADO,Silmara Maria. NAGY, Ana Cláudia Barreiro. Didática Fundamental. São Paulo: Editora Sol,2011.
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