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ARQUITETURA DO CAFÉ ✓ O ciclo do café foi sem dúvida o mais importante ciclo econômico ocorrido no Brasil no período de 1800 até 1930, tendo contribuído para a formação da fisionomia física do país, particularmente da região Sudeste, e em especial todo Estado de São Paulo. ✓ café deixou marcas, reconhecidas através da pujança de casarões e casarios, nas fazendas ou cidades cafeeiras, que nasceram e prosperaram a partir da primeira metade do século XIX, e atingiram seu esplendor e decadência entre o último quartel daquele século e o final da década de 1920. No entanto, a composição do espaço produtivo das fazendas cafeeiras, abrangendo seu núcleo industrial e o próprio cafezal, caracteriza- se como o principal traço de uma arquitetura que, por ser fortemente ligada ao processo produtivo, evoluiu desde a introdução da cultura no Brasil, atingindo seu auge na segunda metade do século XIX. ✓ A cultura do café ocupou vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo o interior do Estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e norte do Paraná. Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da produção, substituindo o transporte animal e impulsionando o comércio inter-regional de outras importantes mercadorias. O café trouxe grandes contingentes de imigrantes, consolidou a expansão da classe média, a diversificação de investimentos e até mesmo intensificou movimentos culturais. A partir de então o café e o povo brasileiro passam a ser indissociáveis. • Estas fazendas ficaram famosas por sua arquitetura típica e seus equipamentos. Tanques em que o grão é lavado logo depois da colheita, terreiros para secagem, máquinas de seleção e beneficiamento fazem parte desse ambiente. A senzala dos escravos ou colônias de trabalhadores livres finalizam a caracterização das fazendas cafeeiras. A construção de um canal para a condução da água até o núcleo industrial da fazenda era primordial e determinava, de certa maneira, a arquitetura do espaço produtivo da propriedade. ✓ A composição do espaço seria uma serraria, a qual reduziria pela metade o custo das outras obras da fazenda, assim como a construção do moinho para fabricação do fubá, necessário para a alimentação do pessoal livre e escravo, compunham a arquitetura; a qual, finalmente, era completada a partir da construção das máquinas e das habitações que determinavam o gabarito e as condições de infraestrutura com a qual a unidade produtiva realizaria a produção. ✓ Era recomendando que se deixasse um espaço próximo à casa-grande para a implantação de um pomar, e de uma horta; além de se reservar uma área adequada para a pastagem dos animais destinados ao serviço e custeio do estabelecimento. PLANTA DA FAZENDA SANTANA EM SÃO CARLOS SP Grande parte das fazendas de café paulistas foram formadas a partir das antigas fazendas de cana-de-açúcar. Uma fazenda cafeeira, mais especificamente, contava com: 1. Tanques para lavar e terreiros para secar o café 2. Edificações do beneficiamento, como tulhas e casas de máquinas, onde os grãos eram armazenados e beneficiados 3. Depósito, oficina, serraria 4. Colônias para os trabalhadores, nas mais antigas as senzalas 5. em algumas delas, Capela e Escola 6. Casarão 7. Casa do administrador 8. Armazém 9. Pomar, horta, galinheiro, estábulos A colônia era o agrupamento de casas onde residiam os trabalhadores, os camponeses, os nossos. Eram casas pequenas com sala, dois quartos e cozinha. ✓ Várias eram as técnicas construtivas adotadas nas edificações. Quando destinadas a finalidades secundárias, ou à habitação subalterna, particularmente no caso das senzalas, não se cuidava tanto da qualidade da construção. Por outro lado, muita atenção se dedicava quando se tratava da construção de elementos do núcleo industrial, isto é, dos terreiros, do edifício do engenho ou das tulhas, os quais desempenhavam funções vitais para o sucesso do processo produtivo. Tais edifícios eram dotados de equipamentos que não poderiam ser comprometidos pela má qualidade da construção. ✓ Os melhores recursos eram mesmo destinados à edificação e ao acabamento da casa-grande, que, nesta fase da evolução das fazendas de café, determinava a posição social do fazendeiro ✓ Entre as décadas de 1850 e 1860, o Vale do Paraíba tornou-se a região mais rica e produtiva do Brasil, graças à sua cafeicultura, De fato, a riqueza dos cafeicultores do Vale começava a refletir- se na arquitetura de suas fazendas e cidades. “O Brasil era o Vale”. O imponente casarão de 1872 – Dona Carolina – Itatiba SP ✓ A expansão da rede ferroviária alterou a arquitetura do Estado de São Paulo. Os fazendeiros, que antes moravam nas fazendas, depois nas cidades mais próximas, puderam a partir de então mudar-se para a Capital, que recebe grande impulso a partir deste evento, ao contrário das cidades do interior que passam a ver seus casarões entregues às ruínas e sua política controlada pela classe média que ali permaneceu. ✓ A ferrovia possibilitou um grande avanço no campo das comunicações, com os serviços telegráficos e postais diários. ARQUITETURA DO CAFÉ NO ESTADO DE SÃO PAULO ✓ Em suma, o processo de implantação da lavoura cafeeira no Oeste Paulista foi significativamente diferente do que aquele que ocorreu no Vale do Paraíba. As condições ecológicas de cada região acabaram determinando uma arquitetura também significativamente diferente, como diferentes foram, em geral, as condições para o desenvolvimento econômico associado à atividade. Resulta disso, entre outros fatores, uma concentração maior de riqueza e densidade econômica mais elevada na região de Campinas, em comparação com o Vale do Paraíba ✓ Declínio - O ciclo cafeeiro foi vantajoso para o Brasil devido o País, à época, ter a maior disponibilidade em ofertar o grão e seus derivados para outras nações . ✓ No entanto, a comercialização do café brasileiro era essencialmente dependente do crescimento da população das nações que importavam o grão do Brasil, sobretudo os europeus. De tal modo que a demanda passou a figurar menor que a oferta do café, o que fez com que começasse a cair o preço do grão. ✓ Em 1929, a crise econômica americana, também conhecida como “Grande Depressão”, acabou ainda mais influenciando negativamente na economia do café brasileiro, causando queda nos preços e estoque abundante do produto, o que gerou um blecaute na economia cafeeira do período. Bolsa de Café, ou o Palácio da Bolsa Oficial do Café Solenidade de inauguração das instalações da Bolsa do Café, em 7/9/1922 Economia cafeeira deixou suas marcas na Cidade Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio
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