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Revolução Americana A Independência dos EUA O que foi? A revolta das colônias inglesas na América do Norte, que gerou a nação dos EUA. Chamada “Independência dos Estados Unidos”, ela foi considerada a primeira revolução americana. Marco para a crise do antigo regime; rompeu a unidade do sistema colonial. Formação das colônias inglesas na América do Norte No século XVII, os chamados Pilgrim Fathers embarcaram no navio Mayflower com destino à América do Norte. Eram eles ingleses puritanos e católicos que desejavam escapar da perseguição religiosa que sofriam da monarquia absolutista anglicana de seu país. Havia 102 passageiros e 25 tripulantes a bordo do Mayflower. Pilgrim Fathers* - Os fundadores das colônias que deram origem aos EUA. Por que colonizar a América do Norte? Interesse dos colonos: Escapar dos conflitos religiosos da Inglaterra e da situação de miséria em que viviam (no caso dos camponeses). Interesse da metrópole: Manter sua hegemonia por meio da colonização de territórios nas Américas. As Treze Colônias Foram povoações de britânicos no litoral atlântico, formadas no início do século XVII. Se desenvolveram de forma autônoma e foram imprescindíveis para a origem dos EUA. Diferenças Regionais Colônias do Norte Nova Inglaterra (Massachusetts, New Hampshire, Connecticut, Rhode Island e Maine). Clima hostil; agricultura não dava lucro. Principais atividades econômicas: pesca e captura de baleias. Porto de Boston: principal saída e entrada para os produtos. Mão de obra livre predominante, mas presença de escravos em residências. Colônias do Centro Nova York, Nova Jersey, Penisilvânia e Delaware. Clima favorável ao cultivo. Agricultura de subsistência e com venda de excedentes. Trabalho escravo e mão de obra livre. Relativa autonomia industrial (concedida pela metrópole): instalação de fábricas têxteis e de siderurgia. Trocas comerciais com as colônias ibéricas da América do Sul e tráfico humano com a África. Norte e Centro: Semelhanças Pequena e média propriedade, com gestão familiar e produção voltada para o mercado interno. Servos temporários, que trabalhavam de 4 a 7 anos para os proprietários que financiaram sua vinda para a América do Norte. Colônias do Sul Maryland, Georgia, Virgínia, (South e North) Carolina. Clima subtropical; monocultura de algodão, arroz e tabaco. Mão de obra: africanos escravizados. Produção baseada na grande propriedade e voltada para a exportação. Comércio: Colônias e Metrópole Como a maior parte dos produtos das colônias não interessavam à Inglaterra - que desejava apenas madeira, produtos de pesca e utensílios navais - não valia à pena despender tantos recursos para transportar essas mercadorias. Assim, eram desencorajadas importações de produtos da maior parte das colônias (especialmente centro e norte). Triângulos Comerciais Comércio que integrou as colônias da América do Norte à economia da América Central, da África e da Europa. Gado, peixe, madeira e outros produtos eram exportados das colônias para as Antilhas. Lá, os comerciantes norte-americanos adquiriam rum, açúcar e melaço. Os derivados do açúcar obtidos poderiam ter três caminhos: consumo interno; usados para adquirir escravos no litoral africano, que eram revendidos para as colônias do sul e para a América Central; usados para obter tecidos e ferramentas da Inglaterra. Também eram exportados cereais, madeira e peixe para Portugal e Espanha, de onde obtinham vinho, sal e frutas para negociar com a própria Inglaterra. Essas mercadorias voltavam para a América na forma de produtos industrializados. Toda essa articulação comercial foi possível pela ausência de leis impostas pela coroa que pudessem impedir. Era a negligência salutar: a Inglaterra não restringia porque não se interessava o bastante no que ocorria nas colônias. Contudo, quando as treze colônias começaram a rivalizar a metrópole comercialmente, a Inglaterra impôs uma série de medidas para limitar a ação destas. A partir do momento em que a coroa viu as colônias como uma ameaça aos seus interesses, criou-se um atrito que iria desencadear a independência dos Estados Unidos da América. ! Causas da Revolução A Guerra dos Sete Anos 1756-1763 Guerra dos Sete Anos Foi um conflito entre a França e a Inglaterra que ocorreu de 1756 a 1763. Embora tenha terminado com a vitória da Inglaterra, a guerra teve consequências avassaladoras para o país. Para sua reconstrução, a metrópole cobrou altos impostos das colônias norte-americanas, visando estabelecer um controle maior sobre estas. Havia sempre o pretexto de que estes gastos eram para uma maior proteção do território, mas a Inglaterra estava quebrada e precisava desse dinheiro. Muitas batalhas ocorreram entre as treze colônias e as colônias francesas no Canadá. Nesses confrontos, os colonos se aliaram a tribos indígenas e obtiveram a vitória. Após o fim da guerra, os colonos desejavam expandir mais ainda seu território, mas a coroa, temerosa de que haveria ainda mais guerras (neste caso, contra os indígenas), determinou que, para qualquer expansão territorial, deveriam ser firmados tratados com os povos indígenas. A Lei do Açúcar 1764 Conhecida como “Sugar Act”, esta lei impôs altas taxas sobre o açúcar e o melaço que não fossem importados da metrópole, além de vinho, café e outros produtos. Perspectiva dos colonos: Impostos Ilegítimos Para os colonos, seria injusto que o parlamento cobrasse impostos das colônias sem que houvesse sequer um membro que os representasse. Nessa época, a demanda maior não era por independência, e sim por uma voz ativa no parlamento. Taxation without representation is tyranny. Taxação sem representação é tirania. A Lei do Selo 1765 Foi imposta uma lei de que todos os documentos em circulação na colônia deveriam ser em papel timbrado e com pagamento de taxas. Gerou tal indignação que foi considerada parte do início do período revolucionário. A Lei do Chá 1773 O “Tea Act” garantia à Companhia Britânica das Índias Orientais o monopólio da venda de chá nas colônias norte-americanas. Esta política foi uma tentativa de quitar as dívidas da BEIC. Já havia uma taxa sobre o chá desde o a lei de “Townshed Revenue”, que havia sido mantida para que o parlamento continuasse a ter o direito de taxar as colônias. A Festa do Chá de Boston Expressando sua indignação com as leis impostas pela coroa (principalmente a Lei do Chá) e contestando a autoridade do parlamento na taxação das colônias, colonos se disfarçaram de indígenas Mohawk e destruíram a carga de chá de três navios no porto de Boston. As Leis Intoleráveis 1774 Foram leis promulgadas como forma de punição aos colonos pela destruição na Festa do Chá. O Porto de Boston foi fechado até que os colonos pagassem pelo prejuízo causado à Companhia das Índias Orientais. A eleição do governador de Massachusetts passou a ser responsabilidade da coroa britânica, que também escolheria os funcionários do governo dessa colônia. Assim, o poder dos colonos foi reduzido. Influências Ideológicas Podemos também citar como gatilho para a revolução a disseminação de ideias derivadas do Iluminismo e do Liberalismo, fontes de inspiração para os colonos, que já não toleravam as imposições da coroa. Uma mentalidade que serviu como base para o processo de emancipação dos Estados Unidos foi o “Pacto de Consentimento” de John Locke. Acontecimentos Importantes O Primeiro Congresso Continental 1774 Representantes de todas as colônias (exceto da Geórgia) se reuniram na Filadélfia para tratar sobre o estado da relação com a metrópole, incluindo as Leis Intoleráveis. Enviaram uma carta à coroa explicando sua indignação com as Leis Intoleráveis e demandando que estas fossem revogadas, senão, passariam a boicotar os produtos ingleses. Terminaram o congresso com a resolução de se reunirem novamenteem 1775 caso seu pedido não fosse acatado. O Segundo Congresso Continental 1775 Desde o último congresso, muito havia ocorrido: a guerra revolucionária já havia iniciado, com as batalhas de Lexington e Concord; o congresso continental havia se tornado uma espécie de governo para as colônias durante a guerra. As reuniões tiveram início em 1775 e ocorreram periodicamente até 1781. Tinha como objetivo criar condições para combater os ingleses, enviando embaixadores para o exterior, obtendo empréstimos e formando um exército. Foi liderado por Jon Hancock, com novos membros como Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. O Segundo Congresso Continental 1775 Junho de 1775: Foi estabelecido o Exército Continental, com George Washington como general. Julho de 1775: Tentaram pedir pela paz, enviando a petição de Olive Branch ao rei da Inglaterra. Julho de 1776: Foi estabelecida a Declaração de Independência, declarando os Estados Unidos um país independente da Inglaterra. Junho de 1777: Foi passada a Resolução da Bandeira, com a bandeira oficial dos Estados Unidos. Março de 1781: Foram assinados os Artigos da Confederação, criando, por fim, um governo. Após isto, o congresso foi renomeado Congresso da Confederação. A Vitória das colônias O apoio da Espanha e da França foi fundamental para garantir a vitória das colônias. Muitos uniformes, mosquetes, assim como praticamente todos os canhões e a pólvora usados pelos continentais foram fornecidos pela França, que nutria um certo revanchismo contra a Inglaterra desde 1763. De certa maneira, esta guerra não foi apenas uma série de guerrilhas de colonos que lutavam por sua emancipação, e sim, uma “Briga de Gigantes”, conflito entre as maiores potências da época. A Independência dos Estados Unidos Em 1783, foi firmado o Tratado de Paris, por meio do qual a Inglaterra reconhece o fim da guerra pela emancipação e a independência dos Estados Unidos da América. Consequências Políticas Substituição da Monarquia pela República. Não intervenção do Estado no campo religioso. Separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Limite aos poderes do governo. Eleição dos funcionários públicos. Ampliação do sufrágio. Soberania do povo e governo como servidor deste. Consequências Sociais Direito à revolução. Direito de defesa por parte do acusado. Tributação só com representação. Acareação de acusadores e acusados, invocando o réu a prova em seu favor. Proibição tanto da punição cruel. Garantia de liberdade de imprensa. Proibição do alojamento de militares em residências em época de paz. Consequências Religiosas Criação de condições para a liberdade religiosa. Combate aos casamentos arranjados. Legitimação do divórcio. Por Bruna Neves Penteado :)
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