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Direito Processual Civil

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Direito processual Civil
Procedimento comum e 
processo coletivo
Gustavo Belucci
16/02/2019
POP - CURSO DE DIREITO - FMU
Sumário
1) Breves noções de teoria geral do processo (ação, jurisdição e processo);
2) Processo de conhecimento (procedimento comum):
a) Petição inicial (pedido, valor da causa e produção de prova) – artigos 319 e
seguintes do CPC;
b) Audiência de conciliação e mediação – artigo 334, do CPC;
c) Contestação – artigos 335 e seguintes do CPC;
d) Tutelas provisórias – artigos 294 e seguintes do CPC;
e) Princípios – artigos 1 a 12 do CPC, Constituição Federal etc.;
f) Pronunciamentos judiciais – artigo 203, do CPC.
3) Breves noções e processo coletivo e ação civil pública – Lei nº 7.347/85, CDC,
Lei da ação popular, Lei de improbidade administrativa etc.
POP - CURSO DE DIREITO - FMU
Teoria geral do 
processo
Breves noções
• Tripé processual – jurisdição, ação (teoria eclética) e processo;
Processo civil ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na CF (artigo 1º, do CPC)
• Jurisdição: a) substitutividade: o juiz, ao decidir, substitui a vontade dos conflitantes pela
dele; b) imparcialidade: terceiro que é estranho ao conflito. Não pode ser interessado no
resultado do processo; c) monopólio do Estado: só o Estado pode exercer a jurisdição.
Estado é que julga e que diz quem pode julgar (atenção a esta característica); e) inércia: a
jurisdição age por provocação, sem a qual não ocorre o seu exercício. Está praticamente
restrita à instauração do processo, porque, depois de instaurado, o processo deve seguir
por impulso oficial.
• OBS: equivalentes jurisdicionais x justiça multiportas (artigo 3º, do CPC): a conciliação,
a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo judicial.
Equivalentes jurisdicionais: mediação
• Não se esqueça que alguns pontos da lei de mediação (Lei nº
13.140/2015) têm sido objeto de prova:
Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso, as
partes poderão submeter-se à mediação, hipótese em que requererão
ao juiz ou árbitro a suspensão do processo por prazo suficiente para a
solução consensual do litígio.
§ 1o É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos
requeridos de comum acordo pelas partes.
§ 2o A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de
urgência pelo juiz ou pelo árbitro.
Art. 17. (...) Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento
de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional.
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Mediação x conciliação
• Na mediação, visa-se recuperar o diálogo entre as partes. Por
isso mesmo, são elas que decidem. Na mediação não é
necessário interferência, ambas partes chegam a um acordo
sozinhas, se mantém autoras de suas próprias soluções.
• A conciliação pode ser mais indicada quando há uma
identificação evidente do problema, quando este problema é
verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de
comunicação que impede o resultado positivo. Diferentemente
do mediador, o conciliador tem a prerrogativa de sugerir uma
solução.
• Fonte: Defensoria Pública do Mato Grosso
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Arbitragem – Lei nº 
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Princípios constitucionais de processo
a) Igualdade/isonomia (artigo 5º, inciso I, da CF – artigo 7º, do CPC);
b) Inafastabilidade da jurisdição (artigo 5º, inciso XXXV – artigo 3º, do
CPC);
c) Juiz natural (promotor natural – artigo 5º, XXXVII);
d) Devido processo legal – “due process of law” (artigo 5º, inciso LIV);
e) Contraditório e ampla defesa (artigo 5º, inciso LV – artigo 9º, do CPC,
com suas exceções – tutelas provisórias) e do duplo grau de jurisdição
(“meios e recursos a ela inerentes” – sem previsão constitucional
expressa);
f) Inadmissibilidade da prova ilícita (artigo 5º, inciso LVI);
g) Publicidade e fundamentação das decisões judiciais (artigo 5º, inciso LX
e artigo 93, IX, - artigo 11, do CPC);
h) Duração razoável do processo (artigo 5º, inciso LXXVIII – artigo 4º, do
CPC)
ATENÇÃO: Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e
promovendo a dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III, do CF) e
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a
publicidade e a eficiência (artigo 37, da CF).
• Sem prejuízo de demais princípios previstos no próprio CPC: a) Cooperação
(artigo 6º, do CPC); b) Princípio da boa-fé e lealdade processual (artigo 5º, do
CPC), entre outros.
Algumas distinções da atividade
jurisdicional
Levando em conta a espécie e natureza de tutela que se pretende do
órgão jurisdicional, tem-se:
• a) ação de conhecimento (ou cognição): se provoca a tutela
jurisdicional para que o Estado-juiz declare qual das partes tem ou não
tem razão;
• b) ação de execução: visa nesse tipo de ação, forçar o cumprimento
de uma pretensão, gerando um processo de execução forçada;
• c) Cautelares/tutelas provisórias (artigo 300 e seguintes do CPC):
em razão do tempo necessário para se realizarem todos os trâmites
processuais, há risco do provimento jurisdicional ser ineficaz, ou
quando não há necessidade de esperar o fim do processo, diante das
evidências.
Tutelas provisórias (artigos 294 e
seguintes, do CPC)
Tutela provisória é proferida com base em cognição sumária (ao contrário da
sentença em que a cognição é exauriente e faz coisa julgada);
Para uma melhor compreensão, deve-se estudar o tema sob três enfoques:
1) OBJETO: aquilo pode ser concedido?
2 espécies:
a) CAUTELAR: não realiza o direito postulado, mas garante segurança para
tanto;
b) SATISFATIVA (ou antecipada): realiza o direito pleiteado.
Ex: lógica da frigideira e da geladeira.
OBS: zona cinzenta de diferenciação em algumas hipóteses.
Tutela de urgência
2) FUNDAMENTO: qual a causa para concessão?
2 espécies (artigo 294, do CPC):
a) URGÊNCIA (artigos 300/302, do CPC): pressupõe dois requisitos: 1) probabilidade do
direito e; 2) o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo – artigo 300, caput, do
CPC.
• O juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la;
• Pode ser concedida liminarmente (sem oitiva da parte contrária) ou após justificação
prévia (em audiência);
• Pode ser satisfativa (antecipada) ou cautelar;
• A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
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Tutela de evidência
b) EVIDÊNCIA (artigo 311, do CPC): dispensa a demonstração de perigo, exigindo-se somente a
probabilidade do direito.
Hipóteses tipificadas no caput, com algumas também espalhadas pelo CPC, como é o caso de
liminares em ações possessórias:
• I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
• II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
• III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
• IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
• Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
• Sempre será satisfativa.
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3) MOMENTO: quando a tutela provisória é requerida?
2 hipóteses também:
a) INCIDENTE: quando já formulado o pedido de tutela
provisória com o pedido final. Ex: inicial com pedido de tutela
provisória emum dos capítulos;
b) ANTECEDENTE: o pedido é formulado antes do pedido de
tutela final. Lembra a ação cautelar preparatória do CPC/73.
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Em síntese:
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Vissh! Como isso cai em prova? De
forma simples e literal:
• XXVII EXAME UNIFICADO (18/11/2018) – 2 questões sobre este tema no mesmo exame
51ª Márcia está muito doente e necessita fazer uso contínuo do medicamento XYZ para sobreviver.
Embora, durante os últimos anos, tenha obtido os medicamentos no único hospital público da cidade
em que reside, foi informada de que aquela era a última caixa e que, no mês seguinte, o
medicamento não seria mais fornecido pela rede pública. Diante de tal circunstância, desejando obter
o fornecimento do medicamento, Márcia procura você, como advogado(a), para elaborar a petição
inicial e ajuizar a demanda que obrigue o Poder Público ao fornecimento do medicamento XYZ. A
petição inicial distribuída trouxe o pedido de medicamentos em caráter antecedente e tão somente a
indicação do pedido de tutela final, expondo na lide o direito que busca realizar e o perigo de dano à
saúde de Márcia. A respeito do caso mencionado, assinale a afirmativa correta.
a)O(A) advogado(a) de Márcia fez uso da denominada tutela da evidência, em que se requer a
demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
b)O procedimento adotado está equivocado, pois a formulação completa da causa de pedir e do
pedido final é requisito do requerimento de tutela antecedente.
c)O(A) advogado(a) agiu corretamente, sendo possível a formulação de requerimento de tutela
antecipada antecedente para o fornecimento de medicamento.
d)Ocorrerá o indeferimento de plano da petição inicial, caso o juiz entenda que não há elementos
para a concessão da tutela antecipada.
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53ª Questão: Em virtude de acidente sofrido nas dependências da loja da operadora de celular
Fale Mais S/A, Luana ajuizou ação em face da empresa em questão, buscando indenização por
danos materiais e morais, com a concessão de tutela de urgência para o pagamento imediato
de despesas médicas. Os aspectos fáticos de suas alegações foram comprovados por meio de
documentos, sendo certo que sua tese jurídica encontra respaldo em julgamento de
incidente de resolução de demandas repetitivas. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a)Será possível a concessão da tutela da evidência, podendo ser dispensada, para tanto,
a prévia oitiva da ré.
b)A concessão da tutela de urgência poderá ser liminar e independerá da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
c)A tutela antecipada que for concedida em caráter incidental torna-se estável se, da decisão
que a conceder, não for interposto o respectivo recurso, levando à extinção do processo.
d)Concedida a tutela de urgência ou da evidência, somente poderá ser revogada até o fim da
instrução processual.
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XXVI EXAME UNIFICADO (05/08/2018)
54ª Questão: Alexandre ajuizou ação em face da prestadora de serviço de iluminação pública de sua
cidade, questionando os valores cobrados nas últimas contas, bem como pleiteando a condenação da Ré
no pagamento de indenização por danos morais. A título de tutela provisória, requereu a retirada de seu
nome dos cadastros de inadimplentes, tendo a juíza competente deferido liminarmente a tutela da
evidência sob o fundamento de que a ré costuma apresentar contestações padronizadas em processos
semelhantes, o que caracterizaria abuso de direito de defesa. Sobre o procedimento adotado, assinale a
afirmativa correta.
a) O juiz errou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, na medida em que esta somente é cabível
quando há súmula vinculante sobre o tema.
b) O juiz acertou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, pois a apresentação de contestação
padronizada em outro processo configura abuso de direito de defesa.
c) O juiz acertou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, uma vez que, assim como na tutela de
urgência, é dever do juiz conceder a tutela independentemente da oitiva do réu.
d) O juiz errou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, pois é necessária a oitiva do réu
antes de concedê-la com fundamento no abuso do direito de defesa.
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Procedimento comum
Introdução
• Os procedimentos no processo civil são o comum (visto anteriormente), que se
aplica como regra, e de forma residual, e os especiais.
• O CPC/15, ao contrário do código anterior, não dividiu o procedimento comum em
ordinário ou sumário – simplificação do procedimento.
• OBS: para parte da doutrina, o procedimento dos Juizados especiais é chamado de
sumaríssimo.
• A lei 9.099/95 criou os Juizados especiais cíveis e criminais para conciliação,
processo, julgamento e execução de causas de sua competência - as de menor
complexidade e de menor potencial ofensivo, respectivamente. O processo aqui
orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a
conciliação ou a transação (art. 2º, da lei).
Petição inicial
• 1) Requisitos: Art. 319. A petição inicial indicará:
• I - o juízo a que é dirigida;
• II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
• III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido (fundamentação fática – causa de
pedir próxima e fundamentação de direito – causa de pedir remota);
• IV - o pedido com as suas especificações;
• V - o valor da causa (seguindo as regras do artigo 292, do CPC) – juiz pode corrigir
de ofício e por arbitramento o valor dado à causa pelo autor;
• VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
• VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação (artigo 334, do CPC – será marcada com antecedência de 30 dias e não
será realizada se ambas as partes assim se manifestarem).
OBS: poderá ser requerida aqui também a tutela provisória.
Instrução da inicial – também é requisito
• Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação.
• Este é o momento da produção da prova documental, como regra
geral.
• A regra é reforçada pelo artigo 434, do CPC: “Art. 434. Incumbe à
parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos
destinados a provar suas alegações”.
• Também em regra, somente se poderá juntar documentos novos, após
a inicial ou contestação - Art. 435. É lícito às partes, em qualquer
tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a
fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
• Esta regra é relativizada pelo STJ, nos seguintes termos:
• “Com efeito, a jurisprudência desta Corte admite a relativização
da regra do artigo 434 do Código de Processo Civil de 2015.
Entende-se que, inexistindo má-fé ou intenção de
surpreender o juízo, é possível a juntada de documentos aos
autos a qualquer tempo, desde que não sejam aqueles
indispensáveis para a propositura da ação/defesa e que
tenha sido respeitado o contraditório”.
• AgRg no AREsp 641.561/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/05/2017 e também Resp nº
1.690.864 – SE.
Princípio da primazia do julgamento de
mérito
• Diante de vício sanável (exemplos: falta de uma peça que deveria acompanhar
a inicial, falta de requerimento de citação de litisconsorte necessário etc.).
• Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigidoou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência,
o juiz indeferirá a petição inicial.
• OBS: emendar é corrigir/aditar é complementar
• O prazo do artigo 321 é dilatório (Resp nº 1.133.689/PE).
Atenção – o pedido deve ser certo e
determinado
• Art. 322. O pedido deve ser certo – expresso.
• Art. 324. O pedido deve ser determinado – especificar quantidade e qualidade.
• § 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:
• I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados – ex:
de fato (artigo 90, do CC – livros da biblioteca) ou de direito (artigo 91, do CC -
espólio);
• II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do
fato – ex: danos materiais de atropelamento;
• III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu – ex: ação de exigir contas.
• Obs: Art. 322. (...) § 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
Ver nesse sentido a súmula 254, do STF.
Até quando se pode alterar o pedido?
Art. 329. O autor poderá:
• I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
independentemente de consentimento do réu;
• II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido
e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o
contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste
no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento
de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção
e à respectiva causa de pedir.
POP - CURSO DE DIREITO - FMU
O tema já foi objeto de prova:
• XXVII EXAME UNIFICADO (18/11/2018)
• 56ª Questão: Em razão da realização de obras públicas de infraestrutura em sua rua,
que envolveram o manejo de retroescavadeiras e britadeiras, a residência de Daiana
acabou sofrendo algumas avarias. Daiana ingressou com ação judicial em face do ente
que promoveu as obras, a fim de que este realizasse os reparos necessários em sua
residência. Citado o réu, este apresentou a contestação. Contudo, antes do saneamento
do processo, diante do mal-estar que vivenciou, Daiana consultou seu advogado a
respeito da possibilidade de, na mesma ação, adicionar pedido de condenação em danos
morais. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
• a)É possível o aditamento, uma vez que, até o saneamento do processo, é permitido
alterar ou aditar o pedido sem o consentimento do réu.
• b)Não é possível o aditamento, uma vez que o réu foi citado e apresentou contestação.
• c)É possível o aditamento, eis que, até o saneamento do processo, é permitido
aditar ou alterar o pedido, desde que com o consentimento do réu.
• d)É possível o aditamento, porquanto, até a prolação da sentença, é permitido alterar ou
aditar o pedido, desde que não haja recusa do réu.
POP - CURSO DE DIREITO - FMU
Atenção também ao valor da causa!
• Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da
reconvenção e será: (...) V - na ação indenizatória, inclusive a
fundada em dano moral, o valor pretendido;
• Há julgados no STJ que entendem que na indenização por dano
moral, não se exige que o autor formule pedido certo e determinado
quanto ao valor da indenização pretendida (REsp 1.313.643/SP).
• Este entendimento deve ser revisto diante da previsão do artigo
292, inciso V, do CPC.
• E então? Como estipular o valor do dano moral?
• Como o dano moral tem sua fixação no plano subjetivo (íntimo o juiz), o STJ,
responsável pela uniformização da legislação infraconstitucional (função
nomofilácica) estipula alguns parâmetros:
A tabela está disponível com a notícia completa em: https://www.conjur.com.br/2009-set-
15/stj-estipula-parametros-indenizacoes-danos-morais
https://www.conjur.com.br/2009-set-15/stj-estipula-parametros-indenizacoes-danos-morais
• Houve uma tentativa do STJ de padronizar as indenizações por dano moral, mas
predominou o entendimento de que a fixação dos valores indenizatórios pressupõe
a necessidade de ponderar caso a caso (cancelamento do tema 937 dos recursos
especiais repetitivos).
• Há casos, porém, que o STJ considera as indenizações indevidas. O STJ firmou
jurisprudência no sentido de que não gera dano moral a simples interrupção indevida da
prestação do serviço telefônico (Resp 846273), por exemplo – “teoria do mero
aborrecimento”.
• “Dissabores, desconfortos e frustrações de expectativa fazem parte da vida moderna, em
sociedades cada vez mais complexas e multifacetadas, com renovadas ansiedades e
desejos, e por isso não se mostra viável aceitar que qualquer estímulo que afete
negativamente a vida ordinária de um indivíduo configure dano moral” - REsp 1.705.314
– entendimento do STJ no caso de um consumidor que por falha na prestação de serviço
ficou 5 dias seguidos sem energia elétrica.
Como o tema é cobrado em provas?
• XXII EXAME UNIFICADO (02/04/2017)
55ª Questão: João ajuizou ação indenizatória contra Maria, postulando a condenação ao
pagamento de R$ 100.000,00 a título de reparação por danos materiais e R$ 50.000,00 por
indenização de danos morais, em razão do descumprimento de um contrato firmado entre eles,
referente à compra e venda de dois imóveis, cujos valores eram R$ 500.000,00 e R$
200.000,00. Maria, citada, apresentou contestação e reconvenção, pedindo a declaração de
invalidade parcial do contrato relativo ao imóvel de R$ 200.000,00, bem como a condenação de
João ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00. Diante de tal
situação, assinale a opção que apresenta o valor da causa da reconvenção.
a)O valor deve ser o mesmo da ação principal, qual seja, R$ 150.000,00, por ser ação
acessória.
b)Não é necessário dar valor à causa na reconvenção.
c)O valor deve ser de R$ 220.000,00, referente à soma do pedido de declaração de
invalidade parcial do contrato e do pleito de indenização por danos morais.
d)O valor deve ser de R$ 200.000,00, referente ao pedido de declaração de invalidade parcial
do contrato, sendo o pleito de indenização por danos morais meramente estimado,
dispensando a indicação como valor da causa.
POP - CURSO DE DIREITO - FMU
Indeferimento da petição inicial (artigo 330)
• Indeferimento (artigo 330): A petição inicial será indeferida quando:
• I - for inepta (lhe faltar pedido ou causa de pedir; o pedido for
indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o
pedido genérico; da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão; contiver pedidos incompatíveis entre si).
• II - a parte for manifestamente ilegítima;
• III - o autor carecer de interesse processual;
• IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 (advogado em causa
própria)e 321 (emenda à inicial).
• Solução: apelação, facultado o juízo de retratação do juiz em 5 dias
(artigo 331) – A OAB PERGUNTA ISTO DEMAIS!
Improcedência liminar do pedido 
(artigo 332)
• Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
• I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
• II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
• III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
• IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
• § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
• Solução: apelação, facultado o juízo de retratação do juiz em 5 dias (parágrafos do
artigo 332). A OAB PERGUNTA ISTO DEMAIS!
Audiência inicial de conciliação ou
mediação – artigo 334, do CPC
Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliaçãoou de mediação com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.
A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
A audiência não será realizada:
• I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição
consensual;
• II - quando não se admitir a autocomposição.
O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu
deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da
data da audiência.
O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de
até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa,
revertida em favor da União ou do Estado.
POP - CURSO DE DIREITO - FMU
Como o tema é cobrado em provas?
• XXIV EXAME UNIFICADO (19/11/2017)
51ª Questão: Leilane, autora da ação de indenização por danos morais, proposta em face de
Carlindo na 5ª Vara Cível da comarca da capital, informou, em sua petição inicial, que não
possuía interesse na audiência de conciliação prevista no Art. 334 do CPC/15. Mesmo assim, o
magistrado marcou a audiência de conciliação e ordenou a citação do réu. O réu, regularmente
citado, manifestou interesse na realização da referida audiência, na qual apenas o réu
compareceu. O juiz, então, aplicou à autora a multa de 2% sobre o valor da causa. Sobre o
procedimento do magistrado, a partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
a)O magistrado não deveria ter marcado a audiência de conciliação, já que a autora informou,
em sua petição inicial, que não possuía interesse.
b)O magistrado agiu corretamente, tendo em vista que a conduta da autora se caracteriza
como um ato atentatório à dignidade da justiça.
c)O magistrado deveria ter declarado o processo extinto sem resolução do mérito, e a multa
não possui fundamento legal.
d)A manifestação de interesse do réu na realização da referida audiência pode ser feita em até
72 horas antes da sua realização.
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E se repete:
• XXV EXAME UNIFICADO (08/04/2018)
54ª Questão: Almir ingressa com ação pelo procedimento comum em face de José, pleiteando obrigação de fazer
consistente na restauração do sinteco aplicado no piso de seu apartamento, uma vez que, dias após a realização do
serviço ter sido concluída, o verniz começou a apresentar diversas manchas irregulares. Em sua inicial, afirma ter
interesse na autocomposição. O juiz da causa, verificando que a petição inicial preenche os requisitos essenciais, não
sendo caso de improcedência liminar do pedido, designa audiência de conciliação a ser realizada dentro de 60 (sessenta)
dias, promovendo, ainda, a citação do réu com 30 (trinta) dias de antecedência. Com base na legislação processual
aplicável ao caso apresentado, assinale a afirmativa correta:
a) Caso Almir e José cheguem a um acordo durante a audiência de conciliação, a autocomposição obtida será reduzida a
termo pelo conciliador e, independentemente da sua homologação pelo magistrado, já constitui título executivo judicial,
bastando que o instrumento seja referendado pelos advogados dos transatores ou por conciliador credenciado junto ao
tribunal.
b) Agiu equivocadamente o magistrado, uma vez que o CPC/15 prevê a imprescindibilidade do prévio oferecimento de
contestação por José, no prazo de 15 (quinze) dias úteis a serem contados de sua citação e antes da designação da
audiência conciliatória, sob pena de vulnerar o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório, também
reproduzido na legislação adjetiva.
c) Caso Almir, autor da ação, deixe de comparecer injustificadamente à audiência de conciliação, tal ausência é
considerada pelo CPC/15 como ato atentatório à dignidade da justiça, sendo sancionado com multa de até dois
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor do Estado.
d) Almir e José não precisam comparecer à audiência de conciliação acompanhados por seus advogados, uma vez que,
nessa fase processual, a relação processual ainda não foi integralmente formada e não há propriamente uma lide, a qual
apenas surgirá quando do oferecimento da contestação pelo réu.
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Contestação
• Prazo e contagem (artigo 335): 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I -
da audiência de conciliação ou de mediação; do protocolo do pedido de
cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, ou
ainda prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos
demais casos.
• Concentração das matérias de defesa: Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na
contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com
que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
• Questões preliminares: Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,
alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; I - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI -
litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito
de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI -
ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de
outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do
benefício de gratuidade de justiça.
Concentração das matérias de defesa –
artigo 336, do CPC
• Atenção:
• A) a reconvenção segue a regra do artigo 334, do CPC: na
contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa.
• B) Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação.
• C) Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação,
o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz
decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das
custas.
Ônus da impugnação específica na
contestação
• Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente
sobre as alegações de fato constantes da petição inicial,
presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
• I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
• II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a
lei considerar da substância do ato;
• III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu
conjunto.
• Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não
se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador
especial.
Como o tema é cobrado na OAB? XVI
Exame de Ordem Unificado (17/05/2015)
• João andava pela calçada da rua onde morava, no Rio de Janeiro, quando foi
atingido na cabeça por um pote de vidro lançado da janela do apartamento 601
do edifício do Condomínio Bosque das Araras, cujo síndico é o Sr. Marcelo
Rodrigues. João desmaiou com o impacto, sendo socorrido por transeuntes que
contataram o Corpo de Bombeiros, que o transferiu, de imediato, via ambulância,
para o Hospital Municipal X. Lá chegando, João foi internado e submetido a
exames e, em seguida, a uma cirurgia para estagnar a hemorragia interna
sofrida. João, caminhoneiro autônomo que tem como principal fonte de renda a
contratação de fretes, permaneceu internado por 30 dias, deixando de executar
contratos já negociados. A internação de João, nesse período, causou uma
perda de R$ 20 mil. Após sua alta, ele retomou sua função como caminhoneiro,
realizando novos fretes. Contudo, 20 dias após seu retorno às atividades laborais,
João, sentindo-se mal, voltou ao Hospital X. Foi constatada a necessidade de
realização de nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio
causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira
cirurgia. João ficou mais 30 dias internado, deixando de realizaroutros contratos. A
internação de João, por este novo período, causou uma perda de R$ 10 mil.
• João ingressa com ação indenizatória perante a 2ª Vara Cível da
Comarca da Capital contra o Condomínio Bosque das Araras,
requerendo a compensação dos danos sofridos, alegando que a
integralidade dos danos é consequência da queda do pote de vidro do
condomínio, no valor total de R$ 30 mil, a título de lucros
cessantes, e 50 salários mínimos a título de danos morais, pela
violação de sua integridade física. Citado, o Condomínio Bosque das
Araras, por meio de seu síndico, procura você para que, na qualidade
de advogado(a), busque a tutela adequada de seu direito. Elabore a
peça processual cabível no caso, indicando os seus requisitos e
fundamentos, nos termos da legislação vigente. (Valor: 5,00)
Solução?
• A peça a ser formulada é uma contestação à ação indenizatória proposta por João.
O Condomínio deverá arguir em preliminar que não é legitimado passivo da ação,
tendo em vista o conhecimento de que o pote de vidro foi lançado de apartamento
individualizado – 601 –, isto é, de unidade autônoma reconhecida. De acordo com o Art.
938 do Código Civil, “aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”. Assim, o
habitante (proprietário, locatário, comodatário, usufrutuário ou mero possuidor) da
unidade autônoma é que deveria ser acionado, não o Condomínio. O Condomínio
somente seria parte legítima na impossibilidade de se reconhecer de qual unidade
quedou o objeto. No mérito, deverá o Condomínio arguir que não há obrigação de
indenizar de sua parte em relação aos danos decorrentes da segunda cirurgia
sofrida por João, na medida em que o dano que decorreu da segunda cirurgia é
resultado de erro médico cometido pela equipe cirúrgica do Hospital Municipal X,
não da queda do pote de vidro. Ainda que materialmente relacionado ao evento, a queda
do pote de vidro do edifício somente se pode atribuir a consequências danosas do
primeiro evento, quais sejam, os lucros cessantes no valor de R$20 mil, de acordo com
o Art. 403 do CC: “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e
danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual”.
ATENÇÃO – espelho de correção de
provas e critério de correção
Após o oferecimento da contestação – três situações
podem ocorrer – julgamento conforme o estado do
processo:
1) Julgamento antecipado do mérito (artigo 355, do CPC): quando: I -
não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel e
não houver requerimento de prova. Desta decisão cabe apelação.
• Efeitos da revelia: Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado
revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
• Produção de provas pelo revel: Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de
provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos
autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.
2) Julgamento parcial de mérito (artigo 356, do CPC): quando: I -
mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento
(requisitos do artigo 355).
• OBS: A decisão proferida com base no artigo 356 é impugnável por
agravo de instrumento (artigo 356, §5º).
Saneamento do feito
• 3) Saneamento do processo (artigo 357): não sendo o caso
das hipóteses anteriores (1 e 2), deverá o juiz, em decisão de
saneamento e de organização do processo: I - resolver as
questões processuais pendentes, se houver; II - delimitar as
questões de fato sobre as quais recairá a atividade
probatória, especificando os meios de prova admitidos; III -
definir a distribuição do ônus da prova; IV - delimitar as
questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V -
designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
Audiência de instrução e julgamento –
artigo 358 e seguintes - fluxograma
• Generalidades: Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e
justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja
concordância das partes. Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da
instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento
para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.
• Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
• A audiência será iniciada com nova tentativa de conciliação - Art. 359. Instalada a
audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de
outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
• Inexistindo acordo, a produção de provas ORAIS observará a seguinte ordem (artigo
361): I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de
esclarecimentos requeridos, caso não respondidos anteriormente por escrito; II - o autor e,
em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; III - as testemunhas arroladas
pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito,
os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o
Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
• OBS: O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez),
sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. O juiz poderá limitar o
número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos
individualmente considerados.
• Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como
ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente,
pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez)
minutos, a critério do juiz (artigo 364).
• Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate
oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas
pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua
intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos
autos (artigo 364, §2º).
• Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá
sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
Sentença
• Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
• I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do
caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das
principais ocorrências havidas no andamento do processo;
• II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e
de direito;
• III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais
que as partes lhe submeterem.
• Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa
da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou
em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A
decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica
condicional – regra da congruência.
Ponto importante – fundamentação das 
decisões judiciais (489, §1º, do CPC)
• § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
• I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
• II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
• III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
• IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar
a conclusão adotada pelo julgador;
• V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
• VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinçãono caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Não se esquecer também dos
precedentes qualificados (obrigatórios):
• Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
• I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade;
• II - os enunciados de súmula vinculante;
• III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos
extraordinário e especial repetitivos;
• IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em
matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em
matéria infraconstitucional;
• V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais
estiverem vinculados.
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Processo coletivo
Breves noções sobre a ação civil pública
Introdução ao processo coletivo
Novos tipos de conflitos: sociedade de massa (produção em massa e conflitos em
massa).
Tem-se: 1) revolução social → 2) novos tipos de conflitos interpessoais → 3) nova
conformação dos direitos materiais e → 4) novos instrumentos processuais para
resoluções de conflitos.
Ideia do microssistema de processo coletivo – formado por diversos diplomas que se
integram entre si: “A lei de improbidade administrativa, juntamente com a lei de ação
civil pública, da ação popular, do mandado de segurança coletivo, do Código de
Defesa do Consumidor e do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Idoso,
compõem um microssistema de tutela dos interesses transindividuais e sob esse
enfoque interdisciplinar interpenetram-se e subsidiam-se” (REsp 510.150/MA, Rel. Min.
Luiz Fux)”. Núcleo duro: LAP, LACP, CDC.
Objeto diferente do processo civil convencional – direitos transindividuais ou
metaindividuais (artigo 81, do CDC – difusos, coletivos, e individuais homogêneos).
Ação civil pública – Lei nº 7.347/85
• Objeto da ação civil pública – proteção dos danos morais e
patrimoniais: l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III – a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; V - por infração da
ordem econômica; VI - à ordem urbanística; VII – à honra e à
dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos; VIII – ao
patrimônio público e social.
• ATENÇÃO: Não será cabível ação civil pública para veicular
pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos
de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados.
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Legitimidade para propor ação civil
pública – art. 5º
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público; II - a
Defensoria Pública; III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - a autarquia,
empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
• V - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos
termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público
e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.
ATENÇÃO:
1) O requisito da pré-constituição ASSOCIAÇÃO poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
2) O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como
fiscal da lei.
3) Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre
os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e
direitos de que cuida esta lei.
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Como o tema é cobrado em provas?
• XXVI EXAME UNIFICADO (05/08/2018)
51ª Questão: Uma fábrica da sociedade empresária Tratores Ltda. despejou 10
toneladas de lixo reciclável no rio Azul, que corta diversos municípios do estado do
Paraná. Em decorrência de tal fato, constatou-se a redução da flora às margens
do rio. Sobre a medida cabível em tal cenário, assinale a afirmativa correta.
a) É cabível ação popular, na qual deve figurar obrigatoriamente o Ministério
Público como autor.
b) É cabível ação civil pública, na qual deve figurar obrigatoriamente como autor
um dos indivíduos afetados pelos danos.
c) Não é cabível ação civil pública ou ação coletiva, considerando a natureza dos
danos, mas o Ministério Público pode ajuizar ação pelo procedimento comum, com
pedido de obrigação de não fazer.
d) É cabível ação civil pública, na qual o Ministério Público, se não for autor,
figurará como fiscal da lei.
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... no mesmo exame:
57ª Questão: A associação “Amigos da Natureza”, constituída há 2 anos, com a
finalidade institucional de proteger o meio ambiente, tem interesse na propositura
de uma ação civil pública, a fim de que determinado agente causador de dano
ambiental seja impedido de continuar a praticar o ilícito. Procurado pela
associação, você, na qualidade de advogado, daria a orientação de:
a) não propor uma ação civil pública, visto que as associações não têm
legitimidade para manejar tal instrumento, sem prejuízo de que outros legitimados,
como o Ministério Público, o façam.
b) propor uma ação civil pública, já que a associação está constituída há
pelo menos 1 ano e tem, entre seus fins institucionais, a defesa do meio
ambiente.
c) apenas propor a ação civil pública quando a associação estiver constituída há
pelo menos 3 anos.
d) que a associação tem iniciativa subsidiária, de modo que só pode propor a ação
civil pública após demonstração de inércia do Ministério Público.
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E também em provas anteriores:
• XXV EXAME UNIFICADO (08/04/2018)
53ª Questão: A sociedade empresária Sucesso veiculou propaganda enganosa
acerca de um determinado produto, com especificações distintas daquelas
indicadas no material publicitário. Aproximadamente 500.000 consumidores, dentre
os quais alguns hipossuficientes, compraram o produto. Diante disso, a
Associação de Defesa do Consumidor, constituída há 10 anos, cogitou a
possibilidade de ajuizar ação civil pública, com base na Lei nº 7.347/85, para obter
indenização para tais consumidores. Diante dessas informações, assinale a
afirmativa correta:
a) O Ministério Público é parte ilegítima para a propositura da ação civil pública.
b) A Associação de Defesa do Consumidor pode propor a ação civil pública.
c) Qualquer consumidor lesado pode propor a ação civil pública.
d) A propositura da ação civil pública pela Defensoria dispensa a participação do
Ministério Público no processo.
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Outros temas importantes em ação civil pública –
inquérito civil e termo de ajuste de conduta (TAC/CAC).
• Inquérito civil (artigo 8º, §1º e 9º): é dispensável para a propositura da ação civil
pública; O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
inferior a 10 (dez) dias úteis. Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas
as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura
da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das
peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
• Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias,
ao Conselho Superior do Ministério Público.
• Termo de ajuste de conduta ou compromisso de ajuste de conduta (artigo 5º,
§6º): Os órgãos públicos legitimadospoderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante
cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial (vide também
artigo 784, inciso IV, do CPC).
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Não se esqueça! Ainda há outras
ações coletivas regidas por leis próprias
• A) Lei da ação popular – Lei nº 4.717/65;
• B) Lei de improbidade administrativa – Lei nº 8.429/92;
• C) Código de defesa do consumidor – artigos 81 e seguintes do
CDC;
• Entre outros.
Também não se esqueça de estudar as hipóteses de
responsabilização criminal da pessoa jurídica! Embora o tema seja
controvertido na doutrina, pode concluir que a responsabilidade
penal da pessoa jurídica: a) cabe somente para crimes ambientais;
b) não necessita de dupla imputação – pessoa física + jurídica (RE
548181/RS) e; c) somente poderá ser aplicada pena compatível
(restritiva de direitos ou multa).
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Finalmente, para realizar uma boa 
prova de processo civil:
JAMAIS DEIXE DE LER O CPC!
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