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Prática de processo Civil - Aulas 01-08-22

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Prática de processo Civil – Estágio 
Supervisionado (90h) - Turma 179 - 
2022/2 - Prof. Fabiano Kingeski 
Clementel 
 
Aula do dia 01/08/2022 
 
Provas: 
– 27/09 – G1: Entrega dos relatórios/certificados de audiência 
(T1). 
https://audienciasonline.com.br/#/home 
= Olhar relatório 
- Online: postagem do certificado, com o relatório de audiências 
digitado (word), nem precisa ser o formulário (mas as informações 
do formulário devem estar ali). 
5 audiências ou sessões de julgamento 
– 31/10 – G1: Prova (P1) – questões prático-teóricas. 
– 22/11 – G1: Prova (P2) – peça processual. (estrutura é o que 
mais importa, é uma das peças feitas em aula) 
– 28/11 – Prova Especial (substitui P1, P2 ou T1). 
– 29/11 – Entrega de provas, correção, atendimento aos alunos e 
revisão para G2. 
– 05/12 – G2 – datas de avaliações encaminhadas pelo Decanato 
da Escola de Direito. 
https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=74603
https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=74603
https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=74603
https://audienciasonline.com.br/#/home
Feriados: 19/09, 20/09, 14/11, 15/11. Total de aulas: 32 encontros 
Limite de faltas: 8 encontros 
Livros: 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 17 ed. 
Salvador: Jus Podivm, 2015. (v. I e II). 
THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 56 
ed. Forense: Rio de Janeiro, 2015. v. I. 
TORRES, Artur. CPC passado a limpo. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2018 (volumes I e II). 
************************************* 
Aula do dia 02/08/2022 
 
 PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL: PARTE I 
- Por que recorrer à justiça? 
E 
- Como recorrer a justiça? 
*Medidas prévias ao ajuizamento da demanda 
*Medida jurídica adequada para resolver o problema 
 
1. Introdução 
- Endereçamento (competência) 
- Preambulo – nome (dados), peça, F.L 
2. Desenvolvimento 
- Fatos 
- Direito 
3. Conclusão 
- Ante o exposto, requer: 
 
1. Lado? A x R 
2. Fase? 
3. Problema? 
MPAD 
TJ – Comarcas – Foro # Fórum 
 
Jurisdição 
Ação 
Pretensão 
TGD {Ação, Jurisdição e processo} 
- Lide 
INTRODUÇÃO 
 Neste ponto pretende-se abordar algumas 
informações necessárias para a postulação em 
juízo. 
 1. Inicialmente, questões relacionadas ao acesso à 
justiça e à estrutura do Poder Judiciário serão 
tratadas, com foco na solução de litígios perante o 
Poder Judiciário. 
 2. Num segundo momento, abordaremos questões 
sobre providências prévias ao ajuizamento da 
demanda. 
 3. A partir daí, serão tratadas as questões sobre o 
ingresso em juízo, desde a petição inicial, 
passando pelos recursos, até o cumprimento de 
sentença ou execução, focando nos procedimentos 
previstos na legislação. 
 
DICAS INICIAIS 
 Como identificar a medida jurídica adequada na 
prova prático-profissional? 
 03 perguntas para auxiliar. 
 Como fundamentar a medida jurídica após sua 
identificação? 
*como cria teses, como liga os fatos aos direitos 
*precisa ver nessa ordem: 
CF – LEI – JURISPRUDÊNCIA – PRINCÍPIO - DOUTRINA 
 04 perguntas que podem auxiliar. 
 Cuidados essenciais: formais (endereçamento; 
preâmbulo: partes, vocativo, verbo, fundamento 
legal da medida); estruturais e materiais. 
*Petição inicial: verbo – propor, requerer etc. 
*nome da peça 
*qualificação completa da outra parte 
*peça e fundamento legal da peça 
 Em recurso, sempre pedir conhecimento e 
provimento. 
 
 ACESSO À JUSTIÇA: 
 Aspectos preliminares 
 Por que recorrer à Justiça? 
*para evitar a autotutela (a lei do mais forte) 
*depositar a crença de que o Estado daria a decisão mais justa 
para eventuais conflitos de interesses 
*cabe ao judiciário prestar a jurisdição 
 Como recorrer ao Judiciário? 
*deve provocar a jurisdição 
 
 Aspectos preliminares: 
 1. Finalidade: “atender aos interesses protegidos 
pelo direito objetivo, evitando-se a autotutela.” 
(prestar a Jurisdição com a ação – Calamandrei). 
Assegurar a separação dos poderes, com 
afirmação do controle judicial de decisões 
externas. 
 2. Direito Fundamental (art. 5º, inc. XXXV, da CF). 
Direito de ação → Direito de A contra B (crédito) e 
de A contra o E (viabilizar o recebimento). 
*direito a jurisdição e acesso à justiça. 
 3. O que é direito de ação? Força autônoma, no 
sentido processual. 
*conflito de interesses classificado por uma pretensão resistida = 
legitima o instituto jurídico chamada “ação” (objeto da ação é lide) 
*vai ter uma pretensão que se materializa a ação, e que provoca 
jurisdição = e a partir dali o Estado começa a trabalhar para 
resolver os conflitos. 
*para ter o interesse de agir, há de que haver a pretensão de 
resistência da outra parte. 
 3.1. Natureza Jurídica: a) Teoria Civilista (Savigny): 
fórmula de Celso (ação como o direito de pedir em 
juízo o que nos é devido). É o próprio direito 
material colocado em movimento. Não há ação sem 
direito, não há direito sem ação. Crítica: e a ação 
declaratória negativa?; b) Teorias de Windscheid, 
Muther e Wach (1856): o direito à tutela jurisdicional 
convive com o direito contra o particular, mas não 
se confundem (independe do direito subjetivo 
privado). 
 
 Dimensões processuais da TGP (teoria geral do 
processo): 
 Ação: desencadeia a Jurisdição. Não é um direito, 
nem uma pretensão, mas o exercício de um direito 
pré-existente para ver satisfeita uma pretensão pelo 
Tribunal. Em Roma a actio era o próprio direito, e 
não um meio de defesa do direito (Celso). Não era 
concebida como instituto processual, já que era o 
direito material colocado em movimento. 
- Precisa demonstrar uma resistência a lide 
 Teorias sobre a natureza da ação: a) direito público 
abstrato/autônomo (Degenkolb e Plósz: a ação 
independe do direito material, podendo ser 
exercida independentemente de a sentença de 
mérito ser favorável); b) direito público 
concreto/autônomo (Wach: relação jurídica de 
direito processual independente da relação jurídica 
de direito material, mas não há ação sem direito. 
Somente haverá ação com sentença de mérito 
favorável. Crítica: houve processo, pois houve ius 
ut procedatur); c) direito potestativo/autônomo 
(Chiovenda: é o poder jurídico de dar vida à 
condição para atuação da vontade da lei; 
Calamandrei: É direito concreto atual, existente 
antes do processo e para obter, contra o 
adversário, um resultado favorável (poder ideal 
relativo ao Estado); d) eclética (Liebman: baseia a 
ação no preenchimento de suas condições – “A 
ação, como direito de provocar a jurisdição; a ação 
deve ser entendida como o direito de provocar o 
julgamento do pedido: análise do mérito. Crítica: 
confunde a ação com pretensão, pois concilia as 
anteriores, mas a pretensão não tem jurisdição). 
 Jurisdição: caracterizado pela 
terzietà/substitutividade e pelo poder/dever de 
função. 
*monopólio da jurisdição é do Estado. 
 Processo: relação jurídica de natureza pública 
(Bülow). Existe debate sobre sua natureza (situação 
jurídica: Goldschmidt; procedimento em 
contraditório: Fazzalari). 
 Porque recorrer à Justiça? 
 Superação da autotutela (período de vinganças); 
 Monopólio da Jurisdição é do Estado (formação 
histórica do Estado e de seus Poderes); 
 Jus Postulandi (direito de postular perante o Poder 
Judiciário); 
*quem pode postular em regra: advogados, habeas corpus, JEC, 
pedido de balcão (justiça do trabalho) – reclamatória trabalhista 
pode ser feita pelo próprio empregado 
 Mecanismos para resolução judicial dos conflitos. 
 Como recorrer ao Judiciário? 
 Próximo slide. 
 
SOLUÇÃO DE LITÍGIOS PERANTE O PODER 
JUDICIÁRIO BRASILEIRO 
 Poder Judiciário: 
 Histórico brasileiro: 1530 (D. João VI, Rei de 
Portugal). Poderes a Martim Afonso de Souza. 
Possibilidade de sentenciar à morte. 
 Histórico no Rio Grande do Sul: 03/02/1874 
(instalação do Tribunal de Relação para Província 
de São Pedro e de SantaCatarina, com 7 
desembargadores); 1891, com a Proclamação da 
República, as Províncias foram transformadas em 
Estados, com competências próprias (CE/RS: em 
1891 cria o Superior Tribunal e extingue o Tribunal 
de Relação em 1892, instalando o Superior Tribunal 
do Rio Grande do Sul em 1893); em 1934 extingue-
se o Tribunal Superior e instala-se a Corte de 
Apelação; em 1937, a CF cria os Tribunais de 
Apelação no lugar das Cortes de Apelação; em 
1946, pela CF os Tribunais de Apelação passam a 
se chamar Tribunais de Justiça, com a criação dos 
Tribunais de Alçada; em 1997 são unificados os 
Tribunais de Justiça e Tribunais de Alçada. 
 Estrutura jurisdicional brasileira: próximo slide. 
 
 
 ÓRGÃOS DO TJRS 
 Pleno: total de Desembargadores. 
 Órgão especial: art. 93, inc. XI, CF: 24 membros, 
entre natos e eleitos, fora os suplentes. 
 Grupos de Direito Público: 1º, 2º e 11º grupos cíveis, 
os dois primeiros compõem-se de duas Câmaras e 
o último de três Câmaras, com competências 
delimitadas. 
 Grupos Criminais: 1º, 2º, 3º e 4º grupos criminais, 
compostos de duas Câmaras Criminais cada, com 
competências delimitadas. 
 Grupos de Direito Privado: 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º e 
10º grupos cíveis, sendo os nove primeiro 
composto por duas Câmaras cada e o décimo por 
quatro Câmaras Cíveis cada. 
 
ÓRGÃOS DO TRF/4ªR 
 Organização: por ser um órgão colegiado, o TRF da 
4ª Região reúne-se em Plenário, em Corte Especial, 
em Seções e em Turmas. 
 Plenário: o Plenário, constituído da totalidade dos 
Desembargadores Federais (27), é presidido pelo 
Presidente do Tribunal. 
 Corte Especial: é constituída de quinze 
Desembargadores, observado o quinto 
constitucional, presidida pelo Presidente do 
Tribunal. 
 Seções: Há no Tribunal quatro Seções, integradas 
pelos componentes das Turmas das respectivas 
áreas de especialização. As Seções são presididas 
pelo Vice-Presidente do Tribunal. 1ª Seção 
(competência tributária, composta pelos 
integrantes da 1ª e da 2ª Turmas); 2ª Seção 
(competência residual, ou seja, todas as matérias 
que não são afetas 1ª, 3ª e 4ª Seções, composta 
pelos integrantes da 3ª e da 4ª Turmas); 3ª Seção 
(competência previdenciária, composta pelos 
integrantes da 5ª e da 6ª Turmas); 4ª Seção 
(competência penal, composta pelos integrantes da 
7ª e da 8ª Turmas). Turmas: a presidência das 
Turmas é exercida pelos Desembargadores que as 
integram, por um período de dois anos, em sistema 
rotativo. 
********************************************** 
AULA DO DIA 08/08/2022 
 
PROVIDÊNCIAS PRÉVIAS AO 
AJUIZAMENTO DA DEMANDA 
 
1. Juiz Competente 
- Imparcial 
2. P.I – 319 CPC 
3. Citação 
4. Capacidade das Partes 
 
 Considerações iniciais: para válida e regular 
tramitação, o processo deve observar certos 
requisitos (pressupostos processuais). O CPC traz, 
de forma genérica, no art. 485, IV, como 
“pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo”. 
Conforme parte da doutrina, são eles: órgão 
julgador competente e imparcial, petição inicial 
técnica adequada, citação do réu e capacidade das 
partes. 
 Partes e interessados: parte são os sujeitos 
envolvidos, no processo de conhecimento 
contencioso, denominados de autor (pede) e réu 
(resiste). Se inexistir conflito resistido, são 
interessados (requerente/requerido). No processo 
de execução ou na fase de cumprimento, 
denominam-se exequente e executado, podendo a 
denominação variar conforme a fase processual 
(ex.: recursal). 
*parte processual – autor e réu 
*se existir conflito resistido tem partes, se não existir conflito resistido, 
tem interessados. 
*3º interessado 
 Capacidade de ser parte: está ligada à 
personalidade jurídica (art. 75, do CPC). Regra: 
parte é quem pode ser titular de direitos (art. 1°, do 
CC; animais, portanto, não podem). Apesar disso, 
entes despersonalizados, por questão de técnica 
legislativa, também podem ser (são os entes 
despersonificados ou irregulares, conforme art. 75, 
V, VI, VII, IX e XI, e §2º, do CPC). 
 Capacidade processual: significa a aptidão para o 
exercício de direitos e obrigações processuais (é 
pressuposto processual: legitimatio ad 
processum). Na sua ausência, vício formal. A 
incapacidade processual pode ser suprida. Quando 
não for, sanção ao autor (extinção) e ao réu 
(revelia). Em algumas situações, pode-se ter 
capacidade de ser parte, mas sem ter-se 
capacidade processual (bebê). 
*aptidão para obrigações processuais – ter legitimidade processual, 
se a parte é ilegítima, tem um vicio formal (tanto ativa quanto passiva) 
*pode ser suprida, mas se não for suprida, a sansão processual ao 
autor é a extinção do processo, e ao réu é a revelia. 
*em algumas situações pode ter capacidade de ser parte, mas não 
capacidade processual. Ex: bebê 
 Capacidade processual das pessoas físicas: o 
incapaz deve atuar pelos institutos da 
representação (incapacidade absoluta, do art. 3º, 
do CC: menores de 16 anos) ou da assistência 
(incapacidade relativa, do art. 4º, do CC). Assim, 
representante legal na primeira situação, com 
procuração assinada por ele, em nome próprio; 
assistente na segunda, em que ambos atuam 
conjuntamente, inclusive assinando procuração. 
 A lei 13.146/2015, estatuto da pessoa com 
deficiência, disciplina a questão também. 
 A figura do curador especial será utilizada por 
decisão do juiz nas situações do art. 72, do CPC. 
Ademais, deve-se considerar também as situações 
de pessoas que têm restrições em sua capacidade 
processual (casadas ou em união estável), 
especialmente quando rés, porque quando autoras 
há acréscimo e não perda de patrimônio, com 
exceção para propor ações que versem sobre 
direito imobiliário (art. 73, do CPC). As autorizações 
denominam-se de outorga uxória (da mulher ao 
homem), outorga marital (do homem à mulher), e 
autorização de convivente (união estável). Na 
impossibilidade de consentir (Art. 74, do CPC), 
necessário que o juiz supra o consentimento em 
decisão própria. 
 Caso não suprida a incapacidade processual ou 
irregularidade na representação, o juiz suspende o 
processo e fixa prazo. Se mantido o 
descumprimento, sem sanar-se o defeito no prazo, 
as consequências são: extinção sem resolução de 
mérito (autor), revelia (réu), revelia ou exclusão ao 
terceiro (se réu ou autor, respectivamente), pois se 
trata de pressuposto processual. 
 Capacidade processual das pessoas jurídicas: 
regramento no CC, arts. 40 e 52. As pessoas 
jurídicas atuam no mundo por meio de pessoas 
físicas. Até mesmo os entes despersonificados 
necessitam de representação em juízo, como é o 
caso da massa falida, do espólio, das heranças 
jacentes e vacante, e da sociedade 
despersonificada. Normalmente, estes entes são 
representados por quem administra os seus bens 
(síndico no condomínio; administrador judicial na 
falência; inventariante no espólio). 
*pessoas jurídicas atuam no processo através de pessoas físicas. 
*tanto as formalmente regulares, quanto as que não estão 
regulares. 
*entes despersonalizados precisam de representação em juízo. 
*pessoas jurídicas, atuam nos juizados especiais por preposto 
registrado. 
*Quem pode representar a PJ? Dono, SA(tem vários donos) mas 
quem representa é aquele que for constituído nos atos 
constitutivos da PJ, 
 O CPC disciplina a representação de pessoas 
jurídicas no art. 75. 
 Vale destacar a representação da pessoa jurídica 
nos juizados especiais, que pode se dar por 
preposto credenciado, sem vínculo empregatício, 
desde que munido de carta de preposição com 
poderes para representar a pessoa jurídica (art. 9º, 
§4º, da Lei n. 9.099/95). 
 Capacidade postulatória: o que é? Além das outras 
capacidades (ser parte e estar em juízo), exige-se 
que a atuação se dê por quem detenha capacidadepostulatória para postular perante o Poder 
Judiciário (jus postulandi). Entende-se por 
capacidade postulatória “a capacidade de 
representar as partes em juízo, a capacidade de 
postular (pedir em sentido amplo; formular pedidos 
e requeridos das partes e a eles resistir) perante os 
órgãos do Poder Judiciário”. 
 O sistema, como regra, impõe que um profissional 
técnico é quem possui essa condição (advogado 
legalmente reconhecido pela OAB e que seja 
devidamente constituído pela parte). Algumas 
exceções são admitidas, permitindo a atuação 
direta da parte: JEC, JEFP e JEF (art. 9º, da Lei 
9.099/95, art. 27, da Lei n. 12.153/2009, art. 1º, da Lei 
n. 10.259/2001); ação de alimentos (art. 2º, da Lei n. 
5.478/68); Habeas Corpus (art. 654, do CPP e art. 1º, 
§1º, da Lei n. 8.906/94); Justiça do Trabalho (art. 
791, da CLT). 
 Procuradores: a parte será representada em juízo 
por advogado, com instrumento de mandato ou em 
causa própria (art. 103 e 104, do CPC), podendo o 
mandato, em caso de urgência, ser juntado depois 
(15 + 15). O instrumento de mandato é a 
procuração, embora o mandato possa ser expresso 
ou tácito. Conforme nossa legislação, existem 
algumas regras atinentes à confecção de uma 
procuração. 
 Procuração judicial e extrajudicial: é o instrumento 
de mandato. Quando destinada à nomear o 
advogado para atuar em juízo é denominada de 
procuração judicial (ad judicia), em diferentes 
formas e qualificações, lembrando que o advogado 
deve observar a ética na representação (CED e 
Estatuto). Quando destinada à realização de outros 
atos, é extrajudicial (ad negotia), que deve ter firma 
reconhecida (STJ). As duas somadas dão origem à 
procuração ad judicia et extra. 
 Conforme o art. 654, do CC, pode ser por 
instrumento público ou particular, assinado pela 
parte. Alguns atos exigem o instrumento público, 
embora a lei (art. 654, do CC) diga que por 
instrumento particular valerá desde que tenha a 
assinatura do outorgante, que pode ser digital (art. 
105, § 1º, do CPC). 
 Embora a lei, a rigor, não admita a procuração por 
instrumento particular de incapazes, absolutos ou 
relativos, por representante ou assistido e incapaz, 
a jurisprudência tem mitigado essa exigência. 
 Analfabetos, ainda que plenamente capazes, não 
podem outorgar procuração por instrumento 
particular, mas apenas públicas, assinadas a rogo 
(pede roga ao Tabelião que lavre o instrumento). No 
tocante aos poderes, podem ser gerais ou 
especiais/específicos, estes expressos (art. 105, do 
CPC), embora a jurisprudência entenda que a mera 
citação “poderes especiais” supre. 
 
PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA UTILIZADAS: referenciais 
bibliográficos. 
 DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 17 ed. Salvador: 
Jus Podivm, 2015. (v. I e II). 
 DONIZETTI. Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 19 ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2016. 
 TARTUCE, Fernanda, DELLORE, Luiz. 13 ed. Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: Método, 2017. 
 THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 56 ed. 
Forense: Rio de Janeiro, 2015. v. I. 
 TORRES, Artur. CPC passado a limpo. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2018 (volumes I e II). 
***************************************************** 
AULA DO DIA 09/08/2022 
1. Procuração 
2. Outorgante (Qualificação) 
Outorgado (Qualificação) 
3. Poderes: gerais/específico (art. 105 CPC) 
4. Finalidade 
5. Fechamento (Local + Data + Assinatura do Outorgante e 
dados) 
*Revogação (Outorgante retira o advogado da sua representação) 
*Renúncia (Adv. Que renúncia a representação do cliente, por 
vontade própria) 
*Substabelecimento (Ato do adv. Combinado com o cliente, sem 
reservas, porque com reservas tu continua) 
Reserva 
 PROCURAÇÃO 
Caso 01: Procuração. 
No dia 03/04/2019, JULIETA, por indicação médica, dirigiu-se à 
clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia 
abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o 
contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que 
estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural 
naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste 
acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, 
causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas 
circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, 
necessitando passar por 03 (três) procedimentos de 
reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, 
tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a 
hipersensibilidade. Para tratar as lesões, JULIETA despendeu, até 
o presente momento, com medicamentos, transporte e 
fisioterapia, a quantia de R$30.000,00 (trinta mil reais). Diante 
desta situação, JULIETA o procura, na data de 12/03/2022, para 
fazer uma consulta e constituí-lo(a) como advogado(a) no intuito 
de representar os seus interesses em juízo e fora dele, sobre o 
caso em testilha. 
Diante da consulta, e considerando que você, na condição de 
advogado(a) contratado(a) por JULIETA concorda em 
representá-la, inexistindo impedimento, elabore o instrumento 
de mandato que legitime sua capacidade postulatória em juízo e 
fora dele. 
 Modelo – Procuração 
 
PROCURAÇÃO 
OUTORGANTE: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, 
nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF 
sob o n. xxxxxxxxxxxxxx, com Carteira de Identidade n. 
xxxxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, CEP xxxxxxxxxxxxx, 
Telefone: (51)xxxxxxxxxx, email: xxxxxxxxxxxxxxxxx. 
OUTORGADO(A): ADVOGADO, brasileiro, casado, 
advogado, inscrito na OAB/RS sob o nº. 
xxxxxxxxxxxxxxxxx, com endereço profissional à 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxx, nesta capital, local onde receberá 
quaisquer intimações. 
Pelo presente instrumento particular de mandato, o(a) 
Outorgante acima qualificado(a), nomeia e constitui 
como seu bastante procurador, o(a) Outorgado(a) acima 
referido(a), a quem confere os mais amplos poderes 
para o foro em geral, inclusive os contidos na cláusula 
“ad juditia et extra”, nos termos do art. 105 e seguintes, 
do Código de Processo Civil, com a finalidade de 
representar seus interesses em (tipo de ação), podendo, 
para tanto, em qualquer Juízo, Instância ou Tribunal, 
inclusive na via extrajudicial, usar de todos os poderes 
inerentes ao mandato concedido, mais os especiais de 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, 
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se 
funda a ação, receber valores, levantar alvará, receber e 
dar quitação, firmar compromisso, assinar declaração 
de hipossuficiência econômica, interpor todos os meios 
e recursos em direito admitidos, e, ainda, opor 
exceções, impetrar ações impugnativas, podendo, 
também, substabelecer, com ou sem reservas, produzir 
provas e tudo mais que for necessário para o bom, firme, 
fiel e valioso cumprimento deste mandato. 
Local, data. 
NOME DO OUTORGANTE 
CPF n. XXXXXXXXXXXX 
 
 
SUBSTABELECIMENTO 
 
FABIANO KINGESKI CLEMENTEL, brasileiro, 
casado, advogado inscrito na OAB/RS sob o nº 
xxxxxxxxxxxxx, com endereço profissional na Rua 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Cidade/UF, substabelece, 
com reservas, em favor de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, 
brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/RS sob o 
n° xxxxxxxxxxxx, com endereço na 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, outorgando-lhe todos os 
poderes conferidos por 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, para 
atuação judicial no processo nº 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, em trâmite na 
Vara xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Comarca de 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,. 
Local/Data 
FABIANO KINGESKI CLEMENTEL 
 OAB/RS xxxxxxxxxx 
 
 
CARTA DE PREPOSIÇÃO 
 
Pela presente carta de preposição, a parte 
(AUTORA, RÉ), vem respeitosamente perante V. 
Excelência, credenciar o(a) Sr(a). xxxxxxxxxxxxxxxx, 
que passará a funcionar como prepostodo ora 
outorgante nos autos do processo nº XXXXXXXXXXX, 
que corre perante esta Vara xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
(cidade/UF), que move contra xxxxxxxxxxxxxxxx 
(movido por xxxxxxxxx), com os poderes para prestar 
depoimento, transigir, firmar compromissos, acordos e 
requerimentos em geral. 
Local e Data 
 _____________________________________ 
PARTE (AUTORA/RÉ) 
 
************************************** 
AULA DO DIA 15/08/2022 
 
1. Endereçamento – “Juízo” 
2. Preâmbulo: 
– Partes (Qualificação completa) 
- Medida Processual (ação?) 
3. Causa de Pedir: 
- Próxima 
 - Remota 
*Dos fatos: 3.1, do direito/Dos fundamentos jurídicos: 3.2 
4. Pedidos – “Conclusão” 
 
1. Jurisdição – Estadual ou Federal? 
*Federal – art. 109 CF (interesses ou bens da união, órgão federal, 
empresa pública). 
 - O que não estiver nesse art. é justiça estadual. 
*sociedade de economia mista, mesmo quando a União, tenha a 
maior parte do capital = Estadual. – Súmula 42 STJ (Banco do 
Brasil) 
*Ver contra quem está ajuizando, se é órgão da adm. Direta ou 
indireta, e se há algum entendimento do STJ sobre isso. 
2. Foro? 
*competência territorial: comarca, foro 
*qual é seção? Qual é a subseção? = JF 
*JE = RS, qual é o Foro? POA = Sabe como é a comarca, pelas 
regras de competência. 
3. Juízo? 
*Regras de distribuição, ou JEC (também pelas regras de 
distribuição). 
 
PETIÇÃO INICIAL 
Introdução: esse ponto é destinado à petição inicial. 
Contudo, vale lembrar que, no material anterior, tratamos 
das providências prévias ao ajuizamento da ação, como o 
instituto da procuração. Agora vamos tratar do 
substabelecimento e da carta de preposição. Depois, 
abordamos a petição inicial. 
O que é substabelecimento? É o nome da peça processual 
em que o advogado transfere poderes a outro. Pode ser para 
um ato ou para todo o processo (com ou sem reservas). Se 
for com reserva de poderes, o advogado substabelecente 
permanece como procurador da parte (não se desliga), 
juntamente com o substabelecido; se for sem reserva, o 
advogado substabelecente sai do processo (desliga-se, 
extinguindo-se o mandato original). Atenção: art. 26, do 
CED. A regra é que o mandato extingue-se apenas com o 
fim do processo (art. 13, CED). Outras formas de saída do 
advogado da causa: por renúncia (vontade do advogado) ou 
revogação (vontade do cliente). Em qualquer situação de 
extinção do mandato, o cliente deve ter prévio e inequívoco 
conhecimento. Carta de preposição é o instrumento de 
representação da pessoa jurídica em juízo (funcionário ou 
dirigente). 
Responsabilidade sobre custas iniciais e outras taxas: 
os artigos 86-90, do CPC, dispõe sobre as 
responsabilidades pelo pagamento, de acordo com o tipo de 
ação e procedimento (autor ou réu). 
Honorários advocatícios: tema de outra disciplina, contudo 
registra-se que o art. 22, da Lei nº 8.906/04 dispõe sobre o 
tema e suas espécies. São elas: honorários 
contratados/convencionados (art. 658, do CC: contrato com 
o cliente); honorários fixados por arbitramento judicial; 
honorários de sucumbência. 
Princípio da inércia: o Poder Judiciário não dá início ao 
processo de forma espontânea (a parte deve provocar, por 
meio da petição inicial: art. 2º, do CPC). 
Elementos identificadores da ação: a petição inicial 
identifica o tipo de demanda, a partir dos seus elementos, 
que são partes, causa de pedir e pedido, conforme art. 337, 
§2º, do CPC. 
Nomenclatura: petição inicial, exordial, vestibular, 
inaugural, proscenial. 
Forma da petição inicial: diretrizes estão no CPC. 
Vernáculo oficial, com termos em língua estrangeira (art. 
192), sem cotas marginais – termos fora da linha regular (art. 
202), assinada (art. 209) e sem rasuras (art. 211). 
Importância da petição inicial: ela fixa todos os 
parâmetros da demanda (delimitação). Portanto, antes da 
entrega (protocolo ou distribuição) deve-se revisar os fatos 
e fundamentos jurídicos, e não esquecer algum pedido. 
Ainda, concisão e linguagem clara e escorreita (português), 
com a exploração de todos os fatos da causa, sem confundir 
institutos (exemplo: citação x intimação). 
Requisitos da petição inicial: estão no art. 319, do CPC 
(bússola). Sempre revisar ele antes de distribuir, pois são 
obrigatórios. Nele constam: 
 1) Obrigatoriedade do juízo (endereçamento: inciso I); 
 2) Qualificação das partes (inciso II: dispensa 
nacionalidade); 
 3) Fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de 
pedir: inciso III); 
 4) Pedido com suas especificações (pedidos: inciso 
IV); 
 5) Valor da causa (inciso V); 
 6) Provas a produzir (requerimento de provas: inciso 
VI); 
 7) Opção pela audiência de conciliação ou mediação 
(inciso VII). 
 Falta de algum requisito: Juiz determina a emenda 
(correção: em 15 dias), sob pena de indeferimento e 
extinção sem resolução (art. 321, do CPC). No caso de 
vício grave: Juiz decide/extingue direto, sem intimar a 
parte (exemplo: hipóteses do art. 330, do CPC, como 
a ilegitimidade de parte). 
 Reconhecimento liminar da improcedência: é 
possível; decisão com resolução de mérito (art. 332, do 
CPC). Exemplo: teses repetitivas: art. 487, I, do CPC. 
 Endereçamento: exige atenção às regras de 
competência. Até que ocorra a distribuição, não se 
sabe qual é o juízo competente. Embora não haja 
fórmula de como se deve escrever, recomenda-se 
“Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito do Foro da Comarca de 
___”. 
 Como saber qual o Juízo? Algumas perguntas 
auxiliam: Qual Justiça? Qual Comarca/Foro? Qual o 
Juízo? Quadro da estrutura do Poder Judiciário 
ajuda. Utilizamos a técnica de exclusão: se não for 
Justiça Especializada (Trabalhista, Militar e Eleitoral), 
será Justiça Comum (Federal ou Estadual). 
 A Justiça Comum é a que importa à Prática Cível. 
Como saber? Se tiver interesse da União ou ente 
federal (art. 109, CF), será Federal (Juiz Federal, 
Subseção Judiciária). Inexistindo interesse da União ou 
de ente federal, será Estadual/Residual (Juiz de Direito, 
Comarca). 
 Atentar para os Juizados Especiais (Federal: Lei nº 
10.259/01, obrigatória até 60 sm.; da Fazenda Pública: 
Lei nº 12.153/09, absoluta até 60 sm.; e Cível Lei nº 
9.099/95, facultativo até 40 sm.). 
 Encontrada a Justiça, qual o Foro? Foro é diferente 
de Fórum (sede de Comarca/Subseção). Diz respeito à 
competência territorial. Duas regras gerais: direito 
pessoal ou real sobre bens móveis (domicílio do réu: 
art. 46, do CPC); direito real sobre bens imóveis (local 
da coisa: art. 47, do CPC). Depois, existem regras 
específicas (art. 48, CPC, art. 53, CPC etc.). 
**************************************** 
AULA DO DIA 16/08/2022 
 
Petição Inicial (continuação) 
 
Exercícios de fixação de competência: 
Acidente de trânsito: interesse da União ou ente federal? 
+ domicílio do autor ou local do acidente + valor causa até 
60 sm? 
Ação de alimentos: interesse da União ou ente federal? + 
domicílio de quem recebe alimentos + Vara Especializada 
de Família e Sucessões? 
Divórcio litigioso/contencioso/com guarda: interesse da 
União ou ente federal? + Foro de residência do domicílio de 
quem é guardião do filho + Vara Especializada de Família e 
Sucessões? 
Usucapião: interesse da União ou ente federal? + Foro do 
local da coisa + Vara Cível. 
Monitória: interesse da União ou ente federal? + Foro 
domicílio do devedor + Vara Cível (opção: JEC). 
Inventário: interesse da União ou ente federal? + Foro do 
domicílio do falecido no Brasil + Vara Especializada de 
Família e Sucessões? 
Qualificação das partes: indicar os sujeitos da demanda é 
fundamental para verificar a legitimidade de parte e a 
extensão da coisa julgada (art. 506, do CPC). Cuidar para 
os elementos importantes (nome e prenome, estado civil, 
profissão, CPF e RG, e-mail, domicílio e residência das 
partes). Em algumas situações pode-se não ter os dados. 
Como resolver? art. 319, do CPC (requererdiligências ao 
Juiz, e, ainda, demonstrar que a obtenção dos dados foi 
difícil, o que não pode acarretar dificuldade no Acesso à 
Justiça→ a petição inicial, assim, não poderá ser indeferida). 
Causa de pedir: a parte pretende algo (pedido) quando 
busca o Poder Judiciário. O pedido é o que se quer, mas é 
necessário indicar por que se quer (causa de pedir). Assim, 
a causa de pedir é composta de fatos e fundamentos 
jurídicos. 
O que são fatos? Causa de pedir remota (eventos ou 
acontecimentos havidos no mundo da vida – material). 
Exemplo: acidente de carro (causa de pedir: quando, onde e 
como ocorreu? Quais as consequências/danos?). Sugere-se 
indicar pontos essenciais, sem inovar (silogismo: premissa 
maior/fatos + premissa menor/Direito). 
O que são fundamentos jurídicos? Causa de pedir 
próxima (consequência jurídica decorrente dos fatos). 
Exemplo: dever de indenizar; alta velocidade. Sugere-se a 
divisão em dois pontos (I – Fatos; II – Fundamentos 
Jurídicos). Lembrar: Iuria Novit Curia. 
Pedido: como dito o pedido revela o que se quer, mas, além 
disso, para que se vai até o Poder Judiciário. Se o autor 
sofreu danos (causa de pedir), e quer ser indenizado 
(pedido), vai ao Judiciário para que o causador do dano seja 
condenado a lhe pagar uma indenização. 
Deve-se ter muita atenção no pedido, pois ao magistrado é 
vedado exceder os limites do pedido (princípio da inércia e 
da congruência), mas pode interpretar (art. 332, §2º, do 
CPC). Por isso, o pedido da peça inaugural representa um 
projeto de dispositivo de sentença. Deve, pois, ser sucinto, 
objetivo, certo (imediato: condenar, declarar, constituir, art. 
322, do CPC), determinado (mediato: quanto se quer, o que 
se quer: bem da vida, a exceção do indeterminado: art. 324, 
§1º, do CPC) e técnico. 
Cumulação de pedidos: possibilidade (art. 327, §1º, do 
CPC). Requisitos: compatibilidade dos pedidos, 
competência do mesmo juízo, mesmo procedimento para 
todos. Exemplo: dano moral e dano material; rescisão 
contratual e retomada do bem. Os pedidos cumulados 
podem ser sucessivos (procedente o primeiro; analisa-se o 
segundo; exemplo: investigação de paternidade e 
alimentos), alternativos (arts. 325 e 329, §ún., do CPC: 
contrato de seguro – indeniza ou entrega veículo 
semelhante, CDC), ou subsidiário/eventual (art. 326, do 
CPC: pede A, pedido principal; se não for possível, que 
então se conceda B). 
Pedido x requerimento: pede-se uma providência (decisão 
do Juiz: condenação, tutela de urgência, honorários); requer-
se uma diligência (serventia judicial pode executar: citação, 
intimação). 
Valor da causa (art. 291, do CPC): toda causa deve 
mencionar (legal: art. 292, do CPC, ou voluntária). Tem 
importância fiscal (base de cálculo para taxas) e processual 
(JEC, base para multas e honorários). 
Requerimento e audiência de conciliação: de provas tem 
relação com a causa de pedir (documental, oral, pericial, 
inspeção, confissão, exibição de documentos, na linha do 
art. 369, do CPC), outros etc. 
*********************************************** 
AULA DO DIA 17/08/2022 
1. Justiça 
- E 
- C (- F (JEF) 
 (- C (JEC/DEPF) 
2. Foro? Comarca? (E) / Subseção (F) 
3. Juízo? Vara (F)/ (E) – C/F/S 
 
Modelo: 
1. Endereçamento 
2. Preâmbulo (- nome e qualificação das partes, tipo de ação) 
3. Causa de Pedir (- Fatos e – Fundamento Jurídico/Direito) 
4. Pedidos (- “o que quer?” – “reparar o prejuízo” – “para que?” – 
“O porquê?”) 
 Petição Inicial (continuação) 
******************************************* 
AULA DO DIA 22/08/2022 
 
Estrutura: 
1. Introdução (- end., - prêambulo) 
2. Desenvolvimento – causa de pedir 
3. Conclusão (- pedido, - fechamento) 
Como Identificar a peça? 
1. Lado? A 
2. Fase? P 
3. Problema? – Erro médico 
Como fundamentar a peça? (causa de pedir?) 
1. CP 
2. Lei? 
3. Jurisprudência? STJ e STF 
4. Princípio? 
5. Doutrina? 
 Petição Inicial (CASO + MODELO) 
Caso 01: Petição inicial. 
No dia 03/08/2019, JULIETA, por indicação médica, dirigiu-se à 
clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia 
abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o 
contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que 
estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural 
naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste 
acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, 
causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas 
circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, 
necessitando passar por 03 (três) procedimentos de 
reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, 
tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a 
hipersensibilidade, a qual lhe prova imensa dor na alma, que pode 
ser compensada pela quantia de R$100.000,00 (cem mil reais), 
além do asco perante terceiros, ao qual entende que também 
merece receber o montante de R$200.000,00 (duzentos mil reais). 
Para tratar as lesões, JULIETA despendeu, até o presente 
momento, com medicamentos, transporte e fisioterapia, a 
quantia de R$30.000,00 (trinta mil reais). Diante desta situação, 
JULIETA o(a) procura, na data de 22/08/2022, para fazer uma 
consulta sobre a possibilidade de se ver reparada e indenizada em 
razão dos danos suportados. Caso afirmativo, JULIETA quer 
constituí-lo(a) como advogado(a) no intuito de representar os 
seus interesses em juízo e fora dele, sobre o caso em testilha. 
Diante da consulta, e considerando que você, na condição de 
advogado(a) contratado(a) por JULIETA concorda em 
29epresenta-la, inexistindo impedimento, faça a medida jurídica 
adequada. 
 
MODELO 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA __VARA CÍVEL DO 
FORO DA COMARCA DE _____ 
Preâmbulo: 
NOME DO AUTOR, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do 
endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua 
xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta 
subscreve, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), escritório 
em (Rua, número, bairro, CEP, cidade), propor, com base no art. 319, 
do CPC c/c xxxxxxx, a presente 
 
AÇÃO DE xxxxxxxxxxxxxxxxxx, PELO PROCEDIMENTO xxxxxxxxx 
 
Contra NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, e-
mail, sediada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, pelos fatos 
e fundamentos jurídicos a seguir: 
 
Estrutura da causa de pedir: 
I – DOS FATOS (O QUE, QUANDO, ONDE, QUEM E POR QUÊ?) 
No dia 03/08/2019 Julieta se submeteu a um procedimento médico junto à 
requerida denominado ecografia abdominal total, o qual, por erro técnico, 
ocasionou o extravasamento do contraste, corroendo os tecidos da mão 
direita de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade. 
Ademais, em virtude das lesões, a autora passou por 03 (três) 
procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de 
um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a 
hipersensibilidade. 
Ainda, a autora despendeu, até o presente momento, a quantia de R$ 
xxxxxxxxxxx, gastos estes operados com medicamentos, transporte e 
fisioterapia, e que, a cada mês, continuam sendo realizados em razão da 
necessidade de acompanhamento. 
Desta feita, em razão destes fatos, considerando não ter mais alternativa 
senão a de ajuizar a presente demanda, a parte autora requer, com os 
fundamentos jurídicos que passa a expor, uma indenização por danos 
morais e estéticos, bem como a reparação pelos danos materiais 
suportados... 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (OU DO DIREITO) 
Consoante dispõe o art. 5º, inciso X, da CF/88, “são invioláveis a intimidade, 
a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. 
Excelência, é cediço que o caso em apreço se trata dexxxxxxx passível de 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
A disciplina jurídica sobre o xxxxxxxxxx adequa-se perfeitamente 
xxxxxxxxxxxxxxx como se verá a seguir. Porém, importante destacar que o 
caso em apreço se enquadra como relação de consumo, a luz do que 
preconiza o CDC, posto que estamos diante de um fornecedor de serviços 
de xxxxxxxxx e uma consumidora. 
Assim, aplicando-se a teoria dos diálogos entre as fontes, é possível 
harmonizar, naquilo que melhor favorecer o consumidor, a aplicação 
conjunta do CDC e do CC. 
A propósito, o art. xxxxxxx, dispõe que xxxxxxxxxxx. 
Veja-se que a conduta configura xxxxxxxxxxxxxxxxxx. Logo, caracterizada 
está xxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Ademais, o art. xxxxxxxxxxxxxxx dispõe que xxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Na mesma linha está o art. xxxxxxxxxxxxxxxxx. Vejamos: xxxxxxxx. 
Logo, o caso em exame revela-se como hipótese xxxxxxxxxxxx. Assim, 
provado está xxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Senão bastasse isso, o art. xxxxxxxxxxxxxx dispõe que xxxxxxxxxxxxx. 
Excelência, não há dúvida que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Ademais, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, no 
verbete xxxxxxxxxxxxxxxxx, é possível xxxxxxxxxxxxxxxx. No mesmo sentido 
é a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, consoante Sumula 
Vinculante xxxxxxxxxxxxxxxx. 
II.1 Da Gratuidade da Justiça: 
A parte autora não possui condições financeiras para arcar com as custas 
processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme 
declaração de hipossuficiência e cópia dos seus contracheques que junta 
em anexo. 
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, e, 
pelo artigo 98, do CPC, requer seja deferida a gratuidade da justiça. 
II.2 Do pedido de Tutela Provisória: 
Excelência, consoante o disposto no art. 294, do CPC, a tutela provisória 
pode fundamentar-se em urgência ou evidência. No caso em exame, 
estamos diante de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Assim sendo, presentes os requisitos da tutela pretendida, a sua concessão 
é medida que se impõe e desde já se requer 
III – PEDIDOS E REQUERIMENTOS: 
ANTE O EXPOSTO, requer: 
a) A concessão da tutela provisória na modalidade xxxxxxxxxx, ante o 
preenchimento dos seus requisitos legais; 
b) Reconhecimento da total procedência do pedido, com a confirmação da 
tutela provisória requerida e concedida; 
c) A condenação da ré ao pagamento de uma indenização por danos morais 
no montante de R$xxxxx, com juros e correção monetária nos termos legais 
e jurisprudenciais; 
d) A condenação da ré à reparação dos danos materiais suportados pela 
parte autora, no montante já apurado de R$xxxxx, com juros e correção 
monetária nos termos legais e jurisprudenciais; Comentado [FC13]: O que 
se quer? Justifica o para que se vai ao Poder Judiciário. 
e) A condenação da parte ré em custas processuais e honorários 
advocatícios no percentual de 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; 
f) Concessão da gratuidade da justiça; 
g) Seja a parte ré citada, por correio, para comparecer à audiência de 
conciliação, sob pena de multa, nos termos do art. 334, §8º, do CPC. 
h) Em relação aos pontos que não puderam ser comprovados com os 
documentos acostados a esta petição, seja declarada a inversão do ônus da 
prova, devido à hipossuficiência da autora, nos termos do 
xxxxxxxxxxxxxxxxx e demais dispositivos da legislação em vigor, ou, 
alternativamente, que seja o ônus da prova distribuído de acordo com a 
teoria da carga dinâmica das provas. 
 
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente pelos documentos, prova oral e prova pericial, e o que mais 
se fizer necessário ao deslinde do presente feito. 
Dá-se à causa o valor de R$xxxxxxxxxxxxxxxxx 
Termos em que pede e espera deferimento. 
Local/Data 
Assinatura/OAB 
 
Gabarito: 
Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE 
DIREITO DA __VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE ____. 
Preâmbulo: 
JULIETA, estado civil, profissão, CPF, e-mail, residente e 
domiciliada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, vem, 
respeitosamente, perante33 Vossa Excelência, por meio de seu 
procurador, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), 
propor a presente 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS C/C 
REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS 
 
Contra CLÍNICA RAIO X, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, 
e-mail, sediada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, 
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir: 
 
 I – DOS FATOS 
No dia 03/08/2019 Julieta se submeteu a um procedimento 
médico junto à requerida denominado ecografia abdominal 
total, o qual, por erro técnico, ocasionou o extravasamento do 
contraste, corroendo os tecidos da mão direita de JULIETA, 
causando-lhe hipersensibilidade. 
Ademais, em virtude das lesões, a autora passou por 03 (três) 
procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um 
período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz 
na mão direita e a hipersensibilidade. 
Ainda, a autora despendeu, até o presente momento, a quantia 
de R$30.000,00 (trinta mil reais), gastos estes operados com 
medicamentos, transporte e fisioterapia, e que, a cada mês, 
continuam sendo realizados em razão da necessidade de 
acompanhamento. 
Desta feita, em razão destes fatos, considerando não ter mais 
alternativa senão a de ajuizar a presente demanda, a parte 
autora requer, com os fundamentos jurídicos que passa a expor, 
uma indenização por danos morais e estéticos, bem como 
reparação por danos materiais. 
II – DO DIREITO 
Consoante dispõe o art. 5º, inciso X, da CF/88, “são invioláveis a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação”. 
Excelência, é cediço que o caso em apreço se trata de erro 
médico, passível de indenização e reparação.35 
A disciplina jurídica sobre o erro médico adequa-se 
perfeitamente ao Código Civil, como se verá a seguir. Porém, 
importante destacar que o caso em apreço se enquadra como 
relação de consumo, a luz do que preconiza o CDC, posto que 
estamos diante de um fornecedor de serviços de saúde e uma 
consumidora. 
Assim, aplicando-se a teoria do diálogo entre as fontes, é 
possível harmonizar, naquilo que melhor favorecer o 
consumidor, a aplicação conjunta do CDC e do CC. 
A propósito, o art. 186, do CC, dispõe que “aquele que, por ação 
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, 
comete ato ilícito.” 
Veja-se que a conduta do funcionário da parte ré configura ato 
ilícito, na medida em que realizou o procedimento de injeção de 
contraste com erro, diante do extravasamento. Logo, 
caracterizada está a sua imprudência, sobretudo pelos reclamos 
de dor da paciente. 
Ademais, o art. 927, do CC dispõe que: “aquele que, por ato 
ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo.” E o parágrafo único, reza que “haverá obrigação de 
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, 
risco para os direitos de outrem.” 
Na mesma linha está o CDC, art. 14. Vejamos: “O fornecedor de 
serviços responde, independentemente da existência de culpa, 
pela reparação dos danos causados aos consumidores por 
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e 
riscos.” 
Logo, o caso em exame revela-se como hipótese de 
responsabilidade objetiva da parte ré, ou seja, 
independentemente de culpa. Assim, provado o ato ilícito, o 
dano e o nexo de causalidade, cabe ao réu indenizar o autor. 
Senão bastasse isso, o art. 932, dispõe que “são também 
responsáveis pela reparação civil ... o empregador ou comitente, 
por seus empregados,36serviçais e prepostos, no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele”. 
É dizer: cabe ao empregador a responsabilidade pela reparação 
dos danos causados por seus empregados. 
Considerando a extensão dos danos suportados pela parte 
autora, nos termos do art. 944, do CC, é necessário quantifica-
los, conforme art. 949, do CC, tratando de lesões físicas sofridas. 
Ainda, o ato ilícito, como provocou hipersensibilidade na mão 
direita da autora, pelo que, conforme art. 950, do CC, faz ela jus, 
além das despesas e dos lucros cessantes, à pensão 
correspondente à depreciação sofrida, posto que a lesão lhe 
diminuiu a capacidade de trabalho. 
Excelência, não há dúvida que o ato ilícito provocou na autora 
dano moral e dano estético, diante da dor suportada, inclusive 
pela limitação funcional da mão direita, pela hipersensibilidade, 
bem como o asco provocado, pela cicatriz, danos que permitem 
a indenização, consoante S. 387, do STJ, de forma perfeitamente 
cumulada. 
Ademais, quanto à reparação pelo dano material, esta também 
pode ser cumulada com o dano moral, conforme S. 37, do STJ. 
Ainda, a indenização por dano moral e estético merece ser 
corrigida desde o arbitramento, conforme S. 362, do STJ. 
II.1 Da Gratuidade da Justiça: 
A autora não possui condições financeiras para arcar com as 
custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, 
conforme declaração de hipossuficiência e cópia dos seus 
contracheques que junta em anexo. 
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição 
Federal, e, pelo artigo 98, do CPC, requer seja deferida a 
gratuidade da justiça. III – 
PEDIDOS 
ANTE O EXPOSTO, requer:37 
a) Reconhecimento da total procedência do pedido; 
b) A condenação da ré ao pagamento de indenização por danos 
morais no montante de R$xxxxx, com juros e correção monetária 
nos termos legais e jurisprudenciais; 
c) A condenação da ré ao pagamento de indenização por danos 
estéticos, no montante de R$xxxxxx, com juros e correção 
monetária nos termos legais e jurisprudenciais; 
d) A condenação da ré à reparação dos danos materiais 
suportados pela parte autora, no montante já apurado de 
R$xxxxx, bem como em quantia a ser apurada enquanto estiver 
em tratamento, com juros e correção monetária nos termos 
legais e jurisprudenciais; 
e) A condenação da ré ao pagamento de pensão à autora, em 
valor correspondente à depreciação sofrida, posto que a lesão 
lhe diminuiu a capacidade de trabalho, consoante será 
demonstrado em prova pericial; 
f) A condenação da parte ré em custas processuais e honorários 
advocatícios no percentual de 20%, consoante disposto no art. 
85, do CPC; 
g) Concessão da gratuidade da justiça; 
h) Seja a parte ré citada, por correio, para comparecer à 
audiência de conciliação, sob pena de multa, nos termos do art. 
334, §8º, do CPC. 
i) Em relação aos pontos que não puderam ser comprovados com 
os documentos acostados a esta petição, seja declarada a 
inversão do ônus da prova, devido à hipossuficiência da autora, 
nos termos do inciso VI, art. 8º, do CDC e demais dispositivos da 
legislação em vigor. 
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, especialmente pelos documentos, prova oral e prova 
pericial, e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente 
feito. 
Dá-se à causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Termos em que pede e espera deferimento. 
Local/Data - Assinatura/OAB 
********************************** 
AULA DO DIA 23/08/2022 
Revisão teórica: material de apoio sobre a contestação 
 CONTESTAÇÃO 
 Introdução: o ponto a ser estudado neste momento 
inaugura o tópico das respostas do réu. A principal, mas 
não a única, é a Contestação. 
 Como foi visto, a Jurisdição é inerte (em regra), sendo 
provocada a partir da petição inicial (inicia o processo). 
O Juiz, contudo, em nome do contraditório e da ampla 
defesa, garantias constitucionais previstas, deve, em 
regra, ouvir o réu. A manifestação defensiva do réu é 
denominada de Contestação. Nela, pelo novo sistema, 
o réu apresenta ampla manifestação defensiva de 
conteúdo. 
 Pode ser alegado, como se verá a seguir: exceção de 
suspeição e impedimento (peça apartada, fora da 
Contestação); exceção de incompetência (preliminar); 
impugnação ao valor da causa (preliminar: art. 293, do 
CPC); impugnação à gratuidade (corpo da 
Contestação), alegações de preliminares e de mérito. 
Ainda, outras manifestações do réu são as 
intervenções de terceiro, que podem ser: denunciação 
da lide, chamamento ao processo, incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, 
intervenção de amicus curiae. 
 Importante lembrar que a Contestação é o meio de 
defesa nos procedimentos comum e especial, mas na 
execução são os embargos. Atenção: no JEC não cabe 
intervenção de terceiros (art. 10). 
 Fundamento legal: arts. 335-342, do CPC. 
 Peculiaridades: 
 Enquanto na Petição Inicial o autor pede; na 
Contestação o réu impede (refuta o autor, com relação 
ao mérito: improcedência; com relação aos vícios 
formais, extinção sem resolução de mérito). 
 Ainda, caso o réu queira pedir algo contra o autor, deve 
fazer na própria Contestação, em tópico próprio, 
denominado Reconvenção (será tratada em aula 
própria). 
 Ausência de citação: acarreta revelia (art. 344, do 
CPC). Efeitos: em regra são graves (presunção de 
veracidade; prazos correm sem intimação; julgamento 
antecipado de mérito), conforme arts. 344, 346, 355 e 
356, do CPC. 
 Prazo: 15 dias (arts. 219 c/c 335, do CPC). 
Contagem: em dias úteis, com início a depender do 
procedimento (art. 334, do CPC: após audiência de 
conciliação; se houve pedido de cancelamento da 
audiência de conciliação, a partir do protocolo do 
pedido pelo réu; art. 231, do CPC: quando não 
designada audiência de conciliação, a partir do 
mandado juntado aos autos). 
 Cuidar processo eletrônico. 
 Requisitos formais da Contestação: além dos 
argumentos defensivos (preliminar e mérito), os 
requisitos formais, por isonomia com a Petição Inicial, 
são interpretados à luz dos arts. 319 c/c 336, do CPC. 
 São eles: endereçamento e indicação do número dos 
autos; nome das partes e qualificação; requerimento de 
provas; conclusão (extinção, remessa dos autos a outro 
juízo, improcedência, condenação em sucumbência, 
Reconvenção, eventualmente, requerimentos de 
juntada de procuração, exceções e impugnações). 
 Princípio da eventualidade e ônus da impugnação 
específica: toda matéria de defesa deve constar na 
Contestação (princípio da eventualidade), sob pena de 
responder pelo ônus da impugnação específica (art. 
341, do CPC: a não impugnação específica presume 
que o fato não refutado é verdadeiro). Posso aditar a 
Contestação se ainda estiver dentro do prazo para 
defesa? Debate sobre os arts. 336 e 223, do CPC 
(ocorrência de preclusão consumativa; impossibilidade 
de aditar a Contestação). 
 Conteúdo da Contestação: 
 É possível defesa por negativa geral: em regra não, 
sob pena de suportar o ônus da impugnação 
específica. Exceção: art. 341, parágrafo único, do CPC 
(defensores públicos e outros). 
 O que deve constar? Permite uma divisão de 
conteúdo (aspectos formais/preliminares e 
materiais/mérito), com consequências diversas em 
termos de conteúdo. 
 Aspectos materiais: é a defesa de mérito. É baseada 
na relação jurídica de direito material, no tema do 
mundo dos fatos (exemplo: qual o prejuízo material 
pelo acidente de trânsito?). 
 Está disciplinada nos arts. 336-341, do CPC. Pode ser 
direta (réu nega a existência do fato alegado pelo 
autor, ou se o aceita, inadmite as consequências; 
exemplo: dano moral por discussão; admite a 
discussão, mas nega o dano) ou indireta (o réu não 
nega os fatos, mas alega alguma situação extintiva, 
impeditiva ou modificativa; exemplo: admite o contrato,mas prova que já pagou). 
 O que se pede? A improcedência do pedido. 
 Consequência: decisão com resolução de mérito (art. 
487, Inciso I, do CPC), em regra com o impedimento 
de nova propositura de demanda (coisa julgada 
material)→ fim da atuação cognitiva do órgão decisório. 
Atenção: prescrição e decadência são matérias que 
resolvem o mérito (art. 487, Inciso II, do CPC), 
devendo ser alegadas depois das preliminares 
(prejudicial de mérito). 
 Aspectos formais: é a chamada defesa processual ou 
preliminar, sobre algo que tenha ocorrido no processo. 
Neste ponto priorizam-se as discussões formais, ou 
seja, os aspectos processuais, formais e 
procedimentais (pressupostos processuais e condições 
da ação). 
 Está disciplinada nos arts. 337, 485 e 330, do CPC 
(fazer leitura nesta ordem). Se a matéria estiver em 
um desses dispositivos, é de ordem processual. É 
chamada de preliminar porque, caso seja acolhida, não 
se aprecia o mérito. Ordem: primeiro se alegam as 
preliminares (art. 337, do CPC); depois o mérito. As 
matérias a serem alegadas, consideradas vícios 
formais, estão no art. 337, do CPC. 
 Consequências de uma alegação de defesa 
processual acolhida: 
 a) extinção do processo, sem resolução de mérito, 
desde que haja essa previsão no art. 485, do CPC (é a 
defesa peremptória, como a falta de interesse de agir, 
do art. 337, inciso XI, do CPC); 
 b) prévia possibilidade de correção da falha por parte 
do autor, sob pena de extinção do processo (é a defesa 
dilatória potencialmente peremptória, como exemplo a 
ausência de recolhimento de custas, que permite a 
emenda, conforme art. 321, do CPC – art. 337, Inciso 
XII, do CPC c/c 330, Inciso IV e 485, Inciso I, do 
CPC); 
 c) alteração do juízo responsável pelo julgamento da 
causa (não se fala em extinção, mas em defesa 
dilatória, como as hipóteses de incompetências 
absoluta e relativa a serem alegadas em preliminar – 
art. 337, Inciso II, do CPC; não há previsão de extinção 
no art. 485, do CPC, mas de remessa ao juízo 
competente, conforme art. 64, §3º, do CPC). 
 Ainda, além destas três situações existem outras: 
requerer suspensão (art. 313, do CPC), devolução de 
prazo para contestar (art. 337, Inciso I, do CPC). 
 A alegação de ilegitimidade passiva traz uma nova 
consequência ao réu: deve apontar quem deve ser o 
réu correto (art. 339, do CPC). 
**************************************************** 
AULA DO DIA 29/08/2022 
 
*audiências: relatórios prontos com certificados, fazer o arquivo em 
PDF tudo junto (das 05 audiências) = Ex: relatório + certificado 
(audiência 01) 
1. Ler o Enunciado 
2. Sublinhar pontos mais importantes no comunicado 
3. Identificar teses possíveis 
 
Caso 02: Contestação 
JULIETA, residente e domiciliada na cidade de Canoas, ingressou 
com ação de reparação de danos materiais e indenizatória por 
danos morais contra Clínica RAIO X na 1ª Vara Cível do Foro 
Central, da Comarca de Porto Alegre/RS, distribuído o feito por 
autos eletrônicos (E-proc), ao argumento de que, no dia 
03/08/2018, por indicação médica, dirigiu-se até à referida clínica 
de imagem, sediada na cidade de Novo Hamburgo/RS, para fazer 
um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na 
ocasião, após ler e assinar o termo de consentimento livre e 
esclarecido – que apontava como risco do procedimento o 
extravasamento do contraste –, a paciente submeteu-se ao 
procedimento e, ao receber a injeção do mesmo na mão direita, 
informou ao médico réu que estava sentindo dor, o qual informou 
que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos 
depois, o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da 
mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade. Em razão 
destas circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, 
necessitando passar por 03 (três) procedimentos de 
reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, 
tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a 
hipersensibilidade, comprovadas por fotos e laudo médico, 
elaborado por seu clínico geral. Para tratar as lesões, JULIETA 
referiu que despendeu, no período de 03 (três) anos, a quantia de 
R$30.000,00 em gastos com medicamentos, transporte e 
fisioterapia, juntando notas fiscais de medicamentos e 
combustível. Aduziu, ainda que sem demonstrar os seus ganhos 
mensais, que trabalhava e percebia a quantia de R$4.500,00 ao 
mês e que em razão das lesões não está mais trabalhando, o que 
lhe tem causado, somado à cicatriz, depressão e baixa estima. 
Diante desta situação, JULIETA, conforme mencionado no início 
do caso, ajuizou, em 13/03/2021, ação indenizatória contra a 
Clínica RAIO X, postulando indenização por danos materiais no 
montante de R$30.000,00, danos morais, a serem arbitrados pelo 
juízo, e pedido de pensionamento mensal, na quantia de 
R$4.500,00, tudo com incidência de juros e correção monetária 
pelo IGPM a partir da data do evento danoso (procedimento de 
contraste). Ainda, a autora manifestou não ter interesse na 
audiência de conciliação, postulando pela gratuidade da justiça, 
sem juntar qualquer documento. Recebida a inicial e concedida a 
gratuidade da justiça. A Clínica RAIO X é citada em 09/08/2022 
(terça-feira), sem que tenha sido aprazada audiência de 
conciliação. O mandado de citação foi juntado aos autos em 
12/08/2022 (sexta-feira), sendo aberto no E-proc o seu prazo para 
defesa em 22/08/2022 (segunda-feira). 
Com base apenas nas informações de que dispõe e nas que 
podem ser inferidas pelo caso concreto, você, na condição de 
advogado(a), é contratado(a) pela Clínica RAIO X para 
representá-la em juízo. Sua cliente informou que não tem 
interesse na audiência de conciliação. Assim, faça a medida 
judicial adequada na defesa dos interesses de sua cliente. 
Apresente a peça no último dia do prazo, e assine-a como Rui 
Barbosa, OAB 001. 
GABARITO: 
Gabarito: 
De que lado eu estou? Réu. 
Em que fase eu estou? Conhecimento. 
Qual o problema central? Responsabilidade civil. 
Endereçamento: 1ª Vara Cível do Foro Central, da Comarca de 
Porto Alegre/RS. 
Preâmbulo: nome das partes (Clínica Raio X e Julieta), nome da 
peça (Contestação) e fundamento legal da medida (art. 335 e 
seguintes do CPC). 
Desenvolvimento: 
I – Da síntese da inicial (...) 
II – Preliminarmente (...) 
Incompetência territorial (art. 337, inciso III, do CPC): regra geral 
é a do art. 53, IV, a, do CPC (do lugar do ato ou fato para a ação de 
reparação de dano). No caso de norma mais benéfica, aplicando-
se o art. 101, I, do CDC, o foro do domicílio do autor. Assim, Canoas 
(domicílio da autora) ou Novo Hamburgo (sede da ré e local do 
fato). 
Inépcia da inicial (art. 337, inciso IV, do CPC): a parte autora 
deixou de quantificar o dano moral, pelo que o pedido deve ser 
certo, determinado e quantificado (art. 330, §1º, I, do CPC). 
Violação ao art. 292, inciso V, do CPC. 
Indevida concessão do benefício da gratuidade da justiça (art. 
100 c/c art. 337, inciso XIII, ambos do CPC): indevida concessão 
do benefício de gratuidade de justiça deve ser impugnada em 
preliminar, posto que a parte autora não comprovou os requisitos 
do art. 98 e seguintes do CPC. 
III – Denunciação da lide: 
Nos termos do art. 125 e 128, do CPC. A responsabilidade pelo 
procedimento é do médico, cabendo a ele, caso se entenda havido 
o ato ilícito, responder por eventual dano causado à parte autora. 
IV – Do mérito (...) 
Alegar todas as teses de mérito possíveis: ônus da impugnação 
específica (princípio da eventualidade). 
Afastar a aplicação do CDC (afastar a responsabilidade objetiva, 
exigindo a teoria da responsabilidade subjetiva pelo ato do 
médico). 
Afastar o ato ilícito, tratando o caso como risco do procedimento, 
previsto inclusive no termo de consentimento livre e esclarecido, 
o que foi assinado pela autora, estando ela,portanto, ciente dos 
riscos. 
Isso porque não está preenchidos os requisitos do art. 186, do CC: 
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito”, já que não vou ação 
voluntária por negligência ou imprudência, pois o extravasamento 
é um risco do procedimento, e o médico observou o dever de 
informação ao entregar o termo de consentimento ao paciente, 
que o leu e o assinou. 
Assim, inexistindo ato ilícito não há que se falar em obrigação de 
reparar danos ou indenizar, conforme art. 927, do CC. 
Caso não seja esse o entendimento deste juízo, o que se admite 
apenas para argumentar, e pelo princípio da eventualidade, a 
autora deixou de quantificar o dano moral pretendido, pelo que, 
considerando a superficial cicatriz, e a prudência de Vossa 
Excelência, até mesmo considerando casos semelhantes, que a 
indenização seja fixada sem ultrapassar o máximo de R$1.000,00. 
Quanto aos danos materiais, em primeiro, os recibos 
apresentados pela autora não possuem vínculo com o evento, 
posto que recibos de combustível podem ser para qualquer 
finalidade sem relação direta com o episódio, além do que os 
recibos de medicamentos não estão acompanhados de receita 
médica referente ao tratamento sobre a lesão, bem como inexiste 
comprovação da necessidade de tratamento fisioterápico. Logo, 
restam impugnados, pelo que inexiste dever material de 
indenizar. 
Ainda, melhor sorte não lhe assiste o fato de postular 
pensionamento sem que ao menos fizesse prova de que exercia 
atividade laboral. Logo, inexiste dever de indenizar 
pensionamento para quem não exercia atividade laboral, 
exigência do art. 950, do CC “Se da ofensa resultar defeito pelo 
qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se 
lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das 
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da 
convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do 
trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele 
sofreu.” 
V – Da conclusão (ou Pedidos): Ante o exposto requer o réu (...) 
a) Preliminarmente, o reconhecimento da.... com extinção 
do feito, sem resolução de mérito, com base no art. 485... 
(havendo mais de uma, podese dividir em mais tópicos). 
b) Se afastadas a preliminares, o que não se espera, a total 
improcedência da ação, com o reconhecimento, no mérito, 
de que... 
c) Na remota hipótese de procedência da ação, que seja 
julgada procedente a denunciação da lide, condenando-se, 
nos termos do art. 129, do CPC, o denunciado a pagar.... 
d) Subsidiariamente, sendo jugada procedente a ação, que 
seja estabelecida a indenização em patamares menores... 
e) A condenação da parte autora no ônus de sucumbência, 
nos termos do art. 85, do CPC... 
f) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados 
aos autos, bem como provas oral e pericial, com depoimento 
pessoal da autora, inclusive, a ser designada por este douto 
juízo. 
 Termos em que pede e espera deferimento. 
 Porto Alegre, 12 de setembro de 2022. 
Rui Barbosa OAB 001 
 
MODELOS CONTESTAÇÃO: 
 
 
 
 
Endereçamento: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE 
DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA 
COMARCA DE . 
Comentado [FC2]: Se for competência federal, denomina- 
se Juiz Federal da Subseção Judiciária de... 
Comentado [FC1]: Lembre-se que a competência pode ser 
compreendida como a medida da Jurisdição (ou melhor, a 
medida da extensão do poder de julgar), em razão da 
complexidade de matérias e a extensão territorial do Brasil. 
Assim, deve-se perguntar antes de ajuizar: Qual a Justiça? 
Qual o Foro? Qual o juízo? Qual o juizado? 
Essas perguntas, na contestação, são importantes para 
depois, caso exista alguma preliminar de incompetência para 
 
 
Processo 
nº 
xxxxxxxxxx
xxxxxx 
Autor: 
xxxxxxxxx 
Réu: 
xxxxxxxxxx
xxxxxxxxxx
xx 
Preâmbulo: 
NOME DO RÉU, estado civil, profissão, CPF, RG, 
usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e 
domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, 
cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, por meio de seu advogado que 
esta subscreve, instrumento de procuração em 
anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, 
bairro, CEP, cidade), apresentar, com base no art. 
335 e seguintes, do Código de Processo Civil, 
CONTESTAÇÃO 
 
À Ação xxxxxxxxxxxxxxxx, movida por NOME 
DO AUTOR, já qualificado, pelos fatos e 
fundamentos jurídicos a seguir: 
 
 
Estrutura: 
 
I – DA SÍNTESE DA INICIAL (O QUE, QUANDO, ONDE, QUEM E POR QUE?) 
 
Busca a parte autora a tutela do Poder Judiciário pleiteando xxxxxxxxx. 
 
Afirma na exordial que xxxxxxxxxxxxxxx 
 
A demanda foi ajuizada 
em 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. É a 
breve síntese do 
Comentado [FC6]: Aqui recomenda-se dividir em tópicos. 
Exemplo: síntese da inicial. Subitem: dos pontos 
incontroversos. Dos pontos controversos. 
Comentado [FC4]: Em tese, só será feita a qualificação se 
o autor não a fizer adequadamente. Se não possui, e-mail 
recomenda-se indicar que não tem e que isso não prejudica 
sua identificação civil. Cuidar se terá pedido 
contraposto/reconvenção. 
Comentado [FC3]: Não é necessário juntar cópia, mas 
indicar o número (CPC e Lei n. 11.419/2006). 
Comentado [FC5]: Nome da peça. 
necessário. 
I.1 DOS FATOS INCONTROVERSOS. 
 
Da narrativa trazida na inicial, destacam-se como 
pontos incontroversos o seguinte 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
Comentado [FC10]: Os pedidos defensivos são, em 
ordem, semelhantes aos autorais. 
CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS: 
 
 
 
 
 
 
I.2 DOS FATOS CONTROVERTIDOS. 
No tocante aos fatos articulados pela parte autora, é incorreto afirmar que 
xxxxxxxxxxxxx. 
II – PRELIMINARMENTE 
 
Antes de adentrar no mérito, necessário que a parte ré aponte algumas 
defesas processuais que se aplicam ao caso em exame. Vejamos: 
III. PREJUDICIAIS DE MÉRITO 
 
Quando existirem situações que fazem coisa julgada material, sem a 
necessidade de exame do mérito. 
IV. MÉRITO 
 
Caso superadas as preliminares e prejudiciais, o que não se espera, 
tampouco o mérito deve prosperar. 
Assim, importante dizer que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Assim sendo, improcede a demanda ajuizada pela parte autora. 
III – 
ANTE O EXPOSTO, requer: 
 
a) Preliminarmente, seja acolhida a tese de xxxxxxxxxxxxxxxxxxx; 
 
b) Seja, caso não acolhidas as preliminares aventadas, seja reconhecida e acolhida 
a prejudicial de mérito de xxxxxxxxxxxxxxxx; 
c) Se afastadas as preliminares e prejudiciais arguidas, no mérito, pugna pela 
improcedência da demanda, com o reconhecimento de xxxxxxxxxxxxx; 
d) Subsidiariamente, na remota hipótese de procedência dos pedido principal, seja 
afastada a xxxxxxxxxxxxxxxxxx, ou, ainda, que condenação da parte ré se limite 
a xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx; 
e) A condenação da parte autora em custas processuais e honorários advocatícios 
no percentual entre 10% e 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; 
Comentado [FC8]: Conforme art. 337, do CPC, algumas 
matérias devem ser alegadas antes do mérito. Leitura 
conjunta com o art. 330 e art. 485, CPC. 
Comentado [FC7]: Pontos fáticos de discordância com o 
autor. 
Comentado [FC9]: Neste ponto discute-se e/ou refuta-se 
as teses aventadas pelo autor. 
 
 
 
 
 
 
f) Concessão da gratuidade da justiça; 
 
g) Seja realizada audiência de conciliação, nos termos do art. 334, do CPC. 
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente pelos documentos, prova oral e prova pericial, e o que mais 
se fizer necessário ao deslinde do presente feito. 
Termos em que pede e espera deferimento. 
Local/Data 
Assinatura/OAB 
 
 
Endereçamento: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL 
DO FORO DA COMARCA DE . 
 
 
Processonº xxxxxxxxxxxxxxxx 
Autor: xxxxxxxxx 
Réu: xxxxxxxxxx 
Preâmbulo: 
NOME DO RÉU, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do endereço 
eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, 
bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por 
meio de seu advogado que esta subscreve, instrumento de procuração em 
anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade), apresentar, 
com base no art. 335 e seguintes, do Código de Processo Civil, 
CONTESTAÇÃO 
 
À Ação xxxxxxxxxxxxxxxx, movida por NOME DO AUTOR, já qualificado, 
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir: 
 
 
Estrutura: 
 
I – DA SÍNTESE DA INICIAL (O QUE, QUANDO, ONDE, QUEM E POR QUE?) 
 
Busca a parte autora a tutela do Poder Judiciário pleiteando xxxxxxxxx. 
 
Afirma na exordial que xxxxxxxxxxxxxxx 
 
Comentado [FC6]: Em tese, só será feita a qualificação se 
o autor não a fizer adequadamente. Se não possui, e-mail 
recomenda-se indicar que não tem e que isso não prejudica 
sua identificação civil. Cuidar se terá pedido 
contraposto/reconvenção. 
Comentado [FC5]: Não é necessário juntar cópia, mas 
indicar o número (CPC e Lei n. 11.419/2006). 
Comentado [FC1]: A contestação é sempre dirigida ao 
juízo que determinou a citação do réu, ainda que se 
pretenda alegar incompetência 
Comentado [FC2]: Se for competência federal, denomina- 
se Juiz Federal da Subseção Judiciária de... 
Comentado [FC3]: É fundamental indicar o número dos 
autos em que tramita o processo para que a petição seja 
devidamente anexada a ele 
 
Comentado [FC4]: Não é imprescindível indicar o nome 
das partes aqui, embora recomendável. 
 
Comentado [FC7]: Nome da peça. 
 
Comentado [FC8]: Aqui recomenda-se dividir em tópicos. 
 
Comentado [FC9]: Embora não seja obrigatório, 
recomenda-se para facilitar a compreensão da causa por 
parte do juiz/examinador. 
 
A demanda foi ajuizada em xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
 
É a breve síntese do necessário. 
 
I.1 DOS FATOS CONTROVERTIDOS. 
 
No tocante aos fatos articulados pela parte autora, é incorreto afirmar que 
xxxxxxxxxxxxx. 
Comentado [FC10]: Importante dizer que, se for feita 
simples, neste momento não se toma partido, apenas se 
resume o que o autor quer. Se existirem pontos 
controvertidos sobre os fatos, pode-se abrir subitem com 
esse ponto. 
 
Comentado [FC11]: Pontos fáticos de discordância com o 
autor. 
 
 
 
 
 
 
 
II – PRELIMINARMENTE 
 
Antes de adentrar no mérito, necessário que a parte ré aponte algumas 
defesas processuais que se aplicam ao caso em exame. Vejamos: 
III. 
 
Caso superadas as preliminares e prejudiciais, o que não se espera, 
tampouco o mérito deve prosperar. 
Assim, importante dizer que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
Assim sendo, improcede a demanda ajuizada pela parte autora. 
Acaso entenda pela procedência, o que se admite apenas para bem 
b) Seja, caso não acolhidas as preliminares aventadas, seja reconhecida e acolhida 
a prejudicial de mérito de xxxxxxxxxxxxxxxx; 
c) Se afastadas as preliminares e prejudiciais arguidas, no mérito, pugna pela 
improcedência da demanda, com o reconhecimento de xxxxxxxxxxxxx; 
d) Subsidiariamente, na remota hipótese de procedência dos pedido principal, seja 
afastada a xxxxxxxxxxxxxxxxxx, ou, ainda, que condenação da parte ré se limite 
a xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx; 
e) A condenação da parte autora em custas processuais e honorários advocatícios 
no percentual entre 10% e 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; 
f) Concessão da gratuidade da justiça; 
 
g) Seja realizada audiência de conciliação, nos termos do art. 334, do CPC. 
MÉRITO 
Comentado [FC12]: Inicia-se com as defesas processuais. 
Conforme art. 337, do CPC, algumas matérias devem ser 
alegadas antes do mérito. Leitura conjunta com o art. 330 e 
art. 485, CPC. Com isso, abre-se tópico sobre as preliminares. 
 
Comentado [FC13]: Neste ponto discute-se e/ou refuta-se 
as teses aventadas pelo autor. Parte da doutrina entende 
que é possível tratar como tese de mérito a prescrição, 
seguindo a dicção do art. 487, II, do CPC; outra corrente 
entende que se deve tratar como prejudicial de mérito. 
 
Comentado [FC14]: Com relação às teses, não há 
necessidade de citar por inteiro o artigo, bastando que seja 
referido e contextualizado com a tese. Na OAB recomenda- 
se que o artigo seja reproduzido e articulado, ao menos em 
parte. 
 
Comentado [FC15]: Trata-se do princípio da 
eventualidade, em que se suscita apenas se a tese principal 
não for acolhida. 
Comentado [FC16]: Os pedidos defensivos são, em 
ordem, semelhantes aos autorais. A cada pedido deve-se 
mencionar a consequência específica para cada alegação. 
Exemplo: incompetência territorial – remessa ao juízo 
competente. 
Comentado [FC17]: Opta-se pela expressão conclusão e 
não pedido, porque quem pede é o autor; o réu impede. 
 
argumentar, oportuno destacar que xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
III – CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS: 
ANTE O EXPOSTO, requer: 
 
 
 
 
 
 
 
Requer provar o alegado por todos os meios de 
prova em direito admitidos, especialmente pelos 
documentos, prova oral e prova pericial, e o que 
mais se fizer necessário ao deslinde do presente 
feito. 
Termos em que 
pede e espera 
deferimento. 
Local/Data 
Assinatura/OAB 
 
****************************** 
AULA DO DIA 30/08/2022 
OUTROS MEIOS DE DEFESA DO RÉU 
 Introdução: como vimos anteriormente, a Contestação é 
uma das formas de defesa do réu. Pelo CPC atual, muitas 
peças antes autônomas passaram a integrar a Contestação 
em tópicos próprios, ou como preliminares, ou, ainda, por 
simples petição, a depender do momento processual. 
 É o caso da: reconvenção (art. 343, do CPC), exceção de 
incompetência relativa (art. 337, II, CPC), impugnação ao 
valor da causa (art. 337, III, do CPC) e impugnação à 
gratuidade da justiça (art. 100, do CPC). 
 Por seu turno, a exceção de suspeição ou impedimento 
agora é apresentada em simples petição apartada, e não em 
forma de exceção (art. 146, CPC), apenas suspendendo o 
processo (art. 313, III, do CPC). 
 Impedimento e suspeição: o magistrado pode, por vezes, 
ter algum relacionamento pessoal com as partes do 
processo, com seus advogados, ou com a causa, o que o 
coloca em uma situação de dúvida quanto à isenção para o 
julgamento da causa (imparcialidade). Para resolver esta 
situação, existem os institutos da suspeição e do 
impedimento, que visam guardar um juiz imparcial, o que se 
espera de toda Jurisdição. 
 Impedimento: concretiza situação objetiva, caracterizada 
pelo envolvimento do magistrado com um dos participantes 
do processo ou com a causa, consoante dispõe o art. 144, do 
CPC (exemplo: Juiz que atuou em primeiro grau não pode 
oficiar no segundo grau; familiar do Juiz seja parte; etc.). Se 
diz situação objetiva porque eu posso demonstrar 
objetivamente o comprometimento do Juiz. 
 Suspeição: concretiza situação subjetiva, caracterizada pelas 
máximas de experiência comum, as quais não recomendam 
que o Juiz julgue determinada causa, consoante dispõe o art. 
145, do CPC (exemplo: Juiz que é amigo ou inimigo da parte; 
Juiz que é credor ou devedor de uma das partes etc.). 
 Formalidades: inexiste, pois a alegação ocorre por simples 
petição, no prazo de 15 (quinze) dias a contar do 
conhecimento do fato (art. 146, do CPC), suspendendo-se o 
processo (art. 313, III, do CPC). 
 Outras informações: pode ser alegada pelo autor, e cabe 
contra o MP e demais sujeitos imparciais. Se o juiz 
reconhece, determina a remessa ao substituto; se não 
reconhecer, a petição é autuada e, com a manifestação do 
Juiz, remetida ao Tribunal para julgamento. 
 Acolhida a alegação, remete-se ao substituto legal e o Juiz é 
condenado a pagar custas, decisão está passível de recurso 
pelo Juiz. 
 Intervenção de terceiros:

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