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Prática de processo Civil – Estágio Supervisionado (90h) - Turma 179 - 2022/2 - Prof. Fabiano Kingeski Clementel Aula do dia 01/08/2022 Provas: – 27/09 – G1: Entrega dos relatórios/certificados de audiência (T1). https://audienciasonline.com.br/#/home = Olhar relatório - Online: postagem do certificado, com o relatório de audiências digitado (word), nem precisa ser o formulário (mas as informações do formulário devem estar ali). 5 audiências ou sessões de julgamento – 31/10 – G1: Prova (P1) – questões prático-teóricas. – 22/11 – G1: Prova (P2) – peça processual. (estrutura é o que mais importa, é uma das peças feitas em aula) – 28/11 – Prova Especial (substitui P1, P2 ou T1). – 29/11 – Entrega de provas, correção, atendimento aos alunos e revisão para G2. – 05/12 – G2 – datas de avaliações encaminhadas pelo Decanato da Escola de Direito. https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=74603 https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=74603 https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=74603 https://audienciasonline.com.br/#/home Feriados: 19/09, 20/09, 14/11, 15/11. Total de aulas: 32 encontros Limite de faltas: 8 encontros Livros: DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 17 ed. Salvador: Jus Podivm, 2015. (v. I e II). THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 56 ed. Forense: Rio de Janeiro, 2015. v. I. TORRES, Artur. CPC passado a limpo. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2018 (volumes I e II). ************************************* Aula do dia 02/08/2022 PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL: PARTE I - Por que recorrer à justiça? E - Como recorrer a justiça? *Medidas prévias ao ajuizamento da demanda *Medida jurídica adequada para resolver o problema 1. Introdução - Endereçamento (competência) - Preambulo – nome (dados), peça, F.L 2. Desenvolvimento - Fatos - Direito 3. Conclusão - Ante o exposto, requer: 1. Lado? A x R 2. Fase? 3. Problema? MPAD TJ – Comarcas – Foro # Fórum Jurisdição Ação Pretensão TGD {Ação, Jurisdição e processo} - Lide INTRODUÇÃO Neste ponto pretende-se abordar algumas informações necessárias para a postulação em juízo. 1. Inicialmente, questões relacionadas ao acesso à justiça e à estrutura do Poder Judiciário serão tratadas, com foco na solução de litígios perante o Poder Judiciário. 2. Num segundo momento, abordaremos questões sobre providências prévias ao ajuizamento da demanda. 3. A partir daí, serão tratadas as questões sobre o ingresso em juízo, desde a petição inicial, passando pelos recursos, até o cumprimento de sentença ou execução, focando nos procedimentos previstos na legislação. DICAS INICIAIS Como identificar a medida jurídica adequada na prova prático-profissional? 03 perguntas para auxiliar. Como fundamentar a medida jurídica após sua identificação? *como cria teses, como liga os fatos aos direitos *precisa ver nessa ordem: CF – LEI – JURISPRUDÊNCIA – PRINCÍPIO - DOUTRINA 04 perguntas que podem auxiliar. Cuidados essenciais: formais (endereçamento; preâmbulo: partes, vocativo, verbo, fundamento legal da medida); estruturais e materiais. *Petição inicial: verbo – propor, requerer etc. *nome da peça *qualificação completa da outra parte *peça e fundamento legal da peça Em recurso, sempre pedir conhecimento e provimento. ACESSO À JUSTIÇA: Aspectos preliminares Por que recorrer à Justiça? *para evitar a autotutela (a lei do mais forte) *depositar a crença de que o Estado daria a decisão mais justa para eventuais conflitos de interesses *cabe ao judiciário prestar a jurisdição Como recorrer ao Judiciário? *deve provocar a jurisdição Aspectos preliminares: 1. Finalidade: “atender aos interesses protegidos pelo direito objetivo, evitando-se a autotutela.” (prestar a Jurisdição com a ação – Calamandrei). Assegurar a separação dos poderes, com afirmação do controle judicial de decisões externas. 2. Direito Fundamental (art. 5º, inc. XXXV, da CF). Direito de ação → Direito de A contra B (crédito) e de A contra o E (viabilizar o recebimento). *direito a jurisdição e acesso à justiça. 3. O que é direito de ação? Força autônoma, no sentido processual. *conflito de interesses classificado por uma pretensão resistida = legitima o instituto jurídico chamada “ação” (objeto da ação é lide) *vai ter uma pretensão que se materializa a ação, e que provoca jurisdição = e a partir dali o Estado começa a trabalhar para resolver os conflitos. *para ter o interesse de agir, há de que haver a pretensão de resistência da outra parte. 3.1. Natureza Jurídica: a) Teoria Civilista (Savigny): fórmula de Celso (ação como o direito de pedir em juízo o que nos é devido). É o próprio direito material colocado em movimento. Não há ação sem direito, não há direito sem ação. Crítica: e a ação declaratória negativa?; b) Teorias de Windscheid, Muther e Wach (1856): o direito à tutela jurisdicional convive com o direito contra o particular, mas não se confundem (independe do direito subjetivo privado). Dimensões processuais da TGP (teoria geral do processo): Ação: desencadeia a Jurisdição. Não é um direito, nem uma pretensão, mas o exercício de um direito pré-existente para ver satisfeita uma pretensão pelo Tribunal. Em Roma a actio era o próprio direito, e não um meio de defesa do direito (Celso). Não era concebida como instituto processual, já que era o direito material colocado em movimento. - Precisa demonstrar uma resistência a lide Teorias sobre a natureza da ação: a) direito público abstrato/autônomo (Degenkolb e Plósz: a ação independe do direito material, podendo ser exercida independentemente de a sentença de mérito ser favorável); b) direito público concreto/autônomo (Wach: relação jurídica de direito processual independente da relação jurídica de direito material, mas não há ação sem direito. Somente haverá ação com sentença de mérito favorável. Crítica: houve processo, pois houve ius ut procedatur); c) direito potestativo/autônomo (Chiovenda: é o poder jurídico de dar vida à condição para atuação da vontade da lei; Calamandrei: É direito concreto atual, existente antes do processo e para obter, contra o adversário, um resultado favorável (poder ideal relativo ao Estado); d) eclética (Liebman: baseia a ação no preenchimento de suas condições – “A ação, como direito de provocar a jurisdição; a ação deve ser entendida como o direito de provocar o julgamento do pedido: análise do mérito. Crítica: confunde a ação com pretensão, pois concilia as anteriores, mas a pretensão não tem jurisdição). Jurisdição: caracterizado pela terzietà/substitutividade e pelo poder/dever de função. *monopólio da jurisdição é do Estado. Processo: relação jurídica de natureza pública (Bülow). Existe debate sobre sua natureza (situação jurídica: Goldschmidt; procedimento em contraditório: Fazzalari). Porque recorrer à Justiça? Superação da autotutela (período de vinganças); Monopólio da Jurisdição é do Estado (formação histórica do Estado e de seus Poderes); Jus Postulandi (direito de postular perante o Poder Judiciário); *quem pode postular em regra: advogados, habeas corpus, JEC, pedido de balcão (justiça do trabalho) – reclamatória trabalhista pode ser feita pelo próprio empregado Mecanismos para resolução judicial dos conflitos. Como recorrer ao Judiciário? Próximo slide. SOLUÇÃO DE LITÍGIOS PERANTE O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO Poder Judiciário: Histórico brasileiro: 1530 (D. João VI, Rei de Portugal). Poderes a Martim Afonso de Souza. Possibilidade de sentenciar à morte. Histórico no Rio Grande do Sul: 03/02/1874 (instalação do Tribunal de Relação para Província de São Pedro e de SantaCatarina, com 7 desembargadores); 1891, com a Proclamação da República, as Províncias foram transformadas em Estados, com competências próprias (CE/RS: em 1891 cria o Superior Tribunal e extingue o Tribunal de Relação em 1892, instalando o Superior Tribunal do Rio Grande do Sul em 1893); em 1934 extingue- se o Tribunal Superior e instala-se a Corte de Apelação; em 1937, a CF cria os Tribunais de Apelação no lugar das Cortes de Apelação; em 1946, pela CF os Tribunais de Apelação passam a se chamar Tribunais de Justiça, com a criação dos Tribunais de Alçada; em 1997 são unificados os Tribunais de Justiça e Tribunais de Alçada. Estrutura jurisdicional brasileira: próximo slide. ÓRGÃOS DO TJRS Pleno: total de Desembargadores. Órgão especial: art. 93, inc. XI, CF: 24 membros, entre natos e eleitos, fora os suplentes. Grupos de Direito Público: 1º, 2º e 11º grupos cíveis, os dois primeiros compõem-se de duas Câmaras e o último de três Câmaras, com competências delimitadas. Grupos Criminais: 1º, 2º, 3º e 4º grupos criminais, compostos de duas Câmaras Criminais cada, com competências delimitadas. Grupos de Direito Privado: 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º e 10º grupos cíveis, sendo os nove primeiro composto por duas Câmaras cada e o décimo por quatro Câmaras Cíveis cada. ÓRGÃOS DO TRF/4ªR Organização: por ser um órgão colegiado, o TRF da 4ª Região reúne-se em Plenário, em Corte Especial, em Seções e em Turmas. Plenário: o Plenário, constituído da totalidade dos Desembargadores Federais (27), é presidido pelo Presidente do Tribunal. Corte Especial: é constituída de quinze Desembargadores, observado o quinto constitucional, presidida pelo Presidente do Tribunal. Seções: Há no Tribunal quatro Seções, integradas pelos componentes das Turmas das respectivas áreas de especialização. As Seções são presididas pelo Vice-Presidente do Tribunal. 1ª Seção (competência tributária, composta pelos integrantes da 1ª e da 2ª Turmas); 2ª Seção (competência residual, ou seja, todas as matérias que não são afetas 1ª, 3ª e 4ª Seções, composta pelos integrantes da 3ª e da 4ª Turmas); 3ª Seção (competência previdenciária, composta pelos integrantes da 5ª e da 6ª Turmas); 4ª Seção (competência penal, composta pelos integrantes da 7ª e da 8ª Turmas). Turmas: a presidência das Turmas é exercida pelos Desembargadores que as integram, por um período de dois anos, em sistema rotativo. ********************************************** AULA DO DIA 08/08/2022 PROVIDÊNCIAS PRÉVIAS AO AJUIZAMENTO DA DEMANDA 1. Juiz Competente - Imparcial 2. P.I – 319 CPC 3. Citação 4. Capacidade das Partes Considerações iniciais: para válida e regular tramitação, o processo deve observar certos requisitos (pressupostos processuais). O CPC traz, de forma genérica, no art. 485, IV, como “pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo”. Conforme parte da doutrina, são eles: órgão julgador competente e imparcial, petição inicial técnica adequada, citação do réu e capacidade das partes. Partes e interessados: parte são os sujeitos envolvidos, no processo de conhecimento contencioso, denominados de autor (pede) e réu (resiste). Se inexistir conflito resistido, são interessados (requerente/requerido). No processo de execução ou na fase de cumprimento, denominam-se exequente e executado, podendo a denominação variar conforme a fase processual (ex.: recursal). *parte processual – autor e réu *se existir conflito resistido tem partes, se não existir conflito resistido, tem interessados. *3º interessado Capacidade de ser parte: está ligada à personalidade jurídica (art. 75, do CPC). Regra: parte é quem pode ser titular de direitos (art. 1°, do CC; animais, portanto, não podem). Apesar disso, entes despersonalizados, por questão de técnica legislativa, também podem ser (são os entes despersonificados ou irregulares, conforme art. 75, V, VI, VII, IX e XI, e §2º, do CPC). Capacidade processual: significa a aptidão para o exercício de direitos e obrigações processuais (é pressuposto processual: legitimatio ad processum). Na sua ausência, vício formal. A incapacidade processual pode ser suprida. Quando não for, sanção ao autor (extinção) e ao réu (revelia). Em algumas situações, pode-se ter capacidade de ser parte, mas sem ter-se capacidade processual (bebê). *aptidão para obrigações processuais – ter legitimidade processual, se a parte é ilegítima, tem um vicio formal (tanto ativa quanto passiva) *pode ser suprida, mas se não for suprida, a sansão processual ao autor é a extinção do processo, e ao réu é a revelia. *em algumas situações pode ter capacidade de ser parte, mas não capacidade processual. Ex: bebê Capacidade processual das pessoas físicas: o incapaz deve atuar pelos institutos da representação (incapacidade absoluta, do art. 3º, do CC: menores de 16 anos) ou da assistência (incapacidade relativa, do art. 4º, do CC). Assim, representante legal na primeira situação, com procuração assinada por ele, em nome próprio; assistente na segunda, em que ambos atuam conjuntamente, inclusive assinando procuração. A lei 13.146/2015, estatuto da pessoa com deficiência, disciplina a questão também. A figura do curador especial será utilizada por decisão do juiz nas situações do art. 72, do CPC. Ademais, deve-se considerar também as situações de pessoas que têm restrições em sua capacidade processual (casadas ou em união estável), especialmente quando rés, porque quando autoras há acréscimo e não perda de patrimônio, com exceção para propor ações que versem sobre direito imobiliário (art. 73, do CPC). As autorizações denominam-se de outorga uxória (da mulher ao homem), outorga marital (do homem à mulher), e autorização de convivente (união estável). Na impossibilidade de consentir (Art. 74, do CPC), necessário que o juiz supra o consentimento em decisão própria. Caso não suprida a incapacidade processual ou irregularidade na representação, o juiz suspende o processo e fixa prazo. Se mantido o descumprimento, sem sanar-se o defeito no prazo, as consequências são: extinção sem resolução de mérito (autor), revelia (réu), revelia ou exclusão ao terceiro (se réu ou autor, respectivamente), pois se trata de pressuposto processual. Capacidade processual das pessoas jurídicas: regramento no CC, arts. 40 e 52. As pessoas jurídicas atuam no mundo por meio de pessoas físicas. Até mesmo os entes despersonificados necessitam de representação em juízo, como é o caso da massa falida, do espólio, das heranças jacentes e vacante, e da sociedade despersonificada. Normalmente, estes entes são representados por quem administra os seus bens (síndico no condomínio; administrador judicial na falência; inventariante no espólio). *pessoas jurídicas atuam no processo através de pessoas físicas. *tanto as formalmente regulares, quanto as que não estão regulares. *entes despersonalizados precisam de representação em juízo. *pessoas jurídicas, atuam nos juizados especiais por preposto registrado. *Quem pode representar a PJ? Dono, SA(tem vários donos) mas quem representa é aquele que for constituído nos atos constitutivos da PJ, O CPC disciplina a representação de pessoas jurídicas no art. 75. Vale destacar a representação da pessoa jurídica nos juizados especiais, que pode se dar por preposto credenciado, sem vínculo empregatício, desde que munido de carta de preposição com poderes para representar a pessoa jurídica (art. 9º, §4º, da Lei n. 9.099/95). Capacidade postulatória: o que é? Além das outras capacidades (ser parte e estar em juízo), exige-se que a atuação se dê por quem detenha capacidadepostulatória para postular perante o Poder Judiciário (jus postulandi). Entende-se por capacidade postulatória “a capacidade de representar as partes em juízo, a capacidade de postular (pedir em sentido amplo; formular pedidos e requeridos das partes e a eles resistir) perante os órgãos do Poder Judiciário”. O sistema, como regra, impõe que um profissional técnico é quem possui essa condição (advogado legalmente reconhecido pela OAB e que seja devidamente constituído pela parte). Algumas exceções são admitidas, permitindo a atuação direta da parte: JEC, JEFP e JEF (art. 9º, da Lei 9.099/95, art. 27, da Lei n. 12.153/2009, art. 1º, da Lei n. 10.259/2001); ação de alimentos (art. 2º, da Lei n. 5.478/68); Habeas Corpus (art. 654, do CPP e art. 1º, §1º, da Lei n. 8.906/94); Justiça do Trabalho (art. 791, da CLT). Procuradores: a parte será representada em juízo por advogado, com instrumento de mandato ou em causa própria (art. 103 e 104, do CPC), podendo o mandato, em caso de urgência, ser juntado depois (15 + 15). O instrumento de mandato é a procuração, embora o mandato possa ser expresso ou tácito. Conforme nossa legislação, existem algumas regras atinentes à confecção de uma procuração. Procuração judicial e extrajudicial: é o instrumento de mandato. Quando destinada à nomear o advogado para atuar em juízo é denominada de procuração judicial (ad judicia), em diferentes formas e qualificações, lembrando que o advogado deve observar a ética na representação (CED e Estatuto). Quando destinada à realização de outros atos, é extrajudicial (ad negotia), que deve ter firma reconhecida (STJ). As duas somadas dão origem à procuração ad judicia et extra. Conforme o art. 654, do CC, pode ser por instrumento público ou particular, assinado pela parte. Alguns atos exigem o instrumento público, embora a lei (art. 654, do CC) diga que por instrumento particular valerá desde que tenha a assinatura do outorgante, que pode ser digital (art. 105, § 1º, do CPC). Embora a lei, a rigor, não admita a procuração por instrumento particular de incapazes, absolutos ou relativos, por representante ou assistido e incapaz, a jurisprudência tem mitigado essa exigência. Analfabetos, ainda que plenamente capazes, não podem outorgar procuração por instrumento particular, mas apenas públicas, assinadas a rogo (pede roga ao Tabelião que lavre o instrumento). No tocante aos poderes, podem ser gerais ou especiais/específicos, estes expressos (art. 105, do CPC), embora a jurisprudência entenda que a mera citação “poderes especiais” supre. PRINCIPAIS FONTES DE PESQUISA UTILIZADAS: referenciais bibliográficos. DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 17 ed. Salvador: Jus Podivm, 2015. (v. I e II). DONIZETTI. Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 19 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. TARTUCE, Fernanda, DELLORE, Luiz. 13 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 56 ed. Forense: Rio de Janeiro, 2015. v. I. TORRES, Artur. CPC passado a limpo. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2018 (volumes I e II). ***************************************************** AULA DO DIA 09/08/2022 1. Procuração 2. Outorgante (Qualificação) Outorgado (Qualificação) 3. Poderes: gerais/específico (art. 105 CPC) 4. Finalidade 5. Fechamento (Local + Data + Assinatura do Outorgante e dados) *Revogação (Outorgante retira o advogado da sua representação) *Renúncia (Adv. Que renúncia a representação do cliente, por vontade própria) *Substabelecimento (Ato do adv. Combinado com o cliente, sem reservas, porque com reservas tu continua) Reserva PROCURAÇÃO Caso 01: Procuração. No dia 03/04/2019, JULIETA, por indicação médica, dirigiu-se à clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade. Para tratar as lesões, JULIETA despendeu, até o presente momento, com medicamentos, transporte e fisioterapia, a quantia de R$30.000,00 (trinta mil reais). Diante desta situação, JULIETA o procura, na data de 12/03/2022, para fazer uma consulta e constituí-lo(a) como advogado(a) no intuito de representar os seus interesses em juízo e fora dele, sobre o caso em testilha. Diante da consulta, e considerando que você, na condição de advogado(a) contratado(a) por JULIETA concorda em representá-la, inexistindo impedimento, elabore o instrumento de mandato que legitime sua capacidade postulatória em juízo e fora dele. Modelo – Procuração PROCURAÇÃO OUTORGANTE: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o n. xxxxxxxxxxxxxx, com Carteira de Identidade n. xxxxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, CEP xxxxxxxxxxxxx, Telefone: (51)xxxxxxxxxx, email: xxxxxxxxxxxxxxxxx. OUTORGADO(A): ADVOGADO, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/RS sob o nº. xxxxxxxxxxxxxxxxx, com endereço profissional à xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx, nesta capital, local onde receberá quaisquer intimações. Pelo presente instrumento particular de mandato, o(a) Outorgante acima qualificado(a), nomeia e constitui como seu bastante procurador, o(a) Outorgado(a) acima referido(a), a quem confere os mais amplos poderes para o foro em geral, inclusive os contidos na cláusula “ad juditia et extra”, nos termos do art. 105 e seguintes, do Código de Processo Civil, com a finalidade de representar seus interesses em (tipo de ação), podendo, para tanto, em qualquer Juízo, Instância ou Tribunal, inclusive na via extrajudicial, usar de todos os poderes inerentes ao mandato concedido, mais os especiais de confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber valores, levantar alvará, receber e dar quitação, firmar compromisso, assinar declaração de hipossuficiência econômica, interpor todos os meios e recursos em direito admitidos, e, ainda, opor exceções, impetrar ações impugnativas, podendo, também, substabelecer, com ou sem reservas, produzir provas e tudo mais que for necessário para o bom, firme, fiel e valioso cumprimento deste mandato. Local, data. NOME DO OUTORGANTE CPF n. XXXXXXXXXXXX SUBSTABELECIMENTO FABIANO KINGESKI CLEMENTEL, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/RS sob o nº xxxxxxxxxxxxx, com endereço profissional na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Cidade/UF, substabelece, com reservas, em favor de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/RS sob o n° xxxxxxxxxxxx, com endereço na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, outorgando-lhe todos os poderes conferidos por xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, para atuação judicial no processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, em trâmite na Vara xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Comarca de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,. Local/Data FABIANO KINGESKI CLEMENTEL OAB/RS xxxxxxxxxx CARTA DE PREPOSIÇÃO Pela presente carta de preposição, a parte (AUTORA, RÉ), vem respeitosamente perante V. Excelência, credenciar o(a) Sr(a). xxxxxxxxxxxxxxxx, que passará a funcionar como prepostodo ora outorgante nos autos do processo nº XXXXXXXXXXX, que corre perante esta Vara xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx (cidade/UF), que move contra xxxxxxxxxxxxxxxx (movido por xxxxxxxxx), com os poderes para prestar depoimento, transigir, firmar compromissos, acordos e requerimentos em geral. Local e Data _____________________________________ PARTE (AUTORA/RÉ) ************************************** AULA DO DIA 15/08/2022 1. Endereçamento – “Juízo” 2. Preâmbulo: – Partes (Qualificação completa) - Medida Processual (ação?) 3. Causa de Pedir: - Próxima - Remota *Dos fatos: 3.1, do direito/Dos fundamentos jurídicos: 3.2 4. Pedidos – “Conclusão” 1. Jurisdição – Estadual ou Federal? *Federal – art. 109 CF (interesses ou bens da união, órgão federal, empresa pública). - O que não estiver nesse art. é justiça estadual. *sociedade de economia mista, mesmo quando a União, tenha a maior parte do capital = Estadual. – Súmula 42 STJ (Banco do Brasil) *Ver contra quem está ajuizando, se é órgão da adm. Direta ou indireta, e se há algum entendimento do STJ sobre isso. 2. Foro? *competência territorial: comarca, foro *qual é seção? Qual é a subseção? = JF *JE = RS, qual é o Foro? POA = Sabe como é a comarca, pelas regras de competência. 3. Juízo? *Regras de distribuição, ou JEC (também pelas regras de distribuição). PETIÇÃO INICIAL Introdução: esse ponto é destinado à petição inicial. Contudo, vale lembrar que, no material anterior, tratamos das providências prévias ao ajuizamento da ação, como o instituto da procuração. Agora vamos tratar do substabelecimento e da carta de preposição. Depois, abordamos a petição inicial. O que é substabelecimento? É o nome da peça processual em que o advogado transfere poderes a outro. Pode ser para um ato ou para todo o processo (com ou sem reservas). Se for com reserva de poderes, o advogado substabelecente permanece como procurador da parte (não se desliga), juntamente com o substabelecido; se for sem reserva, o advogado substabelecente sai do processo (desliga-se, extinguindo-se o mandato original). Atenção: art. 26, do CED. A regra é que o mandato extingue-se apenas com o fim do processo (art. 13, CED). Outras formas de saída do advogado da causa: por renúncia (vontade do advogado) ou revogação (vontade do cliente). Em qualquer situação de extinção do mandato, o cliente deve ter prévio e inequívoco conhecimento. Carta de preposição é o instrumento de representação da pessoa jurídica em juízo (funcionário ou dirigente). Responsabilidade sobre custas iniciais e outras taxas: os artigos 86-90, do CPC, dispõe sobre as responsabilidades pelo pagamento, de acordo com o tipo de ação e procedimento (autor ou réu). Honorários advocatícios: tema de outra disciplina, contudo registra-se que o art. 22, da Lei nº 8.906/04 dispõe sobre o tema e suas espécies. São elas: honorários contratados/convencionados (art. 658, do CC: contrato com o cliente); honorários fixados por arbitramento judicial; honorários de sucumbência. Princípio da inércia: o Poder Judiciário não dá início ao processo de forma espontânea (a parte deve provocar, por meio da petição inicial: art. 2º, do CPC). Elementos identificadores da ação: a petição inicial identifica o tipo de demanda, a partir dos seus elementos, que são partes, causa de pedir e pedido, conforme art. 337, §2º, do CPC. Nomenclatura: petição inicial, exordial, vestibular, inaugural, proscenial. Forma da petição inicial: diretrizes estão no CPC. Vernáculo oficial, com termos em língua estrangeira (art. 192), sem cotas marginais – termos fora da linha regular (art. 202), assinada (art. 209) e sem rasuras (art. 211). Importância da petição inicial: ela fixa todos os parâmetros da demanda (delimitação). Portanto, antes da entrega (protocolo ou distribuição) deve-se revisar os fatos e fundamentos jurídicos, e não esquecer algum pedido. Ainda, concisão e linguagem clara e escorreita (português), com a exploração de todos os fatos da causa, sem confundir institutos (exemplo: citação x intimação). Requisitos da petição inicial: estão no art. 319, do CPC (bússola). Sempre revisar ele antes de distribuir, pois são obrigatórios. Nele constam: 1) Obrigatoriedade do juízo (endereçamento: inciso I); 2) Qualificação das partes (inciso II: dispensa nacionalidade); 3) Fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir: inciso III); 4) Pedido com suas especificações (pedidos: inciso IV); 5) Valor da causa (inciso V); 6) Provas a produzir (requerimento de provas: inciso VI); 7) Opção pela audiência de conciliação ou mediação (inciso VII). Falta de algum requisito: Juiz determina a emenda (correção: em 15 dias), sob pena de indeferimento e extinção sem resolução (art. 321, do CPC). No caso de vício grave: Juiz decide/extingue direto, sem intimar a parte (exemplo: hipóteses do art. 330, do CPC, como a ilegitimidade de parte). Reconhecimento liminar da improcedência: é possível; decisão com resolução de mérito (art. 332, do CPC). Exemplo: teses repetitivas: art. 487, I, do CPC. Endereçamento: exige atenção às regras de competência. Até que ocorra a distribuição, não se sabe qual é o juízo competente. Embora não haja fórmula de como se deve escrever, recomenda-se “Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito do Foro da Comarca de ___”. Como saber qual o Juízo? Algumas perguntas auxiliam: Qual Justiça? Qual Comarca/Foro? Qual o Juízo? Quadro da estrutura do Poder Judiciário ajuda. Utilizamos a técnica de exclusão: se não for Justiça Especializada (Trabalhista, Militar e Eleitoral), será Justiça Comum (Federal ou Estadual). A Justiça Comum é a que importa à Prática Cível. Como saber? Se tiver interesse da União ou ente federal (art. 109, CF), será Federal (Juiz Federal, Subseção Judiciária). Inexistindo interesse da União ou de ente federal, será Estadual/Residual (Juiz de Direito, Comarca). Atentar para os Juizados Especiais (Federal: Lei nº 10.259/01, obrigatória até 60 sm.; da Fazenda Pública: Lei nº 12.153/09, absoluta até 60 sm.; e Cível Lei nº 9.099/95, facultativo até 40 sm.). Encontrada a Justiça, qual o Foro? Foro é diferente de Fórum (sede de Comarca/Subseção). Diz respeito à competência territorial. Duas regras gerais: direito pessoal ou real sobre bens móveis (domicílio do réu: art. 46, do CPC); direito real sobre bens imóveis (local da coisa: art. 47, do CPC). Depois, existem regras específicas (art. 48, CPC, art. 53, CPC etc.). **************************************** AULA DO DIA 16/08/2022 Petição Inicial (continuação) Exercícios de fixação de competência: Acidente de trânsito: interesse da União ou ente federal? + domicílio do autor ou local do acidente + valor causa até 60 sm? Ação de alimentos: interesse da União ou ente federal? + domicílio de quem recebe alimentos + Vara Especializada de Família e Sucessões? Divórcio litigioso/contencioso/com guarda: interesse da União ou ente federal? + Foro de residência do domicílio de quem é guardião do filho + Vara Especializada de Família e Sucessões? Usucapião: interesse da União ou ente federal? + Foro do local da coisa + Vara Cível. Monitória: interesse da União ou ente federal? + Foro domicílio do devedor + Vara Cível (opção: JEC). Inventário: interesse da União ou ente federal? + Foro do domicílio do falecido no Brasil + Vara Especializada de Família e Sucessões? Qualificação das partes: indicar os sujeitos da demanda é fundamental para verificar a legitimidade de parte e a extensão da coisa julgada (art. 506, do CPC). Cuidar para os elementos importantes (nome e prenome, estado civil, profissão, CPF e RG, e-mail, domicílio e residência das partes). Em algumas situações pode-se não ter os dados. Como resolver? art. 319, do CPC (requererdiligências ao Juiz, e, ainda, demonstrar que a obtenção dos dados foi difícil, o que não pode acarretar dificuldade no Acesso à Justiça→ a petição inicial, assim, não poderá ser indeferida). Causa de pedir: a parte pretende algo (pedido) quando busca o Poder Judiciário. O pedido é o que se quer, mas é necessário indicar por que se quer (causa de pedir). Assim, a causa de pedir é composta de fatos e fundamentos jurídicos. O que são fatos? Causa de pedir remota (eventos ou acontecimentos havidos no mundo da vida – material). Exemplo: acidente de carro (causa de pedir: quando, onde e como ocorreu? Quais as consequências/danos?). Sugere-se indicar pontos essenciais, sem inovar (silogismo: premissa maior/fatos + premissa menor/Direito). O que são fundamentos jurídicos? Causa de pedir próxima (consequência jurídica decorrente dos fatos). Exemplo: dever de indenizar; alta velocidade. Sugere-se a divisão em dois pontos (I – Fatos; II – Fundamentos Jurídicos). Lembrar: Iuria Novit Curia. Pedido: como dito o pedido revela o que se quer, mas, além disso, para que se vai até o Poder Judiciário. Se o autor sofreu danos (causa de pedir), e quer ser indenizado (pedido), vai ao Judiciário para que o causador do dano seja condenado a lhe pagar uma indenização. Deve-se ter muita atenção no pedido, pois ao magistrado é vedado exceder os limites do pedido (princípio da inércia e da congruência), mas pode interpretar (art. 332, §2º, do CPC). Por isso, o pedido da peça inaugural representa um projeto de dispositivo de sentença. Deve, pois, ser sucinto, objetivo, certo (imediato: condenar, declarar, constituir, art. 322, do CPC), determinado (mediato: quanto se quer, o que se quer: bem da vida, a exceção do indeterminado: art. 324, §1º, do CPC) e técnico. Cumulação de pedidos: possibilidade (art. 327, §1º, do CPC). Requisitos: compatibilidade dos pedidos, competência do mesmo juízo, mesmo procedimento para todos. Exemplo: dano moral e dano material; rescisão contratual e retomada do bem. Os pedidos cumulados podem ser sucessivos (procedente o primeiro; analisa-se o segundo; exemplo: investigação de paternidade e alimentos), alternativos (arts. 325 e 329, §ún., do CPC: contrato de seguro – indeniza ou entrega veículo semelhante, CDC), ou subsidiário/eventual (art. 326, do CPC: pede A, pedido principal; se não for possível, que então se conceda B). Pedido x requerimento: pede-se uma providência (decisão do Juiz: condenação, tutela de urgência, honorários); requer- se uma diligência (serventia judicial pode executar: citação, intimação). Valor da causa (art. 291, do CPC): toda causa deve mencionar (legal: art. 292, do CPC, ou voluntária). Tem importância fiscal (base de cálculo para taxas) e processual (JEC, base para multas e honorários). Requerimento e audiência de conciliação: de provas tem relação com a causa de pedir (documental, oral, pericial, inspeção, confissão, exibição de documentos, na linha do art. 369, do CPC), outros etc. *********************************************** AULA DO DIA 17/08/2022 1. Justiça - E - C (- F (JEF) (- C (JEC/DEPF) 2. Foro? Comarca? (E) / Subseção (F) 3. Juízo? Vara (F)/ (E) – C/F/S Modelo: 1. Endereçamento 2. Preâmbulo (- nome e qualificação das partes, tipo de ação) 3. Causa de Pedir (- Fatos e – Fundamento Jurídico/Direito) 4. Pedidos (- “o que quer?” – “reparar o prejuízo” – “para que?” – “O porquê?”) Petição Inicial (continuação) ******************************************* AULA DO DIA 22/08/2022 Estrutura: 1. Introdução (- end., - prêambulo) 2. Desenvolvimento – causa de pedir 3. Conclusão (- pedido, - fechamento) Como Identificar a peça? 1. Lado? A 2. Fase? P 3. Problema? – Erro médico Como fundamentar a peça? (causa de pedir?) 1. CP 2. Lei? 3. Jurisprudência? STJ e STF 4. Princípio? 5. Doutrina? Petição Inicial (CASO + MODELO) Caso 01: Petição inicial. No dia 03/08/2019, JULIETA, por indicação médica, dirigiu-se à clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade, a qual lhe prova imensa dor na alma, que pode ser compensada pela quantia de R$100.000,00 (cem mil reais), além do asco perante terceiros, ao qual entende que também merece receber o montante de R$200.000,00 (duzentos mil reais). Para tratar as lesões, JULIETA despendeu, até o presente momento, com medicamentos, transporte e fisioterapia, a quantia de R$30.000,00 (trinta mil reais). Diante desta situação, JULIETA o(a) procura, na data de 22/08/2022, para fazer uma consulta sobre a possibilidade de se ver reparada e indenizada em razão dos danos suportados. Caso afirmativo, JULIETA quer constituí-lo(a) como advogado(a) no intuito de representar os seus interesses em juízo e fora dele, sobre o caso em testilha. Diante da consulta, e considerando que você, na condição de advogado(a) contratado(a) por JULIETA concorda em 29epresenta-la, inexistindo impedimento, faça a medida jurídica adequada. MODELO Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA __VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE _____ Preâmbulo: NOME DO AUTOR, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade), propor, com base no art. 319, do CPC c/c xxxxxxx, a presente AÇÃO DE xxxxxxxxxxxxxxxxxx, PELO PROCEDIMENTO xxxxxxxxx Contra NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, e- mail, sediada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir: Estrutura da causa de pedir: I – DOS FATOS (O QUE, QUANDO, ONDE, QUEM E POR QUÊ?) No dia 03/08/2019 Julieta se submeteu a um procedimento médico junto à requerida denominado ecografia abdominal total, o qual, por erro técnico, ocasionou o extravasamento do contraste, corroendo os tecidos da mão direita de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade. Ademais, em virtude das lesões, a autora passou por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade. Ainda, a autora despendeu, até o presente momento, a quantia de R$ xxxxxxxxxxx, gastos estes operados com medicamentos, transporte e fisioterapia, e que, a cada mês, continuam sendo realizados em razão da necessidade de acompanhamento. Desta feita, em razão destes fatos, considerando não ter mais alternativa senão a de ajuizar a presente demanda, a parte autora requer, com os fundamentos jurídicos que passa a expor, uma indenização por danos morais e estéticos, bem como a reparação pelos danos materiais suportados... II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (OU DO DIREITO) Consoante dispõe o art. 5º, inciso X, da CF/88, “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Excelência, é cediço que o caso em apreço se trata dexxxxxxx passível de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. A disciplina jurídica sobre o xxxxxxxxxx adequa-se perfeitamente xxxxxxxxxxxxxxx como se verá a seguir. Porém, importante destacar que o caso em apreço se enquadra como relação de consumo, a luz do que preconiza o CDC, posto que estamos diante de um fornecedor de serviços de xxxxxxxxx e uma consumidora. Assim, aplicando-se a teoria dos diálogos entre as fontes, é possível harmonizar, naquilo que melhor favorecer o consumidor, a aplicação conjunta do CDC e do CC. A propósito, o art. xxxxxxx, dispõe que xxxxxxxxxxx. Veja-se que a conduta configura xxxxxxxxxxxxxxxxxx. Logo, caracterizada está xxxxxxxxxxxxxxxxx. Ademais, o art. xxxxxxxxxxxxxxx dispõe que xxxxxxxxxxxxxxxxx. Na mesma linha está o art. xxxxxxxxxxxxxxxxx. Vejamos: xxxxxxxx. Logo, o caso em exame revela-se como hipótese xxxxxxxxxxxx. Assim, provado está xxxxxxxxxxxxxxxxxx. Senão bastasse isso, o art. xxxxxxxxxxxxxx dispõe que xxxxxxxxxxxxx. Excelência, não há dúvida que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Ademais, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, no verbete xxxxxxxxxxxxxxxxx, é possível xxxxxxxxxxxxxxxx. No mesmo sentido é a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, consoante Sumula Vinculante xxxxxxxxxxxxxxxx. II.1 Da Gratuidade da Justiça: A parte autora não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência e cópia dos seus contracheques que junta em anexo. Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, e, pelo artigo 98, do CPC, requer seja deferida a gratuidade da justiça. II.2 Do pedido de Tutela Provisória: Excelência, consoante o disposto no art. 294, do CPC, a tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. No caso em exame, estamos diante de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Assim sendo, presentes os requisitos da tutela pretendida, a sua concessão é medida que se impõe e desde já se requer III – PEDIDOS E REQUERIMENTOS: ANTE O EXPOSTO, requer: a) A concessão da tutela provisória na modalidade xxxxxxxxxx, ante o preenchimento dos seus requisitos legais; b) Reconhecimento da total procedência do pedido, com a confirmação da tutela provisória requerida e concedida; c) A condenação da ré ao pagamento de uma indenização por danos morais no montante de R$xxxxx, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais; d) A condenação da ré à reparação dos danos materiais suportados pela parte autora, no montante já apurado de R$xxxxx, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais; Comentado [FC13]: O que se quer? Justifica o para que se vai ao Poder Judiciário. e) A condenação da parte ré em custas processuais e honorários advocatícios no percentual de 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; f) Concessão da gratuidade da justiça; g) Seja a parte ré citada, por correio, para comparecer à audiência de conciliação, sob pena de multa, nos termos do art. 334, §8º, do CPC. h) Em relação aos pontos que não puderam ser comprovados com os documentos acostados a esta petição, seja declarada a inversão do ônus da prova, devido à hipossuficiência da autora, nos termos do xxxxxxxxxxxxxxxxx e demais dispositivos da legislação em vigor, ou, alternativamente, que seja o ônus da prova distribuído de acordo com a teoria da carga dinâmica das provas. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos, prova oral e prova pericial, e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente feito. Dá-se à causa o valor de R$xxxxxxxxxxxxxxxxx Termos em que pede e espera deferimento. Local/Data Assinatura/OAB Gabarito: Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA __VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE ____. Preâmbulo: JULIETA, estado civil, profissão, CPF, e-mail, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante33 Vossa Excelência, por meio de seu procurador, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS C/C REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS Contra CLÍNICA RAIO X, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, e-mail, sediada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir: I – DOS FATOS No dia 03/08/2019 Julieta se submeteu a um procedimento médico junto à requerida denominado ecografia abdominal total, o qual, por erro técnico, ocasionou o extravasamento do contraste, corroendo os tecidos da mão direita de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade. Ademais, em virtude das lesões, a autora passou por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade. Ainda, a autora despendeu, até o presente momento, a quantia de R$30.000,00 (trinta mil reais), gastos estes operados com medicamentos, transporte e fisioterapia, e que, a cada mês, continuam sendo realizados em razão da necessidade de acompanhamento. Desta feita, em razão destes fatos, considerando não ter mais alternativa senão a de ajuizar a presente demanda, a parte autora requer, com os fundamentos jurídicos que passa a expor, uma indenização por danos morais e estéticos, bem como reparação por danos materiais. II – DO DIREITO Consoante dispõe o art. 5º, inciso X, da CF/88, “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Excelência, é cediço que o caso em apreço se trata de erro médico, passível de indenização e reparação.35 A disciplina jurídica sobre o erro médico adequa-se perfeitamente ao Código Civil, como se verá a seguir. Porém, importante destacar que o caso em apreço se enquadra como relação de consumo, a luz do que preconiza o CDC, posto que estamos diante de um fornecedor de serviços de saúde e uma consumidora. Assim, aplicando-se a teoria do diálogo entre as fontes, é possível harmonizar, naquilo que melhor favorecer o consumidor, a aplicação conjunta do CDC e do CC. A propósito, o art. 186, do CC, dispõe que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Veja-se que a conduta do funcionário da parte ré configura ato ilícito, na medida em que realizou o procedimento de injeção de contraste com erro, diante do extravasamento. Logo, caracterizada está a sua imprudência, sobretudo pelos reclamos de dor da paciente. Ademais, o art. 927, do CC dispõe que: “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” E o parágrafo único, reza que “haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” Na mesma linha está o CDC, art. 14. Vejamos: “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.” Logo, o caso em exame revela-se como hipótese de responsabilidade objetiva da parte ré, ou seja, independentemente de culpa. Assim, provado o ato ilícito, o dano e o nexo de causalidade, cabe ao réu indenizar o autor. Senão bastasse isso, o art. 932, dispõe que “são também responsáveis pela reparação civil ... o empregador ou comitente, por seus empregados,36serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”. É dizer: cabe ao empregador a responsabilidade pela reparação dos danos causados por seus empregados. Considerando a extensão dos danos suportados pela parte autora, nos termos do art. 944, do CC, é necessário quantifica- los, conforme art. 949, do CC, tratando de lesões físicas sofridas. Ainda, o ato ilícito, como provocou hipersensibilidade na mão direita da autora, pelo que, conforme art. 950, do CC, faz ela jus, além das despesas e dos lucros cessantes, à pensão correspondente à depreciação sofrida, posto que a lesão lhe diminuiu a capacidade de trabalho. Excelência, não há dúvida que o ato ilícito provocou na autora dano moral e dano estético, diante da dor suportada, inclusive pela limitação funcional da mão direita, pela hipersensibilidade, bem como o asco provocado, pela cicatriz, danos que permitem a indenização, consoante S. 387, do STJ, de forma perfeitamente cumulada. Ademais, quanto à reparação pelo dano material, esta também pode ser cumulada com o dano moral, conforme S. 37, do STJ. Ainda, a indenização por dano moral e estético merece ser corrigida desde o arbitramento, conforme S. 362, do STJ. II.1 Da Gratuidade da Justiça: A autora não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência e cópia dos seus contracheques que junta em anexo. Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, e, pelo artigo 98, do CPC, requer seja deferida a gratuidade da justiça. III – PEDIDOS ANTE O EXPOSTO, requer:37 a) Reconhecimento da total procedência do pedido; b) A condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais no montante de R$xxxxx, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais; c) A condenação da ré ao pagamento de indenização por danos estéticos, no montante de R$xxxxxx, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais; d) A condenação da ré à reparação dos danos materiais suportados pela parte autora, no montante já apurado de R$xxxxx, bem como em quantia a ser apurada enquanto estiver em tratamento, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais; e) A condenação da ré ao pagamento de pensão à autora, em valor correspondente à depreciação sofrida, posto que a lesão lhe diminuiu a capacidade de trabalho, consoante será demonstrado em prova pericial; f) A condenação da parte ré em custas processuais e honorários advocatícios no percentual de 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; g) Concessão da gratuidade da justiça; h) Seja a parte ré citada, por correio, para comparecer à audiência de conciliação, sob pena de multa, nos termos do art. 334, §8º, do CPC. i) Em relação aos pontos que não puderam ser comprovados com os documentos acostados a esta petição, seja declarada a inversão do ônus da prova, devido à hipossuficiência da autora, nos termos do inciso VI, art. 8º, do CDC e demais dispositivos da legislação em vigor. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos, prova oral e prova pericial, e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente feito. Dá-se à causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxxxxx. Termos em que pede e espera deferimento. Local/Data - Assinatura/OAB ********************************** AULA DO DIA 23/08/2022 Revisão teórica: material de apoio sobre a contestação CONTESTAÇÃO Introdução: o ponto a ser estudado neste momento inaugura o tópico das respostas do réu. A principal, mas não a única, é a Contestação. Como foi visto, a Jurisdição é inerte (em regra), sendo provocada a partir da petição inicial (inicia o processo). O Juiz, contudo, em nome do contraditório e da ampla defesa, garantias constitucionais previstas, deve, em regra, ouvir o réu. A manifestação defensiva do réu é denominada de Contestação. Nela, pelo novo sistema, o réu apresenta ampla manifestação defensiva de conteúdo. Pode ser alegado, como se verá a seguir: exceção de suspeição e impedimento (peça apartada, fora da Contestação); exceção de incompetência (preliminar); impugnação ao valor da causa (preliminar: art. 293, do CPC); impugnação à gratuidade (corpo da Contestação), alegações de preliminares e de mérito. Ainda, outras manifestações do réu são as intervenções de terceiro, que podem ser: denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de desconsideração da personalidade jurídica, intervenção de amicus curiae. Importante lembrar que a Contestação é o meio de defesa nos procedimentos comum e especial, mas na execução são os embargos. Atenção: no JEC não cabe intervenção de terceiros (art. 10). Fundamento legal: arts. 335-342, do CPC. Peculiaridades: Enquanto na Petição Inicial o autor pede; na Contestação o réu impede (refuta o autor, com relação ao mérito: improcedência; com relação aos vícios formais, extinção sem resolução de mérito). Ainda, caso o réu queira pedir algo contra o autor, deve fazer na própria Contestação, em tópico próprio, denominado Reconvenção (será tratada em aula própria). Ausência de citação: acarreta revelia (art. 344, do CPC). Efeitos: em regra são graves (presunção de veracidade; prazos correm sem intimação; julgamento antecipado de mérito), conforme arts. 344, 346, 355 e 356, do CPC. Prazo: 15 dias (arts. 219 c/c 335, do CPC). Contagem: em dias úteis, com início a depender do procedimento (art. 334, do CPC: após audiência de conciliação; se houve pedido de cancelamento da audiência de conciliação, a partir do protocolo do pedido pelo réu; art. 231, do CPC: quando não designada audiência de conciliação, a partir do mandado juntado aos autos). Cuidar processo eletrônico. Requisitos formais da Contestação: além dos argumentos defensivos (preliminar e mérito), os requisitos formais, por isonomia com a Petição Inicial, são interpretados à luz dos arts. 319 c/c 336, do CPC. São eles: endereçamento e indicação do número dos autos; nome das partes e qualificação; requerimento de provas; conclusão (extinção, remessa dos autos a outro juízo, improcedência, condenação em sucumbência, Reconvenção, eventualmente, requerimentos de juntada de procuração, exceções e impugnações). Princípio da eventualidade e ônus da impugnação específica: toda matéria de defesa deve constar na Contestação (princípio da eventualidade), sob pena de responder pelo ônus da impugnação específica (art. 341, do CPC: a não impugnação específica presume que o fato não refutado é verdadeiro). Posso aditar a Contestação se ainda estiver dentro do prazo para defesa? Debate sobre os arts. 336 e 223, do CPC (ocorrência de preclusão consumativa; impossibilidade de aditar a Contestação). Conteúdo da Contestação: É possível defesa por negativa geral: em regra não, sob pena de suportar o ônus da impugnação específica. Exceção: art. 341, parágrafo único, do CPC (defensores públicos e outros). O que deve constar? Permite uma divisão de conteúdo (aspectos formais/preliminares e materiais/mérito), com consequências diversas em termos de conteúdo. Aspectos materiais: é a defesa de mérito. É baseada na relação jurídica de direito material, no tema do mundo dos fatos (exemplo: qual o prejuízo material pelo acidente de trânsito?). Está disciplinada nos arts. 336-341, do CPC. Pode ser direta (réu nega a existência do fato alegado pelo autor, ou se o aceita, inadmite as consequências; exemplo: dano moral por discussão; admite a discussão, mas nega o dano) ou indireta (o réu não nega os fatos, mas alega alguma situação extintiva, impeditiva ou modificativa; exemplo: admite o contrato,mas prova que já pagou). O que se pede? A improcedência do pedido. Consequência: decisão com resolução de mérito (art. 487, Inciso I, do CPC), em regra com o impedimento de nova propositura de demanda (coisa julgada material)→ fim da atuação cognitiva do órgão decisório. Atenção: prescrição e decadência são matérias que resolvem o mérito (art. 487, Inciso II, do CPC), devendo ser alegadas depois das preliminares (prejudicial de mérito). Aspectos formais: é a chamada defesa processual ou preliminar, sobre algo que tenha ocorrido no processo. Neste ponto priorizam-se as discussões formais, ou seja, os aspectos processuais, formais e procedimentais (pressupostos processuais e condições da ação). Está disciplinada nos arts. 337, 485 e 330, do CPC (fazer leitura nesta ordem). Se a matéria estiver em um desses dispositivos, é de ordem processual. É chamada de preliminar porque, caso seja acolhida, não se aprecia o mérito. Ordem: primeiro se alegam as preliminares (art. 337, do CPC); depois o mérito. As matérias a serem alegadas, consideradas vícios formais, estão no art. 337, do CPC. Consequências de uma alegação de defesa processual acolhida: a) extinção do processo, sem resolução de mérito, desde que haja essa previsão no art. 485, do CPC (é a defesa peremptória, como a falta de interesse de agir, do art. 337, inciso XI, do CPC); b) prévia possibilidade de correção da falha por parte do autor, sob pena de extinção do processo (é a defesa dilatória potencialmente peremptória, como exemplo a ausência de recolhimento de custas, que permite a emenda, conforme art. 321, do CPC – art. 337, Inciso XII, do CPC c/c 330, Inciso IV e 485, Inciso I, do CPC); c) alteração do juízo responsável pelo julgamento da causa (não se fala em extinção, mas em defesa dilatória, como as hipóteses de incompetências absoluta e relativa a serem alegadas em preliminar – art. 337, Inciso II, do CPC; não há previsão de extinção no art. 485, do CPC, mas de remessa ao juízo competente, conforme art. 64, §3º, do CPC). Ainda, além destas três situações existem outras: requerer suspensão (art. 313, do CPC), devolução de prazo para contestar (art. 337, Inciso I, do CPC). A alegação de ilegitimidade passiva traz uma nova consequência ao réu: deve apontar quem deve ser o réu correto (art. 339, do CPC). **************************************************** AULA DO DIA 29/08/2022 *audiências: relatórios prontos com certificados, fazer o arquivo em PDF tudo junto (das 05 audiências) = Ex: relatório + certificado (audiência 01) 1. Ler o Enunciado 2. Sublinhar pontos mais importantes no comunicado 3. Identificar teses possíveis Caso 02: Contestação JULIETA, residente e domiciliada na cidade de Canoas, ingressou com ação de reparação de danos materiais e indenizatória por danos morais contra Clínica RAIO X na 1ª Vara Cível do Foro Central, da Comarca de Porto Alegre/RS, distribuído o feito por autos eletrônicos (E-proc), ao argumento de que, no dia 03/08/2018, por indicação médica, dirigiu-se até à referida clínica de imagem, sediada na cidade de Novo Hamburgo/RS, para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, após ler e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido – que apontava como risco do procedimento o extravasamento do contraste –, a paciente submeteu-se ao procedimento e, ao receber a injeção do mesmo na mão direita, informou ao médico réu que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade. Em razão destas circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade, comprovadas por fotos e laudo médico, elaborado por seu clínico geral. Para tratar as lesões, JULIETA referiu que despendeu, no período de 03 (três) anos, a quantia de R$30.000,00 em gastos com medicamentos, transporte e fisioterapia, juntando notas fiscais de medicamentos e combustível. Aduziu, ainda que sem demonstrar os seus ganhos mensais, que trabalhava e percebia a quantia de R$4.500,00 ao mês e que em razão das lesões não está mais trabalhando, o que lhe tem causado, somado à cicatriz, depressão e baixa estima. Diante desta situação, JULIETA, conforme mencionado no início do caso, ajuizou, em 13/03/2021, ação indenizatória contra a Clínica RAIO X, postulando indenização por danos materiais no montante de R$30.000,00, danos morais, a serem arbitrados pelo juízo, e pedido de pensionamento mensal, na quantia de R$4.500,00, tudo com incidência de juros e correção monetária pelo IGPM a partir da data do evento danoso (procedimento de contraste). Ainda, a autora manifestou não ter interesse na audiência de conciliação, postulando pela gratuidade da justiça, sem juntar qualquer documento. Recebida a inicial e concedida a gratuidade da justiça. A Clínica RAIO X é citada em 09/08/2022 (terça-feira), sem que tenha sido aprazada audiência de conciliação. O mandado de citação foi juntado aos autos em 12/08/2022 (sexta-feira), sendo aberto no E-proc o seu prazo para defesa em 22/08/2022 (segunda-feira). Com base apenas nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto, você, na condição de advogado(a), é contratado(a) pela Clínica RAIO X para representá-la em juízo. Sua cliente informou que não tem interesse na audiência de conciliação. Assim, faça a medida judicial adequada na defesa dos interesses de sua cliente. Apresente a peça no último dia do prazo, e assine-a como Rui Barbosa, OAB 001. GABARITO: Gabarito: De que lado eu estou? Réu. Em que fase eu estou? Conhecimento. Qual o problema central? Responsabilidade civil. Endereçamento: 1ª Vara Cível do Foro Central, da Comarca de Porto Alegre/RS. Preâmbulo: nome das partes (Clínica Raio X e Julieta), nome da peça (Contestação) e fundamento legal da medida (art. 335 e seguintes do CPC). Desenvolvimento: I – Da síntese da inicial (...) II – Preliminarmente (...) Incompetência territorial (art. 337, inciso III, do CPC): regra geral é a do art. 53, IV, a, do CPC (do lugar do ato ou fato para a ação de reparação de dano). No caso de norma mais benéfica, aplicando- se o art. 101, I, do CDC, o foro do domicílio do autor. Assim, Canoas (domicílio da autora) ou Novo Hamburgo (sede da ré e local do fato). Inépcia da inicial (art. 337, inciso IV, do CPC): a parte autora deixou de quantificar o dano moral, pelo que o pedido deve ser certo, determinado e quantificado (art. 330, §1º, I, do CPC). Violação ao art. 292, inciso V, do CPC. Indevida concessão do benefício da gratuidade da justiça (art. 100 c/c art. 337, inciso XIII, ambos do CPC): indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça deve ser impugnada em preliminar, posto que a parte autora não comprovou os requisitos do art. 98 e seguintes do CPC. III – Denunciação da lide: Nos termos do art. 125 e 128, do CPC. A responsabilidade pelo procedimento é do médico, cabendo a ele, caso se entenda havido o ato ilícito, responder por eventual dano causado à parte autora. IV – Do mérito (...) Alegar todas as teses de mérito possíveis: ônus da impugnação específica (princípio da eventualidade). Afastar a aplicação do CDC (afastar a responsabilidade objetiva, exigindo a teoria da responsabilidade subjetiva pelo ato do médico). Afastar o ato ilícito, tratando o caso como risco do procedimento, previsto inclusive no termo de consentimento livre e esclarecido, o que foi assinado pela autora, estando ela,portanto, ciente dos riscos. Isso porque não está preenchidos os requisitos do art. 186, do CC: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, já que não vou ação voluntária por negligência ou imprudência, pois o extravasamento é um risco do procedimento, e o médico observou o dever de informação ao entregar o termo de consentimento ao paciente, que o leu e o assinou. Assim, inexistindo ato ilícito não há que se falar em obrigação de reparar danos ou indenizar, conforme art. 927, do CC. Caso não seja esse o entendimento deste juízo, o que se admite apenas para argumentar, e pelo princípio da eventualidade, a autora deixou de quantificar o dano moral pretendido, pelo que, considerando a superficial cicatriz, e a prudência de Vossa Excelência, até mesmo considerando casos semelhantes, que a indenização seja fixada sem ultrapassar o máximo de R$1.000,00. Quanto aos danos materiais, em primeiro, os recibos apresentados pela autora não possuem vínculo com o evento, posto que recibos de combustível podem ser para qualquer finalidade sem relação direta com o episódio, além do que os recibos de medicamentos não estão acompanhados de receita médica referente ao tratamento sobre a lesão, bem como inexiste comprovação da necessidade de tratamento fisioterápico. Logo, restam impugnados, pelo que inexiste dever material de indenizar. Ainda, melhor sorte não lhe assiste o fato de postular pensionamento sem que ao menos fizesse prova de que exercia atividade laboral. Logo, inexiste dever de indenizar pensionamento para quem não exercia atividade laboral, exigência do art. 950, do CC “Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.” V – Da conclusão (ou Pedidos): Ante o exposto requer o réu (...) a) Preliminarmente, o reconhecimento da.... com extinção do feito, sem resolução de mérito, com base no art. 485... (havendo mais de uma, podese dividir em mais tópicos). b) Se afastadas a preliminares, o que não se espera, a total improcedência da ação, com o reconhecimento, no mérito, de que... c) Na remota hipótese de procedência da ação, que seja julgada procedente a denunciação da lide, condenando-se, nos termos do art. 129, do CPC, o denunciado a pagar.... d) Subsidiariamente, sendo jugada procedente a ação, que seja estabelecida a indenização em patamares menores... e) A condenação da parte autora no ônus de sucumbência, nos termos do art. 85, do CPC... f) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados aos autos, bem como provas oral e pericial, com depoimento pessoal da autora, inclusive, a ser designada por este douto juízo. Termos em que pede e espera deferimento. Porto Alegre, 12 de setembro de 2022. Rui Barbosa OAB 001 MODELOS CONTESTAÇÃO: Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE . Comentado [FC2]: Se for competência federal, denomina- se Juiz Federal da Subseção Judiciária de... Comentado [FC1]: Lembre-se que a competência pode ser compreendida como a medida da Jurisdição (ou melhor, a medida da extensão do poder de julgar), em razão da complexidade de matérias e a extensão territorial do Brasil. Assim, deve-se perguntar antes de ajuizar: Qual a Justiça? Qual o Foro? Qual o juízo? Qual o juizado? Essas perguntas, na contestação, são importantes para depois, caso exista alguma preliminar de incompetência para Processo nº xxxxxxxxxx xxxxxx Autor: xxxxxxxxx Réu: xxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xx Preâmbulo: NOME DO RÉU, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade), apresentar, com base no art. 335 e seguintes, do Código de Processo Civil, CONTESTAÇÃO À Ação xxxxxxxxxxxxxxxx, movida por NOME DO AUTOR, já qualificado, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir: Estrutura: I – DA SÍNTESE DA INICIAL (O QUE, QUANDO, ONDE, QUEM E POR QUE?) Busca a parte autora a tutela do Poder Judiciário pleiteando xxxxxxxxx. Afirma na exordial que xxxxxxxxxxxxxxx A demanda foi ajuizada em xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. É a breve síntese do Comentado [FC6]: Aqui recomenda-se dividir em tópicos. Exemplo: síntese da inicial. Subitem: dos pontos incontroversos. Dos pontos controversos. Comentado [FC4]: Em tese, só será feita a qualificação se o autor não a fizer adequadamente. Se não possui, e-mail recomenda-se indicar que não tem e que isso não prejudica sua identificação civil. Cuidar se terá pedido contraposto/reconvenção. Comentado [FC3]: Não é necessário juntar cópia, mas indicar o número (CPC e Lei n. 11.419/2006). Comentado [FC5]: Nome da peça. necessário. I.1 DOS FATOS INCONTROVERSOS. Da narrativa trazida na inicial, destacam-se como pontos incontroversos o seguinte xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Comentado [FC10]: Os pedidos defensivos são, em ordem, semelhantes aos autorais. CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS: I.2 DOS FATOS CONTROVERTIDOS. No tocante aos fatos articulados pela parte autora, é incorreto afirmar que xxxxxxxxxxxxx. II – PRELIMINARMENTE Antes de adentrar no mérito, necessário que a parte ré aponte algumas defesas processuais que se aplicam ao caso em exame. Vejamos: III. PREJUDICIAIS DE MÉRITO Quando existirem situações que fazem coisa julgada material, sem a necessidade de exame do mérito. IV. MÉRITO Caso superadas as preliminares e prejudiciais, o que não se espera, tampouco o mérito deve prosperar. Assim, importante dizer que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Assim sendo, improcede a demanda ajuizada pela parte autora. III – ANTE O EXPOSTO, requer: a) Preliminarmente, seja acolhida a tese de xxxxxxxxxxxxxxxxxxx; b) Seja, caso não acolhidas as preliminares aventadas, seja reconhecida e acolhida a prejudicial de mérito de xxxxxxxxxxxxxxxx; c) Se afastadas as preliminares e prejudiciais arguidas, no mérito, pugna pela improcedência da demanda, com o reconhecimento de xxxxxxxxxxxxx; d) Subsidiariamente, na remota hipótese de procedência dos pedido principal, seja afastada a xxxxxxxxxxxxxxxxxx, ou, ainda, que condenação da parte ré se limite a xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx; e) A condenação da parte autora em custas processuais e honorários advocatícios no percentual entre 10% e 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; Comentado [FC8]: Conforme art. 337, do CPC, algumas matérias devem ser alegadas antes do mérito. Leitura conjunta com o art. 330 e art. 485, CPC. Comentado [FC7]: Pontos fáticos de discordância com o autor. Comentado [FC9]: Neste ponto discute-se e/ou refuta-se as teses aventadas pelo autor. f) Concessão da gratuidade da justiça; g) Seja realizada audiência de conciliação, nos termos do art. 334, do CPC. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos, prova oral e prova pericial, e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente feito. Termos em que pede e espera deferimento. Local/Data Assinatura/OAB Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE . Processonº xxxxxxxxxxxxxxxx Autor: xxxxxxxxx Réu: xxxxxxxxxx Preâmbulo: NOME DO RÉU, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade), apresentar, com base no art. 335 e seguintes, do Código de Processo Civil, CONTESTAÇÃO À Ação xxxxxxxxxxxxxxxx, movida por NOME DO AUTOR, já qualificado, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir: Estrutura: I – DA SÍNTESE DA INICIAL (O QUE, QUANDO, ONDE, QUEM E POR QUE?) Busca a parte autora a tutela do Poder Judiciário pleiteando xxxxxxxxx. Afirma na exordial que xxxxxxxxxxxxxxx Comentado [FC6]: Em tese, só será feita a qualificação se o autor não a fizer adequadamente. Se não possui, e-mail recomenda-se indicar que não tem e que isso não prejudica sua identificação civil. Cuidar se terá pedido contraposto/reconvenção. Comentado [FC5]: Não é necessário juntar cópia, mas indicar o número (CPC e Lei n. 11.419/2006). Comentado [FC1]: A contestação é sempre dirigida ao juízo que determinou a citação do réu, ainda que se pretenda alegar incompetência Comentado [FC2]: Se for competência federal, denomina- se Juiz Federal da Subseção Judiciária de... Comentado [FC3]: É fundamental indicar o número dos autos em que tramita o processo para que a petição seja devidamente anexada a ele Comentado [FC4]: Não é imprescindível indicar o nome das partes aqui, embora recomendável. Comentado [FC7]: Nome da peça. Comentado [FC8]: Aqui recomenda-se dividir em tópicos. Comentado [FC9]: Embora não seja obrigatório, recomenda-se para facilitar a compreensão da causa por parte do juiz/examinador. A demanda foi ajuizada em xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. É a breve síntese do necessário. I.1 DOS FATOS CONTROVERTIDOS. No tocante aos fatos articulados pela parte autora, é incorreto afirmar que xxxxxxxxxxxxx. Comentado [FC10]: Importante dizer que, se for feita simples, neste momento não se toma partido, apenas se resume o que o autor quer. Se existirem pontos controvertidos sobre os fatos, pode-se abrir subitem com esse ponto. Comentado [FC11]: Pontos fáticos de discordância com o autor. II – PRELIMINARMENTE Antes de adentrar no mérito, necessário que a parte ré aponte algumas defesas processuais que se aplicam ao caso em exame. Vejamos: III. Caso superadas as preliminares e prejudiciais, o que não se espera, tampouco o mérito deve prosperar. Assim, importante dizer que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Assim sendo, improcede a demanda ajuizada pela parte autora. Acaso entenda pela procedência, o que se admite apenas para bem b) Seja, caso não acolhidas as preliminares aventadas, seja reconhecida e acolhida a prejudicial de mérito de xxxxxxxxxxxxxxxx; c) Se afastadas as preliminares e prejudiciais arguidas, no mérito, pugna pela improcedência da demanda, com o reconhecimento de xxxxxxxxxxxxx; d) Subsidiariamente, na remota hipótese de procedência dos pedido principal, seja afastada a xxxxxxxxxxxxxxxxxx, ou, ainda, que condenação da parte ré se limite a xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx; e) A condenação da parte autora em custas processuais e honorários advocatícios no percentual entre 10% e 20%, consoante disposto no art. 85, do CPC; f) Concessão da gratuidade da justiça; g) Seja realizada audiência de conciliação, nos termos do art. 334, do CPC. MÉRITO Comentado [FC12]: Inicia-se com as defesas processuais. Conforme art. 337, do CPC, algumas matérias devem ser alegadas antes do mérito. Leitura conjunta com o art. 330 e art. 485, CPC. Com isso, abre-se tópico sobre as preliminares. Comentado [FC13]: Neste ponto discute-se e/ou refuta-se as teses aventadas pelo autor. Parte da doutrina entende que é possível tratar como tese de mérito a prescrição, seguindo a dicção do art. 487, II, do CPC; outra corrente entende que se deve tratar como prejudicial de mérito. Comentado [FC14]: Com relação às teses, não há necessidade de citar por inteiro o artigo, bastando que seja referido e contextualizado com a tese. Na OAB recomenda- se que o artigo seja reproduzido e articulado, ao menos em parte. Comentado [FC15]: Trata-se do princípio da eventualidade, em que se suscita apenas se a tese principal não for acolhida. Comentado [FC16]: Os pedidos defensivos são, em ordem, semelhantes aos autorais. A cada pedido deve-se mencionar a consequência específica para cada alegação. Exemplo: incompetência territorial – remessa ao juízo competente. Comentado [FC17]: Opta-se pela expressão conclusão e não pedido, porque quem pede é o autor; o réu impede. argumentar, oportuno destacar que xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. III – CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS: ANTE O EXPOSTO, requer: Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos, prova oral e prova pericial, e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente feito. Termos em que pede e espera deferimento. Local/Data Assinatura/OAB ****************************** AULA DO DIA 30/08/2022 OUTROS MEIOS DE DEFESA DO RÉU Introdução: como vimos anteriormente, a Contestação é uma das formas de defesa do réu. Pelo CPC atual, muitas peças antes autônomas passaram a integrar a Contestação em tópicos próprios, ou como preliminares, ou, ainda, por simples petição, a depender do momento processual. É o caso da: reconvenção (art. 343, do CPC), exceção de incompetência relativa (art. 337, II, CPC), impugnação ao valor da causa (art. 337, III, do CPC) e impugnação à gratuidade da justiça (art. 100, do CPC). Por seu turno, a exceção de suspeição ou impedimento agora é apresentada em simples petição apartada, e não em forma de exceção (art. 146, CPC), apenas suspendendo o processo (art. 313, III, do CPC). Impedimento e suspeição: o magistrado pode, por vezes, ter algum relacionamento pessoal com as partes do processo, com seus advogados, ou com a causa, o que o coloca em uma situação de dúvida quanto à isenção para o julgamento da causa (imparcialidade). Para resolver esta situação, existem os institutos da suspeição e do impedimento, que visam guardar um juiz imparcial, o que se espera de toda Jurisdição. Impedimento: concretiza situação objetiva, caracterizada pelo envolvimento do magistrado com um dos participantes do processo ou com a causa, consoante dispõe o art. 144, do CPC (exemplo: Juiz que atuou em primeiro grau não pode oficiar no segundo grau; familiar do Juiz seja parte; etc.). Se diz situação objetiva porque eu posso demonstrar objetivamente o comprometimento do Juiz. Suspeição: concretiza situação subjetiva, caracterizada pelas máximas de experiência comum, as quais não recomendam que o Juiz julgue determinada causa, consoante dispõe o art. 145, do CPC (exemplo: Juiz que é amigo ou inimigo da parte; Juiz que é credor ou devedor de uma das partes etc.). Formalidades: inexiste, pois a alegação ocorre por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias a contar do conhecimento do fato (art. 146, do CPC), suspendendo-se o processo (art. 313, III, do CPC). Outras informações: pode ser alegada pelo autor, e cabe contra o MP e demais sujeitos imparciais. Se o juiz reconhece, determina a remessa ao substituto; se não reconhecer, a petição é autuada e, com a manifestação do Juiz, remetida ao Tribunal para julgamento. Acolhida a alegação, remete-se ao substituto legal e o Juiz é condenado a pagar custas, decisão está passível de recurso pelo Juiz. Intervenção de terceiros:
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