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1956 7 EHTOMOLOGIA (AEDKA laBENSE PEST MGMI IBTO AHAI<YSIS CIS AETBB, FOKEST GIiES SBCIIOM, iBiAHC I?ASHX»eiO», DC B0307 ....; UNIVERSIDADE DE SAG PAULO REITOR Prof. Dr. Luis Ant6nio da Gama e Silva V1CE-REITOR Prof. -Dr. Mdrio Guimaraes Ferri EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO COMISSAO EDITORIAL P;RES1DENTE Prof. Dr. Mdrio Guimaraes Ferri FACULDADE DE FILOSOF1A, ClENCtAS E LETRAS M EM BR OS Proj. Dr. A. Brifo da Cunha Proj. Dr. C. da Silva Lacaz FAC. DE F1LOS., CIEN. E LETRAS FACULDADE DE MEDICINA Proj. Dr. Miguel Reale Proj. Dr. Waller Borzani FACULDADE DE DIREITO ESCOLA POL1TECNICA OSWALDO PAULO FORATTINI Professor Associado do Departanienio de Parasitologia da Facul- dade de Higiene e Scuide Publica da Universidade de Sao Paulo DEPfiNSE PEST MOMT INFO ANALYSIS CTR AFPMB, FOREST QLgN SECTION, WRAMfl WASHINflTON. DC 20307,.5001i ^ Entomologia Medica 3.° VOLUME Culicini: Haemagogus, Mansoriia. Culiseta. Sabethini. ToxorhYnchitini. Arboviroses. Filariose bancroftiana. Genetica. DEFENSE PEST MGMT INFO ANALYSIS CTR AFPMB, FOREST GLEN SECTION, WRAMC WASHINGTON, DC 20307.5001 EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO 1965 EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAG PAULO Cidade Universitaria "Armando de Salles Oliveira" Edificio da Reitoria � 6.° andar Butanta � Sao Paulo � Brasil IMPRESSO NOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL Printed in the United States ol Brazil A memoria de meu pai INTRODUg&O Exigencias graficas determinaram a conveniencia na separacao deste 3." volume. Sem prejuizo porem de, juntamente corn o ante- rior, formarem conjunto completo, no que concerne aos assuntos neles tratados. Torna-se portanto desnecessario repetir aqui, o que foi apresentado na introducao referente ao 2.° tomo. A ela pois, en- viamos o leitor interessado em conhecer o piano, e outros detalhes, que nortearam a elabora^ao dos dois livros. Constitui ponto pacifico o concetto de Entomologia Medica, no sentido de compreender o estudo epidemiologico das molestias vei- culadas ou determinadas pelos artropodes. Dessa forma, seria mais adequada a denominacao Entomologia Sanitaria, e a conservacao daquela, admite-se apenas por ser consagrada pelo uso. Assim pois, nao sera demais ressaltar a preocupacao constante desse aspecto no trato da materia. Tudo o que foi esplanade nas primeiras paginas, destina-se a ser aplicado na compreensao do assunto especificamente pertinente aos dois ultimos capitulos, ou sejam, das arboviroses e da filariose bancroftiana. Assim sendo, acreditamos que o leitor po- dera informar-se, de maneira satisfatoria, s6bre a estrutura epide- miologica dessas molestias, e das possibilidades profilaticas atual- mente disponiveis para as mesmas. Nao seria possivel encerrar o estudo da familia Calicidae, sem abordar de maneira conveniente, os conhecimentos atuais s6bre a genetica desses insetos. E o que foi feito, mediante apendice, no final deste volume. Ali o leitor podera familiarizar-se corn esse inte- Tessante assunto, atualmente constitiiindo campo dos mais promisso- res para a investigacao. Atraves tais estudos, poderao ser encontra- das respostas que esclarecam numerosos asp’ectos obscuros. Sao eles os referentes a resistencia aos inseticidas, as assim ditas mudan^as de comportamento, a dinamica e composi^ao populacional, e a varies outros. Sao questoes que, no momento atual e em futuro proximo, tenderao a se ag.ravarem, exteriorizando-se em problemas sanitarios a exigir solu^ao. Sao Paulo, mar^o de 1965. OSWALDO. PAULO FORATTINI SUMARIO CAPITULO I � Q6NEROS HAEMAGOGUS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS ....................................... 11 CAPiTULO II � TRIBOS SABETHINI E TOXORHYNCHITINI ..... 135 CAPITULO III � ARBOV1ROSES .................................... 199 CAPiTULO IV � FILAR10SE BANCROFTIANA ...................... 325 APENDICE N.0 1 � GENfiTICA DE CULICIDAE .................... 357 APENDICE N.« 2 � T6CNICAS ..................................... 387 INDICE ANALiTICO ..........,.........:......................... 405 CAPITULO I GENEROS HAEMAGOGUS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS Considera^oes gerais Genero Haemagogus Diagnose Classificai;ao Habitos Importancia medica e sanitaria Subgenero Sfegoconops Haemagogus capricornii Hciemagogus mesodenlatus Outras especies Subg^nero Haemagogus Haemagogus liicifer Haemagogiis iridicolor Outras especies Subgenero Longipalpifer Haemagogiis eqiiwus Outras especies Genero Mansoflia Diagnose Classificacao Habitos Importancia medica e sanitaria Subgenero CoquiUeffidia Mansonia pertlirbans 12 ENTOMOLOGIA MSDICA Subgenero Mansoma Mansoma titlllans Outras especies Subgenero Rhynchotaenia Mansonia veneziielensis Outras especies Genero Culisela Diagnose Classificacao Habitos Importancia medica e sanitaria Subgenero Climacura Ciiliseta melanura Subgenero Ciiliseta CaUseta inornata Outras especies Subgenero CuUcella Outros generos de Ciilicini Chaves para as especies de Haemagogus Craves para as especies de Mansonia Chaves para as especies de Ciiliseta Referencias CONSIDERA(;6ES GERA1S Os generos Haemagogus, Mansonia e Culiseta, constituem os outros grupos de culicineos que encerram representantes corn algum interesse medico para o Continente Americano. Contudo, corn o pro- gredir das investigacoes, essa importancia tendera possivelmente a aumentar. Estas, principalmente as concernentes ao cicio natural de certos virus indicam, cada vez mais, a responsabilidade vetora por parte desses mosquitos, de tais agentes passiveis de afetar o homem e animais domesticos. As demais categorias genericas de Culicim, embora atualmente dotadas de reduzido interesse sanitario, poderao possui-lo em carater potencial. Os escassos conhecimentos disponi- veis sobre a sua biologia, sao de molde a nao exclui-las de possiveis papeis epidemiologicos a serem desvendados atraves futuras investi- gacoes. Por esse motive, embora de maneira suscinta, merecerao eles algum tratamento nas paginas que seguem. Genero HAEMAGOGUS Williston, 1896 DIAGNOSE � Os adultos apresentam-se corn o corpo ampla- mente coberto de escamas, as quais sao de aspecto colorido metalico, principalmente as occipitais, mesonotais e abdominais. Os palpos femininos sao curtos, ao passo que os masculines variam sensivel- mente em comprimento. Tal variacao pode ir desde o equivalente a dois tercos da proboscida, em Longipalpifer, ate um sexto do mesmo valor, nas demais especies. A tromba e geralmente tao longa quanto o femur anterior. As antenas dos individuos masculinos, possuem plumosidade variavel. Assim e que ela e fortemente plumosa em Stegoconops, ao passo que se apresenta esparsamente setosa em Haemagogus s. str.. No torax observa-se os lobos pronotais bem desenvolvidos e aproximados na linha media, quando observados pela face dorsal. Cada um deles e sensivelmente maior do que o meron. No que concerne a quetotaxia toracica, nota-se a ausencia das cer- das dorsocentrais e acrosticais do mesonoto. Nas pleuras, observa-se a existencia das setas pronotais, anteriores e posteriores, esterno- pleurais e mesepimerais superiores. Tanto o mesonoto como as pleu- ras apresentam-se intensamente revestidos de escamas. A margem superior do meron esta no mesmo nivel da base da coxa posterior. Nas pernas, o I segmento tarsal posterior e de comprimento equiva- 14 . ENTOMOLOGIA M fi D I C A lente ao da tibia correspondente. As garras tarsais podem ser sim- ples ou denteadas. A asa possui esquamula corn franja completa. 0 VIII segmento abdominal feminino e estreito lateralmente e uni tanto retratil, sendo curtas as cercas. A genitalia masculina e do mesmo aspecto geral da apresentada pelos Aedes do subgenero Finlaya. Como aspecto constante, pode-se observar a presenca de fileira de escamas na face interna da metade distal do basistilo. 0 mesosoma apresenta-se indiviso e em forma globosaou ovoide. 0 decimo esternito e de extremidade romba onde apresenta fina franja, a maneira de pente. 0 nono tergito pode apre- sentar lobos evidentes ou atrofiados, e corn ou sem setas espinifor- mes. Na margem distal do VIII segmento, verifica-se a presenca de conjunto ou fileira de cerdas ou escamas diferenciadas. Quanto a larva, apresenta ela os mesmos aspectos gerais men- cionados para o genero Aedes. CLASSIFICACAO � 0 genero Haemagogus apresenta afinida- des corn os Aedes do subgenero Finlaya. Segundo Edwards (1932), representa ele urn desenvolvimento desse grupo, atraves algumas es- pecies, tais como A. leucocelaenus, as quais, para alguns autores de- veriam mesmo ser colocadas neste genero (Castro, 1959). Admite-se a divisao do grupo em tres categorias subgenericas, a saber: Haemagogus Williston, 1896. Stegoconops Lutz, 1905. Longipalpifer Levi-CastiIlo, 1951. As especies de Haemagogus s. str. apresentam os machos pos- suindo as antenas esparsamente pilosas, ao passo que tais apendices sao intensamente plumosas em Stegoconops. Por sua vez, os indivi- duos masculinos desses dois subgeneros, possuem os palpos curtos, enquanto que em Longipalpifer, eles atingem a dois tercos do com- primento da trornba. fistes mosquitos distribuem-se, praticamente de maneira exclusi- va, pela regiao neotropical. Uma especie, o H. equinus, chega a atingir alguns pontos meridionals da area neartica. Os demais, sao encontrados amplamente pelas Americas, Central e do Sul. 0 genero Haemagogus compreende, ate o niomento, 19 especies validas das quais, 8 pertencem ao subgenero Haemagogus, 7 a Ste- goconops e 4 a Longipalpifer. Trata-se de grupo de culicinos que necessita de maiores e mais detalhados estudos taxonomicos. Nao somente no que concerne a subdivisao do genero, como ao reconhe- cimento das varias categorias especificas. GCNEROS HABMAdOOVS, JUANSONIA, OULISETA E OUTROS 15 HABITOS � De maneira semelhante aos Aedes, os ovos de Haemagogus resistem por longo tempo, antes da eclosao. Algumas observances indicam periodos prolongados de ate 6 e 7 meses (Kumm, Osorno-Mesa .e BoshelI-Manrique 1946, Galindo, Carpenter e Trapido 1955). A saida das larvas parece estar tambem sujeita a influencia de varias condicoes como sejam, as diferenpas estacionais do ano, �^ elementos individuais das femeas e das racas. Porem o fator princi- pal, pelo menos nas condicoes naturais, parece residir na diminuicao da concentracao de oxigenio da agua. Ao lado disso, ha evidencias que indicam a ocorrencia de diferencas especificas (Hovanitz, 1946). Nesse sentido, sao sugestivas as observacoes levadas a efeito por Oa- lindo, Carpenter e Trapido (1955), colocando em contacto corn o meio liquido, em sucessivos tempos diversos, os ovos obtidos no campo. Os resultados indicarani, segundo esses autores, pelo menos dois tipos de comportamento na eclosao. Urn deles, ilustrado pelo H. equimis, apresenta o fenomeno desde o primeiro contacto corn a agua, continuando pelos outros seguintes, por tempo prolongado, ate que todos os ovos viaveis tenham libertado as larvas neles contidas. No outro, exemplificado pelo H. capricornii, nao ocorrem eclosoes por ocasiao dos dois primeiros contactos, mas Sim do terceiro em diante, continuando depois nos seguintes. Evidentemente, as consequencias de tais diferencas de comportamento, condicionam correspondentes discrepancias na densidade desses mosquitos, nas diversas epocas do ano. Assim e que os do primeiro tipo aumentam-na logo ho inicio da estacao chuvosa, ao passo que os do segundo somente atingem os valores maximos, decorridos alguns meses dessa ocasiao. Tudo indica pois, que se trata de resposta fisiologica especificamente dife- rente a estimulos exteriores equivalente (Oalindo, Carpenter e Tra- pido, 1.955). As posturas sao levadas a efeito em recipientes os quais, pelo que ate agora se conhece, constituem o tipo exclusive de criadouros destes culicinos. Sao eles, na sua maioria, de carater natural e re- presentados pelos buracos ou 6cos de arvores. Em casos menos comuns, foram registrados outros receptaculos naturais como, bamblis e cascas de cocos e, mais raramente, alguns artificials como pneuma- ticos abandonados. Os adultos sao mosquitos de habitos essencialmente silvestres, vivendo em ambiente florestal. As femeas sao hematofagas e de atividade diurna, exercendo-a predominantemente nos niveis eleva- dos da copa das arvores. IMPORTANCIA MfiDICA E SANITARIA � 0 interesse sani- tario para as especies de Haemagogus adquiriu vulto desde as obser- vacoes iniciais de Shannon, Whitman e Franca (1938), que indica- 16 ENTOMOLOGIA MSDICA ram a capacidade destes mosquitos veicularem o virus da febre ama- rela, no ambiente florestal. Isolamentos ulteriores e evid6ncias epide- miologicas obtidas mediante investigacoes levadas a efeito em varies pontos das Americas, do Sul e Central, tern revelado- esse papel para varias especies do genero. Assim sendo, estes culicinos sao atual- mente considerados como elos importantes no cicio natural do virus ainarilico. Alem destes, outros agentes virais tern sido encontrados infectando-os, na natureza. Contudo, o significado epidemiologico desses achados constitui ainda, assunto aberto a investigacao. Dessa maneira, vao enumeradas a seguir, as especies que atual- niente encontram-se incriminadas como veiculadoras da febre ama- rela silvestre, e corn algum outro interesse medico, na regiao neo- tropical : ESP6CIES DE HAEMAGOGVS DE INTER6SSE MfiDICO SuBOfiNERO Siegoconops . Haemagogus Longipalpifer ESPECIE H. capricornii H. mesodentatlls H. iridicolor H. lucifer H. equinus SUBGENERO STEGOCONOPS LUTZ, 1905 � Os adultos deste grupo apresentam os individuos masculinos corn antenas intensamen- te plumosas, e os femininos corn as garras tarsais anteriores dentea- das. Na asa, observa-se que o peciolo,.da ceiula furcada anterior e na maioria dos casos, mais longo do que a rnesnia. Na genitalia masculina observa-se o basistilo destituido de conjunto de cerdas finas e longas, na extremidade apical, junto a articulacao corn o dis- tistilo; o nono tergito apresenta lobos evidentes, embora pequenos, e corn setas neles implantadas. Na larva, o pecten do VIII segmento e constituido por elementos dispostos em uma so fileira. Nesta categoria subgenerica acham-se incluidas, ate o momento, 7 especies. Duas delas, como se viu atras, sao consideradas eficien- tes vetoras da febre amarela silvestre. Merecerao elas tratamento especial nas linhas que seguem. HAEMAGOGUS (STEGONOCOPS) CAPRICORN 11 LUTZ, 1904 (fig. 1). SINONlMIA � H. spegazzinii (nee Brethes, 1912). GENEROS HAEMACfOGUS, MANSONIA, CVUSETA E OUTROS 17 DIAGNOSE � Os adultos apresentam a proboscida escura, corn reflexes azulados e pouco mais longa do que o femur anterior; o occipicio e recoberto de escamas largas dotadas de reflexes azulados; os palpos masculinos sao curtos, corn cerca de duas a tres vezes o comprimento do clipeo, e as antenas, nesse sexo, apresentam-se inten- samente plumosas. 0 torax e inteiramente recoberto de escamas, as quais sao douradas, nos dois tercos mesonotais anteriores, e corn re- flexes azul-esverdeados, no terco posterior dessa regiao, no escutelo, e nos lobos pronotais; pleuras corn escamas prateadas; as pernas sao inteiramente cobertas de escamas escuras, de reflexos azulados e aver- melhados sulferinos, corn excecao da face postero-interna dos iemu- res, que e branca; as escamas alares sao totalmente escuras. 0 abdo- me tambem e escuro, corn reflexos azulados e vermelho sulferinos, a nao ser manchas brancas basolaterais, nos primeiros tergitos, as quais chegam a se propagar as porcoes basais, nos ultimos segmentos; os esternitos possuem faixas brancas basais, exceto nos ultimos segmen- tos. Na genitalia masculina, o basistilo apresenta-se um tanto alon- gado, e corn denso conjunto de escamas longas e lanceoladas, na face interna, aopasso que as da face externa sao mais ou menos trian- gulares; o lobo basal do basistilo e pouco saliente, e dotado de cer- dosidade Intensa, constituida por elementos longos, dentre os quais sobressaem dois ou tres, maiores, e mais dilatados do que os demais; o claspete e curto, corn algumas setas finas, e piloso nos dois tercos basais, possuindo o filamento apical, foliaceo, dilatado, estriado, quase tao longo quanto ele e de extremidade pontuda; o dististilo e delgado, curto e corn garra de comprimento equivalente a quase a metade do mesmo; o decimo esternito e quitinizado e possui, na extremidade, franja formada por finas estrias, alem de alguns finos pelos no corpo; os lobos do nono tergito sao pequenos e corn duas setas espi- niformes cada um; o mesosoma e globoso, glabro ou corn fina espi- culosidade na face ventral, e corn apical retrodirigido, quitinizado, adunco em forma de bico e de extremidade simples ou entalhada; a margem distal do VIII tergito, apresenta conjunto de escamas longas e fusiformes. A larva apresenta-se corn a superficie corporal, densa- mente pilosa. A cabeca corn a antena curta, escassamente espiculosa e dotada de seta antenal (11) fina e simples; cerdas frontais, interna e media (5 e 6) simples, sendo aquela finamente penada e muito mais longa do que a outra, e a externa (7) tripla ou multipla e tam- bem finamente penada; cerda pos-clipeal (4) pequena, fina e multi- pla; occipitais, interna (8) simples e externa (9) dupla ou tripla, su- praorbital (14) dupla e mais longa do que as anteriores. VII seg- mento abdominal corn o pecten constituido por uma so fileira de 6 a 10 elementos grosses, espiniformes, situados sobre placa quitini- zada, cada um deles de formato alongado e ligeiramente serrilhados no apice; as cerdas do grupo das cinco sao multiplas e finamente Fig. 1 � Haemagogus capricornii. A � adulto (esquem&tico); a � esca- mas alares; a’ � cabeea masculina; a" � VIII tergito abdominal; B � basistilo, dististilo e nono tergito; b � claspete; C � d6cimo ester- nito; D � mes6soma; E � segmentos abdominais terminals da larva; e � elemento do pecten do VIII segmento; e" � elemento do pecten sifonal; F � cabeea da larva; G � reticulado corial do ovo (esquematico). GfiNEROS BAEMAGOOVS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS 19 penadas, a primeira, terceira e quinta, ao passo que sao simples, a segunda e a quarta; o sifao respiratorio e bem quitinizado e de com- primento equivalente a duas e meia ou tres vezes o valor da largura basal, onde nao se verifica a presenca de aculeo; o tufo sifonal e unico e constituido por cerda longa, finamente penada, dupla e inse- rida mais ou menos no nivel medio do tubo e apos o pecten; este e formado por fileira de 12 a 14 elementos espiniformes e corn um ou dois denies na base; a sela do lobo anal e incompleta, fortemente espinhosa na porcao superior da margem posterior, e corn seta late- ral (1) longa e dupla ou multipla; a esc6va dorsal e constituida pela seta interna (2) tripla e a externa (3) simples; a escova ventral (4) e formada por conjunto de cerdas duplas que se inserem no angulo postero distal do lobo anal, e das quais sao curtas as proximais e distais, sendo longas as medianas; as branquias sao de comprimento mais ou menos equivalente a urna e meia ou duas vezes o da sela, e possuem extremidade distal pontuda. Os ovos sao alongados, sal- chichoides, escuros ou negros, e de superficie mamelonada; o reticula- do corial e constituido por malhas pentagonais ou quadrangulares, de cont6rnos arredondados, pouco angulosos e limites grosses e mais ou menos ondulados; o comprimento varia ao redor de 600 microns. SUBESP6CIES � Esta especie, pelos conhecimentos atualmen- te disponiveis, parece constituir, na realidade, comolexo de formas subespecificas cuja diferenciacao nao e facil e, praticamente, encon- tra-se confinada aos aspectos do mesosoma, na genitalia masculina. A ultima revisao do assunto, levada a efeito por Martinez, Carcavallo e Prosem (1960), concluiu pela inclusao em H. capricornil Lutz, dos diagn6sticos e formas que, ate entao, teriam sido erroneamente atri- buidas a H. spegazzinii Brethes. Esta ultima seria facilmente diferen- ciavel daquela e corresponderia ao que, posteriormente, foi descrito como H. uriartei Shannon e Del Ponte. Assim sendo, a subespecie faico de Kumm, Osorno-Mesa e Boshell-Manrique (1946), bem como o assim chamado "tipo intermediario" de Kumm e Cerqueira (1951), passariam a fazer parte do complexo H. ccipncornii. Dessa maneira, segundo aqueles citados autores, a situacao, para os varios compo- nentes desse grupo, passaria a ser a seguinte: SiTliACSO ATUAL SITUACAO ANTERIOR (Martinez, Carcavallo e Prosen, 1960) H. capricornil capricornil ............. H. capricornil Lutz. H. capricormi faico ................... H. spegazzinii faico Kumm et al. H. capricornil janthinomys ............ "tipo intermediario" de Kumm e Cerqueira. H. capricornil petrochiae ............. ’ H. fpegazzinii spegazzinii (nee Brethes). H. spegazzinii Brethes ............... H. nriartei Shannon e Del Ponte. 2Q ENTOMOLOGIA MADICA Tais conceitos, baseados em diferencas morfologicas do meso- soma, alem de distribuicao geografica dessas varias formas, sao bas- tante aceitaveis e tern o merito de simplificar a questao, facilitando as investigacoes epidemiologicas, ate agora constantemente obstacula- das pela dificil diferenciacao entre H. capricornii e H. spegazzinii. Contudo, lamentavelmente, o trabalho de Martinez, Carcavallo e Pro- sen (1960), ressente-se da falta de ilustracoes convenientes, princi- palmente no que concerne aos elementos supracitados. Por outro lado, e bem fundamentada a opiniao de Galindo (1957), ressaltando a semelhanca do mesosoma de janfhinomys, ou seja, do "tipo inter- mediario", corn o de petrochiae (= spegazzinii spegazzinii), sendo muito mais proximo deste ultimo do que de fated. Como se pode ver, e imperativa a necessidade de maiores estudos extensivos as for- mas imaturas, para poder obter-se solucao satisfat6ria da questao. Dessa forma, adota-se neste livro, ate que ulteriores pesquisas tragam substanciais evidencias em contrario, a opiniao de Martinez, Carca- vallo e Prosen (1960), modificada pela de Oalindo (1957) supra- citada. Assim sendo, a especie H. capricornii compreende o conjunto das seguintes subespecies (fig. 2): 1) H. capricornii capricornii � Corresponde a forma especifica, corn o mes6soma completamente glabro e o processo apical quitini- zado prolongando, em direcao basal, a sua esclerotinizacao. 2) H. capricornii faico Kumm, Osorno-Mesa e BosheII-Manri- que, 1946 � fi o antigo H. spegazzinii faico e corresponde a forma que possui o mesosoma espiculoso na face ventral superior, e o pro- cesso apical quitinizado, corn aspecto de bico adunco retrodirigido e simples. 3) H. capricornii janfhinomys Dyar, 1921 � Corresponde ao que antigamente se denominava H. spegazzinii spegazzinii, ou seja, o recente H. spegazzinii petrochiae, e ao assim chamado "tipo inter- mediario". 0 mesosoma e tambem espiculoso na porcao superior da face ventral, mas o processo quitinoso apical, em forma de bico retrodirigido, apresenta-se entalhado ou dupio, na sua extremidade. DISTR1BUICAO E BIOLOGIA (fig. 3) � Esta especie e essencialmente continental, distribuindo-se pelas Americas, Central e do Sul, desde Honduras ate o norte da Argentina. Levando-se em consideracao as varias formas, pode-se dizer que capricornii s. str. encontra-se localizada no sul do Brasil, chegando ate o Temt6rio das Missoes, na Argentina. Por sua vez, janthinomys estende-se desde a area noroeste desse ultimo pais, prolongando-se pela Bolivia, a faixa central, norte e nordeste do Brasil, as Guianas e Trinidad. Quanto a faico, passa a mesma a predominar na regiao noroeste do QfiNEKOS BABStAOOGUS, UANSONIA, CVLISBTA E OUTROS 21 v Mes6soma de Baema.gogvs . cayrii - pertil. A � H. c. capricornil; C� H. c. janthmowiys. 22 ENTOMOLOGIA MfiDICA Brasil e, prolongando-se nessa mesma direcao, distribui-se pelo Peru, Equador, Venezuela, Colombia, penetrando na America Central pelo Panama, e chegando ate Honduras. Os locals de desenvolvimento larval desta especie, obedecem ao tipo geral ja mencionado para tais mosquitos, e sao representados pelos buracos ou 6cos de arvores. Contudo, o encontro das formas imaturas nao e facil nem abundante e, via de regra, o seu achado nao concorda corn a alta densidade apresentada pelos adultos em determinadas ocasioes. Komp (1952) observou que algumas ativida- des humanas poderiam propiciar a instalacoes de tais criadouros. Ve- rificou esse autor, em regiao florestal da Colombia sujeita a explora- cao madeireira, a presenca de larvas, em regular quantidade, nos tocos e troncos escavados de arvores caidas, bem corno em bamblis cortados, aglomerados na vizinhanca de habitacoes e destinados a serem posteriormente utiiizados como material de construcao. Dai pois, a suposicao de que a escolha dos criadores de H. capricornii possa ser feita de maneira facultativa, na dependencia de ambientes favoraveis que, para tanto, venham a ser estabelecidos. Alias, a presenca de criadouros em cepos escavados, de arvores que foram cortadas, e em situacoes a pequena altura do solo, parece nao serem fenomenos de observacao rara (Galindo, Carpenter e Trapido, 1950; Komp, 1952). Os ovos deste mosquito sao resistentes a dessecacao e somente eclodem apos prolongado periodo de inatividade e contactos repeti- dos corn a agua (Galindo, Carpenter e Trapido, 1955). A duracao total do cicio, de ovo a adulto, varia de acordo corn fatores diversos entre os quais, a temperatura. Observacoes levadas a efeito em con- dicoes de laboratorio, a cerca de 25°C, revelaram, como tempo medio, valores oscilantes ao redor de 15 dias (Bates, 1947; Oalindo, Car- penter e Trapido, 1955). As femeas desta especie sao hematofagas e essencialmente sil- vestres, exercendo a sua atividade, de maneira predominante, nas regioes altas das copas das arvores. Nada se sabe sObre possiveis preferencias hematofagicas. 0 mosquito foi frequentemente obser- vado atacando o homem e animais, sendo a coleta corn a primeira dessas iscas, tecnica comunmente realizada. Todavia, em algumas observacoes, foi referido como sendo de pouca agressividade para o homem (Komp, 1936) e sugando, embora em pequeno numero, ani- mais diversos, inclusive aves (Kumm e Novis; 1938; Davis, 1944). Em outras porem, foi assinalado como insistente picador, buscando avidamente o sangue humano (Martinez, 1950). A atividade e exclusivamente diurna, iniciando-se corn as pri- meiras horas da manna e prolongando-se ate as ultimas da tarde, antes do crepusculo. Geralmente, a intensidade maxima desse fen6- GENEROS HAEMAGOGUS, MANSONIA, CULISBTA E OUTROS 23 Fig. 3 � Distribuicao geografica ae Haemagogus (Stegoconops) capricornil. 24 ENTOMOLOGIA MfiDICA meno ocorre no periodo do dia de maior luminosidade, ou seja, o compreendido entre as 9:00 e 15:00 horas (Kum e Novis, 1938; Causey e Santos, 1949; Trapido e Galindo, 1957; Alvarado e cols., 1959). Via de regra, observa-se a ocorrencia de urn pico nas pri- meiras horas daquele periodo, ao qual se segue ligeira queda, para dar lugar a nova ascen^ao nas subseqiientes (fig. 4). Segundo MH , N Ml S Fig. 4 � Distribuicao horaria de Haemagogus capricornii, em am- bientes florestais do munlcipio de Curralinho, E. Parfi, Brasil, de Passos, E. Minas Gerais, Brasil, da regiao de Almirante, Panama, e da Provincia de Salta Argentina, mediante coletas corn isca hu- rnana (baseado em Kumm e Novis, 1938; Causey e Santos, 1949; Trapido e Galindo, 1957; Alvarado e cols., 1959). MH � mediae horarias; N � nfimero de exemplares; H � horas. MA � Ilha de Marajo, Municipio de Curralinho, E. Para, BrasU. MI � Regiao de Passes, E. Minas Gerais, Brasil. P � Regiao de Almirante, Panama. S � Provincia de Salta, Argentina. GENEROS HAEMAOOBVS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS 25 Trapido e Oalindo (1957), no Panama, este mosquito pode ser in- cluido entre aqueles que mostrarn o maximo de atividade nas ultimas horas do supramencionado pericdo. Todavia, a significancia de tais diferencas, no assim denominado "cicio diurno", deste e de outros culicinos, constitui materia ainda duvidosa e sujeita a maibres inves- tigacoes. As varias observances levacas a efeito ate o momento, tern indi- cadb este mosquito como frequcntador, de maneira predominante, da copa das arvores. Assim sendo, a pouca altura do solo e sempre coletado em pequeno niimero. Contudo, em locais bem insolados, e em dias claros, que se sucedein a periodos secos, mais ou menos longos, torna-se relativamente abundante nos niveis baixos. Dessa forma, tudo indica que ele tenha tendencia a se afastar das zonas de umidade elevada, corn valores da U.K. acima de 85%. Seria esse pois, fator ponderavel na oriertacao do culicino (Bates, 1944). fi o que foi observado em Conta Rica, por Galindo e Trapido (1955). Em areas desse pais destinadas a plantacao de cacau, a floresta pri- mitiva e previamente rarefeita para prover o sombreamento parcial necessario aos cacauzeiros. Em conseqiiencia, o habitat do solo tor- na-se semelhante ao da copa e portanto, da-se o aumento da densi- dade dos mosquitos a esses niveis baixos. Raciocinio semelhante pode ser feito, nas areas de matas sujeitas as derrubadas externas as quais, abrindo clareiras cada- vez maiores, propiciam a descida da populacao deste culicino ate o solo. Por sua vez, o alcance de voo pode ser apreciavel, como foi constatado em algumas observances. Na regiao de Passes, ao sul do Brasil, foram verificadas distancias de ate 11,5 quilometros do pcnto de libertacao e recapturas de 10 dias apos (Causey e Kumm, 19-18; Causey, Kumm e Laemmert, 1950). fiste mosquito e essencial mente extradomiciliar e, assim sendo, sua presenca nas habitacoes humanas, e constantemente tida como de carater acidental. Contudo, em algumas ocasioes, em areas ao norte da Argentina e na Bolivia, foi surpreendido freqtientando corn insis- tencia os domicilios, tendendo porem a abandona-los logo apos a realizacao do repasto sanguineo (Martinez, 1950; Manso Soto, Mar- linez e Prosen, 1953). No aribiente natural, ambos os sexos foram surpreendidos, algumas vezes, sobre flores silvestres de euforbiaceas, como Croton sarcopetalus, tendo sido ali regularmente coletados (Man- so Soto, Martinez e Prosen, 1953; Alvarado e cols., 1959). No estado atual dos conhecimentos, esta especie e considerada como vetor imporiante do virus da febre amarela, no seu cicio natu- ral. Dependehdo de condicoes favoraveis, podera transmiti-lo eficien- temente ao homem. Contribuiram para que tal conceito fosse alcan- cado, nao somente as varias ocasioes em que foi encontrada natural- mente infectada corn esse agente viral, como tambem as evidencias epidemiol6gicas observadas em diversas regioes da America do Sul 26 ENTOMOLOGIA MEDICA e Central. Assim sendo, tenl-se como seguramente comprovado o desempenho desse papel no Brasil, Colombia, Trinidad, Panama e Costa Rica, alem de outras areas onde para tanta existam condicoes propicias (Shannon, Whitman e Franca, 1938; Bugher e cols., 1944; BosheII-Manrique e Osorno-Mesa, 1944; Laemniert, Castro Ferreira e Taylor, 1946; Oalindo e Trapido, 1955; Dows, Aitken e Anderson, 1955; Rodaniche, Galindo e Johnson, 1957; Aitken, 1960). Tais fatos, aliados aos sucessos obtidos em provas de transmissao experimental (Whitman, 1951; Oalindo, Rodaniche e Trapido, 1956), fazem corn que este mosquito seja colocado entre os eficazes veiculadores dessa infeccao. No Panama, este mosquito foi tambem encontrado infectado na- turalmente pelo virus Ilheus (Rodaniche e Galindo, 1961). A inter- pretacao epidemiologica desse achado, constitui assunto aberto a investigacao. HAEMAGOOUS (STEOOCONOPS) MESODENTATUS KOMP E KUMM, 1938 (fig.7 A,B,C,D). DIAGNOSE � Os adultos desta especie sao muito semelhantes aos de H. capricormi, dos quais dificilmente se separam, a nao ser por certos caracteres de coloracao que, alem do mais, podem estar sujeitos a variacoes. Levando em conta tais ressalvas, pode ser cita- do o fato de o mesonoto apresentar-se totalmente recoberto de esca- mas douradas, estando os elementos de tonalidade azul esverdeada, confinados aos lobos pronotais e escutelo. Alem disso, nas pernas pode-se notar a presenca de marcacao branca na face externa e apice do femur posterior alem de, as vezes, nos segmentos tarsais media- nos; no abdome, verifica-se que os tergitos sao totalmente escuros, violaceos, podendo apresentar alguma area clara mediana, mas pos- suindo-as basolateralmente, de maneira que as duas tonalidades acham-se separadas por linha reta que assim percorre longitudinal- mente cada lado do abdome; os esternitos sao revestidos de escamas azuladas, corn faixas Claras basais. Na genitalia masculina o basis- tilo e urn tanto alongado, corn tufo de escamas lanceoladas inseridas no terco distal de sua face interna, alem de outras truncadas, nela e na face externa; o lobo basal do basistilo e pouco saliente, cerdoso, e corn cerdas desiguais, curtas e longas; claspete curvo, piloso, corn algumas finas setas e processo apical foliaceo, de contorno triangu- lar, pontudo, estriado, e de comprimento equivalente a metade ou pouco mais deste apendice; dististilo curto e corn garra longa e pon- tuda; mesosoma globoso e, quando visto ventralmente, apresenta con- t6rno que lembra o de uma maca, possuindo carena central e supe- rior, saliente, estreita e alongada, apreciavelmente serrilhada a custa GENEHOS HAEMAWGUS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS 27 de dentes retrodirigidos; lobos do nono tergito, pequenos e corn duas ou tres setas espiniformes, neles inseridas; a margem distal do VIII tergito, apresenta conjunto de escamas longas e lanceoladas. A larva apresenta o corpo espiculoso, embora menos intensamente* do que em H. capricornii. No restante, assemelha-se muito a desta ultima espe- cie, podendo-se destacar os caracteres diferenciais seguintes. 0 pecten do VIII segmento e tambem consfituido por uma so fileira de elemen- tos espiniformes dotados de extremidade agucada e simples, mas destituido de placa quitinizada sobre a qual os mesmos poderiam se inserir; os elementos que constitiiem o pecten sifonal apresentam-se serrilhados, a custa de mais de urn dente, na porcao basal de cada um; a margem postero-superior da sela do lo’bo anal, apresenta-se fortemehte espinhosa, corn elementos longos e quitinizados; as bran- quias anais sao de comprimento mais ou menos equivalente ao da sela. Admite-se atualmente, a ex:stencia de algumas categorias sub- especificas, incluidas nesta espec.e, a qual assim passaria a se cons- tituir em complexo de formas cu racas biol6gicas. Elas foram re- conhecidas por Galindo e Trapido (1956), que as diferenciaram por caracteres de coloracao de adul;os, alem de distribuicao geografica. Assim sendo, tal conjunto seria formado pelos seguintes componentes: H. mesodentatus mesodeniatus � Compreendendo os exemplares que apresentam as extremidadcs dos femures, medio e posterior, brancas, dando assim evidente aspecto claro aos joelhos. Alem disso, o lobo pronotal e o pos-pronoto, sao inteiramente cobertos de esca- mas. azul esverdeadas. H. mesodentatus gorgasi Galindo e Trapido, 1956 � As extre- midades dos femures, medio e posterior, sao completamente escuras, enquanto o lobo pronotal e o pos-pronoto sao tambem cobertos de escamas azul esverdeadas. H. mesodentatus alticola Oalindo e Trapido, 1956 � Estes es- pecimens possuem joelhos claros, ou seja, as extremidades femurais, media e posterior, sao brancas. Ao mesmo tempo, apresentam o lobo pronotal quase que inteiramente; recoberto de escamas brancas, bem como numerosos desses etementos podem ser vistos na margem pos- terior do pos-pronoto. DISTRIBUICAO E BIOLOGIA (fig., 5) � Esta especie e essencialmente centroamericana, estendendo-se desde a regiao ociden- tal do Panama, para o norte, ate o Mexico, inclusive. Em relacao as varias formas, pode-se dizer que mesodentatus s. str. distribui-se, desde Bocas del Toro, oeste do Panama, percorrendo as vertentes atlanticas florestais da America Central, ate o sudeste de San Luis de Potosi, no Mexico. Quanta a gorgasi, estende-se do lado pacifico, ENTOMOLOGIA MfiDICA GBNEROS HAEMAGOGUS, MANSOVIA, CULISETA E OUTROS 29 desde El Salvador, atravessando a vertente correspondente da Guate- mala a Mexico, onde alcanca, ao norte, a regiao de Mazatlan. No que concerne a allicola, trata-se de iorma das terras altas do inte- rior, ocupando areas da Guatemala e sul do Mexico, onde chega ate Cuernavaca (Trapido e Galindo, 1956; Galindo e Trapido, 1956). Pouco se conhece s6bre os habitos deste mosquito. Nas ocasioes em que foram encontrados, os criadouros achavam-se localizados em buracos de arvores e em bamblis cortados, as vezes situados na peri- feria de niicleos habitados (Komp e Kumm, 1938; Kumm e Zuniga, 1942; Diaz Najera, 1960). Quanto aos adultos, tern sido eles obti- dos em ambiente florestal, corn isca humana e na copa das arvores (Galindo e Trapido, 1957). 0 interesse sanitario desta especie, reside na capacidade da mesma veicular o virus da febre amarela, no ambiente florestal. As observacoes experimentais de Galindo,’Rodaniche e Trapido (1956), ja tinham demonstrado a capacidade de transmissao pela picada, tanto de H. m. mesodentatus como de H. m. gorgasi. Posteriormente, esse papel obteve significativa confirrnacao, corn os repetidos isolamentos do virus amarilico, de especiniens coletados na natureza, durante surto epizootico ocorrido na Guatemala (Johnson e Farnsworth, 1956; Ro- daniche e Galindo, 1957). Assim sendo, este culicino e atualmente encarado como importante vetor desse agente viral, na natureza, pelo menos entre a populacao de macacos. Alem disso, foi recentemente. observado, no Panama, corn infeccao natural por virus ainda nao identificado (GLM, 1964). OUTRAS ESP6CIES � Os conhecimentos s6bre os demais meinbros deste grupo, a semelhanca do que ocorre corn outros, sao limitados. Os ambientes de desenvolvimento larvario obedecem ao tipo fundamental de recipientes naturais, representado pelos buracos em arvores. Todavia, algumas observacoes corn H. anastasionis, tern indicado outros tipos de receptaculos, e mesmo de ambientes. Assim e que essa especie foi surpreendida, em Curacao, criando-se em axilas de folhas e em escavacoes de rochas, estas ultimas corn agua poluida (Kuyp, 1949, 1953, 1954). No que concerne a criadouros artificiais, e ainda essa especie que fornece alguns dados a respeito. Larvas a ela pertencentes foram encontradas em pias corn agua benta, de igreja da Costa Rica (Kumm, Komp e Ruiz, 1940), e em tinas e cascas de c6co, nos patios de casas im Campeche, Mexico (Diaz Najera, 1960). No que concerne aos habitos das formas adultas, os conhecimen- tos sao igualmente pobres. A liematofagia s6bre o homem, constitui fato observado para H. albomaculatus, H. anastasionis e H. spegaz- zinii. Em observacoes de Galindo e Trapido (1957) na Nicaragua, 30 ENTOMOLOGIA MfiDICA o H. anastdslonis mostrou pouca diferenca quanto a sua presenca na copa das arvores ou no solo florestal, sendo niesino, em alguns cases, mais abundante neste do que naquele ambiente. Nas Antilhas Holan- desas, essa mesma especie foi surpreendida por Kuyp (1954) dentro das habitacoes. A atividade, a semelhanca dos outros representantes, e diurna, abranjendo as horas mais luminosas do dia. Deixando de lado as especies ate agora raramente coletadas, os dados disponiveis no momento, permitem alguma ideia s6bre a dis- tribuicao geografica de alguns representantes dgste grupo (fig. 6). Assim e que H. albomaculatus parece ser bastante frequente na regiao das Guianas e ’areas do norte do Continentesulamericano. Por sua vez, H. anastasionis e predominantemente centro-americano, sendo observado inclusive, no Peru e na Colombia, nas ilhas de Curacao e Aruba e no sul do Mexico. Quanto a H. spegazzinii (= uriarfei), trata-se de especie sulamericana, sendo encontrada na regiao nor- deste e central do Brasil, na Bolivia, no Paraguai e norte da Argen- tina (Kunim, Komp e Ruiz, 1940; Kuinm e Ziiniga, 1942; Floch e Abonnenc, 1944; Kuyp, 1949, 1953, 1954; Kumm e Cerqueira, 1951; Vargas e Martinez Palacios, 1953; Manso Soto, Martinez e Prosen, 1953; Komp, 1954a; Oalindo e Trapido, 1957; Martinez, Carca- vallo e Prosen, 1960; Fauran, 1961). No que concerne as outras duas especies deste subgenero, ainda menos se sabe. Pode-se citar que H. andinus e considerado como mosquito de altitudes acima de 1700 metres, na Colombia (Kumm, Osorno-Mesa e Boshell-Manrique, 1946), e que as femeas de H. baresi, tern sido coletadas mediante a utilizacao de isca humana, na regiao amazonica do Brasil (Cerqueira, 1961). Dado os escassos conhecimentos atualmente disponiveis s6bre estas especies, nao e licito excluir que elas possam desempenhar signi- ficativa atuacao no cicio natural do virus amarilico, ou mesmo de ou- tros agentes dessa natureza. Komp (1954) considera provavel esse papel para o H. albomaculatus nas Guianas. 0 mesmo se poderia suspeitar para H. anastasionis e H. spegazzinii nas areas em que os mesmos se apresentam corn apreciavel densidade. Assim sendo, em vista da importancia potencial desses tres culicinos, nas linhas que seguem serao apresentados os elementos que podem ser utilizados na sua carcterizacao. Quanto aos outros representantes, serao eles in- cluidos nas chaves constantes no final deste capitulo. Haemagogus (Stegoconops) albomaculatus Theobald, 1903 (fig. 7 E, F) � Os adultos possuem a proboscida escura, corn reflexes violaceos, e pouco mais longa do que o femur anterior; o occipicio e coberto de escamas azul violaceas, corn elementos brancos dispostos �aos limites laterais da regiao. 0 lobo pronotal e azulado, e o p6s- GfiNEROS HABMAGOGUS, MANSONIA, CULISBTA E OUTROS 31 Fig. 6 � Distribuicao geogr&fica de algumas csp^cies de Haemagiigus t’Stegoconops). 32 ENTOMOLOGIA MEDICA pronoto e escuro; todo o mesonoto, bem como o escutelo, acham-se recobertos por escamas de tonalidade azul esverdeada; pleuras corn escamas prateadas, notando-se forte seta na esternoplaura (Lane, 1953); as pernas sao escuras, excecao feita da por(So superior da face pos- terointerna e da extremidade .distal do femur posterior, as quais sao brancas. Os tergitos abdominais sao de coloracao violacea averme- lhada, corn areas brancas basolaterais e, algumas basais, nos ultimos segmentos. Na genitalia masculina, o basistilo e um tanto alongado, corn varias escamas longas lanceoladas na porcao distal da face interna; o lobo basal do basistilo e pequeno, e dotado de tufo de cerdas longas; o claspete e colunar, longo, curvo, piloso na metade basal, onde apresenta alguma fina seta, e corn filamento apical folia- ceo, dilatado, triangular, estriado e de extremidade agucada; o distis- tilo e curto, corn garra longa e cilindrica; o mes6soma e globoso, de contorno que lembra o de um escudo, quando visto pela face ventral, apresentando nitida fenda no apice, a qual forma suico profundo, em cuja base nota-se a presenca de area quitinizada, corn o aspecto de bico pontudo; nono tergito corn lobos pequenos, cada um cam duas setas espiniformes, a margem distal do VIII tergito e dotada de con- junto de escamas lanceoladas estreitas. Haemagogus (Stegoconops) anastasionis Dyar, 1921 (fig. 7 0, H, I, J, K) � Sinonimia: H. obscurescens Martini, 193). Os adultos apresentam a proboscida ligeiramente niais longa do que o femur anterior; o occipicio recoberto de escamas corn reflexes azulados. 0 lobo pronotal, corn elementos azul esbranquicados; o mesonoto, inclu- sive escutelo, inteiramente coberto-de escamas azul esverdeadas; per- nas totalmente escuras, exceto na face posterointerna do femur poste- rior, que e branca. Tergitos abdominais escuros, corn reflexos viola- ceos, dotados de areas claras basolaterais, alem de outras basais, medianas presentes do III em diante. Genitalia masculina, corn o basistilo dotado de lobo basal pequeno, intensamente cerdoso, e con- junto de escamas lanceoladas inseridas na porcao superior da face interna; claspete curto, colunar, corn pilosidade constituida por ele- mentos alongados, algumas finas setas, e ligeiramente dilatado no apice, onde se insere o filamento foliaceo, o qual se apresenta bem Fig. 7 � Haemagogus mesodentatus: A � representaeao esquematica do abdome e femur posterior do adulto; B � basistilo e dististilo; b � clas- pete; C � mes6soma; D � segmentos terminals da larva; d � elemento. do pecten do VIII segmento; d’ � elemento do pecten sifonal; Haema- gogus albomacitlatus: E � claspete (baseado em Komp, 1954; F � me- s6soma (baseado em Komp, 1954); Haemagogus anastasionis: G � VIII tergito abdominal; H � claspete; I � mes6soma; J � elemento do pecten do VIII segmento da larva; K � lobo anal da larva; Haemagogus spegassinii; L � VIII tergito abdominal; M � basistilo e dististilo; m � claspete; N � mes6soma; 0 � elemento do pecten do VIII segmento da larva; P � lobo anal da larva. G&NEROS BAEMAGOGVS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS g3 34 ENTOMOLOGIA MfiDICA menor do que 0 apendice, alongado, pouco dilatado e pontudo; meso- soma globoso, de contorno que lembra o de uma maca, quando exa- minado pela face ventral, e dotado de carena mediana apical, pouco saliente e sem espfculos, margem posterior do VIII tergito, corn varias cerdas fortes. Larva de corpo glabro. Cerdas frontais, inter- na e media (5 e 6) simples, externa (7) dupla, tfldas ligeiramente penadas. 0 pecten do VIII segmento nao esta sobre placa quitinosa, e e constituido por 6 a 10 elementos dispostos em fileira, de aspecto espiniforme e corn a extremidade pontuda e ligeiramente serrilhada; o pecten do sifao respiratorio, e formado por fileira de cerca 15 ele- mentos irregularmente serrilhados na base; cerda lateral da sela do lobo anal (1) multipla e ligeiramente penada; branquias anais cur- tas e desiguais, sendo as ventrais de compriniento equivalente a cerca da metade das dorsais. Haemagogus (Stegoconops) spegazzlnii Brethes, 1912 (fig. 7 L,M,N,0,P) � Sinonimia: H. uriartei Shannon e Del Ponte, 1927; H. lindneri Martini, 1931. Os individuos adultos desta especie po- dem ser separados dos demais corn relativa facilidade, pelos caracte- res que vao mencionados a seguir. A proboscida, corn cerca de urn terco mais longa do que o femur anterior e corn reflexos violaceos; occipicio recoberto de escamas douradas e esverdeadas. No torax, observa-se o lobo pronotal, distintamente coberto de elementos brancos ou prateados; mesonoto de tonalidade dourado avermelhada ou co- breada, na porcao anterior, dourado clara nas laterais, e corn reflexos azulados ou esverdeados nas regioes, supralar, depressao pre-escute- lar e escutelo; o pos-pronoto acompanha a tonalidade mesonotal; as pernas sao escuras, corn reflexos violaceos, exceto na face postero- interna dos femures, onde a tonalidade e branca. Os tergitos abdo- minais acham-se recobertos de elementos corn reflexos azul claro ou acinzentados, dando no conjunto, aspecto dessa tonalidade, bem marcado, ao abdome; alem disso, observa-se a presenca de areas bran- cas basolaterais. Na genitalia masculina nota-se o basistilo corn es- camas lanceoladas abundantes inseridas na porcao distal da face interna e corn o lobo basal indistinto, sem fazer saliencia apreciavel pela qual possa ser notado, e dotado de cerdosidade consetituida por elementos pouco numerosos; claspete colunar, ligeiramente curvo, corn algumas finas setas, inteiramente piloso e dotado de filamento apical foliaceo, urn tanto triangular, estriado e pontudo; dististilo curto, corn garra de comprimentoequivalente a quase a metade do mesmo; meso- soma globoso, corn perfil de maca, quando examinado pela face ventral, e corn carena mediana apical, um tanto saliente e lisa; lobos do nono tergito pequenos, e corn duas ou tres cerdas espiniformes, neles inseridas; a margem distal do VIII tergito apresenta conjunto de fortes cerdas. Larva de corpo glabro; cerdas frontais, interna e GfiNEROS BAEUAOOGUS, MANSO.fIA, CULISETA E OUTROS 85 media (5 e 6) simples, e externa (7) multipla, todas ligeiramente penadas. Pecten do VIII segmcnto, constituido por fileira de cerca 10 elementos espiniformes e finamente serrilhados no apice, sem placa quitinosa; pecten do sifao respiratorio corn 15 ou’mais elementos, irregularmente serrilhados na base; seta lateral da sela do lobo anal (1), multipla, longa e ligeiramente penada; branquias anais curtas e todas de comprimento mais on menos equivalente. SUBOENERO HAEMAGOOUS WILLISTON, 1896 � fiste grupo inclui aqueles representantes que, na fase adulta, apresentam os ma- chos corn antenas moderadamente plumosas, isto e, corn cerdosidade esparsa. As femeas possuem garas tarsais lisas. Na asa, verifica-se que a celula furcada anterior e mais longa do que o peciolo corres- pondente. Na genitalia masculina nota-se que o basistilo apresenta, junto a articulacao do dististilo, um conjunto de cerdas finas e longas inseridas em processo ligeiramente saliente, a maneira de lobo apical; os lobos do nono tergito sao atrofiados e destituidos de setas. Na larva, os elementos do pecten do VIII segmento dispoem-se formando conjunto corn aspecto de um todo, agiomerado, de varias fileiras. Neste subgenero acham-se ate agora incluidas 8 especies. Al- gumas delas tern sido apontadas como transmissoras do virus amari- lico, no ambiente florestal. Serao elas tratadas, em particular, nas linhas que seguem. HAEMAGOGUS (HAEMAGOGUS) LUCIFER (HOWARD, DYAR E KNAB, 1912) (fig. 8). DIAGNOSE � Adultos corn proboscida de comprimento pouco maior do que o do femur anterior, escura, corn reflexos violaceos; occipicio inteiramente recoberto de escamas corn reflexos azudados; a antena masculina, esparsamente cerdosa. 0 mesonoto apresenta-se revestido de elementos dourado esverdeados; o lobo pronotal, a regiao imediatamente acima da raiz alar, e o escutelo, corn escamas azula- das; pleuras corn escamas prateadas; escamas alares, totalmente es- curas; pernas inteiramente escuras, corn reflexos de tonalidade violacea, exceto na face posterointerna dos femures, principalmente o posterior, que e branca. 0 abdome apresenta os tergitos de tonalidade viola- cea, corn areas brancas basolaterais notando-se ainda, algumas esca- mas claras basais medianas, nos ultimos segmentos; esternitos corn faixa basal branca. Na genitalia masculina, o basistilo apresenta-se um tanto dilatado, corn espesso conjunto de escamas lanceoladas na por(ao superior da face interna; observa-se ainda, ligeiro lobo na porcao apical dessa peca, proximo a articulacao corn o dististilo, e 36 ENTOMOLOGIA MSDICA 0�S HA^O^S, M�M, CT^A E OUTROS 37 onde se inserem algumas cerdas lo^ lobobasal do ^ ^; pouco saliente e cerdoso, corn elemn tos ^s’g^ .^ L lado de outros, longos e S’0^’^^ e longas, dilatado na base, onde se encontram ^^"^.i^^to api"1 follaceo- que e no apice, onde se -n^nua ^ o - la^n^P ^^ dilatado, espatulado na extremlaa. dilatada, de aspecto espatu- curvo, corn garra subapical, estnada e dm , ^ ^ ̂ lado; mesosoma dilatado P’"*0^ ou ^^ i;^ e pouco saliente; porcao apical, onde ^^..^"on.ba ^ franiada, e corn decimo esternito corn ^emd^ ̂ ’distal do VIII tergito, corn algumas finas setas no corpo, ^S". ^ ̂ ^ possui o corpo conjunto de cerdas t"^ .^^^re ̂ . com seta ^tenal (11) glabro. A antena e cimdnca curta e "s � ^as frontais a fimples e inserida no "^’."^" ̂ .^fesou duP1^ e a exteraa (7) interna (5) e simples, a media ^s^^^^ ou indistinta- multipla, corn quatro ou mal """(^^ pequena e multipla; cerdas mente penadas; cerda P^cl^\ (4) P ^ ^ (i 4), simples e occipitais, interna e externa (8 e 9^^ s P ,^^nto de 20 ou finas. VIII segmento corn P^. 00^1^ onde apresentam-se mais elementos alongados, de�,?�" ^"^"g das cinco, a primeira, finamente serrilhados; das cerdas do^ jrupo ^ ^ terceira e quinta sao multiplas ao P^ ̂e apresenta-se penada, de simples, notando-se que somene ^t^ycena^^P ^j^^ e de com- maneira evidente; o "^" ^Prtrts vezes o valor da largura basal, primento equivalente a cerca. de� W_ve ^ ̂ ̂ nao existindo ^"’^� ".’"’"el^envergadura media, inserido alem ramos ligeiramente penados, e de enve ^ glementos corn urn so do pecten; este ^""^’"�^ ^ITncoVp^a e moderadamente espi- dente na base; lobo anal com sela ’"^^ateral da sela (1) longa, nhosa no angulo postero ^P6^^1^ escfiva dorsal (2) multipla dupla e finamente penada, sea^^na d ^^ ^ corn seis ou mais ramos e "’""^t, ^3, inseridas no angulo pos- ^rMbo^ ^ ^^r s ^ rua^^rsa; Te Sme.o ̂alente a tres ou mais vtees o da sela, e de extremidade pontuda. -������������������’���’adulto (esquemAOco); a � eica- pig 8 � Haemagogw Iwiler. A � aau ^ tergito abdominal; ^ =o^ ̂ ^^^^T^-^^ ^^ao-vST^^^^ - -ten silonal; F - ca- gg ENTOMOLOGI-A M6DICA DISTRIBUICAO E BIOLOOIA (fig. 9) � Esta especie e essencialmente centroamericana, tendo sido encontrada, ate agora, no Panama e Costa Rica. Alem disso, sua presenca foi assinalada em varias localidades do noroeste da Colombia (Kumm, Osorno-Mesa e BosheIl-Manrique, 1946). Os locais de desenvolvimento larvario deste mosquito acham-se situados, preferentemente, em recipientes naturais representados pelos buracos em arvores a pouca altura do solo. No Panama, tern sido encontrado em internodios de baniblis, artificialmente cortados, e sendo mais freqiientemente obtido em ambientes de florestas primarias (Ga- lindo, Carpenter e Trapido, 1955). Os ovos resistem a dessecacao e eclodem desde o primeiro contacto corn a agua, incluindo-se assim no tipo equinus de eclosao, como foi descrito em paginas atras. Se- gundo observac5es de Galindo, Carpenter e Trapido (1955), as me- dias do numero de elementos obtidos por postura e do tempo de duracao de ovo a adulto sao de 10,3 ovos e de 13,4 dias, respecti- vamente. A presenca de-ste culicino em florestas secundarias foi tambem observada, se bem que em densidade menor. 0 mesmo ocorre em nucleos habitados, onde foi surpreendido criando-se em buracos de arvores, isoladas, e em criadouros artificials peridomiciliares como, latas,’ pneumaticos abandonados, cascas de cocos partidos, etc., si- tuados ao redor ou mesmo dentro das cidades da regiao istmica do Panama (Qalindo, Trapido e Carpenter, 1950; Qalindo, Carpenter e Trapido, 1951). Algumas observacoes sobre o comportamento dos adultos indi- cam preferencia pela copa das arvores, no ambiente silvestre. Con- tudo, as femeas sao hematofagas de apreciavel apressividade e por- tanto, sao coletadas corn isca humana nos diversos niveis fiorestais, apesar da preferencia supracitada. A maior densidade ocorre logo apos o inicio da estacao chuvosa, acompanhando este periodo, por tempo prolongado. A atividade hematofaga parece restringir-se a certas partes da floresta, preferindo as areas de vegetacao mais densa e conservada (Galindo, Trapido e Carpenter, 1950; Galindo, Carpen- ter e Trapido, 1951; Galindo, Trapido, Carpenter e Blanton, 1956; Trapido e Galindo, 1957; Morales e Vidales, 1962). Embora a atividade seja exclusivamente diurna, Trapido e Ga- lindo (1957) verificaram, para este culicino, maior intensidade desse fenomeno, por ocasiao do ultimo periodo de coleta o qual, nas obser- vacoes desses autores, corresponde ao das 14:00 as 15:00 horas. Todavia, o significado dessa observacao, necessita de maiores inves- tigacSes. 0 interesse medico deste mosquito reside na possibilidade do mesmo veicular na natureza, o virus da tebre amarela. Na Colom- GSNEHOS BAEMAGOQUa, MANSONIA, CVLISBTA’ E OUTROS S9 bia, participouele, juntamente corn outras especies de Haemagogus, de lote do qual foi obtido esse agente viral (Boshell-Manrique e Osorno-Mesa, 1944). Apesar d6sse achado, o seu papel como trans- missor somente foi estabelecido corn o isolamento analogo obtido de lotes piiros desta especie. Foi o que se conseguiu varias vezes em diversas localidades do Panama (Rodaniche, Galindo e Johnson, 1957). Assim sendo, alern de evidencias de ordem epidemiolfigicas, tem-se como estabelecido que H. lucifer desempenhe papel relevante na veiculacao do virus amarilico no seu cicio natural. Tudo indica pois que o transmita eficiente a populacao animal podendo tambem faze-Io para o homem, desde que para tanto ocorram situacoes favoraveis. HAEMAGOGUS (HAEMAOOGUS) IRIDICOLOR DYAR, 1921 (fig. 11 A,B,C). DIAGNOSE � Os individuos adultos desta especie sao muito seme- lhantes aos de H. lucifer, dos quais dificilmente podem ser separa- dos, no estado atual dos conhecimentos. Na genitalia masculina, observa-se o basistilo um tanto dilatado, corn escamas lanceoladas na porcao superior da face interna, e pequeno lobo cerdoso, na extre- midade apical, junto a articulacao do dististilo; lobo basal largo, pou- co saliente, corn numerosas cerdas finas e largas, estas ultimas inse- ridas preferentemente na porcao inferior do lobo; claspete grande, colunar e duplamente curvo, ligeiramente piloso na base, onde tam- bem se implantam algumas setas finas, e corn extremidade apical continuando-se na expansao foliacea, iarga, a maneira de leque; dis- tistilo curvo, corn extremidade pontuda, semelhante a um bico, e corn garra espatulada inserida subapicalmente; mesosoma globoso na porcao distal, e mais estreito na basal, corn carena mediana apical lisa. A larva tambem 6 semelhante a de H. lucifer, da qual pode se diferenciar por apresentar as branquias anais curtas e desiguais, isto e, as dorsais mais longas do que as ventrais. DISTRIBU1(;AO E B10LOOIA (fig. 9) � £ste mosquito e de distribuicao restrita a America Central. Sua presenca foi assi- nalada em area que se estende, desde o oeste do Panama, passando pela Costa Rica e Nicaragua, ate Honduras. Assim sendo, como que substitui o H. lucifer, nessa regiao (Galindo e Trapido, 1955). Obedecendo ao padrao geral apresentado por este grupo de mosquitos, o H. iridicolor tern sido encontrado desenvolvendo-se em buracos de arvores. Galindo, Carpenter e Trapido (1949), assina- lam a frequencia de tais achados, em ambientes aberios situados ao longo das praias maritimas. Tambem nao sao raras as verit’icacoes ENTOMOLOGIA MfiDICA GBNEROS BABVAOOeUS, MANSONIA, OULISETA E OUTROS 41 em internodios de bamblis cortados (Komp, 1955). 0 seu habitat prefer6ncial parece ser o das florestas limidas ou pluviais, dispostas nas vertentes atlanticas das terras centroamericanas (Oalindo e Tra- pido, 1957). As femeas sao hematofagas bastante agressivas, atacando o ho- mem prontamente, as vezes em plena exposicao a luz solar. Assim sendo, 6ste mosquito foi freqiientemente observado sugando sangue humano, tendo sido abundantemente coletado cora a utilizacao dessa isca (Kumm, Komp e Ruiz, 1940; Galindo e Trapido, 1955, 1957). Suspeita-se, corn tundamento epidemiologico, que esta especie seja transmissora do virus da febre amarela, na natureza. Em cer- tas areas florestais, como as da bacia do rio San Juan, na Costa Rica, e nas vertentes atlanticas da Nicaragua, constitui 6ste culicino o representante mais comum de Haemagogus. Dessa forma e licito supor que ele all possa desempenhar algum papel. de relevancia, no cicio natural daquele agente viral (Oalindo e Carpenter, 1957; Galin- do e Trapido, 1957). OUTRAS ESP6CIES � Os escassos conhecimentos disponiveis sobre as denials especies do subgenero indicam, para algumas, certa versatilidade na escolha dos locals de desenvolvimento larvario. Pon- do-se de lado os ambientes representados pelos buracos em arvores, os quais constituent o denominador comum para os criadouros destes mosquitos, podem ser citados varios outros tipos. Entre os naturais, �destacam-se os cocos partidos e bambus cortados. Merece citacao o caso de H. argyromeris que parece ser bastante ecletico nesse par- ticular. Assim e que suas larvas foram surpreendidas, nao somente nos supracitados tipos, como tambem em bromeiias terrestres, esca- vacoes em rochas e mesmo pequenas colecoes Ifquidas do solo com- pletamente expostas a luz solar (Komp, 1949; Arnett, 1949; Oalindo, Carpenter e Trapido, 1951). Ainda em relacao a essa especie, no literal pacifico do Panama, Komp (1955a) observou-a desenvolven- do-se em escavacoes rochosas contendo agua salina, corn teor de cloreto de sodio acima de 0,9%. Por sua vez, H. chalcospilans tern sido constantemente observado criando-se, de maneira preferencial, em ocos de arvores dos mangues ou pantanais marftimos. Contudo a semelhanca do que ocorre corn a especie anterior, pode tambem utilizar cascas de c6cos, escavacoes em rochas e mesmo pequenas co- lecoes liquidas do solo (Dyar, 1928; Arnett, 1949; Kumm, Osorno- JVIesa e Boshell-Manrique, 1946; Oalindo, Carpenter e Trapido, 1951). As larvas deste ultimo mosquito tern sido encontradas corn freqliencia, �em pequenas cavidades, mesmo contendo reduzida quantidade de agua, por ocasiao do exame (Oalindo, Carpenter e Trapido, 1951). 42 ENTOMOLOQIA MSDICA 0 H. splendens constitui outro exempio destes mosquitos, encontrado criando-se em pequenas escavayoes de rochas corn pouco liquido (Hecht e Anduze, 1944). No que concerne aos criadouros artificials, varies exemplos po- dem ser mencionados. Em certas areas da Venezuela, formas imatu- ras de H. splendens foram coletadas em pneumaticos utilizados na protecao de arbustos de jardins, e em depositos domesticos de agua (Cova Oarcia e Suarez, 1955). Trata-se pois, de apreciavel aproxi- macao do ambiente humano. Pneumaticos, latas, panelas e recipien- tes diversos abandonados, caixas de madeira, maquinaria nao ufili- zada e exposta ao relento, constituem outros tantos ambientes nos quais foram surpreendidas larvas de H. argyromeris e H. chalcospilans (Arnett, 1949; Oalindo, Carpenter e Trapido, 1951). A respeito da primeira dessas especies Galindo, Carpenter e Trapido (1951), refe- rem terem-na encontrado corn frequencia, em laos, na ilha Flamenco, Panama. Nao deixa de ser interessante assinalar o achado de H. splendens, na Venezuela, desenvolvendo-se em buracos de postes ou mouroes de cercas, nos arredores de nucleo urbano (Komp, 1954). Segundo observacoes de Oalindo, Carpenter e Trapido (1951), H. argyromeris parece ser mosquito corn tendencia a freqiientar am- bientes florestais secundarios, nao muito densos, sendo pouco encon- tradico nas matas virgens, altas e corn grande densidade arb6rea. Segundo os referidos autores, os ovos desta especie sao resistentes a dessecacao, eclodindo de maneira irregular, apos repetidos contactos corn a agua. No que concerne as formas adultas, as femeas de H. argyromeris, H. chalcospilans e H. splendens, foram observadas sugando sangue humano, e sua coleta corn essa isca tern sido empregada em varias ocasioes (Anduze, 1942; Kumm, Osorno-Mesa e Boshell-Manrique, 1946; Oalindo, Trapido e Carpenter, 1950; Oalindo, Carpenter e Trapido, 1951, 1955; Trapido, Oalindo e Carpenter, 1955). A primeira dessas especies e considerada como exercendo sua ativi- dade, quase que exclusivamente, nos baixos niveis da floresta, a pouca altura do solo. Parece ser mesmo um dos poucos exemplos de Haemagogus corn essa atitude, no meio silvestre. Nesse sentido, Trapido e Carpenter (1955) obtiveram 90,3% das capturas desse culicino, no solo de florestas baixas, secas e abertas. Trata-se de mosquito ativo na sombra, escasso em ambientes intensamente ilumi- nados, e preferindo os membros inferiores dos capturadores, rara- mente atacando acima dos joelhos, Quanfo a H. chalcospilans, e es- pecie de locais pantanosos litoraneos, tendo sido observadosugando o homem, mesmo nas porcoes superiores do corpo, invadindo inclu- sive o couro cabeludo, produzindo picadas que sao consideradas das mais doiorosas de todos os representantes deste genero, em certas areas do Panama (Oalindo, Carpenter e Trapido, 1951). GfiNEROS HAEStAOOOUS, MANSONIA, CVLISETA E OUTROS 43 Quanto a freqtiencia aos domicilios, por membros deste grupo de mosquitos, e ela tida como de carater acidental. Nesse sentido Arnett (1949), assinala a coleta de H. argyromeris dentro das casas rurais do Panama. Das tres supramencionadas especies deste subgenero (fig. 10), e centroamericana, H. argyromeris, a qual e encontrada do Panama- H. chalcospilans ocupa tambem as areas da America Central, esten- dendo-se ate Honduras e incluindo o limite noroeste da Colombia. Quanto a H. splendens, tern sido registrado no norte da America do Sul, incluindo Colombia e Venezuela, alem de Trinidad e algumas Antilhas Menores (Anduze, 1942; Kumm, Osorno-Mesa e Boshell- Manrique, 1946; Galindo, Carpenter e Trapido, 1951). No que concerne aos demais representantes deste grupo, os co- nhecimentos disponiveis sao ainda mais reduzidos. Assim sendo, nada ha a acrescentar, alem do achado de formas imaturas de H. boshelli e H. regalis, em buracos de arvores e cascas de c6cos. Corn certo fundamento, suspeita-se que alguns destes mosquitos possam desempenhar algum papel na veiculacao do virus da febre amarela. ’ Pelo menos, e digna de mencao a elevada densidade de H. argyromeris em certas areas do Panama, bem como H. chalcospi- lans nas regioes litoraneas centroamericanas (Galindo, Carpenter e Trapido, 1951). Por sua vez, H. splendens tern sido encontrado corn abundancia em algumas regioes venezuelanas, nas quais sua presenca se faz sentir na periferia de nucleos habitados, sendo all bastante antropofilo (Anduze, 1942). Assim sendo, a necessidade de futuras investigacoes, justifica que essas especies sejam caracteriza- das nas linhas que seguem. As demais, serao simplesmente inclui- das nas chaves identificadoras do genero. Haemagogus (Haemagogus) argyromeris Dyar e Ludlow, 1921 (fig. 11 D, E) � Sinonimia: H. gladiator Dyar, 1921. Adultos corn proboscida escura, e de comprimento equivalente ao do femur anterior; o occipicio, os lobos pronotais, e o mesonoto, inclusive es- cutelo, acham-se cobertos de escamas corn reflexes azulados ou es- verdeados; pleuras prateadas; as pernas sao de tonalidade escura violacea, corn excecao da porcao superior da face posterointerna dos femures, que e branca. 0 abdome apresenta os tergitos cobertos de escamas azuladas, corn reflexo baco, de maneira que o conjunto apre- senta tonalidade ligeiramente azul, tendendo para prateada ou aco; os esternitos sao igualmente azulados, exceto na faixa basal, onde sao mais claros, e nos primeiros, onde apresentam acentuadamente aquela tonalidade aco. Oenitalia masculina apresentando o basistilo urn tanto alongado, corn tufo de escamas lanceoladas medianas, e cerdas finas na porcao apical, junto a articulacao corn o dististilo; ENTOMOLOGIA MfiDICA Fig. 10 � Distribuicao geogrAtica de algumas esp^cies de Haemagogus (Haemagogus). GfiNEROS BAEMAOOOUS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS 45 claspete grande, colunar, curvo, piloso e corn uma ou mais finas cerdas basais, dilatado em leque na porcao superior, onde tambem e espiculoso e se confinua por uma expansao foliacea que termina em ponta; dististilo curto, dilatado no apice onde possui garra espatu- lada inserida terminalmente; mesosoma piriforme, dilatado na por- cao superior onde apresenta carena pouco saliente e nlia; VIII tergito corn tufo de cerdas na margem distal. Larva de corpo glabro. An- lena lisa e corn cerda antenal (11) fina e simples; cerdas occipitais, interna (5) simples, media (6) dupla, ambas longas, e externa (7) tripla ou miiltipla e de tamanho medio, todas elas ligeiramente pena- das; cerdas pos-clipeal (4) pequena e multipla. VIII segmento corn pecten formado por conjunto de elementos corn extremidade distal arredondada e serrilhada, dispostos em varias fileiras; sifao respira- t6rio curto, de comprimento mais ou menos equivalente ao dobro da largura basal, e corn tufo sifonal constituido por cerda multipla e ligeiramente penada; pecten sifonal formado por cerca de 10 elemen- tos corn urn so dente basal, alem de quatro ou mais outros, rudimen- tares situados na porcao proximal da fileira; sela anal incompleta, corn espinhos finos no angulo postero superior, e seta lateral (1) dupla ou tripla, ligeiramente penada; branquias anais pouco mais longas do que a sela, de extremidade arredondada, sendo as dorsais mais compridas do que as ventrais. Haemagogus (Haemagogus) chatcospilans Dyar, 1921 (fig. 11 F, 0, H) � Adultos corn proboscida escura e de comprimento equi- valente ao do femur anterior; occipicio, lobo pronotal, pos-pronoto e porcao antero-lateral do mesonoto, corn escamas de tonalidade azul- violeta acentuada; restante do mesonoto, inclusive escutelo, corn esca- mas douradas e esverdeadas; pernas escuras violaceas, exceto a face p6stero-interna dos femures, que e branca. Abdome corn o I tergito azulado e os restantes, escuros, violaceos, corn areas Claras prateadas basolaterais, as quais sao grandes no I e H. Na genitalia masculi- na, o basistilo e um tanto dilatado e possui, na porcao superior da face interna, conjunto denso de escamas deformadas, curvas em S, sendo mais dilatadas as implantadas distalmente; observa-se tambem, conjunto de cerdas inseridas s6bre tuberculo na proximidade da arti- culacao corn o basistilo, alem da presenca de escamas truncadas, na porcao inferior da face interna; lobo basal do basistilo, pequeno e fracamente cerdoso; presenca de cerdas lanceoladas ha face externa do basistilo; claspete dilatado e caliciforme na porcao apical, estreito na basal, onde e curvo e piloso, alem de apresentar finas setas inse- ridas tanto apical como basalmente; dististilo um tanto alongado, estreito, e corn garra bastonetiforme fendida no apice; mesosoma um tanto cilindrico, corn carena mediana apical mia; decimo esternito corn extremidade romba, apresentando pequena franja, alem de um Fig. 11 � Haemagogus iridicolor: A � basistilo e dististilo; a � claspete; B � mes<5soma; C � lobo anal da larva (baseado em Lane, 1953); Haema- gogus argyromeris: D � basistilo e dististHo; d � claspete; E � sifao respiratOrio da larva; e � elemento do pecten sifonal; Haemagogus chal- cospilans: F � basistilo e dististilo; f � claspete; G � extremidade distal do decimo esternito; H � lobo anal la larva; Haemagogus splendens: I � basistilo e dististilo; i � claspete; J � lobo anal da larva. GSNEROS HAEMAOOOUS, MANSONIA, OULISETA E OUTROS 47 processo hialino, pronunciado, claviforme, e corn finos pelos no cor- po; VIII tergito corn conjunto de cerdas na margem distal. 0 corpo larval e glabro. As cerdas frontais apresentam-se lisas ou fracamen- te penadas, sendo longa e simples a interna (5), longa e dupla a media (6), e de tamanho medio e miiltipla a externa (7); pos-clipeal (4) pequena, fina e multipla. VIII segmento corn pecten formado por numerosos elementos serrilhados na extremidade distal arredon- dada; sifao respiratorio de comprimento equivalente a duas ou tres vezes o valor da largura basal, e corn tufo constituido por uma so �cerda multipla e ligeiramente penada; pecten sifonal formado por fileira de 15 elementos possuidores de um s6 dente na base; sela incompleta, fracamente espiculosa no angulo postero superior, e corn seta lateral (1) longa, miiltipla e fracamente penada; branquias anais mais curtas do que a sela, sendo as dorsals ligeiramente mais longas do que as ventrais. Haemagogus (Haemagogus) splendens Williston, 1896 (fig. 11 I,j) � Sinonimia: H. celeste Dyar e Nuiiez Tovar, 1926. Os adultos .apresentam proboscida escura e pouco mais longa do que o femur anterior; o occipicio, lobos pronotais e pos-pronoto, possuem esca-mas de tonalidade azul-clara, tendendo a prateada; mesonoto reco- bertb de elementos dourados esverdeados, sendo os do escutelo, �corn reflexos azulados; pernas escuras, violaceas, exceto as faces in- ternas dos femures, que sao brancas. 0 abdome apresenta os ter- gitos corn tonalidade violeta ou azul, e corn faixas basais e areas basolaterais branco-prateadas. Oenitalia masculina, corn basistilo um tanto dilatado, dotado de numerosas escamas lanceoladas, largas e es- treitas, na face interna, alem de conjunto de finas setas no apice, proximo a articulacao do dististilo; lobo basal do basistilo um tanto alargado, e corn setas, curtas e longas, estas ultimas dilatadas e inse- ridas preferentemente na porcao inferior do lobo; claspete robusto, dobrado em angulo quase reto, moderadamente piloso na base e porcao media corn algumas finas setas, e extremidade distal foliacea, falciforme de contorno curvo, a maneira de gancho, bifida em uma das extremidades e adunca na outra; dististilo estreito, alongado, e �corn garra longa bastonetiforme, de extremidade romba; mesosoma �globoso e corn carena mediana apical nua; VIII tergito apresentando conjunto de cerdas na margem distal. Larva de corpo glabro. Cer- �das frontais, longas, simples ou duplas, a interna e media (5 e 6), mais curta e multipla, a externa (7); pos-clipeal (4) pequena e multipla. VIII segmento corn pecten formado por conjunto de .ele- inentos arredondados e serrilhados no apice; sifao respiratorio corn tufo unico, constituido por cerda miiltipla e ligeiramente penada; pecten sifonal formado por fileira de cerca 15 elementos corn um so dente na base; sela anal incompleta, moderada ou fracamente espi- 48 ENTOMOLOGIA MEDICA culosa no angulo postero-superior, corn seta lateral (1) longa, dupla e penada ligeiramente; branquias anais, cerca de duas vezes mais longas do que a sela, e todas equivalentes. SUBOfiNERO LONGIPALPIFER LEVI-CASTILLO, 1951 � 0 principal elemento para caracterizar este grupo, ate o momento, con- siste no fato de os individuos adultos masculinos a ele pertencentes, apresentarem os palpos longos, isto e, de comprimento pelo menos equivalente a dois tercos o da proboscida. As femeas, possuem garras tarsais denteadas. Na asa, observa-se que a celula Hircada anterior pode ser mais curta ou mais longa do que o pecfolo res- pective. Na genitalia mascuiina, nota-se a ausencia de qualquer pro- cesso cerdoso diferenciado, pelo menos nitidamente, junto a articula- cao corn o dististilo; ps lobos do nono tergito acham-se reduzidos e possuem algumas setas finas. Na larva, o pecten do VIII segmento apresenta os seus elementos dispostos em conjunto ou numa unica fileira, nias nao sobre placa quitinizada. £ste subgenero inclui 4 especies, conhecidas ate agora. 0 es- tado atual dos conhecimentos permite apontar uma delas como dotada de algum interesse medico. Sera a mesma tratada a seguir, em particular. HAEMAGOGUS (LONGIPALPIFER) EQUINUS THEOBALD, 1903 (fig. 12). SINON1M1A � H. affirmatus Dyar e Knab, 1906; H. philoso- phicus Dyar e Knab, 1906. DIAGNOSE � Os adultos apresentam a prob6scida escura e sensivelmente mais longa do que o femur anterior, sendo nas femeas, de comprimento excedendo de um terco ou mais o desse ultimo apen- dice. No sexo masculine, os palpos sao longos, de comprimento equivalente a dois tercos da proboscida, e as antenas sao fortemente plumosas, praticamente tao longas quanto os palpos. 0 occipicio e o lobo pronotal encontram-se cobertos corn escamas de reflexos azulados e prateados; o mesonoto e p6s-pronoto sao revestidos de elementos dourado esverdeados, sendo que no escutelo, verifica-se a existencia de escamas corn reflexos tambem azulados; pleuras pra- teadas; pernas escuras, exceto na porcao superior da face p6stero- interna e extremidade distal dos femures, que sao brancas. Abdome corn tergitos violaceos e dotados de faixas basais e areas basolaterais prateadas, as primeiras mais evidentes do III em diante e as segun- das, maiores nos I-III. A genitalia mascuiina apresenta o basistilo um tanto alongado e corn tufo de escamas lanceoladas estreitas, na GfiNEROS ffABMAGOGUS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS 49 Fig. 12 � Haemagogus equinus: A � adulto (esquematico); a � esca- mas alares; a’ � cabeca masculina; a" � VIII tergito; B � basistilo e dististilo; b � claspete; b’ � nono tergito; C � d6clmo esternito; D � me- s6soma; E � segmentos terminals da larva; e � elemento do pecten do VIII segmento; e’ � elemento do pecten sifonal; P � cabeca da larva. 50 ENTOMOLOGIA MEDICA porcao superior da face media; lobo basal do basistilo, de tanianho medio e cerdoso, corn as setas mais longas inseridas na porcao infe- rior; claspete grande, colunar, de contornos sinuosos, piloso e corn setas finas na base e na porcao apical, onde se expande em dilata(ao foliacea grande, triangular, de extremidade espatulada e dotada de estriacoes; dististilo curto, um tanto sinuoso e com garra longa e bastonetiforme; decimo esternito corn extremidade romba, franjada e alguns pelos no corpo; mesosoma globoso na por(So superior, onde apresenta carena saliente; nono tergito corn lobos pequenos e dota- dos de poucas finas setas; VIII tergito apresentando conjunto de escamas estreitas, inseridas na margem distal. A larva apresenta o corpo glabro. Antena cilindrica,, escassa e esparsamente espiculosa na metade inferior; cerdas frontais longas e simples, a interna e a media (5 e 6), e mais curta e miiltipla a externa (7), todas elas ligeiramente penadas; pos-clipeal (4) multipla e pequena; cerdas occi- pitais finas, sendo a interna (8) simples e a externa (9) dupla, bem como a supraorbital (14). VIII segmento corn o pecten constituido por fileira de cerca 8 elementos espiniformes, finamente serrilhados nas margens; cerdas do grupo das cinco, multiplas e penadas a primeira, terceira e quinta, ao passo que sao simples e. finas a se- gunda e quarta; sifao respiratorio quitinizado, corn pecten formado por fileira de 15 ou mais elementos irregularmente denteados na base, e tufo sitonal unico, triple ou multiple e ligeiramente penado; sela do lobo anal incompleta, ligeiramente espiculosa no angulo postero- superior e corn seta lateral (1) longa e dupla; branquias anais longas, corn cerca de tres vezes maior comprimento do que a sela. DISTRIBUICAO E BIOLOGIA (fig. 13) � £ste mosquito dis- tribui-se, essencialmente, pela America Central. Contudo, tern sido encontrado em algumas regioes antilhanas como a ilha de Jamaica, e ao norte, aicanca o Mexico, penetrado nos Estados Unidos, onde foi observado na area de Brownsville, sul do Texas, ja em territorio presum’ivelmente neartico (Hill e Hill, 1948; Vargas, 1956; Trapido e Oalindo, 1956, 1956a; Breland, 1958). Ao sul, sua presenca atinge o norte da America do Sul, onde inclui a Colombia, Venezuela, Tri- nidad, Tobago e Guianas (Anduze, 1942; Kumm, Osorno-Mesa e BoshelI-Manrique, 1946; Fauran, 1961). Dentro do padrao observado para estes mosquitos, esta especie utiliza apreciavel variedade de ambien.tes, no seu desenvolvimento larvario. Nesse sentido incluem-se nao somente os ocos arboreos, como tambem os tocos de arvores, os bamblis cortados, nao se ex- cluindo as escavacoes de rochas, pequenas e corn pouca agua, como evidenciaram algumas observances (Hecht e Anduze, 1942). Segun- do Galindo, Carpenter e Trapido (1951), trata-se de culicino que localiza tais criadouros, preferentemente, na floresta virgem, embora GfiNEROS HAEMAOOOUS, MANSONIA, CULISETA E OUTROS 51 tambem, em menor extensao, nas areas abertas adjacentes ao ambien- te silvestre. Em algumas ocasioes observou-se o desenvolvimento deste mosquito em ambientes urbanos, como o foi em Oaxaca, Mexico, onde as formas imaturas deste cuiicino foram surpreendidas em de- positos domiciliares de agua das chuvas (Diaz Najera, 1960). Os ovos deste mosquito eclodem logo apos o contacto corn a agua, em seguida a periodos
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