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Prof. Drª Marília Brasil Xavier REITORA Prof. Rubens Vilhena Fonseca COORDENADOR GERAL DOS CURSOS DE MATEMÁTICA MATERIAL DIDÁTICO EDITORAÇÃO ELETRONICA Odivaldo Teixeira Lopes ARTE FINAL DA CAPA Odivaldo Teixeira Lopes REALIZAÇÃO Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) F676p Fonseca, Rubens Vilhena Pré-cálculo / Rubens Vilhena Fonseca, Adriano Santos de França Belém: UEPA / Centro de Ciências Sociais e Educação, 2011. 100 p.; iI. ISBN: 978-85-88375-65-9 1.Cálculo Estudo e ensino. 2. Geometria Estudo e ensino. 3. Números reais Estudo e ensino. I. França, Adriano Santos de. II. Universidade Estadual do Pará. III. Título. CDU: 517 CDD: 515 Índice para catálogo sistemático 1. Cálculo Estudo e ensino: 517 Belém - Pará - Brasil - 2011 - Introdução aos conjuntos Alguns conceitos primitivos Algumas notações p/ conjuntos Subconjuntos Alguns conjuntos especiais Reunião de conjuntos Interseção de conjuntos Propriedades dos conjuntos Diferença de conjuntos Complemento de um conjunto Leis de Augustus de Morgan Diferença Simétrica o estudo de Conjuntos, trabalhamos com alguns conceitos primitivos, que devem ser entendidos e aceitos sem definição. Para um estudo mais aprofundado sobre a Teoria dos Conjuntos, pode-se ler: Naive Set Theory, P.Halmos ou Axiomatic Set Theory, P.Suppes. O primeiro deles foi traduzido para o português sob o título (nada ingênuo de): Teoria Ingênua dos Conjuntos. Alguns conceitos primitivos Conjunto: representa uma coleção de objetos. a. O conjunto de todos os brasileiros. b. O conjunto de todos os números naturais. c. O conjunto de todos os números reais tal que x²-4=0. Em geral, um conjunto é denotado por uma letra maiúscula do alfabeto: A, B, C, ..., Z. Elemento: é um dos componentes de um conjunto. a. José da Silva é um elemento do conjunto dos brasileiros. b. 1 é um elemento do conjunto dos números naturais. c. -2 é um elemento do conjunto dos números reais que satisfaz à equação x²-4=0. Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado por uma letra minúscula do alfabeto: a, b, c, ..., z. Pertinência: é a característica associada a um elemento que faz parte de um conjunto. a. José da Silva pertence ao conjunto dos brasileiros. b. 1 pertence ao conjunto dos números naturais. c. -2 pertence ao conjunto de números reais que satisfaz à equação x²-4=0. Símbolo de pertinência: Se um elemento pertence a um conjunto utilizamos o símbolo que se lê: "pertence". Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1 pertence ao conjunto dos números naturais, escrevemos: 1 N Para afirmar que 0 não é um número natural ou que 0 não pertence ao conjunto dos números naturais, escrevemos: 0 N Um símbolo matemático muito usado para a negação é a barra / traçada sobre o símbolo normal. Muitas vezes, um conjunto é representado com os seus elementos dentro de duas chaves { e } através de duas formas básicas e de uma terceira forma geométrica: Apresentação: Os elementos do conjunto estão dentro de duas chaves { e }. a. A={a,e,i,o,u} b. N={1,2,3,4,...} c. M={João,Maria,José} Descrição: O conjunto é descrito por uma ou mais propriedades. a. A={x: x é uma vogal} b. N={x: x é um número natural} c. M={x: x é uma pessoa da família de Maria} Diagrama de Venn-Euler: (lê-se: "Ven-óiler") Os conjuntos são mostrados graficamente. N Dados os conjuntos A e B, diz-se que A está contido em B, denotado por A B, se todos os elementos de A também estão em B. Algumas vezes diremos que um conjunto A está propriamente contido em B, quando o conjunto B, além de conter os elementos de A, contém também outros elementos. O conjunto A é denominado subconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto que contém A. Conjunto vazio: É um conjunto que não possui elementos. É representado por { } ou por Ø. O conjunto vazio está contido em todos os conjuntos. Conjunto universo: É um conjunto que contém todos os elementos do contexto no qual estamos trabalhando e também contém todos os conjuntos desse contexto. O conjunto universo é representado por uma letra U. Na sequência não mais usaremos o conjunto universo. A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A ou ao conjunto B. A B = { x: x A ou x B } Exemplo: Se A = {a,e,i,o} e B = {3,4} então A B = {a,e,i,o,3,4}. A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e ao conjunto B. A B = { x: x A e x B } Exemplo: Se A={a,e,i,o,u} e B={1,2,3,4} então A B=Ø. Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos são disjuntos. 1. Fechamento: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, a reunião de A e B, denotada por A B e a interseção de A e B, denotada por A B, ainda são conjuntos no universo. 2. Reflexiva: Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que: A A = A e A A = A 3. Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que: A A B, B A B, A B A, A B B 4. Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que: A B equivale a A B = B A B equivale a A B = A 5. Associativa: Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que: A (B C) = (A B) C A (B C) = (A B) C 6. Comutativa: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que: A B = B A A B = B A 7. Elemento neutro para a reunião: O conjunto vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem: A Ø = A 8. Elemento "nulo" para a interseção: A interseção do conjunto vazio Ø com qualquer outro conjunto A, fornece o próprio conjunto vazio. A Ø = Ø 9. Elemento neutro para a interseção: O conjunto universo U é o elemento neutro para a interseção de conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem: A U = A 10. Distributiva: Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que: A (B C ) = (A B) (A C) A (B C) = (A B) (A C) Os gráficos abaixo mostram a distributividade. A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B. A-B = {x: x A e x B} Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista como: O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por CAB, é a diferença entre os conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B. CAB = A-B = {x: x A e x B} Graficamente, o complemento do conjunto B no conjunto A, é dado por: Quando não há dúvida sobre o universo U em que estamos trabalhando, simplesmente utilizamos a letra c posta como expoente no conjunto, para indicar o complemento deste conjunto. Muitas vezes usamos a palavra complementar no lugar de complemento. Exemplos: Øc = U e Uc = Ø. 1. O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é a interseção dos complementares desses conjuntos. (A B)c = Ac Bc 2. O complementar da reunião de uma coleção finita de conjuntos é a interseção dos complementares desses conjuntos. (A1 A2 ... An) c = A1 c A2 c ... An c 3. O complementar da interseção de dois conjuntos A e B é a reunião dos complementares desses conjuntos. (A B)c = Ac Bc 4. O complementar da interseção de uma coleção finita de conjuntos é a reunião dos complementares desses conjuntos. (A1 A2 ... An) c = A1 c A2 c ... An c A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem à reunião dos conjuntos A e B e não pertencem à interseção dos conjuntos A e B. A B = {x: x A B e x A B} O diagrama de Venn-Euler para a diferença simétrica é: Exercício: Dados os conjuntos A, B e C, pode-se mostrar que:1. A = Ø se, e somente se, B = A B. 2. O conjunto vazio é o elemento neutro para a operação de diferença simétrica. Usar o ítem anterior. 3. A diferença simétrica é comutativa. 4. A diferença simétrica é associativa. 5. A A = Ø (conjunto vazio). 6. A interseção entre A e B C é distributiva, isto é: A (B C) = (A B) (A C) 7. A B está contida na reunião de A C e de B C, mas esta inclusão é própria, isto é: A B (A C) (B C) Exercícios resolvidos 1. Determinar o conjunto X tal que: 1) {a,b,c,d} U X = {a,b,c,d,e} 2) {c,d} U X = {a,c,d,e} 3) Solução: De {b,c,d} X = {c} tiramos da definição de interseção de conjuntos que: c b e d não pertencem a X Da igualdade {c,d} U X = {a,c,d,e} e da definição de união de conjuntos pode-se concluir que: a, c, d e e são possíveis elementos de X Mas como d não pode pertencer a X em decorrência da primeira igualdade acima, temos, até aqui, que X = {a,c,e} E finalmente, de {a,b,c,d} U X = {a,b,c,d,e}, concluímos de forma análoga à colocada para a segunda igualdade que: a, b, c, d e e são possíveis elementos de X E, como b e d não pertencem a X, concluímos então que X = {a,c,e}. Para comprovar verifique que as três igualdades dadas são verdadeiras para X = {a,c,e} Solução: U = {alunos da escola} E = {alunos que estudam inglês} F = {alunos que estudam francês} Dados da questão: n(U) = 415, onde n(U) representa o número de elementos de U n(E) = 221 n(F) = 163 Logo para determinar quantos alunos estudam inglês ou francês - n(E U F) - basta utilizar a seguinte propriedade dos conjuntos, cuja demonstração não será feita aqui. No entanto você pode verificar, intuitivamente, a sua veracidade através de um diagrama de Euler-Venn: n(E U F) = n(E) + n(F) - - 52 = 332 Como 332 são os alunos que estudam uma língua, vem que o número de alunos que não estudam nenhuma das duas é: n(U) - n(E U F) = 415 - 332 = 83 3. Sejam A, B e C três conjuntos finitos. Sabendo-se que: n(X U Y) = n(X) + n(Y) - é verdadeira para quaisquer conjuntos finitos X e Y, onde a notação n(Z) representa a quantidade de elementos do conjunto Z, então n(A U B U C) é igual a: 4. Dado o conjunto {a, b, c, d, e, f, g} o número máximo de subconjuntos distintos é: a) 21 b) 128 c) 64 d) 32 e) 256 Solução: Este exercício envolve o cálculo do Conjunto das Partes do conjunto dado e a fórmula para este cálculo é n(P(A)) = 2 n(A) onde: P(A) = Conjunto das partes do conjunto A; e n = número de elementos de A, logo: Se n = 7 n(P(A)) = 2 7 = 128 Resposta: letra b) 128 5. Utilizando os símbolos ou , relacione os conjuntos A = {0, -1, - 3, -5}, B = {-3, 5} e C = {0, -1}. a) A e B b) B e A c) A e C d) C e A Solução: a) A e B _ A B b) B e A _ B c) A e C _ A d) C e A _ C 6. Dado os seguintes conjuntos: A = {0, 2, 4}, B = {x {2, 3, 4, 5} classifique em F(falso) ou V(verdadeiro). a) 2 b) {4, 5} c) B d) A e) {2, 3, 4} (A f) {2, 3} g) 2 Solução: a) 2 _ V, 2 é par b) {4, 5} c) B d) A e) {2, 3, 4} (A C = {0, 2, 3, 4, 5} f) {2, 3} g) 2 7. O conjunto intersecção de {2, 4, 6, 8, 10} e {1, 2, 3, 5, 7} é: a) {0} b) c) {2} d) {1} e) {6} Solução: a) {0} b) c) {2} d) {1} e) {6} 8. Se A e B são dois conjuntos não vazios e ocorrer A B, então: a) A B = B b) A B =B c) B A d) A B = Solução: a) A B = B b) A B =B A c) B d) A B = B = A 9. Depois de n dias de férias, um estudante observa que: a) choveu 7 vezes, de manhã ou à tarde; b) quando chove de manhã não chove à tarde; c) houve 5 tardes sem chuva; d) houve 6 manhãs sem chuva. Podemos afirmar então que n é igual a: a) 7 b) 8 c) 9 d) 10 e) 11 Solução: Seja M, o conjunto dos dias que choveu pela manhã e T o conjunto dos dias que choveu à tarde. Chamando de M' e T' os conjuntos complementares de M e T respectivamente, temos: n(T') = 5 (cinco tardes sem chuva) n(M') = 6 (seis manhãs sem chuva) n(M T) = 0 (pois quando chove pela manhã, não chove à tarde) Daí: n(M T) = n(M) + n(T) n(M T) 7 = n(M) + n(T) 0 Podemos escrever também: n(M') + n(T') = 5 + 6 = 11 Temos então o seguinte sistema: n(M') + n(T') = 11 n(M) + N(T) = 7 Somando membro a membro as duas igualdades, vem: n(M) + n(M') + n(T) + n(T') = 11 + 7 = 18 Observe que n(M) + n(M') = total dos dias de férias = n Analogamente, n(T) + n(T') = total dos dias de férias = n Portanto, substituindo vem: n + n = 18 2n = 18 n = 9 10. 52 pessoas discutem a preferência por dois produtos A e B, entre outros e conclui-se que o número de pessoas que gostavam de B era: I. O quádruplo do número de pessoas que gostavam de A e B; II. O dobro do número de pessoas que gostavam de A; III. A metade do número de pessoas que não gostavam de A nem de B. Nestas condições, o número de pessoas que não gostavam dos dois produtos é igual a: a) 48 b) 35 c) 36 d) 47 e) 37 Solução: Considere a figura abaixo, onde estão representados os conjuntos A e B, e a quantidade de elementos x, y, z e w. Pelo enunciado do problema, poderemos escrever: x+y+z+w = 52 y+z = 4y y+z = 2(x+y) y+z = w/2 Desenvolvendo e simplificando, vem: x+y+z+w = 52 (eq.1) z = 3y (eq. 2) z = 2x + y (eq. 3) w = 2y + 2z (eq. 4) Substituindo o valor de z da eq. 2 na eq. 3, vem: x = y Podemos também escrever: w = 2y + 2(3y) = 8y Expressando a eq. 1 em função de y, vem: y + y + 3y + 8y = 52 e, daí vem: 13y = 52, de onde vem y = 4. Temos então por simples substituição: z = 3y = 12 x = y = 4 w = 8y = 32 A partir daí, é que vem a sutileza do problema. Vejamos: O problema pede para determinar o número de pessoas que não gostam dos produtos A e B. O conectivo e indica que devemos excluir os elementos da interseção A B. Portanto, a resposta procurada será igual a: w + x + z = 32 + 4 + 12 = 48 pessoas. A resposta seria 32 (como muitos acham como resultado), se a pergunta fosse: Quantas pessoas não gostam do produto A ou do produto B? Resp: 48 pessoas 11. 35 estudantes estrangeiros vieram ao Brasil. 16 visitaram Manaus; 16, S. Paulo e 11, Salvador. Desses estudantes, 5 visitaram Manaus e Salvador e , desses 5, 3 visitaram também São Paulo. O número de estudantes que visitaram Manaus ou São Paulo foi: a) 29 b) 24 c) 11 d) 8 e) 5 Solução: Observe o diagrama de VENN abaixo: Podemos escrever: x + y + 5 = 16 ; logo, x + y = 11 .Eq. 1 x + w + z + 3 = 16; logo, x + w + z = 13.Eq. 2 t + w + 5 = 11; logo, t + w = 6.Eq. 3 x + y + z + w + t + 2 + 3 = 35; logo, x + y + z + w + t = 30.Eq. 4 Substituindo as Eq. 1 e 3, na Eq. 4, vem: 11 + z + 6 = 30; logo, z = 13.Eq. 5 Substituindo o valor de z na Eq. 2, vem: x + w + 13 = 13; logo, x + w = 0, de onde se conclui que x = 0 e w = 0, já que x e w são inteiros positivos ou nulos. Substituindo o valor de x encontrado acima na Eq. 1, vem: 0 + y = 11; logo, y = 11. Observando que o número de elementos de M U SP é igual a x + y + z + w + 2 + 3, vem imediatamente, substituindo os valores: n(M U SP) = 0 + 11 + 13 + 0 + 2 + 3 = 29 Observe que n(M U SP) representa o conjunto dos estudantes que visitaram Manaus OU São Paulo, conforme foi solicitado no problema. Portanto, a alternativa correta é a letra A. Pode-se garantir que a resposta correta é: a) a b) b c) c d) d e) e SOLUÇÃO: Veja os seguintes comentários: As alternativas (A) e (B): não há elementos para se concluir por uma delas, inicialmente. A alternativa (E) não pode ser verdadeira, pois implicaria - pelo enunciado - que o escritor nem teria nascido! Para visualizar isto, veja a figura abaixo. A alternativa (D) não pode ser verdadeira, pois implicaria concluir-se pelos séculos XIX ou XX e, pelo enunciado, só existe uma alternativaverdadeira. POR EXCLUSÃO, a alternativa verdadeira só pode ser a C. Veja o esquema abaixo, para ajudar no seu entendimento dos argumentos acima. Um número racional é o que pode ser escrito na forma onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser não nulo, isto é, n deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n. Quando não existe possibilidade de divisão, simplesmente usamos uma letra como q para entender que este número é um número racional. Como podemos observar, números racionais podem ser obtidos através da razão (em Latim: ratio=razão=divisão=quociente) entre dois números inteiros, razão pela qual, o conjunto de todos os números racionais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a notação: Q = {m/n : m e n em Z, n diferente de zero} Quando há interesse, indicamos Q+ para entender o conjunto dos números racionais positivos e Q_ o conjunto dos números racionais negativos. O número zero é também um número racional. No nosso link Frações já detalhamos o estudo de frações e como todo número racional pode ser posto na forma de uma fração, então todas as propriedades válidas para frações são também válidas para números racionais. Para simplificar a escrita, muitas vezes usaremos a palavra racionais para nos referirmos aos números racionais. Uma dízima periódica é um número real da forma: m,npppp... onde m, n e p são números inteiros, sendo que o número p se repete indefinidamente, razão pela qual usamos os três pontos: ... após o mesmo. A parte que se repete é denominada período. Em alguns livros é comum o uso de uma barra sobre o período ou uma barra debaixo do período ou o período dentro de parênteses, mas, para nossa facilidade de escrita na montagem desta Página, usaremos o período sublinhado. Exemplos: Dízimas periódicas 1. 0,3333333... = 0,3 2. 1,6666666... = 1,6 3. 12,121212... = 12,12 4. 0,9999999... = 0,9 5. 7,1333333... = 7,13 Uma dízima periódica é simples se a parte decimal é formada apenas pelo período. Alguns exemplos são: 1. 0,333333... = 0,(3) = 0,3 2. 3,636363... = 3,(63) = 3,63 Uma dízima periódica é composta se possui uma parte que não se repete entre a parte inteira e o período. Por exemplo: 1. 0,83333333... = 0,83 2. 0,72535353... = 0,7253 Uma dízima periódica é uma soma infinita de números decimais. Alguns exemplos: 1. 0,3333...= 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +... 2. 0,8333...= 0,8 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ... 3. 4,7855...= 4,78 + 0,005 + 0,0005 + ... A conexão entre números racionais e números reais Um fato importante que relaciona os números racionais com os números reais é que todo número real que pode ser escrito como uma dízima periódica é um número racional. Isto significa que podemos transformar uma dízima periódica em uma fração. O processo para realizar esta tarefa será mostrado na sequência com alguns exemplos numéricos. Para pessoas interessadas num estudo mais aprofundado sobre a justificativa para o que fazemos na sequência, deve-se aprofundar o estudo de séries geométricas no âmbito do Ensino Médio ou mesmo estudar números racionais do ponto de vista do Cálculo Diferencial e Integral ou da Análise na Reta no âmbito do Ensino Superior. Dada uma dízima periódica, qual será a fração que dá origem a esta dízima? Esta fração é de fato um número racional denominado a geratriz da dízima periódica. Para obter a geratriz de uma dízima periódica devemos trabalhar com o número dado pensado como uma soma infinita de números decimais. Para mostrar como funciona o método, utilizaremos diversos exemplos numéricos. 1. Seja S a dízima periódica 0,3333333..., isto é, S=0,3. Observe que o período tem apenas 1 algarismo. Iremos escrever este número como uma soma de infinitos números decimais da forma: S = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 +... Multiplicando esta soma "infinita" por 101=10 (o período tem 1 algarismo), obteremos: 10 S = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +... Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha! Subtraindo membro a membro a penúltima expressão da última, obtemos: 10 S - S = 3 donde segue que 9 S = 3 Simplificando, obtemos: Exercício: Usando o mesmo argumento que antes, você saberia mostrar que: 0,99999... = 0,9 = 1 2. Vamos tomar agora a dízima periódica T=0,313131..., isto é, T=0,31. Observe que o período tem agora 2 algarismos. Iremos escrever este número como uma soma de infinitos números decimais da forma: T =0,31 + 0,0031 + 0,000031 +... Multiplicando esta soma "infinita" por 10²=100 (o período tem 2 algarismos), obteremos: 100 T = 31 + 0,31 + 0,0031 + 0,000031 +... Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha, assim: 100 T = 31 + T de onde segue que 99 T = 31 e simplificando, temos que 3. Um terceiro tipo de dízima periódica é T=7,1888..., isto é, T=7,18. Observe que existe um número com 1 algarismo após a vírgula enquanto que o período tem também 1 algarismo. Escreveremos este número como uma soma de infinitos números decimais da forma: R = 7,1 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +... Manipule a soma "infinita" como se fosse um número comum e passe a parte que não se repete para o primeiro membro para obter: R-7,1 = 0,08 + 0,008 + 0,0008 +... Multiplique agora a soma "infinita" por 101=10 (o período tem 1 algarismo), para obter: 10(R-7,1) = 0,8 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +... Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha! Subtraia membro a membro a penúltima expressão da última para obter: 10(R-7,1) - (R-7,1) = 0,8 Assim: 10R - 71 - R + 7,1 = 0,8 Para evitar os números decimais, multiplicamos toda a expressão por 10 e simplificamos para obter: 90 R = 647 Obtemos então: 4. Um quarto tipo de dízima periódica é T=7,004004004..., isto é, U=7,004. Observe que o período tem 3 algarismos, sendo que os dois primeiros são iguais a zero e apenas o terceiro é não nulo. Decomporemos este número como uma soma de infinitos números decimais da forma: U = 7 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +... Manipule a soma "infinita" como se fosse um número comum e passe a parte que não se repete para o primeiro membro para obter: U-7 = 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +... Multiplique agora a soma "infinita" por 10³=1000 (o período tem 3 algarismos), para obter: 1000(U-7) = 4 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +... Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor vermelha! Subtraia membro a membro a penúltima expressão da última para obter: 1000(U-7) - (U-7) = 4 Assim: 1000U - 7000 - U + 7 = 4 Obtemos então 999 U = 6997 que pode ser escrita na forma: Um número real é dito um número irracional se ele não pode ser escrito na forma de uma fração ou nem mesmo pode ser escrito na forma de uma dízima periódica. Exemplo: O número real abaixo é um número irracional, embora pareça uma dízima periódica: x=0,10100100010000100000... Observe que o número de zeros após o algarismo 1 aumenta a cada passo. Existem infinitos números reais que não são dízimas periódicas e dois números irracionais muito importantes, são: e = 2,718281828459045..., Pi = 3,141592653589793238462643... que são utilizados nas mais diversas aplicações práticas como: cálculos de áreas, volumes, centros de gravidade, previsão populacional, etc... Exercício: Determinar a medida da diagonal de um quadrado cujo lado mede 1 metro. O resultado numérico é um número irracional e pode ser obtido através da relação de Pitágoras. O resultado é a raiz quadrada de 2, denotada aqui por R[2] para simplificar as notações estranhas. Podemos representar geometricamente o conjunto Q dos números racionais através de uma reta numerada. Consideramos o número 0 como a origem e o número 1 em algumlugar e tomamos a unidade de medida como a distância entre 0 e 1 e por os números racionais da seguinte maneira: Ao observar a reta numerada notamos que a ordem que os números racionais obedecem é crescente da esquerda para a direita, razão pela qual indicamos com uma seta para a direita. Esta consideração é adotada por convenção, o que nos permite pensar em outras possibilidades. Dizemos que um número racional r é menor do que outro número racional s se a diferença r-s é positiva. Quando esta diferença r-s é negativa, dizemos que o número r é maior do que s. Para indicar que r é menor do que s, escrevemos: r < s Do ponto de vista geométrico, um número que está à esquerda é menor do que um número que está à direita na reta numerada. Todo número racional q exceto o zero, possui um elemento denominado simétrico ou oposto -q e ele é caracterizado pelo fato geométrico que tanto q como -q estão à mesma distância da origem do conjunto Q que é 0. Como exemplo, temos que: Do ponto de vista geométrico, o simétrico funciona como a imagem virtual de algo colocado na frente de um espelho que está localizado na origem. A distância do ponto real q ao espelho é a mesma que a distância do ponto virtual -q ao espelho. Média aritmética: Seja uma coleção formada por n números racionais: x1, x2, x3, ..., xn. A média aritmética entre esses n números é a soma dos mesmos dividida por n, isto é: Exemplo: Se um grupo de 9 pessoas tem as idades: 12, 54, 67, 15, 84, 24, 38, 25, 33 então a idade média do grupo pode ser calculada pela média aritmética: o que significa que a idade média está próxima de 39 anos. Média aritmética ponderada: Consideremos uma coleção formada por n números racionais: x1, x2, x3, ..., xn, de forma que cada um esteja sujeito a um peso, respectivamente, indicado por: p1, p2, p3, ..., pn. A média aritmética ponderada desses n números é a soma dos produtos de cada um por seu peso, dividida por n, isto é: Exemplo: Um grupo de 64 pessoas, que trabalha (com salário por dia), em uma empresa é formado por sub-grupos com as seguintes características: 12 ganham R$ 50,00 10 ganham R$ 60,00 20 ganham R$ 25,00 15 ganham R$ 90,00 7 ganham R$ 120,00 Para calcular a média salarial (por dia) de todo o grupo devemos usar a média aritmética ponderada: Média geométrica: Consideremos uma coleção formada por n números racionais não negativos: x1, x2, x3, ..., xn. A média geométrica entre esses n números é a raiz n-ésima do produto entre esses números, isto é: G = Rn[x1 x2 x3 ... xn] Exemplo: A a média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é dada por: G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013 Aplicação prática: Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm², qual é o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto é, o mais econômico? A resposta a este tipo de questão é dada pela média geométrica entre as medidas do comprimento a e da largura b, uma vez que a.b=64. A média geométrica G entre a e b fornece a medida desejada. G = R[a × b] = R[64] = 8 Resposta: É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico que a altura também mede 8 cm, logo só pode ser um quadrado! O perímetro neste caso é p=32 cm. Em qualquer outra situação em que as medidas dos comprimentos forem diferentes das alturas, teremos perímetros maiores do que 32 cm. Interpretação gráfica: A média geométrica entre dois segmentos de reta pode ser obtida geometricamente de uma forma bastante simples. Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento de reta que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de forma que eles formem segmentos consecutivos sobre a mesma reta. Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. Obtenha o ponto médio O deste segmento e com um compasso centrado em O e raio OA, trace uma semi-circunferencia começando em A e terminando em C. O segmento vertical traçado para cima a partir de B encontrará o ponto D na semi- circunferência. A medida do segmento BD corresponde à média geométrica das medidas dos segmentos AB e BC. Média harmônica: Seja uma coleção formada por n números racionais positivos: x1, x2, x3, ..., xn. A média harmônica H entre esses n números é a divisão de n pela soma dos inversos desses n números, isto é: Aplicações práticas: Para as pessoas interessados em muitas aplicações do conceito de harmônia, média harmônica e harmônico global, visite o nosso link Harmonia. Como foi dito no início, podemos ter qualquer tipo de base para uma potência. Em certos casos é muito utilizado a escrita na forma de "BASE DEZ". Que é o que iremos estudar neste tópico. Vamos começar mostrando uma propriedade SUPER básica de uma multiplicação de um número qualquer por 10. 5 x 10 = 50 52 x 10 = 520 458 x 10 = 4580 30 x 10 = 300 Note que sempre que multiplicamos qualquer número inteiro por 10, acrescentamos um zero à direita deste número e obtemos o resultado, não interessa por quais e por quantos algarismos é formado este número. Vamos pegar o número 256 e multiplicá-lo por 10 três vezes: 256 x 10 = 2560 2560 x 10 = 25600 25600 x 10 = 256000 Ao multiplicar por 10 três vezes, acrescentamos três zeros à direita do número. Veja que o número 256000 pode ser escrito como 256 x 10 x 10 x 10. Ou seja: 256000 = 256 x 10 x 10 x 10 Aplicando potênciação na multiplicação do 10, temos: 256000 = 256 x 103 Bom, este exemplo não foi muito satisfatório, pois escrever 256000 ou 256 x 103 acaba dando o mesmo trabalho. Mas veja agora o número abaixo: 12450000000000000000000000000000 Para representá-lo em uma forma mais compacta, utilizaremos a potência de base DEZ: 12450000000000000000000000000000 = 1245 x 1028 Note que para este tipo de número, o expoente da base 10 será igual ao número de zeros à direita que existem no número a ser representado. Potências de base DEZ também são utilizadas para "movimentar a vírgula" de um número decimal. Vamos ver agora uma outra propriedade básica de DIVISÃO por 10. 5 ÷ 10 = 0,5 52 ÷ 10 = 5,2 458 ÷ 10 = 45,8 30 ÷ 10 = 3,0 Note que ao dividir por 10, o resultado será composto pelos algarismos do dividendo (número a ser dividido), sendo que este resulta do terá um destes algarismos DEPOIS da vírgula. 254 ÷ 10 = 25,4 Resultado tem os mesmos algarismos, com UM algarismo APÓS a vírgula. Agora, se pegarmos este resultado e dividirmos novamente por 10. O que irá acontecer? Veja o quadro abaixo: 25,4 ÷ 10 = 2,54 Resultado tem os mesmos algarismos, só que agora com DOIS algarismos APÓS a vírgula. Note que cada vez que dividimos por 10, a vírgula "se movimenta" uma casa para esquerda. Vamos dividir novamente para confirmar. 2,54 ÷ 10 = 0,254 Resultado tem os mesmos algarismos, agora com TRÊS algarismos APÓS a vírgula. Como o número só tinha três algarismos, colocamos um zero à esquerda, para não ficar ,254 Portanto, podemos dizer que 0,254 é igual a 254 dividido por 10 três vezes, ou seja: Aqui devemos ver que, dividir um número por 10 é a mesma coisa que multiplicar pela fração . Aplicando esta propriedade: Agora, aplicando as propriedades de potênciação: Esta notação (forma de apresentar o valor) é também chamada de notação científica. Para números extremamenta pequenos ou absurdamente grandes é muito utilizada. Continuando no exemplo acima. Se multiplicarmos por 10, iremos desfazer a "movimentação" para esquerda, ou seja, a vírgula irá "se movimentar" para direita. 0,254 x 10 = 2,54 Então, se multiplicarmos por 10 três vezes, voltaremos para 254: 0,254 x 10 x 10 x 10 = 254 0,254 x 103 = 254 RESUMO Quando temos um número multiplicado por uma potência de base 10 positiva, indica que iremos "aumentar" o número de zeros à direita ou "movimentar" para direita a vírgula tantas casas quanto indicar o expoenteda base 10. Veja alguns exemplos: 54 x 105 = 5400000 Acrescentamos 5 zeros à direita do 54 2050 x 102 = 205000 Acrescentamos 2 zeros à direita do 2050 0,00021 x 104 = 2,1 "Movimentamos" a vírgula 4 casas para direita 0,000032 x 103 = 0,032 "Movimentamos" a vírgula 3 casas para direita 54 x 10 5 = 0,00054 "Movimentamos" a vírgula 5 casas para esquerda 2050 x 10-2 = 20,5 "Movimentamos" a vírgula 2 casas para esquerda. Lembrando que 20,5 = 20,50 0,00021 x 10 4 = 0,000000021 "Movimentamos" a vírgula 4 casas para esquerda 0,000032 x 10-3 = 0,000000032 "Movimentamos" a vírgula 3 casas para esquerda 32500000 x 10-4 = 3250 "Diminuimos" 4 zeros que estavam à direita Quando temos um número multiplicado por uma potência de base 10 negativa, indica que iremos "diminuir" o número de zeros à direita ou "movimentar" a vírgula para esquerda tantas casas quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns exemplos: Agora vamos mostrar um exemplo de uso desta matéria: Calcule o valor de : Primeiro de tudo vamos colocar todos números em notação científica (potências de base DEZ): Vamos organizar os termos, para facilitar o cálculo: Agora ficou fácil. É só calcular o lado direito da multiplicação e aplicar as propriedades de potênciação no lado esquerdo para calcular. Fazendo isso, temos: 1024 x 10-1 = 102,4 Proporções com números Propriedades das Proporções Grandezas diret. proporcionais Grandezas invers. proporcionais Histórico sobre a Regra de três Regras de três simples direta Regras de três simples inversa Regras de três composta Porcentagem Juros simples Quatro números racionais A, B, C e D diferentes de zero, nessa ordem, formam uma proporção quando: 1. Os números A, B, C e D são denominados termos 2. Os números A e B são os dois primeiros termos 3. Os números C e D são os dois últimos termos 4. Os números A e C são os antecedentes 5. Os números B e D são os consequentes 6. A e D são os extremos 7. B e C são os meios 8. A divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é uma constante K, denominada constante de proporcionalidade K dessa razão. Para a proporção valem as seguintes propriedades: 1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é: A · D = B · C 2. A soma (diferença) dos dois primeiros termos está para o primeiro termo, assim como a soma (diferença) dos dois últimos está para o terceiro termo, isto é: 3. A soma (diferença) dos dois primeiros termos está para o segundo termo, assim como a soma (diferença) dos dois últimos está para o quarto termo, isto é: 4. A soma (diferença) dos antecedentes está para a soma (diferença) dos consequentes, assim como cada antecedente está para o seu consequente, isto é: Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, aumentando uma delas, a outra também aumenta na mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a outra também diminui na mesma proporção. Se duas grandezas X e Y são diretamente proporcionais, os números que expressam essas grandezas variam na mesma razão, isto é, existe uma constante K tal que: Exemplos: 1. Uma torneira foi aberta para encher uma caixa com água azul. A cada 15 minutos é medida a altura do nível de água. (cm=centímetros e min=minutos) 15 minutos 50 cm 30 minutos 100 cm 45 minutos 150 cm 2. Construímos uma tabela para mostrar a evolução da ocorrência: Tempo (min) Altura (cm) 15 50 30 100 45 150 3. Observamos que quando duplica o intervalo de tempo, a altura do nível da água também duplica e quando o intervalo de tempo é triplicado, a altura do nível da água também é triplicada. 4. Observações: Usando razões, podemos descrever essa situação de outro modo. 5. (a) Quando o intervalo de tempo passa de 15 min para 30 min, dizemos que o tempo varia na razão 15/30, enquanto que a altura da água varia de 50 cm para 100 cm, ou seja, a altura varia na razão 50/100. Observamos que estas duas razões são iguais: 6. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 15 min para 45 min, a altura varia de 50 cm para 150 cm. Nesse caso, o tempo varia na razão 15/45 e a altura na razão 50/150. Então, notamos que essas razões são iguais: 7. Concluímos que a razão entre o valor numérico do tempo que a torneira fica aberta e o valor numérico da altura atingida pela água é sempre igual, assim dizemos então que a altura do nível da água é diretamente proporcional ao tempo que a torneira ficou aberta. 8. Em média, um automóvel percorre 80 Km em 1 hora, 160 Km em 2 horas e 240 Km em 3 horas. (Km=quilômetro, h=hora). Construímos uma tabela da situação: Distância (Km) Tempo (h) 80 1 160 2 240 3 9. Notamos que quando duplica o intervalo de tempo, duplica também a distância percorrida e quando o intervalo de tempo é triplicado, a distância também é triplicada, ou seja, quando o intervalo de tempo aumenta, a distância percorrida também aumenta na mesma proporção. 10. Observações: Usando razões e proporções, podemos descrever essa situação de outro modo. 11. (a) Quando o intervalo de tempo aumenta de 1 h para 2 h, a distância percorrida varia de 80 Km para 160 Km, ou seja, o tempo varia na razão de 1/2 enquanto a distância percorrida varia na razão 80/160. Assim temos que tais razões são iguais, isto é: 12. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 2 h para 3 h, a distância percorrida varia de 160 Km para 240 Km. Nesse caso, o tempo varia na razão 2/3 e a distância percorrida na razão 160/240 e observamos que essas razões são iguais, isto é: 13. Concluímos que o tempo gasto e a distância percorrida, variam sempre na mesma razão e isto significa que a distância percorrida é diretamente proporcional ao tempo gasto para percorrê-la, se a velocidade média do automóvel se mantiver constante. Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando uma delas, a outra diminui na mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a outra aumenta na mesma proporção. Se duas grandezas X e Y são inversamente proporcionais, os números que expressam essas grandezas variam na razão inversa, isto é, existe uma constante K tal que: X · Y = K Exemplos: 1. A professora de um colégio, tem 24 livros para distribuir entre os seus melhores alunos, dando a mesma quantidade de livros para cada aluno. 2. o melhor aluno receberá 24 livros 3. cada um dos 2 melhores alunos receberá 12 livros 4. cada um dos 3 melhores alunos receberá 8 livros 5. cada um dos 4 melhores alunos receberá 6 livros 6. cada um dos 6 melhores alunos receberá 4 livros Alunos escolhidos Livros para cada aluno 1 24 2 12 3 8 4 6 6 4 7. De acordo com a tabela, a quantidade de alunos escolhidos e a quantidade de livros que cada aluno receberá, são grandezas que variam sendo que uma depende da outra e se relacionam da seguinte forma: 1. Se o número de alunos dobra, o número de livros que cada um vai receber cai para a metade. 2. Se o número de alunos triplica, o número de livros que cada aluno vai receber cai para a terça parte. 3. Se o número de alunos quadruplica, o número de livros que cada aluno vai receber cai para a quarta parte. 4. Se o número de alunos sextuplica, o número de livros que cada aluno vai receber cai para a sexta parte. Sob estas condições, as duas grandezas envolvidas (número de alunos escolhidos e número de livros distribuídos) são grandezas inversamente proporcionais. Quando a quantidade de alunos varia na razão de 2 para 4, a quantidade de livros distribuídos varia de 12 para 6. Notemos que essas razões não são iguais, mas são inversas: Se a quantidade de alunos varia na razão de 2 para 6, a quantidade de livros distribuídos varia de 12 para 4. Observemos que essas razões não são iguais, massão inversas: Representamos tais grandezas inversamente proporcionais com a função f(x)=24/x, apresentada no gráfico 8. Um automóvel se desloca de uma cidade até uma outra localizada a 120 Km da primeira. Se o percurso é realizado em: 9. 1 hora, velocidade média de 120 Km/h 10. 2 horas, velocidade média de 60 Km/h 11. 3 horas, velocidade média de 40 Km/h A unidade é Km/h=quilômetro por hora e uma tabela da situação é: Velocidade (Km/h) Tempo (h) 120 1 60 2 40 3 De acordo com a tabela, o automóvel faz o percurso em 1 hora com velocidade média de 120 Km/h. Quando diminui a velocidade à metade, ou seja 60 Km/h, o tempo gasto para realizar o mesmo percurso dobra e quando diminui a velocidade para a terça parte, 40 Km/h o tempo gasto para realizar o mesmo percurso triplica. Para percorrer uma mesma distância fixa, as grandezas velocidade e tempo gasto, são inversamente proporcionais. Embora os gregos e os romanos conhecessem as proporções, não chegaram a aplicá-las na resolução de problemas. Na Idade Média, os árabes revelaram ao mundo a "Regra de Três". No século XIII, o italiano Leonardo de Pisa difundiu os princípios dessa regra em seu Liber Abaci (o livro do ábaco), com o nome de Regra dos três números conhecidos. Uma regra de três simples direta é uma forma de relacionar grandezas diretamente proporcionais. Para resolver problemas, tomaremos duas grandezas diretamente proporcionais X e Y e outras duas grandezas W e Z também diretamente proporcionais, de forma que tenham a mesma constante de proporcionalidade K. assim Exemplo: Na extremidade de uma mola (teórica!) colocada verticalmente, foi pendurado um corpo com a massa de 10Kg e verificamos que ocorreu um deslocamento no comprimento da mola de 54cm. Se colocarmos um corpo com 15Kg de massa na extremidade dessa mola, qual será o deslocamento no comprimento da mola? (Kg=quilograma e cm=centímetro). Representaremos pela letra X a medida procurada. De acordo com os dados do problema, temos: Massa do corpo (Kg) Deslocamento da mola (cm) 10 54 15 X As grandezas envolvidas: massa e deslocamento, são diretamente proporcionais. Conhecidos três dos valores no problema, podemos obter o quarto valor X, e, pelos dados da tabela, podemos montar a proporção: Observamos que os números 10 e 15 aparecem na mesma ordem que apareceram na tabela e os números 54 e X também aparecem na mesma ordem direta que apareceram na tabela anterior e desse modo 10·X=15·54, logo 10X=810, assim X=81 e o deslocamento da mola será de 81cm. Uma regra de três simples inversa é uma forma de relacionar grandezas inversamente proporcionais para obter uma proporção. Na resolução de problemas, consideremos duas grandezas inversamente proporcionais A e B e outras duas grandezas também inversamente proporcionais C e D de forma que tenham a mesma constante de proporcionalidade K. A · B = K e C · D = K segue que A · B = C · D Logo Exemplo: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um corredor imprimindo a velocidade média de 180 Km/h fez um certo percurso em 20s. Se a sua velocidade média fosse de 200 Km/h, qual seria o tempo gasto no mesmo percurso? (Km/h=quilômetro por hora, s=segundo). Representaremos o tempo procurado pela letra T. De acordo com os dados do problema, temos: Velocidade (Km/h) Tempo (s) 180 20 200 T Relacionamos grandezas inversamente proporcionais: velocidade e tempo em um mesmo espaço percorrido. Conhecidos três valores, podemos obter um quarto valor T. Os números 180 e 200 aparecem na mesma ordem que apareceram na tabela, enquanto que os números 20 e T aparecem na ordem inversa da ordem que apareceram na tabela acima. Assim 180.20=200.X, donde segue que 200X=3600 e assim X=3600/200=18. Se a velocidade do corredor for de 200 Km/h ele gastará 18s para realizar o mesmo percurso. Regra de três composta é um processo de relacionamento de grandezas diretamente proporcionais, inversamente proporcionais ou uma mistura dessas situações. O método funcional para resolver um problema dessa ordem é montar uma tabela com duas linhas, sendo que a primeira linha indica as grandezas relativas à primeira situação enquanto que a segunda linha indica os valores conhecidos da segunda situação. Se A1, B1, C1, D1, E1, ... são os valores associados às grandezas para uma primeira situação e A2, B2, C2, D2, E2, ... são os valores associados às grandezas para uma segunda situação, montamos a tabela abaixo lembrando que estamos interessados em obter o valor numérico para uma das grandezas, digamos Z2 se conhecemos o correspondente valor numérico Z1 e todas as medidas das outras grandezas. Situação Gra ndez a 1 Gran deza 2 Gran deza 3 Gran deza 4 Gran deza 5 Gra nd... Gran deza ? Situação 1 A1 B1 C1 D1 E1 Z1 Situação 2 A2 B2 C2 D2 E2 Z2 Quando todas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza Z, resolvemos a proporção: Quando todas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza Z, exceto a segunda grandeza (com a letra B, por exemplo) que é inversamente proporcional à grandeza Z, resolvemos a proporção com B1 trocada de posição com B2: As grandezas que forem diretamente proporcionais à grandeza Z são indicadas na mesma ordem (direta) que aparecem na tabela enquanto que as grandezas que forem inversamente proporcionais à grandeza Z aparecerão na ordem inversa daquela que apareceram na tabela. Por exemplo, se temos cinco grandezas envolvidas: A, B, C, D e Z, sendo a primeira A e a terceira C diretamente proporcionais à grandeza Z e as outras duas B e D inversamente proporcionais à grandeza Z, deveremos resolver a proporção: Observação: O problema difícil é analisar de um ponto de vista lógico quais grandezas são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais. Como é muito difícil realizar esta análise de um ponto de vista geral, apresentaremos alguns exemplos para entender o funcionamento da situação. Exemplos: 1. Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças de uma mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria serão produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras, se essas máquinas funcionarem durante 9 dias? Vamos representar o número de peças pela letra X. De acordo com os dados do problema, vamos organizar a tabela: No. de máquinas (A) No. de dias (B) No. de peças (C) 5 6 400 7 9 X A grandeza Número de peças (C) servirá de referência para as outras grandezas. Analisaremos se as grandezas Número de máquinas (A) e Número de dias (B) são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais à grandeza C que representa o Número de peças. Tal análise deve ser feita de uma forma independente para cada par de grandezas. Vamos considerar as grandezas Número de peças e Número de máquinas. Devemos fazer uso de lógica para constatar que se tivermos mais máquinas operando produziremos mais peças e se tivermos menos máquinas operando produziremos menos peças. Assim temos que estas duas grandezas são diretamente proporcionais. Vamos agora considerar as grandezas Número de peças e Número de dias. Novamente devemos usar a lógica para constatar que se tivermos maior número de dias produziremos maior número de peças e se tivermos menor número de dias produziremos menor número de peças. Assim temos que estas duas grandezas também são diretamente proporcionais. Concluímos que todas as grandezas envolvidas são diretamente proporcionais, logo, basta resolver a proporção: que pode ser posta na forma Resolvendo a proporção, obtemos X=840, assim, se as 7 máquinas funcionarem durante 9 dias serão produzidas 840 peças. 2. Um motociclista, rodando 4h por dia, percorre em média 200 Km em 2 dias. Em quantos dias esse motociclista irá percorrer 500 Km, se rodar 5 h por dia? (h=hora, Km=quilômetro). Vamos representaro número de dias procurado pela letra X. De acordo com os dados do problema, vamos organizar a tabela: Quilômetros (A) Horas por dia (B) No. de dias (C) 200 4 2 500 5 X A grandeza Número de dias (C) é a que servirá como referência para as outras grandezas. Analisaremos se as grandezas Quilômetros (A) e Horas por dia (B) são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais à grandeza C que representa o Número de dias. Tal análise deve ser feita de uma forma independente para cada par de grandezas. Consideremos as grandezas Número de dias e Quilômetros. Usaremos a lógica para constatar que se rodarmos maior número de dias, percorreremos maior quilometragem e se rodarmos menor número de dias percorreremos menor quilometragem. Assim temos que estas duas grandezas são diretamente proporcionais. Na outra análise, vamos agora considerar as grandezas Número de dias e Horas por dia. Verificar que para realizar o mesmo percurso, se tivermos maior número de dias utilizaremos menor número de horas por dia e se tivermos menor número de dias necessitaremos maior número de horas para p mesmo percurso. Logo, estas duas grandezas são inversamente proporcionais e desse modo: que pode ser posta como Resolvendo esta proporção, obtemos X=4, significando que para percorrer 500 Km, rodando 5 h por dia, o motociclista levará 4 dias. Praticamente todos os dias, observamos nos meios de comunicação, expressões matemáticas relacionadas com porcentagem. O termo por cento é proveniente do Latim per centum e quer dizer por cem. Toda razão da forma a/b na qual o denominador b=100, é chamada taxa de porcentagem ou simplesmente porcentagem ou ainda percentagem. Historicamente, a expressão por cento aparece nas principais obras de aritmética de autores italianos do século XV. O símbolo % surgiu como uma abreviatura da palavra cento utilizada nas operações mercantis. Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos 10% e isto significa que em cada 100 unidades de algo, tomaremos 10 unidades. 10% de 80 pode ser obtido como o produto de 10% por 80, isto é: Produto = 10%.80 = 10/100.80 = 800 / 100 = 8 Em geral, para indicar um índice de M por cento, escrevemos M% e para calcular M% de um número N, realizamos o produto: Produto = M%.N = M.N / 100 Exemplos: 1. Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo que 52% dessas fichas estão etiquetadas com um número par. Quantas fichas têm a etiqueta com número par? uantas fichas têm a etiqueta com número ímpar? Par = 52% de 25 = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13 Nesse fichário há 13 fichas etiquetadas com número par e 12 fichas com número ímpar. 2. Num torneio de basquete, uma determinada seleção disputou 4 partidas na primeira fase e venceu 3. Qual a porcentagem de vitórias obtida por essa seleção nessa fase? Vamos indicar por X% o número que representa essa porcentagem. Esse problema pode ser expresso da seguinte forma: X% de 4 = 3 Assim: (X/100).4 = 3 4X/100 = 3 4X = 300 X = 75 Na primeira fase a porcentagem de vitórias foi de 75%. 3. Numa indústria há 255 empregadas. Esse número corresponde a 42,5% do total de empregados da indústria. Quantas pessoas trabalham nesse local? Quantos homens trabalham nessa indústria? Vamos indicar por X o número total de empregados dessa indústria. Esse problema pode ser representado por: 42,5% de X = 255 Assim: 42,5%.X = 255 42,5 / 100.X = 255 42,5.X / 100 = 255 42,5.X = 25500 425.X = 255000 X = 255000/425 = 600 Nessa indústria trabalham 600 pessoas, sendo que há 345 homens. 4. Ao comprar uma mercadoria, obtive um desconto de 8% sobre o preço marcado na etiqueta. Se paguei R$ 690,00 pela mercadoria, qual o preço original dessa mercadoria? Seja X o preço original da mercadoria. Se obtive 8% de desconto sobre o preço da etiqueta, o preço que paguei representa 100%- 8%=92% do preço original e isto significa que 92% de X = 690 logo 92%.X = 690 92/100.X = 690 92.X / 100 = 690 92.X = 69000 X = 69000 / 92 = 750 O preço original da mercadoria era de R$ 750,00. Juro é toda compensação em dinheiro que se paga ou se recebe pela quantia em dinheiro que se empresta ou que é emprestada em função de uma taxa e do tempo. Quando falamos em juros, devemos considerar: 1. O dinheiro que se empresta ou que se pede emprestado é chamado de capital. 2. A taxa de porcentagem que se paga ou se recebe pelo aluguel do dinheiro é denominada taxa de juros. 3. O tempo deve sempre ser indicado na mesma unidade a que está submetida a taxa, e em caso contrário, deve-se realizar a conversão para que tanto a taxa como a unidade de tempo estejam compatíveis, isto é, estejam na mesma unidade. 4. O total pago no final do empréstimo, que corresponde ao capital mais os juros, é denominado montante. Para calcular os juros simples j de um capital C, durante t períodos com a taxa de i% ao período, basta usar a fórmula: Exemplos: 1. O preço à vista de um aparelho é de R$ 450,00. A loja oferece este aparelho para pagamento em 5 prestações mensais e iguais porém, o preço passa a ser de R$ 652,00. Sabendo-se que a diferença entre o preço à prazo e o preço à vista é devida aos juros cobrados pela loja nesse período, qual é a taxa mensal de juros cobrada por essa loja? A diferença entre os preços dados pela loja é: 652,00 - 450,00 = 202,50 A quantia mensal que deve ser paga de juros é: 202,50 / 5 = 40,50 Se X% é a taxa mensal de juros, então esse problema pode ser resolvido da seguinte forma: X% de 450,00 = 40,50 X/100.450,00 = 40,50 450 X / 100 = 40,50 450 X = 4050 X = 4050 / 450 X = 9 A taxa de juros é de 9% ao mês. 2. Uma aplicação feita durante 2 meses a uma taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1.920,00 de juro. Qual foi o capital aplicado? O capital que a aplicaçao rendeu mensalmente de juros foi de: 1920,00/2=960,00. Se o capital aplicado é indicado por C, esse problema pode ser expresso por: 3% de C = 960,00 3/100 C = 960,00 3 C / 100 = 960,00 3 C = 96000 C = 96000/3 = 32000,00 O capital aplicado foi de R$ 32.000,00. INTRODUÇÃO O mundo atual experimenta a cada dia inovações tecnológicas importantes graças às relações funcionais entre variáveis. Podemos destacar vários exemplos tais como: a função que relaciona voltagem e corrente numa placa de computador ou a relação funcional entre o saldo devedor e a taxa num financiamento de um carro ou até uma função que, a partir de um exame de sangue seu, pode dizer se você tem um tipo específico de doença. Uma função ou relação funcional se estabelece quando existe uma relação de dependência entre incógnitas. Formalmente, uma função se define através de uma equação matemática relacionando as variáveis de interesse. Para o curso de cálculo diferencial e integral, o conhecimento de funções tem vital importância. Portanto, esse capítulo se dedica a analisar detalhadamente os mais variados tipos de funções. Uma função se estabelece quando descrevemos quais são as suas variáveis independentes e qual é a variável dependente. Por exemplo, a aceleração de um carro depende da intensidade com que você pisa no pedal do acelerador. Nesse caso, a aceleração é a variável dependente e a intensidade com que você pisa no pedal é a variável independente. Note que você controla uma das variáveis (controla a sua intensidade) enquanto a outra é conseqüência da primeira. Uma função pode conter mais de uma variável independente mas apenas uma variável dependente. Na prática, isso significa que podem existir várias causas com apenas uma conseqüência. A função se encarrega de relacionar a contribuição de cada causa com a conseqüência final. Por exemplo, a temperatura média de uma cidade pode depender da umidade, da distância do equador e da altitude em que ela se encontra. Uma função com apenas uma variável independente pode ser representada de duas formas equivalentes:y = equação da variável x ou f(x) = equação da variável x Representar uma função em que a variável dependente é igual ao quadrado da variável independente. A função pode ser representada das seguintes formas: 2xy ou 2x)x(f OBS.: As variáveis que aparecem na função não precisam ser, necessariamente, iguais a y e x. Por exemplo, a área de uma circunferência depende do raio segundo a equação: 2rA ou 2r)r(A Se quisermos conhecer o valor da variável dependente, basta substituirmos um valor onde aparece a variável independente. Por exemplo, se quisermos saber a área da circunferência de raio igual a 2 m, basta fazer: 2r)r(A 56,122)2(A 2 m2 O gráfico de uma função é uma curva que expressa a relação entre a variável dependente e as independentes. Estudaremos nesse capítulo somente funções com uma variável independente. Podemos construir o gráfico de uma função usando um sistema de duas coordenadas posicionadas no plano cartesiano. Primeiro, atribuímos valores para a variável x e calculamos os valores correspondentes da variável y através da equação da função. Em seguida, posicionamos essas duas coordenadas no plano cartesiano. Atualmente, existem vários recursos computacionais que possibilitam a construção rápida de gráficos. Definimos uma função como uma regra (equação) que permite associar cada elemento x, de um conjunto A, a um único elemento y de um conjunto B. O conjunto A é chamado domínio da função. Já o conjunto B é denominado imagem da função se cada elemento seu está relacionado a, pelo menos, um elemento do conjunto A. Podemos entender melhor essa definição usando o diagrama de Venn: Pela definição dada, é natural pensar que um único um valor de x se associa a um único valor de y, porém, não é tão óbvio que dois valores diferentes de x possam ser associados ao mesmo valor de y. Um exemplo prático disso é que uma cidade pode ter a mesma temperatura em dois horários diferentes durante o dia. Vejamos essa situação no diagrama de Venn: Conforme a definição, a única situação que não pode acontecer é um valor de x ser associado a mais de um valor de y. Por exemplo, uma cidade não pode ter duas temperaturas diferentes ao meio-dia não é mesmo ? A conseqüência imediata das afirmações anteriores é a seguinte regra: Uma curva no plano cartesiano é gráfico de uma função se qualquer reta vertical não intercepta essa curva mais de uma vez dentro do seu domínio. Vejamos dois exemplos: É gráfico de uma função Não é gráfico de uma função Estamos freqüentemente em contato com funções de dois tipos: as funções discretas e as funções contínuas. As funções discretas aparecem nos jornais, na televisão e nas revistas em forma de gráficos. Por exemplo, considere que o censo demográfico de uma cidade forneceu os seguintes resultados: ANO POPULAÇÃO 1970 154.000 1980 285.000 1990 430.100 2000 610.300 Para visualizar melhor, podemos transformar essa tabela num gráfico em forma de barras verticais: O exemplo do censo demográfico mostra duas características interessantes das funções discretas. A primeira característica é que toda função discreta é representada por uma tabela. A segunda, e mais importante, característica é a impossibilidade de sabermos o valor da variável dependente para valores não-tabelados da variável independente. Por exemplo, não sabemos quantos habitantes existem na cidade no ano de 1985. Em geral, as funções discretas são resultados de medições em intervalos de tempo regulares. A inflação mensal, a temperatura diária, o lucro anual e o censo demográfico de dez em dez anos são exemplos de funções discretas. Por outro lado, as funções contínuas são representadas por equações no lugar de tabelas e é possível saber o valor da variável dependente para qualquer valor da variável independente. Um exemplo de função contínua é a velocidade instantânea de um carro sujeito à aceleração constante: atV)t(V 0 Suponha que estejamos interessados em calcular a velocidade no instante t=2s sabendo-se que a velocidade inicial V0 é igual a 3m/s e a aceleração a é igual a 1m/s2: 5213)2(V m/s Qualquer valor de tempo que você imaginar tem uma velocidade correspondente. Para visualizar melhor, vamos construir o gráfico dessa função: O domínio de uma função é o conjunto de todos os valores possíveis da variável independente. Encontre o domínio da função: x)x(f Censo demográfico de uma cidade 0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 1970 1980 1990 2000 Ano H ab it a n te s Não são possíveis valores negativos de x já que, dentre os números reais, não existe a raiz quadrada de um número negativo. Assim, o domínio da função é representado da seguinte forma: }0x/x{Df R Devemos ler essa notação matemática da seguinte forma: x pertence ao conjunto dos números reais tal que x é maior ou igual a zero Encontre o domínio da função: x 1 )x(f Nesse caso, não é possível x=0 já que 0 1 não é definido como um número real. Assim, o domínio da função é representado da seguinte forma: }0x/x{Df R OBS.: A expressão 0 1 não é definida porque não existe um número real que multiplicado por zero seja igual a 1. A imagem é o conjunto de todos os resultados que a variável dependente assume quando usamos os valores do domínio na equação da função. Encontre a imagem da função: x)x(f SOLUÇÃO Para qualquer valor de x dentro do domínio da função (só valores positivos de x), a variável y assume apenas valores positivos (incluindo o zero). Assim, a imagem da função é representada da seguinte forma: }0y/y{Imf R Encontre a imagem da função: 2x)x(f SOLUÇÃO Para qualquer valor de x dentro do domínio da função (todos os números reais), a variável y assume apenas valores negativos (incluindo o zero). Assim, a imagem da função é representada da seguinte forma: }0y/y{Imf R Exercícios 1 Encontre o domínio das funções abaixo: a) 3x)x(f b) 3x 1 )x(f c) 2x 1 )x(f d) 2x)x(f e) 1x)x(f f) x 1 )x(f g) 1x 1 )x(f A função Afim é aquela que estabelece uma taxa constante de crescimento (ou decrescimento) da variável dependente. EXEMPLO O apresentador do jornal da televisão informa que as exportações do país atualmente atingiram 300 milhões e estão crescendo 100 milhões por ano. Para entender melhor o problema, vamos construir a seguinte tabela: Prazo Total de Exportações (em milhões) Hoje 300 Após 1 ano 400 (= 300 + 1 100) Após 2 anos 500 (= 300 + 2 100) Após 3 anos 600 (= 300 + 3 100) ... ... Após x anos 300 + x 100 A função que relaciona o total de exportações e o número de anos é então dada por: x100300)x(f Matematicamente, a função afim é dada pela relação: bax)x(f ou baxy Essa função é caracterizada chamado coeficiente angular ( ou taxa de variação) e o coeficiente linear. O coeficiente angular indica a taxa constante de crescimento ou decrescimento de y. Podemos analisá-lo de duas formas: Pelo seu sinal; Pelo seu valor absoluto. Quando analisamos o coeficiente angular pelo seu sinal estamos interessados em saber se a taxa é de crescimento ou de decrescimento. Uma taxa de crescimento é caracterizada por um valor positivo e uma taxa de decrescimento é caracterizada por um valor negativo. Vamos considerar que a temperatura no interior de uma sala refrigerada decresce a uma taxa constante de 2oC a cada hora enquanto do lado de fora a temperatura está crescendo a uma taxa constante de 2oC a cada hora. No primeiro caso, o coeficiente angular é igual a -2oC/h. Isso significa que a cada hora a temperatura cai 2oC. Por exemplo, se a sala estava inicialmente a 30oC então após 1 horaa temperatura será de 28oC, após 2 horas a temperatura será de 26oC e assim por diante. No segundo caso, o coeficiente angular é igual a +2oC/h. Isso significa que a cada hora a temperatura sobe 2oC. Por exemplo, se a temperatura do lado de fora da sala estava em 30oC então após 1 hora a temperatura será de 32oC, após 2 horas a temperatura será de 34oC e assim por diante. O gráfico da temperatura para o lado de dentro e para o lado de fora da sala é dado por: Por outro lado, quando analisamos o coeficiente angular pelo seu valor absoluto (apenas o número sem considerar o sinal) estamos interessados em saber se a taxa de crescimento ou decrescimento (dependendo do sinal) é elevada ou não. O coeficiente linear indica onde a função corta o eixo y, ou seja, o valor de y quando x é igual a zero. Podemos encontrar dois casos: Coeficiente linear positivo, quando a função corta o eixo y num valor positivo; Coeficiente linear negativo, quando a função corta o eixo y num valor negativo. Vamos considerar o caso de duas funções com coeficiente angular positivo, uma com coeficiente linear positivo e a outra com coeficiente linear negativo: Coeficiente linear positivo Coeficiente linear negativo Agora vamos considerar o caso de duas funções com coeficiente angular negativo, uma com coeficiente linear positivo e a outra com coeficiente linear negativo: Coeficiente linear positivo Coeficiente linear negativo Vamos supor que conhecemos dois pontos )y,x( 00 e )y,x( 11 pelos quais a reta passa. A inclinação da reta é dada pela tangente do ângulo no triângulo mostrado no gráfico: adjacente cateto oposto cateto tga x y xx yy a 01 01 Fazendo yy1 e xx1 na fórmula acima podemos encontrar a equação da reta: 0 0 xx yy a )xx(a)yy( 00 Essa equação é usada quando sabemos qual é o coeficiente angular e um ponto por onde a reta passa. OBS.: Poderíamos ter feito yy0 e xx0 . Nesse caso, teríamos a seguinte equação da reta: )xx(a)yy( 11 Isso significa que qualquer um dos dois pontos pode ser usado na equação. Encontrar a equação da reta que passa pelos pontos )0,1()y,x( 00 e )3,2()y,x( 11 . Primeiramente, devemos encontrar o coeficiente angular: 3 12 03 xx yy a 01 01 Agora, podemos usar a equação da reta: )xx(a)yy( 00 )1x(3)0y( 3x3y Por outro lado, poderíamos ter escolhido o outro ponto: )xx(a)yy( 11 )2x(3)3y( 3x336x3y Definimos uma função crescente quando, à medida que x aumenta dentro de um intervalo, o valor de y também aumenta. Na função Afim, isso é caracterizado pelo valor positivo do coeficiente angular. 3x3y coeficiente angular = +3, reta crescente. 1x2y coeficiente angular = +2, reta crescente. Definimos uma função decrescente quando, à medida que x aumenta dentro de um intervalo, o valor de y diminui. Um coeficiente angular negativo caracteriza uma reta decrescente. 1x3y coeficiente angular = -3, reta decrescente. 3x2y coeficiente angular = -2, reta decrescente. OBS.: Nesse caso, a reta, que não é crescente e nem decrescente, é chamada função constante (não possui inclinação). Podemos usar o nosso raciocínio para construir o gráfico da função encontrando as duas coordenadas mais importantes: onde a função corta o eixo x e onde corta o eixo y. Para encontrar em que ponto a função corta o eixo x, basta colocar zero onde aparecer y na equação. O valor calculado de x deve ser marcado sobre o eixo x. Para encontrar em que ponto a função corta o eixo y, basta colocar zero onde aparecer x na equação. O valor calculado de y deve ser marcado sobre o eixo y. Esse valor é igual ao coeficiente linear da função Afim. Finalmente, usando uma régua, ligamos esses dois pontos com uma reta. Encontrar o gráfico da função: 1x2y Para 0y , 2 1 x1x201x2 Para 0x , 1y102y Vamos agora posicionar os dois pontos no gráfico: Finalmente, devemos traçar a reta que passa pelos dois pontos: A função y = ax + b pode se enquadrar num dos três tipos listados abaixo: Função Afim; Função Linear; Função Constante. A função afim é caracterizada por a 0 e b 0. Isso faz com que o gráfico nunca passe pela origem dos eixos (x=0 e y=0). Exemplos de funções do tipo afim: 1x2y (função afim crescente) 3x2y (função afim decrescente) Esboço do gráfico de uma função afim (decrescente): A função linear é caracterizada por a 0 e b=0. Isso faz com que o gráfico sempre passe pela origem do plano cartesiano (x=0 e y=0). Exemplos de funções do tipo linear: x2y (função linear crescente) x2y (função linear decrescente) Esboço do gráfico de uma função linear (crescente): A função constante é caracterizada por a=0. Isso faz com que o gráfico da função seja uma reta horizontal, ou seja, o valor de y não varia com x. Exemplos de funções do tipo constante: 2y (positiva) 2y (negativa) Esboço do gráfico de uma função constante (positiva): Exercícios 1. Classifique as funções abaixo em crescentes ou decrescentes: a) 1x3y b) 1x2y c) xy d) x3y e) 1x 2 1 y f) x 2 1 1y 2. Classifique as funções abaixo em afim, linear e constante: a) 1x3y b) 3y c) xy d) 1y e) x3y f) 1x2y 3. Encontre a equação da reta que passa pelos pontos: a) (1,3) e (2,6) b) (-1,2) e (2, -4) c) (2,5) e (3,5) d) (1,1) e (3,5) e) (3,2) e (4,1) f) (3,4) e (1,1) 4. Com os resultados da questão anterior, construa o gráfico correspondente a cada uma das retas. Um modelo matemático é uma função que representa um determinado problema. Existem muitos exemplos de problemas que podem ser modelados por uma função Afim: Juros simples; Avaliação de alternativas de consumo de celular; Movimento uniforme (MU); Movimento uniformemente variado (MUV). No regime de capitalização chamado juros simples os juros são proporcionais ao tempo da aplicação. Por exemplo, se dobrarmos o prazo de um empréstimo então os juros dobrarão de valor. A equação abaixo fornece o valor dos juros de uma aplicação em juros simples: 100 tiC J Nessa equação, identificamos os seguintes parâmetros: C é o capital aplicado em dinheiro; i é a taxa percentual por unidade de tempo (diária, mensal, anual, etc); t é o tempo da aplicação (dia, mês, ano, etc) Definimos o montante de uma aplicação como sendo a soma do capital com os juros do período considerado. Pela definição, a fórmula de cálculo do montante é dada por: 100 tiC CJCM Quanto rende de juros uma aplicação de $10.000,00 a uma taxa de juros de 3% ao mês durante 2 meses ? Usando a equação do regime de juros simples: 00,600$ 100 2300,000.10 100 tiC J Suponha que a sua operadora de celular tenha duas opções de plano de consumo: Plano pós-pago: você paga a assinatura de $30,00 mais $0,40 por minuto de ligação. Plano pré-pago: $1,00 por minuto de ligação. Baseado nos dois planos acima, explique até que ponto o plano pré-pago é mais vantajoso que o pós-pago ? O modelo do plano pós-pago é dado pela equação: t4,030Consumo , onde t é o tempo de conversação em minutos. O plano pré-pago pode ser modelado segundo a equação abaixo: t1Consumo , onde t é o tempo de conversação em minutos. A partir das equações dos modelos, podemos montar o gráfico a seguir: A linha tracejada corresponde ao plano pós-pago e a linha cheia ao plano pré-pago. Conforme o gráfico, as duas retas se encontram no tempo de 50 minutos (marcado com um círculo). Nesse ponto as duas contas são iguais, ou seja, se você consumir 50 minutos todo mês então será indiferente você ter um plano pré-pago ou pós-pago.O valor da conta com o consumo de 50 minutos será de $50,00. Abaixo de 50 minutos, podemos verificar que a linha cheia está abaixo da linha tracejada. Isso significa que se você consumir menos de 50 minutos por mês, então o plano pré-pago é mais vantajoso porque a conta é mais barata. Já acima de 50 minutos, verificamos que a linha tracejada está abaixo da linha cheia, mostrando que se você consumir mais de 50 minutos por mês então o plano de conta é mais interessante já que no final do mês a conta será menor. A velocidade é definida como a rapidez para completar um percurso. Isso é medido em termos de quanta distância é percorrida num período de tempo. Por exemplo, se um carro percorre 100 quilômetros em 2 horas, então a sua velocidade é de 50 quilômetros por cada hora do percurso. Em física, definimos o movimento uniforme como sendo aquele cuja velocidade é constante. Por esse motivo, podemos encarar o espaço como uma função do 1o grau dada por: tVSS 0 Note que a velocidade é o coeficiente angular da reta e o seu valor determina se o espaço está crescendo ou decrescendo à medida que o tempo passa. Duas horas após iniciar o movimento, em que ponto estará um automóvel que viaja a uma velocidade constante de 50km/h e está situado inicialmente a 10km da origem ? Os dados do problema são: km10S0 , h/km50V e h2t Vamos calcular em que ponto estará o automóvel a partir da equação do espaço: t5010S km11025010S O automóvel estará a 110km da origem. Note que 110km não é o espaço percorrido em duas horas, mas onde estará o automóvel em relação ao ponto de referência. A aceleração é definida como sendo a taxa de variação da velocidade na unidade de tempo. Isso é medido em termos de quanto aumenta ou diminui a velocidade num período de tempo. Por exemplo, se um carro tem uma velocidade de 5m/s e 10 segundos depois está com uma velocidade de 15m/s então a sua aceleração é de 10m/s em 10 segundos, ou seja, 1 m/s2. Em física, definimos o movimento uniformemente variado como sendo aquele cuja 0 10 20 30 40 50 60 70 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 tempo de conversação (min) C o n su m o ( $) aceleração é constante. Dessa forma, podemos modelar a velocidade como uma função do 1o grau: taVV 0 É importante perceber que a aceleração é o coeficiente angular da reta e o seu valor determina se a velocidade está crescendo ou decrescendo à medida que o tempo passa. Um automóvel viaja a uma velocidade de 10m/s e 5 segundos depois está a 20m/s. A que velocidade estará o automóvel em 10 segundos mantendo a aceleração constante ? Os dados do problema são: s/m10V0 , 2s/m2 5 1020 a e s10t Vamos calcular em que velocidade o móvel estará através da equação da velocidade: s/m3010210t210V A função em que a maior potência da variável independente é igual a dois chama-se função quadrática. Matematicamente, a função quadrática é dada pela relação: cbxax)x(f 2 ou cbxaxy 2 Essa função é caracterizada graficamente por uma parábola. O gráfico de uma função quadrática tem a propriedade de ser simétrico em relação ao seu vértice. função quadrática corta o eixo y e o seu posicionamento é similar ao coeficiente linear na função afim. A função do espaço no MUV é dada pela seguinte equação do 2o grau: 2 at tVSS 2 00 Note que a maior potência da variável independente t é dois. CONCAVIDADE DA FUNÇÃO QUADRÁTICA A concavidade é uma característica importante da função, já que indica se a abertura da parábola está para cima ou para baixo. Essa característica pode ser prevista através do classificação: a>0 (a positivo): concavidade para cima, ou seja, abertura para cima. a<0 (a negativo): concavidade para baixo, ou seja, abertura para baixo. Concavidade para cima Concavidade para baixo São os valores de x que anulam a função quadrática. Assim: y=0 ou f(x)=0 A forma mais usada de resolução da equação quadrática é através da fórmula de Baskara: a2 ac4bb x 2 a2 ac4bb x 2 Note que na função afim só existe um único valor que anula a função (corta o eixo x) enquanto que na função quadrática existem dois valores. Encontre os zeros da função 6x5xy 2 . 06x5x 2 3 2 15 2 24255 )1(2 )6()1(4)5()5( x 2 2 2 15 2 24255 )1(2 )6()1(4)5()5( x 2 Uma segunda forma de resolver o problema é através do cálculo do discriminante : ac4b2 Obteremos então as seguintes raízes como solução: a2 b x a2 b x A introdução do elemento simplifica o estabelecer a seguinte classificação baseada no valor de : Quando >0: Quando isso acontece, certamente teremos 2 raízes reais e diferentes, ou seja, a função 06x5x 2 )6()1(4)5( 2 1 3 )1(2 1)5( x 2 )1(2 1)5( x Quando =0: Quando isso acontece, certamente teremos 2 raízes reais e iguais, ou seja, a função quadrática 04x4x 2 )4()1(4)4( 2 0 2 )1(2 0)4( x 2 )1(2 0)4( x OBS.: Nesse caso, dizemos que a raiz 2 tem multiplicidade 2 (2 raízes iguais a 2). Quando <0: Quando isso acontece, certamente não teremos raízes reais, ou seja, a função quadrática 05x4x 2 )5()1(4)4( 2 4 Portanto: Rx,x Dependendo da concavidade da função quadrática, podemos perceber que o vértice da parábola situa-se no ponto mais baixo ou no ponto mais alto do gráfico. Denominamos ponto de máximo ao valor de x cujo valor de y é máximo, ou seja, quando o valor de y está no ponto mais alto do gráfico. Isso acontece quando a função tem concavidade para baixo (a<0). Denominamos ponto de mínimo ao valor de x cujo valor de y é mínimo, ou seja, quando o valor de y está no ponto mais baixo do gráfico. Isso acontece quando a função tem concavidade para cima (a>0). O ponto de máximo ou mínimo pode ser calculado através do conhecimento das coordenadas do vértice da parábola: a2 b x v a4 yv Gráfico com ponto de mínimo Gráfico com ponto de máximo Calcule o valor de xv e yv da função 6x5xy 2 e diga se xv é máximo ou mínimo. A partir da função encontramos os seguintes resultados: 1)6()1(4)5( 2 5,2 2 5 12 )5( a2 b x v 25,0 4 1 14 1 a4 yv Observando o gráfico da função podemos entender melhor o problema: Logo, o ponto xv=2,5 é ponto de mínimo já que a concavidade está voltada para cima (a>0). Nesse caso, yv=-0,25 é o menor valor que a função assume. 1) Gráfico para as funções y= x2 e x= y2 2) Gráfico para as funções y=-x2 e x=-y2 3) Gráfico para as funções y= x2-x-6 e x= y2-y-6. 4) funções: y=x2-x-6 y=x2-2x-6 y=x2-3x-6 y=x2-4x-6 5) funções: y=x2-x-6 y=2x2-x-6 y=3x2-x-6 y=4x2-x-6 6) Alguns funções: y=x2-x-3 y=x2-x-4 y=x2-x-5 y=x2-x-6 7) Alguns gráficos para as funções: y+x+4=x2 y-15x+36=y2 Existem muitos problemas que podem ser modelados por uma função quadrática: Movimento uniformemente variado (MUV); Trajetória de projéteis; No movimento uniformemente variado, a posição do móvel depende do tempo conforme a seguinte função quadrática: 2 at tVSS 2 00 Onde: S é a posição final do móvel em relação à origem; S0 é a posição inicial do móvel em relação à origem; V0 é a velocidade inicial do móvel; t é o tempo de percurso desde a posição inicial S0 até a posição final S; Um automóvel começou a mover-se num ponto que está a 20 metros distante da origem com aceleração constante de 1m/s2. Encontre a posição final do móvel após 10 segundos. A velocidade inicial do automóvel é igual a zero, já que estava parado e começou a se mover no ponto inicial. Substituindo
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