Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Adriana Taveira UNIDADE I Epidemiologia Epi (sobre), Demos (povo), Logos (conhecimento) A ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação da doença e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 1992) O que Epidemiologia? Determinar a etiologia da doença; Fatores de risco → Intervenção para diminuir a morbidade e mortalidade (programas de prevenção). Determinar a extensão de uma doença na comunidade → Organizar serviços de saúde. Estudar a história natural da doença → Traçar o prognóstico; Desenvolver novo modo de intervenção. Base para a política de saúde pública → Prevenção e promoção à saúde. Comparar métodos antigos de tratamento e prevenção com novas tecnologias. Objetivos da epidemiologia Hipócrates (460-377 a.C.) Origem do pensamento epidemiológico. Analisou as doenças em bases racionais. Pai da medicina. Histórico da epidemiologia Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A %2F%2Fedukavita.blogspot.com%2F2015%2F 06%2Fbiografia-de-hipocrates-de-cos- medico.html&psig=AOvVaw2KIUsb8TJWru6Gr YsjrMCX&ust=1574963905386000&source=im ages&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCMjO- fP7iuYCFQAAAAAdAAAAABAD Fonte: https://encrypted- tbn1.gstatic.com/shopping?q=tbn:ANd9GcQLt 80GeSmz- fQufStAP0iWFHT7Jn70nuO7_WrL3c6AVXuU VzWqBxtqu8pWY3PSWSOpqguKuXuerRveXh UGeXpQ9v7EXuBxd__ma7OvFRM43URnk5Q nUlrU&usqp=CAE Entre os séculos XIV e XVII - ausência de métodos sistemáticos para testar possíveis relações entre uma determinada exposição e uma doença. Medicina - magia, bruxaria, religiosidade. Idade Média: estagnação do pensamento epidemiológico Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https %3A%2F%2Fwww.history.org.uk%2Fstude nt%2Fmodule%2F5221%2Fmedieval- medicine- podcast&psig=AOvVaw3xiUQbX5jfKElLA- r4LNP6&ust=1574965041830000&source=i mages&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCIC- kZyAi-YCFQAAAAAdAAAAABAD Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=htt ps%3A%2F%2Fwww.history.com%2Fne ws%2F7-unusual-ancient-medical- techniques&psig=AOvVaw3qszD89oR- zuaG9Ig_dOrY&ust=1574964970108000 &source=images&cd=vfe&ved=0CA0Qjh xqFwoTCJiMqe__iuYCFQAAAAAdAAAA ABAD Meados do século XIX. A origem das doenças → má qualidade do ar (decomposições de animais e plantas). Teoria Miasmática Malária = “mau ar” Fonte: https://encrypted- tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9 GcQLaE7xuK6X9pJsnsaTwo_RSUkn2s0 -B_sUlssjoRzOqzBTbAxN Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F %2Fwww.spinthehat.com%2Fmiasma- theory%2F&psig=AOvVaw0ygMN5MXy3AbpjlKPx OaTR&ust=1574964399190000&source=images& cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCOjpyOL9iuYCFQA AAAAdAAAAABAM (imagem da caveira) “Vapores invisíveis” John Graunt (1620-1674) Mensurou o perfil da população de Londres: Número de habitantes Estrutura etária Taxa de crescimento Tabelas de mortalidade e sobrevivência Pai da demografia Histórico da epidemiologia Valor do agrupamento de dados para o desenvolvimento de modelos de análise Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url= https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2 Fwiki%2FJohn_Graunt&psig=AOvVaw 3WoVy0CH41DYNmNWm6mh3Q&ust =1574965854838000&source=images &cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCNjrjp WDi-YCFQAAAAAdAAAAABAD Louis Villermé (1782-1863) Etiologia social das doenças Pierre Louis (1787-1872) Epidemiologista clínico Willian Farr (1807-1883) Classificação das doenças (multifatorial) Leis de Farr Cria os indicadores de saúde Histórico da epidemiologia Publicou estudo com casos de pneumonia x eficiência do tratamento clínico Criou registro anual de mortalidade e morbidade para a Inglaterra: início dos sistemas de informação em saúde Pesquisou o impacto da pobreza e das condições de trabalho na saúde das pessoas Louis Pasteur (1822-1895) Autor da Teoria Germinal das doenças infecciosas. Pai da Bacteriologia. Histórico da epidemiologia Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url= https%3A%2F%2Fblog-mundo- biologia.blogspot.com%2F2016%2F10 %2Fbiografia-de-louis- pasteur.html&psig=AOvVaw3rRCgJW Pf_RzCztAqzP1mx&ust=15749673322 18000&source=images&cd=vfe&ved= 0CAIQjRxqFwoTCLCg8NWIi- YCFQAAAAAdAAAAABAD John Snow (1813-1858) Investigações → esclarecer a origem das epidemias de cólera (Londres, 1849-1854). Teoria dos miasmas X Água contaminada (Teoria dos germes). Epidemiologista de campo. Histórico da epidemiologia Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=htt ps%3A%2F%2Fblog.ted.com%2Fhappy- birthday-john-snow-father-of-modern- epidemiology-a-qa-with-steven- johnson%2F&psig=AOvVaw00ogRhRyO GIGVqAiz_fd5d&ust=157496668320000 0&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Qj hxqFwoTCMCFu6WGi- YCFQAAAAAdAAAAABAD Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=http s%3A%2F%2Fwww.sciencephoto.com%2 Fmedia%2F300531%2Fview%2Fcaricatur e-of-people-using-a-cholera-infected- well&psig=AOvVaw00ogRhRyOGIGVqAiz _fd5d&ust=1574966683200000&source=i mages&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCM CFu6WGi-YCFQAAAAAdAAAAABAO Investigação de John Snow Tabela 1.1 Mortes por cólera em duas áreas de Londres abastecidas por duas companhias de água3, entre 8 de julho a 26 de agosto de 1854. Companhia abastecedora de água População em 1851 Número de mortes por cólera Taxa de mortalidade por cólera (por 1000 habitantes) Southwark Lambeth 167.654 19.133 844 18 5.0 0.9 Figura 4.1. óbitos por cólera na área central de Londres, setembro de 18546,7 50 0 50 100 150 200 Jardas xBomba d´água • Mortes por cólera Fonte: BONITA, R; BEAGLEHOLE, R. KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia Básica. 2. ed. São Paulo: Santos, 2010. Richard Doll e Austin Hill Hábito de fumar cigarro e câncer de pulmão (1948) Histórico da epidemiologia Figura 1.1 Taxa de mortalidade por câncer no pulmão (por mil) de acordo com o número médio de cigarros fumados por dia entre médicos britânicos, 1951-1961 T a x a a n u a l d e m o rt e s p o r c â n c e r d e p u lm ã o p o r m il 3.5 Número médio de cigarros fumados por dia 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 0.0 10 20 30 40 Fonte: BONITA, R; BEAGLEHOLE, R. KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia Básica. 2. ed. São Paulo: Santos, 2010. As primeiras observações epidemiológicas foram feitas por John Snow (1848-49 e 1853-54). O cientista identificou o local de moradia de cada pessoa que morreu por cólera em Londres. A partir disso, Snow verificou: Assinale V (verdadeiro) e F (falso). ( ) Associação entre a origem da água utilizada para beber e as mortes ocorridas. ( ) Relação entre os óbitos gerados por uma desconhecida infecção gastrointestinal e as empresas que abasteciam a cidade de Londres com água. ( ) Recomendação às melhorias no suprimento de água, mesmo antes da descoberta do microrganismo causador da cólera. ( ) Disseminação da cólera pela água contaminada. Qual a sequência correta? a) V – V – V – V b) V – F – V – V c) F – V – F – F d) F – V – V – F e) V – F – F – F Interatividade As primeiras observações epidemiológicas foram feitas por John Snow (1848-49 e 1853-54). O cientista identificou o local de moradia de cada pessoa que morreu por cólera em Londres. A partir disso, Snow verificou: Assinale V (verdadeiro) e F (falso). ( ) Associação entre a origem da água utilizada para beber e as mortes ocorridas. ( ) Relação entre os óbitos gerados por uma desconhecida infecção gastrointestinal e as empresas que abasteciam a cidade de Londres com água. ( ) Recomendação às melhorias no suprimento de água, mesmo antes da descoberta do microrganismo causador da cólera. ( ) Disseminação da cólera pela água contaminada. Qual a sequência correta? a) V – V – V – V b)V – F – V – V c) F – V – F – F d) F – V – V – F e) V – F – F – F Resposta Concepções simplistas: Saúde: “Ausência de doença” Doença: “Falta ou perturbação da saúde” Concepções elaboradas: OMS - “Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doença”. Trata-se de um processo no qual o ser humano passa por múltiplas situações, que exigem de seu meio interno um trabalho de sucessivas compensações e adaptações. Saúde e Doença O curso da doença no organismo é uniforme? As doenças progridem segundo alguns padrões (cinco categorias). Padrões de progressão da doença EVOLUÇÃO CLÍNICA a b c e d EVOLUÇÃO SUBCLÍNICA IN T E N S ID A D E D O P R O C E S S O ÓBITO Invalidez Cronicidade Limiar Clínico TEMPO Fonte: Gráfico: GOMES PEREIRA, Maurício. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Como a doença se comporta sem a intervenção do homem. O Vocábulo “natural” tem a conotação de processo sem a intervenção do homem, mas este pode modificar o curso por meio de medidas preventivas e curativas. Modelo unicausal X Modelo multicausal. História natural da doença Determinantes: Físico-químicos (temperatura, umidade) Biológicos (acidentes, infecções) Sociais/Econômicos (comportamento, organização social, renda) Biológicos (microrganismos) Químicos (mercúrio, álcool, medicamentos) Físicos (mecânicos, térmicos radiação) Nutricionais (carência, excessos) Idade, sexo/gênero, estado civil, ocupação, escolaridade, características genéticas, história patológica pregressa, estado imunológico, estado emocional Tríade epidemiológica Fonte: Adaptado de: URQUIJO et al. 1974; ROJAS, 1978. Hospedeiro Agente Meio Ambiente Fase inicial (suscetibilidade) período epidemiológico ou pré-patogênico Fase pré-clínica Fase clínica período patogênico Fase de incapacidade residual História natural da doença Fonte: Adaptado de: LEAVELL e CLARK, 1976. PERÍODO PATOGÊNICO PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO Curso da doença no organismo humano Doença precoce discernível Doença avançada Convalescença Alterações precoces Fase clínica Fase patológica Pré-clínica Fase residual Morte Invalidez Cronicidade Limiar clínico Recuperação Antes de o indivíduo adoecer Interação de agentes Mórbidos, o hospedeiro Humano e os fatores ambientais Fase de suscetibilidade Fase inicial (suscetibilidade) História natural em gestação: Ainda não há a doença propriamente dita, mas já existem condições que favorecem seu aparecimento. Fatores potencialmente causadores da doença. Fonte: Adaptado de: LEAVELL e CLARK, 1976. Fase patológica pré-clínica (subclínica) Ainda está no estágio de ausência de sintomatologia, embora o organismo já apresente alterações patológicas (screening). Fonte: Adaptado de: LEAVELL e CLARK, 1976. Conteúdo Fase patológica clínica Ao manifestar- se clinicamente, a doença já se encontra em estágio avançado. Fonte: Adaptado de: LEAVELL e CLARK, 1976. Doença não evoluiu para a morte nem foi curada, ocorrem as sequelas da mesma. Paciente fumante desenvolveu um quadro de DPOC, evoluiu para a insuficiência respiratória, passou a apresentar severa limitação funcional (fase de incapacidade residual). Fase de incapacidade residual Compreensão do gradiente que caracteriza o processo saúde-doença, para colocar os indivíduos em diferentes categorias, em função dos riscos e danos à saúde que apresentem, bem como para localizar ações preventivas e curativas em diversos momentos. Utilidade da divisão da história natural em fases Prevenção primária 1º nível (promoção à saúde) 2º nível (proteção específica) Prevenção secundária 3º nível (diagnóstico e tratamento precoce) 4º nível (limitação do dano) Prevenção terciária 5º nível (reabilitação) Medidas Preventivas (LEAVELL e CLARK, 1976) Promoção de saúde – inespecífica Saneamento básico Habitação adequada Recreação e lazer Remuneração adequada Condições de trabalho seguras Educação sexual Planejamento familiar Prevenção primária – 1º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de Pré-Patogênese Período de Patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO (*) LEAVEL & CLARK, 1976. Proteção específica Acompanhamento pré-natal Vacinação Controle de vetores Cloração da água Aconselhamento genético Proteção contra acidentes Prevenção primária – 2º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de Pré-Patogênese Período de Patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO (*) LEAVEL & CLARK, 1976. Diagnóstico e tratamento precoce Inquérito para descoberta de casos na comunidade Exames periódicos para detecção precoce dos casos Tratamento para evitar a progressão da doença Prevenção secundária – 3º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de Pré-Patogênese Período de Patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO (*) LEAVEL & CLARK, 1976. Limitação do dano Tratamento para evitar futuras complicações Evitar morte ou sequelas Prevenção secundária – 4º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de Pré-Patogênese Período de Patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO (*) LEAVEL & CLARK, 1976. Reabilitação Terapia ocupacional Fisioterapia Dietas especiais Reintegração social Educação visando aproveitamento da capacidade remanescente Prevenção terciária – 5º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de Pré-Patogênese Período de Patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO (*) LEAVEL & CLARK, 1976. Constitui medida de prevenção secundária: a) Programas habitacionais. b) Campanhas de prevençãoaos acidentes de trânsito. c) Inquéritos populacionais para identificação de casos. d) Terapia ocupacional. e) Aconselhamento genético. Interatividade Constitui medida de prevenção secundária: a) Programas habitacionais. b) Campanhas de prevenção aos acidentes de trânsito. c) Inquéritos populacionais para identificação de casos. d) Terapia ocupacional. e) Aconselhamento genético. Resposta Por que é importante quantificar a frequência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas? Como a epidemia está evoluindo? Em relação às atividades de prevenção, são observados os efeitos esperados? Tratamentos disponíveis aumentam a sobrevida do doente? Políticas de saúde voltadas para o controle da doença são adequadas? Medidas de frequência de doença Descrevem as condições de saúde da população. Medem a frequência com que ocorrem os problemas de saúde em populações humanas. Números absolutos de casos de doenças ou mortes não levam em conta o tamanho da população. Os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. Frequência – dimensões do tempo, espaço e população. Indicadores de saúde É um dos importantes indicadores de saúde. Conjunto de casos de uma dada doença ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo de indivíduos. Medir morbidade nem sempre é uma tarefa fácil, pois são muitas as limitações que contribuem para essa dificuldade, como a subnotificação. Para fazer essas mensurações, utilizam-se principalmente as medidas de incidência e prevalência. Morbidade A incidência representa a frequência com que surgem novos casos de uma determinada doença em um intervalo de tempo. É uma medida dinâmica (análoga a um filme). Interpretação: probabilidade, ou RISCO, de um indivíduo desenvolver a doença durante um período de tempo específico. Incidência Fonte: PINHO, Judith Rafaelle Oliveira (org.). Conceitos e ferramentas da epidemiologia (Cadernos de Saúde da Família n. 2). São Luís: EDUFMA, 2015. Incidência Frequência de casos de dengue em duas cidades Localidade Número de novos casos Período População Cidade A 60 2014 25000 Cidade B 35 2014-2015 7000 Incidência cidade B = 35/7000 = 0,005 (X 10000) 50 novos casos em dois anos 25 novos casos em um ano Incidência cidade A = 60/25000 = 0,0024 (X 10000) 24 novos casos em um ano A população em investigação em um estudo de incidência é referida como uma coorte. Estudo de incidência – estudo longitudinal (indivíduos acompanhados através do tempo). Estudos de incidência Representa a proporção de indivíduos de uma população que é acometida por uma determinada doença ou agravo em um determinado momento. Medida estática (análoga a uma fotografia). Interpretação: A prevalência mede o peso de uma doença em uma população. Prevalência Número de casos novos e preexistentes em determinado período Número de pessoas expostas ao risco no mesmo período Fonte: PINHO, Judith Rafaelle Oliveira (org.). Conceitos e ferramentas da epidemiologia (Cadernos de Saúde da Família n. 2). São Luís: EDUFMA, 2015. Prevalência Prevalência de hipertensão na população de 30-69 anos segundo grupos etários de um estudo hipotético no ano de 1999 Grupo etário (anos) Casos Amostra Prevalência (X100) 30-49 229 8494 2,70 40-49 319 5774 5,52 50-59 568 4486 12,66 60-69 539 3093 17,43 Total 1655 21847 7,57 Prevalência 30-39 anos = 229/8494 = 0,0269 (X 100) 2,70 casos de hipertensão Estudos de prevalência – estudos transversais (as pessoas são estudadas em um ponto no tempo/corte transversal). Estudos de Prevalência Fatores que influenciam na prevalência Aumentado devido a: Maior duração da doença Aumento da sobrevida do paciente, mesmo sem a cura da doença Aumento de novos casos (aumento da incidência) Imigração de casos Emigração de pessoas susceptíveis Melhora dos recursos diagnósticos (melhora do sistema de registro) Diminuído devido a: Menor duração da doença Maior letalidade da doença Redução de novos casos (diminuição da incidência) Imigração de pessoas sadias Emigração de casos Aumento da taxa de cura da doença Figura 2.2. Fatores que podem influenciar as taxas de prevalência Fonte: BONITA, R; BEAGLEHOLE, R. KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia Básica. 2. ed. São Paulo: Santos, 2010. Qualquer fator que aumente a duração da doença, ou da manifestação clínica em um paciente, aumenta a chance de o paciente ser identificado em um estudo de prevalência. Relação entre incidência, prevalência e duração da doença Prevalência = Incidência X Duração média da doença Se a incidência de uma doença que é estável ao longo dos anos, como diabetes, é 1% ao ano, e a duração aproximada da doença após o diagnóstico for de 15 anos. Qual é prevalência? Prevalência = 1% X 15 anos = 15% Coeficiente de mortalidade geral = m/P X 1000 Razão entre o total de óbitos e a população de uma área, em um determinado período de tempo. Caso particular de incidência quando o evento de interesse é a morte e não o adoecimento. É um bom indicador do estado sanitário de uma população. Ex.: Em 2000, 946.686 óbitos no Brasil, população brasileira = 169.799.170. Mortalidade Mortalidade Indicador de mortalidade Descrição Coeficiente de mortalidade geral Número de óbitos totais em todas as faixas etárias, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade infantil Número de óbitos de menores de 1 ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade neonatal precoce Número de óbitos de 0 a 6 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade tardia Número de óbitos de 7 a 27 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade pós-natal Número de óbitos de 28 a 364 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade materna Número de óbitos maternos, por 100 mil nascidos vivos de mães residentes em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade específico Distribuição percentual de óbitos por grupos de causas definidas, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado Fonte: PINHO, Judith Rafaelle Oliveira (org.). Conceitos e ferramentas da epidemiologia (Cadernos de Saúde da Família n. 2). São Luís: EDUFMA, 2015. Um município brasileiro registrou 200 casos de tuberculose em 2017, incluindo os casos novos e os com tratamento em curso. De acordo com esses dados pode-se afirmar que: a) A incidência da doença foi maior que a prevalência. b) A prevalência da doença foi igual à incidência. c) Não é possível calcular a prevalência de casos. d) Houve incidência de 200 casos de tuberculose. e) Houve prevalência de 200 casos de tuberculose. Interatividade Um município brasileiro registrou 200 casos de tuberculose em 2017, incluindo os casos novos e os com tratamento em curso. De acordo com esses dados pode-se afirmar que: a) A incidência da doença foi maior que a prevalência. b) A prevalência da doença foi igual à incidência. c) Não é possível calcular a prevalência de casos. d) Houve incidência de 200 casos de tuberculose. e) Houve prevalência de 200 casos de tuberculose. Resposta Sistemas de Informação em Saúde Coleta Processamento Análise Produção Transmissão Planejar Organizar Operar Avaliar Dados Serviços de saúde Informação Instituído em 1975. Permite acessar dados e causas de morte em todo o território nacional. Instrumento padronizado de coletade dados à Declaração de Óbito (DO). Sistemas de Informações sobre Mortalidade (SIM) O preenchimento do documento, em princípio, deve estar sob a responsabilidade do médico. Composta por nove blocos, com um total de 59 variáveis. Bloco I - Identificação: com 14 variáveis Bloco II - Residência: com 5 variáveis Bloco III - Ocorrência: com 7 variáveis Bloco IV - Óbito Fetal ou menor de um ano: com 10 variáveis Bloco V - Condições e Causas do óbito: com 4 variáveis Bloco VI - Médico: com 7 variáveis Bloco VII - Causas Externas: com 5 variáveis Bloco VIII - Cartório: com 5 variáveis Bloco IX - Localidade sem Médico: com 2 variáveis Declaração de Óbito A Declaração de Óbito é impressa, em três vias pré-numeradas sequencialmente, pelo Ministério da Saúde e distribuídas às secretarias estaduais de saúde para subsequente fornecimento às secretarias municipais de saúde, que as repassam aos estabelecimentos de saúde, institutos médicos legais, serviços de verificação de óbitos, cartórios de registro civil e médicos (Unidades Notificadoras). Fluxograma da Declaração de Óbito Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. UNA-SUS/UFMA. Análise das informações em saúde – Parte I. São Luís, 2017. Hospital Cartório de Registro Civil Preenche o documento Preenche o documento 1º Via 2º Via 3º Via 1º Via 2º Via 3º Via Família Encaminha Secretaria de Saúde Cartório de Registro Civil Arquiva Encaminha Secretaria de Saúde Arquiva A 1ª via da declaração de óbito é encaminhada às secretarias municipais de saúde e serão implantadas no software do SIM. Os dados informatizados partem para a secretaria estadual correspondente ao Ministério da Saúde. mortalidade proporcional por causas mortalidade proporcional por faixa etária taxa ou coeficiente de mortalidade geral taxa ou coeficiente de mortalidade por causas e/ou idade específicas taxa ou coeficiente de mortalidade infantil taxa ou coeficiente de mortalidade materna Indicadores elaborados com dados do SIM Preenchimento incorreto. Erro de diagnóstico. Uso errado de CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Segmento mais pobre pode não estar sendo coberto. Idade informada imprecisamente. Imprecisão em determinar causas. Limitações da Declaração de Óbito Surgiu na década de 1990. Coleta dados sobre os recém-nascidos, gestação, parto, além das características maternas. Declaração de Nascido Vivo. Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc) Preenchida pelos hospitais e por outras instituições de saúde que realizam parto e, nos Cartórios de Registro Civil, quando o nascimento da criança ocorre no domicílio. Composta por oito blocos, contendo 52 variáveis. Bloco I – identificação do recém-nascido: com 6 variáveis Bloco II – local da ocorrência: com 7 variáveis Bloco III – mãe: com 14 variáveis Bloco IV – pai: com 2 variáveis Bloco V – gestação e parto: com 11 variáveis Bloco VI – anomalia congênita: com 1 variável Bloco VII – responsável preenchimento: com 6 variáveis Bloco VIII – cartório: com 5 variáveis Declaração de Nascido Vivo A Declaração de Nascido Vivo (DNV) é impressa em papel especial autocopiativo, em três vias, compondo um jogo com numeração sequencial. Fluxograma da Declaração de Nascido Vivo HOSPITAL 3ª VIA 2ª VIA DN 1ª VIA FAMÍLIA CARTÓRIO ÓRGÃO DE PROCESSAMENTO ÓRGÃO DE PROCESSAMENTO CARTÓRIO UNIDADE DE SAÚDE FAMÍLIA ÓRGÃO DE PROCESSAMENTO FAMÍLIA CARTÓRIO UNIDADE DE SAÚDE UNIDADE DE SAÚDE DOMICÍLIO DOMICÍLIO CARTÓRIO 3ª VIA 2ª VIA DN 1ª VIA 3ª VIA 2ª VIA DN 1ª VIA taxa bruta de fecundidade taxa bruta de natalidade taxa ou coeficiente de mortalidade infantil taxa ou coeficiente de mortalidade materna proporção de mães adolescentes proporção de partos cesáreos Indicadores elaborados com dados do Sinasc Em relação ao Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), é correto afirmar: a) Os formulários de Declaração de Nascido Vivo (DN) são confeccionados e distribuídos pelas Secretarias Estaduais de Saúde de cada Unidade Federativa. b) Em relação ao fluxo da Declaração de Nascido Vivo (DN), as três vias que compõem o documento devem ser enviadas para a Secretaria Municipal de Saúde, após o seu preenchimento. c) Todas as Secretarias Municipais de Saúde do país já operam de modo informatizado a entrada de dados e o processamento desse sistema. d) O sistema capta informações sobre gravidez, parto e nascimento por meio de um instrumento padronizado de coleta de dados, chamado Declaração de Nascido Vivo (DN). e) O preenchimento da Declaração de Nascido Vivo (DN) é feito exclusivamente nos estabelecimentos de saúde que realizam partos. Interatividade Em relação ao Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), é correto afirmar: a) Os formulários de Declaração de Nascido Vivo (DN) são confeccionados e distribuídos pelas Secretarias Estaduais de Saúde de cada Unidade Federativa. b) Em relação ao fluxo da Declaração de Nascido Vivo (DN), as três vias que compõem o documento devem ser enviadas para a Secretaria Municipal de Saúde, após o seu preenchimento. c) Todas as Secretarias Municipais de Saúde do país já operam de modo informatizado a entrada de dados e o processamento desse sistema. d) O sistema capta informações sobre gravidez, parto e nascimento por meio de um instrumento padronizado de coleta de dados, chamado Declaração de Nascido Vivo (DN). e) O preenchimento da Declaração de Nascido Vivo (DN) é feito exclusivamente nos estabelecimentos de saúde que realizam partos. Resposta ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUARYOL, M. Z. Introdução à epidemiologia. Rio de Janeiro: Editora Médica e Científica, 1992. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar