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Unidade 2– deseconomias urbanas Professor: Rodrigo Leontino Camargo de Oliveira Aula 6 – problemas habitacionais no mundo em desenvolvimento Professor: Rodrigo Leontino Camargo de Oliveira A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece o direito à moradia adequada como essencial para um padrão de vida digno. A Constituição brasileira de 1988 não prevê claramente o direito à moradia, porém estabelece isto como uma das condições sociais mínimas, sendo um dever do Estado em todas as esferas (federal, estadual e municipal). PAÍSES DESENVOLVIDOS X PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS Discrepância de infraestrutura urbana gerada pela desigualdade e diversidade cultural dos países subdesenvolvidos. O resultado é a segregação que produz habitações de alto risco socioambiental. Os países considerados como desenvolvidos prosperaram devido à industrialização ocorrida a partir do século 18. Os países subdesenvolvidos passaram de forma atrasada por este processo de industrialização, devido à condição de colônia de exploração vivida por muitos anos. Por conta disto, sofrem mais com a globalização. A ocupação do espaço nos países subdesenvolvidos foi determinada principalmente pelas forças econômicas ao invés de ser guiada pela demanda social. O interesse individual predominou sobre o interesse coletivo, com os ganhos privados predominando sobre os públicos. PAÍSES EMERGENTES (OU EM DESENVOLVIMENTO) Países subdesenvolvidos que apresentam grandes potenciais econômicos e desenvolvimento social mediano, diferenciando-se de outros países subdesenvolvidos. Exemplos: Brasil, Índia, México, África do Sul RESULTADOS SOCIAIS DO SUBDESENVOLVIMENTO Má distribuição de renda; Fome e desnutrição; Problemas de saúde; Baixo índice de escolaridade; Problemas de moradia; CRESCIMENTO URBANO DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Quando o crescimento urbano segue a lógica econômica acaba comprometendo a qualidade de vida da população, gerando desigualdades sociais e levando à depredação do meio ambiente; O crescimento urbano dos países subdesenvolvidos durante o século 20 teve taxas superiores a 3% ao ano; Estudos da SWP estima que até 2030 cidades e metrópoles dos países em desenvolvimento corresponderão a 80% da população mundial. CRESCIMENTO URBANO BRASILEIRO No Brasil, o crescimento urbano foi acelerado e desordenado durante o século 20 devido a concentração das atividades econômicas (industrialização) associada à migração da população rural para as cidades; No ano 2000, segundo o IBGE, 81% da população brasileira já vivia nas cidades; As regiões metropolitanas e as maiores metrópoles brasileiros concentravam 40% da população; O crescimento econômico brasileiro ocorreu de forma dependente ao capital internacional (dívida externa) impedindo o investimento necessário na resolução dos problemas sociais; A urbanização desordenada gerou uma sociedade com má distribuição de renda e acesso limitado aos serviços públicos essenciais; ÁREAS HABITACIONAIS DE RISCO E ILEGAIS Consequências do déficit habitacional, da carência de infraestrutura e da falta de políticas públicas eficientes direcionadas à habitação; Áreas habitacionais de risco ou ilegais são locais inadequados para a implantação de moradias, por apresentarem riscos ambientais e à população. Exemplo: ocupação de áreas ribeirinhas que provocam riscos de enchentes por devastar a mata ciliar; Extinção do BNH em 1986 e o agravamento da crise econômica obrigou grande parte da população a se instalar nas áreas periféricas, ilegais e sem infraestrutura. A especulação imobiliária é outro fator que agrava o problema das áreas habitacionais de risco e ilegais: 1/3 dos espaços para construção estão vagos na espera de valorização o que ajuda a expulsar a população de baixa renda rumo às áreas periféricas. DÉFICIT HABITACIONAL BRASILEIRO Duas abordagens: qualitativa e quantitativa Déficit qualitativo: ausência de infraestrutura urbana e saneamento ambiental envolvendo mais de 10 milhões de residências (dados de 2016). Representa áreas ocupadas irregularmente e/ou assentamento precários, não reconhecidas pelo governo como parte integrante da cidade; COMPONENTES DOS ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS Status residencial inseguro; Acesso inadequado à água potável; Acesso inadequado a saneamento básico e infraestrutura em geral; Baixa qualidade estrutural dos domicílios; Adensamento excessivo; DÉFICIT QUANTITATIVO Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios divulgada pelo IBGE em 2015, o déficit quantitativo habitacional era de mais de 6 milhões de unidades residenciais; Déficit urbano: 5,315 milhões de unidades residenciais; Região Sudeste: 40% do déficit habitacional urbano; Famílias com renda média mensal de até 3 salários mínimos: 84% do déficit habitacional urbano; CRITÉRIOS DE CÁLCULO DO DÉFICIT HABITACIONAL QUANTITATIVO Coabitação familiar (duas ou três famílias habitando juntas no mesmo ambiente); Ônus excessivo do custo do aluguel (consumo mínimo de 30% da renda com o aluguel da moradia); Adensamento de morador por dormitório em imóveis alugados (mais de três moradores por dormitório); PROBLEMAS HABITACIONAIS BRASILEIROS Consequências do crescimento urbano desordenado, dos problemas econômicos e da falta de políticas públicas eficientes: CARÊNCIA DE MORADIAS; ESCASSEZ DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA URBANA; OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO E LEGALMENTE PROTEGIDAS; DIFICULDADES DE ACESSO ÀS OPORTUNIDADES DE EMPREGO PRODUTIVO; SEGREGAÇÃO DA POPULAÇÃO MAIS POBRE EM ASSENTAMENTOS INFORMAIS; ATIVIDADE Pesquise sobre a situação habitacional de algum país em desenvolvimento ao redor do mundo, como o Brasil; Comente a sua visão se a situação habitacional deste país é parecida com a do Brasil, se os problemas enfrentados são mais graves ou mais leves do que os verificados por aqui; E-mail: rodleontino@gmail.com Whatsapp: (43) 98477-1537