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TECNOLOGIA DO BETÃO Módulo 2 - INERTES 1 1 INERTES Generalidades As propriedades essenciais que se exigem ao inerte são de natureza geométrica, física e química. Forma adequada e dimensões proporcionadas Propriedades térmicas adequadas Propriedades químicas adequadas em relação ao ligante e às acções exteriores Isenção de substâncias prejudiciais (A melhor informação que se pode obter sobre a qualidade de um inerte é a observação do comportamento do betão feito com ele). 2 2 INERTES Classificação dos inertes Os inertes podem ser agrupados de diferentes maneiras conforme o ponto de vista considerado: Petrográfico Massa volúmica Baridade Modo de obtenção Dimensão das partículas. 3 3 INERTES Classificação dos inertes Sob o ponto devista petrográfico e porque os inertes são materiais originários de rochas, classificam-se em: Ígneos Sedimentares Metamórficos. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 4 4 INERTES Classificação dos inertes Sob o ponto de vista de massa volúmica, classificam-se em: Inertes de massa volúmica normal, entre 2,3 a 3,0 g/cm3 Inertes pesados, superior a 3,0 g/cm3 Inertes leves, inferior a 2,3 g/cm3. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 5 5 INERTES Classificação dos inertes Conforme o modo como são obtidos, classificam-se em: Rolados, sedimentares de origem clástica Britados, obtidos por fractura de rochas não clásticas. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 6 6 INERTES Classificação dos inertes Segundo o ponto de vista das dimensões, classificam-se em: Inerte grosso, o que é retido no peneiro com malha de 5 mm de abertura Godo, rolado, se é de origem sedimentar. Brita, quando é partido artificialmente. Areia, com dimensões inferiores a 5 mm. 7 7 INERTES Classificação dos inertes Segundo o ponto de vista das baridade ou massa da unidade de volume do inerte contido num recipiente, classificam-se em: Ultra leve Leve Denso normal Extradenso. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 8 8 Classificação do inerte quanto à sua baridade Clasificação do inerte Baridade kg/m3 Exemplos de inertes Aplicação e designação dobetão Ultra leve <300 Polistireno expandido. Vermiculite. Perlite expandida. Vidro expandido. Com funções estritamente de isolamento térmico e sem funções de resistência A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 9 Classificação do inerte quanto à sua baridade Clasificação do inerte Baridade kg/m3 Exemplos de inertes Aplicação e designação dobetão Leve 300 a 1.200 areia 300 a 950 inerte grosso Argila expandida. Xisto expandido. Escória de alto forno expandida. Cinzas volantes sinterizadas. Pedra pomes. Com funções de isolamento térmico, com funções de resistência como betão estrutural A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 10 Classificação do inerte quanto à sua baridade Clasificação do inerte Baridade kg/m3 Exemplos de inertes Aplicação e designação dobetão Denso (normal) 1200 a 1700 950 a 1700 Areia Godo Rocha britada Normal, com função de resistência. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 11 Classificação do inerte quanto à sua baridade Clasificação do inerte Baridade kg/m3 Exemplos de inertes Aplicação e designação dobetão Extradenso > 1700 Limonite Magnetite Barita Funções de protecção contra radiações atómicas e funções resistentes. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 12 INERTES Minerais prejudiciais e benéficos Os principais minerais cuja presença é indesejável são: Sílica, sob a forma de opala, calcedónia, tridimite ou cristobalite. Certos calcáreos dolomíticos. Feldspatos potássicos, sódicos ou calco-sódicos alterados (caulinos). Óxidos de ferro Minerais argilosos. 13 13 INERTES RESISTENCIA MECÂNICA O inerte influi em todas as propriedades do betão e especialmente na sua resistência através da composição granulométrica, da sua própria tensão de rotura e da resistência da ligação entre a pasta de cimento e a sua superfície. À medida que cresce a dosagem de cimento de um betão a sua tensão de rotura tende para um valor constante, que depende da tensão de rotura da rocha que constitui o inerte. Normalmente a tensão de rotura da rochas utilizadas como inertes é superior a 60 ou 70 MPa. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 14 14 INERTES RESISTENCIA MECÂNICA O inerte influi em todas as propriedades do betão e especialmente na sua resistência através da composição granulométrica, da sua própria tensão de rotura e da resistência da ligação entre a pasta de cimento e a sua superfície. À medida que cresce a dosagem de cimento de um betão a sua tensão de rotura tende para um valor constante, que depende da tensão de rotura da rocha que constitui o inerte. Normalmente a tensão de rotura da rochas utilizadas como inertes é superior a 60 ou 70 MPa. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 15 15 INERTES DETEMINAÇÃO DA TENSÃO DE ROTURA DA ROCHA Colhem-se amostras na pedreira donde se extraem cubos de 5 cm de aresta ou cilindros de altura igual ao diâmetro mínimo de 5 cm. Se os planos de xistosidade ou estratificação forem aparentes devem tomar-se pelo menos 12 provetes. Ensaiam-se metade dos provetes com as bases paralelas aos planos de estratificação ou de xistosidade e a outra metade com as bases perpendiculares a esses planos Não se verificando estratificação na amostra basta ensaiar 6 provetes. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 16 16 INERTES DETEMINAÇÃO DA TENSÃO DE ROTURA DA ROCHA Em ambos os casos metade dos provetes ensaiam-se secos a 105º±3º C, até peso constante e a outra metade após imersão e saturação á temperatura ambiente. A tensão adoptada será a menor obtida em todos os ensaios. A menor das tensões de rotura é normalmente a dos provetes saturados sujeitos a uma tensão de compressão paralela à direcção do plano de estratificação ou de xistosidade. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 17 17 INERTES RESISTENCIA MECÂNICA O inerte influi em todas as propriedades do betão e especialmente na sua resistência através da composição granulométrica, da sua própria tensão de rotura e da resistência da ligação entre a pasta de cimento e a sua superfície. À medida que cresce a dosagem de cimento de um betão a sua tensão de rotura tende para um valor constante, que depende da tensão de rotura da rocha que constitui o inerte. Normalmente a tensão de rotura da rochas utilizadas como inertes é superior a 60 ou 70 MPa. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 18 18 INERTES Ensaio de esmagamento Quando não é possível estudar a rocha originária e se dispõe de partículas que compõem o inerte, como é o caso das rochas clásticas, realiza-se o ensaio de compressão confinada designado por ensaio de esmagamento, descrito na especificação E 154 do LNEC e na norma inglesa BS 812. O ensaio é realizado sobre as partículas que passaram através do peneiro de malha com 12,7 mm de abertura e ficaram retidas no de 9,52mm. A amostra deve ser seca a 105º±3º C, e em seguida colocada num molde cilíndrico com 154 mm de diâmetro interior, 140 mm de altura e paredes com 16 mm de espessura, onde é convenientemente compactada. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 19 19 INERTES Ensaio de esmagamento (2) Coloca-se um êmbolo com 152 mm de diâmetro na parte superior da amostra. O conjunto molde cilíndrico e êmbolo é colocado entre os pratos de uma máquina de compressão aplicando-se progressivamente uma força de 400 kN, a um ritmo de 650 N/s. Retirada a força verifica-se a percentagem de amostra que passou através do peneiro de malha 2,38 mm. A relação multiplicada por 100 entre a massa do material que passou neste peneiro e a massa inicial da amostra é a resistência do inerte ao esmagamento. V. Fig. 1.1., pág. 20 do livro do LNEC, Fabrico e Propriedades do Betão, Vol. I, Susa Coutinho, A. Segundo o Regulamento Português o inerte é aceitável quando a resistência ao esmagamento é igual ou inferior a 45 %. 20 20 INERTES A INFLUÊNCIA DA FORMA DO INERTE NA TRABALHABILIDADE DO BETÃO Há uma diferença nítida entre uma partícula cúbica britada e uma partícula cúbica rolada. A primeira tem facesplanas e arestas vivas e a segunda tem faces arredondadas sem arestas. Daqui resulta que o ângulo de atrito interno do betão confecionado com o inerte rolado é mais pequeno, o que conduz a uma maior trabalhabilidade e melhor arranjo das partículas, obtendo-se portanto maior compacidade. O inerte grosso produz um betão áspero, difícil de compatar e que apresenta um limiar na trabalhabilidade: o excesso ou falta de água pode provocar uma variação brusca e sensível na trabalhabilidade. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 21 21 INERTES A INFLUÊNCIA DA FORMA DO INERTE NA TRABALHABILIDADE DO BETÃO (2) A areia fina em placas ou lamelas diminui a trabalhabilidade, exigindo um acréscimo de água. A existência de partículas lamelares é importante pois elas tendem a orientar-se num plano horizontal passando a haver planos privilegiados. Debaixo das lamelas pode formar-se uma película de água resultante da exsudação do betão ou segregação da água do betão fresco que impede a aderência da pasta de cimento. Daqui resulta um aumento considerável da permeabilidade, diminuição da tensão de rotura e em raríssimos casos em que o betão fique sujeito a temperaturas negativas ,a água dessa película pode congelar, começando a provocar rotura do betão nessas zonas. . A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 22 22 INERTES RESISTÊNCIA À CONGELAÇÃO DA ÁGUA Podemos às vezes em condições extremas ter que fabricar betão para resistir a alternâncias de temperaturas inferiores e superiores a 0ºC. Como se sabe a água ao congelar, à pressão ordinária, aumenta de volume cerca de 8 %. Quando está no interior dum sólido poroso este fica portanto sujeito a uma expansão que lhe é comunicada pela aumento do volume de água ao passar ao estado sólido. Uma só congelação pode ser suficiente para lhe destruir a coesão. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 23 23 INERTES PROPRIEDADES TÉRMICAS (1) O coeficiente de dilatação térmica do inerte influi no do betão. Mas o aspeto principal que se deve considerar é o facto do coeficiente térmico do inerte , sobretudo o de maiores dimensões poder ser muito diferente do da pasta de cimento. Então uma grande variação na temperatura pode introduzir uma diferença apreciável nas tensões relativas do inerte e da pasta de cimento, donde resulta a rotura da ligação entre estes. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 24 24 INERTES PROPRIEDADES TÉRMICAS(2) Uma certa diferença entre os coeficientes de dilatação do inerte e da pasta de cimento não é perniciosa quando a temperatura não saia fora do intervalo de 4º C a 60 º C e a diferença entre os dois coeficientes não seja superior a 5x10(-6) º C(-1). O coeficiente de dilatação térmica da pasta de cimento depende da composição do betão, da proporção da água e idade do betão. Varia de 11 a 16 x 10(-6)º C (-1). O coeficiente de dilatação térmica da argamassa varia de 8 a 12 x 10(-6)º C (-1). O coeficiente de dilatação térmica das rochas mais vulgares de 0,9 a 16 x 10(-6)º C (-1). A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 25 25 INERTES REACÇÕES EXPANSIVAS ENTRE O CIMENTO E O INERTE(1) A aderência do cimento ao inerte resulta de combinações químicas entre os componentes hidratados do cimento e o inerte e da afinidade entre a respectivas redes cristalinas, obtendo-se assim continuidade na zona de ligação cimento-inerte, o que contribui para maior homogeneidade e resistência do sólido. Há contudo a possibilidade de se originarem reacções químicas expansivas entre o cimento e o inerte, que conduzem à formação de substâncias que não têm propriedades aglomerantes. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 26 26 INERTES REACÇÕES EXPANSIVAS ENTRE O CIMENTO E O INERTE(2) As reacções expansivas que se conhecem são de 3 tipos: Reacção em meio húmido entre os álcalis de cimento (sódio e potássio) e a sílica não perfeitamente cristalizada. Reacção de álcalis do cimento com o carbonato de magnésio de certos calcários dolomíticos. Reacção de determinadas formas da alumina do inerte com sulfatos, quer provenientes do meio exterior, quer do próprio betão, em presença de soluções sobressaturadas de hidróxido de cálcio fornecido pela hidratação do cimento Portland. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 27 27 INERTES Impurezas contidas no inerte O inerte natural em virtude de ser originário de rochas da características mais diversas contém por vezes partículas perniciosas para o betão. Dadas as suas condições de formação pode estar contaminado por outras substâncias estranhas. Estas impurezas podem interferir química e fisicamente com o cimento. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 28 28 INERTES Impurezas contidas no inerte (2) Impurezas que interferem quimicamente: Reacções químicas expansivas com o cimento. Impurezas de origem orgânica. Impurezas de origem mineral (sais minerais). A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 29 29 INERTES Impurezas contidas no inerte (3) Impurezas que interferem fisicamente: Partículas com dimensões iguais ou inferiores às do cimento, que interferem na estrutura do material hidratado, enfraquecendo-o. Partículas com resistência baixa. Partículas com expansões e contrações excessivas devidas ás alternativas de embebição e secagem. A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 30 30 INERTES Impurezas de origem orgânica A matéria orgânica que se encontra nos inertes compõe-se principalmente de húmus ou lodo orgânico, que resulta da decomposição parcial pelos micróbios do solo de detritos vegetais e animais. O húmus forma-se por um processo contínuo de decomposição e reconstrução, não tendo portanto composição química constante. As matérias predominantes são os ácidos húmicos que podem interferir na presa e no endurecimento do betão, retardando a presa, reduzindo a resistência inicial do betão e por vezes reduzindo a resistência final do betão. 31 31 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS Muitos sais minerais misturados com o inerte podem provocar alterações na presa e no endurecimento do betão quer ainda provocar a deterioração do betão pela sua meteorização, mas ainda originando reacções prejudiciais com o cimento e com as armaduras de betão. Estão neste caso certos compostos de chumbo e zinco, óxidos de ferro, sulfatos (especialmente gessos), sulfuretos e cloretos. 32 32 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (2) Compostos de chumbo e zinco, solúveis em água da cal podem retardar muito a presa. Ex: 0,8% de chumbo solúvel expresso em óxido retarda a presa em 7 dias. De notar que a galena (sulfureto de chumbo) e a blenda (sulfureto de zinco) dão excelentes inertes para o betão desde que não estejam meteorizados. Apenas a parte meteorizada destes minerais, solúvel em água de cal altera os tempos de presa e endurecimento. NOTA: Sempre que se atrasa a presa as tensões de rotura a longo prazo são superiores ás que se verificam quando não há retardo. 33 33 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (3) Sulfatos. Podem reagir com a alumina do cimento ou do inerte originando o sulfoaluminato de cálcio, reacção que é expansiva quando se dá no seio do cimento Portland. Pode ser perigosa se o teor do sulfato do inerte for muito elevado. Os limites do teor de sulfato pelo regulamento português de betão são: 0,5 % no cimento Portland 1,0 % no cimento de alto forno 2,0 % no pozolânico ou no betão com pozolana 34 34 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (4) Compostos ferrosos. Podem produzir manchas de ferrugem e por oxidação provocar variações volumétricas excessivas. Porém reagem pacificamente com a cal sem efeitos perniciosos. 35 35 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (5) Sulfuretos de ferro, (pirite, marcassite e pirrotite). Originam manchas e expansões no betão, especialmente em condições de temperatura e humidade elevadas. A oxidação lenta da pirite no estado sólido dá origem a expansões locais que levam à formação de crateras. Reagindo com a água e o oxigénio formam um sulfato ferroso que depois se decompõe em hidróxido, o que dá origema manchas de ferrugem e em sulfatos que podem reagir com os aluminatos como vimos anteriormente. 36 36 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (6) Sulfuretos de ferro, (pirite, marcassite e pirrotite). É possível a oxidação de certos sulfuretos em determinados meios, que os transforma em sulfatos, o que nos conduz ao caso anterior. O regulamento Português do Betão permite a presença das seguintes quantidades de sulfuretos: Para o betão de cimento Portland, até 0,2 % da massa de cimento. Para o betão pré-esforçado, o valor desce para 0,05 %. 37 37 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (6) Sulfuretos de ferro, (pirite, marcassite e pirrotite). No betão de cimento Portland de ferro e de alto forno não se tolera a existência de sulfuretos nos inertes, pois tais cimentos possuem sempre sulfuretos provenientes das escórias. No caso do betão com cimento pozolânico ou com pozolana, o limite máximo é de 0,5 % da massa do ligante no betão simples, 0,2 % no betão armado 0,05 % quando haja contacto com as armaduras do betão pré-esforçado. 38 38 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (7) Cloretos. Os cloretos podem existir nos inertes naturais ou provir da água com a qual estiveram em contacto. Em geral os inertes extraídos do mar contêm sais em que predominam os cloretos e os sulfatos. Os cloretos alteram o tempo de presa do cimento e a velocidade de endurecimento. 39 39 INERTES Impurezas CONSTITUIDAS POR SAIS MINERAIS (8) Cloretos (2). Se há armaduras de aço a presença do ião cloro promove a sua oxidação sob a forma de ferrugem provocando não só a diminuição das secções do aço como a sua mas também expansão, pois a formação de ferrugem faz-se com um notável aumento de volume, que acaba por romper o revestimento do betão, o que acelera o processo de corrosão. No caso de betão pré-esforçado em que a armadura sob tensão contacta com o betão ou com a argamassa de injecção, não se admitem quantidades e cloretos superiores a 0,05 % da massa do cimento. . 40 40 INERTES PARTÍCULAS FINAS(1) Por definição Partículas Finas são todas as que passam através do peneiro de 75 µm de abertura: Argila, dimensões inferiores 2 µm e Silt ou Pó de pedra proveniente da britagem, dimensões entre 2 µm e 60µm. A argila pode revestir as partículas do inerte, estar presente sob a forma de grumos ou ainda dispersa e misturada com o inerte sob a forma de pó. Se a argila reveste o inerte impede a perfeita ligação cimento-inerte, com repercussão importante nas tensões de rotura. . 41 41 INERTES INERTES LEVES Utilizam-se na composição de betões leves (com massa volúmica inferior a 1800 kg/m3), o que diminuindo o peso próprio das estruturas, sem comprometer a resistência permite construções de maior altura ou de maiores vãos. Como o coeficiente de condutibilidade térmica é tanto menor como o quanto menor é a massa volúmica do material, o betão leve contribui para para a diminuição do consumo de energia quando se faz o condicionamento do ar no interior das construções. . 42 42 INERTES INERTES LEVES (2) Os inertes leves mais empregados são os seguintes: Poliestireno expandido Vermiculite expandida Perlite expandida Vidro expandido Argila expandida Xisto expandido . 43 43 INERTES INERTES LEVES (3) Os inertes leves mais empregados são os seguintes (Cont.): Escória de alto forno expandida Cinzas volantes sinterizadas (fly ash) Jorra Pedra pomes 44 44 INERTES INERTES LEVES (4) Polistireno expandido A matéria prima é constituída por grânulos de polistireno contendo uma substância capaz de gerar gases. Por aquecimento destes grânulos em vapor de água o polistireno amolece e a substância passa ao estado gasoso, o que permite a expansão do polímero. Obtém-se grânulos de forma esférica ou em forma de pastilhas com dimensões até 2 mm. A sua baridade é de 12 a 14 kg/m3. É o inerte mais leve que se conhece, com o nome comercial de styropor. . 45 45 INERTES INERTES LEVES (5) Vermiculite expandida A vermiculite é um material lamelar que se assemelha à mica e que se encontra na América e em África. Quando aquecida rapidamente a temperaturas de 650 a 1000º C, as lamelas abrem-se expandindo-se de várias vezes a sua espessura (até 30 vezes). Atinge baridades de 60 a 130 kg/m3. . 46 46 INERTES INERTES LEVES (6) Perlite expandida A perlite é um vidro vulcânico da família dos feldspatos que ocorre em diferentes regiões da América, Itália, Ulster, etc. Quando aquecida rapidamente até 900-1100 º C expande-se devido ao desenvolvimento de vapor, formando um material celular com baridade de 30 a 240kg/m3. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 47 47 INERTES INERTES LEVES (7) Vidro expandido O vidro sodocálcico de composição corrente, moído e misturado com um agente de expansão, é granulado e depois aquecido, obtendo-se grânulos de 3 a 25 mm, com baridade de 150 a 300 kg/m3. É uma boa aplicação dos detritos de fibras de vidro e até do vidro de garrafas. Não há ataque do vidro pelo cimento. . 48 48 INERTES INERTES LEVES (8) Argila expandida (1) É o inerte leve mais aplicado. Segundo Sousa Coutinho, LNEC, 70 % do inerte leve utilizado pela indústria da construção é argila expandida. Para a fabricação de grânulos de argila expandida exige-se um argila expansiva à qual se juntam substâncias que ampliam tal expansibilidade. . 49 49 INERTES INERTES LEVES (8) Argila expandida (2) Aquecendo esta mistura a 1100-1200 º C alguns dos minerais que constituem a argila fundem, outros componentes decompõem-se desenvolvendo gases no interior da argila que não podem escapar para o exterior devido à fase líquida que envolve as partículas da argila provocando o aumento de volume da argila piroplástica. A necessidade do aparecimento duma fase em fusão com viscosidade suficientemente elevada para aprisiona os gases origina uma restrição na escolha da argila. . 50 50 INERTES INERTES LEVES (8) Argila expandida (3) Os teores de sílica, alumina e fundentes (cal, magnésia, óxido de ferro e álcalis) não devem ultrapassar determinados limites, sem o que a argila não fundirá a uma temperatura suficientemente baixa ou fundiria numa massa insuficientemente viscosa . O inerte de argila expandida é preparado em fornos rotativos. O processo patenteado na Dinamarca na década de 40 conhecido por LECA, Light Expansed Clay Aggregate, tem uma baridade entre 350 a 700 kg/m3 . 51 51 INERTES INERTES LEVES (9) Xisto expandido As condições para a expansão do xisto são semelhantes às da argila expansiva. O xisto carbonífero, resíduo da exploração das minas de carvão, é altamente expansivo. Porém nunca foi feito no LNEC um estudo sistemático das características do produto e da sua aplicação industrial no betão. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 52 52 INERTES INERTES LEVES (10) Escória de alto forno expandida (1) A escória de alto forno é um subproduto da extracção do ferro fundido, que é lançada à saída do alto forno (a 1400-1500ºC) sobre jactos de água. O vapor de água assim produzido provoca a formação de bolhas de ar e vapor e a escória expande arrefecendo. Obtém-se uma rocha alveolar lembrando a pedra pomes natural, mas com textura superficial escoriácia. A baridade do inerte grosso é inferior a 800 kg/m3 e a da areia a 1000kg/m3 . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 53 53 INERTES INERTES LEVES (10) Escória de alto forno expandida (2) Fig. 2.47-Granulação da escória. A escória em fusão cai sobre a roda dentada que a projecta em pequenas partículas, arrefecidas por meio de jactos de água. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 54 54 INERTES INERTES LEVES (10) Escória de alto forno expandida (3) Fig. 2.47- . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 55 55 INERTES INERTES LEVES (11) Cinzas volantes sinterizadas (1) As cinzas volantes são o resíduo da combustão do carvão pulverizado queimado , por exemplo na centrais térmicas. Têm finura semelhante ao do cimento Portland normal. Para sua preparação como inerteleve são humedecidas e colocadas num depósito rotativo onde se agregam em pequenas partículas esféricas, que em seguida se sinterizam a cerca de 1200ºC. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 56 56 INERTES INERTES LEVES (11) Cinzas volantes sinterizadas (2) Formam-se então nódulos porosos, duros, que são posteriormente britados e selecionados. A baridade é inferior a 960 kg/m3 para o inerte grosso e a 1200 kg/m3 para a areia. . 57 57 INERTES INERTES LEVES (11) Cinzas volantes sinterizadas (3) SINTERIZAÇÃO é um processo de aglomerar partículas num sólido dotado de coesão por meio de um aquecimento. Para se dar a sinterização é necessária a presença duma fase líquida ou a existência de difusão entre sólidos. No primeiro caso quando se forma uma fase líquida esta é parcial e perde a fluidez logo que arrefece. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 58 58 INERTES INERTES LEVES (11) Cinzas volantes sinterizadas (4) As cinzas volantes são o resíduo finamente dividido da queima do carvão pulverizado ou moído, que é arrastado nos gases de combustão. Ao queimar-se o carvão que em regra é previamente moído até passar no peneiro 75 µm de abertura, a parte combustível arde instantaneamente, enquanto a parte não combustível, essencialmente constituída por xistos e argilas, entra parcialmente em fusão. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 59 59 INERTES INERTES LEVES (11) Cinzas volantes sinterizadas (5) Consoante o tipo de forno e a finura do carvão , algumas destas partículas aglomeram-se numa espécie de clínquer, que cai no fundo do forno , dando origem à jorra. Outras devido às suas pequenas dimensões, são transportadas nos gases de combustão, podendo ser captadas antes de saírem para a atmosfera. O material assim obtido, constituído fundamentalmente por partículas de forma arredondada, com diâmetro médio de cerca de 10 µm, designa-se por “cinzas volantes”, (Fly Ash). . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 60 60 INERTES INERTES LEVES (12) Jorra É o resíduo da combustão do carvão, (hulha, antracite, coque, etc) nos fornos industriais que foi fundido ou sinterizado em pedaços. É um material duro, de cor escura, de aspecto escoriácio. Não se usa em betão armado devido a um potencial de corrosão do aço. A baridade é de 550 a 800 kg/m3. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 61 61 INERTES INERTES LEVES (13) Pedra pomes É uma rocha lávica, de natureza ácida, rica portanto em sílica, arrefecida rapidamente ao ar. A sua textura é celular, devido á existência de numerosas bolhas de gases que se desenvolvem quando da sua solidificação. Tem o aspecto duma rocha rugosa mas não vitrificada. A baridade varia de 500 a 900 kg/m3. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 62 62 INERTES INERTES DE ELEVADA DENSIDADE (1) Para aumentar a densidade do betão é necessário empregar inerte de elevada densidade , geralmente maior do que 4. O material mais vulgarmente empregado como inerte pesado é a barita, (sulfato de bário) com densidade de 4 a 4,4. Usam-se também minérios de ferro como a magnetite, hematite, goetite, ilmenite (óxido de ferro e titânio),e volframite (tungstato de ferro e manganésio). . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 63 63 INERTES INERTES DE ELEVADA DENSIDADE (2) Os minérios de ferro não deverão estar alterados pois a metereorização tende a pulverizá-los passando a ter uma elevada absorção de água diminuindo a massa volúmica do betão. O aço (densidade 7) dá também um óptimo inerte pesado mas é difícil obter com ele formas e granulometrias correctas par se comporem betões de trabalhabilidade aceitáveis. A diferença de densidades entre estes componentes do betão contendo pedaços ou partículas de aço, torna o betão muito segregável e heterogéneo. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 64 64 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO(1) Nos slides anteriores enunciámos as características que os inertes devem possuir. Mas para o cálculo da composição do betão, isto é, para a determinação das quantidades dos componentes, em peso por unidade de volume do betão, é necessário conhecer outras propriedades dos inertes, que são: . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 65 65 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO(2) Massa volúmica das partículas Absorção Humidade Baridade Granulometria . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 66 66 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO(3) Massa volúmica das partículas É a relação entre a massa de um corpo e o seu volume. Aplicada ao inerte refere-se à massa volúmica das partículas individuais e não à massa agregada em conjunto. As massas volúmicas dos inertes mais vulgares que constituem as rochas mais usadas na construção são: Basalto = 2,8 kg/cm3 Pórfiro=2,73 kg/cm3 Quartzite=2,62kg/cm3 kg/cm3 Granito=2,67 kg/cm3 Sílex=2,70 kg/cm3 Grés=2,50 kg/cm3 Calcário=2,66 Kg/cm3 . 67 67 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO(4) Absorção(1) A absorção de água do inerte é determinada a partir da diminuição da massa de uma amostra de inerte saturado de água (com a superfície seca), p1, seca em estufa a 105º C, p3. A relação entre a perda de massa (p1-p3) expressa em percentagem é a absorção A. A=(p1-p3)/p3x100 . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 68 68 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO(4) Absorção(2) Quando todos os poros estão cheios de água o inerte fica saturado. Colocando ao ar este material alguma água contida nos poros evaporar-se-á, dizendo-se então inerte seco ao ar. Prolongando a secagem em estufa, o inerte diz-se seco em estufa. Mas se for abandonado na atmosfera sem qualquer protecção o inerte reconstitui a humidade correspondente ao estado seco ao ar. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 69 69 INERTES VALORES DE ABSORÇÃO DE ALGUNS INERTES 70 INERTE ABSORÇÃO % GRANITO 0 a 1 CALCÁREO BRITADO 0,5 a 1 GRÉS 2 a 7 AREIA 0 a 2 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO(4) Humidade (1) O inerte quando exposto à intempérie adquire e conserva uma quantidade apreciável de humidade. Assim, além da humidade aprisionada pelo inerte no seu interior por absorção, temos que adicionar a nova parcela de água aderente à superfície, chamada teor de humidade ou simplesmente humidade. O teor total da água do inerte é igual à soma da absorção com o teor de humidade. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 71 71 QUADRO-Humidades médias de inertes Classe do inerte D/d, mm Módulo de finura Humidade % Areia natural 2,8 4 a 5 Areia britada 2,8 6 a 8 Brita 9,5/2,4 6,0 1,5 a 4 Brita 19,1/4,8 6,8 0,5 a 1,5 Brita 25/9,5 7,1 0,8 a 2,5 Brita 38/19,1 7,9 0,1 a 1,5 Brita 50/25 8,2 0,1 a 1,0 A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 72 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (5) Baridade e volume de vazios Chama-se baridade à massa por unidade de volume aparente duma classe de inerte. A baridade dum inerte depende do seu grau de compactação, do modo como está arranjado no interior do seu continente, da forma das partículas. A Fig. 1.31 pág. 104, Sousa Coutinho, mostra a variação da baridade duma areia em função da sua humidade, grau de compactação (solta ou compactada) e com a máxima dimensão do inerte, com variações de baridade de 1100 a 1800 kg/m3. . A POLI TÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 201e 73 73 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (1) A granulometria condiciona a compacidade do betão e portanto todas as propriedades do betão. Chama-se granulometria à distribuição das percentagens das partículas de determinadas dimensões que compõem o inerte. Sob o ponto de vista granulométrico a dimensão duma partícula é definida pela abertura de uma malha com forma determinada através da qual ela passa ficando retida numa malha idêntica de menordimensão. A dimensão assim determinada exige que se definam dois parâmetros: Forma de abertura da malha, quadrada ou circular e diferença entre aberturas de duas malhas consecutivas. . 74 74 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (2) Praticamente a análise granulométrica é realizada agitando o inerte através de uma série de peneiros arranjados por ordem tal que os da malha mais larga estejam na parte superior e os de malha mais apertada na inferior e pesando o material retido em cada peneiro. Conhecendo-se a massa inicial da amostra calcula-se a percentagem da massa dos resíduos nos peneiros. Sendo a granulometria uma questão de percentagem de partículas de determinada dimensão é-se conduzido à avaliação de percentagens de volume das partículas. Pressupõe-se que todas a partículas têm a mesma massa volúmica. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 75 75 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3) Peneiros e suas características (1) A malha dos peneiros pode ser quadrada ou redonda. Normalmente os peneiros de abertura redonda são empregados para os inertes mais grossos. As aberturas das malhas dos peneiros são normalizadas em diferentes países. Nos E.U.A. as normas ASTM para efeito da análise granulométrica dos inerte destinados a betão usam peneiros cujas aberturas formam uma série geométrica de razão 2, começando em 0,075 mm. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 76 76 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3) Peneiros e suas características (2) Os peneiros mais grossos são designados pela dimensão da abertura , até cerca de 5 mm. Os de abertura inferior a 5 mm são designados pelo número de malhas por polegada linear. O peneiro nº 30 indica que tem 30 aberturas por polegada quadrada ou 30x30 por polegada quadrada. O peneiro nº 4 com 4,76 mm de abertura é o peneiro que convencionalmente separa o inerte grosso da areia. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 77 77 Série de peneiros ASTM empregados na análise granulométrica DESIGNAÇÃO DO PENEIRO ABERTURA DA MALHA (mm) DIÃMETRO DO ARAME DA REDE (mm) 6” 152,4 - 3” 76,1 5,8 1 ½ “ 38,1 4,6 ¾” 19,0 3,3 3/8” 9,51 2,3 nº 4 4,76 1,5 nº 8 2,38 1,0 nº 16 1,19 0,65 nº 30 0,595 0,39 nº 50 0,297 0,22 nº 100 0,149 0,11 nº 200 0,075 0,05 A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 78 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3) Técnica de obtenção duma análise granulométrica (1) A amostra antes da análise granulométrica deve ser seca ao ar ou em estufa para evitar a agregação das partículas finas e a obturação fácil dos peneiros cuja malha é mais apertada. As massas mínimas das amostras a serem peneiradas estão indicadas no Quadro 1.13, pág.110, Sousa Coutinho. A amostra deve ser representativa do conjunto. Para reduzir a amostra grande à dimensão necessária para o ensaio pode usar-se o método do esquartelamento. . 79 79 Massas mínimas das amostras para análise granulométrica Máxima dimensão do inerte (mm) Massa minima da amostra (kg) 76,1 50 50,8 35 38,1 15 25,4 5 19,0 2 12,7 1 9,51 0,5 6,35 0,2 4,76 0,2 A POLITÉCNICA TECNOLOGIA DO BETÃO 2016 80 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3) Técnica de obtenção duma análise granulométrica (2) A peneiração pode ser realizada à mão, sendo agitado cada peneiro em separado até que não passe mais de 1% da massa nele retida, ao fim de um minuto de peneiração. Os movimentos devem ser dados em todas as direcções, para trás e para a frente, para a esquerda e para a direita, imprimindo um movimento circular no sentido do movimento dos ponteiros do relógio e em sentido contrário. Deve evitar-se uma espessura demasiada de material sobre o peneiro, de modo a obrigar todas as partículas a entrarem em contacto com a rede. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 81 81 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3) Técnica de obtenção duma análise granulométrica (3) Os resultados são registados numa tabela indicando: Massa retida em cada peneiro Percentagem retida em cada peneiro Percentagem total que passa através do peneiro (percentagens acumuladas) Percentagem total que fica retida no peneiro (complemento para 100 dos valores anteriores). A soma dos resíduos dos peneiros deve ser igual com 1 % de tolerância, à massa inicial da amostra. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 82 82 Exemplo duma análise granulométrica ABERTURA DA MALHA (mm) RESÍDUO NO PENEIRO (g) RESÍDUO NO PENEIRO (%) PERCENTAGEM TOTAL DE INERTE QUE PASSA ATRAVÉS DO PENEIRO (%) PERCENTAGEMDO INERTE RETIDO NO PENEIRO (%) 19,0 - - 100,0 0,0 9,51 18,8 1,9 98,1 1,9 4,76 41,9 4,2 93,9 6,1 2,38 195,8 19,6 74,3 25,7 1,19 337,5 33,8 40,5 59,5 0,595 319,4 31,9 8,6 91,4 0,297 75,2 7,5 1,1 98,9 0,149 10,0 1,0 0,1 99,9 Refugo 1,4 0,1 - - Total 1000,0 383,4 Módulo de Finura 3,83 83 84 85 INTERPRETAÇÃO DUMA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA Curva granulométrica 1: GRANULOMETRIA EXTENSA BEM GRADUADA. Elementos com diferente dimensão, do que resulta um melhor imbricamento das partículas entre si e consequente melhor resistência mecânica. 86 INTERPRETAÇÃO DUMA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA Curva granulométrica 2: GRANULOMETRIA UNIFORME Elementos com dimensão, aproximadamente igual: Exemplo areia duma praia. 87 INTERPRETAÇÃO DUMA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA Curva granulométrica 3: GRANULOMETRIA EXTENSA MAL GRADUADA. Falta de elementos com determinada dimensão, mal graduado 88 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Curva granulométrica (1) O traçado gráfico da curva granulométrica permite apreciar rapidamente a granulometria do inerte e as deficiências que possa ter de partículas de determinada dimensão. No traçado da curva escolhem-se para ordenadas as percentagens de material que passa através de cada peneiro, graduando-se o eixo respectivo de 0 a 100 de baixo para cima, numa escala aritmética e para abcissas as aberturas dos peneiros em escala logarítmica. No caso de aberturas em progressão geométrica de razão 2, as distâncias são iguais de abertura a abertura. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 89 89 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Curva granulométrica (2) Fig. 1.32 pág. 112, Sousa Coutinho, apresenta um exemplo de uma curva granulométrica. A tracejado representa-se a área que é proporcional ao módulo de finura. Escala das abcissas proporcional ao logaritmo da abertura da malha. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 90 90 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Cálculo do Módulo de Finura (1) Define-se módulo de finura como a soma das percentagens totais que ficam retidas em cada peneiro, da série normal, dividida por 100. A série normal é a que começa no peneiro de 0,149 mm de abertura e se estende até à máxima dimensão do inerte. No gráfico da Fig. 1.32 pág. 112, as ordenadas estão na escala decimal e as abcissas em escala logarítmica, do que resulta afastamentos iguais para peneiros crescendo em escala geométrica de razão 2. . 91 91 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Cálculo do Módulo de Finura (2) Uma interpretação do módulo de finura pode ser a dimensão média ponderada do peneiro do grupo onde é retido o material, sendo os peneiros contados a partir do mais fino. Por exemplo uma areia com um módulo de finura de 3,00 significa que a dimensão média é a correspondente ao 3º peneiro da série, 0,595mm de abertura. 92 92 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Cálculo do Módulo de Finura (3) Assim como o módulode finura 5,00 significa que a dimensão média é a correspondente ao peneiro com 2,38 mm de abertura, 5º peneiro da série. Outra interpretação útil para o cálculo da composição do betão, é a de que o módulo de finura é um número proporcional à área a tracejado da figura. A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 93 93 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Designação do Inerte (1) Normalmente o inerte é designado por dois números separados por um traço. O primeiro D representa a sua máxima dimensão, o segundo d a mínima dimensão. Por exemplo 50,8/19,0 significa que as partículas do inerte estão compreendidas entre 50,8 e 19,0 mm. No entanto o inerte pode conter 10 % de partículas com dimensão superior a 50,8 mm e 5% de partículas com dimensão inferior a 19,0 mm. V. fig. 1.33 pág.114. . 94 94 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Amostragem (1) Antes de proceder aos ensaios dos inertes há que realizar as sua amostragem A amostra deve ser representativa do material considerado. A Norma D 75 da ASTM, American Society for Testing and Materials, descreve as regras de amostragem que se devem seguir. . 95 95 INERTES DETERMINAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO DO BETÃO (6) Granulometria (3): Amostragem (2) A amostra principal deve ser constituída por diversas porções retiradas de diferentes locais do depósito, da superfície, do centro e do fundo. Geralmente é suficiente uma dezena de porções. Mas se o depósito está muito segregado será necessário um número maior de colheitas. A melhor ocasião para proceder à colheita é à entrada da betoneira ou à sua chegada ao estaleiro, durante a descarga. Procura-se retirar uma porção no início, outra no meio e outra no fim da descarga. . A POLI TÉCNICA TEC NOLOGIA DO BETÃO 201e 96 96 TECNOLOGIA DO BETÃO INERTES BIBLIOGRAFIA BÁSICA COUTINHO, A. Sousa (1988); Fabrico e propriedades do betão, Volumes I e II, LNEC COUTINHO, A. Sousa (1988); Propriedades das matérias-primas, Volumes I e II, Lisboa: LNEC. 97
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