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1.1.1. CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 1.1.2. 1.1.3. 1/1/2018 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 1 APRESENTAÇÃO.............................................................................................................................. 10 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DE FAMÍLIA ................................................................. 11 1. A FAMÍLIA E A SUA EVOLUÇÃO NATURAL ............................................................................ 11 2. A FAMÍLIA E OS SEUS PARADIGMAS .................................................................................... 11 CÓDIGO CIVIL DE 1916 ..................................................................................................... 11 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL DE 2002 ............................... 12 3. VALORES ................................................................................................................................... 14 AFETO ................................................................................................................................. 14 ÉTICA .................................................................................................................................. 14 DIGNIDADE ......................................................................................................................... 14 SOLIDARIEDADE RECÍPROCA ........................................................................................ 15 4. CARÁTER INSTRUMENTAL DA FAMÍLIA ................................................................................ 15 5. CARACTERÍSTICA DA FAMÍLIA ............................................................................................... 15 SOCIOAFETIVA .................................................................................................................. 15 EUDEMONISTA .................................................................................................................. 15 ANAPARENTAL .................................................................................................................. 16 6. DIREITO DE FAMÍLIA MÍNIMO ................................................................................................. 16 7. INCIDÊNCIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA ............................................................................................................................................. 16 8. INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO CC/02 NAS RELAÇÕES FAMILIARES ........... 17 9. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA................................................. 17 PRINCÍPIO DA MULTIPLICIDADE/PLURALIDADE DE ENTIDADES FAMILIARES ....... 18 IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES ................................................................ 20 IGUALDADE ENTRE FILHOS ............................................................................................ 22 FACILITAÇÃO DA DISSOLUÇÃO DAS FAMÍLIAS............................................................ 23 RESPONSABILIDADE FAMILIAR ...................................................................................... 24 9.5.1. Planejamento familiar .................................................................................................. 24 9.5.2. Filiação responsável .................................................................................................... 24 UNIÃO ESTÁVEL............................................................................................................................... 25 1. EVOLUÇÃO E PERSPECTIVA HISTÓRICA ............................................................................. 25 2. CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL E DIFERENÇAS ................................................................. 26 3. VEDAÇÕES AO CONCUBINATO.............................................................................................. 26 4. REQUISITOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL.................................................. 28 DIVERSIDADE DE SEXO ................................................................................................... 28 CONVIVÊNCIA PÚBLICA E DURADORA.......................................................................... 28 OBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA .............................................................................. 29 AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTOS ....................................................................................... 29 5. DEVERES OU EFEITOS PESSOAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL ....................... 31 DEVERES CONJUGAIS ..................................................................................................... 31 ACRÉSCIMO DE SOBRENOME ........................................................................................ 31 PARENTESCO POR AFINIDADE ...................................................................................... 31 INALTERABILIDADE DO ESTADO CIVIL E NÃO EMANCIPAÇÃO ................................. 31 PREFERÊNCIA PARA O EXERCÍCIO DE CURADORIA .................................................. 32 PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE (PATER IS EST) ........................................................ 32 6. EFEITOS PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL ..................................................................... 32 REGIME DE BENS ............................................................................................................. 32 VÊNIA CONJUGAL ............................................................................................................. 33 CITAÇÃO DO COMPANHEIRO ......................................................................................... 33 DIREITO À HERANÇA ........................................................................................................ 34 DIREITO AO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ................................................................... 35 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 2 DIREITO AOS ALIMENTOS ............................................................................................... 36 DIREITO REAL DE HABITAÇÃO ....................................................................................... 36 EXERCÍCIO DA INVENTARIANÇA .................................................................................... 36 LEGITIMIDADE PARA OPOR EMBARGOS DE TERCEIROS .......................................... 37 PARTILHA DE DIREITOS REAIS SOBRE A COISA ALHEIA DE BENS PÚBLICOS ...... 37 7. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO .......................................................... 37 8. JURISPRUDÊNCIA EM TESE E UNIÃO ESTÁVEL ................................................................. 38 CASAMENTO .................................................................................................................................... 40 1. PERSPECTIVA ÓTICA CIVIL-CONSTITUCIONAL ................................................................... 40 2. CONCEITO ................................................................................................................................. 40 3. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................................... 41 4. PROVA DO CASAMENTO ......................................................................................................... 41 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 41 PROVA DIREITA ................................................................................................................. 42 PROVA INDIRETA .............................................................................................................. 42 PROVA DO CASAMENTO NO ESTRANGEIRO ...............................................................43 5. PROMESSA DE CASAMENTO OU ESPONSAIS .................................................................... 43 6. ESPÉCIES DE CASAMENTO .................................................................................................... 44 CASAMENTO CIVIL ............................................................................................................ 44 CASAMENTO RELIGIOSO ................................................................................................. 44 CASAMENTO MISTO ......................................................................................................... 45 7. CAPACIDADE PARA O CASAMENTO ..................................................................................... 45 8. IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS ............................................................................................ 45 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 45 CONCEITOS ....................................................................................................................... 46 EFEITOS ............................................................................................................................. 46 HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO MATRIMONIAL............................................................. 47 9. CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO ............................................................................ 48 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 48 CONCEITO .......................................................................................................................... 48 EFEITOS ............................................................................................................................. 48 LEGITIMIDADE PARA ARGUIÇÃO.................................................................................... 49 HIPÓTESES DE CAUSAS SUSPENSIVAS ....................................................................... 49 10. HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO ................................................................................. 49 PREVISÃO LEGAL E CONCEITO ...................................................................................... 49 COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 50 PROCEDIMENTO ............................................................................................................... 50 11. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO ......................................................................................... 51 12. FORMAS ESPECIAIS DE CASAMENTO .............................................................................. 52 CASAMENTO POR PROCURAÇÃO.................................................................................. 52 CASAMENTO NUNCUPATIVO .......................................................................................... 52 CASAMENTO EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE ............................................................ 53 13. CASAMENTO PUTATIVO ...................................................................................................... 53 14. PLANOS JURÍDICOS DO CASAMENTO .............................................................................. 54 PLANO DA EXISTÊNCIA .................................................................................................... 54 PLANO DA VALIDADE: CAUSAS DE NULIDADE ............................................................ 54 PLANO DA VALIDADE: CAUSAS DE ANULABILIDADE .................................................. 54 14.3.1. Legitimidade para a ação de anulação ....................................................................... 56 PLANO DA EFICÁCIA......................................................................................................... 56 CASAMENTO NULO x CASAMENTO ANULÁVEL ........................................................... 57 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 3 15. EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO ............................................................................. 57 EFEITOS PESSOAIS .......................................................................................................... 57 EFEITOS SOCIAIS ............................................................................................................. 58 16. DEVERES DO CASAMENTO ................................................................................................ 59 17. REGIME DE BENS ................................................................................................................. 59 CONCEITO .......................................................................................................................... 59 REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS ..................................................... 59 REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS .................................................. 60 REGIME DE CUMUNHÃO PARCIAL DE BENS ................................................................ 62 REGIME DE CUMUNHÃO TOTAL DE BENS .................................................................... 63 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS ................................................. 64 DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL .................................................................................. 65 1. EVOLUÇÃO HISTÓRIA .............................................................................................................. 65 2. SISTEMA DUALISTA DE DISSOLUÇÃO .................................................................................. 65 DEFINIÇÃO ......................................................................................................................... 65 CAUSAS TERMINATIVAS .................................................................................................. 65 CAUSAS DISSOLUTIVAS .................................................................................................. 66 3. QUESTÕES CONTROVERTIDAS ............................................................................................. 66 EC 66/2010 E A (IN) EXISTÊNCIA DA SEPARAÇÃO ....................................................... 66 MORTE PRESSUMIDA ...................................................................................................... 67 3.2.1. Com declaração de ausência ...................................................................................... 67 3.2.2. Sem declaração de ausência ...................................................................................... 68 4. SEPARAÇÃO DE FATO ............................................................................................................. 68 CONCEITO .......................................................................................................................... 68 EFEITOS DA SEPARAÇÃO DE FATO .............................................................................. 69 4.2.1. Permissão para caracterização da união estável ....................................................... 69 4.2.2. Cessação do regime de bens ...................................................................................... 69 4.2.3. Perda do direito sucessório ......................................................................................... 70 4.2.4. Sub-rogação locatícia .................................................................................................. 71 4.2.5. Contagem do prazo para usucapião conjugal ............................................................. 71 5. SEPARAÇÃO DE CORPOS ...................................................................................................... 72 6. SEPARAÇÃO DE DIREITO........................................................................................................72 CONCEITO .......................................................................................................................... 72 ESPÉCIES DE SEPARAÇÃO ............................................................................................. 73 6.2.1. Separação consensual ................................................................................................ 73 6.2.2. Separação litigiosa ....................................................................................................... 74 7. DIVÓRCIO .................................................................................................................................. 77 EVOLUÇÃO E CONCEITO ................................................................................................. 77 DIVÓRCIO LITIGIOSO........................................................................................................ 77 DIVÓRCIO CONSENSUAL ................................................................................................. 78 DIVÓRCIO CONSENSUAL EM CARTÓRIO ...................................................................... 79 8. SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO: CARACTERÍSTICAS MATERIAIS E PROCESSUAIS COMUNS 80 NATUREZA PERSONALÍSSIMA DA MEDIDA .................................................................. 80 POSSIBILIDADE DE DISPENSA DA PARTILHA DOS BENS (ART. 1.581 DO CC E SÚMULA 197 DO STJ). ................................................................................................................. 81 REVELIA NA SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO (ART. 345, II DO CPC/2015) ......................... 82 COMPETÊNCIA JUDICIAL PARA AS AÇÕES .................................................................. 82 USO DO SOBRENOME ...................................................................................................... 83 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 4 DIVISÃO DE FRUTOS DECORRENTES DE COISA COMUM ......................................... 83 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ............................................... 84 PARTILHA DE BENS .......................................................................................................... 84 GUARDA DOS FILHOS ...................................................................................................... 85 8.9.1. Espécies de guarda ..................................................................................................... 85 8.9.2. Definição ...................................................................................................................... 87 8.9.3. Impossibilidade de acordo ........................................................................................... 87 8.9.4. A guarda pode ser deferida para outra pessoa que não seja o pai ou a mãe? ......... 88 8.9.5. 88 8.9.6. Poder familiar ............................................................................................................... 88 PARENTESCO .................................................................................................................................. 90 1. CONCEITO ................................................................................................................................. 90 2. PARENTESCO CONSANGUÍNEO (OU NATURAL) ................................................................. 90 3. PARENTESCO POR AFINIDADE.............................................................................................. 91 4. DISTINÇÕES ENTRE PARENTESCO NA LINHA RETA, COLATERAL E POR AFINIDADE . 91 FILIAÇÃO ........................................................................................................................................... 93 1. CONCEITO ................................................................................................................................. 93 2. ISONOMIA ENTRE OS FILHOS ................................................................................................ 93 3. PROVA DA MATERNIDADE ...................................................................................................... 94 4. FORMAS (CRITÉRIOS) DE FILIAÇÃO ..................................................................................... 94 ESPÉCIES ........................................................................................................................... 94 CRITÉRIO DA PRESUNÇÃO LEGAL ................................................................................ 94 CRITÉRIO BIOLÓGICO ...................................................................................................... 98 CRITÉRIO SOCIOAFETIVO ............................................................................................... 99 5. (IM) POSSIBILIDADE DE DUPLA PATERNIDADE E/OU MATERNIDADE ........................... 103 6. RECONHECIMENTO DE FILHOS ........................................................................................... 106 RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DE FILHO ............................................................. 106 6.1.1. Regras ........................................................................................................................ 106 6.1.2. Natureza jurídica do ato de reconhecimento de filhos .............................................. 107 6.1.3. Unilateralidade e bilateralidade do reconhecimento de filho .................................... 107 6.1.4. Características do reconhecimento voluntário de filho ............................................. 108 6.1.5. Impugnação do reconhecimento de paternidade pelo filho ...................................... 108 6.1.6. Ação negatória de paternidade x Ação de impugnação de paternidade .................. 108 RECONHECIMENTO JUDICIAL DOS FILHOS ............................................................... 108 7. AÇÕES DE FAMÍLIA ................................................................................................................ 109 AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE ................................................................ 109 7.1.1. Competência .............................................................................................................. 109 7.1.2. Cumulabilidade de pedidos ....................................................................................... 109 7.1.3. Termo inicial dos alimentos na ação investigatória de paternidade ......................... 110 7.1.4. Legitimidade na ação de investigação de paternidade ............................................. 111 7.1.5. Coisa julgada na investigação de paternidade ......................................................... 111 8. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO – OU AÇÃO DE PROVA DA FILIAÇÃO ..... 112 AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE OU DE IMPUGNAÇÃO DE PATERNIDADE – OU AÇÃO CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE .................................................................... 112 IMPUGNAÇÃO AO RECONHECIMENTO ....................................................................... 112 IMPUGNAÇÃO DA MATERNIDADE PELA SUPOSTA MÃE .......................................... 113 ALIMENTOS .................................................................................................................................... 114 1. CONCEITO ............................................................................................................................... 114 2. FUNDAMENTO ........................................................................................................................ 114 3. ESPÉCIES DE ALIMENTOS (CLASSIFICAÇÃO) ................................................................... 115 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 5 QUANTO À NATUREZA DOS ALIMENTOS .................................................................... 115 3.1.1. Alimentos Civis ou Côngruos .....................................................................................115 3.1.2. Alimentos necessários/Indispensáveis ...................................................................... 116 QUANTO À CAUSA (ORIGEM) DOS ALIMENTOS ......................................................... 117 3.2.1. Alimentos Legítimos ou Legais .................................................................................. 117 3.2.2. Alimentos Convencionais ou Voluntários .................................................................. 117 3.2.3. Alimentos Ressarcitórios ou Reparatórios ................................................................ 118 QUANTO AO MOMENTO DA EXIGIBILIDADE ............................................................... 118 3.3.1. Pretéritos .................................................................................................................... 118 3.3.2. Presentes ................................................................................................................... 118 3.3.3. Futuros ....................................................................................................................... 118 QUANTO A FINALIDADE ................................................................................................. 119 3.4.1. Alimentos Provisórios ................................................................................................ 119 3.4.2. Alimentos Provisionais (antigo art. 852 CPC) ........................................................... 120 3.4.3. Alimentos definitivos .................................................................................................. 121 3.4.4. Alimentos transitórios ................................................................................................. 121 4. CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA .......................................................... 122 PERSONALÍSSIMA (INTUITO PERSONA)...................................................................... 122 INTRANSMISSIBILIDADE ................................................................................................ 123 IRRENUNCIÁVEIS (ART.1707, CC)................................................................................. 123 IMPRESCRITÍVEIS ........................................................................................................... 124 IMPENHORÁVEIS E INCOMPENSÁVEIS ....................................................................... 125 IRREPETÍVEIS .................................................................................................................. 125 FUTURIDADE (ALIMENTOS SÃO FUTUROS) ............................................................... 126 5. SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA ........................................................................... 126 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 126 CÔNJUGE OU COMPANHEIROS ................................................................................... 126 PARENTES ....................................................................................................................... 127 5.3.1. Regras gerais ............................................................................................................. 127 5.3.2. Fundamentos dos alimentos entre ASCENDENTES e DESCENDENTES ............. 127 ALIMENTOS GRAVÍDICOS: NASCITURO OU MÃE? ..................................................... 128 6. ASPECTOS PROCESSUAIS (ALIMENTOS: LEI 5478/68) .................................................... 129 NOTAS INICIAIS ............................................................................................................... 129 PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE ALIMENTOS ............................................................... 129 6.2.1. Petição Inicial ............................................................................................................. 130 6.2.2. Competência .............................................................................................................. 130 6.2.3. Fixação dos alimentos provisórios e despacho inicial .............................................. 130 6.2.4. Citação ....................................................................................................................... 130 6.2.5. Audiência una de conciliação, instrução e julgamento ............................................. 130 6.2.6. Sentença e Recurso .................................................................................................. 131 6.2.7. Execução.................................................................................................................... 132 7. A COBRANÇA DOS ALIMENTOS NO NCPC (MARIA BERENICE DIAS) ............................. 133 CUMPRIMENTO DA SENTENÇA .................................................................................... 136 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL ..................................................................... 138 RITO DA COAÇÃO PESSOAL ......................................................................................... 139 RITO DA EXPROPRIAÇÃO .............................................................................................. 140 TUTELA E CURATELA.................................................................................................................... 143 1. DIREITO DE FAMÍLIA ASSISTENCIAL ................................................................................... 143 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 6 2. TUTELA .................................................................................................................................... 144 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 144 ESPÉCIES DE TUTELA ................................................................................................... 145 2.2.1. Tutela documental...................................................................................................... 145 2.2.2. Tutela testamentária .................................................................................................. 145 2.2.3. Tutela legítima ............................................................................................................ 145 2.2.4. Tutela dativa ............................................................................................................... 145 DOS INCAPAZES DE EXERCER TUTELA ..................................................................... 146 DAS ESCUSAS DOS TUTORES ..................................................................................... 147 CONSENTIMENTO DO TUTELADO ................................................................................ 147 DISPENSA DE ESPECIALIAÇÃO DE HIPOTECA LEGAL ............................................. 147 RESPONSABILIDADE DO MAGISTRADO ...................................................................... 148 REMUNERAÇÃO, REPONSABILIDADE E PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO TUTOR 148 2.8.1. Incumbências ............................................................................................................. 148 2.8.2. Remuneração ............................................................................................................. 149 2.8.3. Responsabilidade do Tutor ........................................................................................ 149 2.8.4. Prestação de contas .................................................................................................. 149 DOS BENS DO TUTELADO ............................................................................................. 151 DA CESSAÇÃO DA TUTELA ........................................................................................... 152 3. CURATELA ...............................................................................................................................152 TEORIA DA INCAPACIDADE JURÍDICA ......................................................................... 152 CURATELA DOS INTERDITOS ....................................................................................... 153 3.2.1. Por enfermidade ou deficiência mental, não tivessem o necessário discernimento para os atos da vida civil .......................................................................................................... 153 3.2.2. Ébrios habituais e os viciados em tóxico ................................................................... 154 3.2.3. Pródigos ..................................................................................................................... 154 CURATELA X CURADORIA ............................................................................................. 154 CURATELAS PECULIARES ............................................................................................. 154 3.4.1. Curador especial do nascituro ................................................................................... 154 3.4.2. Curatelas especiais* .................................................................................................. 154 4. TOMADA DE DECISÃO APOIADA .......................................................................................... 155 SUCESSÕES ................................................................................................................................... 158 1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES ................................................................... 158 CONCEITO ........................................................................................................................ 158 ESPÉCIES DE SUCESSÃO HEREDITÁRIA ................................................................... 158 1.2.1. Testamentária ............................................................................................................ 158 1.2.2. Legítima ...................................................................................................................... 158 LEI SUCESSÓRIA NO TEMPO E NO ESPAÇO .............................................................. 159 PRINCÍPIO DA SAISINE ................................................................................................... 159 ACEITAÇÃO E CESSÃO DA HERANÇA ......................................................................... 159 RENÚNCIA DA HERANÇA ............................................................................................... 161 LEGITIMIDADE PARA SUCEDER (ART. 1.798 E 1.799) ............................................... 161 2. TERMINOLOGIA DO DIREITO DAS SUCESSÕES ............................................................... 164 “AUTOR DA HERANÇA” ................................................................................................... 164 “SUCESSOR” .................................................................................................................... 164 2.2.1. “Herdeiro” ................................................................................................................... 164 2.2.2. “Legatário” .................................................................................................................. 164 “LEGÍTIMA” ....................................................................................................................... 165 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 7 “ABERTURA” DA SUCESSÃO ......................................................................................... 165 “DELAÇÃO” E “ADIÇÃO” (CC/16) .................................................................................... 165 “DIFERENÇA: HERANÇA X ESPÓLIO ............................................................................ 165 2.6.1. “Herança” ................................................................................................................... 165 2.6.2. “Espólio” ..................................................................................................................... 166 3. MOMENTO DE ABERTURA DA SUCESSÃO (CC, ART. 1.784) ........................................... 166 TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: SAISINE ..................... 166 ABERTURA DA SUCESSÃO X ABERTURA DO INVENTÁRIO ..................................... 167 OUTROS EFEITOS JURÍDICOS QUE DECORREM DO PRINCÍPIO DA “SAISINE” .... 167 3.3.1. Fixação da norma legal que regerá a sucessão ....................................................... 167 3.3.2. Verificação da capacidade para suceder .................................................................. 168 3.3.3. Cálculo da legítima .................................................................................................... 168 3.3.4. Fixa o lugar da sucessão (art. 1.785) ........................................................................ 168 4. CAPACIDADE SUCESSÓRIA ................................................................................................. 169 CONCEITO ........................................................................................................................ 169 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A CAPACIDADE SUCESSÓRIA (OU CAPACIDADE PARA SUCEDER) ........................................................................................................................ 169 5. INDIGNIDADE E DESERDAÇÃO ............................................................................................ 170 ASPECTOS GERAIS ........................................................................................................ 170 ASPECTOS DISTINTIVOS: DIGNIDADE x DESERDAÇÃO ........................................... 170 CAUSAS DE INDIGNIDADE (ART. 1.814) ....................................................................... 171 CAUSAS DE DESERDAÇÃO (1.814, 1.962 E 1.963) ...................................................... 172 6. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS (ART. 1.793) ........................................................ 172 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 173 REQUISITOS DA CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS ......................................... 173 6.2.1. Requisito temporal ..................................................................................................... 173 6.2.2. Requisito subjetivo ..................................................................................................... 173 6.2.3. Requisito formal ......................................................................................................... 174 6.2.4. Requisito objetivo ....................................................................................................... 174 OBSERVÂNCIA DO DIREITO DE PREFERÊNCIA DOS DEMAIS HERDEIROS .......... 174 POSIÇÃO DO CESSIONÁRIO E ESPÉCIE DE NEGÓCIO JURÍDICO QUE CONFIGURA A CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS .............................................................................. 175 7. ACEITAÇÃO DA HERANÇA .................................................................................................... 176 PREVISÃO LEGAL ........................................................................................................... 176 CLASSIFICAÇÃO DA ACEITAÇÃO DA HERANÇA ........................................................ 176 7.2.1. Quanto à pessoa que aceita ...................................................................................... 176 Quanto à manifestação de vontade .................................................................................. 176 8. RENÚNCIA À HERANÇA ......................................................................................................... 178 PREVISÃO LEGAL ...........................................................................................................178 REQUISITOS DA RENÚNCIA À HERANÇA .................................................................... 178 8.2.1. Capacidade do renunciante ....................................................................................... 178 8.2.2. Consentimento do cônjuge ........................................................................................ 178 RENÚNCIA ABDICATIVA OU TRANSLATIVA OU IN FAVOREM .................................. 179 SUCESSÃO LEGÍTIMA (DECORRE DA LEI) ................................................................................. 180 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 180 2. SUCESSÃO DOS DESCENDENTES ...................................................................................... 180 3. SUCESSÃO DOS ASCENDENTES ........................................................................................ 181 4. SUCESSÃO DO CÔNJUGE .................................................................................................... 182 CONCORRÊNCIA CÔNJUGE X DESCENDENTE .......................................................... 182 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 8 4.1.1. Existência de descendentes ...................................................................................... 182 4.1.2. Depende do regime de bens (e da existência de bens particulares) ....................... 182 4.1.3. Obediência ao percentual legal ................................................................................. 184 CONCORRÊNCIA CÔNJUGE X ASCENDENTE ............................................................ 185 SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOZINHO ........................................................................... 186 DIREITO REAL DE HABITAÇÃO: ART. 1.831. ................................................................ 187 5. SUCESSÃO DO COMPANHEIRO (art. 1790) ......................................................................... 188 6. SUCESSÃO DOS COLATERAIS ............................................................................................. 188 7. AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA ........................................................................................ 189 CONCEITO ........................................................................................................................ 189 LEGITIMIDADE ATIVA...................................................................................................... 190 LEGITIMIDADE PASSIVA ................................................................................................ 190 NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA.................................... 190 PROCEDIMENTO ............................................................................................................. 191 PRAZO PRESCRICIONAL ............................................................................................... 191 HERDEIRO PUTATIVO E TERCEIRO DE BOA-FÉ ........................................................ 192 SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA...................................................................................................... 193 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 193 2. TESTAMENTO ......................................................................................................................... 193 3. CLASSIFICAÇÃO DO TESTAMENTO .................................................................................... 193 NATUREZA NEGOCIAL ................................................................................................... 193 CARÁTER PERSONALÍSSIMO ........................................................................................ 193 UNILATERALIDADE ......................................................................................................... 194 GRATUIDADE ................................................................................................................... 194 REVOGABILIDADE ........................................................................................................... 194 SOLENE ............................................................................................................................ 194 EFICÁCIA CAUSA MORTIS ............................................................................................. 194 4. PRESSUPOSTOS DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA ......................................................... 194 OBSERVÂNCIA DO LIMITE DA LEGÍTIMA ..................................................................... 194 PESSOA CAPAZ DE DISPOR POR MEIO DE TESTAMENTO (CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA ATIVA) .......................................................................................................... 196 PESSOA CAPAZ DE RECEBER HERANÇA OU LEGADO (CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA PASSIVA) ..................................................................................................... 196 PROIBIDOS DE RECEBER HERANÇA OU LEGADO .................................................... 197 CUMPRIMENTO DA FORMA PRESCRITA EM LEI ........................................................ 198 4.5.1. Testamentos comuns ................................................................................................. 198 4.5.2. Testamento cerrado, secreto ou místico ................................................................... 199 4.5.3. Testamento particular ................................................................................................ 200 4.5.4. Testamentos excepcionais ........................................................................................ 201 4.5.5. Testamento Militar...................................................................................................... 202 5. CODICILO ................................................................................................................................. 203 CONCEITO ........................................................................................................................ 203 PROBLEMÁTICA DO CODICILO: O QUE É PEQUENO LEGADO? .............................. 203 OBJETO DO CODICILO ................................................................................................... 203 6. CLÁSULAS TESTAMENTÁRIAS ............................................................................................. 204 CONCEITO ........................................................................................................................ 204 REGRAS INTERPRETATIVAS DAS CLÁUSULAS TESTAMENTÁRIAS ....................... 205 REGRAS PROIBITIVAS ................................................................................................... 206 REGRAS PERMISSIVAS .................................................................................................. 207 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 9 7. REDUÇÃO DE CLÁUSULA TESTAMENTÁRIA ...................................................................... 208 8. DIREITO DE ACRESCER ........................................................................................................ 210 9. EXECUÇÃO DOS TESTAMENTOS ........................................................................................ 211 10. FIGURA DO TESTAMENTEIRO .......................................................................................... 211 11. DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO ................................................................................ 212 FORMAS DE REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO ............................................................ 212 11.1.1. Quanto à extensão da revogação de testamento ..................................................... 212 11.1.2. Quanto à forma da revogação de testamento........................................................... 213 REVOGAÇÃO POR TESTAMENTO ANULADO.............................................................. 213 REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO REVOGATÓRIO ...................................................... 213 12. ROMPIMENTO DO TESTAMENTO ..................................................................................... 214 13. SUPERVENIÊNCIA DE DESCENDENTE SUCESSÍVEL ................................................... 214 SURGIMENTO DE HERDEIROS NECESSÁRIOS IGNORADOS, DEPOIS DO TESTAMENTO ............................................................................................................................. 214 SUBSISTÊNCIA DO TESTAMENTO SE CONHECIDA A EXISTÊNCIA DE HERDEIROS NECESSÁRIOS............................................................................................................................ 215 INVENTÁRIO E PARTILHA ............................................................................................................. 216 1. CONCEITO ............................................................................................................................... 216 2. PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO ....................................................................................... 216 INVENTÁRIO TRADICIONAL OU SOLENE .................................................................... 216 ARROLAMENTO COMUM (ART. 664, NCPC) ................................................................ 216 ARROLAMENTO SUMÁRIO (ARTS. 659 E 660, NCPC) ................................................ 217 3. “INVENTÁRIO NEGATIVO”...................................................................................................... 218 4. REGRAS DO INVENTÁRIO SOLENE ..................................................................................... 219 COMPETÊNCIA ................................................................................................................ 219 PRAZO DE ABERTURA DO INVENTÁRIO ..................................................................... 220 LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO DE INVENTÁRIO E PARTILHA ............... 220 A FIGURA DO INVENTARIANTE ..................................................................................... 221 4.4.1. Noções gerais ............................................................................................................ 221 4.4.2. Nomeação do Inventariante ....................................................................................... 221 4.4.3. Atribuições do inventariante ...................................................................................... 222 4.4.4. Remoção e Destituição do inventariante ................................................................... 223 5. PROCEDIMENTO DO INVENTÁRIO SOLENE....................................................................... 224 FASE DE IMPUGNAÇÕES ............................................................................................... 225 FASE DE AVALIAÇÕES ................................................................................................... 226 ÚLTIMAS DECLARAÇÕES (ART. 637, NCPC) ............................................................... 226 PAGAMENTO DE DÍVIDAS E RECOLHIMENTO FISCAL .............................................. 227 6. DECISÃO DE PARTILHA ......................................................................................................... 227 DIREITO SUCESSÓRIO E O PODER PÚBLICO ........................................................................... 229 1. HERANÇA JACENTE ............................................................................................................... 229 2. HERANÇA VACANTE: VACÂNCIA – ARRECADAÇÃO DOS BENS VAGOS ....................... 230 3. PROCEDIMENTO .................................................................................................................... 230 REGRAS............................................................................................................................ 230 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ...................................................................................... 231 4. NATUREZA DA SENTENÇA DE VACÂNCIA .......................................................................... 233 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 10 APRESENTAÇÃO Olá! Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja útil na sua preparação, em todas as fases. A grande maioria dos concurseiros possui o hábito de trocar o material de estudo constantemente, principalmente, em razão da variedade que se tem hoje, cada dia surge algo novo. Porém, o ideal é você utilizar sempre a mesma fonte, fazendo a complementação necessária, eis que quanto mais contato temos com determinada fonte de estudo, mais familiarizados ficamos, o que se torna primordial na hora da prova (acredite nisso). O Caderno Sistematizado de Direito Civil IV possui como base as aulas do Prof. Cristiano Chaves e do Prof. Pablo Stolze, com o intuito de deixar o material mais completo, utilizados as seguintes fontes complementares: Manual de Direito Civil (Flávio Tartuce – 2017); Manual de Direito Civil – Volume Único (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho – 2019) e Manual de Direito Civil – Volume Único (Cristiano Chaves de Farias, Felipe Braga Netto e Nelson Rosenvald – 2019). Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito (www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). Destacamos é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da semana para ler no site do Dizer o Direito. Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina + informativos + + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você faça uma boa prova. Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito importante!! As bancas costumam repetir certos temas. Vamos juntos!! Bons estudos!! Equipe Cadernos Sistematizados. http://www.dizerodireito.com.br/ CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 11 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DE FAMÍLIA 1. A FAMÍLIA E A SUA EVOLUÇÃO NATURAL A ideia de família não é construída por meio de um conceito biológico estático, mas sim através de um conceito cultural. Pode-se afirmar, assim, que família significa a possibilidade de convivência. Importante consignar que o conceito de família não é estático e acabado, ao contrário, trata- se de um conceito dinâmico visto em diferentes projeções. Por exemplo, antes apenas considerava- se família a formada por homem e mulher, evoluímos e, hoje, reconhece-se a família homoafetiva. 2. A FAMÍLIA E OS SEUS PARADIGMAS CÓDIGO CIVIL DE 1916 A família, antes da Constituição Federal de 1988, na vigência do CC/16 era permeada pelos seguintes paradigmas: Salienta-se que os filhos havidos fora do casamento, até 1949, eram considerados ilegítimos, não podiam ser reconhecidos. Além disso, havia distinção entre os filhos adotivos e os filhos biológicos, por isso a morte dos pais adotivos era causa de extinção da adoção, a fim de impedir o acesso à herança. FA M ÍL IA MATRIMONIALIZADA Constituição apenas pelo casamento. As demais uniões (entre honmem e mulher, sem casamento) eram consideradas concubinato (mera sociedade de fato). PATRIARCAL O homem era o chefe da família, o centro das relações familiares HIERARQUIZADA Baseada no pátrio poder, ou seja, todos deviam obediência ao patriarca (homem o chefe da família) BIOLÓGICA Distinção entre filhos adotivos e biológicos. HETEROPARENTAL Formada por pessoas desexo distintos. A única forma de família era a formada por homem e mulher. INSTITUCIONAL Família era uma instituição a ser protegida pelo direito, por isso o casamento era considerado indissolúvel, a esterilidade de um dos cônjuges poderia causar a anulação do casamento. CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 12 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL DE 2002 Além da incidência dos direitos e garantias fundamentais (tábua axiológica1) no Direito de Família, o legislador constituinte editou os arts. 226 e 227 da CF que tratam de temas específicos. Perceba, portanto, que a CF/88 conferiu uma proteção especial à família. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º O casamento é civil e gratuito a celebração. § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (Regulamento) § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Regulamento § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil; II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. 1 Para aprofundar recomendamos o CS de Direito Civil I – LINDB e Parte Geral CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 13 § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. § 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art. 204. § 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) Com isso, os paradigmas do CC/16 deram lugar para novos paradigmas, quais sejam: CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 14 Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. 3. VALORES A família contemporânea é permeada por quatro valores: AFETO, ÉTICA, DIGNIDADE e SOLIDARIEDADE RECÍPROCA. AFETO Como visto acima, na visão clássica, apenas as relações biológicas eram consideras como forma de família. Hoje, a socioafetividade também caracteriza família. Cita-se, como exemplo, a possibilidade de acréscimo do sobrenome do padrasto ou da madrasta (Lei 11.924/2009), o reconhecimento da filiação socioafetiva. ÉTICA As relações familiares devem ser permeadas pela ética. Com base nisso, o STJ reconhece a cessação do regime de bens pela simples separação, independente de prazo. DIGNIDADE FA M ÍL IA MÚLTIPLA A família pode ser constituída por diferentes formas: casamento, união estável, monoparental (ascendentes e descendentes) DEMOCRÁTICA Homens e mulheres possuem direitos e deveres iguais IGUALITÁRIA Igualdade substancial, tratando desigualmente os desiguais e buscando a igualdade fática entre os componentes familiares. Exemplo: Estatuto do idoso; ECA; Maria da Penha, Estatuto da Primeira Infância BIOLÓGICA OU SOCIOAFETIVA Filhos biológicos e adotivos possuem os mesmos direitos (art. 1.593 do CC). HETEROPARENTAL E HOMOPARENTAL Família pode ser formar por pessoas de sexo distintos e de sexo iguais. Ademais, a homoparentalidade pode decorrer da monoparentalidade. Exemplo: família composta de Mãe solteira e sua filha. INSTRUMENTAL É um instrumento de proteção da pessoa humana. A família é um meio e não um fim. CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 15 Decorre da dignidade, por exemplo, a possibilidade de escolha do regime de bens para o maior de 70 anos, por isso parte da doutrina entende que o art. 1.641 do CC, ao impor o regime de separação de bens, é inconstitucional. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: II – da pessoa maior de 70 (setenta)anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) Ressalta-se que o art. 1.641, II do CC trata da separação legal obrigatória, ou seja, aquela que é imposta por força de lei. Por isso, o STJ entende que os bens adquiridos na constância do casamento, em esforço comum, comunicam-se (Info 628). SOLIDARIEDADE RECÍPROCA A solidariedade determina o amparo, a assistência material e moral recíproca entre todos os membros da família. Cita-se, como exemplo, a obrigação alimentar entre parentes, cônjuges ou companheiros. 4. CARÁTER INSTRUMENTAL DA FAMÍLIA A família é um instrumento de proteção da pessoa humana, é um meio e não um fim. Perceba que as pessoas não são obrigadas a constituir uma família, trata-se de uma faculdade. Em sua redação originária, a Lei do Divórcio permitia ao juiz indeferir um acordo de divórcio consensual, em nome da manutenção do núcleo familiar. Hoje, algo totalmente inadmissível, uma vez que ninguém precisa de uma família para ter proteção. A verdadeira finalidade da família é colaborar para o desenvolvimento da personalidade de cada membro, para o alcance da “felicidade” (família eudemonista). 5. CARACTERÍSTICA DA FAMÍLIA De acordo com a doutrina contemporânea, a família possui três características: socioafetiva, eudemonista, anaparental. SOCIOAFETIVA A noção de família é moldada pela afetividade. Por isso, o STJ possui diversas decisões em que a socioafetividade prevalece sobre o caráter biológico. EUDEMONISTA http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12344.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12344.htm#art1 CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 16 Eudemonismo é uma filosofia grega que prega que o homem vem a Terra para buscar a felicidade. A família é eudemonista, uma vez que deve servir como ambiência para que cada um dos seus membros busque a sua felicidade individual, realizando-se como pessoa. ANAPARENTAL Significa admitir e reconhecer família mesmo quando não exista vínculo parental técnico entre os seus integrantes. A proteção jurídica não está vinculada ao fato de a pessoa estar ou não inserida em um núcleo familiar. Como exemplo, pode-se citar a proteção ao bem de família das pessoas sozinhas (Súmula 364 do STJ). Súmula 364 STJ - O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 6. DIREITO DE FAMÍLIA MÍNIMO A incidência do Direito de Família deve ser mínima, ou seja, o Estado não deve intervir nas relações familiares. Assim, sua incidência deve ocorrer apenas nos casos em que é necessária a proteção dos direitos fundamentais dos interessados. Perceba, portanto, que prevalece a autonomia privada nas relações de família, salvo nos casos em que há violação aos direitos fundamentais, como ocorre, por exemplo, nos casos de violência doméstica e familiar. Hipóteses de intervenção do Estado: • A Lei Maria da Penha prevê que a ação penal será pública incondicionada nos casos de lesão corporal; • O MP possui legitimidade para requerer alimentos em favor de criança e de adolescente, mesmo que não estejam em situação de risco e mesmo que na comarca tenha Defensoria Pública; • Art. 7º da Lei 8.560/92 – o juiz fixará alimentos, mesmo que o autor da ação de investigação de paternidade não requeira, nos casos em que julgar procedente o pedido; • Regime de separação obrigatória de bens para o maior de 70 anos Obs.: Há doutrina defendendo a autonomia privada infanto-juvenil, como exemplo citam a necessidade de concordância para que o adolescente seja colocado em família substituta e para alteração do seu prenome nos casos de adoção. 7. INCIDÊNCIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 17 Assim como ocorre em outras áreas do Direito Civil, os direitos e garantias fundamentais serão aplicados ao Direito de Família, trata-se da “eficácia horizontal” dos direitos fundamentais. Como exemplo de constitucionalização das relações familiares, pode-se citar o reconhecimento da união estável homoafetiva (ADI 4277), devendo o art. 1.723 do CC ser interpretado conforme a Constituição. 8. INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO CC/02 NAS RELAÇÕES FAMILIARES As diretrizes que norteiam o Código Civil de 2002: sociabilidade, eticidade e operabilidade (concretude) são aplicadas às relações familiares. Exemplos de aplicação: • Eticidade – REsp. 555.771/SP aplicação da boa-fé objetiva nas relações familiares (confiança e afeto); • Operabilidade – Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) possui caráter inclusivo e não preconceituoso. A deficiência, por si só, não enquadra a pessoa como incapaz; • Sociabilidade – função social da família (art. 1.513 do CC) e inexistência de responsabilidade civil de terceiro (amantes) que “interferem” na comunhão de vida de uma família (STJ REsp. 922.462/SP) Os deveres estabelecidos entre cônjuges (art. 1.566 do CC) e entre companheiros (art. 1.724 do CC) são intrapartes, ou seja, não podem ser oponíveis a terceiros. CC Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família. 9. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA A Constituição consagra cinco grandes princípios inerentes ao Direito de Família, quais sejam: • Multiplicidade/pluralidade de entidades familiares • Igualdade entre homens e mulheres • Igualdade entre filhos • Facilitação da dissolução do casamento • Responsabilidade parental Salienta-se que não há dúvidas quanto à relevância e transcendentalidade dos princípios (força normativa), são normas de conteúdo aberto, de solução casuística e valorativa. Em caso de CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 18 colisão entre princípios, deve-se utilizar a ponderação de interesses (balanceamento), de acordo com o caso concreto, a exemplo da Súmula 301 do STJ. Súmula 301 do STJ - Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade PRINCÍPIO DA MULTIPLICIDADE/PLURALIDADE DE ENTIDADES FAMILIARES Encontra-se previsto no caput do art. 226 da CF, observe: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. Note que a proteção é para TODA e QUALQUER família, consagra-se uma pluralidade, os parágrafos 2º, 3º e 4º referem-se à família casamentaria, decorrente de união estável e monoparental. Art. 226: § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. Importante consignar que não se trata de um rol taxativo, ou seja, mesmo que não prevista na Constituição, há outras formas de família. Cita-se, como exemplo, a família anaparental, família avoenga. O art. 226 é norma jurídica de inclusão (inclui institutos na proteção estatal), o que só vem a corroborar com a ideia de que o direito de família é instrumental. Portanto, pode-se afirmar que a pluralidade das entidades familiares conduz a uma NÂO taxatividade. O ECA consagra três espécies de família: natural, ampliada ou extensa e substituta. FAMÍLIA NATURAL FAMÍLIA AMPLIADA OU EXTENSA FAMÍLIA SUBSTITUTA É aquela composta por filhos mais pai e/ou mãe. É aquela formada além de pais e filhos, também por seus parentes (tios, avós, irmãos) É aquela decorrente da GUARDA, TUTELA ou ADOÇÃO Obs.: O Professor Conrado Paulino da Rosa (RS) fala em i-phamily seria a influência dos meios cibernéticos sobre a constituição da família. Acerca da pluralidadefamiliar há três questões polêmicas: família reconstruída, família homoafetiva e a família concubinária, a seguir iremos analisar cada uma delas. 1ª – FAMÍLIA RECONSTRUÍDA, RECOMPOSTA OU ENSAMBLADA (MISTURADA) São as famílias mosaicos, formadas por pessoas que já possuem um núcleo familiar e juntas estabelecem outro núcleo. Por exemplo, o casamento de Maria que possui dois filhos com João que CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 19 possui um filho, a nova família recomposta será formada por Maria, João e os três filhos (dois de Maria e um de João). No Código Civil as relações de famílias recompostas são tratadas de forma tênue, o único efeito é o parentesco por afinidade, nos termos do art. 1.595 do CC, que gera impedimento matrimonial. Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. § 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. Segundo Cristiano Chaves, há uma privação de direitos nas famílias recompostas, tendo em vista que não podem cobrar alimentos, não recebem heranças. Perceba que não há efeitos jurídicos decorrentes dessa relação no CC. Apesar disso, fora do Código Civil há algumas leis que visam a proteção, quais sejam: • Lei 11.924/09 (Lei Clodovil) – prevê a possibilidade de acréscimo do sobrenome da madrasta e/ou padrasto, desde que consintam, ouvido o MP. Não gera efeito familiar e nem sucessório. Os pais devem ser citados, tendo em vista que são interessados • Lei 8.112/90 – prevê a possibilidade de benefício previdenciário para enteado ou enteada. Casualmente, podem ser reconhecidos efeitos jurídicos, por exemplo o STJ (RESp. 36.365) reconheceu a retomada do imóvel alugado antes do prazo para moradia de pessoa da família reconstituída. 2ª – FAMÍLIA HOMOAFETIVA Antes da decisão do STF, os tribunais superiores (TSE e STJ) já reconheciam as uniões homoafetivas como uma entidade familiar para fins de inelegibilidade eleitoral, meação, habitação, benefícios previdenciários. O STF, na ADI 4277/DF, reconheceu a natureza familiar das uniões de pessoa do mesmo sexo. Desta forma, o conceito de união estável pode ser hetero ou homoafetivo. Após, o STJ passou a afirmar que o casamento também pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo (RESp. 1.183.378/RS). Salienta-se, por fim, que a própria Lei Maria da Penha é clara ao afirmar que a proteção da mulher contra a violência ocorre inclusive em relações homoafetivas. Lei 11.340/06 – Maria da Penha Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 20 ... Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo INDEPENDEM de orientação sexual. 3ª – FAMÍLIA CONCUBINÁRIA Tanto o STF quanto o STJ entendem que concubinato NÃO é família, em razão do disposto no art. 1.727 do CC. Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar-se, constituem concubinato. Entendem, ainda, que o concubinato é uma relação meramente obrigacional, sendo considerada uma mera sociedade de fato. Por isso, a competência para processar e julgar será da vara cível e não da vara de família, já que não se aplicam os seus institutos. Destaque para a Súmula 380 do STJ: STF Súmula 380: comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum Maria Berenice Dias defende que o concubinato é entidade familiar, merecendo, portanto, proteção (posição minoritária) Cristiano Chaves, entre outros, defende que embora o concubinato não tenha amparo legal, a união estável putativa pode ter. É o concubinato de boa-fé, ou seja, a amante não sabe que é amante. Nesse caso, se devem garantir direitos à amante. É uma posição doutrinária não acolhida pela jurisprudência, que aplica a regra da exclusividade da família. Essa união estável putativa pode-se basear também na boa-fé objetiva. Nesse caso, é possível falar em paralelismo (“família paralela”), em concubinato como entidade familiar (ou ainda: uniões estáveis – uma união e outra união putativa). Obs.: O STF reconheceu repercussão geral (ARE 656.298/SE) sobre a matéria: 529 - Possibilidade de reconhecimento jurídico de união estável e de relação homoafetiva concomitantes, com o consequente rateio de pensão por morte. Então, pode ser que o entendimento mude ou se mantenha. IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES Trata-se de uma igualdade substancial, ou seja, tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade. A doutrina chama de descrímen, pois diante de uma situação fática de desigualdade será possível o tratamento desigual. Perceba que o conceito de descrímen é fático e não jurídico. Por isso, na ausência de descrímen (situação de desigualdade) o tratamento deve ser o mesmo para homens e mulheres. O art. 100 do antigo CPC (73) previa uma regra de foro privilegiado da mulher para as ações de separação e divórcio, tendo sido considerado constitucional pela jurisprudência do STJ, apesar de toda a crítica doutrinária, pois não havia descrímen. Com o CPC/15, acabou o foro privilegiado CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2020.1 21 para as mulheres, devendo as ações serem ajuizadas no foro do domicílio do detentor da guarda dos filhos menores ou, na ausência de filhos menores, no local do último domicílio do casal. Obs.: Lembrar que o art. 53 do CPC trata de competência relativa, a qual não pode ser conhecida de ofício pelo juiz, mas pode ser arguida pelo Ministério Público. Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; Importante consignar que o art. 1.736 do CC prevê que a mulher, pelo simples fato de ser casada, pode recusar a tutela. Há quem discuta a constitucionalidade do dispositivo, tendo em vista que não há descrímen, por isso a escusa deveria ser estendida ao homem casado também, em uma interpretação conforme a Constituição. O Professor Cristiano Chaves vai além, afirma que homens e mulheres em união estável também poderiam se esquivar da tutela. Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: I - mulheres (pessoas) casadas ou em união estável; Clássico exemplo do princípio da igualdade entre homens e mulheres está nos arts. 1.583 e 1584 do CC que tratam da guarda. Observe: Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua ( art. 1.584, § 5 o ) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. § 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: § 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. § 4º (VETADO) . § 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores