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APOSTILA - Cumprimento de Sentença e Execução Extrajudicial

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Disciplina: Cumprimento de Sentença e Execução Extrajudicial
Professor: Pedro Fernando Borba Vaz Guimarães
E-mail: pedroborba.adv@gmail.com
Curso: Direito Uninassau
Turma: 5MA
APOSTILA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL
2020
DPCIV – 01 – Processo de Execução – Introdução, Natureza, Finalidade, Execução autônoma e o Sincretismo Processual e Princípios
· Conceito
A execução é o instrumento processual posto à disposição do credor para exigir o adimplemento forçado da obrigação, através da retirada de bens do patrimônio do devedor ou do responsável, suficientes para a plena satisfação do exequente, independentemente da vontade do executado.
· Natureza Jurídica
O processo executivo é da natureza satisfativa.
· OBSERVAÇÃO
Diante da natureza satisfativa do processo de execução, nos casos das obrigações de fazer ou de entrega de coisa certa, em havendo resistência por parte do devedor , considerando a impossibilidade de ser ordenada a prisão civil, é necessário que se converta o valor da obrigação específica em perdas e danos (Dinheiro / Quantum).
Processo de conhecimento x Processo de execução
· Finalidades;
· Diferenças;
· Consequências;
Tipos de Execução
· Execução forçada x Execução voluntária
Apenas quando o obrigado não cumpre voluntariamente a obrigação (execução voluntária = adimplemento), é que cabe ao Estado promover, em substituição ao devedor, a satisfação da prestação a que tem direito o credor, mesmo sem a colaboração do devedor e até contra sua vontade (execução forçada, art. 778, CPC, observado o prazo estabelecido no art. 523 do CPC).
Processo de Execução
Breve Digressão
O CPC de 1973 e as modificações ocorridas em razão das Leis n° 11.232/05 e n° 11.382/06;
O sincretismo Processual
Sincretismo Processual
O sincretismo processual traduz uma tendência do direito processual, de combinar fórmulas e procedimentos, de modo a possibilitar a obtenção de mais de uma tutela jurisdicional, simpliciter et de plano (de forma simples e de imediato), no bojo de um mesmo processo, com o que, além de evitar a proliferação de processos, simplifica (e humaniza) a prestação jurisdicional.
(Carreira Alvim)
· Antiga Sistemática
· Nova Sistemática – Processo Sincrético
Princípios da Execução
Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.
(Celso Antônio Bandeira de Mello, 2000, p.6)
a) Toda execução é real: A atividade jurisdicional executiva incide, direta e exclusivamente, sobre o patrimônio e não sobre a pessoa do devedor (salvo os casos excepcionais da prisão do devedor de alimentos). Em decorrência disso, deve ser suspenso o processo de execução quando o devedor não dispõe de bens patrimoniais exequíveis (Art. 921, III).
b) A execução tende apenas à satisfação do direito do credor (Menor Onerosidade para o Devedor): A atividade jurisdicional executiva deve incidir não sobre todos os bens do devedor, mas apenas sobre porção indispensável para a realização do direito do credor, ou seja, para o pagamento do principal, juros, custas e honorários advocatícios (Art. 831 e 891, parágrafo único do CPC).
c) Princípio da utilidade da execução: A execução deve ser útil ao credor, não se permitindo a sua transformação em mero instrumento de castigo ou sacrifício do devedor. Consequências: Artigos. 836 e 891 do CPC.
d) Princípio da economia da execução: Toda execução deve ser econômica, isto é, deve ser realizada da forma que, satisfazendo do direito do credor, seja o menos prejudicial possível ao devedor (art. 805 do CPC).
e) Princípio da especificidade da execução: A execução deve ser específica, isto é, deve propiciar ao credor, na medida do possível, precisamente aquilo que obteria se a obrigação tivesse sido cumprida pessoalmente e espontaneamente pelo devedor. No caso de impossibilidade, observar Artigos. 809 e 816.
f) Princípio do ônus da execução: A execução deve ocorrer às expensas do devedor, ou seja, todas as despesas da execução forçada são encargos do devedor, de sorte que este só se libertará da obrigação se reparar, além da dívida principal, todos os prejuízos que a sua mora houver acarretado ao credor, ou seja, juros, atualização monetária e honorários advocatícios (Artigos. 826 e 831)
g) Princípio do respeito à dignidade humana: A execução não deve levar o executado a uma situação incompatível com a dignidade humana. Neste sentido, instituiu o CPC a impenhorabilidade de certos bens como provisões de alimentos, salários, instrumentos de trabalho, pensões, seguro de vida (Art. 833).
h) Princípio da patrimonialidade: Art. 789 do CPC.
i) Princípio da disponibilidade da execução: O credor tem a livre disponibilidade do processo de execução, tendo este a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas, sem qualquer dependência de anuência da parte executada (Art. 775 do CPC). Com a desistência, o credor assume o ônus das custas e, se houver embargos, também os honorários advocatícios.
j) Princípio do Desfecho único: O único fim normal do processo executivo ou da fase executiva é a satisfação do crédito exequendo; qualquer outro desfecho para o senão esse é considerado anômalo.
OBS: Princípios do contraditório e da ampla defesa
Os princípios supra citados, permitem às partes (Autor e Réu), produzirem as provas necessárias à confirmação do seu direito, bem como, manifestar-se sobre todos os documentos e provas acostados pela parte adversa.
Porém no Processo Executivo, á existe a certeza quanto ao título. Dessa forma, tais princípios se aplicam ao processo de execução?
DPCIV – 02 – Processo de Execução - Requisitos, Formas, Execução Definitiva x Provisória e Liquidação de Sentença
Requisitos
Requisitos para realizar qualquer execução
· Pressupostos processuais da Execução:
Capacidade das partes;
Regular representação nos autos por advogado;
Competência do órgão judicial; e
Procedimento legal compatível com o tipo de pretensão executiva. 
· Condições da Ação executiva:
a) Formal: Existência do título executivo, pelo qual se extrai o atestado de certeza e liquidez da dívida (CPC, art. 786);
b) Prático: Atitude ilícita do devedor, consistente no inadimplemento da obrigação, que comprova a exigibilidade da dívida.
· O título executivo e sua função
Nulla executio sine titulo (não existe execução sem título - Art. 786, CPC).
a) Autorizar a execução;
b) Definir o fim da execução;
c) Fixar os limites da execução;
· Requisitos dos Títulos Executivos
Dispõe o Art. 783 do CPC que “A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.
a) Certeza: Ocorre quando, em face do título, não há controvérsia sobre sua existência. Decorre normalmente da perfeição formal em face da lei que o instituiu e da ausência de reservas à sua plena eficácia. A certeza é resultante de documento judicial ou de outros documentos que a lei equipare à sentença condenatória (títulos executivos extrajudiciais). Toda fonte de convicção ou certeza deve se concentrar no título executivo;
b) Liquidez: Ocorre quando é determinada a importância da prestação (quantum), ou seja, representa a identificação precisa do objeto da execução, a constatação de que o valor da obrigação está disposto no documento que fundamenta a pretensão punitiva;
c) Exigibilidade: Ocorre quando o seu pagamento não depende de termo ou condição, nem está sujeito a outras limitações.
Formas
· Formas dos títulos executivos
Sob o aspecto formal, os títulos podem ser classificados da seguinte maneira:
Títulos Executivos Judiciais (Art. 515) e Títulos Executivos Extrajudiciais (Art. 784).
Título Executivo Judicial
· OBS: A sentença penal condenatória transitada em julgado
Independência entre as instâncias Penal e Cível.
Exceção: Comprovaçãode Autoria na esfera Penal.
A condenação criminal estabelece o an debeatur (incerteza quanto ao valor devido se devido), sem fixar o quantum debeatur (O quanto se deve).
Título Executivo Extrajudicial
· OBS: Crédito decorrente de foro e laudêmio
O foro é a retribuição anual paga pelo enfiteuta ao senhorio direto pela utilização da coisa objeto do contrato.
O laudêmio é pago a cada transferência da coisa a um terceiro, que se investe da condição de enfiteuta em vista de não ter o senhorio direito exercitado de retomar a coisa em seus termos plenos através da aquisição do intitulado domínio útil.
· OBS: Todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva
Como exemplos puramente elucidativos de TEE, tem-se o Contrato de Honorários Advocatícios, o Contrato de Renegociação de Dívida, a Cédula de Crédito Comercial e a Cédula de Crédito Bancário.
Em qualquer situação, e desde que sejam observados requisitos formais e substanciais, encontramo-nos diante de títulos revestidos dos atributos de liquidez, de certeza e de exigibilidade.
Execução Provisória
A execução é provisória, quando a sentença que julga a ação de conhecimento for impugnada mediante recurso, recebido só no efeito devolutivo, caso este em que a execução correrá nos autos suplementares. (Vide Art. 520 CPC)
Enquanto a Execução definitiva corre nos autos principais, a Execução Provisória deve ser processada em autos próprios. A petição do credor será instruída das peças dispostas no 522 do CPC.
Não existe execução ex officio, no processo civil.
Quando se tratar de TEE, ou execução provisória, o acesso se dará por meio de petição “inicial”, observando os requisitos necessários de uma PI (art. 319).
Execução: Provisória x Definitiva
Existe execução provisória fundada em Título Executivo Extrajudicial?
V. Art. 919, § 1º
Liquidação de Sentença
· Liquidação de sentença
O título executivo tem que ser certo, líquido e exigível. Ocorre que há situações em que o título judicial, embora represente direito certo, não apresenta a liquidez do crédito.
Em outros termos, há hipóteses em que o título judicial apresenta todos os elementos identificadores do direito:
1° o an debeatur (a existência da dívida – certeza);
2° o quid debeatur (o objeto da prestação – espécie de execução);
3º Mas, não revela o quantum debeatur (a quantidade devida).
Nestes casos, estamos diante da chamada condenação genérica. 
Condenação genérica = exceção (art. 324, §1º, I e III, do CPC).
Com efeito, caso o juiz não possa liquidar o pedido ilíquido formulado ainda durante o processo de conhecimento, será permitido a prolação de sentença ilíquida, que, conforme os requisitos da executividade, só poderá ser exigido após passar pelo procedimento de liquidação de sentença (art. 509).
“Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da condenação ou não lhe individua o objeto. Esse tipo de decisório que estará submetido ao procedimento de liquidação. Atente-se que na liquidação de sentença a pretensão é de acertamento do quantum debeatur, e a atividade cognitiva deverá incidir sobre esta questão.
Não se pode admitir, no incidente da liquidação, qualquer discussão sobre a existência ou não do direito do credor. Em outras palavras, é defeso, na liquidação, discutir de novo a lide, ou modificar a sentença, que a julgou (CPC, art. 509, §4º).”
Humberto Theodoro Junior
A liquidação de sentença é um incidente cognitivo, que visa completar a sentença, sendo, portanto, incidente final do processo de conhecimento.
Em sendo uma fase do processo, a Liquidação de Sentença, não enseja uma nova formação jurídico-processual, tendo a decisão que põe fim a esta, o cunho de Decisão Interlocutória, devendo ser combatida através de Agravo de Instrumento.
· Espécies de Liquidação
A liquidação pode ser feita por arbitramento, por artigos ou por cálculos da parte.
Atualmente, quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculos aritméticos, o credor procederá à sua execução na forma do art. 523 e seguintes do CPC, instruindo o pedido com o memorial discriminando e atualizado o valor (art. 509, §2º do CPC).
Arbitramento: Far-se-á a liquidação por arbitramento (CPC, art. 509, I) quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação.
Artigo: Far-se-á a liquidação por artigos, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo (CPC, art. 509, II).
· Procedimentos
Liquidação por arbitramento: Requerida à liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito (CPC, art. 510).
Liquidação por artigos (CPC, art. 511): Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.
· Incidentes a “liquidação” por cálculos
Dados existentes no poder do devedor: Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência; se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor (CPC, art. 524, § 3°, 4° e 5°);
Visível excesso de execução e beneficiários da assistência judiciária: Poderá o juiz, antes de determinar a citação, valer-se do contador do juízo quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exequenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária.
· Liquidez parcial da sentença
Pode ocorrer que uma só sentença condene o vencido a uma parcela líquida e outra ilíquida. Em tais hipóteses, é direito do credor, desde logo, executar a parte líquida da sentença. Poderá, também, facultativamente, propor em paralelo (através de carta de sentença) a liquidação da parte ilíquida (CPC, art. 509, §1°).
· Liquidação na pendência de recurso
De acordo com art. 512, a liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
DPCIV – 03 – Processo de Execução - Da execução de sentença condenatória de pagamento de quantia: Prazo para cumprimento da decisão, Multa por descumprimento e a competência.
Legitimação Passiva
Art. 779.  A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
· OBS: DÍVIDA DE CÔNJUGE
Vide Art. 790, IV do CPC.
Como regra, as dívidas firmadas por um só dos cônjuges, mesmo que casados em regime da comunhão universal, somente responderão os bens particulares e os comuns até o limite de sua meação. (Artigos 1.644, 1.663, § 1º, 1.664 e 1.666 do CC/2002).
Porém em caso de obrigações contraídas em “benefício da família”, a incomunicabilidade deixa de ocorrer. (Art. 1.644 do CC/2002).
A defesa da meação do cônjuge será realizada através de Embargos de Terceiros (Art. 674, § 2º, I do CPC), pois, mesmo que se torne parte na execução, por força de intimação da penhora, o cônjuge comparece aos embargos com um título jurídico diverso daquele que se põe à base do processo executivo.
A citação decorre do litisconsórcio necessário (Processo judicial sobre bem imóvel durante a constância do casamento). Já nos embargos, o direito posto em discussão é o de não sujeitar-se a meação de um dos cônjuges à dívida exclusiva dooutro.
· OBS: Execução contra o Fiador
Nas obrigações garantidas por fiança ocorre a separação entre a dívida e a responsabilidade: quem deve é o obrigado principal, mas respondem tanto ele como o fiador.
É direito do fiador, quando executado, nomear à penhora bens livres e desembaraçados do devedor. (Art. 794).
Por fim, o benefício de ordem é renunciável expressa (no próprio contato) o tacitamente (após iniciada a execução, o fiador não invoca a exceção no prazo que antecede a penhora).
Execução: Pagamento de Quantia
· Prazo para cumprimento voluntário da decisão
Art. 523.  No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante.
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
· OBSERVAÇÃO
A multa é ope legis (imposta por lei), portanto não pode o magistrado alterá-la ou deixar de aplicá-la.
· Multa por descumprimento - Astreinte
A Astreinte tem Natureza Jurídica de Sanção, não objetivando enriquecer o credor, mas colocar o devedor num dilema.
Ver Artigos 497, 536, 537 e 537, §1º, I do CPC
Os artigos 644 e 645 do CPC, auxiliados, no âmbito da tutela antecipatória, pelo art. 461, § 4º, consagram a técnica executiva da astreinte, como visto, ela consiste na condenação do obrigado ao pagamento de uma quantia por cada dia de atraso no cumprimento de obrigação, livremente fixada pelo juiz e sem relação objetiva alguma com a importância econômica do vínculo.
(Araken de Assis, 2000)
O magistrado pode alterar o valor da multa depois de tê-lo fixado, chegando à conclusão que o quantum anteriormente estabelecido não é servil aos fins pretendidos, como de funcionar como fato de desestímulo, para que o devedor sinta-se forçado ao adimplemento da obrigação principal.
· Competência para execução de sentença
Art. 516.  O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
O parágrafo único do artigo 516, excepciona a regra com o objetivo de facilitar o cumprimento da execução:
Parágrafo único.  Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
DPCIV – 04 – Processo de Execução - A penhora: formas, efeitos, bens sobre os quais pode incidir e avaliação dos bens
Penhora
· Conceito
É o ato pelo qual se apreendem bens para entregá-los, de maneira direta ou indireta, na satisfação do crédito exequendo. Com efeito, é ato essencial do procedimento da execução por quantia certa contra devedor solvente.
Os bens penhorados serão empregados diretamente na satisfação do crédito quando forem eles entregues ao exequente, passando a integrar seu patrimônio, se este desejar. De outro lado, os bens penhorados serão empregados por via indireta na satisfação do direito exequendo quando forem expropriados e convertidos em dinheiro, devendo-se entregar ao exequente o numerário obtido, até o limite de seu crédito.
· Penhor x Penhora
Penhor é uma garantia dada pelo devedor, espontânea ou por imposição legal, de obrigação assumida. O devedor entrega uma coisa móvel sua ou de outra pessoa (desde que autorizada por esta) como forma de garantir que a obrigação por ele assumida seja cumprida. Caso o devedor descumpra a obrigação, a coisa dada em garantia permanece com o credor para o cumprimento da dívida.
Penhora é um ato judicial, emitido por um juiz e promovido por um oficial de justiça sempre durante o processo de execução. Na penhora se apreende ou se tomam os bens do devedor, para que nele se cumpra o pagamento da dívida ou a obrigação executada.
· Formas
Ordem de preferência: Art. 835;
Bacen-JUD: Art. 854;
Penhora de créditos: Art. 855;
Penhora de crédito parcelado: Art. 858;
Penhora no rosto dos autos: Art. 860;
Penhora de empresas e de semoventes: Art. 677.
Efeitos
A penhora produz efeitos de duas ordens: processuais e materiais. 
· Processuais
1.Garantir o juízo;
2. Individualizar os bens que suportarão a atividade executiva;
3. Gerar para o exeqüente direito de preferência.
· Materiais
1. Retirar do executado a posse direta do bem penhorado. Estando o bem apreendido pelo Estado-juiz, o executado perderá a posse direta da coisa, embora não fique privado da posse indireta;
2. Tornar ineficazes os atos de alienação ou oneração do bem apreendido judicialmente.
Esse direito de preferência ocorre quando recaindo mais de uma penhora sobre um determinado bem, terá preferência no recebimento do dinheiro aquele exequente que, em primeiro lugar, tiver realizado a penhora.
A preferência nascida da penhora não afasta a incidência de preferências nascidas anteriormente, e que serão respeitadas, como nascidas da hipoteca, por exemplo. Atente-se ainda que, ocorrendo arresto antecedente, a penhora retroage até a data da efetivação da medida acautelatória.
Impenhorabilidade
Garantia especial dada a certos bens patrimoniais quando estes não podem ser objeto de penhora por credores.
A impenhorabilidade pode ser:
a) Absoluta;
b) Relativa;
c) Bem de residência (Lei 8.009/90 - Bens de família)
· Bens absolutamente impenhoráveis
Os dispostos no art. 833 do CPC. Os bens ali arrolados não podem ser penhorados, pouco importando se existem ou não outros bens no patrimônio do executado capazes de assegurar a realização do direito exequente, ressalvada as hipóteses previstas nos parágrafos do referido artigo.
· Bens relativamente impenhoráveis
Após arrolar os bens absolutamente impenhoráveis, o Art. 834 do CPC dispõe que podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.
· Bens de residência
A última modalidade de impenhorabilidade é a que se denomina “impenhorabilidade de bem de residência”, que é prevista na Lei 8.009/90 (denominada Impenhorabilidade de Bens de Família). (Alexandre Freitas Câmara). A lei afirma ser impenhorável: Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I – em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor de pensão alimentícia;
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em funçãodo imóvel familiar;
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel, oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens;
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Penhora
· Inscrição da penhora que recai sobre imóveis
Art. 844.  Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
· Penhora de bem indivisível
Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem (CPC, art. 843).
PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. MEAÇÃO DO CÔNJUGE. BEM INDIVISÍVEL. PENHORA. POSSIBILIDADE.
1. Na execução, os bens indivisíveis, de propriedade comum dos cônjuges casados no regime de comunhão de bens, podem ser levados à hasta pública, reservando ao cônjuge meeiro do executado a metade do preço obtido.
2. Recurso especial provido. (REsp 508267 PR, Min. João Otavio Noronha, Segunda Turma, por unanimidade, J. 12/02/2007, DJ, 06/03/2007).
· Substituição do bem penhorado
V. Art. 848 do CPC
· Substituição da penhora por fiança bancária
Conforme autoriza o § único do art. 848: “A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento”.
· Substituição da penhora por imóvel
O § 3° do art. 847 condiciona que o executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de bens.
· Substituição do bem penhorado por iniciativa do executado 
V. Art. 847 do CPC:
DPCIV – 05 – Processo de Execução – A expropriação de bens: a Adjudicação, a Arrematação e a Remição. A Remição pelo próprio devedor. A venda por iniciativa de particular.
Expropriação de Bens
· Conceito
A expropriação é uma forma de o Estado-juiz adentrar o patrimônio do devedor, apreendendo seus bens para satisfação do direito do credor. No exercício do poder de realizar justiça, o Estado, pelos seus órgãos, transferem do patrimônio do devedor os bens objeto da execução para, com eles ou com o produto de sua transferência a terceiro, satisfazer o crédito do exequente.
(NEVES, Celso, apud Carreira Alvin).
· Avaliação
Visa a estimar o valor dos bens penhorados, ou seja, definir um valor básico para a futura adjudicação, arrematação ou remição. É realizada pelo oficial de justiça (Art. 870). Entretanto, quando depender de conhecimentos específicos, a avaliação será realizada por um avaliador especializado (§ único). Em regra, uma vez feita à avaliação, ela não se repete.
Cumprida esta fase o bem penhorado estará pronto para sua expropriação.
OBS: Após a avaliação, a requerimento do interessado, e ouvida a parte contrária, poderá o juiz determinar:
I - a redução da penhora aos bens suficientes, ou a transferência para outros que bastem à execução, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente; computados os acessórios;
II - a ampliação da penhora ou transferência para outros mais valiosos se o valor dos penhorados for inferior ao crédito (CPC, art. 874).
· Gradação legal
A sistemática executiva da expropriação dos bens penhorados seguirá a seguinte gradação legal quanto ao procedimento (art. 825 do CPC):
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
· Adjudicação
Com efeito, pode o Exequente, de imediato, receber pelo preço da avaliação, o bem como pagamento (Art. 876).
Trata-se de uma forma direta de pagamento.
Divergência do crédito (art. 876, §4°) 
Credores e os parentes do devedor são legitimados para adjudicar o bem (art. 876, §5° e §6º).
· Alienação
Art. 879. A alienação far-se-á:
I - por iniciativa particular;
II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Alienação por iniciativa particular
§ 1° O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem.
Alienação em hasta pública
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial.
· Usufruto de bem móvel ou imóvel (Artigos 867-869)
Trata-se de modalidade pouco utilizada na prática, talvez pela complexidade do instituto, que gera uma série de controvérsias doutrinárias, talvez pelo fato de que sua utilização levará o credor a receber seu crédito paulatinamente, através de percepção dos frutos extraídos de um imóvel ou de uma empresa do executado.
· Arrematação
É o ato que consuma a expropriação de bens do devedor mediante alienação por iniciativa particular ou em hasta pública. É forma de transferência coativa da propriedade como ato público de império. É precedida de um edital, onde se fixam duas datas para a realização do leilão. Na primeira, não se admite lanço inferior ao valor da avaliação, enquanto que na segunda será arrematante o autor da melhor oferta.
A arrematação far-se-á mediante o pagamento imediato do preço pelo arrematante ou, no prazo de até 15 (quinze) dias, mediante caução. Quem estiver interessado em adquiri-lo em prestações poderá apresentar por escrito sua proposta, nunca inferior à avaliação, com oferta de pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) à vista e parcelamento em até 30 (trinta) meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis. (CPC, art. 895).
Não será permitida arrematação por preço vil (art. 891 do CPC).
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.
· Remição
É a liberação do devedor da constrição executiva, parcial ou totalmente, mediante o pagamento também total ou parcial do débito. Existiam duas espécies de remição: A remição da execução e a remição de bens.
OBS: Não confundir Remição com Remissão (Art. 385 CC).
Remição significa resgate ou reaquisição onerosa de alguma coisa.
Remissão é o perdão da dívida, seja integral ou não.
· Remição da execução
Consiste na liberação total do processo executivo, desde que o devedor pague ou consigne, antes da arrematação ou adjudicação, a importância da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios (CPC, art. 826).
· Remição de bens
Credores e os parentes do devedor são legitimados para adjudicar o bem (art. 876, §5° e §6º).
DPCIV – 06 – Processo de Execução 
A defesa do devedor no cumprimento de Sentença: Impugnação.
A defesa do devedor na Execução Autônoma: Embargos à Execução.
Os Embargos dos atosexpropriatórios.
Da Exceção de Pré-executividade
Impugnação
· Impugnação
É a oposição incidental do executado contra os atos executivos a pretensão a executar título executivo judicial.
· Natureza jurídica
A Impugnação tem natureza de incidente processual.
· Hipóteses de Cabimento
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
Incisos
I – Obs: Art. 515, II, III, VI e VII;
V – Obs: Art. 917, §2º;
· Procedimento
Petição: Deve se iniciar através de uma simples petição que será processada dentro dos autos (e não em apenso), podendo trazer o executado as provas que pretende produzir.
OBS: Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação (art. 525, §§ 4° e 5º).
Desnecessidade de garantia do juízo e inicio do prazo
Com o Novo CPC, tornou-se desnecessário a garantia do Juízo para apresentação da impugnação, assim como, o inicio do prazo começa após o prazo para cumprimento voluntário, independentemente de nova intimação.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
Inexistência de efeito suspensivo (CPC, art. 525, §6º).
Efeito suspensivo parcial (CPC, art. 525, §8º).
Caução para prosseguimento da execução (CPC, 525, §10º)
Instrução
Questões supervenientes (CPC, 525, §11º)
Recurso da decisão da impugnação
· Cumprimento de sentença antes da intimação
Art. 526.  É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
Embargos à Execução
· Conceito
É o meio de defesa do devedor, com a natureza jurídica de uma ação incidente que tem por objeto desconstituir o título executivo ou declarar sua nulidade ou inexistência.
· Natureza jurídica
Possuem a natureza de ação, de forma que não se aplicam a eles prazos privilegiados, como os dos Art. 229 do CPC.
· Objeto da cognição nos embargos / Hipóteses de Cabimento
Art. 917.  Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II - penhora incorreta ou avaliação errônea;
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.
· Espécies
a) Embargos à execução fundada em título extrajudicial (embargos de primeira fase, com cognição plenária): Possibilidade de alegação de todas as matérias (CPC, art. 917);
b) Embargos de retenção por benfeitorias (embargos de primeira fase, com cognição plenária - CPC, art. 917, §5º);
c) Embargos na execução por carta: Não se trata de uma espécie de embargo, mas apenas uma forma diferenciada de processamento (CPC, art. 914, §2º);
· Pressupostos Processuais
Competência
O devedor pode se opor à execução fundada em título executivo extrajudicial, mediante embargos, que serão distribuídos por dependência, autuados em apartado, e instruídos com cópias das peças processuais relevantes. (art. 914, § 1°)
Prazo
Prazo: O prazo geral para oposição dos embargos é de quinze (15) dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação (Art. 915). Excetua-se dessa diretriz, porém: a execução fiscal, e a execução contra a Fazenda Pública, que têm prazos de trinta (30) dias para oposição dos embargos lá previstos.
OBSERVAÇÕES
Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório, salvo tratando-se de cônjuges (Art. 915, §1º).
Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será imediatamente comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por meios eletrônicos, contando-se o prazo para embargos a partir da juntada aos autos de tal comunicação (Art. 915, § 2°).
· Efeito Suspensivo
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
Efeito Suspensivo Atípico
Art. 919. §1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
Revogabilidade do Efeito Suspensivo
Art. 919, §2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
Embargos com efeito suspensivo parciais
Art. 919, §3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
Efeito suspensivo e os litisconsortes executados
Art. 919, §4º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
OBSERVAÇÃO: Atente-se que a concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de penhora e de avaliação dos bens (art. 919, § 5°)
· Dispensa da segurança do juízo
O CPC dispôs que os embargos do executado poderão ser ofertados independentemente de seguro o juízo pela penhora (CPC, art. 914). A necessidade de garantia do juízo só ocorrerá caso o executado embargante deseje imprimir à sua defesa o efeito suspensivo atípico (CPC, art. 919, § 1°).
· Procedimento
Petição inicial: (Art. 319 e Art. 917 do CPC);
Despacho inicial: (Rejeição Liminar (918); Intimação do Adv (920));
Resposta aos Embargos: (15 Dias: Impugnação ou Exceção);
Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento;
Sentença e Honorários Advocatícios;
Recursos: (V. Art. 1.012, §1º, III);
REVELIA
Caso o credor não impugne os embargos, não se aplicará a pena de serem admitidos como verdadeiros os fatos alegados pelo embargante, porque a lei não prevê citação com essa cominação e o credor tem a seu favor a presunção que decorre do título.
Embargos protelatórios: O parágrafo único do art. 918 do CPC Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.
Parcelamento da execução: Moratória Legal: V. Art. 916.
Observe-se que se o executado pretender exercer esse direito (ou faculdade) estará reconhecendo a dívida e renunciando aos embargos, que não poderão ser mais opostos. 
Exceção de Pré-executividade
· Previsão legal, conceito e cabimento
Tem-se entendido, na doutrina e na jurisprudência (inexiste previsão legal), que é lícito ao devedor, em casos de iliquidez, inexigibilidade ou incerteza do título, opor-se à execução antes de seguro o juízo, através da exceção de pré-executividade.
· Natureza Jurídica
A Exceção de pré-executividade, tem natureza jurídica de incidente processual.
Procedimento e objeto: Deduz-se mediante simples petição formulada nos autos da execução. Entende-se que o devedor somente pode alegar, em tal procedimento, matérias de ordem pública que poderiam ser vistas de ofício pelo juiz.
Ementa: “A possibilidade de verificação de plano, sem necessidadede dilação probatória, delimita as matérias passíveis de serem deduzidas na exceção de pré-executividade, independentemente da garantia do juízo. Precedentes: Resp 614272/PR, Primeira Seção, Min. Castro Meira, DJ de 06.06.2005; Resp 717250/SP, Segunda Turma, Min. Eliana Calmon, DJ de 26.04.2005; Resp 611617/RJ, Primeira Turma, Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 23.05.2005”. (STJ-1ª Turma, REsp 638201/BA, rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 09.08.05, negaram provimento, v.u., DJ 29.08.05, p. 159).
Suspensão: A simples oposição da exceção NÃO suspende o processo.
Ementa: “- A oposição de exceção de pré-executividade, por si só, não suspende o processo de execução, salvo na hipótese em que o devedor tenha ajuizado previamente ação revisional com o intuito de discutir o valor do débito cobrado. Precedentes”. (STJ-3ª Turma, AgRg no AI 540532/PR, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 23.03.04, negaram provimento, v.u., DJ 19.04.04, p. 192).
Decisão e recursos: A depender da finalidade da decisão prolatada pelo juiz quando da análise da exceção, aquela poderá tomar duas feições: Decisão interlocutória a ser desafiada por agravo, ou, Sentença, impugnável mediante apelação.
DPCIV – 07 – Processo de Execução - Da Fraude à execução e dos atos atentatórios à dignidade da justiça
Fraude à Execução
· Breve Digressão
A responsabilidade patrimonial está disciplinada pelos arts. 789 a 796 do CPC.
Conceito: É a situação meramente potencial, caracterizada pela sujeitabilidade do patrimônio de alguém às medidas executivas destinadas à atuação da vontade concreta do direito material. 
Objeto: Responder o devedor para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens, presentes e futuros salvo as restrições estabelecidas em lei (CPC, arts. 833 e 834).
· Distinção entre fraude a credores; fraude a execução; e alienação de bem penhorado
A priori, alerta-se que o presente estudo terá como ponto nevrálgico a seguinte situação: Para saber se houve regularidade na transferência patrimonial de bem do devedor para um terceiro, terá que se fazer sempre inicialmente a seguinte pergunta:
Após a dita transferência, o devedor ainda possui bens suficientes para honrar suas dívidas?
Em outras palavras, a questão reside num ponto de equilíbrio entre a disponibilidade patrimonial e o valor do débito que está sendo exigido em relação à pessoa do devedor. 
Restando demonstrado que tem bens para atender a todas as suas dívidas, não há que se falar em fraude de credores ou fraude de execução. Com efeito, a alienação ou transferência gratuita de bens do devedor não pode reduzi-lo à insolvência, que se qualifica como estado jurídico próximo da falência comercial, ou seja, quando as dívidas da pessoa executada são superiores ao seu patrimônio disponível.
OBS: Há, entre as três espécies, uma gradação, sendo a primeira a menos grave, e a última a mais grave das alienações fraudulentas. Consequência disto é o tratamento diferenciado, inclusive na determinação dos requisitos e das consequências de cada uma das modalidades.
· Fraude contra credores
Consiste no deslocamento do patrimônio do devedor ao terceiro antes da ocorrência da citação no processo de conhecimento ou no processo de execução, antevendo o devedor que o patrimônio pode ser atingido no âmbito da ação de execução por vir. Para ser caracterizada precisa ter: eventus damni (prejuízo para o credor); consilium fraudis (ciência de que o ato de transferência está sendo realizado com o intuito de prejudicar o credor). Necessita de uma ação específica para ser caracterizada (ação pauliana ou revocatória). Observe-se que a fraude contra credores não é causa de anulabilidade, mas sim de inoponibilidade do ato jurídico. O ato é válido, mas ineficaz em relação ao credor.
· Fraude à Execução
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
Há, entre todas estas situações, elementos comuns. O mais importante destes, sem dúvida, é a dispensa do consilium fraudis (dispensa do requisito subjetivo, consistente no acordo entre os sujeitos que praticam o ato), como elemento essencial para caracterização da fraude. Aqui não se necessita de uma ação específica de conhecimento para se declarar a fraude. A fraude de execução será levantada por simples petição, e que após realizado o contraditório, será julgada pelo juiz. Esta decisão terá natureza de interlocutória, sendo impugnável, por tanto, através de agravo.
Atente-se que só se pode falar em fraude de execução se o devedor já tiver sido citado num processo, seja ele de conhecimento ou de execução. Quanto aos efeitos da decisão, a alienação será considerada válida, mas ineficaz perante o credor.
Reitera-se, então, que a fraude à execução distingue-se da fraude contra credores. A primeira pode ser reconhecida pelo juiz de ofício em qualquer tipo de procedimento, tornando a alienação ou oneração ineficaz em relação ao credor; enquanto que a segunda exige uma ação própria (pauliana ou revocatória), tornando a alienação ou oneração anulável (ou como outros autores sustentam: também resultará inoponível ao credor).
· Fraude à Execução Constitui Crime
A fraude de execução (não a fraude contra credores) constitui crime.
O Código Penal estabelece:
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
OBS: Fraude à Execução Fiscal: Art. 185 e 201 do CTN.
· Alienação do Bem Penhorado
Terceira, e mais grave das modalidades de alienação fraudulenta de bens, é a que se opera quando é alienado um bem penhorado. Aqui não existe qualquer referência à situação econômica em que se coloque o devedor. Assim sendo, pouco importa se o devedor torna-se ou não insolvente com a alienação do bem penhorado. Este ato será fraudulento ainda que o devedor mantenha em seu patrimônio bens suficientes para satisfazer o crédito exequendo.
Outrossim, atente-se que assim como nos anteriores, a alienação do bem penhorado é válida, mas inoponível ao exequente.
· Direito de Retenção
Conforme dispõe o art. 793 do CPC, o credor, que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente ao devedor, não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de executada a coisa que se achar em seu poder.
· Fiador
Conforme reza o art. 794 do CPC, o fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor, situados na mesma comarca. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor, da mesma comarca, forem insuficientes à satisfação do direito do credor.
Atente-se que o fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.
O fiador tem apenas uma responsabilidade subsidiária, salvo se tiver renunciado ao benefício de ordem.
· Espólio
Dispõe o art. 796 do CPC que o espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte que na herança lhe coube.
DPCIV – 08 – Processo de Execução - A efetivação das obrigações de entregar coisa, de fazer, de não fazer e pagamento de quantia
Introdução
A execução é gênero que se desdobra nas espécies de execução por quantia certa; execução para entrega de coisa (certa e incerta); execução de obrigação de fazer e de não fazer. Na espécie de execução por quantia certa, temos as subespéciesde execução de prestação alimentícia; da execução contra a Fazenda Pública e da execução fiscal. A diferença que há entre as espécies é orientada pelo objeto da execução indicando a prestação a ser satisfeita pelo credor. Nas subespécies, temos regras específicas, que se originam da preocupação de serem tutelados os interesses das partes do processo, em vista da necessidade de uma prestação jurisdicional mais célere e efetiva (como ocorre na situação que envolve a execução alimentícia), do interesse público revelado na lide (na execução fiscal) ou da impossibilidade de ser efetivada a penhora em bens da parte devedora (na execução contra a Fazenda Pública).
Execução para Entrega de Coisa
· Execução para entrega de coisa
É a procedimento próprio para as obrigações de dar. 
· Conceito
A execução para entrega de coisa corresponde às obrigações de dar em regra geral, sendo indiferente a natureza do direito a efetivar, que tanto pode ser real como pessoal.
Espécies: Poderá ser a execução para entrega de coisa certa ou execução para entrega de coisa incerta.
· Execução para entrega de coisa Certa
Como é de conhecimento, as execuções se dividem em execuções fundadas em TEJ e TEE. No caso das execuções fundadas em TEE o NCPC regulamentou o procedimento através do Art. 806 e seguintes. Para as sentenças condenatórias a entrega de coisa, o regime adotado é o da execução de ofício. O sistema é o da sentença executiva lato sensu. Ao julgamento do pleito segue-se a expedição de mandado de entrega da coisa perseguida pelo autor, sem necessidade da abertura do processo de execução (CPC, Art. 498).
Execução para Entrega de Coisa Certa - TEE
· Procedimento
Petição inicial: A execução apoiada em título executivo extrajudicial inicia-se sempre por provocação do interessado, mediante petição inicial. O exequente deverá juntar a petição inicial o título executivo extrajudicial (CPC, art. 798, I, a). Além de exibir o título, deverá instruir seu pedido executivo com a prova da verificação da condição ou do vencimento da dívida (CPC, art. 798, I, c). 
Despacho inicial: Deferida a petição inicial, (Art. 806) o devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo, é citado para, em quinze (15) dias:
a) Satisfazer a obrigação;
b) Depositar em juízo o bem constante no título, e, apresentar Embargos à Execução;
c) Apresentar Embargos à Execução;
d) Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver (Art. 807);
e) Inércia do devedor: Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo; Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado. (Art. 806, §§)
Alienação do bem litigioso: Se alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á mandado contra o terceiro adquirente. Neste caso, trata-se de fraude de execução, de maneira que a transferência do bem se apresenta ineficaz perante o credor (CPC, art. 792, V). Se o terceiro quiser defender sua posse ou domínio, só poderá fazê-lo após depósito da coisa litigiosa (CPC, art. 808). Atente-se, ainda, que a responsabilidade executiva do adquirente é, todavia, limitada exclusivamente à entrega da coisa.
Se o bem, por qualquer razão, não mais estiver em seu poder, não terá o adquirente à obrigação de indenizar o credor pelo equivalente. A obrigação pelo equivalente é tão-somente do devedor.
O credor não está obrigado a buscar a coisa devida em poder de terceiros. Pode preferir executar o devedor pelo valor da coisa, mais perdas e danos decorrentes da alienação (CPC, art. 809).
Perecimento do bem: Caso a coisa já não mais exista ou não mais puder ser entregue, a execução será convertida em perdas e danos. Com efeito, se a sentença condenatória contiver o valor da coisa, prevalecerá ele para a execução da obrigação subsidiária (execução por quantia certa). Caso contrário, o credor far-lhe-á a estimativa, que se não for aceita pela parte contrária, causará o encaminhamento dos interessados ao processo de liquidação, segundo rito aplicável às sentenças genéricas (CPC, art., 809, § 2°). O valor da coisa será apurado por arbitramento (CPC, art. 809, § 1°) e o as perdas e danos pelo procedimento que se mostrar adequado ao caso.
Execução para Entrega de Coisa Incerta - TEE
Conceito: É a execução que recai sobre as obrigações que estão determinadas pelo gênero e quantidade.
Procedimento: Nos termos do art. 811 do CPC, se a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero e quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, caso lhe caiba a escolha. Se a escolha couber ao credor, este a indicará na inicial. Caso a opção seja do devedor, e este citado não a realize, sua omissão importa na transferência da faculdade para o credor. Superada a fase de individualização das coisas genéricas, o procedimento da execução é o mesmo observado na entrega da coisa certa (CPC, art. 813).
Possibilidade de impugnação: Qualquer das partes pode, em 15 (quinze) dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decide de plano, ou caso necessário, ouvindo perito (CPC, art. 812).
Relembre-se que nesta espécie de obrigação, a liberdade da escolha está limitada, pois o devedor não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor (CC, art. 244). Assim, está passível de impugnação a escolha realizada.
Execução de Entrega da Coisa – TEJ
· OBSERVAÇÕES
Sempre que o credor reclamar, no processo de conhecimento a entrega de coisa, o juiz lhe concederá a tutela específica, fixando, na sentença, o prazo para cumprimento da obrigação (CPC, art. 498);
Independentemente de nova citação, aguardar-se-á o transcurso do prazo assinado na sentença, cuja contagem será a partir do respectivo trânsito em julgado;
Comunicado nos autos o transcurso do prazo sem que o devedor tenha cumprido a obrigação, expedir-se-á em favor do credor mandado para sua realização compulsória por oficial de justiça: O mandado será de busca e apreensão, se se tratar de coisa móvel; e de imissão de posse, se o bem devido for coisa imóvel (art. 538).
No primeiro caso, o oficial toma fisicamente posse da coisa e a entrega ao credor; no segundo, os ocupantes são desalojados do imóvel, para que o credor dele se assenhoreie. A diligência, portanto, se aperfeiçoa com a colocação do exequente na posse efetiva e desembaraçada do imóvel disputado.
Execução de Fazer e Não Fazer
Enquanto nas obrigações de dar a prestação incide sobre coisas, nas obrigações de fazer ou não fazer o objeto da relação jurídica é um procedimento do devedor.
Normalmente as obrigações de dar são realizáveis através de execução específica, mesmo quando o devedor se torna inadimplente, pois a interferência do Estado é quase sempre capaz de atingir o bem devido para entregá-lo ao credor.
Já com referência às obrigações de fazer acontece o contrário, visto que raramente se conseguirá a atuação compulsória do devedor faltoso para realizar a prestação a que pessoalmente se obrigou.
· Conceito
Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação. Se há um direito pessoal, é porque duas pessoas se obrigaram uma com a outra.
As obrigações de fazer classificam-se entre as chamadas obrigações positivas, a obrigação de fazer ocorrerá naquelas hipóteses em que ao invés de ter a prestação de coisa, ter-se-á a prestação de fato, que se traduz ordinariamente na realização de um serviço.
· Espécies
a) Judicial e Extrajudicial: Se judicial, obedecerá a sistemática do Art. 497 e 536 do CPC. Quando for fundada em TEE, seguirá o disposto no Art. 814.
b) Fungíveis e Infungíveis: A grande importância da distinção que ora se faz está emque, sendo fungível a prestação, poderá o credor executá-la especificamente, ainda que contrariamente à vontade do devedor. Utilizar-se-ão, para tanto, os serviços de terceiros e o devedor ficará responsável pelos gastos respectivos. Se, porém, a obrigação for de prestação infungível, a recusa ou mora do devedor importa sua conversão em perdas e danos, gerando a execução pela obrigação subsidiária.
Execução de Fazer - TEE
· Procedimento
Petição inicial: Nos moldes do processo executivo, indispensável, portanto, o preenchimento dos requisitos do art. 319 e a juntada do título executivo.
Citação: Conforme o art. 815 do CPC, se o objeto da execução for uma obrigação de fazer, o devedor é citado para satisfazê-la no prazo assinalado pelo juiz, se outro já não estiver determinado no título executivo.
Embargos: Pode o executado embargar a execução, em 15 dias, contados da juntada do mandado de citação.
Silêncio do devedor: Caso no prazo determinado o devedor não satisfizer a obrigação e nem ofereça embargos, é lícito ao credor, nos próprios autos, requerer que seja executada à custa do devedor (obrigação fungível) ou haver perdas e danos (obrigação infungível), conforme expõe o Art. 817 do CPC.
Execução de Fazer - TEJ
Cumprimento de sentença (título judicial): Ocorre de ofício, utilizando da mesma sistemática do cumprimento de sentença de obrigação de entrega de coisa (CPC, art. 498).
O art. 498 importa, em regra, prolação de sentença com natureza mandamental (que não é executada e sim efetivada).
Para tanto, faz-se importante para o fiel cumprimento da tutela específica a aplicação de multa (astreinte), conforme determina o art. 498 do CPC.
Execução de Não Fazer
· Conceito
Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para desfazê-lo (CPC, art. 822). Não é execução de obrigação negativa. A obrigação é que é negativa. A execução é para um ato positivo: desfazer ou pagar as perdas e danos.
Observe-se que o artigo explicitado parte da idéia de que o devedor já descumpriu o preceito, ao passo que é perfeitamente possível a ação, diante da ameaça da prática do ato proibido, para que, sob cominação de multa, deixa o devedor de fazer o que vem reiteradamente fazendo ou que está ameaçando fazer.
· Procedimento
O devedor estabelecido como tal em título executivo, será citado a abster-se.
Se praticou o ato, aplica-se, então, o art. 822 do CPC: citação para desfazer no prazo marcado pelo juiz. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. Assim, converte-se em fazer, aplicando-se os arts. 817 e 820 do CPC.
Execução por quantia certa
· Execução de quantia certa fundada em TEE
Fase inicial da expropriação (citação e penhora): Em tal modalidade, o devedor é citado para em 3 (três) dias efetuar o pagamento (art. 829 do CPC). Quanto a essa fase, podem ocorrer as seguintes situações.
Devedor não citado: Se o oficial não encontrar o devedor, arresta tantos bens quanto bastem para satisfazer a execução (art. 830, §§ do CPC). Nos 10 dias seguintes, procura o devedor 2 vezes em dias distintos. Não o encontrando, certifica o ocorrido. Faz-se a citação por hora certa ou por Edital.
Devedor citado, não paga: Se o devedor não pagar, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado (art. 829, § 1°).
Possibilidade de indicação de bens na petição inicial: O § 2° do art. 829 dispõe que “a penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente”.
Honorários advocatícios
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
· Execução de quantia certa fundada em TEJ
Adimplemento voluntário: Após a sentença se tornar exigível e do requerimento do credor, o devedor (conforme dispõe o art. 523), condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, terá o prazo de 15 (quinze) dias para efetuar a quitação da dívida.
Multa do §1º do Art. 523 (10%): Conforme dispõe o §1º do Art. 523, caso o devedor não efetue o pagamento da dívida no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de 10% (dez por cento). 
Mandado de penhora e avaliação: Após o requerimento, e estando esse em ordem, o juiz determinará de imediato a expedição de mandado de penhora e avaliação. Observe-se que pela nova sistemática foi suprimido o direito do devedor executado de nomear bens. Assim, pode o exequente credor, já em sua petição de requerimento, indicar bens do devedor executado passíveis de serem penhorados (CPC, art. 524, VII).
Execução contra a Fazenda Pública
· Execução de quantia certa em face da Fazenda Pública
Cumprimento de Sentença: Artigos 534 e 535.
Execução de Título Extrajudicial: Art. 910. 
Execução de alimentos
Previsão Legal: Artigos 528 à 533.
Execução fiscal
Previsão Legal: Lei 6.830/80.
DPCIV – 09 – Processo de Execução - Suspensão e Extinção do Processo de Execução
Suspensão
· Conceito
Consiste a suspensão da execução numa situação jurídica provisória e temporária, durante a qual o processo não deixa de existir e produzir seus efeitos normais, mas sofre uma paralisação em seu curso, não se permitindo que nenhum ato processual novo seja praticado enquanto dure a referida crise.
· Espécies
a) Necessária (ou legal): É aquela imposta por lei. Esta suspensão pode ser típica ou atípica:
a.1) Típica: É a imposta pela lei, de forma cogente, diante de uma determinada situação processual, como no caso de acolhimento da exceção de incompetência;
a.2) Atípica: Quando da oposição de embargos à Execução, o juiz conceder excepcionalmente efeitos suspensivos;
b) Voluntária (ou convencional): É a que decorre de ato de vontade ou ajuste entre as partes.
· Hipóteses de Cabimento
As hipóteses de suspensão da execução se acham previstas no artigo 921, do CPC
Saliente-se, que o artigo não enumera taxativamente as hipóteses de suspensão do processo executivo. Basta pensar, por exemplo, na suspensão do processo executivo por razão de força maior; em razão da oposição de embargos de terceiro, etc.
Art. 921. Suspende-se a execução:
I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber;
II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução;
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis;
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916.
* Prescrição intercorrente – V. §§
Extinção
· Conceito
A execução forçada termina normalmente com a exaustão de seus atos e com a satisfação do seu objeto, que é o pagamento do credor. Pode, porém, encontrar termo de maneira anômala e antecipada, como nos casos em que se extingue o próprio direito de crédito do exequente, por qualquer dos meios liberatórios previstos no direito material, ainda que ocorridos fora do processo.
· Hipóteses de Cabimento
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
I - a petição inicial for indeferida;
II - a obrigação for satisfeita;
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
IV - o exequenterenunciar ao crédito;
V - ocorrer a prescrição intercorrente.
· Sentença Extintiva do Processo Executivo
Qualquer que seja o motivo, a extinção da execução só produz efeitos quando declarada por sentença (art. 928 do CPC). No caso dos embargos, a declaração fica contida na própria sentença de acolhimento da ação do devedor, que é constritiva e importa na declaração de inexistência da ação de direito material ou da executiva. Nos demais casos a sentença é meramente declaratória e visa apenas a produzir efeitos processuais perante a execução. Não há, realmente, nenhum provimento de mérito, na espécie, mas apenas o reconhecimento de que a relação processual se exauriu, nada mais havendo que realizar no processo, em termos de execução forçada.
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