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EXECUÇÃO
Prof. MSc. Robson Ivan Stival
(robson@stival.adv.br)
2017
EXECUÇÃO
Prof. MSc. Robson Ivan Stival
(robson@stival.adv.br)
2017
ASPECTOS CONCEITUAIS
- O ordenamento jurídico estabelece normas de condutas
(comandos e proibições) e também os meios que
asseguram a observância das mesmas (sanção jurídica).
- Busca do resultado idêntico ou equivalente ao que se teria
caso a norma violada houvesse sido respeitada.
- Atividade jurisdicional: cognitiva (de conhecimento) e
executória/executiva. Situações de coexistência numa
mesma relação processual (ações executivas lato sensu).
ASPECTOS CONCEITUAIS
- “Quando a atuação da sanção pela jurisdição se dá através da
prática de atos materiais, concretos, tem-se a execução.
Execução consiste na atividade prática desenvolvida
jurisdicionalmente para atuar a sanção ... A execução sempre
consiste na atuação de uma conduta prática do devedor” (Luiz
Rodrigues Wambier).
- “Processo pelo qual o Estado, por intermédio do órgão
jurisdicional, e tendo por base um título judicial ou
extrajudicial (Cód. Proc. Civil, art. 583), empregando medidas
coativas, efetiva e realiza a sanção. Pelo processo de
execução, por meio de tais medidas, o Estado visa a alcançar,
contra a vontade do executado, a satisfação do direito do
credor” (Moacyr Amaral Santos).
- Pretensão executória/ação de execução (título judicial) e
processo de execução (título extrajudicial).
ASPECTOS CONCEITUAIS
EFEITOS DAS SENTENÇAS:
* declaratório: declarar a existência ou a inexistência
de uma relação jurídica;
- constitutivo (des): criar, modificar ou extinguir uma
relação jurídica;
* condenatório: exigir uma conduta prática do
executado (pagamento de quantia, obrigação de fazer,
obrigação de não fazer e entrega de coisa);
- mandamental: atos ordinatórios dirigidos a terceiros;
- executório: fazer cumprir.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
- Direito Romano: execução precedida de uma sentença condenatória.
No período das legis actionis, a pessoa do devedor era a garantia do
débito. Na época clássica, o devedor era “adjudicado” ao credor
(trabalho). No Império, penhora e venda dos bens (suficientes) do
devedor.
- Processo germano-barbárico (após a queda de Roma): defesa do
devedor depois de penhorados seus bens.
- Renascimento do Direito Romano (séc. XI): executio per officium
iudicis – condenação prévia – contraditório.
- Desenvolvimento do comércio: pronta solução de certos créditos.
- CPC de 1939: “execução de sentença” e “ação executiva”.
- CPC de 1973: unificação das vias executivas.
- Leis nºs 11.232/05 e 11.382/06: retorno à fase dicotômica
(cumprimento de sentença – execução de título extrajudicial).
Modificação do conceito de sentença.
- CPC de 2015
PRINCÍPIOS QUE REGEM A EXECUÇÃO
- Patrimonialidade/realidade da execução (CPC, art. 789): apenas
o patrimônio do devedor é a garantia do cumprimento da
obrigação (exceções: dívida de alimentos e depositário infiel – CF,
art. 5º, LXVII. Súmula vinculante nº 25 do STF: é ilícita a prisão
civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito;
- A execução é promovida no interesse do credor; disponibilidade
da execução; livre iniciativa (CPC, arts. 775; 781, IV e 797);
- A execução deve ser feita pelo meio menos gravoso ao devedor
(menor sacrifício) – CPC, art. 805;
- Respeito à dignidade da pessoa humana (regras de
impenhorabilidade);
- Máxima utilidade da execução – satisfazer o credor e evitar
prejuízos ao devedor (afastar o preço vil);
PRINCÍPIOS QUE REGEM A EXECUÇÃO
-Especificidade (CPC, art. 788);
- Celeridade (CF, art. 5º, LXXVIII): “duração razoável do
processo”;
- Efetividade: meios de se concretizar a sanção jurídica
reconhecida judicialmente (multas, ausência de efeito
suspensivo, etc.);
- Celeridade e efetividade com garantia da ampla defesa
e do contraditório (“garantismo processual”).
- Equilíbrio entre os interesses do credor e do devedor.
TÍTULO EXECUTIVO
Nulla executio sine titulo
- Título que contenha obrigação líquida, certa e exigível
(CPC, arts. 783, 786 e 803, I):
• liquidez: determinação do valor ou da individualização do
objeto da obrigação; determinação (direta ou por mero
cálculo) da quantidade de bens objetos da prestação – “o que
e o quanto se deve”. CPC, art. 786, parágrafo único;
• certeza: exata definição dos elementos da obrigação
(sujeitos, natureza e objeto);
• exigibilidade: a obrigação não depende de termo ou
condição (ou estes já ocorreram e estão demonstrados – CPC,
art. 798, I, “c”), nem está sujeita a outras limitações.
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CONTRATO
DE LOCAÇÃO. INCLUSÃO DOS ALUGUÉIS VENCIDOS INADIMPLIDOS NO
CURSO DA DEMANDA. ART. 290 DO CPC. INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE
DÚVIDAS QUANTO AOS VALORES INADIMPLIDOS DEVIDOS.
1. Incluem-se na execução os débitos locatícios vencidos e
inadimplidos no decorrer da demanda, nos termos do art. 290 do CPC.
2. Entendimento a que se chega ante a aplicação do art. 598 do CPC e
a consagração dos princípios da celeridade e economia processual.
3. Recurso especial provido.
(STJ – 3ª Turma - REsp nº 1390324/DF, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, j. em 02/09/2014, unânime, pub. DJe de 09/09/2014 e na
RB vol. 611 p. 43).
TÍTULO EXECUTIVO
- “Título executivo consiste no documento que, ao mesmo
tempo em que qualifica a pessoa do credor, o legitima a
promover a execução. Nele está a representação de um ato
jurídico, em que figuram credor e devedor, bem como a
eficácia, que a lei lhe confere, de atribuir àquele o direito de
promover a execução contra este” (Moacyr Amaral Santos).
- Numerus clausus (enumeração exaustiva);
- O juiz faz apenas uma análise formal para deferir a
execução.
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS – CPC, ART. 515
- as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de
obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa (I);
- a decisão homologatória de autocomposição judicial (II);
- a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza
(III);
- o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal (IV);
- o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários
tiverem sido aprovados por decisão judicial (V);
- a sentença penal condenatória transitada em julgado (VI);
- a sentença arbitral (VII);
- a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (VIII);
- a decisão interlocutória estrangeira, após concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça (IX).
CPC-73, art. 475 – N. São títulos executivos judiciais:
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência
de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia.
CPC-2015, art. 515. São títulos executivos judiciais:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou
de entregar coisa.
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS – CPC, ART. 784
- a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque
(I);
- a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor
(II);
- o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)
testemunhas (III);
- o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatore
ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal (IV);
- o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real
de garantia e aquele garantido por caução (V);
- o contrato de seguro de vida em caso de morte (VI);
- o crédito decorrente de foro e laudêmio (VII) - enfiteuse;
- o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio (VIII);
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS – CPC, ART. 784
- a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos- Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta
oportunidade para requerimento de adjudicação, caso em que
também se poderá pleitear nova avaliação (art. 878).
DA ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR
- Não realizada a adjudicação, os bens penhorados serão alienados por iniciativa
particular ou em leilão judicial eletrônico ou presencial (CPC, art. 879).
- Alienação por iniciativa do próprio exequente ou por intermédio de corretor ou
leiloeiro público credenciado perante a autoridade judiciária (art. 880). Nas
localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado, a
indicação será de livre escolha do exequente (§4º).
- O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de
publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e a
comissão de corretagem (§1º).
- A alienação será formalizada por termo nos autos, assinado pelo juiz, pelo
exequente, pelo adquirente e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se
carta de alienação e mandado de imissão na posse de imóvel ou mandado de
entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel (§2º).
- Os tribunais poderão expedir provimentos detalhando o procedimento da
alienação por iniciativa particular (concurso de meios eletrônicos e
credenciamento de corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em
exercício profissional por não menos que 3 anos) - §3º.
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
- Será realizada por leiloeiro público – designado pelo juiz e que poderá
ser indicado pelo exequente - e ocorrerá apenas se não houver
adjudicação ou alienação por iniciativa particular (CPC, arts. 881 e 883).
- Não sendo possível sua realização por meio eletrônico, o leilão será
presencial (art. 882).
- Atribuições do leiloeiro público: art. 884.
- O leilão judicial é precedido de edital (requisitos: art. 886).
- Publicação do edital: art. 887.
- São designadas duas datas (arts. 886, V e 895). Na primeira, o preço
mínimo é o da avaliação; na segunda, pelo maior lanço, exceto por preço
vil (art. 891).
- Imóvel de incapaz (art. 896): deve alcançar pelo menos 80% do valor da
avaliação. Adiamento de até um ano. Locação.
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
- O executado será intimado das datas do leilão judicial por seu advogado; se não
tiver, por meio de mandado, carta registrada, edital ou outro meio idôneo (CPC,
art. 889). Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não constando
dos autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço
constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital
de leilão (parágrafo único).
- Intimação dos credores com garantia real e demais interessados com pelo menos
5 (cinco) dias de antecedência (art. 889), sob pena de ineficácia da alienação (arts.
804 c/c 903, II).
- São admitidos a lançar todos aqueles que estiverem na livre administração de
seus bens. Exceções: art. 890.
- Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, a arrematação é feita
mediante o pagamento imediato do preço pelo arrematante (art. 892, caput).
- O exequente pode arrematar os bens sem exibir o preço (desde que a
arrematação seja feita em seu exclusivo interesse). Igualdade de condições com
outros licitantes. Depósito de eventual diferença em 3 dias (art. 892, §1º).
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
- Se houver diversos bens e mais de um lançador: será preferido aquele
que se propuser a arrematar os bens englobadamente, oferecendo para
os que não tiverem licitante preço igual ao da avaliação e para os demais o
de maior lance (CPC, art. 893). Princípio da máxima utilidade da execução.
- Bem imóvel (cômoda divisão): artigo 894. Alienação apenas de parte
suficiente para pagar o credor. Não havendo lançador, o imóvel será
alienado em sua integralidade (§1º). O executado deve apresentar planta
e memorial descritivo subscritos por profissional habilitado (§2º).
- Pagamento parcelado (art. 895): admite-se, desde que haja proposta
escrita até o início do primeiro leilão, pelo valor mínimo da avaliação, ou
até o início do segundo leilão, por valor que não seja considerado vil (art.
895). No caso se atraso no pagamento das parcelas, incidirá multa de 10%
sobre a soma das parcelas vencidas com as vincendas (§4º); o exequente
poderá pedir a resolução da arrematação ou promover, em face do
arrematante, a execução do valor devido, nos próprios autos (§5º). A
proposta de pagamento à vista deve prevalecer sobre a proposta de
pagamento parcelado (§7º).
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
- Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço: perda da caução
em favor do exequente. Nova alienação, mas sem participação do
arrematante e do fiador remissos (CPC, art. 897).
- Se o fiador pagar o valor do lance e a multa, poderá requerer que a
arrematação lhe seja transferida (art. 898).
- Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos
bens bastar para o pagamento do credor e das despesas da execução
(art. 899).
- Dívidas de impostos: a sub-rogação ocorre sobre o preço da
arrematação (CTN, art. 130, parágrafo único). Despesas condominiais
(CC, art. 1.345). CPC, art. 908, §1º.
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
- Assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a
arrematação considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável, ainda
que venham a ser julgados procedentes os embargos ou ação
autônoma proposta pelo executado, assegurada a possibilidade de
reparação pelos prejuízos sofridos (CPC, art, 903, caput).
- O auto de arrematação pode abranger bens penhorados em mais de
uma execução (art. 901, caput).
- A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do
bem imóvel, com o respectivo mandado de imissão na posse, somente
será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias
pelo arrematante, bem como realizado o pagamento da comissão do
leiloeiro e das demais despesas da execução (art. 901, §1º).
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
- A arrematação poderá ser (CPC, art. 903, §1º):
a) invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício (I);
b) considerada ineficaz, se não houver as intimações obrigatórias previstas no art. 804
(II);
c) rescindida, se não for pago o preço ou se não for prestada caução (III).
- Requerimento protocolizado em até 10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da
arrematação (§2º).
- Passado o prazo: expedição da carta de arrematação , do auto de entrega ou mandado
de imissão na posse (§3º). A invalidação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em
cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário (§4º).
- Desistência da arrematação pelo arrematante (§5º).
- Ato atentatório à dignidade da justiça: a suscitação infundada de vício com o objetivo
de ensejar a desistência do arrematante. Multa de até 20% sobre o valor atualizado do
bem, sem prejuízo de perdas e danos (§6º).
DA ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL
EVICÇÃO
Perda judicial de um bem por motivo anterior à aquisição. O
executado indenizará o arrematante (CC, art. 447). Se insolvente, o
exequente responderá. Enriquecimento sem causa.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
O arrematante não tem direito a ressarcimento por defeitos, pois
adquire o bem na situação em que se encontra.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
A satisfação do crédito exequendo far-se-á (CPC, art. 904):
- pela entrega do dinheiro;
- pela adjudicação dos bens penhorados.
DA ENTREGA DO DINHEIRO
- O juiz autorizará que o credor levante, até a satisfação integral de seu
crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens
alienados, bem como do faturamento da empresa ou de outros frutos e
rendimentos de coisas ou empresas penhoradas, quando (CPC, art. 905):
a) a execução for movida só a benefício do credor singular, a quem, por
força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados
e alienados;
b) não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências
instituídos anteriormente à penhora.
- Ao receber o mandado de levantamento, o credor dará ao devedor, por
termonos autos, quitação da quantia paga (art. 906). Transferência
eletrônica para conta indicada pelo exequente (parágrafo único).
- Estando o credor pago do principal, juros, custas e honorários, a
importância que sobejar será restituída ao devedor (art. 907).
DA ENTREGA DO DINHEIRO
Concurso de credores (CPC, art. 908):
- O dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das
respectivas preferências. No caso de adjudicação ou alienação, os
créditos que recaem sobre o bem, inclusive os de natureza propter
rem, sub-rogam-se sobre o respectivo preço, observada a ordem de
preferência (§1º). Não havendo título legal à preferência, o dinheiro
será distribuído entre os concorrentes, observando-se a anterioridade
de cada penhora (§2º).
- Em caso de igualdade entre os créditos, a preferência dar-se-á
conforme a anterioridade de cada penhora (nem sempre a primeira
penhora é feita por quem ajuizou por primeiro a execução) - §2º.
- Competência (regra geral): Juízo em que se consumou a alienação do
bem (STJ).
DA ENTREGA DO DINHEIRO
- Ordem de preferência (jurisprudência do STJ):
a) trabalhista/acidente de trabalho (caráter alimentar);
b) previdenciário;
c) fiscal;
d) condominial;
e) crédito com garantia real (penhor, hipoteca, etc.);
f) penhora mais antiga (data do auto/termo de penhora, e não da
averbação).
- O privilégio dos credores com garantia oriunda do direito material
independe da existência de execução ou de penhora. Precedentes do STJ.
A entrega do dinheiro ficará condicionada à propositura da execução.
DA ENTREGA DO DINHEIRO
- Os credores formularão suas pretensões, que versarão unicamente
sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora (CPC, art.
909).
- Findo o debate, o juiz decidirá. A decisão é interlocutória, passível de
agravo de instrumento.
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
- Cabe tanto execução de título judicial (cumprimento de sentença) como também
de título extrajudicial em face da Fazenda Pública (Súmula nº 279 do STJ e art. 910
do CPC).
- As regras estendem-se a todas as pessoas jurídicas de direito público interno
(União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios, além das autarquias e
fundações cujos bens estejam sujeitos ao regime de direito público).
- Execução de obrigação de fazer, de não fazer ou de entrega de coisa: as mesmas
regras aplicáveis executado particular, já vistas anteriormente. O rito especial
aplica-se apenas no tocante ao pagamento de quantia.
- Cumprimento de sentença: CPC, arts. 534 e 535
- Execução de título extrajudicial: CPC, art. art. 910
- Exige-se a coisa julgada (CF, art. 100, §1º).
- Não se aplica o princípio da responsabilidade patrimonial.
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
- Cumprimento de sentença:
• Requisitos da petição do credor: CPC, art. 534.
• A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante legal, por
carga, remessa ou meio eletrônico, para impugnar a execução, nos próprios
autos, no prazo de 30 (trinta) dias (art. 535).
• Matérias de defesa: art. 535 (as mesmas previstas na impugnação ao
cumprimento de sentença em face do particular). Inexigibilidade: art. 535, §§5º
ao 8º.
• Não havendo impugnação ou sendo a mesma rejeitada: expedição de
precatório requisitório ou requisição de pequeno valor (RPV).
- Execução de título extrajudicial:
• A Fazenda Pública será citada para opor embargos no prazo máximo de 30
(trinta) dias (art. 910).
• Matérias de defesa: qualquer que lhe seria lícito deduzir como defesa no
processo de conhecimento (§2º).
• Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar:
expedição de precatório requisitório ou requisição de pequeno valor (RPV) -
§1º.
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
Precatório:
- Realização do pagamento na ordem de apresentação do precatório e à
conta do respectivo crédito.
- Súmula nº 311 do STJ: “Os atos do presidente do tribunal que disponham
sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter
jurisdicional”.
- Presidente do tribunal: atividades de índole administrativa. Examina as
formalidades extrínsecas, corrige os erros materiais e as inexatidões dos
cálculos e determina a expedição de ofício requisitório. Pode determinar o
sequestro dos valores em caso de desrespeito à ordem cronológica dos
precatórios ou quando não ocorrer a alocação orçamentária do valor
necessário à satisfação do débito exequendo (CF, 100, §6º).
- O juiz do processo de execução é que exerce atividade jurisdicional e
executa o precatório.
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
Precatório:
- O pagamento deverá respeitar a ordem cronológica de apresentação dos
precatórios. Os precatórios apresentados até o dia 1º de julho serão pagos
até o final do exercício seguinte, com atualização monetária pela variação
do IPCA-E (CF, art. 100, §§ 5º e 12º - STF ADIs 4357 e 4425).
- Os créditos de natureza alimentar têm preferência (Súmula nº 144 do
STJ). Classe especial. Também se sujeitam a uma ordem cronológica
(própria). Há uma categoria ainda mais específica: titulares com 60 anos
ou mais, na data da expedição do precatório, ou portadores de doença
grave, na forma da lei, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei
como crédito de pequeno valor (CF, art. 100, §2º).
- Súmula vinculante nº 85 do STF: “Os honorários advocatícios incluídos na
condenação ou destacados do montante principal devido ao credor
consubstanciam verba de natureza alimentar, cuja satisfação ocorrerá com
expedição de precatório ou Requisição de Pequeno Valor, observada
ordem especial restrita aos créditos desta natureza.”
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
- Compensação com débitos líquidos e certos, inscritos ou não em
dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda
Pública devedora (CF, art. 100, § 9º).
- Cessão de créditos (CF, art. 100, § 13). Ressalvas: a) o crédito
alimentar cujo titular seja maior de 60 ou portador de doença grave
perde a especial preferência; b) o crédito de pequeno valor perde o
direito ao regime especial (RPV).
- STF: ADIs 4357 e 4425: todos os precatórios pendentes devem ser
pagos até o final de 2020. Os Estados e Municípios deverão destinar
de 1% a 2% de suas receitas líquidas para tais pagamentos. Até lá, os
credores poderão fazer negociações diretas com o Poder Público, mas
o desconto máximo permitido será de 40%. A partir de março de 2015,
a correção dos valores passou a ser feita pelo IPCA-E (e não mais pela
poupança - TR).
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
Obrigação de pequeno valor - RPV (CF, art. 100, §3º) – STJ:
- execuções de até 60 s. m. em face da União Federal;
- de até 40 s. m. (ou o estabelecido por lei local) em face do Estado-
membro ou do Distrito Federal;
- de até 30 s. m. (ou o estabelecido por lei local) em face dos
Municípios.
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
ALIMENTOS
“São as verbas devidas para a manutenção de uma pessoa que não tenha
condições de prover à própria subsistência “(NATHALY ROQUE).
- Abrange as “necessidades da vida” (dignidade da pessoa humana).
- ALIMENTOS NATURAIS X CIVIS X VOLUNTÁRIOS X INDENIZATÓRIOS
- ALIMENTOS DEFINITIVOS X PROVISÓRIOS
- LEI Nº 5.478/1968 (LEI DE ALIMENTOS)
- Pressupõe a comprovação de vínculo de parentesco ou a obrigação de alimentar
do devedor (art. 2º).
- O autor deverá demonstrar as necessidades do alimentando e as possibilidade do
alimentante (necessidade x capacidade financeira x equilíbrio/proporcionalidade).
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: arts. 528 a 533
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL: arts. 911 a 913. Aplicação do disposto no
artigo 528, §§2º a 7º do CPC (art. 911, parágrafo único).
- A execução de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou
de decisão interlocutória que fixe alimentos far-se-á conforme as regras previstas
nos artigos 528 a 533 do CPC.
- Se forem alimentos provisórios ou em caso de sentença ainda não transitada em
julgado: autos apartados; se forem alimentos definitivos: nos mesmos autos em
que se tenha proferido a sentença (art. 531).
- Intimação/citaçãodo devedor para pagar o débito em 3 dias, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de efetuá-lo (art. 528, caput e 911).
- Justificativa do inadimplemento: comprovação de fato que gere a impossibilidade
absoluta (§2º).
PROTESTO DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL: em caso de inércia
do executado e apenas no cumprimento de sentença (art. 528,
§1º).
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
RITO DA PRISÃO CIVIL
- Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão
pelo prazo de um a três meses, além do protesto (§3º). Lei de Alimentos
(Lei 5478/68): 60 dias. Matéria controvertida.
- Prisão em regime fechado, mas o preso ficará separado dos presos
comuns (§4º).
- O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das
prestações vencidas e vincendas (§5º).
- O débito que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende
até as 3 prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo (§7º).
- Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem
de prisão (§6º).
- Prosseguimento do feito com a penhora de bens e atos expropriatórios
(art. 530).
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
RITO DA PENHORA
- Opção do credor; impede a prisão civil do executado (art. 528, §8º).
- Recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação
não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO
- Se o devedor for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, ou
empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o
desconto em folha de pagamento da importância a da prestação alimentícia (CPC,
arts. 529, caput e 912).
- Expedição de ofício. Desconto da primeira remuneração a partir do protocolo do
ofício (parcelas vincendas). Crime de desobediência (§§1º e 2º).
- Parcelas vencidas (alimentos pretéritos): desconto que, somado à parcela
vincenda, não poderá ultrapassar 50% dos ganhos líquidos do executado (§3º).
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
CONDUTA PROCRASTINATÓRIA DO EXECUTADO: ciência ao MP dos
indícios da prática do crime de abandono material (CPC, art. 532).
ALIMENTOS INDENIZATÓRIOS (CPC, art. 533):
- Constituição de capital, desconto em folha de pagamento, fiança
bancária ou garantia real (§§1º e 2º).
- Modificação nas condições econômicas: redução ou aumento da
prestação (§3º).
- Possibilidade de fixação da prestação alimentícia tomando por base o
salário mínimo (§4º).
DA IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA 
- O executado dispõe do prazo de 15 dias para oferecer a impugnação -
independentemente de penhora -, contados automaticamente do
término do prazo de 15 dias para pagamento voluntário (CPC, art. 525,
caput).
- Em caso de litisconsórcio passivo e quando pelo menos um dos
executados possuir advogado diverso dos demais, de escritórios de
advocacia diferentes: contagem do prazo em dobro, se os autos forem
físicos (CPC, arts. 525, §3º c/c 229).
DA IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA 
- Legitimação para apresentar impugnação: executado, cônjuge e
terceiro que teve seus bens penhorados na execução (matérias
específicas arroladas no art. 525, §1º).
- Competência: a impugnação deverá ser apresentada ao órgão
perante o qual a execução se processa (“nos próprios autos” - CPC, art.
525, caput).
- Impugnação não é petição inicial e, por isso, não precisa conter os
requisitos do artigo 319 do CPC; sendo peça de defesa, poderá se
servir dos elementos delineados no artigo 337 do CPC.
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à
revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente sà
sentença.
REGRA GERAL: qualquer defesa que pudesse ter sido oferecida na
fase de conhecimento, tenha sido ou não deduzida, não poderá
mais ser apresentada na impugnação (coisa julgada).
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o
processo correu à revelia:
* Desde que o defeito não tenha sido suprido pelo comparecimento
espontâneo do réu (CPC, art. 239, §1º).
* Exceção à regra de que a coisa julgada formada sobre a sentença
sana qualquer defeito processual que pudesse haver na fase de
conhecimento.
* É inexistente o processo em que não ocorreu a citação, ou em que
esta não se fez na forma prevista em lei (querela nullitatis insanabilis).
* Inexistente o processo, inexistentes os atos nele praticados,
incluindo a sentença. Nulidade da execução por ausência de título.
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Ilegitimidade de parte:
* Não é possível reabrir discussão de condição da ação (ilegitimidade
de partes), na fase de execução, no tocante a possível defeito
existente na fase de conhecimento.
* O executado apenas poderá arguir a ilegitimidade das partes a partir
da relação de adequação entre a sentença condenatória e o
requerimento de execução.
* A verificação de eventual ilegitimidade das partes deve ser feita
sempre a partir do que restou decidido na sentença condenatória.
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação:
* Compreende qualquer alegação que possa negar força executiva ao título apresentado
(exemplos: existência de recurso com efeito suspensivo, o não escoamento do prazo
previsto para o cumprimento voluntário da obrigação, etc.).
* CPC, art. 525 ...
“§12. Para efeito do disposto no inciso III do §1º deste artigo, considera-se também
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso”.
§13. No caso do §12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser
modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no §12 deve ser anterior ao
trânsito em julgado da decisão exequenda.
§15. Se a decisão referida no §12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.”
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Penhora incorreta ou avaliação errônea:
* penhora de bem impenhorável;
* excesso na penhora;
* erro na avaliação: incongruência entre o valor real do bem
penhorado e aquele atribuído na avaliação, seja em decorrência de
dolo ou de outra causa.
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções:
* A impugnação permite ao executado contestar a liquidação realizada pelo credor, desde que sobre
a mesma não tenha havido discussão e decisão em fase apropriada (preclusão).
- Hipóteses de excesso de execução (CPC, art. 917, §2º):
a) quando o exequente pleiteia quantia superior à do título;
b) quando recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
c) quando se processa de modo diferente do que foi determinado no título;
d) quando o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da
prestação do executado;
e) se o exequente não provar que a condição se realizou.
- Ao afirmar que o exequente pleiteia quantia superior à resultante da sentença, deverá declarar, de
imediato,o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de
seu cálculo, sob pena de REJEIÇÃO LIMINAR da impugnação se o excesso de execução for o seu único
fundamento, ou de não conhecimento da alegação, se houver outro fundamento (CPC, art. 525, §§4º
e 5º).
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução:
• CPC, art. 525, §2º: a alegação de impedimento ou de suspeição
observará o disposto nos arts. 146 e 148.
• CPC, art. 146. “No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do
conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição,
em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o
fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que
se fundar a alegação e com rol de testemunhas”.
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
- Qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde
que supervenientes à sentença:
* Em princípio, cabe ao réu apontar, na contestação, toda matéria de
defesa que tiver, sob pena de preclusão (CPC, art. 336).
* Há matérias que podem ser alegadas posteriormente, devendo ser
consideradas pela sentença quando relevantes para a decisão da causa
(CPC, art. 493).
* As questões posteriores à sentença podem ser alegadas através de
impugnação (CPC, art. 525, §1º, VII).
MATÉRIAS QUE PODEM FUNDAR A IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §1º) 
FATO SUPERVENIENTE AO TÉRMINO DO PRAZO PARA A
IMPUGNAÇÃO:
* CPC, art. 525...
“§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para
apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à
adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes,
podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer
dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição,
contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato”.
* CPC, art. 518. “Todas as questões relativas à validade do procedimento
de cumprimento de sentença e dos atos executivos subsequentes poderão
ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas
pelo juiz”.
* CPC, art. 771. ...
Parágrafo único. “Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições
do Livro I da Parte Especial” (execução de título extrajudicial).
EXERCÍCIO PRÁTICO 
João vendeu seu veículo a Pedro. As partes assinaram a ATPV (autorização
para transferência de propriedade de veículo), sendo que o original ficou
em poder de Pedro para ser entregue no Detran e uma fotocópia ficou
com João. Pedro não entregou a ATPV no Detran. Meses após a venda,
agindo culposamente, Pedro se envolveu em um acidente com o veículo e
causou prejuízos a Fernando. Pedro fugiu do local do acidente. Com base
nas informações obtidas junto ao Detran relacionadas à placa do veículo,
Fernando providenciou um boletim de ocorrência e ingressou com uma
ação indenizatória em face de João, cujo nome constava no Detran como
sendo o proprietário do veículo. João foi citado da demanda e se tornou
revel, acreditando ter havido algum equívoco e que nenhuma
responsabilidade poderia lhe ser imputada tendo em vista que vendera o
veículo anteriormente ao acidente. Proferida sentença condenatória,
transitada em julgado, Fernando promoveu o cumprimento de sentença
(quantia certa), tendo sido efetivada penhora de bens de João. Pergunta-
se:
a) João terá êxito em sua defesa (impugnação) se alegar que é parte
passiva ilegítima para a execução, juntando aos autos a fotocópia da ATPV
para comprovar que vendeu o veículo a Pedro em data anterior ao
acidente?
b) Em caso de irregularidade na citação de João no processo de
conhecimento, tal matéria poderá ser alegada em impugnação ao
cumprimento de sentença, mesmo diante da coisa julgada?
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §6º) 
- REGRA GERAL: a impugnação não paralisa o curso da execução, nem
impede a adoção de atos expropriatórios ou satisfativos do crédito
exequendo (não tem efeito suspensivo).
- O juiz pode atribuir à impugnação o efeito de suspender a execução,
“a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com
penhora, caução ou depósito suficientes”, ... “se seus fundamentos
forem relevantes e se o prosseguimento da execução for
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de
difícil ou incerta reparação”.
- Fundamentos que autorizam a suspensão da execução:
a) a relevância dos fundamentos da impugnação;
b) que a execução sejamanifestamente suscetível de causar ...
c) ... grave dano de difícil ou incerta reparação.
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §6º) 
“Como existe presunção legal em favor do direito do exequente e da
execução, a suspensão da execução faz com que os fundamentos da
impugnação e a possibilidade de dano ao executado sejam gravados
pelo ônus da argumentação. Ou seja, a suspensão da execução só é
legítima quando é possível ao juiz demonstrar, através de raciocínio
argumentativo, que a relevância dos fundamentos da impugnação e a
possibilidade de dano se sobrepõem à sentença condenatória e à
normal produção dos seus efeitos” (MARINONI).
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §6º) 
- A relevância dos fundamentos da impugnação: a suspensão da execução
é viável diante de todos os títulos executivos, judiciais ou extrajudiciais. É
inquestionável que a força dos títulos executivos é diversa. Quanto maior
a força do título executivo (sentença condenatória transitada em julgado
ou sentença homologatória de acordo judicial), mais rigorosa deverá ser a
verificação da relevância dos fundamentos da impugnação.
- O prosseguimento da execução deve ser manifestamente suscetível de
causar dano: não basta que a execução possivelmente ou provavelmente
possa causar dano; é preciso que o prosseguimento da execução
certamente ou inevitavelmente seja suscetível de causar dano ao
executado.
- Dano grave, de difícil ou incerta reparação: a execução não pode ser
suspensa apenas porque o bem penhorado está pronto para ser alienado
(consequência natural do processo executivo). A alienação somente
poderá ensejar dano grave , de difícil ou incerta reparação quando o bem
tiver, em sua configuração, características especiais, ou possuir significado
que o torne importante para o exercício da profissão ou da atividade
comercial do executado.
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §6º) 
- Não é razoável atribuir-se efeito suspensivo para paralisar a execução
da parcela do débito que não foi impugnada, sob pena de negação do
direito fundamental à razoável duração do processo (CF, art. 5º,
LXXVIII) e de desrespeito à efetividade da execução (CPC, art. 525,
§8º).
- O efeito suspensivo pode ser concedido a qualquer momento, não
havendo prazo para o seu requerimento.
- Em caso de deferimento ou de indeferimento do efeito suspensivo à
impugnação, a parte prejudicada poderá interpor agravo de
instrumento.
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À IMPUGNAÇÃO
(CPC, ART. 525, §6º) 
- Ainda que concedido efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao
exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e
prestando caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada
nos próprios autos (§10).
- Garantia real ou fidejussória (fiança), podendo também ser
representada pela reserva da prática de certos atos (o compromisso
de não promover a alienação particular do bem penhorado, de não
retirar o bem da posse do devedor, etc.).
- A caução deve abranger todos os prejuízos que o executado possa vir
a experimentar em razão da prática dos atos de execução.
PROCEDIMENTO DA IMPUGNAÇÃO 
- Sendo peça de defesa, a impugnação segue as regras gerais da
contestação. Petição escrita contendo preliminares processuais,
prejudiciais de mérito e alegações contra o mérito, bem como o
requerimento das provas a serem produzidas. Não se exige o
recolhimento de custas, nem há distribuição.
-Deve estar acompanhada da prova documental que o executado
entender necessária à demonstração de suas alegações.
- Se houver alegação de excesso de execução, a impugnação deverá
trazer uma memória de cálculo (CPC, art. 525, §4º).
PROCEDIMENTO DA IMPUGNAÇÃO 
- Apresentada a impugnação, abrem-se as seguintes possibilidades ao
juiz:
a) rejeitá-la liminarmente;
b) ouvir o exequente sobre a impugnação, conferindo-lhe efeito
suspensivo;
c) ouvir o exequente sobre a impugnação, sem outorgar-lhe efeito
suspensivo.
- Rejeição liminar: quando for intempestiva ou quando não versar
sobre nenhuma das matérias pertinentes (por exemplo, as hipóteses
previstas no artigo 525, §1º do CPC).
- Se não for concedido efeito suspensivo, recomenda-se que a
impugnação seja autuada em separado, para evitar interfaces de atos
na execução e na impugnação.
PROCEDIMENTO DA IMPUGNAÇÃO 
- Após ouvir o exequente, o juiz deliberará sobre as provas a serem
produzidas (designação de audiência, etc.).
- A decisão da impugnação: poderá ser interlocutória ou sentença:
a) Decisão interlocutória: sempre que não houver a extinção da
execução (improcedência da impugnação, exclusão de um dos executados,
redução da dívida, etc.). Agravo de instrumento.
b) Sentença: em caso de extinção da execução. Recurso de apelação.
Súmula 517 do STJ - São devidos honorários advocatícios no
cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de
escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a
intimação do advogado da parte executada. CPC, art. 523, §1º:
honorários de 10%.
Súmula 519 do STJ - Na hipótese de rejeição da impugnação ao
cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários
advocatícios.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
(CPC, arts. 914 a 920)
- O título executivo extrajudicial gera uma presunção (relativa) de
existência do direito.
- A defesa do executado, na execução fundada em título extrajudicial, não
pode ser feita no processo de execução, no qual não se pode discutir o
direito.
- Embargos à execução (defesa do executado): ação de conhecimento
autônoma e incidente ao processo de execução. O executado se protege
da execução “atacando-a”. Aplicação dos princípios gerais do processo de
conhecimento, respeitadas as regras específicas em contrário.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
- Requisitos gerais de admissibilidade: presença das condições da ação
e dos pressupostos processuais exigíveis para a admissão de qualquer
ação e processo.
- CPC, art. 785. “A existência de título executivo extrajudicial não
impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de
obter título executivo judicial.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
- Legitimação ativa: além do executado, são legitimados o
cônjuge/companheiro (penhora de imóvel), o responsável tributário
ou o sócio, quando não figurarem no polo passivo da execução e
tiveram seus bens penhorados em decorrência da responsabilidade
patrimonial (CPC, art. 790).
- Legitimação passiva: credor que propôs a ação de execução fundada
em título extrajudicial.
- Intervenção de terceiros: assim como na execução, a única
modalidade de intervenção de terceiros admitida é a assistência.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Requisitos específicos:
a) Devem ser opostos no prazo de 15 dias, contado da data da juntada aos autos do
mandado de citação devidamente cumprido.
* Mais de um executado (CPC, art. 915, §1º): o prazo será autônomo para cada um
deles, contado a partir da juntada aos autos de cada mandado de citação, não se
aplicando o disposto no artigo 229 do CPC (§3º). Em se tratando de cônjuges ou
companheiros: o prazo será contado a partir da juntada aos autos do último instrumento
de citação.
* Citação por via de carta precatória (§2º): o prazo para embargos se inicia:
I – da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre
vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;
II – da juntada, aos autos da execução, da comunicação eletrônica feita pelo juízo
deprecado acerca da realização da citação. Não é necessário aguardar o retorno da carta
precatória (§4º).
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
- CPC, art. 914. “O executado, independentemente de penhora,
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de
embargos.
§1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência,
autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais
relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio
advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
§2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo
deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é
do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou
defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas
no juízo deprecado”.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Requisitos específicos:
b) A oposição de embargos não exige prévia segurança do juízo (CPC,
art. 914): “... independentemente de penhora, depósito ou caução ...”.
- A segurança do juízo é apenas um dos pressupostos para a concessão
de efeito suspensivo aos embargos à execução (CPC, art. 919, §1º).
- No prazo para embargos, o executado poderá reconhecer o débito e
pagá-lo de forma parcelada, incluindo custas processuais e honorários
advocatícios (entrada de 30% e o saldo em até 6 parcelas mensais,
com atualização monetária e juros de 1% ao mês) – CPC, art. 916. O
inadimplemento de qualquer parcela acarretará o vencimento
antecipado e aplicação de multa de 10% sobre o saldo devedor (§5º).
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Requisitos específicos:
c) Matérias alegáveis nos embargos à execução (CPC, art. 917):
I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II – penhora incorreta ou avaliação errônea (“a incorreção ou da avaliação poderá
ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 dias, contado da ciência do ato”
– §1º);
III – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções. No caso de excesso
(CPC, art. 917, §2º), o executado deverá apontar de imediato o valor que entender
devido, apresentando memória discriminada de cálculo, sob pena de rejeição
liminar dos embargos ou não conhecimento deste fundamento (§§3º e 4º);
IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega
de coisa certa;
V – qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CONTRATO
DE LOCAÇÃO. INCLUSÃO DOS ALUGUÉIS VENCIDOS INADIMPLIDOS NO
CURSO DA DEMANDA. ART. 290 DO CPC. INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE
DÚVIDAS QUANTO AOS VALORES INADIMPLIDOS DEVIDOS.
1. Incluem-se na execução os débitos locatícios vencidos e
inadimplidos no decorrer da demanda, nos termos do art. 290 do CPC.
2. Entendimento a que se chega ante a aplicação do art. 598 do CPC e
a consagração dos princípios da celeridade e economia processual.
3. Recurso especial provido.
(STJ – 3ª Turma - REsp nº 1390324/DF, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, j. em 02/09/2014, unânime, pub. DJe de 09/09/2014 e na
RB vol. 611 p. 43).
ENTREGA DE COISA 
BENFEITORIAS INDENIZÁVEIS AO POSSUIDOR
(CC, artigos 1.219 e 1.220)
BOA-FÉ MÁ-FÉ
NECESSÁRIAS sim sim
ÚTEIS sim não
VOLUPTUÁRIAS Pode levantar 
desde que sem 
prejuízo à coisa
Não pode levantar
DIREITO DE RETENÇÃO: 
POSSUIDOR DE BOA-FÉ 
(BENFEITORIAS NECESSÁRIAS OU 
ÚTEIS)
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Requisitos específicos:
d) Viabilidade aparente da tese apresentada pelo executado.
“Os embargos não poderão mostrar-se, prima facie, protelatórios,
devendo-se revestir de um mínimo de seriedade. As alegações
apresentadas devem ter alguma plausibilidade. Exatamente por isto,
se o juiz verificar de pronto que os embargos são meramente
protelatórios, deverárejeitar liminarmente a inicial” - MARINONI.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
EFEITO SUSPENSIVO:
- De regra, o recebimento dos embargos à execução não tem o efeito de suspender o
processo executivo (CPC, art. 919). A atribuição de efeito suspensivo depende de
decisão judicial.
- Requisitos para a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução (CPC, art.
919, §1º):
a) requerimento do embargante (o juiz não pode agir de ofício);
b) garantia da execução mediante penhora, depósito ou caução suficientes.
c) verificados os requisitos para concessão da tutela provisória (CPC, art. 300:
“probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo”).
O perigo não se caracteriza pelo só fato de que os bens do devedor poderão ser
alienados no curso da execução, ou porque o dinheiro do devedor pode ser entregue ao
credor (consequências naturais da execução).
O risco de dano não reside na alienação do bem penhorado, mas na qualidade especial
do bem que, a ser retirado do patrimônio do devedor, ocasionará prejuízo grave e de
difícil ou incerta reparação.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
EFEITO SUSPENSIVO:
- Embargos parciais (CPC, art. 919, §3º): se os embargos impugnarem
apenas parcela do débito, ou se o efeito suspensivo deferido limitar-se
a uma parte do objeto da execução, deverá o processo executivo
seguir quanto à parte restante.
- Litisconsórcio ativo e efeito suspensivo (§4º): se apenas um dos
executados oferecer embargos à execução, ou se apenas aos seus
embargos for dado o efeito suspensivo, a execução prosseguirá quanto
aos demais devedores, salvo quando o fundamento que determinou a
suspensão da execução for comum aos demais executados.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
EFEITO SUSPENSIVO:
- A concessão de efeito suspensivo à execução não inibirá a prática de
atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de
avaliação dos bens (CPC, art. 919, §5º).
- A decisão que concede ou não efeito suspensivo aos embargos à
execução é instável, vale dizer, não está sujeita à preclusão, podendo
ser revista a qualquer tempo pelo juiz se sobrevierem modificações no
estado de fato ou de direito da causa (§2º).
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
PROCEDIMENTO:
- Os embargos à execução são apresentados por meio de petição
inicial, que devem preencher os requisitos dos artigos 319 do CPC.
- A causa de pedir dos embargos está limitada às matérias
enumeradas no artigo 917 do CPC.
- É necessária a demonstração, de plano, da plausibilidade dos
argumentos oferecidos.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
PROCEDIMENTO:
- Rejeição liminar dos embargos (CPC, art. 918):
a) quando intempestivos;
b) nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência
liminar do pedido;
c) quando manifestamente protelatórios.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
PROCEDIMENTO:
- Estando em ordem a petição inicial, será ouvido o exequente no prazo de 15 dias (CPC, art. 920, I).
Não cabe reconvenção. É possível pedido contraposto em embargos de retenção por benfeitorias
(CPC, art. 917, §5º), para a compensação do valor exigido com eventuais frutos e danos devidos pelo
embargante.
REVELIA DO EXEQUENTE/EMBARGADO:
O título executivo gera presunção de existência do direito em favor do exequente. Se os embargos
tiverem como fundamento a inexistência do direito, não há a aplicação dos efeitos da revelia
(presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor). O embargante continua com o ônus de ter
que provar o alegado. A revelia atinge apenas as matérias fáticas.
Se a alegação for de outra matéria que envolva fatos – avaliação errônea, penhora incorreta, etc. -, o
silêncio do exequente poderá implicar na aceitação da veracidade das alegações feitas pelo
embargante.
- A seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará audiência (CPC, art. 920, II).
- Encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença (III).
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
DECISÃO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO:
- Os embargos à execução constituem processo autônomo e seu
desfecho se dá por sentença, tanto em caso de rejeição liminar, como
de apreciação do mérito.
- A sentença proferida nos embargos à execução é sujeita a recurso de
apelação, não importando qual tenha sido o seu conteúdo. Sujeita-se à
imutabilidade da coisa julgada.
DISCUSSÕES SOBRE A ARREMATAÇÃO 
- CPC, art. 903. “Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz,
pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e
irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou
a ação autônoma de que trata o §4º deste artigo, assegurada a possibilidade de
reparação pelos prejuízos sofridos.
§1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá , no
entanto, ser:
I – invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II – considerada ineficaz, se não observado o disposto no artigo 804;
III – resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
§2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no §1º, se for provocado em até 10
(dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação.
§3º Passado o prazo previsto no §2º sem que tenha havido alegação de qualquer das
situações previstas no §1º, será expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a
ordem de entrega ou mandado de imissão na posse.
§4º Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da
arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante
figurará como litisconsorte necessário.”
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 
- É admitida em nosso ordenamento jurídico por construção
doutrinário-jurisprudencial (não há previsão legal).
- Súmula nº 393 do STJ: “A exceção de pré-executividade é admissível
na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que
não demandem dilação probatória”.
- Cabível nas execuções fundadas em títulos judiciais e extrajudiciais.
- É possível ao executado apresentá-la no curso da execução, a
qualquer momento e sem a necessidade de cautela especial como
prévia segurança do juízo.
- A exceção de pré-executividade está condicionada à inexistência de
prévia decisão acerca do assunto.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 
- Os tribunais aceitam que sejam alegadas, via exceção de pré-executividade,
quaisquer objeções processuais, bem como as defesas materiais que o juiz possa
conhecer de ofício e ainda aquelas que puderem ser provadas de plano (“exceções
passíveis de prova fácil”). As matérias mais comuns são as contidas no artigo 803,
caput do CPC.
- CPC, art. 518 (cumprimento de sentença). “Todas as questões relativas à
validade do procedimento de cumprimento de sentença e dos atos executivos
subsequentes poderão ser arguidas nos próprios autos e nestes serão decididas
pelo juiz”.
- CPC, art. 803, parágrafo único (execução de título extrajudicial): “A nulidade de
que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, independentemente de embargos à execução”.
- Em regra, não se cogita de atribuir efeito suspensivo à exceção de pré-
executividade. Porém, uma vez presentes os requisitos que autorizam tal efeito à
impugnação ou aos embargos, não há porque descartar a suspensão da execução.
- O ato judicial que examina a exceção de pré-executividade poderá ter natureza de
sentença, se levar à extinção da execução (apelação), ou de decisão interlocutória,
nos demais casos (agravo de instrumento).
AÇÕES AUTÔNOMAS 
- CF, art. 5º, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito”.
- O executado poderá reagir à execução também por meio de ações
autônomas, desvinculadas do processo executivo, como a ação rescisória,
a ação anulatória de ato judicial, a ação declaratória de inexistência de ato
judicial etc.
- A propositurade tais ações não repercute, em regra, na execução, pois
não inibe o seu início nem interrompe o seu curso, salvo se concedida
tutela provisória (antecipada ou cautelar).
- Em geral, estas ações autônomas são distribuídas por dependência ao
juízo no qual se processa a execução.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
CPC, arts. 921 a 923 
- Suspende-se a execução (CPC, art. 921):
a) nas hipóteses dos artigos 313 e 315 do CPC, no que couber (I). No
tocante à suspensão por convenção das partes, a única variação
existente entre esta hipótese de suspensão no processo de
conhecimento e na execução, é que naquele o prazo não poderá ser
superior a 6 ou 12 meses, dependendo das hipóteses legais (art. 313,
§4º), ao passo que nesta não há limite temporal. As partes podem
acordar o prazo de suspensão livremente (CPC, art. 922). Exemplo:
parcelamento do débito.
b) no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os
embargos à execução (II). A concessão de efeito suspensivo é
excepcional; a regra geral é a ausência deste efeito.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
CPC, arts. 921 a 923 
- Suspende-se a execução (CPC, art. 921):
c) quando o executado não possuir bens penhoráveis (III);
d) se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de
licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a
adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis (IV);
e) durante o parcelamento requerido pelo executado no prazo para a
oposição de embargos à execução (art. 916).
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
- CPC, art. 921. “Suspende-se a execução:
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis”.
* Não havendo bens passíveis de penhora, inviabiliza-se o
prosseguimento da execução. Aguarda-se até que sejam localizados
bens penhoráveis (até que o devedor adquira patrimônio suscetível de
penhora - princípio da patrimonialidade). CPC, art. 921, §3º.
* A suspensão da execução não pode se dar por tempo indefinido. Os
tribunais entendem que a suspensão da execução, por período
superior ao prazo de prescrição da dívida, importa na incidência de
prescrição intercorrente.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
- Prescrição intercorrente:
• paralisação injustificada da execução por culpa do credor;
• não se trata, a rigor, de hipótese de prescrição, mas sim de extinção
da exigibilidade judicial da prestação;
• aplica-se o mesmo prazo prescricional que regula a dedução da
pretensão à tutela jurisdicional do direito material (SÚMULA Nº 150 DO
STF: PRESCREVE A EXECUÇÃO NO MESMO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA
AÇÃO);
• pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
- CPC, art. 921. ...
“§1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de
1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
§2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o
executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o
arquivamento dos autos.
§3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a
qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis.
§4º Decorrido o prazo de que trata o §1º sem manifestação do exequente,
começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.
§5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias,
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o §4º e extinguir o
processo”.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
- Prescrição intercorrente:
* O credor pode evitar a prescrição intercorrente promovendo o
impulso processual antes de escoado o prazo de sua caracterização,
ainda que não resulte a localização de qualquer bem penhorável.
Requerimento de providências (exemplo: nova tentativa de penhora
on line).
- Durante o prazo de paralisação da execução, não se pode praticar
validamente atos processuais, salvo as providências urgentes,
necessárias à preservação do objeto da execução ou dos bens
penhorados (penhora, alienação antecipada de bens, redução ou
ampliação da penhora etc.).
EXERCÍCIO 
- Indique se as matérias abaixo são ou não passíveis de exceção de pré-executividade:
a) prescrição;
b) alegação de que a dívida foi paga e que dependa de dilação probatória.
c) ilegitimidade passiva do executado;
d) nulidades absolutas do título, declaráveis de ofício;
e) fatos que dependam da realização de provas;
f) valor e periodicidade da multa coercitiva;
g) inexistência de título executivo;
h) alegações referentes ao mérito da execução;
i) iliquidez do título;
j) excesso de execução perceptível de imediato, sem dilação probatória.
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO
CPC, arts. 924 e 925 
- A execução objetiva a alienação do patrimônio do devedor até a integral
satisfação do crédito.
- Finda a finalidade da execução, ou ficando esta inviabilizada por outra
razão (exemplo: reconhecimento da prescrição intercorrente), a execução
deverá ser formalmente concluída, dando-se fim ao processo.
- A extinção da execução se dá por ato judicial caracterizado como
sentença (todo ato que põe fim ao processo em primeiro grau constitui
sentença).
- A extinção só produz efeito quando declarada por sentença (CPC, art.
925).
- Recurso cabível: apelação.
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO
CPC, arts. 924 e 925 
- Extingue-se a execução quando (CPC, art. 924):
I – a petição inicial for indeferida;
II – a obrigação for satisfeita;
III – o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da
dívida;
IV – o exequente renunciar ao crédito;
V – ocorrer a prescrição intercorrente.Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente
aos créditos inscritos na forma da lei (IX);
- o crédito referente às contribuições ordinárias ou
extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva
convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas (X);
- a certidão expedida por serventia notarial ou de registro
relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas
pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas
em lei (XI);
- todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a
lei atribuir força executiva (XII). Exemplos: cédulas de crédito
rural, comercial e industrial; créditos dos órgãos de controle
do exercício profissional – CREA, OAB etc.
QUEM PODE PROMOVER A EXECUÇÃO 
(LEGITIMAÇÃO ATIVA) – CPC, 778
- o credor a quem a lei confere título executivo
(ordinária/originária);
- o Ministério Público, nos casos prescritos em lei (Lei Ação
Popular, art. 16; Lei Ação Civil Pública, art. 15; CDC, art. 100,
caput c/c 82, I). Extraordinária.
- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre
que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante
do título executivo (ordinária/derivada);
- o cessionário, quando o direito resultante do título executivo
lhe foi transferido por ato entre vivos (ordinária/derivada);
- o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou
convencional (CC, arts. 356 a 351) . Ordinária/derivada.
* Litisconsórcio ativo
SUJEITOS PASSIVOS – CPC, ART. 779
- o devedor, reconhecido como tal no título executivo
(ordinária/originária);
- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor
(ordinária/derivada);
- o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo (ordinária/derivada);
- o fiador do débito constante em título extrajudicial (extraordinária);
- o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao
pagamento do débito;
- o responsável tributário, assim definido em lei (CTN, arts. 128 a 138
– adquirentes, sucessores, pais/tutores, administrador da massa
falida, inventariante etc.). Ordinária/originária.
COMPETÊNCIA
- Nas execuções fundadas em títulos executivos judiciais
(cumprimento de sentença), a competência será (CPC, art.
516):
a) dos tribunais, nas causas de sua competência originária;
b) do juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição.
O exequente poderá optar pelo atual domicílio do executado,
pelo juízo do local onde se encontrem os bens ou pelo juízo do
local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não
fazer (parágrafo único);
c) do juízo cível competente, quando se tratar de sentença
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Idem “b” (parágrafo único);
d) da Justiça Federal de primeiro grau, para a execução de
sentença estrangeira homologada pelo STJ (CF, art. 109, X).
COMPETÊNCIA
- Nas execuções fundadas em títulos executivos extrajudiciais, a
competência será determinada (CPC, art. 781) pelo(a):
• domicílio do executado. Tendo mais de um domicílio, o executado
poderá ser demandado em qualquer um deles. Sendo incerto ou
desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do
exequente;
• havendo mais de um devedor com domicílios diferentes, a execução
será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
• foro de eleição constante do título;
• a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou
o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo
que nele não mais resida o executado.
- Em qualquer processo executivo, a incompetência absoluta deverá ser
conhecida pelo juiz de ofício, a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição (CPC, art. 64, §1º); a relativa terá de ser arguida pelo executado
em sua defesa – impugnação (cumprimento de sentença) ou embargos
(título extrajudicial) -, sob pena de ser prorrogada (CPC, art. 65).
EXERCÍCIO
Maria entregou em locação a João um imóvel residencial. Pedro assumiu, por
escrito, a corresponsabilidade pelo pagamento dos alugueres na qualidade de
fiador de João. João parou de pagar os alugueres. Maria ingressou em juízo
com uma demanda de despejo por falta de pagamento cumulada com
cobrança de alugueres, julgada procedente na íntegra. A demanda foi
proposta apenas em face de João. Transitada em julgado a sentença, o imóvel
foi voluntariamente desocupado por João. Maria iniciou o cumprimento de
sentença com o objetivo de cobrar os alugueres atrasados. Maria direcionou a
execução em face de João (locatário) e também de Pedro (fiador). Na
qualidade de advogado de Pedro (fiador), responda:
a) a iniciativa de Maria foi correta?
b) com base no que foi visto até agora sobre tutela executiva, que matéria
poderia ser alegada em defesa?
c) a alegação seria de mérito ou como preliminar processual? Fundamente a
resposta.
d) se acatada a defesa, qual seria o desfecho do processo no tocante à
situação de Pedro? Fundamente.
e) a matéria poderia ser conhecida de ofício pelo juiz, caso não alegada por
Pedro?
CPC, art. 513, §5º:
“O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face 
do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver 
participado da fase de conhecimento”.
Súmula nº 268 do STJ:
“O fiador que não integrou a relação processual na ação de
despejo não responde pela execução do julgado”.
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER 
EXECUÇÃO - EXIGIBILIDADE (CPC, ARTIGOS 786 A 788)
- Inadimplemento do devedor
- O credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir,
se o devedor cumprir a obrigação (o adimplemento deve ser
comprovado pelo devedor – impugnação/embargos).
- Recusa do credor caso a prestação oferecida pelo devedor
não corresponder ao direito ou à obrigação (princípio da
especificidade).
- Exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti
contractus).
INADIMPLEMENTO e EXIGIBILIDADE: condições da ação
(interesse de agir) ou pressupostos do processo de execução
(CPC, art. 337, XI). Matérias de ordem pública, examináveis
de ofício pelo juiz (CPC, art. 337, §5º e 803, parágrafo único).
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
- Artigo 789 do CPC: “O devedor responde com todos os seus
bens presentes e futuros para o cumprimento de suas
obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
“Consiste na situação de sujeição à atuação da sanção. É a
situação em que se encontra o devedor de não poder impedir
que a sanção seja realizada mediante a agressão direta ao seu
patrimônio. Traduz-se na destinação dos bens do devedor a
satisfazer o direito do credor” (LUIZ RODRIGUES WAMBIER).
- Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade
patrimonial (CPC, arts. 833 e 834) – Lei nº 8009/90 (bem de
família).
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Responsabilidade executória secundária (CPC, arts. 790 e 791):
- do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito
real ou obrigação reipersecutória;
- do sócio, nos termos da lei (CPC, art. 795). Sociedades simples, em nome
coletivo, em comandita simples, limitadas (enquanto não integralizado o
capital social). Desconsideração da personalidade jurídica: abuso de direito
- confusão patrimonial ou desvio de finalidade (CC, art. 50). Incidente de
desconsideração da personalidade jurídica (CPC, arts. 133 a 137);
- do devedor, quando em poder de terceiros;
- do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de
sua meação respondem pela dívida (obrigação contraída em benefício da
família);
- dos bens alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução.
EVICÇÃO
EMBARGOS DE TERCEIRO
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
- Fraude à execução (CPC, art. 792):
• pendência sobre o bem de ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada
no respectivo registro público, se houver (I);
• quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência doprocesso
de execução, na forma do art. 828 (II);
• quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária (CPC,
art. 495) ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde
foi arguida a fraude (III);
• quando, ao tempo da alienação ou oneração, tramitava contra o devedor
ação capaz de reduzi-lo à insolvência (IV). Ação em curso, com citação
válida;
• nos demais casos expressos em lei (CTN, art. 185; CPC, art. 856, §3º
etc.).
CP, art. 179 (crime contra o patrimônio).
- Fraude à execução x fraude contra credores (CC, arts. 158 a 165).
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
* Imóveis:
Lei nº 7.433, de 18 de dezembro de 1985:
“Art. 1º Na lavratura de atos notariais, inclusive os relativos a
imóveis, além dos documentos de identificação das partes,
somente serão apresentados os documentos expressamente
determinados nesta Lei.
§2º O Tabelião consignará no ato notarial, a apresentação do
documento comprobatório do pagamento do Imposto de
Transmissão inter vivos, as certidões fiscais, feitos ajuizados, e
ônus reais, ficando dispensada sua transcrição”.
- E se houver a dispensa da certidão de feitos ajuizados pelo
adquirente ?!?
* Bens não sujeitos a registro: CPC, art. 792, §2º (o terceiro
adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas
necessárias para a aquisição – certidões).
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Superior Tribunal de Justiça (a relevância da boa-fé do
adquirente):
“SÚMULA Nº 375. O reconhecimento da fraude à execução depende do
registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro
adquirente”.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
- Quando o credor estiver na posse de coisa pertencente ao
devedor, por direito de retenção (CPC, art. 793).
- A situação do fiador na execução (CPC, art. 794).
- Quando os bens particulares dos sócios respondem pelas
dívidas da sociedade. O sócio tem o direito de excutir antes os
bens da sociedade (CPC, art. 795).
- O espólio responde pelas dívidas do falecido. Feita a partilha,
cada herdeiro responde por elas na proporção da parte que na
herança lhe coube (CPC, art. 796).
DISPOSIÇÕES GERAIS
- Aplicação subsidiária à execução das disposições que regem o
processo de conhecimento (CPC, art. 771, parágrafo único).
Intervenção de terceiros.
- Atos atentatórios à dignidade da justiça (CPC, art. 774):
• fraude à execução;
• emprego de ardis e meios artificiosos;
• dificulta ou embaraça a realização da penhora;
• resistência injustificada às ordens judiciais;
• quando o devedor, intimado, deixa de indicar quais são e onde
estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem
exibe prova de sua propriedade.
- Multa de até 20% do valor atualizado do débito, sem prejuízo
de outras sanções de natureza processual ou material (parágrafo
único).
EXERCÍCIO PRÁTICO
EXTRAÍDO DO X EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2013)
José Afonso, engenheiro, solteiro, adquiriu de Lúcia Maria, enfermeira, solteira,
residente na Avenida dos Bandeirantes, 555, São Paulo/SP, pelo valor de
R$100.000,00, uma casa para sua moradia, situada na cidade de Mucurici/ES, Rua
Central, nº 123, bairro Funcionários. O instrumento particular de compromisso de
compra e venda, sem cláusula de arrependimento, foi assinado pelas partes em
02/05/2011. O valor ajustado foi quitado por meio de depósito bancário em uma
única parcela. Dez meses após a aquisição do imóvel onde passou a residir, ao fazer
o levantamento de certidões necessárias à lavratura de escritura pública de compra
e venda e respectivo registro, José Afonso toma ciência da existência de penhora
sobre o imóvel, determinada pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Itaperuna/RJ, nos autos
da execução de título extrajudicial nº 6002/2011, ajuizada por Carlos Batista,
contador, solteiro, residente à Rua Rio Branco, 600, Itaperuna/RJ, em face de Lúcia
Maria, visando receber valor representado por cheque emitido e vencido quatro
meses após a venda do imóvel. A determinação de penhora do imóvel ocorreu em
razão de expresso requerimento formulado na inicial da execução por Carlos
Batista, tendo o credor desprezado a existência de outros imóveis livres e
desimpedidos de titularidade de Lúcia Maria, cidadã de posses na cidade onde
reside.
- Qual é o meio processual adequado para afastar a constrição judicial invasiva?
- Quais as matérias alegáveis?
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
- Cabível, em geral, na execução de título judicial.
- Sentenças ilíquidas, com necessidade de determinação do
valor da condenação ou de individualização do objeto (CPC,
art. 491, 1º).
- A liquidação poderá ser requerida mesmo na pendência de
recurso (CPC, art. 512).
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
- Trata-se de um incidente que ocorre entre a sentença e a fase
de execução (CPC, art. 509).
- É defeso, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a
sentença que a julgou (CPC, art. 509, §4º).
- Limitação ao pedido da parte.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
- Quando na sentença houver uma parte líquida e outra
ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a
execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta
(CPC, 509, §1º).
- Decisão de liquidação: cunho declaratório.
- Recurso cabível: agravo de instrumento (CPC, art. 1.015,
parágrafo único).
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
- Espécies de liquidação (CPC, art. 509):
a) por arbitramento (I): quando determinado pela
sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela
natureza do objeto da liquidação;
b) pelo procedimento comum (II): quando houver
necessidade de alegar e provar fato novo;
c) por cálculo do credor (§2º): quando a determinação do
valor da condenação depender apenas de cálculo
aritmético.
EXERCÍCIO
Carlos tomou um empréstimo junto a um banco, mediante contrato
escrito firmado por duas testemunhas. Fernando assumiu a
corresponsabilidade pelo pagamento do empréstimo, assinando o
contrato na qualidade de fiador de Carlos. Carlos inadimpliu o
empréstimo. Pretendendo receber os valores a que faz jus, o banco
precisará ingressar com uma demanda judicial. Responda:
a) que tipo de processo poderá ser utilizado pelo banco para a
cobrança dos valores? Justifique a resposta.
b) quem poderá ser incluído no polo passivo da demanda?
c) se Fernando (fiador) resolvesse pagar a dívida no curso do
processo, para depois cobrá-la de Carlos, mediante tutela
executiva, indique qual seria a hipótese de legitimação ativa.
d) Fernando poderia promover a execução nos mesmos autos de
processo ou teria que ajuizar uma nova demanda em face de
Carlos?
EXERCÍCIO
João responde a uma demanda indenizatória em decorrência de
acidente de trânsito que provocou. A sentença de procedência
transitou em julgado. Iniciada a execução, o credor promoveu a
penhora sobre o único imóvel de propriedade de João, destinado a
uma locação comercial. Intimado da penhora e ciente do risco de
perder o bem, João rapidamente vendeu o imóvel a Alberto, antes que
a penhora fosse registrada na matrícula imobiliária. Alberto não tinha
conhecimento da demanda indenizatória.
a) trata-se de fraude à execução ou fraude contra credores?
Justifique.
b) o credor poderá requerer a decretação de ineficácia da compra e
venda na própria execução ou terá que ajuizar demanda
específica?
c) a qual sanção processual estará sujeito João?
d) o adquirente Alberto poderá se defender ingressando na própria
execução ou terá que promover um processo autônomo? Qual seria
a medida judicial mais adequada?
CLASSIFICAÇÃO
- Quanto à origem do título executivo, a execução será fundada em:
a) título judicial;
b) título extrajudicial.
- Quanto à estabilidade do título executivo:
a) execução definitiva (título executivo judicial que já transitou em
julgado ou título executivo extrajudicial);
b) execução provisória.
Cumprimento provisório de sentença (CPC, arts. 520 a 522):
• iniciativa e responsabilidade do credor (reparação de danos por arbitramento);
• fica sem efeito se houver reforma ou desconstituição da sentença, restituindo-
se as partes ao estado anterior (ver CPC, art. 520, §4º) e liquidando-se
eventuais prejuízosnos mesmos autos;
• o levantamento de dinheiro e a prática de atos de alienação de propriedade
ou dos quais possa resultar grave dano ao devedor dependem de caução
suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos;
• a caução poderá ser dispensada (CPC, art. 521): nos casos de crédito
alimentar, independentemente de sua origem; demonstrando o credor situação
de necessidade; quando pendente o agravo do art. 1.042; se a sentença estiver
em consonância com súmula de jurisprudência do STF ou do STJ ou em
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação (parágrafo único).
• não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de peças
obrigatórias e facultativas, declaradas autênticas pelo advogado, sob sua
responsabilidade pessoal (CPC, art. 522, parágrafo único).
CLASSIFICAÇÃO
- Quanto à natureza e ao objeto da prestação:
a) execução para entrega de coisa certa ou incerta;
b) execução de obrigações de fazer ou não fazer;
c) execução por quantia certa (devedor solvente ou insolvente).
- Quanto à especificidade do objeto da prestação:
a) execução específica (possível ou impossível);
b) execução genérica (frutífera ou infrutífera).
CLASSIFICAÇÃO
- Quanto à especialidade do procedimento em face de peculiaridades
do direito material:
a) execuções especiais (alimentos, fiscal, contra a Fazenda Pública,
etc.);
b) execuções gerais.
- Quanto à solvabilidade do devedor:
a) devedor solvente (execução por quantia certa contra devedor
solvente;
b) devedor insolvente (recuperação judicial, extrajudicial e falência –
Lei 11.101/2005).
DISPOSIÇÕES GERAIS
- Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente
que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens
penhorados (CPC, art. 797).
- Recaindo mais de uma penhora sobre os mesmos bens, cada credor
conservará o seu título de preferência (parágrafo único).
DISPOSIÇÕES GERAIS
- Requisitos específicos da execução (CPC, artigos, 524, 798 e 799). O credor deve:
a) requerer a citação ou a intimação do devedor;
b) instruir a petição inicial (art. 798):
* com o título executivo extrajudicial;
* com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da
ação, quando se tratar de execução por quantia certa (liquidação por
cálculo). Elementos obrigatórios: parágrafo único;
* com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art.
514), ou de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que
lhe assegura o cumprimento (se o executado não for obrigado a satisfazer
a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente).
Exigibilidade.
c) indicar a espécie de execução que prefere, quando por mais de um modo puder
ser efetuada. Porém, a execução terá que ser feita pelo modo menos gravoso ao
devedor (art. 805);
DISPOSIÇÕES GERAIS
d) indicar os nomes completos do exequente e do executado e seus
números de inscrição no CPF ou CNPJ;
e) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível;
f) requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético
ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por
penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária. A arrematação
feita sem a intimação do credor com garantia real será ineficaz com
relação ao mesmo (CPC, art. 804);
g) requerer a intimação do titular do usufruto, uso ou habitação,
quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou
habitação (art. 804, §6º);
DISPOSIÇÕES GERAIS
h) requerer a intimação do promitente comprador ou do promitente
vendedor, quando a penhora recair sobre bem ou direito relacionado a
promessa de compra e venda registrada (art. 804, §3º);
i) requerer a intimação do proprietário, superficiário, enfiteuta ou
concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão
de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de
uso (art. 804, §§4º e 5º);
j) requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota
social ou de ação de sociedade anônima fechada, para que fique
assegurado o direito de preferência dos sócios (art. 876, §7º);
k) proceder à averbação em registro público do ato de propositura da
execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de
terceiros.
DISPOSIÇÕES GERAIS
- Emenda da petição inicial (CPC, art. 801), no prazo de 15 (quinze) dias,
sob pena de indeferimento (CPC, art. 321).
- O despacho que ordena a citação, desde que realizada em observância
ao disposto no art. 240, §2º do CPC, interrompe a prescrição, ainda que
proferido por juiz incompetente (CPC, art. 802).
- Nulidade da execução, pronunciada pelo juiz de ofício ou a requerimento
da parte (CPC, art. 803):
* se o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação
certa, líquida e exigível (art. 586);
* se o executado não for regularmente citado (devido processo
legal);
* se instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrido o
termo.
PRETENSÃO QUE NECESSITA DE UMA CONDUTA DO EXECUTADO
TÍTULO (OBRIGAÇÃO LÍQUIDA, CERTA E EXIGÍVEL)
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL
ENTREGA DE COISA CERTA OU INCERTA/OBRIGAÇÃO DE FAZER OU DE 
NÃO FAZER/PAGAMENTO DE QUANTIA 
EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL (RITO)
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA 
- Tutela de pretensões à entrega de coisas fundadas tanto no direito
real quanto pessoal.
- Título judicial (cumprimento de sentença): artigo 538
- Título extrajudicial: artigos 806 a 813
- Disposições comuns ao cumprimento de sentença e à execução de
título extrajudicial: para a efetivação da tutela específica ou obtenção
do resultado prático equivalente, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as medidas necessárias à
satisfação do exequente (imposição de multa diária). CPC, art. 536 c/c
art. 538, §3º e art. 806, §1º). Princípio da especificidade.
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA 
Multa diária (art. 537):
- independe do requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória, na sentença ou na fase de execução;
- será devida ao exequente;
- valor suficiente e compatível com a obrigação;
- prazo razoável para o cumprimento do preceito;
- o valor ou a periodicidade poderão ser modificados pelo juiz a qualquer tempo,
de ofício ou a requerimento;
- a decisão que fixar a multa é passível de cumprimento provisório (o levantamento
pelo credor somente poderá ocorrer após o trânsito em julgado da sentença);
- necessidade de prévia intimação pessoal do devedor (Súmula 410 do STJ).
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA 
Cumprimento de sentença (CPC, art. 538):
- Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido no título judicial,
será expedido mandado de busca e apreensão (bens móveis) ou de
imissão na posse (imóveis) em favor do credor.
- A existência de benfeitorias e o direito de retenção devem ser
alegados na fase de conhecimento, em contestação, de forma
discriminada (§§2º e 3º).
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA
(CPC, arts. 806 a 810) 
Execução de título extrajudicial:
- O devedor será citado para entregar a coisa em 15 (quinze) dias, sob pena de
busca e apreensão (bens móveis) ou imissão na posse (imóveis) - CPC, art. 806.
- Se o executado entregar a coisa, a execução poderá prosseguir para o
pagamento dos frutos ou ressarcimento de prejuízos (art. 807).
- Alienada a coisa quando já litigiosa, o terceiro adquirente somente será
ouvido após depositá-la (art. 808).
- Quando a coisa se deteriorar, não for entregue, não encontrada ou não
reclamada do poder de terceiro adquirente, o exequente tem o direito de receber
o valor da coisa, além de perdas e danos. Liquidação (art. 809).
- A liquidação prévia é obrigatória se houver benfeitorias indenizáveis feitas na
coisa pelo executado ou pelo terceiro adquirente. Saldo em favor do exequente ou
do executado (art. 810).
EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA
No processo de conhecimentoe nas ações
executivas lato sensu, o direito de retenção e
de indenização por benfeitorias deve ser
postulado na contestação (processo de
conhecimento), sob pena de preclusão. O
direito de retenção não é matéria passível de
impugnação ao cumprimento de sentença
(título judicial), mas apenas de embargos
(título extrajudicial).
ENTREGA DE COISA CERTA 
BENFEITORIAS INDENIZÁVEIS AO POSSUIDOR
(CC, artigos 1.219 e 1.220)
CC, ART. 96 BOA-FÉ MÁ-FÉ
NECESSÁRIAS sim sim
ÚTEIS sim não
VOLUPTUÁRIAS Pode levantar 
desde que sem 
prejuízo à coisa
Não pode levantar
DIREITO DE RETENÇÃO: 
POSSUIDOR DE BOA-FÉ 
(BENFEITORIAS NECESSÁRIAS OU 
ÚTEIS)
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL PARA ENTREGA DE COISA INCERTA 
(CPC, artigos 811 a 813)
- Aplicação das disposições relativas à execução para entrega de coisa
certa, se não houver regra específica (art. 813).
- Coisas determinadas pelo gênero e quantidade. Coisas incertas x
coisas fungíveis.
- Em geral, a escolha cabe ao devedor, o qual não poderá dar coisa
pior, nem será obrigado a prestar a melhor (CC, artigos 243 e 244).
- O devedor será citado para entregar a coisa individualizada, se lhe
couber a escolha. Se a escolha couber ao credor, este terá que indicar
a coisa na petição inicial (CPC, art. 811).
- Qualquer das partes poderá impugnar a escolha feita pela outra, no
prazo de 15 (quinze) dias, hipótese em que o juiz decidirá de plano ou,
se necessário, após ouvir perito de sua confiança (art. 812).
EXERCÍCIO
- Alfredo é portador de diabetes e necessita de determinado medicamento em
caráter permanente. Sendo uma pessoa carente, desprovida de recursos
financeiros, procurou o Estado, munido dos documentos médicos que atestavam
seu estado de saúde, para a obtenção gratuita dos medicamentos, mas não teve
êxito. Alfredo então ingressou com uma demanda judicial e obteve sentença que
lhe assegura o direito de receber gratuitamente do Estado o medicamento de que
necessita. O Estado interpôs recurso de apelação visando a reforma da sentença,
recebido apenas no efeito devolutivo. Alfredo não pode aguardar o julgamento
definitivo da causa, pois precisa do medicamento sob risco de morte ou de sofrer
graves sequelas. Responda:
a) Diante da situação processual descrita supra e com base na matéria relativa à
tutela executiva, qual é a medida mais adequada para que Alfredo possa receber o
medicamento com maior rapidez?
b) Quanto à origem e à estabilidade do título executivo em questão, bem como
quanto à natureza ou objeto da prestação, classificar a execução em exame.
c) Em sua opinião, Alfredo terá que prestar caução para exigir o cumprimento do
preceito? Justifique.
EXERCÍCIO
(XVII Exame de Ordem – set 2015) Josué, que não tinha
lugar para morar com a família, ocupou determinada área
urbana de 500 metros quadrados. Como ignorava a
titularidade do imóvel, o qual se encontrava sem
demarcação e aparentemente abandonado, nele construiu
uma casa de alvenaria, com três quartos, furou um poço,
plantou grama, e, como não possuía outro imóvel, fixou
residência com a mulher e os cinco filhos, por cerca de
dois anos, sem ser molestado. Matusalém, proprietário do
imóvel, ao tomar conhecimento da ocupação, ajuizou ação
de reintegração de posse em face de Josué.
Diante de tal situação, responda, fundamentadamente, à
seguinte indagação:
A) Na contestação, Josué poderia requerer a indenização
pelas benfeitorias realizadas?
EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER 
- Envolve atos executivos e atos com força mandamental (medidas
coercitivas).
- Objetivos (CPC, art. 536): tutela específica da obrigação, obtenção de
resultado prático equivalente ou conversão em perdas e danos
(excepcionalidade – liquidação - execução para cobrança de quantia).
- É a tutela ressarcitória na forma específica, ou seja, o reparo de um dano
mediante um fazer (MARINONI).
- Obrigações de fazer fungíveis (podem ser satisfeitas por terceiro) ou
infungíveis (aptidões e qualidades pessoais do devedor).
- Cumprimento de sentença: CPC, arts. 536 e 537.
- Execução de título extrajudicial: CPC, arts. 814 a 821.
- O devedor será citado para satisfazer a obrigação de fazer no prazo que o
juiz lhe assinar, se outro não estiver determinado no título executivo.
EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER 
Obrigação de fazer fungível:
- Se a obrigação não for satisfeita (fungível), será executada por terceiro, à
custa do devedor, ou será convertida em perdas e danos (CPC, arts. 816 e
817). Aprovação da proposta (forma menos gravosa ao devedor).
- O credor terá preferência ao terceiro, em igualdade de condições de
oferta (art. 820).
- Se o contratante não prestar o fato, ou se o praticar de modo incompleto
ou defeituoso, o credor poderá ser autorizado a concluí-lo ou a repará-lo,
por conta do contratante (art. 819).
- Prestada a obrigação, as partes serão ouvidas no prazo de 10 dias (art.
818). Impugnação.
EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER 
Obrigação de fazer infungível:
- O credor poderá requerer que o juiz lhe assine prazo para cumpri-la
(CPC, art. 821).
- Havendo recusa ou mora do devedor, a obrigação converter-se-á em
perdas e danos (parágrafo único).
EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER 
- Tutela inibitória: tutela destinada a impedir a prática de ato contrário
ao direito ou que represente o inadimplemento de uma obrigação
contratual. Tutela de remoção do ilícito que gere efeitos contínuos
(MARINONI).
- Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei
ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo para
desfazê-lo (CPC, art. 822).
- Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que
mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas
e danos. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se
em perdas e danos (art. 823).
DISPOSIÇÕES COMUNS ÀS EXECUÇÕES DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE 
NÃO FAZER 
- Medidas necessárias para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção da tutela pelo resultado prático equivalente: multa diária,
busca e apreensão de pessoas ou coisas, desfazimento de obras,
impedimento de atividade nociva etc., se necessário com requisição
de força policial (CPC, arts. 536, 537 e 814). Princípio da especificidade
- A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o credor o
requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do
resultado prático equivalente. A indenização por perdas e danos dar-
se-á sem prejuízo da multa.
- IMPUGNAÇÃO/EMBARGOS: título judicial (CPC, art. 536, §4º); título
extrajudicial (CPC, arts. 914 e seguintes).
EXERCÍCIO
- Indique a espécie de execução mais adequada para os títulos judiciais ou
extrajudiciais que envolvam condenação à entrega das coisas ou prestação das
obrigações mencionadas abaixo:
a) entrega de 100 (cem) sacas de café;
b) entrega do veículo GM, modelo Celta, cor branca, placa AAA-0001, ano/modelo
2017;
c) demolição de uma casa construída sem alvará, em lugar impróprio;
d) entrega de um veículo Renault Sandero, 0 km;
e) pagamento de um empréstimo inadimplido;
f) reforma de uma sala comercial;
g) devolução de um imóvel que havia sido emprestado (comodato);
h) outorga de escritura definitiva de compra e venda de imóvel.
EXERCÍCIO
Carlos, arquiteto famoso e extremamente talentoso, assina um
contrato de prestação de serviços com Marcelo, comprometendo-se a
elaborar e executar um projeto de obra de arquitetura no prazo de 06
(seis) meses. Destaque-se, ainda, que Marcelo procurou os serviços de
Carlos em virtude do respeito e da reputação que este possui em seu
ramo de atividade. Entretanto, passado o prazo estipulado e, após
tentativas frustradas de contato, Carlos não realiza o serviço
contratado, não restando alternativa para Marcelo a não ser a
propositura de uma ação judicial.
Diante do caso concreto, responda fundamentadamente:
- Tendo em vista tratar-se de obrigação de fazer infungível
(personalíssima), de que maneira a questão poderá ser solucionada
pelo Poder Judiciário? (VII Exame de Ordem Unificado – jul 2012).
EXERCÍCIO(XII Exame de Ordem) José, proprietário de imóvel situado na Av. Itália,
120, na cidade de Salvador/BA, concluiu a edificação de 100 baias
destinadas à criação de porcos, sem a observância de lei municipal
que proíbe a atividade em bairro residencial. Não bastasse o
descumprimento da lei municipal, a malcheirosa atividade vem
atraindo ratos e moscas para a residência de João, vizinho contíguo.
Diante da situação, João pretende ajuizar demanda em face de José.
Com base em tal situação, responda ao item a seguir, utilizando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente
ao caso.
A) A partir dos elementos de direito material constantes no
enunciado, a pretensão de João será cabível?
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
- Hipóteses de aplicação:
a) quando o título executivo (judicial ou extrajudicial) sujeita o
devedor ao pagamento de quantia certa em dinheiro;
b) em substituição à execução por coisa certa/incerta ou à execução
de obrigação de fazer/não fazer, quando houver conversão em perdas
e danos.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
- Tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o
direito do credor (CPC, art. 824).
Modalidades de expropriação (art. 825):
a) adjudicação;
b) alienação;
c) apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de
estabelecimentos e de outros bens.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
- Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis (CPC,
art. 832).
Bens absolutamente impenhoráveis (art. 833):
* os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
* os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência
do devedor, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
* os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
* os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de
aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal. Exceções:
prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como importâncias
excedentes a 50 (cinquenta) salários mínimos mensais (§2º);
* os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado (ver §3º);
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA 
Bens absolutamente impenhoráveis (continuação):
* o seguro de vida;
* os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas
forem penhoradas;
* a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família (CF, art. 5º, XXVI). Estatuto da Terra (um
módulo fiscal);
* os recursos públicos recebidos por instituições privadas para
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
* a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40
(quarenta) salários mínimos;
* os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da
lei, por partido político;
* os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob
regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. PENHORA. SALÁRIO. 1. Embora razoável admitir
o reestabelecimento dos descontos em folha de pagamento referentes às parcelas do
empréstimo consignado, no presente caso não restou esclarecido pela recorrente o
motivo da não realização dos descontos. De ordinário, só é inviabilizada a consignação
caso ultrapassado o limite de 30% dos vencimentos do servidor. 2. Assim, considerando
que o contrato de empréstimo está em fase de execução extrajudicial, a pretensão da
agravante implica, na verdade, o bloqueio de parte do salário do executado, o que não
merece prosperar, eis que se trata de bem absolutamente impenhorável, nos termos do
art. 649, IV, do CPC. Precedentes do STJ (2ª Turma, REsp 1189848/df; 4ª Turma, RMS
29.391/GO). 3. Agravo interno desprovido (TRF 2ª R.; AI 0004813-58.2012.4.02.0000;
Sétima Turma Especializada; Rel. Des. Fed. Luiz Paulo S. Araujo Filho; Julg. 01/08/2012;
DEJF 09/08/2012; Pág. 257 – in Editora Magister on line nº 14369847, repositório
autorizado do STJ nº 67/2008).
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO.
PENHORA DE SALÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 649, IV, DO CPC. PRECEDENTES. SÚMULA Nº
83/STJ. DECISÃOMANTIDA.
1. Consoante entendimento pacífico desta Corte, é incabível a penhora incidente sobre
percentual de valores recebidos a título de subsídio, soldos, salários, remunerações, proventos
de aposentadoria e pensões entre outras, em virtude de sua natureza alimentar. Inteligência
do art. 649, IV, do CPC.
2. A consonância entre a decisão recorrida e a jurisprudência do STJ obsta o conhecimento do
recurso especial, nos termos da Súmula nº 83 do STJ.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
AgRg no AREsp 478328, 4ª Turma, Rel. Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA, unânime, j. em
10/02/2015, DJe 19/02/2015.
* Cuida-se originariamente de execução de sentença, em que foi deferido pedido de
desconsideração da personalidade jurídica e bloqueio de ativos. A recorrente (sócia da
executada principal) apresentou pedido de reconsideração, tendo em vista a natureza
alimentar dos ativos penhorados, pois não foram ressalvados os salários percebidos e
depositados em sua única conta corrente. O juízo singular determinou o desbloqueio de 70%
do valor pago a título de remuneração salarial, mantendo o bloqueio dos restantes 30%. O
tribunal a quo manteve a referida penhora, bem como o bloqueio integral de outros valores
porventura depositados na conta.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
Lei nº 8.009/90 (impenhorabilidade do bem de família):
- O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e
não responderá por qualquer tipo de dívida ..., contraída pelos cônjuges ou pelos
pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses
previstas nesta lei (Súmula 364 do STJ – abrange os solteiros, separados e viúvos).
- Considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade
familiar para moradia permanente. Se houver vários imóveis utilizados como
residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver
sido registrado para esse fim.
- A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a
construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os
equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa,
desde que quitados.
Súmula nº 486 do STJ - É impenhorável o único imóvel residencial
do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação
seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
Lei nº 8.009/90 (impenhorabilidade do bem de família):
Exceções:
- os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos;
- execuções movidas em razão dos créditos de trabalhadores da própria
residência e das respectivas contribuições previdenciárias (este inciso I foi
revogado pela Lei Complementar nº 150, de 01/06/2015, artigo 46 – Lei
dos Domésticos);
- financiamento destinado à construção ou aquisição do imóvel, no limite
dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
- crédito de pensão alimentícia;
- cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições
devidas em função do imóvel familiar (condomínio edilício);
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
Lei nº 8.009/90 (impenhorabilidade do bem de família):
Exceções:
- execução de hipoteca sobre o imóvel, oferecido como garantia real pelo casal ou
pela entidade familiar;
- bem adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens;
- fiança concedida em contrato delocação.
Súmula nº 549 do STJ: “É válida a penhora de bem de família
pertencente a fiador de contrato de locação”.
- não se beneficiará aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel
mais valioso para transferir a residência familiar (art. 4º);
- quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade
restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e à área
limitada como pequena propriedade rural.
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
- Penhora de imóvel hipotecado (por outro credor) – penhora de bem
alienado fiduciariamente (direitos). Jurisprudência.
- Impenhorabilidade relativa. Podem ser penhorados, à falta de outros
bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis (CPC, art. 834).
REMIÇÃO DA EXECUÇÃO
Pode o devedor, a todo tempo, antes de adjudicados ou alienados os
bens, remir a execução, pagando ou consignando a importância
atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios (CPC,
art. 826).
Remição por terceiro (CC, arts. 304 a 307).
EXERCÍCIO
- Indique se os bens abaixo são penhoráveis ou impenhoráveis, justificando:
a) antena parabólica;
b) aparelho de ar condicionado;
c) aparelho de televisão
d) aliança de casamento;
e) armários de cozinha;
f) dormitório;
g) estofados;
h) fogão;
i) geladeira;
j) freezer;
k) máquina de lavar roupas;
l) microcomputador;
m) micro-ondas;
n) piano;
o) máquina fotográfica
p) bicicleta;
q) piscina de fibra de vidro.
EXERCÍCIO
(XII Exame de Ordem) “Y” figura como executado em ação movida por
“Z”. Devidamente citado para o pagamento da quantia obrigacional, o
demandado deixa de proceder com o pagamento no prazo legal,
motivo pelo qual o Oficial de Justiça procedeu à penhora e à avaliação
de bens, lavrou o respectivo auto e intimou o executado de tais atos,
nos exatos termos da lei. A penhora recaiu sobre uma vaga de
garagem que possuía matrícula própria no Registro de Imóveis e que
fora indicada pelo credor na inicial da ação de execução. Y opôs
embargos do devedor, quinze dias após a juntada do mandado da
respectiva intimação aos autos, por meio do qual arguiu que o objeto
da penhora constituía bem de família, estando insuscetível ao ato
constritivo. Considerando a situação apresentada, responda,
fundamentadamente, ao item a seguir:
A) O embargante está correto nas suas razões? Indique se os bens
abaixo são penhoráveis ou impenhoráveis, justificando.
* Súmula nº 449 do STJ
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (CUMPRIMENTO DE SENTENÇA) 
EXECUÇÃO (CPC, arts. 523 e 524)
INTIMAÇÃO DO DEVEDOR P/ PAGAMENTO (15 DIAS)
SE NÃO PAGAR SE PAGAR
MULTA DE 10% E HONORÁRIOS DE 10% ENTREGA DO DINHEIRO 
(CPC, 904, I)
PENHORA, AVALIAÇÃO
E DEMAIS ATOS EXECUTÓRIOS EXTINÇÃO (CPC, 924, II)
IMPUGNAÇÃO EM 15 DIAS, 
INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA OU NOVA INTIMAÇÃO (CPC, art. 525)
* Aplicação subsidiária das regras relativas à execução de título extrajudicial: CPC, art. 513
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL 
EXECUÇÃO (CPC, ART. 829) 
CITAÇÃO DO DEVEDOR P/ PAGAMENTO (3 DIAS)
SE NÃO PAGAR SE PAGAR
ENTREGA DO DINHEIRO (CPC, ART. 904, I)
PENHORA, AVALIAÇÃO
E DEMAIS ATOS EXECUTÓRIOS 
EXTINÇÃO (CPC, 924, II)
EMBARGOS (CPC, arts. 914 e seguintes) – 15 DIAS APÓS CITAÇÃO
PEDIDO DE PARCELAMENTO (CPC, art. 916) - Não se aplica ao cumprimento de sentença (§7º)
DA CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DO EXECUTADO E DA INDICAÇÃO DE BENS
Peculiaridades (citação/intimação):
- Execução por título executivo extrajudicial:
* A citação é feita por oficial de justiça, para pagamento em 3 (três) dias (CPC, art. 829).
- Cumprimento de sentença:
* Intimação do devedor para pagamento do débito no prazo de 15 (quinze) dias.
CPC, art. 513...
“§2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I – pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II – por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver
advogado constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III – por meio eletrônico, quando, no caso do §1º do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos;
IV – por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento.
§3º Na hipótese do §2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado
de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
§4º Se o requerimento a que alude o §1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença,
a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao
endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no §3º deste artigo.”
DA CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DO EXECUTADO E DA INDICAÇÃO DE BENS
- O devedor pode, antes de ser intimado para o cumprimento de
sentença, oferecer em juízo o pagamento que entender devido,
apresentando memória discriminada de cálculo (CPC, art. 526).
- Iniciado o cumprimento de sentença e não ocorrendo o pagamento
voluntário no prazo de 15 (quinze) dias, o débito será acrescido de
multa de 10% (dez por cento) e honorários advocatícios de 10% (dez
por cento) – art. 523, §1º
- Ao despachar a inicial da execução de título extrajudicial, o juiz fixará,
de plano, os honorários advocatícios de 10% (de por cento) a serem
pagos pelo executado (art. 827). No caso de integral pagamento, a
verba honorária será reduzida pela metade (§1º). O valor dos
honorários poderá ser elevado em até 20% (vinte por cento), quando
rejeitados os embargos (§2º).
DA CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DO EXECUTADO E DA INDICAÇÃO DE BENS
- Averbação da execução no registro de imóveis, de veículos ou de
outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade: CPC, art.
art. 828. Cancelamento das averbações relativas aos bens não
penhorados (§2º). Presunção de fraude à execução (§4º).
Responsabilidade do exequente por abusos (§5º).
- O credor poderá, na petição inicial da execução, indicar os bens a
serem penhorados (CPC, art. 798, II, “c”). O executado poderá nomear
bens que lhe causem menor gravame e também não causem prejuízo
ao exequente (art. 829, §2º). Discussão sobre a ordem de preferência
(art. 835).
DA CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DO EXECUTADO E DA INDICAÇÃO DE BENS
- O juiz poderá, a qualquer tempo, intimar o devedor para indicar bens
passíveis de penhora. Ato atentatório à dignidade da justiça (CPC, art.
774, V).
- O devedor também poderá nomear bens à penhora. Impugnação ou
concordância do credor (ordem de preferência). CPC, art. 829, §2º.
- Arresto: se o devedor não for intimado/citado, o oficial de justiça
arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para a garantia do débito
(CPC, art. 830). Tentativas de citação pessoal ou com hora certa nos 10
(dez) dias subsequentes (§1º). Citação por edital (§2º). Conversão do
arresto em penhora independentemente de termo (§3º). Revelia
(curador especial).
DA CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DO EXECUTADO E DA INDICAÇÃO DE BENS
PENHORA
“É ato executivo e não compartilha a natureza do penhor e do
arresto. Ela não extrai o poder de disposição do executado. Tal
poder se reputará ineficaz perante o credor. Indubitavelmente, a
penhora constitui ato específico de intromissão do Estado na esfera
jurídica do obrigado, mediante apreensão material, direta ou
indireta, de bens constantes do patrimônio do devedor. A penhora é
o ato executivo que afeta determinado bem à execução, permitindo
sua ulterior expropriação, e torna os atos de disposição do seu
proprietário ineficazes em face do processo” (ARAKEN DE ASSIS).
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
- Não havendo o pagamento, o oficialde justiça procederá à penhora de
bens e sua avaliação, lavrando o respectivo auto. Se a indicação de bens
tiver sido feita pelo credor, a penhora será reduzida a termo.
- O devedor será intimado da penhora na pessoa de seu advogado ou à
sociedade de advogados (CPC, art. 841, §1º), a não ser que a penhora se
faça em sua presença, quando será intimado no ato (§3º). Se o executado
não tiver advogado, será intimado pessoalmente, de preferência por via
postal (§2º). Considera-se realizada a intimação quando o executado
houver mudado de endereço sem previa comunicação ao juízo (§4º).
- Recaindo a penhora em bem imóvel ou direito real sobre imóvel, o
cônjuge do executado também será intimado, salvo se forem casados em
regime de separação absoluta de bens (art. 842). Tratando-se de bem
indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
produto da alienação do bem (art. 843). Direito de preferência (§1º). A
expropriação deve garantir ao cônjuge sua quota-parte (§2º).
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
- Ordem de preferência para a penhora (CPC, art. 835):
a) dinheiro em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
b) títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação
em mercado;
c) títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
d) veículos de via terrestre;
e) bens imóveis;
f) bens móveis em geral;
g) semoventes;
h) navios e aeronaves;
i) ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
j) percentual do faturamento da empresa devedora;
k) pedras e metais preciosos;
l) direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação
fiduciária em garantia;
m) outros direitos.
- Na execução de crédito com garantia real (hipoteca, penhor etc.), a penhora recairá
sobre a sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será
também esse intimado da penhora (CPC, art. 835, §3º).
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
- Modificações da penhora (CPC, arts. 847 a 851):
* Substituição do bem penhorado a pedido do executado quando for menos
onerosa e não trouxer prejuízo ao exequente (art. 847). Se o bem for imóvel, deve
haver a anuência expressa do cônjuge (§3º).
* Substituição da penhora por qualquer das partes (art. 848): desrespeito à ordem
legal; outros bens que não os designados em lei, contrato ou ato judicial; se,
havendo bens no foro da execução, outros houverem sido penhorados; se,
havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens embaraçados; bens de
baixa liquidez; fracasso na tentativa de alienação judicial do bem; ou se o
executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas
em lei.
* Substituição da penhora por fiança bancária ou seguro garantia judicial, com
acréscimo de 30% (CPC, art. 835, §2º e 848, parágrafo único).
* Não se procede à segunda penhora, salvo se: a) a primeira for anulada; b)
executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do
credor; c) o credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens, ou
por estarem submetidos a constrição judicial (art. 851).
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
- A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o
pagamento do débito e acréscimos, inclusive custas e honorários
advocatícios (CPC, art. 831).
- A penhora é feita onde quer que se encontrem os bens, ainda que sob a
posse, detenção ou guarda de terceiros (CPC, art. 845). Dispensa de carta
precatória em caso de penhora de bens imóveis e de veículos
automotores (§1º).
- Não se fará a penhora sobre bens de valores que serão absorvidos
apenas para as custas processuais (art. 836).
- Quando não encontrar bens penhoráveis, o oficial de justiça descreverá
os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do devedor
(§1º).
- Ordem de arrombamento e força policial (CPC, art. 846).
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
- A penhora será feita mediante a apreensão e o depósito dos bens
(CPC, art. 839).
- Registro da penhora para presunção absoluta de conhecimento por
terceiros, independentemente de mandado judicial (art. 844).
- Requisitos do auto de penhora (art. 838):
a) indicação do dia, mês, ano e lugar em que foi feita;
b) os nomes do exequente e do executado;
c) a descrição dos bens penhorados, com suas características;
d) a nomeação do depositário dos bens.
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
DEPÓSITO:
“É ato integrante da penhora, pelo qual se incumbe alguém da guarda e conservação dos bens
penhorados, transferindo-lhe a posse (mediata ou imediata) de tais bens” (WAMBIER).
- O depositário é auxiliar do juízo (função pública) e recebe remuneração (arts. 159 e 160).
- Depósito dos bens (art. 840):
* as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e os metais preciosos: no Banco do Brasil, na Caixa
Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou Distrito Federal possua mais da metade do
capital social integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito
designada pelo juiz;
* os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos, em
poder do depositário judicial. Se não houver, em poder do exequente (§1º).
* os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os
instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, em poder do executado (mediante caução
idônea);
* os bens poderão ficar depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando
anuir o exequente (§2º);
* as joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado
de resgate (§3º).
DA PENHORA E DO DEPÓSITO
- Não cabe mais a prisão civil do depositário judicial infiel (CF, art. 5º,
LXVII – Súmula Vinculante nº 25 do STF).
Alienação antecipada dos bens penhorados (CPC, art. 852):
- se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de
outros bens móveis sujeitos à deterioração ou depreciação;
- quando houver manifesta vantagem.
PENHORA DE DINHEIRO EM DEPÓSITO OU EM APLICAÇÃO 
FINANCEIRA (CPC, ART. 854)
- Penhora “on line”: ordem de indisponibilidade de ativos financeiros
existentes em nome do executado, por meio de sistema eletrônico, sem
dar ciência prévia ao mesmo, limitando-se a indisponibilidade ao valor
indicado na execução (CPC, art. 854). Responsabilidade da instituição
financeira (§8º).
- Ordem de cancelamento de indisponibilidade excessiva no prazo de 24
horas (§1º).
- Intimação do executado em nome de seu advogado ou pessoalmente
(§2º).
- O executado tem o prazo de 5 (cinco) dias para comprovar que os valores
são impenhoráveis ou que ainda remanesce indisponibilidade excessiva de
ativos financeiros (§3º).
- Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, haverá a
conversão da indisponibilidade em penhora, independentemente de
termo, com a transferência dos valores a uma conta vinculada ao juízo da
execução (§5º).
PENHORA DE CRÉDITOS (CPC, ARTS. 855 A 860)
- Penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque ou outros títulos: apreensão do
documento, esteja ou não em poder do devedor (CPC, art. 856).
- Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será
havido como depositário da importância (§1º).
- O terceiro só se exonerará da obrigação, depositando em juízo a
importância da dívida (§2).
- Se o terceiro negar o débito em conluio com o devedor, a quitação
que este lhe der será em fraude à execução (§3º).
- O juiz poderá determinar o comparecimento em audiência do
devedor e do terceiro, para prestar depoimento (§4º).
PENHORA DE CRÉDITOS (ARTS. 855 a 860)
- Quando não ocorrer a apreensão do título de crédito, a penhora será
considerada realizada pela intimação ao terceiro devedor para que
não pague ao executado, seu credor; ao executado, credor do terceiro
para que não pratique ato de disposição do crédito (CPC, art. 855).
- Penhora em direito e ação do devedor, sem oposição de embargos ou
havendo a rejeição destes: o credor fica sub-rogado nos direitos do
devedor até aconcorrência do seu crédito (a sub-rogação não impede
o credor de prosseguir na execução penhorando outros bens, se não
receber o crédito). O credor pode optar pela alienação judicial do
direito penhorado, caso em que declarará a sua vontade no prazo de
10 dias contados da penhora (CPC, art. 857 e §§).
PENHORA DE CRÉDITOS (CPC, ARTS. 855 A 860)
- Penhora sobre dívidas de dinheiro a juros, de direito a rendas, ou de
prestações periódicas: o credor poderá levantar os valores à medida
que forem sendo depositados, fazendo-se o abatimento do crédito –
imputação do pagamento (CPC, art. 858; CC, arts. 352 a 355).
- Penhora sobre direito que tenha por objeto prestação ou restituição
de coisa determinada: o devedor será intimado para, no vencimento,
depositá-la, correndo sobre ela a execução (CPC, art. 859).
- Penhora no rosto dos autos: averbação da penhora, com destaque,
nos autos em que o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a fim de
atingir os bens que forem adjudicados ou vierem a caber ao executado
(CPC, art. 860).
PENHORA DAS QUOTAS OU DAS AÇÕES DE SOCIEDADES 
PERSONIFICADAS (CPC, ART. 861)
- O juiz assinará prazo de até 3 (três) meses* para que a sociedade (CPC, art. 861):
a) apresente balanço especial, na forma da lei;
b) ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observado o direito de
preferência legal ou contratual;
c) não havendo interesse dos sócios na aquisição das ações, proceda à liquidação
das cotas ou das ações, depositando em juízo o valor apurado, em dinheiro. O juiz
poderá nomear administrador para estabelecer a forma de liquidação (§3º).
* Poderá haver a prorrogação do prazo nas situações previstas no §4º.
- Para evitar a liquidação, a sociedade poderá adquirir as cotas ou ações sem
redução do capital social e com utilização de reservas, para manutenção em
tesouraria (§1º). Não se aplica às sociedades anônimas de capital aberto (§2º).
- Leilão judicial das cotas ou ações: situação excepcional, se não ocorrer qualquer
das hipóteses acima (§5º).
PENHORA DE EMPRESA, DE OUTROS ESTABELECIMENTOS E 
SEMOVENTES (CPC, ARTS. 862 A 865)
- Penhora excepcional: somente poderá ser determinada se não houver outro meio
eficaz para a satisfação do crédito (CPC, art. 865).
- Penhora de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como de
semoventes, plantações ou edifício em construção: nomeação de um administrador-
depositário, para apresentar um plano de administração/esquema de pagamento (art.
862). As partes poderão escolher o administrador e ajustar a forma de administração
(art. §2º). Princípios da conservação da empresa e da menor onerosidade ao devedor.
- Edifício em construção: a penhora somente poderá recair sobre as unidades ainda não
comercializadas pelo incorporador (§3º). Poderá haver o afastamento do incorporador
da administração – comissão de representantes dos adquirentes ou
empresa/profissional indicado pela instituição fornecedora dos recursos (§4º).
- Empresa que funcione mediante concessão ou autorização: a penhora incidirá sobre a
renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio; o depositário será, de
preferência, um dos diretores (art. 863).
- Penhora sobre navio ou aeronave (interesse público nos meios de transporte): o bem
poderá continuar navegando ou operando até a alienação – o devedor fará seguro usual
contra riscos (art. 864).
PENHORA DE PERCENTUAL DE FATURAMENTO DE EMPRESA 
(CPC, ART. 866)
- Penhora que poderá ser determinada apenas se o executado não
tiver outros bens penhoráveis ou se forem de difícil alienação ou
insuficientes para saldar o crédito executado (CPC, art. 866).
- O juiz fixará o percentual e nomeará administrador-depositário que
apresentará a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente,
depositando em juízo os valores (§§1º e 2º).
- Aplicação subsidiária das regras relativas à penhora de frutos e
rendimentos de coisa móvel ou imóvel (§3º).
PENHORA DE FRUTOS E RENDIMENTOS DE COISA MÓVEL OU IMÓVEL 
(CPC, ARTS. 867 A 869)
- Modalidade de penhora aplicável se for mais eficiente ao
recebimento do crédito e menos gravosa ao executado (CPC, art. 867).
- Nomeação de administrador-depositário (exequente, executado ou
profissional qualificado), perdendo o executado o direito de usar o
bem até a quitação da dívida. Averbação da penhora no ofício
imobiliário para ter eficácia em relação a terceiros (arts. 868 e 869).
- Forma de administração e prestação de contas (art. 869, §1º).
- O administrador poderá celebrar locação do móvel ou imóvel (art.
869, §4º).
DA AVALIAÇÃO (CPC, ARTS. 870 A 875)
- É ato preparatório da expropriação. Definição do valor dos bens penhorados
(parâmetros econômicos da expropriação). É feita pelo oficial de justiça (desde que
tenha condições técnicas), pelo avaliador judicial, por perito (conhecimentos
especializados) ou pelo próprio devedor, quando sua estimativa é aceita pelo credor.
- Não há necessidade de avaliação (CPC, art. 871):
a) se o credor aceitar a estimativa feita pelo executado;
b) dos títulos ou mercadorias que tenham cotação em bolsa;
c) dos títulos da dívida pública, ações das sociedades e títulos de crédito negociáveis em
bolsa: cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial;
d) de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser
conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda
divulgados em meios de comunicação.
- Requisitos do laudo de avaliação: art. 872, I e II.
- Realizada a avaliação: manifestação das partes (CPC, art. 872, §2º). Decisão
fundamentada. Agravo de instrumento.
DA AVALIAÇÃO (CPC, ARTS. 870 A 875)
- Hipóteses de nova avaliação (CPC, art. 873):
a) ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador (arguição
fundamentada);
b) majoração ou diminuição do valor do bem posteriormente à
avaliação;
c) fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira
avaliação.
DA AVALIAÇÃO (CPC, ARTS. 870 A 875)
- Após a avaliação (art. 874):
* redução da penhora aos bens suficientes ou transferência para
outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente
superior ao crédito e acessórios;
* ampliação/reforço da penhora ou transferência para outros mais
valiosos.
DA ADJUDICAÇÃO
- É a aquisição do bem penhorado pelo próprio exequente; pelo coproprietário de bem
indivisível; pelo titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície,
concessão de uso especial ou de direito real; pelo credor com garantia real, pelo credor
concorrente (com penhora averbada anteriormente); pelo compromitente vendedor;
pelo compromitente comprador; pela União, Estado ou Município em caso de bem
tombado); pelo cônjuge, companheiro, descendentes ou ascendentes do executado
(CPC, art. 876, caput e §5º).
- Intimação do executado (§1º), salvo se tiver sido citado por edital e não tiver
procurador constituído nos autos (§3º).
- A adjudicação deve ser feita pelo valor mínimo da avaliação.
- Se feita pelo credor: depósito imediato da diferença (se o valor do bem for maior do
que o crédito) ou prosseguimento da execução pelo saldo remanescente (se for menor).
- Havendo mais de um pretendente: licitação. Se houver igualdade de oferta: terá a
preferência o cônjuge, companheiro, descendente ou ascendente , nessa ordem (§6º).
- Penhora de cotas sociais: intimação da sociedade para que os sócios possam exercer a
preferência na aquisição.
DA ADJUDICAÇÃO
- Direito de preferência dos sócios: CPC, art. 876, §7º.
- A adjudicação considera-se perfeita e acabada com a lavratura e
assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe
de secretaria e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se a
carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, se bem
imóvel, ou mandado de entrega ao adjudicatário, se bem móvel (art.
877, §1º).
- Carta de adjudicação (imóvel): descrição do imóvel, com remissão a
sua matrícula e registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de
quitação do imposto de transmissão (§2º).

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