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Aula 04 - Amostragem em Auditoria - Continuação

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Depois de estudar os conceitos desta aula você conhecerá os objetivos da 
amostragem de auditoria. 
DirEÇÃo DoS tEStES
Para Crepaudi (2000), o saldo de uma conta do balanço patrimonial ou da 
aula 04
aMoStraGEM EM 
auDitoria - CoNtiNuaÇÃo
Aula resumida dos livros, “Auditoria Contábil”, de Silvio Aparecido Crepaudi, “Auditoria” e “Auditoria Interna”, de William Attie, 
“Código de Ética do Profi ssional Contabilista”, do Decreto Lei 9.295 de maio de 1946 – Resolução 1.012/05 – NBC T – 11.11, “Auditoria”, 
de Marcelo Cavalcanti Almeida e material disponível em www.furb.br /Cunha, Paulo Roberto da; Hein, Nelson, “Amostragem de 
Auditoria”, acesso em 26/09/2008, 15h56’.
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demonstração do resultado do exercício pode estar errado para mais (superavaliado) ou para 
menos (subavaliado).
Devido a esse risco, todas as contas da contabilidade devem ser testadas para 
superavaliaçao e para subavaliação. A experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir 
os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as contas do 
ativo e despesas) e os de subavaliação para as contas credoras (geralmente, contas de passivo 
e receitas). 
Devido ao fato de as transações na contabilidade serem registradas pelo sistema de 
partidas dobradas, Crepaudi (2000) afirma que, quando se testam as contas devedoras para 
superavaliação, as contas credoras também estão sendo testadas indiretamente nesta mesma 
direção. Da mesma forma, quando se testam as contas credoras para subavaliação, as contas 
devedoras estão sendo testadas secundariamente nesta mesma direção.
Teste para Superavaliação
Neste teste, segundo Almeida (2003), o auditor parte do valor registrado no razão 
geral para o documento inicial da operação. São demonstrados os passos de auditoria no 
teste para superavaliação. O registro final representa o último registro contábil antes do 
razão geral. 
O registro inicial é elaborado com base no documento e representa o primeiro registro 
contábil em função de uma operação. O registro intermediário representa qualquer registro 
contábil elaborado entre o registro inicial e o registro final.
Para Crepaudi (2000), os procedimentos básicos de auditoria do teste para 
superavaliação são os seguintes:
• Conferir a soma da conta do razão geral;
• Selecionar o débito e conferir o seu valor com o valor total do registro final;
• Conferir a soma do registro final;
• Selecionar parcela no registro final e conferir seu valor com o valor total do registro 
intermediário;
• Conferir a soma do registro intermediário;
• Selecionar parcela no registro intermediário e conferir seu valor com o valor total 
do registro inicial;
• Conferir a soma do registro inicial;
• Selecionar parcela no registro inicial e conferir o seu valor com a documentação 
comprobatória.
Teste para Subavaliação
Para Crepaudi (2000), os procedimentos básicos de auditoria do teste para 
subavaliação são os seguintes:
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• Selecionar e inspecionar o documento-suporte;
• Verificar a inclusão do valor do documento no registro inicial;
• Conferir a soma do registro inicial;
• Verificar a inclusão do valor total do registro inicial no registro intermediário;
• Conferir a soma do registro intermediário;
• Verificar a inclusão do valor total do registro intermediário no registro final;
• Conferir a soma do registro final;
• Verificar a inclusão do valor total do registro final no registro geral;
• Conferir a soma do razão geral.
tEStES EM auDitoria
Segundo Attie (1998), a finalidade dos testes em auditoria consiste em obter provas 
de auditoria suficientes que permitam aos auditores chegarem às conclusões sobre a avaliação 
de desempenho da organização.
Para atingir esse objetivo, os testes de auditoria são realizados por grupo de duas 
ou três pessoas, em que os auditores inspecionam documentos, verificam os valores dos 
documentos nos registros iniciais da contabilidade, conferem cálculos, somas e inclusões no 
registro geral. 
Reunindo assim provas de auditoria, usando procedimento por meio do qual o auditor 
consegue a exatidão dos fatos contábeis, através de uma quantidade menor que o total geral 
do conjunto de dados. São poucas as situações nas quais os auditores precisam fazer uma 
verificação total.
EViDÊNCia EM auDitoria
Para Cunha e Hein (2006), evidência em auditoria é um conjunto de fatos comprovados, 
suficientes, competentes e pertinentes, e por definição, mais consistentes que os achados.
Sem evidência um auditor não tem nenhuma base para fazer julgamento, formar 
opinião ou efetuar um relatório. A evidência é um componente vital no processo de 
auditoria.
Existência física
De acordo com Crepaudi (2000), o exame físico consiste na verificação física de um 
bem, se há existência de uma propriedade, prédio, equipamento, máquina, dinheiro, joias, 
quadros de valor, instalações e etc. O auditor examina pessoalmente o bem, constatando sua 
existência. Subsidiariamente, outras constatações também são possíveis.
Dessa forma, para Crepaudi (2000), o exame físico compreende contagem, 
identificação, verificação de pleno uso e qualidade do bem. A efetividade de aplicação dessa 
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técnica é limitada a bens corpóreos, que possam ser objeto de qualquer prova tangível de sua 
existência.
Na emissão de sua opinião demonstrada através do parecer, o auditor deve ter a 
confiança nos dados, deve ter a certeza de que os registros estão corretos e os valores são 
adequados em função da qualidade do bem examinado.
Declaração de fontes consultadas
Para Almeida (2003), o auditor deve obter uma declaração que evidencie a 
responsabilidade da administração quanto às informações e dados e a preparação e 
apresentações contábeis submetidas aos exames de auditoria.
Declaração de fontes consultadas é aquela obtida dos exames de ofício, contrato, 
documentos comprobatórios (notas fiscais, recibos, duplicatas quitadas, etc.) e informações 
prestadas por pessoas de dentro e de fora da entidade auditada, sendo que a evidência obtida 
de fontes externas é de mais confiança que a obtida na própria organização sob auditoria.
Documentos Comprobatórios
Acolhendo estudos oriundos do Direito Comercial, para Crepaudi (2000), a 
prova documental, é a preferida por todos aqueles em busca da comprovação de um fato. 
Nas transações comerciais sempre existirá um tipo de documento que lhe explicará as 
origens, como, por exemplo, cheques, notas fiscais, faturas, recibos e duplicatas. Logo 
podemos ver que na Auditoria não é difícil concluir que as evidências constituídas por 
documentos são poderosas.
Quanto ao poder de convicção, segundo Crepaudi (2000), existem documentos 
externos que produzem um efeito maior, por serem produzidos por fontes independentes da 
empresa. Já os documentos produzidos internamente e que têm circularização externa, como 
cheques, atas de reuniões registradas e arquivadas na junta comercial, notas fiscais de vendas, 
embora não proporcionem o mesmo grau de convicção, também são bem aceitos nos exames 
de auditoria.
 
ProCEDiMENtoS DE CoNtroLE iNtErNo
Um sistema de controle interno eficiente para Crepaudi (2000), é uma garantia de que 
as demonstrações contábeis foram preparadas de forma cuidadosa. O auditor nesse, caso, vale-
se das evidências que se formam com base na explicação pela empresa, dos procedimentos de 
controle interno, tais como: autorização, conferência processual, registros etc.
Para usar os procedimentos de controle interno como evidência, é fundamental que o 
auditor avalie seu grau de efetividade, conforme tópico anterior, e se realmente estão funcionando 
como previsto. É comum o caso de funcionários que tomam atalhos a título de simplificar o 
trabalho, deixando de executar tarefas fundamentais para a segurança do sistema.
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CirCuLariZaÇÃo
Segundo Almeida (2003), esse procedimento é utilizado pelo auditor para confirmar, 
por meio de carta, bens depropriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber 
e obrigações conforme exemplificada abaixo:
• Dinheiro em conta corrente bancária;
• Contas a receber de clientes;
• Estoque em poder de terceiros;
• Títulos em poder de terceiros;
• Contas a pagar a fornecedores;
• Empréstimos a pagar.
Consiste na obtenção, pelo auditor, de uma declaração escrita, junto a fontes externas 
capacitadas para tanto. O documento com a declaração deve seguir diretamente para o auditor, 
sem interferência da empresa auditada. 
Para Crepaudi (2000), o pedido de informações a fontes externas deve ser preparado 
por um funcionário da empresa, sob atenta supervisão do auditor. Isso se justifica em face do 
relacionamento da empresa com a fonte externa.
Esse tipo de técnica permite reunir evidências sobre a fidedignidade dos saldos das 
contas a receber e a pagar, saldo bancário, conta de empréstimos, estoques em poder de 
terceiros, passivos contingentes, coberturas de seguros e credores em geral.
aVEriGuaÇÃo
Embora o auditor seja um profissional experiente de acordo com Crepaudi (2000) e 
Almeida (2003), surgem várias dúvidas a respeito de transações e procedimentos de controle, 
que ele esclarece por meio de formulação de perguntas aos funcionários da empresa do 
cliente. Não pode existir qualquer constrangimento por parte do auditor em fazer perguntas, 
sob a alegação de que está mostrando pouco conhecimento técnico. 
Para Crepaudi (2000), a técnica de auditoria da averiguação consiste, justamente, 
em fazer perguntas e obter respostas favoráveis de certas questões, que podem conduzir 
a um incremento na profundidade dos exames ou, em sentido oposto, a não-realização de 
determinado teste de auditoria. Pois é normal o auditor fazer perguntas ao pessoal do cliente 
sobre quaisquer aspectos dos quais o auditor tenha dúvidas ou queira simplesmente confirmar 
seu pensamento.
CoNSiDEraÇÕES FiNaiS
Conclui-se com esta aula que, de acordo com Attie (1998), Almeida (2003) e 
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Crepaudi (2000), para que seja feita a auditoria em uma empresa não é necessário examinar 
todos os registros devido ao fato de as empresas possuírem grande volume de documentos, o 
tempo ser curto e pelo custo do serviço, dificultando ainda mais o andamento do trabalho do 
auditor. Assim, o auditor opta pela utilização de amostras para concluir sobre o universo de 
transações examinadas e testadas.
De acordo com o Código de Ética do Profissional Contabilista, o uso da amostragem 
é importante, pois o auditor necessita realizar, de forma objetiva e prática, conclusões de 
acordo com as necessidades de informações e respostas solicitadas, observando sempre o 
tamanho da amostra, sua precisão e confiabilidade, os critérios utilizados na determinação e 
métodos de seleção.
Para Cunha e Hein (2006), a amostragem nos testes de observância tem por objetivo 
verificar a taxa de desvio aplicada a um determinado tipo de controle. Os testes são realizados 
nas áreas que estão expostas a um risco maior, em termos de distorção nos saldos das 
demonstrações contábeis, sendo que a finalidade dos testes em auditoria consiste em obter 
provas para que o auditor possa formar sua opinião quanto à avaliação de desempenho da 
organização sobre as empresas auditadas.
atiViDaDES 
As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta 
“Atividades”. Após respondê-las, envie-nas por meio do Portfólio- ferramenta do 
ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas 
apropriadas para se comunicar com o professor.

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